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CONFIRA AINDA N O BISTURI

Ato médico e a regulamentação A desocupação do Pinheirinho. A nova sessão do programa de


da carreira. Página 14. Página 13. Tutoria e Mentoring. Página 16.
São Paulo, Março de 2012

EDITORIAL
o-
O Bisturi segue ERRATA
Na capa da última edição havia fotos de todas as extensões acadêmicas,

seu ritmo menos a do Departamento Científico (DC).


No editorial foi anunciada a revelação do Ombudsman presente na
mesma edição, mas a revelação não ocorreu.
O texto de apresentação da Bandeira Científica, da página 15, não é
C a r o leitor, aqui vai mais u m a um horóscopo duvidoso, buscou-se a
edição d'O Bisturi, o jornal do maior variedade possível. Trouxemos o texto original enviado pelos diretores da extensão. Devido a problemas
estudante de medicina da USP. o fechamento de contas pendentes com prazo e confirmação dos emails recebidos, a edição escolheu u m texto
Esperamos que todos tenham gostado de dezembro, janeiro e fevereiro e de apresentação exposto na página virtual da extensão. O texto original
da última, ou pelo menos que ela tenha u m texto informativo sobre o Endow- encontra-se nesta edição.
mexido com a curiosidade dos calouros ment, u m projeto que o CAOC retende
sobre as extensões da Casa. Diferente implantar e que merece discussão por
mm
da primeira edição, feita de apre- todos os alunos. Há também u m texto
sentação para os novos alunos, agora sobre a semana de recepção, de acor-
trouxemos matérias e textos mais
variados, escritos por colaboradores
muito interessados e m participar tanto
do Jornal quanto do CAOC.
do com nosso ilustríssimo tesoureiro
Sérgio Brasil Tufik. Estes são textos
com maior enfoque e m finanças,
apresentados de maneira informativa.
PERFUMARIA DO CAOC
Desde a primeira edição, muitas Em contraponto, estamos publi- NATURA/AVON À PRONTA ENTREGA
coisas aconteceram; semana de re- cando textos e m tom de brincadeira,
cepção, começo das aulas dos calou- como o horóscopo das páginas 18 e
VÁRIAS PROMOÇÕES
ros, provas, inauguração do PubMed, 19, que contou com a participação de DESCONTO À VISTA E NO BOLETO
happy hours e até o churrasco da vários colaboradores. Também e m ca-
invasão. Os calouros agora conhecem ráter despojado, mas com viés lírico, DE ATÉ 20%
u m pouco da escola que vão estudar o calouro Folhinha nos escreveu três
nos próximos anos, cada turma está se textos, aparentemente aleatórios,
adaptando ao novo ano de graduação com temáticas do universo dos ca- PRESENTES EM GERAL
e as extensões aos poucos estão fir- louros. Aqui gostaríamos de expressar HIGIENE E TOUCADOR CA
mando u m ritmo próprio, com carac- nossa satisfação e m atrair u m colabo- TUDO PARA O SEU BEM ESTAR. *TAQ
terísticas próprias das gestões atuais. rador tão assíduo e, principalmente,
Nesse sentido o grupo de edição do primeiro ano. - ^ \s
d'0 Bisturi se sente orgulhoso de O programa de Tutoria também
atrair novos colaboradores e abrir teve sua participação a estréia de uma
u m espaço para todos os interessados nova sessão, "Meninos eu vi", e m que Av. DR. ARNALDO, 455 | SUBSOLO, BOX 4 - COM VERGÍNIA
e m escrever, seja o tema ou a forma a cada edição trará u m texto de u m
que os interesse. Na primeira semana tutor com relatos pessoais. Pretende-
de março conseguimos realizar u m a
reunião de brainstorm reunindo u m
-se aproximar o programa dos alunos,
m e s m o s que não o freqüentam e
JORNAL DOS ESTUDANTES
punhado de colaboradores. Discuti-
mos sobre esta edição, levantamos
mostrá-lo como u m contato interativo
e mais lúdico com alguns médicos e
DE MEDICINA DA USP
possíveis matérias e, acima de tudo, professores, diferente do contato nas
passamos horas e m u m bate papo com salas de aula.
Departamento de Imprensa Acadêmica
temas variados, e m que a idéia prin- Por fim, também estamos pu- Centro Acadêmico Oswaido Cruz
cipal era estabelecer u m a conversa blicando textos com conteúdo mais
aberta. Todos colaboraram, alguns denso, com críticas sobre assuntos EDITOR-CHEFE

