Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 03 - Direito Civil PDF
Aula 03 - Direito Civil PDF
1
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
Ás vezes, o legislador não consegue prever todas as situações que uma
norma pode criar. E um Juiz não pode deixar de julgar um caso alegando
lacuna da lei. Por isso o art. 4o, LINDB prevê, que quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso (formas de integração da norma jurídica) de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Na analogia
aplica-se em hipótese não prevista, dispositivo relativo a outro caso distinto,
porém semelhante. O costume é a reiteração constante de uma conduta
(elemento objetivo), na convicção de ser a mesma obrigatória (elemento
subjetivo). Espécies: a) segundo a lei → a própria lei determina a sua aplicação
(admissível); b) na falta da lei → quando a lei deixa omissões que podem ser
preenchidas por ele (admissível); c) contra a lei → quando ele contraria o que
dispõe a lei (inadmissível, segundo a teoria majoritária). Os princípios gerais
de direito são regras que se encontram na consciência dos povos, mesmo que
não sejam escritas, mas que estão implícitas em nosso ordenamento jurídico.
Finalmente a antinomia, que é a presença de duas normas conflitantes, sem
que se possa afirmar qual delas deverá ser aplicada a um caso concreto.
Critérios para solução do conflito aparente de normas: a) hierárquico (uma
norma é hierarquicamente superior à outra); b) especialidade (uma norma é
especial em relação a outra) e c) cronológico (baseado no princípio de que a
norma jurídica mais nova revoga a mais velha).
4
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
natureza (um cavalo), por determinação legal (herança, módulo rural,
lotes urbanos) e pela vontade das partes (contrato).
5. Quanto à Individualidade
5.1 – Singulares – são os que, embora reunidos, se consideram
de per si, independentemente dos demais.
5.2 – Coletivos (ou Universais) – são as coisas que se encerram
agregadas em um todo. a) Universalidade de Fato – pluralidade de
bens singulares, corpóreos e homogêneos, que, pertinentes à mesma
pessoa, tenham destinação unitária pela vontade humana (biblioteca,
pinacoteca, rebanho, etc.). b) Universalidade de Direito pluralidade
de bens singulares, corpóreos, dotadas de valor econômico, ligadas
pela norma jurídica (patrimônio, herança, massa falida, etc.).
7
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
A seguir forneço alguns gráficos comparativos que reputo importantes.
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Conceito: perda da pretensão em virtude Conceito: perda do direito material
da inércia do titular de um direito violado, pela inércia de seu titular que deixou
durante determinado espaço de tempo escoar o prazo legal ou convencional
previsto em lei.
8
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
10
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
b) Abuso de Direito (art. 187, CC): também comete ato ilícito o titular
de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
costumes. Corrente majoritária → responsabilidade objetiva (independe de
comprovação da intenção em lesar: dolo ou culpa).
Responsabilidade Civil
a) Responsabilidade Contratual → surge pelo descumprimento de uma
cláusula do contrato.
b) Responsabilidade Aquiliana (ou extracontratual) → deriva de
inobservância de qualquer outro preceito legal; de normas gerais de
conduta.
12
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
A) Quanto ao Objeto
1. Positivas
a) Obrigação de Dar
- Coisa certa (arts. 233/242, CC) → devedor se obriga a dar
(entregar) coisa individualizada (móvel ou imóvel). Regras: credor
não é obrigado a receber outra coisa, mesmo que mais valiosa (art.
313, CC); indivisibilidade (art. 314, CC); acessório acompanha o
principal (art. 233, CC); até a tradição a coisa pertence ao devedor;
acrescidos e melhoramentos (cômodos) → aumento do preço ou
resolução (art. 237, CC); perda ou deterioração (arts. 234/236, CC);
obrigação pecuniária (art. 315 e 318, CC).
- Coisa incerta (arts. 243/246, CC) → obrigação de entregar objeto
incerto, porém já indicado pelo gênero e quantidade (determinável),
faltando a qualidade (ex.: obrigação de entregar 10 bois, dentre uma
boiada). O objeto é indicado de forma genérica no início da relação,
sendo determinado mediante um ato de escolha (concentração;
individualização) → como regra cabe ao devedor, salvo disposição em
contrário (art. 244, CC). Não poderá dar a coisa pior, nem ser obrigado
a prestar a melhor.
b) Obrigação de Fazer (arts. 247/249, CC) → prestação de serviço ou
ato positivo pelo devedor (ou de terceiro), em benefício do credor ou de
terceiro. Inadimplemento da obrigação: a) sem culpa → extinção da
obrigação; b) com culpa → perdas e danos. Obrigação infungível: art. 249,
CC.
