5. QUAL O PROPÓSITO DE DEUS NO SOFRIMENTO?

 FORÇAS DEMONÍACAS - As forças demoníacas também

Dar uma resposta para a pergunta sobre a possibilidade de
haver um propósito por detrás de todos os acontecimentos ruins
é um desafio. Vivemos num tempo em que, por um lado, as pes-
soas pensam que o acaso governa, ou, por outro, defendem
uma espécie de fatalismo. A Bíblia não concorda com nenhuma
dessas crenças.
são responsabilizadas pelo sofrimento humano. No livro de Apo-
calipse há uma indicação contundente sobre isso. “não tenha
medo do que você está prestes a sofrer. O Diabo lançará al-
guns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão per-
Aula 8a
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seguição durante dez dias” (Ap 2.10).

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O pecado e o mal existem porque Deus os decretou (sem As causas do sofrimento são variadas, mas o propósito
ser seu autor) como parte do Seu plano eterno e eles ocorrem de Deus é único! Aqui é o vale da sombra da morte, pelo qual esta-
não apenas para a Sua própria glória, mas também para o bem mos apenas de passagem, não é nosso lar. Lembremos sempre
do Seu povo. A permissão do mal traz consigo um aspecto de que “Deus nunca prometeu uma viagem tranquila, mas prometeu
juízo (Rm 5.12); didático (Dt 8.2) como diz C. S. Lewis: “o mega- uma chegada certa.” Augustus Nicodemus
fone de Deus”, aponta para um senso moral transcendente com-
partilhado por toda humanidade (Ec 3.11).
Ilustração: https://www.youtube.com/watch?v=R4GshS-weTc CONCLUSÃO
Existem pessoas que têm dificuldade em conciliar fé e
4. ALGUMAS CAUSAS DO SOFRIMENTO: sofrimento. O envolvimento de Deus conosco em meio ao sofrimen-
 NOSSA PRÓPRIA CULPA - Ainda hoje se vê, na vida de indiví- to é tão intenso que o salmista escreve estas palavras extraordi-
duos e nações, cumprir-se a lei irrefutável da semeadura, nárias: “contaste os meus passos quando sofri perseguições; re-
isto é, a inexorável lei de causa e efeito (Gl 6.7; Tg 4:1-3; Jo colheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas
5.14). No entanto, é importante salientar que as atitudes más no teu livro?” Sl 56.8... Descanse nessa verdade!
dos homens são permitidas por Deus, embora firam sua von-
tade preceptiva [revelada em seus preceitos]. Todavia, co-
mo já mencionado Deus tem uma vontade decretiva imutável
[relacionada aos decretos não revelados] (Dt 29.29).
Ilustração: https://www.youtube.com/watch?v=z4ZOPNOQKmo
 CALAMIDADES NATURAIS - No âmbito do decreto e da provi-
dência, o Senhor estabeleceu um conjunto de leis naturais que
haveriam de reger o mundo. Essas quando violadas, seja por
ignorância ou deliberadamente, causam sofrimento. No entan-
to, é importante pontuar que o mal e o sofrimento nunca po-
deriam ter começado sem o decreto ativo de Deus. Não se Seminarista Ricardo Cardoso
pode marchar na busca de um entendimento para a questão http://tede.est.edu.br/tede/tde_arquivos/1/TDE-2010-07-15T133927Z-203/Publico/limaneto_ms_tmp112.PDF
do sofrimento à margem do conceito de soberania de Deus.