escrevendo textos e outros expondo polêmicos que chamaram a atenção Wagner Machado de Moraes Busato (98)
idéias e diferentes pontos de vistas. da opinião pública no início do ano.
Esperamos que essa reunião se COLABORADORES
Tratam-se das desocupações da Cra-
tome algo fixo e, no futuro, tradicio- colândia e do Pinheirinho. Esperamos Thierry Lodomez Mecchi (98), Allan Brum (100), Flora Goldemberg (99),
nal; e m princípio elas ocorrerão na com esses textos despertar discussões Lucas Lisboa (99), Paula C h o (99), Dr. Bruno H. Machado, Dr. Luiz Alberto
primeira quarta-feira de todo mês. A entre os leitores, levando-se e m conta Chaves de Oliveira, Yan Pagnard (98), Sérgio Brasil Tufik (97), Yuri Botelho
idéia é inserir os alunos interessados a parcialidade dos autores, inerente (97), Carolina Bullara (98), Gabriel Dias (98), Maria Beatriz Lacerda
no processo de edição de forma mais a qualquer texto. de Paula Coelho (98), Bruno Lepri (98), Gabriella Vargas de Marco (100),
oficializada, mas de forma despojada. Vale comunicar que o Dr. Laço, Guilherme Kazuo (100), Thiago Moraes (96), Filipe Palermo (98),
As reuniões não devem visar unicamen- que forneceu vários dados para a Tayrine Mazzoti (97), Ana Sales (97)
te à produção de textos ou debates construção do texto "Cracolândia",
polarizados e sim promover trocas de dispôs-se a participar de u m "CAOC
DlAGRAMAÇÀO E ILUSTRAÇÕES
informações de forma construtiva. Vale convida" a ser marcado e debater IMPRESSÃO TIRAGEM
Volpe Artes Gráficas
lembrar que os encontros estão e m u m com os alunos da Faculdade sobre a Gráfica Taiga 3.000
Tel: (11)3654.2306
contexto maior de aproximação do Cracolândia e políticas de combate ao
CAOC aos alunos, u m dos fundamentos consumo abusivo de drogas. Este jornal nâo se responsabiliza petos textos assinados. O s textos assinados náo refletem
da chapa Juntos Por Mais Cem. Enfim, esperamos que todos apro- necessariamente a posição da gestão. O Bisturi se disponibiliza a publicar cartas-resposta
aos textos aqui publicados, mediante envio destes até a data limite para diagramação.
Os textos aqui presentes vão des- veitem essa edição e que surjam novas Envie textos, dúvidas e críticas para caocOcaoc.org.br.
de u m debate sobre o ato médico até idéias e participações para as próximas!
São Paulo, Março de 2012
&