Obs. → astreinte: art. 461, §4° e 461-A, Código de Processo Civil.
2. Negativas
a) Obrigação de Não Fazer (arts. 250/251, CC) → o devedor se
compromete a não praticar certo ato que poderia ser praticado, não fosse
a obrigação assumida. Descumprimento: desfazimento e indenização
perdas e danos.
B) Quanto a seus Elementos
1. Simples: um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto.
2. Composta
a) Pluralidade de Objetos
- Cumulativa ou conjuntiva (“e”): devedor se compromete a
realizar diversas prestações; só se considera cumprida com a
execução de todas as prestações.
- Alternativa ou disjuntiva (“ou”): contém mais de uma prestação,
mas o devedor se exonera com o cumprimento de apenas uma delas.
Regra → escolha cabe ao devedor, salvo disposição em contrário.
- Facultativa: apenas uma prestação, mas a lei ou o contrato
permite ao devedor substituí-la por outra.
b) Pluralidade de Sujeitos → Solidariedade
- Ativa: pluralidade de credores.
- Passiva: pluralidade de devedores.
- Mista: credores e devedores.
13
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
Importante = A solidariedade não se presume. Resulta da lei
ou vontade das partes (art. 265, CC) =
C) Quanto aos Elementos Acidentais: puras e simples, condicionais (evento
futuro e incerto), a termo (evento futuro e certo) ou modais (com encargo).
D) Outras Modalidades
• Líquidas (certas quanto a existência, determinadas quanto ao valor:
constituem o devedor em mora de pleno direito se não forem
cumpridas no prazo) ou Ilíquidas (dependem de apuração prévia).
• Divisíveis (comportam fracionamento) ou Indivisíveis (prestação única
por convenção das partes ou natureza do objeto): arts. 257/263, CC.
• De resultado (credor pode exigir do devedor a produção de um
resultado), de meio (uso de prudência e diligência normal para atingir
um resultado, sem se vincular a obtê-lo), de garantia (tem a função de
eliminar um risco que pesa sobre o credor).
• Instantâneas (se consuma em um só ato, em certo momento),
Fracionadas, Diferidas ou de trato sucessivo (cumprimento se dá por
meio de subvenções periódicas, resolvendo-se em intervalos de tempo
(protrai-se no tempo.
• Principais (existe por si sós) ou Acessórias (sua existências supõe a da
principal).
• Propter rem ou híbridas: parte direito real, parte direito pessoal;
recaem sobre uma pessoa por força de um direito real (ex.:
condomínio, IPTU).
• Naturais: credor não pode exigir o seu cumprimento (ex.: dívidas
prescritas, dívidas de jogo, etc.).
IV. CLÁUSULA PENAL (arts. 408 e seguintes, CC) → penalidade acessória imposta
pela inexecução total ou parcial da obrigação (compensatória) ou pela mora
(retardamento, demora) no seu cumprimento. Multa contratual: prefixação de perdas
e danos. Limite: valor do contrato (art. 412, CC). Redução proporcional (art. 413,
CC).
POSSE
A) Conceito (art. 1.196, CC): exercício pleno ou não de alguns dos poderes inerentes
à propriedade. Teorias:
1. Subjetiva (Savigny): corpus (poder físico sobre a coisa) e animus (intenção de
ter a coisa para si).
2. Objetiva (Ihering): apenas corpus.
B) Teoria adotada pelo Código Civil → Objetiva – “corpus” – disposição física da
coisa.
C) Fâmulo de Posse → é o que detém a coisa em virtude de dependência econômica
ou vínculo de subordinação (art. 1.198, CC). Ex: caseiro, zelador de um prédio, etc.
D) Elementos da Posse → sujeito capaz, objeto lícito e possível, forma livre e
relação dominante entre sujeito e coisa.
E) Objeto da Posse → todas as coisas que puderem ser objeto de propriedade,
móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas.
