REDATOR-CHEFE:

JOÃO MARQUES DE CASTRO

Redatores:
J. Clemente A. Moura
Joaquim Lacaz

Diretor — P E D R O TAUFIK C A M A S M I E

Periódico literário Redação:

A N O II Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 18 de Agosto de 1934 N.° 8
humorístico e noticioso Avenida Dr. Arnaldo

P A
Nos últimos dias do m e z de abril par-
tiu de São Paulo uana caravana com-
posta de alunos e professores desta Fa-
culdade, e m busca do abraço amigo dos
nesses colegas do Paraná.
íamos enfim, c o m a mais sincera ale-
gria, atender ao convite que nos fora
feito pela Embaixada Acadêmica Para-
naense, que aqui esteve durante a sema-
na santa.
Havia u m vagão que a Sorocabana
gentilmente cedeu e outro, do Interven-
tor do Paraná, especialmente trazido
para conduzir o Professor Dreyfus, que
ia fazer u m a serie de conferências.
N o vagão do Interventor se acomo-
dou o impetuoso biologista, seu assisten-
te, Dr. Zeferino V a z e a comissão de 4
acadêmicos paranaenses, que veio acom-
panhá-lo. N o outro vagão se empolei-
raram os demais.
A ' medida que caminhava o trem, „.
fadiga invadia es pobres estudantes que
e m sua maioria não adquiriram leitos.
Daí surgirem, as mais complicadas com-
binações de malas e embrulhos, c e m o
fim único de se construir u m a superfí-
cie horizontal, onde pudessem depositar
seus organismos. Deste momento e m
diante não podemos dizer o que se pas-
sou naquele carro, porque o relator desta
viagem, mais esperto que os demais, com-
prou u m leito, m a s não dormiu, procu-
rando distinguir os roncos d o inglês,
que ia no leito de baixo, dos apitos da
\ locomotiva...
Quando surgiu o sol já estávamos1 e m
território paranaense e por conseguinte
na São Paulo-Rio Grande. O s colegas
se divertiam descendo de u m a platafor-
m a , indo tomar o trem novamente nou-
tra, mais adiante, correndo sem grande
esforço. O maquinista pulava de indi-.
gnação. Havia então trocas de amabi-
lidades por meio de gestos significativos.
Depois de sermos chacoalhados por 27
horas, chegamos a Curitiba. Grande
massa de estudantes nos aguardava na
estação, além dás representações oficiais.
Distribuiram-nos e m dois hotéis.
Á noite fomos ao baile dos calouros,
dado no interior da própria Universi-
R A N A
visita dos caros colegas, para podermos
UNIVERSIDADE DO PARANÁ' provar o nosso reconhecimento. Deve-
mos assinalar, porém, os nossos agrade-
cimentos ao Centro Acadêmico "Nilo
Cairo" e aos universitários, especialmen-
te aos de Medicina.
Nunca poderemos esquecer as amiza-
des que lá deixámos, como por exemplo:
O Mussi, que além dos dentes tem o
coração de ouro.
O adipoio "Alegria", que seria óti-
m a propaganda para qualquer leitelho.
O Gutierez, que no Paraná é mais co-
nhecido que o niquel de 200 réis e mais
bemquisto que a nota de 100§000. N o
seu "Chrysler Azul" dá poeira ao "Pás-
saro Azul" de Campbell.
O s irmãos Soares, notáveis pelas suas
maneiras aristocráticas.
O Fuad Daud, que brigou com os ino-
fensivos figaros, dando livre expansão
ás faneiras faciais.
O Ovidio, que fala mais c o m gestos
Grupos de colegas apanhados pela objetiva do Mota Pacheco, em frente á Univer- que c o m palavras, cativando rapidamente
- ~ sida'!r do Paraná. a simpatia dos que o cercam.
O Piloto que, com- sua inflamada pa-
lavra e pelas colunas da Gazeta do Povo,
dade, onde, quasi sem poder locomover- Vimos o Hospício de Alienados, M a - pilota a opinião das massas.
nos pela excessiva quantidade de gente, ternidade e Hospital de Crianças. N o O que melhor de que u m ge-
conseguimos conhecer algumas moças. primeiro deixamos nossos cigarros. Dos neral dá ordem ás diversas baterias:
N o dia seguinte foi u m a parte da tur- dois últimos trouxemos magníficas im- "vira, vira, vira!. .. os chops da Atlân-
m a convidada para o aniversário da se- pressões. tica!"
nhorinha Gracita, u m dos belos adornes F o m o s a Paranaguá. L á visitamos a E muitos e muitos outros que nos dei-
da melhor sociedade curitibana. C u m u - Escola Normal, que é muito b e m diri- xaram bastante sensibilizados c o m u. m a -
lados de gentilezas, divertimo-nes imen- gida, com notável disciplina. Visitamos neira fidalga com que nos trataram e
samente. ainda as obras do porto e «. Prefeitura, c o m as provas de amizade que nos de-
Nos dias subsequentes fomos derro- e m automóveis cedidos por esta. ram.
tados e m bola-ao-oeste e futebol. Além do Gutierez, •:. u m a turma de E é c o m sorriso nos lábios e melanco-
E m nossa homenagem foi represen- estudantes, acompanharam-nos gentis se- lia nalma que recordamos os bons dias
tada a peça " A Casa do Estudante", de nhoritas que tornaram e passeio muitas lá passados, e as noites, naqueles cafés,
autoria do acadêmico campineiro João vezes mais agradável. e m que a bohêmia acadêmica se reúne
Carlos da Silva Telles e inteiramente de- Embarcamos para São Paulo sábado para dar expansão ao seu temperamento
sempenhada por estudantes, que superam ás 7 ~ 1/2 da manhã, restando o Camas- alegre, puramente estudantino.
muitas companhias que por aqui passam. mie, para, representando o Centro, acom- Cheios de saudades sentimos ainda e m
Mais divertidos que a peça eram os espi- panhar o Prof. Dreyfus. O diretor des- nossos ouvidos o cântico dos joviais co-
rituosos e desconcertantes apartes e arro- te periódico teve a oportunidade de pre- legas :
tos das galerias. senciar u m ótimo baile realizado na E x -
E m automóveis angariados das1 diver- posição, onde poude conhecer melhor a "Si és covarde
sas repartições oficiais, levaram-nos dar cultura c a. graça das paranaenses. Sai da Mesa!...
u m passeio, e m que pudemos conhecer, N ã o encontramos palavras á altura do jQue a nossa empresa,
n u m a densa atmosfera de poeira, os arre- sentimento de gratidão que temos por Requer valor. . .
dores de Curitiba. tão bons amigos e aguardamos ansiosos a l.a batleria, vira, vira, vira...