EDITORIAL

Ombudsman 2011
F o i a pedido da edição atual do Mensalmente, os editores d'0 de que u m artigo de opinião nem sem- do Centro Acadêmico porque isso é de
Bisturi que vim escrever u m pou- Bisturi m e encaminhavam o conteúdo pre é u m artigo da sua opinião. Sei que interesse dos alunos, mas essa não é
co sobre como foi a experiência da edição, discutíamos os artigos, e alguns textos causaram alguma dor de sua finalidade máxima.
de ser Ombudsman no ano de 2011. se alguma coisa saltava aos olhos, cabeça, principalmente no começo, O fato de O Bisturi ter se tornado
Posso dizer e m u m a palavra: meus ou deles, eu m e concentrava quando a ausência de vínculo entre u m departamento do CAOC forneceu
inusitada. T a m b é m fui u m a das edi- e m escrever sobre isso. as opiniões expressas nos textos e a u m a estabilidade que com certeza é
toras d'0 Bisturi no ano de 2010, Logo nos primeiros meses, fiquei posição oficial da diretoria ainda não a principal responsável por ele ser u m
então entendia b e m dos problemas muito satisfeita c o m a repercussão. tinham ficado muito claras. dos periódicos universitários mais tra-
que os editores enfrentam quanto a Alguns leitores, tanto de dentro, Excluídos os mal entendidos, pos- dicionais do país, mas na minha opi-
elaboração da coletânea de textos quanto de fora da faculdade, ficaram so dizer que a confusão toda m e deixou nião também apagou u m pouco do seu
a serem publicados. Sempre gostei simplesmente transtornados c o m o bem contente, e acho que mostrou pra brilho e causou u m "pudor" que u m
muito d'O Bisturi e sempre acreditei conteúdo dos textos, os diretores do muitas pessoas que O Bisturi não é só Centro Acadêmico representativo e
que ele tem u m impacto muito gran- CAOC fizeram u m bolão pra descobrir u m gasto do Centro Acadêmico, n e m responsável pelos alunos da Casa com
de, talvez maior fora da Casa do que q u e m era o O m b d s m a n e diversos uma obrigação dos departamentos. É certeza deve ter, mas u m jornal, não.
entre seus alunos. nomes foram cogitados. Algumas u m meio de comunicação forte e acho Há muitos Ombudsman na história
O Bisturi tem u m passado inves- pessoas reconheceram m e u estilo de que todo mundo precisa pensar duas do jornalismo, e cada u m se desta-
tigativo e responsável que é muito escrever, outras não. Algumas pesso- vezes antes de tentar usá-lo a seu favor cou por u m motivo específico, mas
difícil manter hoje e m dia. Talvez seja as ficaram obcecadas por descobrir ou contra alguém. acredito que poucos tiveram a opor-
u m a característica da nossa geração, quem estava escrevendo aquele tipo O Bisturi não é u m panfleto do tunidade de ser Ombudsman de u m
talvez seja pela quantidade de meios de coisa, porque grande parte dos CAOC, O Bisturi é dos alunos. Não jornal que previamente havia estado
de comunicação que existem hoje, meus textos iam diametralmente é só porque saiu u m texto com u m sob sua responsabilidade. Agradeço a
desprestigiando os meios impressos, contra outros textos da m e s m a edi- posicionamento oficial da diretoria oportunidade que m e foi dada pelos
como u m jornal. ção, obviamente, de propósito. Mas do Centro Acadêmico que não pode editores d'0 Bisturi 2011, e se alguém
Fato é que atualmente são poucas todo mundo falava d'0 Bisturi. ser publicado u m texto (devidamen- for ocupar o cargo de Ombudsman e m
as reportagens d'O Bisturi que geram N e m sempre eu escrevi de acordo te identificado, assumo) na m e s m a 2012, aguardo pela leitura.
algum tipo de polêmica na Casa. Essa com as minhas próprias opiniões. Na edição apresentando argumentos
sempre foi u m a frustração minha verdade, raramente tive a oportunida- opostos. Lógico que o Bisturi deve Tayrine Mazotti de Moraes,