F) Classificação
1. Direta: é a exercida por quem detém materialmente a coisa. Indireta: é a
posse exercida através de outra pessoa. Na locação o locatário (inquilino) tem a
posse direta (exerce a posse em nome próprio) e o locador (proprietário) tem a
posse indireta (ele a exerce através do inquilino).
2. Justa: é aquela adquirida sem vícios (art. 1.200, CC). Injusta: é a adquirida
por meio de: a) violência → esbulho; b) às escondidas → clandestina; c) com abuso
de confiança → precária.
3. Boa-fé: possuidor ignora o vício ou o obstáculo que impede a sua aquisição
legal. O possuidor com justo título presunção de boa-fé, salvo prova em contrário,
ou quando a lei expressamente não admite esta presunção (art. 1.201 e seu
parágrafo único, CC). Enunciado 303 das Jornadas de Direito Civil: Considera-se
justo título para presunção relativa da boa-fé do possuidor o justo motivo que lhe
autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em
instrumento público ou particular. Má-fé: o possuidor tinha ciência dos vícios
quando a adquiriu.
4. Nova ou Velha (mais de ano e dia).
Obs.: salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com
que foi adquirida (art. 1.203, CC).
G) Formas de Aquisição da Posse → apreensão da coisa, exercício de direito,
disposição da coisa, tradição e constituto possessório (art. 1.205, CC).
H) Quem pode Adquirir: a própria pessoa, o seu representante (mandatário ou
procurador) ou um terceiro (também chamado de gestor de negócios).
I) Efeitos
1. Invocar interditos (ações possessórias)
a) Ameaça → Interdito Proibitório.
b) Turbação → Manutenção de Posse.
c) Esbulho → Reintegração de Posse.
16
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
2. Percepção dos frutos
a) Possuidor de boa-fé: tem direito aos frutos percebidos, ao uso e gozo da
coisa, às despesas de produção e não tem direito aos frutos pendentes quando
cessa a boa-fé.
b) Possuidor de má-fé: responde pelos prejuízos, pelos frutos colhidos e
percebidos e pelos frutos que por sua culpa se perderam, mas tem direito às
despesas de produção.
3. Benfeitorias:
a) Possuidor de má-fé: serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias;
não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar
as voluptuárias (art. 1.220, CC).
b) O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé,
tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de
boa-fé indenizará pelo valor atual (art. 1.222, CC).
c) Possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las,
quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção
pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis (art. 1.219, CC).
J) Perda da Posse: abandono, tradição, perda ou destruição, posse de outrem e
constituto possessório (arts. 1.223/1.224, CC).
K) Composse (compossessão): pluralidade de sujeitos e coisa indivisa (art. 1.199,
CC). Espécies: a) pro indiviso: cada possuidor tem a parte ideal do bem. b) pro
diviso: há uma divisão de fato do bem entre os compossuidores.
PROPRIEDADE
A) Conceito: é o direito que a pessoa física ou jurídica tem de usar, fruir ou gozar,
dispor de um bem ou reavê-lo de quem injustamente o possua ou detenha (art.
1.228, CC).
B) Elementos: usar (ex: morar), fruir ou gozar (ex: alugar), dispor (ex: vender ou
doar) ou reivindicar (ex: entrar com ação judicial contra quem detiver de forma
injusta).
C) Restrições ao direito de propriedade: constitucionais, administrativas, militares e
civis.
D) Classificação
1. Plena → a pessoa tem em sua mão todos os elementos da propriedade (uso,
fruição, disposição e reivindicação).
2. Limitada → pessoa abriu mão de um ou alguns dos elementos (locação,
usufruto, etc.).
E) Propriedade Imóvel
1. Aquisição
a) Acessão → formação de ilhas, aluvião (própria e imprópria), avulsão,
abandono de álveo e artificiais (construções e plantações).
b) Usucapião → Extraordinária: a) 15 anos; b) 10 anos se o imóvel é
usado para moradia ou o possuidor o tornou produtivo; Ordinária (adquirida
com justo título): a) 10 anos; b) 05 anos se for adquirida onerosamente;
além disso, o possuidor usa o imóvel para sua moradia ou o tornou produtivo;
17
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
Constitucional (não é necessário provar a boa-fé): 05 anos (art. 191, CF →
rural; 183, CF → urbana).
c) Modos Derivados – sucessão hereditária (causa mortis) ou registro de
transferência (inter vivos).