Cusclinir Ultima hora

Faleceu a 14 do corrente, pela madrugada, Leonardo Cuschnir, aluno da
2.a série do Colégio Universitário, na secção anexa á nossa Faculdade.
Leonardo Cushnir era um estudante admirável. Fez o seu curso secun-
dário no Ginásio do Estado, onde sempre se distinguiu; no ano passado, cur-
sando o quinto ano ginasial, ao delinear os seus planos para o futuro, assen-
tou-os todos sobre isto: o curso médico. E , na precocidade dos seus 16 anos,
rompeu a barreira dos vestibulares, vendo assim coroado o seu grande es-
forço, notavelmente conciente.
Aqui, na Faculdade, era já conhecido de todos. N a sua fisionomia, no
seu tamanho, até na sua maneira própria de manifestar a alegria, e m tudo
transparecia a criança; m a s na inteligência amadurecida e no m o d o ponde-
rado de encarar a vida, via-se homem.
Tal era o colega que perdemos; m a s o Cuschnir c o m o filho sobreexce-
dia-se a si próprio c o m o estudante. Por isso nós, ainda que t a m b é m atingi-
dos pela desgraça, devemos nos curvar ante « dôr infinitamente maior de
seus pais, de q u e m ele era o único filho, o depositário u m c o de todas as es~
peranças.
Outro dia, ás 8 hs. e 3 minutos da nha elegante dos seus ternos do possan-
manhã, deu-se u m fato inédito nos anais te e inclemente aguaceiro que desabava.
deste templo santo Ide ciência e de tra- Apesar dos olhares do excelentíssimo se-
balho. O que se deu foi "nada mais, cretario — cérbero sagrado deste recin-
nada menos" (Tibiriçá) o seguinte: U m to —• encerrado na sua cólera justa, es-
possante ônibus da linha Pinheiros ou- ses maus elementos, entre os quais res-
sadamente penetrou atravez dos portões saltam pela audácia infame Tarzan, Anti-
da escola e desusou suavemente, ante os Cristo e os irmãos Bellie, atravessaram
olhares atônitos dos alunos e professo- impunemente os corredores encerados. A
res, pelas largas avenidas que rodeiam o Light, e m vista desse péssimo precedente,
magnífico prédio, projetado e desenhado ha de querer, daqui a alguns dias, trazer
por ilustre microbiologista. O atentado ao até nossas salas de aulas os seus cama-
puder Idá escola foi causado por meia dú- rões. Pedimos, a quem de direito, pro-
zia de mocinhos de 3.° ano, que, viajan- videnciar afim de que estes atos, que de-
do no veículo criminoso, armados de pu- põem centra a integridade física, quími-
nhais e "revolvers", obrigaram o cinesi- ca, intelectual e moral do pessoal deste
fore a conduzir o carro até a magestosa estabelecimento, não mais se repitam para
escadaria central, afim de preservar a li- o futuro.
2 o
EXCURSÃO
Constituiu agradável surpresa para
todos o sucesso da recente excursão
Ribeirão Preto. O correto procedimen-
to dos rapazes da caravana veiu pro-
var que o C. A. "Oswaldo Cruz" pôde
mandar qualquer lugar representan- ca catalepsia.
tes á altura do nível moral e intele-
ctual da Faculdade de Medicina de S. mente, deu-nos bôa noite
Paulo.
Expliquemos os motivos da referida
excursão. O Grêmio "Olavo Bilac", do
Ginásio do Estado da referida cidade, nal. Lá pela uma da madrugada, o vi- adormecida, que escapa a qualquer des-
após a nobilitante atitude da organi-
zação de uma semana anti-tuberculesa,
gentil e inesperadamente pediu a cola-
boração do nosso Centro.
•Este respondeu ao convite que tanto
nos sensibilisou, enviando, para confe- tamente e dali a pouco travou-se u m homem do bar acordou e fez, ao nosso
rências de profilaxia, 10 rapazes, quasi ruidoso combate a cartas e a fichas. vêr, com a sopa da véspera, u m espas-
todos alunos do 5.° ano.
Acompanhou-nos na viagem e e m
todos os atos, oficiais ou não, em Ri-
beirão Preto, o sr. Lindoro Sant/Ana, lizmente, para o socego pecuniário dos bém de despertar os viajantes. Met-
destacado elemento da sociedade ribei-
ro-pretense.
Rapaz de notável espirito pratico, dade de xadrez na l. estação.
afabilissimo, aclareou ele todas as di-
ficuldades que poderíamos encontrar
no cumprimento da tarefa algo difícil, força, conseguiu dar a dois bancos uma dos e entregou-se ao divertido passa-
de nós exigida. Penherada agradece-
lhe a nossa agremiação.
Constitue agora para nós u m prazer
dizer algo sobre os estudantes daquela
fidalga localidade. Encontramos u m
companheiro em cada u m deles.
Devemos salientar, no entanto, o sr.
Mauro Candelária, moço para o qual
dificilmente encontraríamos suficientes pendulares da cabeça, tentava penetrar rão Preto.
palavras de elogio. Diremos apenas
que foi e será para nós u m amigo na
verdadeira acepção do termo.
Por intermédio de Reinaldo Maciel,
Francisco e Domingos Innecchi, Arnal- dispostos nas poltronas em artísticos conferências. Transportados fomos em
do Lacreta — agradecemos a todos os
imerecidos cuidados de que nos cerca-
ram.
Contraímos com a mocidade de Ri-
beirão Preto uma dívida de gratidão
que pagaremos, seja com palavras, seja do Clementino Fraga, perdeu subita- so, injuriou cientificamente o torpe-
com fatos, na ocasião em que ela de
nós precisar.
Devemos, porém, destacar deste elo-
gio coletivo u m agradecimento, o mais
sincero, o mais profundo, ás moças de
Ribeirão Preto. A simplicidade, a graça
natural, <t inteligência pronta que as
caracterisa, deixaram-nos atordoados.
São elas responsáveis por nos terem
criado u m ambiente de tal modo suave,
que mal sentimos o correr das horas
nos aristocráticos salões da Sociedade
Recreativa local.
E enfim nossa gratidão, ratificada
sem condições, á democrática e filan-
trópica pessoa do dr. Candelária, de-
legado de Saúde de Ribeirão Preto.
E' ele «. cabeça pensante da memo-
rável e humanitária campanha de pro-
filaxia, ingente empresa que será co-
roada com a fundação da "Casa do
Tuberculoso", na mais bela cidade do
interior.
* integridade fisica dos aparelhos.
Procuraremos nas linhas seguintes
dar u m apanhado geral de nossa ex-
cursão.
Devíamos partir da Luz ás 19 e 50
dle 18 de Junho. Já ás 19 e 30, o
João e o Pazzanese estavam esperan-
do os companheiros na estação.
C o m mais ou menos trabalho, con-
seguiram os empregados empilhar a
rapaziada nos vagões. Além dos dois
sujeitos já citados, iam o Moretzshon,
o Pontes, o Pinto Lima, o Reis, o Aloi-
sio, o Zaidan, o dr. Odair, o Sant'Ana
e seu irmão e o Wanderley, u Paraense,
verborragista do 3.° ano, contratado
para a parte oratória da excursão.
Partido o trem, abriu-se deante de
nós a suave perspectiva de 12 horas de
viagem, sentados em macias almofa-
das empalhadas. Até ás 10, o João
Metchnikoff manteve o auditório acor-
dado com suas maledicencias.
Mas, após a baldeação em Campinas
para a Mogiana, começou a ptose das
palpebras.
O Pinto Lima chorava de tanto bo-
cejo. O Moretzshon, em seu terno côr
de sujeira (para disfarçar pó que
b istu rí
A RIBEIRÃO PRETO
iamos tomar), arengava u m auditório vagões, chupando laranjas. Descobriu sico estilo de oratória, chamou-nos de
