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Os planetas telúricos foram criados, simultaneamente, a partir de uma mesma nébula

primitiva, apresentando por isso características comuns, mas têm, contudo, diferenças
significativas.

A atividade geológica dos planetas é uma característica que permite distinguir os vários
planetas telúricos. Esta revela-se de formas muito diversas, podendo ser de origem interna
ou de origem externa.

Origem interna: a energia necessária para a atividade geológica interna provém do


calor remanescente, resultante da acreção do planeta, da contração gravitacional e da
radioatividade resultante do impacto meteorítico.

Origem externa: por sua vez, a energia necessária para a atividade geológica
externa provém do calor irradiado pelo Sol e da energia cinética resultante do impacto
dos meteoritos.

Os planetas telúricos podem ser classificados como sendo geologicamente ativos e


geologicamente inativos.

A Terra é um planeta bastante ativo, do ponto de vista geológico, e também Vénus parece
apresentar alguma atividade vulcânica e sísmica, apesar de diferente da terrestre. Mercúrio
e Marte são considerados planetas geologicamente mortos; no entanto, é de referir que no
passado já apresentaram fenómenos geológicos ativos.

Sistema Terra - Lua

A Terra e a Lua atuam como um corpo único, existindo entre elas uma forte ligação
gravitacional. Afetam-se fortemente e cada um destes planetas contém vestígios que nos
auxiliam a elucidar a história do outro.

A Lua é o único satélite da Terra e apresenta as seguintes características:

dimensões pequenas;
baixa força gravítica;

ausência de atmosfera e hidrosfera;

geologicamente inativa;

morfologia lunar marcada por crateras resultantes de impactos meteoríticos.

A superfície lunar apresenta dois tipos de relevo, os 'continentes' e os 'mares'.

Continentes: apresentam um relevo acidentado, possuem rochas de cor clara, os


anortitos, que refletem a luz solar. Apresentam, geralmente, um número grande de
crateras de impacto.

Mares: a sua superfície é plana e escura, resultado da presença de basaltos que


refletem pouca luz; estas rochas são mais recentes que as dos continentes. Possuem
poucas crateras de impacto.

Superfície lunar.
A Terra, um planeta único a proteger

A face da Terra - continentes e fundos oceânicos

Na superfície terrestre consideram-se dois tipos de unidades - as áreas continentais e os


fundos oceânicos.

Áreas continentais:

Representam cerca de 36% da superfície terrestre.

A crosta continental é muito antiga, sendo formada por vários tipos de rochas; possui
espessura elevada e densidade reduzida.

Apesar de a geologia e a morfologia dos continentes apresentarem um elevado grau


de complexidade, é possível definir três unidades básicas: escudos ou cratões,
plataformas estáveis e as cinturas orogénicas recentes.

Escudos

são regiões continentais muito antigas e extensas, predominantemente formadas por


rochas magmáticas e metamórficas, geralmente deformadas.

Plataformas estáveis

são formadas por uma acumulação de sedimentos de origem marinha que recobrem os
escudos.

Cinturas orogénicas recentes

correspondem a cadeias montanhosas alongadas que são o resultado de processos que


envolvem fenómenos de colisão de placas litosféricas, atividade magmática e processos de
metamorfismo.

Morfologia das áreas continentais

Fundos oceânicos:

A crosta oceânica possui basaltos relativamente recentes, apresenta uma densidade


elevada e é pouco espessa.

As principais áreas que constituem o fundo dos oceanos são: a plataforma


continental, o talude continental, a planície abissal e a crista média oceânica.

Plataforma continental

- parte da crosta continental que se prolonga até à profundidade de -200m e que se


encontra coberta pelo mar.

Talude continental

- zona de grande declive cuja profundidade está compreendida entre -200 e os -2500 m e
que estabelece a transição entre a crosta continental e a crosta oceânica.

Planícies abissais
- zona da crosta oceânica pouco acidentada de profundidade superior a -2500 m. Existem,
por vezes, depressões designadas por fossas.

Dorsais oceânicas

- zonas de crosta oceânicas com extensas cadeias montanhosas situadas na parte média
dos oceanos. Ao longo do eixo da dorsal oceânica, geralmente, existe uma enorme fenda -
o rifte. Normalmente as dorsais são cortadas por falhas transversais.

Morfologia dos fundos oceânicos.

Intervenção do Homem nos subsistemas terrestres

Impactes na geosfera
A população humana tem crescido de forma explosiva nos últimos três séculos, levando à
exploração, não sustentada, dos recursos naturais, à crescente produção e acumulação
dos resíduos e ao aumento de catástrofes devidas à ocupação de áreas de risco.

Exploração dos recursos naturais:

por recursos naturais ou geológicos entendem-se as matérias-primas que o Homem


extrai da Terra, para uso próprio, no sentido de permitir a sua sobrevivência e o
desenvolvimento económico e tecnológico da civilização.

os recursos naturais podem ser renováveis ou não renováveis.

Renováveis

recursos em que os ciclos de renovação ocorrem num período de tempo cuja duração
é compatível com a da vida humana.

Exemplos: sol, vento, ondas do mar, etc.

Não renováveis

tipo de recursos cujas reservas, quando exploradas e consumidas a um ritmo


acelerado, não podem ser repostas num período de tempo compatível com a duração
da vida humana.

Exemplos: petróleo, gás natural, carvão, minerais, etc.

Produção de resíduos:

as atividades humanas conduzem à produção de resíduos que contaminam os vários


subsistemas;
os resíduos podem ser biodegradáveis, quando são transformados por microrganismo
em substâncias novamente utilizáveis, ou não degradáveis, como é o caso dos
plásticos, vidros, latas, que se acumulam no ambiente.

Catástrofes naturais e a ocupação de áreas de risco

o crescimento populacional da espécie humana obriga à ocupação de áreas com


elevado risco geológico;

esse risco geológico traduz-se na possibilidade de ocorrência de um acontecimento


prejudicial à sociedade, como, por exemplo, erupções vulcânicas, deslizamentos de
terrenos, inundações, sismos, etc.

Proteção ambiental e desenvolvimento sustentável:

O comportamento humano pode contribuir, de uma forma muito significativa, para uma
melhor gestão dos recursos do nosso planeta, de modo a permitir um desenvolvimento
sustentável das sociedades.

Por desenvolvimento sustentável entende-se a forma de crescimento económico que


satisfaz as necessidades básicas da população e não compromete as necessidades
básicas das gerações futuras. Para o conseguir, é necessária a aplicação de um conjunto
de medidas eficazes, como:

ordenamento de território, que consiste na utilização do ambiente de acordo com as


suas potencialidades, evitando assim situações de risco;

recuperação de áreas degradadas;


conservação do património geológico;

redução dos impactes ambientais negativos, através do tratamento de resíduos


sólidos e tratamento de águas residuais. No tratamento dos resíduos sólidos, destaca-
se a utilização de aterros sanitários, a incineração e a reciclagem, sendo esta última
de grande importância, uma vez que permite a transformação de materiais residuais
em matérias reaproveitáveis verificando-se, assim, uma redução na utilização das
reservas naturais desses materiais.

É urgente a tomada de consciência dos cidadãos para os problemas relacionados com os


recursos da Terra e com o uso que deles fazemos.

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