2. Perda: alienação, renúncia, abandono, perecimento, confisco, desapropriação,
usucapião e acessão (na modalidade avulsão).
F) Propriedade Móvel
Aquisição e Perda → originária – ocupação e usucapião (extraordinária → 05
anos; ordinária → 03 anos com justo título); derivada: especificação (transformação
de coisa móvel em espécie nova), confusão (mistura entre coisas líquidas), comistão
(mistura entre coisas sólidas), adjunção (justaposição de uma coisa sobre a outra),
tradição (entrega da coisa) e herança.
G) Condomínio (compropriedade ou copropriedade): é a propriedade em
comum. Um mesmo bem pode pertencer a várias pessoas, cabendo a cada uma, igual
direito sobre o todo. Espécies:
1. Convencional ou voluntário (arts. 1.314 a 1.330, CC): resulta de acordo de
vontade das pessoas.
2. Edilício: prédio de apartamentos (arts. 1.331 a 1.358, CC, e Lei n° 8.245/91).
H) Direitos de Vizinhança (arts. 1.277 a 1.313, CC)
• uso anormal da propriedade
• árvores limítrofes
• passagem forçada
• das águas
• limites entre prédios
• construção → devassamento, águas e beirais, paredes divisórias e tapagem
I) Propriedade Resolúvel. Extingue-se com a ocorrência de:
1. Condição Resolutiva. Condição → cláusula que subordina o efeito do negócio
jurídico a um evento futuro e incerto. Resolutiva → o implemento (realização)
extingue os efeitos do ato (resolver = extinguir).
2. Termo Final. Termo → cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a um
evento futuro e certo. Final → há uma data determinada para a cessação dos
efeitos do negócio jurídico.
18
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
Partes
a) Prédio dominante: tem direito à servidão.
b) Prédio serviente: deve servir ao outro prédio.
Características
a) os prédios devem pertencer a proprietários diferentes;
b) serve à coisa e não ao dono;
c) não se presume, deve ser expressa, interpretando-se restritivamente;
d) é indivisível e inalienável, não podendo ser usada para outra finalidade.
Classificação
a) quanto à natureza: rural ou urbana
b) quanto ao modo de exercício: contínua ou não
c) quanto à exteriorização: aparente ou não
Constituição: contrato, testamento, usucapião ou sentença judicial.
Extinção: renúncia do dono do prédio dominante, resgate, confusão, não uso durante
dez anos consecutivos e construção de estrada. Pode ser removida desde que não
diminua as vantagens do prédio dominante.
Obs.: não confundir com passagem forçada, que é instituto de direito de
vizinhança, onde uma das propriedades está encravada.
19
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
3. Objeto. Apenas os bens suscetíveis de alienação podem ser dados em garantia.
Excluem-se, assim, as coisas fora do comércio.
4. Indivisibilidade. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não
importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários
bens, salvo disposição expressa no título de quitação.
5. Especialização e Publicidade. Especialização é a descrição pormenorizada do
bem dado em garantia, com todas as suas peculiaridades e acessórios (se for
imóvel a sua dimensão, localização, etc.), bem como: identificação das partes,
declaração do valor da dívida, prazo para o pagamento, taxa de juros (se houver).
A publicidade na hipoteca e na anticrese ocorre com o registro do título constitutivo
no Registro de Imóveis; no penhor com a tradição e a inscrição no Registro de
Títulos e Documentos.
6. Acessoriedade. Pressupõe sempre a existência de um direito de crédito
(principal). Extinta ou nula a dívida (obrigação principal), o mesmo ocorre com as
garantias (acessórias); já a recíproca não é verdadeira.
7. Sequela. Direito de perseguir e reclamar a coisa dada em garantia,
independentemente de com quem esta se encontre, para vendê-la judicialmente.
8. Condomínio. Se o bem pertence a vários proprietários, somente pode ser dado
em garantia na sua totalidade, se todos consentirem. Se o bem for divisível, cada
condômino só poderá constituir direito real de garantia sobre a sua quota.
9. Bem de Família. Não é possível hipotecar um bem de família voluntário (art.
1.711, CC). Não há proibição no caso do bem de família legal (Lei nº 8.009/90).