comatoso. Devido ao alarido que nossa o nosso colega que a laranja é anti- varias coisas, entre outras, de bandei-
palestra produzia, o Pontes, o Aleisio, hipnótica, não porque o suco contenha rantes. O Metchnikoff quasi chorou
o Reis, o Wanderley passaram para o princípios ativos, mas porque não se ao pensar num bandeirante, viajando
•vagão visinho, onde entraram e m fran- pôde comer e dormir ao mesmo tempo. 12 horas sentado. De nosso lado, o
Mais tarde, o Pinto Lima tomou o lu- Wanderley, em frases rebuscadas,
A's 23 e meia, o dr. Pedroso, calma- gar do Zaidan na maquina de dormir, cheias de palavras altisonantes sem
retirou-se, ideada e realizada por este. O atlético razão de ser, nada disse, provocando
preferindo ás tenras poltronas, u m co- sirio passou, então, para outro banco, fortes aplausos.
riaceo leito que o pirógene comboio onde, graças ao seu engenho inventivo, Finalizando a tocante cerimonia, ou-
centrifugava com u m chocalhar infer- constituiu com o corpo u m a figura viu-se uma cacofonia coral do nosso
hino pelos alunos do colégio. Zaidan,
ciado Moretzshon, que trazia todo u m criação geométrica. enternecido, soluçava de pura asía.
arsenal de jogatina dentro da mala, Até ás 5 da madrugada persistiu D o referido ginásio, rumamos á As-
perversamente induziu os colegas Zai- dentro do comboio esse horrível qua- sociação de Ensino. Fomos recebidos
dan e Pazzanese a u m pokersinho. dro de anestesia. no limiar dela pelo secretario e cerbero,
Os referidos moços acederam pron- Aos primeiros albores matutinos, o sr. Barrachini, que fez u m elogio sin-
cero e veemente de si e da instituição.
Essa Associação de Ensino é u m an-
A mesa do pecado foi constituída pela médico infuso de café. Essa nausean- tro educativo, que explora todos os ra-
mala do Moretzshon, devido á côr ver- te poção teve a virtude não só de pro- mos do saber humano.
de intensa do referido recipiente. Fe- vocar violentas eructações como tam- Perante suas normalistas, profana-
mente ruidosas, m á u grado u presença
dois patos, o chefe do trem paralisou chnikoff, debruçado na janela, contem- revulsiva do sr. Barrachini, o Zaidan
o jogo com u m a insinuante probabili- plava avidamente, pela primeira vez na leu seu monumento profilático.
a
vida, o nascer do sol. Nove horas ha- Por gentilesa, foi bastante aplaudido.
Isso foi o golpe de morte na turma. via que estávamos viajando. Logo em seguida o indefectível W a n -
O pessoal lavou os rostos edemacia- derley entrou em verborreia e, não
Zaidan, usando de sua incontrolavel
obstante u m fluxo vertiginoso de vocá-
bulos, ainda desta vez nada conseguiu
disposição, que vagamente lembrava tempo de ingurgitar no restaurante
exprimir. N o entanto quasi nos en-
u m leito. Após esse feito de engenha- iguarias teoricamente comiveis, como
surdeceram as palmas e os gritos his-
ria ferroviária, o autor e o Pazzanese, bolachas fibrosadas, chocolate hidrófilo
ternamente abraçados, descançaram so- a 1 por 1000 e outros constipantes e téricos do gracioso auditório.
bre a obra, conseguindo u m sono de 2 laxativos. Enfim exgotou-se o cálice Salientemos da agitada oração a se-
horas. Enquanto isso, o doutorando de amargura e, com as caras refletin- guinte frase, que provocou urros de
Pinto Lima, no seu banco, em equilí- do pasmaceira e vacuidade cerebral, entusiasmo da parte do sr. secretario:
brio pouco estável, pelos movimentos desembarcamos sem sentir em Ribei- "... cada frasco, lá e m cima, nas pra-
teleiras, é mais u m esforço bandeiran-
nos segredos de uma patologia. O N a estação matinais estudantes am- te..."
Metchnikoff lia literatura ás 2 horas pararam-nos e levaram-nos para o ho- Para facilitar-nos a volta ao hotel,
da manhã... ministraram-nos, após a conferência,
tel, do outro lado da rua. Lá toma-
O Sant'Anna e o irmão, de capote, mos banho, café e coragem para as excelente café.
Metchnikoff, tristonho e sonolento,
novelos, com os olhos cobertos pelos automóveis para o Ginásio Progresso, só via superficies horizontais, possíveis
"cache-cols", faziam pensar e m "gan- eficientemente dirigido por D.a Carmen de se dormir em cima.
N o hotel demonstramos, pela quan-
gsters" abatidos pela policia. Lá pe- Arruda.
las tantas, o Pinto Lima, atacado por tidade de alimentos ingeridos, que não
Lá, ás 8 e meia, o Pinto Lima, pe-
uma frase incompreensível do tratado rante auditório religiosamente silencio- só de conferências vive o homem.
Repouso curto após o almoço e nova
conferência, esta pelo Pontes, no Gi-
mente os sentidos. O Metchnikoff sub- bacilo de Kock. Foi muito aplaudido,
násio do Estado, com a encorajante
stituiu, então, vantajosamente, os guar- pois a maledicencia sempre agrada.
presença do professor Fausto. Não foi
das do trem e começou a passear pelos N a saída o orador do Ginásio, e m clas-
nessa ocasião concedida a palavra ao
Wanderley, devido a u m a decisão irre-
vogável dos caravanistas.
Logo depois, em automóveis, seguÍT
Fabrica Nacional de moveis assépticos mos para as instalações cervejiparas
da Antártica. Lá o sr. M a x Baxter,
diretor, ordenou «. abertura de barris
para Hospitais, Casas de Saúde e
de "chopes", sob a condição de não
fazermos conferências. Anuimos a esta
Consultórios Médicos cláusula com grande facilidade.
A's 17 horas de sábado, nos estúdios
da "broadcasting" ribeiro-pretense, o
Moretzshon leu, em 15 minutos, sua
Salas de Esterilização, Instrumentos de volumosa compilação. A conferência
foi inesperadamente começada com dois
Cirurgia, Química, Bacteriologia e profundos pigarros, puxados pelo ra-
paz que desconhece h. fragilidade de
Eletricidade medica u m microfone.
De fato, sua ouverture motivou sé-
rios protestos do maquinista, cioso da
Após Moretzshon, o inevitável W a n -
derley tomou a palavra, agradecendo
aos ouvintes a atenção dispensada (?).
Falou, como é seu costume, da mulher
paulista e de nós, atraz da tuberculose,
como os bandeirantes atraz dos Índios.
Após essa plétora de conferências,
das quais saímos quasi em estado de
choque, voltamos ao hote1 onde fez-se
sentir a ação deprimente de u m jantar
reforçado.
Meio adormecidos, seguimos, ás 8
horas, para a Legião Brasileira, dentro
Ha qual o Aloisio, após tremenda luta
com u m maço de fichas, destrinchou
novas injurias contra o infeliz bacilo.
Terminadas as diatribes do conferen-
cista, falou novamente o Wanderley na
LUTZ, FERRANDO CIA. LDA.
mulher paulista e, abusando de sua po-
sição, afirmou que a caravana deixaria
o coração em Ribeirão Preto.
Essa asserção ousada motivou altos
protestos do Metchnikoff. A assistên-
RUA 15 DE NOVEMBRO, 47 cia, de seu lado, entrou em convulsões
die entusiasmo febril, mas logo pro-
curou o exterior, onde patenteou-se a
SÃO PAULO ação sedativa do ar fresco.
E m seguida, na Sociedade Recreati-
va, foi dado u m chá dansante sem chi-