como editora, essa divisão entre o de de fazer isso! Aí entra outro fato, conter posicionamentos da diretoria turma 97.
texto jornalístico e o artigo de opi-
nião que as pessoas tem tanto medo
de explorar. U m artigo de opinião
bem escrito deixa muito claro que é
u m artigo de opinião e não deve ser
temido n e m desmerecido por u m jor-
OMBUDSMAN 2012
nal. U m b o m leitor de u m b o m jornal E a í , qual é a desse novo O m - fevereiro seja meio repetitiva para o nosso porão está precisando...
sabe muito b e m diferenciar quando budsman? Antes de tudo, pessoal das turmas mais velhas, que O texto do Show Medicina
u m texto é jornalístico e quando u m deve-se ressaltar que, em- abre o jornal esperando alguma coisa cumpriu à perfeição a função de
texto é u m artigo de opinião, e sabe bora respeite as opiniões de seu curiosamente semelhante ao que es- não explicar absolutamente nada
pesar o valor de cada um. antecessor, o Sr. O m b u d s m a n tava lá no ano passado... Dessa vez, sobre coisa nenhuma. A coluna,
Q u a n d o os editores de 2011 resolveu não falar sobre C A O C isso não ocorreu. A diretoria do CAOC porém, espremida no cantinho da
entraram e m contato comigo a res- "de esquerda" ou "de direita". As mandou b e m na sua apresentação, página reservada à AAAOC, não
peito do O m b u d s m a n , m e interessei importantes questões políticas da e m u m texto que fez muito mais do foi devidamente separada, o que
justamente por esse motivo. A defi- faculdade e da universidade têm que meramente apresentar o Centro pode ter confundido u m ou outro
nição absoluta de O m b u d s m a n é que seu espaço garantido e m outras Acadêmico aos calouros. Deu aos ve- calouro ainda não familiarizados às
ele deve garantir a imparcialidade. páginas deste jornal, m a s não teranos a oportunidade de comparar a sutis diferenças entre essas duas
Imparcialidade não é não ter u m a vão invadir esta pequena coluna gestão atual com as que vieram antes instituições.
opinião parcial. Todo m u n d o tem aqui no canto da pagina. Não que e entender quais são seus objetivos. Devido a u m erro na arte
u m a opinião a respeito de tudo. o Sr(a). Ombudsman não esteja Longe de se prender aos pontos posi- final, o logo do D C acabou es-
Ninguém que escreve u m b o m texto nem aí pra elas. Pelo contrário. tivos do CAOC, a diretoria reconhece quecido na capa da edição, onde
consegue ler a respeito, se informar Ele apenas resolveu não entrar a falta de aproximação entre o Centro todas as outras nove instituições
e redigir sem formar u m a opinião, nessa. Assim, pode utilizar toda a e os alunos e ressalta o fato de que foram devidamente representa-
por mais que ao escrever a boa arte sua energia (e o seu espaço) para o porão tem sido subutilizado e que, das. Acontece...
floreie essa opinião n u m a disfarça- exercer a sua função: falar o que branco, asséptico e estéril, lembra
da "imparcialidade" Isso não é u m vier na cabeça e, se der tempo, mais u m centro cirúrgico do que u m Na última página, havia u m a
grande problema: u m jornal pode comentar O Bisturi. centro acadêmico. Aparentemente, tirinha de difícil compreensão
ser imparcial por apresentar dois C o m o de costume, e m feverei- não por muito tempo. E m breve, o envolvendo u m paciente com pria-
pontos de vista parciais e opostos a ro 0 Bisturi cede espaço para que CAOC voltará a ter u m bar, e as pare- pismo. Sugiro que O Bisturi baixe
respeito de u m assunto e confiar na cada instituição da faculdade se des do CV serão pintadas. Na humilde o nivel de complexidade de suas
inteligência do leitor para formar apresente aos calouros. Por isso, opinião do Sr. Ombudsman, é de u m tirinhas ou arrume u m Ombudsman
sua própria opinião. Sempre escrevi é de se esperar que a edição de pouquinho de poluição visual que o mais esperto.
meus artigos pensando nisso.
São Paulo, M.MU' de 2012
&