10. Cláusula Comissória. Pacto comissório é a cláusula que permite ao credor
ficar com o objeto da garantia se a dívida não for paga no vencimento. Tal pacto
não pode ser celebrado, sob pena de nulidade absoluta (evita-se a usura). Está
implícito um abuso de direito. No entanto é permitido que o devedor, após o
vencimento, dê a coisa ao credor como pagamento de dívida (dação em
pagamento).
11. Direito de Excussão. Quando o débito não for pago no vencimento, os
credores pignoratício e hipotecário, como não podem ficar com o bem do devedor,
têm o direito de promover sua venda judicial, por meio do processo de execução.
Se o valor obtido na venda não bastar para saldar a dívida, a garantia real se
extingue, mas o devedor continua obrigado pelo restante (dívida real se transforma
em pessoal, sem garantias – quirografário). Se o produto da venda ultrapassar o
montante devido, o que sobrar será devolvido ao devedor.
11. Falido. Não pode onerar os bens da pessoa jurídica, pois lhe faltam
administração e disposição sobre eles. Já o devedor em recuperação (judicial ou
extrajudicial) pode, com autorização judicial.
12. Vencimento antecipado da dívida. Permite-se nas hipóteses do art. 1.425,
CC.
20
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
Características
a) em regra, recai sobre coisas móveis (exceção – safra futura).
b) é acessório, uno e indivisível.
c) exige, em regra, a entrega da coisa (tradição) – exceção – penhor rural,
industrial ou de veículo, em que a posse da coisa continua com devedor.
Classificação
a) convencional: civil, mercantil, rural (agrícola ou pecuário), industrial
b) de direitos (arts. 1.451 a 1.460, CC)
c) de veículos (arts. 1.461 a 1.466, CC)
d) legal (arts. 1.467 a 1.472, CC)
Extinção: pagamento, perecimento da coisa, renúncia, confusão, adjudicação judicial.
21
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
DIREITO DE FAMÍLIA
CONCEITO. Complexo de normas de ordem pública que regulam a celebração do
casamento, sua validade, seus efeitos, relações pessoais e econômicas da sociedade
conjugal, união estável entre homem e mulher, dissolução, relação entre pais e filhos,
vínculo de parentesco e os institutos complementares da tutela, curatela e ausência.
DIREITO MATRIMONIAL
DIREITO CONVIVENCIAL
DIREITO PARENTAL
A) Conceito: é a relação existente não só entre pessoas que descendem uma das
outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre um dos cônjuges e os
parentes do outro e entre adotado e adotante.
B) Espécies
1. Natural ou Consanguíneo: ligados por um mesmo tronco ancestral.
24
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
a) matrimonial ou extramatrimonial.
b) linha reta ou colateral.
c) duplo ou simples.
2. Afim: é o que se estabelece entre o cônjuge e os parentes consanguíneos do
outro (sogra, genro, nora, cunhados).
3. Civil: adoção.
C) Filiação: vínculo entre pais e filhos.
1. Matrimonial: oriunda de união de pessoas ligadas pelo casamento; mesmo
que ele tenha sido anulado posteriormente, estando ou não os consortes de boa-
fé. Presunção legal.
2. Não-matrimonial: oriunda de pessoas que estão impedidas de casar
(espúrios) ou que simplesmente não querem contrair casamento (naturais).
3. Reconhecimento: ato que declara a filiação, estabelecendo juridicamente o
parentesco entre pai e mãe e seu filho. É ato declaratório (declara um fato do qual
o direito tira consequências). Pode ser voluntário ou judicial.
d) Colaterais até 4° grau – Ordem preferencial: irmão (2° grau); sobrinho (3°
grau); tio (3° grau); sobrinho-neto (4° grau); tio-avô (4° grau) e primo-irmão
(4° grau). O grau mais próximo exclui o mais remoto (se houver irmão e
sobrinhos, herdam os irmãos; se houver sobrinhos e primos, herdam os
sobrinhos). Caso especial: existência de um tio e de um sobrinho neste caso
todos dois são parentes de 3° grau, mas apenas o sobrinho herdará. Na
sucessão dos colaterais pode haver direito de representação no tocante aos
sobrinhos. Os irmãos unilaterais (só por parte de mãe ou de pai), concorrendo
com bilaterais (irmãos por parte de pai e de mãe) herdam a metade do que
couber a estes.