Excursão a Ribeirão Preto
caras e com musica, que divertiu mui-
tissimo os rapazes.
O Metchnikoff, fundo em bailados
que não sejam orientais, foi dormir ás
22 e meia. Os outros regressaram aos
penates do hotel em épocas variáveis.
Terríveis aventuras sucederam du-
rante a vigília de sábado para domingo.
Infames percevejos atacaram traiçoei-
ramente o Moretzshon, altas horas da
madrugada. Desenharam no seu dorso,
como comprovamos, u m a bela carta
orografica. Viam-se no lombo claro de
nosso amigo caroços de todos os ta-
manhos e de cores, variando do verme-
lho ao violeta.
O Pazzanese, mineiro autentico e
companheiro de quarto do supliciado,
só foi mordido por u m percevejo, que
morreu exausto tentando extrair san-
gue ido econômico rapaz. Os outros,
escarmentados, desistiram.
Domingo passou-se e m sono, almo-
ço, matinée no admirável teatro Pe-
dro II, visita ao Clube de Regatas,
jantar, outra sessão na Legião Brasi-
leira, outro baile na Sociedade Recrea-
tiva %, mais sono.
Essa ultima sessão na Legião Bra-
sileira, mais suportável pela ausência
de conferências profiláticas, foi presi-
dida pelo insigne conego Assis e pelo
distinto dr. Candelária.
A assistência era fraquissima devido
ao dia e ao momento — domingo — 20
horas.
O dr. delegado, com muito espirito,
alegou que a mesa seria por ele cons-
tituída discricionariamente, pois a vo-
tação nominal faria gastar tempo pre-
cioso devido ao elevado numero de pre-
sentes. Foi, pois, nomeado, niponica-
mente, presidente da sessão o conego
Assis. Este, em habilissima "ouvertu-
re" oratória, provou ao crédulo audi-
tório de umas 30 pessoas que, graças
ás idéias alevantadas dessas mesmas
pessoas, a assistência virtualmente era
1.000 vezes maior. Findas, esta oração
e a ponderada conferência do dr. Can- João Marques de Castro,
delária, o Aloisio, que ocupava u m a das
Mlllllll;tllllllllll!lllllllllllllllllllllllMlllllllllllllMIIIIIIIIIIIIIIII;il)lllll!llnlllllll!;llll[||ll[i'|llll'l
| PERDER TEMPO?... |
— m
|P A R A
1 N ã o se iludam c o m propagandas!... [
Medicamentos ?...
Vão ao M O R S E
I na R u a J o s é Bonifácio. 129 |
I Casa Humanitária, preferida e reco- |
I mendada pela distinta classe medica. j
I A ÚNICA BARATEIRA D E FATO |
| DROGARIA MORSE |
I Rua José Bonifácio, 129 S. Paulo I
^>ivilBii«..i<iBiiaHiiiii.>ia>iaE!>i llll(,BI,i,m,,a,,iM.,(.li«i«i«ri.iii(i.ji*.iiiitl«:i»ii«ii«i«r>"i'""»-'i-'»ri,li.i«i.i;iiu.r.iti«ii>.iiiim«iiitiBiiBii«iiJiíiMiíi.ii íi.
pontas da mesa, caiu na asneira de dar
a palavra ao Wanderley. Este, sem-
pre incrível, fez u m elogio da dôr que,
segundo ele, acrisóla o indivíduo e, se-
gundo o "fakir" Tara-Bey, é u m a opi-
nião. Metchnikoff achou tão sincera a
apologia dolorosa, que manifestou aos
companheiros o desejo de uma violenta
eólica intestinal.
D o baile, após a sessão, só podemos
dizer que foi dinâmico e brilhantíssi-
mo. Nele a rapaziada deixou, com as
meninas, pedaços de vísceras sentimen-
tais, como coração, estômago, intesti-
nos. Só o Metchnikoff, menos pródigo,
se livrou dessas dolorosas concessões
viscerais.
A noite foi amena para todos, com
exceção do Moretzshon, que degladiou-
se outra vez com os representantes da
fauna hematófaga de seu leito. Surgiu,
enfim, a manhã da partida.
Houve tocantes despedidas na esta-
ção. Moças enxugavam os olhos, má-
quinas apitavam, suspirando chupava o
Metchnikoff soberba tangerina.
Após os clássicos adeuses, abalamos
com o trem, ás 8 e 20. Pena alguma
poderia descrever o estado de alma dos
rapazes.
O Pontes sentiu-se mais míope. O
Wanderley perdeu a fala. O Aloisio,
na janela do carro, contemplava, na
estação, uma jovem, que o afastamen-
to do trem deixava cada vez menor. O
Reis enxugou u m olho cheio de água,
devido á ação irritante de incandescente
fagulha de carvão. O Pinto Lima mer-
gulhou-se nas delicias da patologia. O
Metchnikoff pensou nas 12 horas de
viagem. O Zaidan não fez nada.
E, atravez pequenos incidentes cô-
micos — voltamos a esta terra.
Que mais poderíamos dizer para fi-
nalisar?
Apenas que sempre restar-nos-ao
saudades e impressões inolvidaveis de
Ribeirão Preto e de seu amável povo.
pela Caravana.
'I I l!ll i l l l
QUE!!... |
b is t u r í
CINEMATOGRAFIA
A Cine Congregation of the Faculdade de Medicina de São Paulo,
querendo voltar a ser o colosso dinâmico, que foi em tempos idos, vai
finalmente atender ás ardorosas súplicas de numerosos "fans", isto é,
vai fazer voltar á arena da tela os seus novos velhos leões, reis da
cinematographia realista.
Abordado pela nossa reportagem, o ilustre guarda-roupa e "metteur-
en-scêne" Rodrigues denunciou, á revelia do diretor da empreza, os
titulos e protagonistas de algumas dessas verdadeiras obras=primas.
Ei-los:
O M E D I C O E O M O N S T R O , filme monumental de Mario Do-
minguez, o celebre galã mexicano, na sua maior criação artística.
O B A R Q U E I R O D O V O L Q A , copia nova, aumentada, sincroniza-
da e lindamente colorida, interpretada magistralmente pelo velho que-
rido ator Bielick.
E N T R E A C R U Z E A E S P A D A , produção comovente e deli=
cadamente sentimental, pelo jovem "astro" Sá Vaia.
Q U E S E M A N A ! ! ! — encantadora película que apresenta as sen-
sacionais aventuras "daquela" semana no Paraná. O interprete é o vivo
garoto Dreyfus, cujas qualidades artísticas ninguém desconhece.
E U E O P R E S I D E N T E — notável tragi=comedia em 3 atos, pelo
Montenegro.
A M U L H E R Q U E E U A M E I — é « historia tocante de um
homem que amou e não foi amado. Aí o rei dos astros, Cantidio,
mais conhecido por Can-can, vai nos desvendar inteiramente o seu
coração transbordante de sentimentalidade.
A S S O B I A N D O N O E S C U R O — desopilante alta comedia pelo
gozado artista Lordy.
40 D I A S E M S H A N G H A I — interessante filme, com aspetos iné-
ditos de Shanghai, seus mistérios, suas habitantes, etc, traduzidos fiel=
mente pelo ator S. Campos.
A G A R R A N D O - O S V I V O S — filme realmente emocionante, pelos
grandes Franklin e Celestino, as maiores glorias da cinematografia
acadêmica.
T A R Z A N , O F I L H O D A S S E L V A S — movimentado film em
series, pelo atlético artista Pic-Nic.
S A M A R A N G — belíssima película aquática pelo querido galã C.
Mota.
Para coroar essa serie de formidáveis produções, será ainda apre-
sentada a mais notável das operetas cinematographicas jamais enscena-
das até hoje — B E L E Z A S E M R E V I S T A ("Footlight Parade").
Prestam concurso das suas lindas pernas e da sua plástica perfeita
os elegantes astros Celestino, Camargo, Vampré e muitos outros.
Quanto ás estrelas, nada sabemos. O que é certo porém, é que não
serão escolhidas estrelas cadentes.
Mil c mil parabéns desejamos pois á grande empreza de filmes
realistas. Parabéns pelos emocionantes enredos, confiados a verda-
(,.•( I l i l l . l II I M I t' I M I « II' 1 M « _
deiras celebridades do cinema e parabéns pela idéia maravilhosa de
nô-Ios apresentar justamente neste mês de Agosto, em que brotam no
nosso coração as primeiras flores da primavera.
N a "Nossa Cantina"
M e s m o nos momentos tristes da
aproximação dos exames, aquela im-
E' com esses elementos nocivos e
perigosos que o bar regorgita, ferve.
portante dependência da Faculdade não São berros, canções, assobios, declara-
deixa de ter os seus costumeiros fre- ções de amor, elogios mútuos, etc. De
qüentadores e viciados. Eis o que se quando em quando, umas lutas entrr
passa diariamente: os campeões japoneses Walter Amaral
O Severa, vulgo Jorge de tal, de-
vora o 15.° bolinho de bacalhau á moda
do Porto, lançando, de quando em
e Massaki; tapas, e novamente entra
tudo nos eixos: novos berros, etc, etc...
E m dado momento o barulho estan-
quando, u m olhar á empregadinha in-
gênua e envergonhada. Surpreendido
pela mulher do seu João, disfarça,
ca, como por encanto. E' que foram
surpreendidas as meninas Clarinha e <x
alegre e engraçadissima Maria Merca-
pondo á mostra uma bela carreira de dante, brincando no jardim...
dentes postiços.
O tamanho do Jucá Garcia (tão feio
Percebendo-se descobertas fogem,
acanhadas, fazendo u m a careta.
quanto o cacofono do seu nome) pro-
cura surrupiar urna colherinha; apa- O seu João, que estava apreciando
este delicado e terno quadro, ao pôr
nhado em flagrante delito pelo João,
desculpa-se: "Ora, pensei que fosse o
seus olhos negros no balcão, dá pela
falta da bandeja de doces de tostão.
meu... Testut... (Julgamento a car-
Sumiram-se os doces e o General " W .
go do leitor).
;De uma feita entraim cantarolando os
C." também. . .
King-Kongs Dante e Tavolaro, que, Mas, com os últimos clarões de uma
com fome voraz, deglutem 25 pães e tarde linda e alegre, o estabelecimento
50 pasteis cada um. Contudo saem da Faculdade se purga aos poucos, e,
dizendo estarem satisfeitos, mas não passados mais alguns instantes, a tris-
saciados. .. teza negra deita seu manto lugubre e
Os Rugeros, u m gordo e outro ma- frio na "cantina". Todos vão assistir
gro, pela cocaina, depois de muito pen-
sarem, gastam o dinheiro do bonde,
saboreando uma cocada.
Janini tenta inutilmente escamotear
uns doces. Não o tendo conseguido, pede
ao João do bar que lhe dê u m café-
ás aulas. E o João e a Maria, senta-
dos num canto da cosinha, esperam
saudosos cem os olhos cheios de la-
grimas quentes, o toque de outro si-
nal.
Mal sabem que, cada vez que bate o
sinho por conta do Bonifácio... Não
satisfeito nesse pedido, o afamado ven-
dedor de pontos sae resmungando em
sinal, novo prejuízo se esboça para os
seus cofres cheios de níqueis e prati-
nhas douradas. . .
hebraico: "O' português pão duro..." MENDEL
4 o b is t u r í