INTRODUÇÃO
1. CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER: DA PROVIDÊNCIA
Versículo tema: “Deste-me vida e foste bondoso para comigo e
na Tua providência cuidaste do meu espírito”. Jó 10.12 NVI
Ilustração: https://www.youtube.com/watch?v=IkCOXoAgy_s
“CFW5§1. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infa-
lível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria
vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o
louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e mi-
sericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas
criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a
menor. Ne 9:6; Sl145:14-16; Dn4:34-35; Sl135:6; Mt10:29-31; Pv15:3;
II Cr16:9; At15:18; Ef. 1:11; Sl 33:10-11; Ef 3:10; Rm 9:17;
O QUE É A PROVIDÊNCIA DE DEUS?
Estritamente falando, a obra da criação terminou no
sexto dia. De lá para cá Deus tem sustentado o mundo, providen-
ciado tudo o que é necessário para isso. Chamamos de providên-
cia o fato de Deus continuar a trabalhar no mundo (Jo 5.17).
A palavra providência não é encontrada na Bíblia. Ela é
usada para descrever o ensino bíblico de que Deus é o Governa-
dor sempre presente de toda a criação. Observe que a palavra
prover é encontrada na palavra providência. Providência, con-
tudo, não se refere somente a essa provisão, mas também ao
controle, direção e uso de todas as coisas por Deus para os seus
propósitos. Nada acontece por acontecer, não existe acaso ou
sorte. Todas as coisas são obra de Deus (Mt. 10:29,30).
QUAL O ALCANCE DA PROVIDÊNCIA DE DEUS?
 A providência de Deus alcança TODOS os lugares (Jr 23.23; Sl
107.23,24).
 A providência de Deus alcança TODAS as pessoas (1 Pe 5.7; Sl
34.7; Sl 33.18,19)
 A providência de Deus alcança TODOS os acontecimentos (Sl
75.7; Mt 10.30)
CONCURSUS
2. CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER: DA PROVIDÊNCIA
“CFW5§2. Posto que, em relação à presciência e ao decreto de
Deus, que é a causa primária, todas as coisas acontecem imutável e
infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena que
elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, neces-
sárias, livre ou contingentemente. Jr. 32:19; At. 2:13; Gn. 8:22; Jr.
31:35; Is.10:6-7.
Primeiramente é importante pontuar que “providência não
é a mesma coisa que predestinação ou decreto eterno de Deus. Os
decretos se referem às decisões divinas antes da fundação do mun-
do, anteriores à criação. Já a providência se refere a seus atos
providenciais no tempo, ou seja, após à criação.
Escrevendo aos Efésios Paulo afirma que Deus "faz todas as
coisas de acordo com o conselho da sua vontade" (Ef 1.11). Isto quer
dizer que nada do que acontece neste mundo é à parte do cumpri-
mento da vontade de Deus e sem que Ele esteja envolvido. A palavra
grega (ἐνεργοῦντος) é traduzida como "faz" energeo (de onde
vem a palavra portuguesa energia). Logo, nenhum evento acontece
sem essa energia (poder divino).
As criaturas também não poderiam existir nem atuar sem
esse poder energizador de Deus. Deste modo, quando tratamos do
termo concursus, estamos tratando desse poder divino (causa pri-
mária) em todos atos e eventos da história, em cooperação com as
causas secundárias, que são os seres criados (Pv 16.1; At 17.28).
Deve notar-se que a doutrina do concursus implica em duas
coisas: a primeira, é que os poderes da natureza não atuam por si
mesmos, isto é, por seu próprio poder inerente, mas é Deus quem
opera em cada ato da criatura. Este ensino está em oposição ao ensi-
no deísta (que Deus seria como um relojoeiro que deu “corda” no
mundo e o abandonou por si só); a segunda, que as causas secundá-
rias são reais. Somente assim podemos entender a cooperação da
Primeira Causa com as causas secundárias (Antinomia).
Resumindo providência: PRESERVAÇÃO, CONCORRÊNCIA E GOVERNO.
A PROVIDÊNCIA DIVINA
VS
O PROBLEMA DO MAL
3. O MAL E O SOFRIMENTO À LUZ DA PROVIDÊNCIA DE DEUS
“CFW5§4. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bon-
dade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência,
que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros
pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera per-
missão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e
santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e go-
verna em uma múltipla dispensarão mas essa permissão é tal, que
a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente
da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo,
não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo. Is 45:7; Rm
11:32-34; At 4:27-28; Sl 76:10; II Rs 19:28; At14:16; Gn 50:20; Is 10:12; I
Jo 2:16; Sl 50:21; Tg 1:17.
A DIFÍCIL TAREFA DE COMPREENDER O MAL E O SOFRIMENTO:
Três Diferentes Cosmovisões Sobre o Tema:
 A primeira concepção teológica simplesmente para explicar o
mal e o sofrimento rebaixa Deus à condição de limitado, isto é,
Deus não é Todo-poderoso, ou onisciente, portanto não pode
impedir o mal e o sofrimento (Teísmo aberto).
 Uma segunda tentativa de responder as indagações referentes
ao mal e o sofrimento diz respeito à corrente teológica que
talvez, para justificar a Deus ou o isentar do mal e do sofrimen-
to, atribui a vontade volitiva do homem às causas do mal e do
sofrimento (Arminianismo).
 Há ainda uma terceira, os que atribuem todas as fatalidades ao
absoluto controle e determinação de Deus (Agostinho, Calvino e
a CFW).
Sabe-se que o sofrimento não faz acepção de pessoas. O so-
frimento é inevitável. Sofrem ricos e pobres, fracos e poderosos,
sábios e ignorantes. Assim como a graça comum (At 14.16,17)
vem sobre todos e o sol brilha sobre justos e injustos e assim co-
mo a chuva cai sobre bons e maus, todos estão sujeitos a enfren-
tar os dilemas do sofrimento. (Rm 8.22,25; Jo 16.33)