27
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
b) Deserdação: ato unilateral pelo qual o de cujus exclui da sucessão,
mediante testamento com expressa declaração de causa, herdeiro
necessário, privando-o de sua legítima, por ter praticado alguma conduta
prevista na lei como causa. Além do testamento é necessária a propositura de
ação judicial. Deserdação X Indignidade. Deserdação: motivo ocorrido em vida
do testador; refere-se somente a herdeiros necessários; feita por testamento, pela
própria pessoa de cuja sucessão se trata. Indignidade: pode ser declarada com
fundamento em atos posteriores ao falecimento do autor da herança; refere-se a
qualquer herdeiro legítimo ou testamentário, bem como ao legatário; ação
proposta por um interessado mediante ação ordinária. Em ambas as situações
exige-se uma sentença judicial.
c) Formas de Testamento
1) Ordinário
a) Público: arts. 1.864 a 1.867, CC. Obs.: o cego somente pode
testar desta forma.
b) Cerrado: arts. 1.868 a 1.875, CC.
c) Particular: arts. 1.876 a 1.880, CC.
2) Especial
a) Marítimo ou Aeronáutico.
b) Militar.
Observação: testamento conjuntivo é aquele em que duas pessoas, em
um mesmo ato de última vontade, dispõem de seus bens. Ele é proibido, seja
simultâneo (ambos dispõem em benefício de terceiro); recíproco (os
testadores instituem um ao outro como beneficiário) ou correspectivo (quando
o benefício outorgado por um dos testadores, ao outro, retribui vantagem
correspondente).
d) Inexecução do testamento
1) Revogação: é o ato pelo qual o testador manifesta sua vontade de
modificar total ou parcialmente o testamento anterior.
2) Rompimento: quando sobrevêm descendentes ao testador que não
os tinha ou não os conhecia; quando o testador descobre a existência de
herdeiros necessários até então ignorados; no caso de reconhecimento de filho
(voluntária ou judicialmente).
3) Caducidade.
4) Nulidade e anulabilidade.
e) Codicilo: ato de última vontade, com menos solenidades (basta ser escrito
e assinado) pelo qual o disponente traça diretrizes sobre assuntos de pequeno
valor (pequenas doações, roupas, forma de enterro, etc.).
f) Legado: disposição testamentária a título singular em que o testador deixa
a pessoa estranha ou não à sucessão legítima um ou mais objetos individualizados
ou certa quantia em dinheiro integrantes da herança. O legatário precisa pedir ao
herdeiro a entrega da coisa legada e não responde pelas dívidas da herança. Nada
impede que o testador, ao atribuir o legado, estabeleça algumas condições.
g) Direito de Acrescer: vários herdeiros ou legatários, pela mesma
disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões
determinados, e qualquer deles não puder (faleceu) ou não quiser aceitá-la
(renunciou), sua parte acrescerá à dos outros coerdeiros ou colegatários (salvo
se o testador nomear um substituto: neste caso não haverá direito de acrescer).
28
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL: ANALISTA DO TJDFT
PROFESSOR: LAURO ESCOBAR
h) Substituição. É o direito que o testador tem de escolher substituto para o
herdeiro ou o legatário de primeiro grau. Espécies:
1) Vulgar ou Ordinária: o testador indica outra pessoa no lugar do
herdeiro ou do legatário nomeado, caso um ou outro não possa ou não queira
receber a herança ou o legado. Espécies: a) singular (quando se nomeia um
só substituto ao herdeiro ou legatário); b) plural (quando são vários os
substitutos simultâneos); c) recíproca (quando o testador ao instituir uma
pluralidade de herdeiros, os declara substitutos uns dos outros).
2) Fideicomissária: o testador impõe a um herdeiro ou legatário
(chamado fiduciário) a obrigação de, por sua morte, a certo tempo ou sob
certa condição, transmitir a outro (chamado fideicomissário), a herança ou o
legado. Há dois beneficiários: inicialmente o fiduciário; depois, por algum
motivo previsto, há a transmissão ao fideicomissário.
3) Compendiosa: é um misto de substituição vulgar com a fideicomissária. O
testador dá substituto ao fiduciário ou ao fideicomissário, prevendo que um ou outro
não queira ou não possa aceitar a herança.
29
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br