"CHAMADAS'' Aluno que passa por lente e lente

Laças — Moleque vivíssimo, que tem
a ponta do nariz imantada pelas nuvens.
D ante MartinelU — Gigante amoleci-
do, eternamente extenuado.
Hugo — Encarnação de u m trecho
doido de Stravinsky.
Jairo — Corvo escuro que anda com
sua loura raposa, o Tisi.
Cassio — Senhor absoluto de peque-
nas de "kermesse"
Zé Ribeiro — H o m e m nervoso, capaz
de quebrar «. própria cara.
Nairo — Louco fugido de hospício,
e m liberdade condicional.
Yalmo — Cobaia que se tornou hu-
mana por acromegalia.
Maffei — Bolchevista sem cama pró-
pria e sem juizo próprio.
Bove — Protagonista úos íilms do
Moinho d o Jeca.
Martinez — A m a de leite b e m nutrida.
Celso — H o m e m , só dos ombros para
cima.
Joselyr — G a z inerte, sem cheiro e
sem sabor.
Butelli — Mulher da vida e m deca-
dência.
Placo — Menino com cabeça de .velho.
Pupo — Regina Maura eim trajes mas-
culinos.
Reis — Gato escaldado, sem compa-
nheira.
Becker — Judeu errante, celebre pela
sua misteriosa maleta. T a m b é m é só.
Méa — Velho gaiteiro desiludido, sem
lar e sem pátria.
Gil — Lirico babosò e chorão, inimi-
go da rima e da métrica.
Renato — A l m a errante que se extra-
viou do espaço e foi cair na VI. a E n -
fermaria.
Claudino — Charuto que se fez ho-
mem.
Albano — Soprano barata importada
da Rússia.
Martinus — Intérprete obscuro de
Einstein.
Bié — Broto viçoso da arvore do Vas-
concellos.
Altenfelder — Tenor lirico de feira.
Cardoso — Açambarcador de norma-
listas. Castíssimo D e n Juari.
Darcy — B o m b a perigosa e fatal, na
eminência do estouro.
Cecilio — Animal que nunca sai dario, os calouros, no anfiteatro, aguar-
sua toca interior.
Ferramenta — Ótimo jogador de fu- calafriantes berros dos veteranos que
tebol, só nas crises histéricas.
Nello — Grande trágico da Ufa.
Jones — Espiga de milho de cabelos
aparados.
MORDEDOR
MÉDICOS!
O Centro Acadêmico Os=
waldo Cruz vos proporciona
estádio e piscina modernissi=
mos, freqüentados por gente
seleta e culta.
Inscrevei=vos sócios do
Centro Acadêmico Oswaldo
Cruz.
O valoroso quadro de Foot-ball dos Universitários Paranaenses
que passa por calouro
N o dia da aula inaugural de deter-
minada cadeira de Curso Universitá-
davam o lente que viesse livrá-los dos
faziam vibrar esta enorme caixa resso-
nadora que é a nossa Faculdade.
Quando se retiraram os veteranos
dos corredores, penetra no anfiteatro,
ponderada e imponentemente, o Hart-
mann, o inveterado "troteader"
O s calouros, desconhecendo o cate-
dratico, tomam-no por este. Dirige-se ele
para a mesa, dá u m a s tossidas, tira o
pigarro e limpa os óculos.
O zumbir das moscas era ouvivel,
tal o silencio e atenção da enorme mas-
sa de "jumentos'''.
Começa o lente com vez grossa:
— M e u s senhores, é c o m grande sa- calouros que eram obrigados a passar
tisfação que inicio, neste momento, a por determinada porta. Nisto passa
primeira aula deste curso, que tanto assobiando u m lente, jovem de aparên-
m e empenhei para a sua creação.
E assim prossegue. Entra na maté-
ria e dá aula por mais de 15 minutos,
com a atenção de todos, certos de que
ele fosse o professor.
M a s os veteranos que se achavam na
ultima fila do anfiteatro não resistiram
mais, e explodiram e m tremendas gar-
galhadas, c o m desapontamento geral
dos ingênuos "bichos", que ainda não
tinham dado pela espirituosa brinca-
deira.
Vejamos um caso contrario.
Nesta Faculdade raramente u m aluno
conhece os professores dos anos mais
elevados que o seu.
U m primeiranista, á hora da entra-
da dos calouros tomou do jardineiro a
mangueira de regar o jardim e ficou
e m posição estratégica, molhando os
cia.
O primeiranista toma-o por calouro
lhe aplica eficientissimo banho. O
professor, gotejando, apresentou queixa
ao Delegado Faria que, segundo dizem,
impoz, nada mais, nada menos que sus-
pensão de 10 dias ao infeliz estudante.
SALÃO AVENIDA
Rua Consolação, 430
SEtigraxando-se os sapatos neste
salão economizar-se-á tempo e di-
nheiro, pois aos clientes passa-se o
pano gratuitamente. Completo sor-
timento de cordões.

IOE 30E3CE aoi

DOIS MEDICAMENTOS
E m todos os estados infecciosos, graves ou leves, febris Nas perturbações tóxicas ou infecciosas do aparelho
ou nao gastro-intestinal de adultos e crianças
B IO D IN A LACTOZYM ALFA
Ultrapeptonas de esquisomicétos não patogênicos em
solução fisiológica, para uso hipodermico (POR VIA BUCAL)
Fermento latico vivo, acidofilo e bacteriofago poli-
EXCITADOR PODEROSO D A S
valente
D E F E Z A S LEUCOCITARIAS
D E S I N F E T A N T E BIOLÓGICO
A mais fácil, inócua e eficaz das proteinoterapias ines- D O A P A R E L H O DIGESTIVO
pecificas
Vitalidade ilimitada — Ação bacteriolitica sobre os
USO E DOSES
germens patogênicos — Acidificação do meio intestinal.
Crianças: U m a ampoula, uma ou duas vezes por dia.
Adultos: Uma, duas, três ampoulas de uma vez, re- U S O E DOSES
petindo a injeção tantas vezes quantas fo- Duas, quatro, seis, oito, ou mais ampoulas por dia, de
rem necessárias accordo com a urgência do caso e o critério do
N Ã O D A REAÇÃO D E CHOQUE. medico.
INDICAÇÕES: Diarréas de verão; Gastroenterite;
N Ã O T E M CONTRAINDICAÇÕES.
Colite; tífo e para-tífo; Disenterias; Dispepsía;
Pôde ser empregada em qualquer estádio da doença; Flatulencia; Bacteriurias de origem intestinal;
mas o seu emprego precoce é o mais eficaz, po- Eczemas dependentes de máo funcionamento da
dendo mesmo ser abortivo para a moléstia. digestão.

Representantes
p a r a o Brasi

P r a ç a dia S é , 2 0
\ T icewite
=
/minafo
€ a i x a Postal 2438
SobrinKo
Tel. 2-2821
&c ia.

S. PAULO
jonoc IOE ynoc 301 30E30E :OE 30E30E IOE

VISITA
Prosseguindo na realização da plata-
forma, apresentada aos alunos no prin-
cipio deste ano, o Dr. Paula Souza fez
realizar uma excursão higiênica ao in-
cinerador de lixo do Araçá.
N a véspera o corpo docente confes-
sou que esperava a gentil colaboração
de todos -os alunos nessa expedição
cientifica.
Só se poderia faltar á mesma me-
diante 2 handicaps: u m a falta e a ini-
mizade eterna da cadeira de Higiene.
Estando todos os 5.° anistas con-
cordes em evitar esse ônus, o compa-
recimento foi massiço.
N a porta do portentoso estabeleci-
mente pirotécnico, já cedinho, via-se o
infalível bedel. Este, em meio a u m a
agradável atmosfera, mixto de todos
os maus cheiros, fez a chamada com
relativa facilidade. Logo no pateo fo-
mos recebidos por u m enxame de mos-
cas coloridas e pelo Dr. Fiore, diretor
daquela prospera empresa.
Enquanto os alunos agitavam-se no
infeto lugar, para pôr em fuga os sim-
páticos insetos, o Dr. Fiore lecionava
Kxologia, á metade do corpo docente
(os dois assistentes).
O tal Dr. Fiore não é formado em
coisa alguma, mas conhece a fundo o
manejo do" forno crematorio. Daí1 o ti-
tulo que justamente lhe demos.
Primeiramente o digno colega infor-
mou-nos que todo o lixo, antes de ser
aquecido no incinerador, é devidamente
pesado. Para isso existe uma balança-
plataforma, onde os detritos são pesa-
dos com o cocheiro, carroça e tudo.
Depois lança-se > lixo no forno e pe-
sam-se o português e a carroça vasia.
Por uma simples operação arimetica,
<3alc11la-.se o peso livre jde„ sevandijas.
Isso é feito diariamente para serem
evitadas causas de erro como bur-,
ros e cocheiros de pesos diversos, lama
que vem nas rodas nas estações chu-
vosas, etc.
Outra curiosidade notável. Esse es-
tabelecimento higiênico tem uma estru-
tura demasiado cempleaca, para o fim a
que é destinado. Descobrimos mais tar-
de que lá existem aparelhos e m excesso,
o que á primeira vista desnorteia o espe-
tador. N a realidade só funcionam o for-
no e a chaminé, principalmente esta, que
sufoca os arredores cem abundante fumo.
O Dr. Fiore afirmou-nos que, graças á
elevada temperatura reinante dentro do
BaalnMolech sanitário, o lixo em 1/2
hora é reduzido a partículas imponderá-
veis. Imponderável pareceu-nos tal as-
serção, pois é corrente no instituto de
lixo o seguinte caso: N u m a destas ma-
drugadas, encontrou-se u m burro desfa-
lecido na via publica. U m lixeiro tana-
tologista deu-o como morto. O burrico
foi então transportado ao forno crema-
torio, onde o introduziram cem todo o
cuidado para reduzi-lo a pó impalpavel.
Havia uma hora qu^ o forno estava
funcionando, quando ouviu-se, partindo
d|e seu interior, u m barulho infernal.
Aberta a porta, saiu de lá, rinchando
de alegria, o ressuscitado eqüino. O bi-
cho, quando encontrado, estava apenas
entanguido de frio sendo salvo assim pela
temperatura fisiológica de forno.
Sempre acompanhado do Rei do Lixo,
visitamos as células de fermentação. E'
excusado dizer que tais aparelhos não
são usados. Nessa ocasião, o Pico qua-
si caiu dentro de urna delas, correndo
pois, o grave perigo de sêr fermenta
Passamos depois ás cavalariças, onde
a população quadrúpede, ao reconhecer
o pessoal da Escola, entrou e m entu-
siastas demonstrações vocais. O Dr.
Fiore e todos os presentes humanisaram-
se u m pouco (ia dizer animalisaram-se),
ante tão cordial acolhida. Foi-nos mos-
trada em seguida a ração padrão dos
animais. O cardápio deles é preparado
o b is t u r í 5
A O LIXO I O s poemas que
n á o te disse
diariamente sob as vistas severas do ge- Mais adiante montões de cinza mos-
rente, cem a seguinte composição: travam 3 resultado de u m a ação de 12 REVELAÇÃO
dias do forno sobre o lixo. Nessa des-
Capim — 200 kilos. integração das sevandijas, a parte pre- Será você a que eu tenho esperado
Parte comivel do lixo — 100 kilos. ponderante cabe aos germens de pu- inutilmente durante toda a minha vida?
Sal — quanto baste para dar gosto. trefação. A temperatura do forno co-
labora eficazmente e a chaminé alija os Aquela que eu sentia e m todas as mi-
Isso é distribuído duas vezes ao dia, gazes de fermentação. nhas cousas?
á vontade. E assim, emquanto se processava a
Que m e acompanhava sem eu ver?
visita, rapaziada foi ganhando, insen-
De tal modo atraentes estavam as
sivelmente, as portas daquela nobre, fi- Que m e falava sem eu ouvir?
mangedouras, que delas tivemos de
lantrópica e mal cheirosa instituição.
afastar, á força, vários colegas, ma- Que florescia toda a minha vida de
Após tocantes despedidas, ficou o
gnetisados pelo excitante aspéto do ca-
Dr. Fiore nos detritos e o pessoal ba- esperança sem eu perceber?
pim. Deparou-se-nos depois, ao lado das teu em retirada, perseguido ainda du-
cocheiras, uma linha de varredeiras Que vivia em todos os meus sonhos?
rante muito tempo pelos cortezes in-
aperfeiçoadas. setos do Aquecedor de Lixo do Araçá. Que ajudava a construir os meus cas-
São essas as máquinas que todas as Resta agora u m agradecimento aos telos ?
madrugadas tiram o lixo das ruas e o mestres que nos proporcionaram tão
depositam nas calçadas, dando assim fétido passeio. Será você, essa forma mal delineada
trabalho aos lixeiros manuais. Metchnikoff. que seguia todas as minhas idéias? Que
vivia e m todos os meus pensamentos?
Essa forma apagada que vem diante
dos meus olhos para eternisar u m se-
nho e tornar realidade uma ilusão?
E ha tanto tempo eu esperava con-
fiante. Esperava que você viesse u m
dia para fazer vibrar todos os meus ner-
vos em uníssono com a musica da sua
voz e o brilho dos seus olhos e a ati-
tude dos seus gestos,
•Será você essa mal delineada imagem
que viveu tantos anos comigo?
E' você.
Eu a vejo com os olhos de vinte anos.
E u a sinto cem emoções de nrarios lus-
Aspeto da visita ao Laboratório de Farmacologia da Faculdade de Medicina
tros.
de Curitiba
Nem <x. extranhei quando a vi.
O que me confundiu e me deixou in-
crédulo, foi unicamente a realidade do
meu sonho, foi o esboroamento das mi-
nhas ilusões.
iinill"
!!!B!II!!!!P! E agora que você veio, que medo hor-
rível de perder a felicidade que você m e
,§o^2Èiii trouxe.
NAO SE ESQUEÇA...
Olhe, não se esqueça de mim tão logo
eu desapareça dos seus olhos.
Veja si guarda na sua memória uma
ff^MÔCALCIO lembrança qualquer dos meus olhos, da
minha vóz, das minhas palavras.
ü uffi
GASTRITES Veja si de vez em quarudb pede re-
construir-me no seu pensamento, no mo-
%
NÍÜRÕTONE mento mais feliz do nesse amor.
Veja si se lembra do que eu lhe di-
XSTHENIAS ENPpCBlNiCAg:! zia baixinho, com medo que outros es-
cutassem. .. essas cousas sem importân-
cia, ridículas; mas tão agradáveis nos
-INFECÇOES VESICULO1 dias tristes de chuva quando a gente fica
mais carinhoso e mais amante.
Veja si se recorda de mim?
i «r..
•çfi*s;
iffi
'.••a
**• *^~v*
Mas si você não puder mesmo lem-
brar-se de mim, de nenhum detalhe de
ES X?r tudo que teve vida fugaz do nosso
B»P amor, então m e esqueça.
N £ RVA M E D ^ONTOURAíSERPE 1
Para que nem de leve pareça, que eu
^^^^^^^m SENHORES MÉDICOS : ^ ^ H
estou mendigando u m pouco da sua sau-
Mediante simples indicação de endereço, Fontoura & Serpe terão dade.
o máximo prazer em enviar aos senhores médicos u m exemplar
GIL SPILBORGHS
do Catalogo lUustrado, qpie apresenta a relação de cincoenia
productos pharmaceulicos, que constituem as acreditadas
especialidades do
INSTITUTO M E D I C A M E N T A QUEREIS UM BOM PERFUME?
FONTOURA & SERPE Comprai NARCISE NOIR
RuxiUdeA^ Únicos representantes
ESTABEtlcTr^^ CONSONI & CIA.
6 o b ist u r í

E if a
Os Premiados pela Academia * » Ao Professor C U N H A
f* MOTTA.
o s

Nacional de Medicina Do Professor Cunha Motta

(Diz um verme com critério)
vou roer apenas isto:
O reticulo, endotelio.

Ao Dr. TIBIRICÁ.
Quando o Tibi for embora
P'ros domínios de Mafoma
Levará p'ra sua cova
De certo, o linfosarcoma.

Ao MAURO BARRETO
Cá do Mauro, a forma exata
Resumo n'um instantinho:
As "taboinhás" do capote
e o capote do Maurinho.

Ao CAMAS MIE
Diz um verme n'uma cova
— Não vejo ninguém aqui !
Mas em face da "Kodak"
— Aqui esteve u Camas mie !
MANÉCO

Pensamentos
i
"Que leve a breca ! Vou ao Moinho
do Jécaü" CUNHA MOTTA

"O que vale na vida são os peixes

Antes de 32 os Paulistas eram tidos como povo unicamente trabalhador. Depois daquela pequenos... grandes" AQUINO.
arrancada em que se demonstrou brio coragem do Paulista, ficou sendo um povo "A forunculose é moléstia continua
trabalhador e guerreiro. Agora esta pleiade de bandeirantes trouxe para Piratininga, e agradável" J. C A V A L C A N T I .
os prêmios da Academia Nacional de Medicina, mostrando que > Paulista é "bamba mes-
mo" em tudo. Na Industria, na Guerra na Ciência.
Calma de Io^lez
Depois de encerrado o expediente, no sá-

T U
Missuri levanta brilhantemente o grande prêmio BRASIL.
Entrevista concedida a esta prestigiosa foljha por
M O S S O R Ó , encarnado no Sr. Penido Burnier.
IDtentre es . sucessos esportivos deste
ano, o grande prêmio B R A S I L sobre-
pujou a todos os outros e m brilho e im-
portância.
A bagatela de -300:000$000 não é para
se despresar e por isso, apresentaram-se
ao prado da G Á V E A grandes "cracks",
entre os quais se salientou o famigera-
do puro sangue nacional Flores da
Cunha que "traiçoeiramente" arrebatou
ao platino Belfort . segunda colocação
por ponta de língua. O "crack" nacional,
pertence a Sir Brunerb, distinto turf m a n
inglez. C o m e é do conhecimento de
todos, por ocasião d a primeira disputa
deste prêmio, foi seu merecido ganhador
o tordilho Messoró, justamente cogno-
minado "orgulho da "elevage" nacional"
A espetacular e impressionante vitoria
desse animal, trouxe-lhe desdie logo, as
importâncias de u m rei, e, c o m o rei que
é, não podia deixar de ter e m todas as
cortes do mundo, u m fiel corpo diplomá-
tico. Assim é que tem por representan-
te na corte de George V , o príncipe Char-
les Corbertt; na corte de S. M . Vitorio
Emanuel III, o famoso e rechonchudo
truão Tavolaro; n o Vaticano, tem como
embaixador S. R R . o Cardial D . Pa-
pahostia Limongi, justo orgulho do clero
nacional; junto a Hitler era, nos bens
tempos, representado pelo comandante
R o e h m e tropas de assalto, m a s c o m
o falecimento deste valoroso "semi-ho-
m e m " , decidiu sua magestade M O S S O -
R Ó , nomear para fazer as vezes do des-
temido comandante o Sr. Alfarro V o n
Armbrust, perfeito similar daquele valo-
roso cabo de guerra. Para representa-
lo junte á corte de S, M . Paulus Ca-
margus II e sua real e infidelissima es-
posa, D . Talarica 24.tt (ex-Roderica),
houve por b e m escolher o Sr. Penido
Burnier, que, aliás não é puro sangue
nacional m a s sim u m a mistura de punga
caipira c o m "percheron" francez, como
b e m denunciam seus largos cascos. Con-
d o de suas altas funções c o m e represen-
tante de S. M., junto a esta corte, o Sr.
Penido Burnier não faz outra coisa senão
rinchar e bater os cascos contra o pavi-
mento dos suntuosos salões .do palácio
da sedutora e inebriante Talarica 24.a.
C o m «* realização da segunda disputa
R
F i
i
V logias, Microbiologias, tera-
do grande prêmio Brasil, ocorrida na ca-
pital do Império de S. M . D ô r Nelas,
digno sucessor de seu antepassado Var-
gas, resolvemos entrevistar o Sr. Penido
Burnier, lidimo representante do "crack"
nacional.
A o lhe falarmos sobre o motivo Ide
nossa visita, o entrevistado impertigou-
9e, tomou a posição de sentido, bateu os.
cascos e adquiriu o ar grave e sombrio
que o m o m e n t o exigia. E disse, c o m
voz imperiosa e alevantada: — S. M .
M O S S O R Ó rinchará pela minha beca.
(Palmas, apoiados). Antes de tudo, devo
declarar aos senhores que a vitoria do
uruguaio M I S S U R I já era por m i m pre-
vista, dada a semelhança d o n o m e desse
parelheiro c o m o de Sua Alteza. E , desde
jiá, posso adiantar-lhes que, para o ano
vindouro, pelo m e s m o motivo, a vitoria
nesta importante prova caberá <* M A -
R A S S A ' , "crack" afamado das pistas m e -
dicinais, apesar deste animal ter de con-
ceder, pelas suas altas qualidades de san-
gue e inúmeras vitorias, colossal "han-
dicap" a seus adversários, pois será ca-
valgado pelo famoso "bridão" fascista
iDante Giorgi, que pesa "nada mais nada
m e n o s " que 120 quilos. Sobre a não par-
ticipação de sua Albeza este ano no gran-
de prêmio, devo dizer-lhes que isto se
deu por pretender contrair matrimônio
com a égua senhorinha Severa que pediu
sua pata e m casamento, logo após a con-
sagração de sua Alteza no ano passado.*
Empregando-se a fundo e m tão delicioso
noivado, sua Alteza não poderia amun-
dar-se na disputa desta sensacional prova,
sem as condições de treino que a sua
reputação e importância impõem. Outro
ponto que desejo frisar, é a participação
de S. A . n a organisação do novo mi-
nistério.
C e m isto, resolvemos cortar de todo
entrevista que ameaçava assim decer dos
paramos celestiais e m que se conservava,
ao charco imundo e podre onde chafurda
a política deste império.
Nota da redação: estamos seguramen-
te informados que o cavalo Marassá im-
poz c o m o condição "sine qua n o n " de sua
participação na prova de 1935, a reali-
sação deste, e m pista de grama, dado o
seu proverbial costume de alimentar-se
durante a carreira.
FINOCCHIARO
bado, certo inglês' director de uma grande
companhia ia em direcção de seu hiate. Pelo
caminho recebe um telegrama:
«Nosso caixa que se encontra Monte Cario,
deu desfalque 100.000 libras.»
0 Anatomias, Fisiologias, Histo- O inglês tira a cinza do charuto e diz á
esposa i_ . ^.
— "Como hei de ficar aborrecido quando
pêuticas, Técnicas Cirúrgicas,
% ler isto, segunda-feira'...
Querem saber qual é a sensação duma que-
O etc, etc, etc, etc, etc, etc.
da de cara de uma altura de 3 metros?
u Perguntem ao Claudino, também conhecido
por Pitôco,-«Aposentada,» • etc, etc. Ele tem
SÓ experiência própria.
O que lhes posso adiantar é que fica, no
solo, fielmente esculpida em baixo relevo, a
fisionomia da vitima, mesmo se esta tiver o
nariz desviado da linha mediana como o infe-
liz Pitôco.
OS MELHORES FREI.
CO
P R E Ç O S
As colunas do Ristúri serão fran-
queadas a todos os estudantes das
Escolas superiores de São Paulo, que
endereçarem suas colaborações ao
nosso Diretor, Pedro Taufik Camas-
to
mie, Avenida Paulista, 18, Caixa pos-
AS MELHORES
tal 2031, ou entregarem diretamente
O CONDIÇÕES
aos redatores deste periódico.
Só serão aceitos artigos devidamen-
— te assinados, ainda que, pela vontade
>
— do autor, devam ser publicados sob
RUA VERGUEIRO, 231 pseudônimo. A publicação destes arti-
_J
TEL 7-0482 gos assinados não significa comunhão
de idéias entre a redação e o autor.
A Direção reserva-se o direito de
publicar ou não, as colaborações re-
Por u m a mensalidade pequena cebidas.
ANÚNCIOS
o C. A . O . C. vos proporcionará
Preços:
regalias enormes. Anúncios em qualquer pagina sem
ser primeira:
Inscrevei-vos sócios do C. A.
1 pagina 100$000
Oswaldo Cruz. 1/2 pagina . 60SOOO
1/4 de pagina. 351000
Cent. de- coluna 1$000
Nos arredores de Curitiba
 o bisturí

30001 IOE301 30C301

rrQUADRONAL
D
Acadêmicos de Medicina
Vestir-se n a

ALFAIATARIA
é o novo anti-neuralgico de efeitos surpreendentes
Bi \ ^-i SÁO PAULO *~-^
QUADRONAL
é usado na Alemanha contra a GRIPE e resfriados
ZNACADEMICA
O é vestir-se c o m nobreza e distinção.
n
o
QUADRONAL Preços especiais para os Universitários.
TRAV DO COMERCIO, 2 TEL. 2-4541
é eficaz também nos casos de Enxaquecas, Dores de
(Esq. 15 de Novembro) - sobreloja - sala 1 SÃO PAULO
cabeça, Reumatismo, Dores de dentes, Nevralgias,
D Efeitos do álcool e Menstruação dolorosa
O

Embalagem original e interessante em lindo estojo

de metal próprio para bolso; em tubos de 10 e 20 com-
Ecos de Bolucâlú
O Hotel Gloria, 4 1/2 da madrugada recolhem-se. Renato queixa-se de frio.
primidos e em envelopes de 2 comprimidos
D do dia da volta. Tune levanta-se, pega u m cobertor,
O Tune, Silvio, Armando e Paulo, vol- prende nas venezianas e cobre 1 janela.
PEÇA "QUADRONAL" AO SEU FORNECEDOR tando da serenata que foram fazer á "E' claro" —- explica — "'cobrindo a
pequena de preto, entram pelo hotel a janela, não precisamos nos cobrir/'
jj Asta Werk A. G. -• Brackwede, Alemanha 2dentro, n u m cordão fantasma. Os 4 sentiram calor a noite toda.
Pouco depois 4 pessoas dormem pro-

L Peçam amostras e literatura

3QC30CZ OCUPE
1 á Caixa postal 2026, São Paulo

I0E3OE 30E30E
zi
"Lili, oh meu bem,
Teu amor eu tenho...
E' meu, e de mais ninguém.''

Foi um reboliço — Sapatos, roupas,

água, cerveja e toda a espécie de pro-
fundamente. A voz grossa do Silvio
ressoa — "Renato!" " O que é?"
"Ah... B e m !... si você estivesse dor-
mindo eu te arrumava u m copo da-
gua..."

L A B O R A T Ó R I O DE ANALISES jetís.
BAR e SORVETERIA
A dona do hotel — olhos esbugaiha-
Drs.
ÁLVARO DE S. SANCHES - MARIO DE S. SANCHES
dos, resfolegando como u m a locomoti-
va, corre ao telefone:
AVENIDA
^ e LUIZ CANALE "Seu delegado, pur favòre — venha
CHIB GASEL
Doces variados
P R A Ç A R A M O S D E A Z E V E D O , 18 (Palacete S. Pedro) vé o freggio" Sorvetes de todas qualidades

7.° andar — Salas 709 = 710 = 711 Quarto 29 •— Segundo andar. Nossa Café 100 rs. — Media 300 rs.

T E L E P H O N E N. 4-3461 —:— SÃO P A U L O chegada — Depois do banho do Ca- RUA DA CONSOLAÇÃO, 43o
masmie — Silvio e Tune, após darem (No ponto do bonde)
uma volta de inspecção pelo telhado,

<•

«In Extremis...» d a aula!

II Ao meu veneravel amigo e mestre
V o n Taturanowsky professor de Pra-
ga, ou vice-versa.
Deve ser a sua Companhia para os seus seguros Nunca ter aula assim! Nunca estudar num dia
Assim! De um sol assim!
Tu, com aquela mania
CONTRA F O G O De dar aulas sem fim, tendo a turma segura,
A olhar entediada os tubos de cultura!

MARÍTIMOS E um dia assim! De um sol assim!

Já toda a turma
Está a bocejar em uma aula tão "páu' !
Olhos tontos de sono, pensando cícoisas feias",
FERROVIÁRIOS Jarbas cantando fora. . . Zolá vendendo meias. . .

E aqui dentro o silencio... E este espanto... E este medo

De uma sonora bomba ao fim do ano, pois vejo
SEDE:
Aproximar-se o exame (E de novo bocejo). . .
R U A S Ã O B E N T O N.« 25
E eu com. o frio a crescer no coração! A hora
CAIXA P O S T A L , ?09 TELEPHONE 2.0247
Já de ha muito é esgotada; mas a aula demora
Ainda a terminar. Passa-se o tempo! Enfim!
S A O P A U L O Passou o pesadelo! Como ao som de um clarim
Toda a turma se escoa, desce a escada e imagina
A delicia de um banho no interior da piscina. . .

MANKCO
Liquidações rápidas a vista
N. B. — Os alunos que não acharem graça "nestes versos
sem desconto tão singelos", poderão dirigir-se á redação do "Bisturi" onde
lhes será mostrada onde está a graça e o tamanho dela.

•^ !f
 b is t u r í

Na minha casa... O Lobo e os Cordeiros

(Este titulo é perfeitamente idiota. C o m o era preciso u m
João Marques de Castro titulo, p u z este, assim c o m o poderia ter posto " O secreta-
rio e os bichos", " O gato e o violino", etc.)

1 XII
Bater de pés, olhares impacientes para bar, no cemitério do Araçá e adjacências.
a porta, convulsões inquietas na sala ide Camaradamente o noso amigão, Dr. Ba-
Na minha casa Este olho inchado, Anatomia. Porque? E ' que <t "turma" véro, consentiu e m terminar a sua aula
O papai está. Preto, ordinário, espera- ansiosamente pelo fim da aula, cinco mílutos antes das nove, coisa essa
Nunca mamãe para dar largas á sede de justiça e de única nos anais da Historia e que, certa-
E' pois presente sangue de calouro que justamente inun- mente, mereceria mais amplas considera-
Gostou de lá. De aniversário. da as suas almas. N a véspera u m cre- ções, si o espaço nô-lo permitisse. Limi-
tino m a s musculoso "bicho" atingira des- tamo-nos pois a augurar a freqüente re-
graçadamente, c o m delicado contacto da petição desse fato, afim de certificarmo-
II XIII sua munheca contraída a região naso- nos si não passou de u m a ilusão dos sen-
labial do querido Borbinha, causando- tidos ou de u m sonho coletivo.
Mamãe trabalha lhe, além de ligeira demolição da facha- Voltando á vaca fria, ás nove menos
Viva mamãe, ida, extensas fraturas dos óculos e do re-
Para me dar cinco a turma saiu da aula, dirigindo-se
Bela senhora. lógio. Eis porque, unanimemente, foi "calma e soturnamente", afim de não
Pão com banana
Morra papai decretado o estado de sitio e a suspensão infringir o regulamento", para o porão,
E bem estar. de todas as garantias constitucionais no da Faculdade. jLá começaram então os
Sem mais demora! 4.° andar, no portão da Faculdade, no festivos preparativos da grandiosa rece-
pção. C o m o resultado de u m a "vaca"
III promovida pelos mais espertos, comprou-
se então abundante provisão de vegetais
Papai é um cara leguininosos, tomates frescos, graxa de
Maldoso e cão sapatos, farinha de trigo, etc. Mais ou
menos ás dez horas começou o bombar-
Que só me espanca,
Sem dar tostão. CARICATURA deio. Guarnecendo a mossa turma, á
qual aliás aderiram eficientemente muitos
outros veteranos, todas as saídas e esca-
pulas possíveis, quasi toda a 2.a serie do
IV (pelo lápis do XENON)
C. U . (Colégio Uríaversitario) entrou e m
fogo. F o r a m então momentos verdadei-
Mamãe me adora. ramente dantescos. Via-se calouros c o m
Que coração! o pavilhão da auricula artisticamente en-
tupido de legitimo "pommidoro", as
Papai só gosta faces ligeiramente ooradas de negro, os
Do garrafão. cabelos alvos pela imaculada fécula, c o m
o paletó no avesso, as calças arregaçadas,
oferecendo alguns u m aspeto que justifi-
V caria m e s m o u m a enérgica intervenção do
pudibundo Dr. Costa Neto. A turma
Em minha casa alacre dos manifestantes estava dividida
e m três grupos: uns que tornavam con-
Tem todo dia
tacto direto e intimo c o m a massa amorfa
Gritos e berros, dos calouros (cujos nomes não posso
Pancadaria. mencionar porque isso os "faria" muito
infelizes), outros que operavam á dis-
tancia, descrevendo artisticas parábolas
VI com suculentos tomates que se iam desin-
tegrar de u m m o d o altamente interessante
Si papai bebe nas regiões craniais ou cranio-tfaciais dos
homenageados e, finalmente, outros mais
Mamãe apanha. covardes que, ocultaaidosse nas sombras,
Também apanho, perpetravam mesquinhas façanhas vinga-
tivas, visando c o m sucesso os crânios dos
Bem se concebe.
próprios colegas c o m quem tinham anti-
gas contas a ajustar. Por este ultimo m o -
VII tivo, ao terminar a refrega, via-se espar-
sas pelo porão massas pastosas e irreco-
Digo a mamãe: nheciveis, impossíveis de se identificar,
si calouros, si veteranos.
"Porque papai, M a s as grandiosas manifestações não
Tão grande e forte, Mario Domingues aqui se limitaram a isso. Aproveitando inte-
ligente sugestão da cadeira de Anatomia,
Daqui não sai? Ornamenta o Bisturi. administrou-se a vários calouros, parti-
Tem o nosso amigo, em tudo, cularmente robustos e sadios, u m vigoro-
VIII so fortif icante preparado por compressão
Um ar de leão narigudo; das oleaginosas sementes do Ricinus
Com juba cortada rente. communis. Outros então, mais sangui-
Trabalhas tanto,
De perfil passa por gente, nários e incontrolados, podaram com u m a
Mas ele não. belíssima tesoura os longos e sedosos ca-
Porem, si olhado de frente, chos das cabeleiras dos "bichos", reco-
Tira-lhe a pinga,
Causa pasmo, susto, horror. mendando-lhes c o m insistência o uso ide
Verás então" "Jaboo"
E' que, com nosso doutor,
Assim, entre outras selvagerias, ter-
A pródiga natureza, minou-se o castigo divino da insurreição
IX
Em procura da beleza, dos calouros. E m compensação, na ma-
Nada diz ela. Cedeu ao sábio infeliz, nhã seguinte, foi desferido d o Olimpo da
nossa Faculdade o seguinte raio:
E' muito boa. Pouca cara, mais nariz. "Estão suspensos por 8 (oito =
Tanta bondade 4- -f- 4) dias os alunos d o 1.° ano do C.
METCHNIKOFF M . (Curso Medico) por desrespeitarem
Até me enjoa. .
o pudor e a sensibilidade dos seus in~
tangíveis colegas do C. U . (Curso Uni-
versitário)"
E assim a turma do 1.° ano poude go-
Que um amiguinho zar de merecido socego, depois de tão
agitados momentos. E enquanto durou
Em casa vá. a suspensão treinou-se ela no xadrês,
Papai é forte, ping-pong, dominó, "caixeta", esperando
Nele dará. BRASÃO OLYMPICO o castigo que para ela significaria o rei-
nicio das aulas acadêmicas.
PALOOKA
XI O mais completo armazém
de artigos para Esportes
Fiz anos ontem Colegas, a vossa representação
Alegre então é feita pelo Centro Acadêmico
SÃO PAULO Oswaldo Cruz. Procurai engran-
Papai me deu
RUA J O Ã O BRICCOLA, 16 e 18 TELEFONE 2-2110 decê=lo.
Um bofetão