TESOURARIA
Fevereiro de 2012 Janeiro de 2012
Despesas Despesas
Fevereiro Semana de Recepção - Xerox 524,85 Janeiro MedEnsina R$135,35

Fevereiro Semana de Recepção - Materiais 2048,36 Janeiro Bisturi R$2.450,10

Fevereiro Cartório 132,4 Janeiro Cobrem 2012 R$ 400,00

Fevereiro Mercadorias para Loja 18180,5 Janeiro Suprimentos R$ 820,61

Fevereiro Cervejada da Saúde 10587,96 Janeiro Mercadorias para Loja R$9.677,5

Fevereiro Suprimentos 672,82 Janeiro Secretária Encargos Trabalhistas R$2.751,19

Fevereiro Tarifa Bancária 90 Janeiro Tarifes Bancarias R$56

Fevereiro Bisturi 2020,2 Janeiro COBEM2011 R$ 422,20

Fevereiro Honorários Advogados 2236 Janeiro Honorários Advogados R$ 2.925,27

Fevereiro Secretária Encargos Trabalhistas 1314,54


Fevereiro Secretária - Salário 2320,01 Total de Despesas R$19.638,22

Fevereiro BIO 60
Fevereiro Honorários Contador 320 Receitas
Fevereiro Semana de Recepção Coffe 4200 Janeiro C O B E M 2011 R$ 1.908,00
Janeiro Vendas da Loja R$1.333,89
Total de Despesas 44707,64 Janeiro Aluguel R$ 900,00
Janeiro Bisturi R$ 150,00
Receitas
Fevereiro Telefone 117,65
Total de Receita 4291,89
Fevereiro Semana de Recepção - Vendas 9162
Fevereiro Adevisos 325
Fevereiro Transferência FFM 25.000,00 Dezembro de 2011
Fevereiro Aluguel 900
Despesas
Fevereiro Loja 8725,74 Dezembro COBEM2011 R$ 1.430,00
Fevereiro Armários Renovação 420,00 Dezembro Suprimentos CAOC R$ 496,73
Fevereiro Cervejada da Saúde 9.030,70
Dezembro Marítima Seguros R$218,22
Dezembro Cartório R$ 275,70
Total de Receita 53.681,09
Dezembro Hospedagem do Site R$130,00
Dezembro Secretária Encargos Trabalhistas R$1.347,36
Dezembro Secretária Salário R$ 967,80

Total de Despesas R$4.865,81

Receitas
Dezembro Venda Loja R$410,21
Dezembro Aluguel Perfumaria R$ 1.200,00
Dezembro Anúncio Bisturi Perfumaria R$150,00

Total de Receita R$ 1.760,21


São Paulo, Março de 2012
a

Aberto de segunda à sexta das 17h às 23h.


São Paulo, Março de 2012

a &

G4

Filhos de Arnaldo,
A diretoria do C A O C alerta,
a festa G 4 está sendo organizada
para ser a melhor, maior, mais
legal, com o melhor O p e n Bar,
mais badalada, com mais gente
bonita, com as melhores atrações...
Enfim, venham para a maior
festa da USP! Prepare-se,
sexta-feira, 25 de Maio.
São Paulo, Março de 2012
& éUs&CCíAÃ,
ENDOWMENT

Endowment: u m grande salto para


os filhos da "Casa de Arnaldo"
E n d o w m e n t . U m termo relativa-
mente novo para os brasileiros, PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM JUN/2009 (EM US$) Você sabe de onde
mas u m a forma de organização
$25.662.055.000 vem o dinheiro que
1. Harvard U
educacional muito b e m estabelecida é usado na sua
nos países desenvolvidos. Na Faculdade 2. Yale U $16.327.000.000 formação?
de Medicina da USP, esta idéia está sen-
do lançada e m plena comemoração do 3. Stanford U $12.619.094.000
centenário, com a perspectiva de repre-
sentar u m grande salto na qualidade da
formação dos alunos. Entenda o que é,
e saiba como se envolver neste sonho.
Os endowments são fundos de do-
ações muito comuns e m outros países,
4. Princeton U
5. U of Texas system
6. U of Michigan
$12.614.313.000
$12.163.049.000
$6.000.827.000
A resposta é ICMS (im-

posto sobre opera-


ções relativas à cir-
culação de mercadorias e
c o m o por exemplo os EUA. Embora 7 Columbia U $5.892.798.000 prestação de serviços de
não fosse sua fundamentação inicial,
transporte interestadu-
os endowments se caracterizaram 8. Northwestern U $5.445.260.000 al e intermunicipal e de
para oferecer u m a base financeira
9. U ofPennsylvania $5.170.538.000 comunicação). Tentando
adicional ao sistema educacional de
simplificar, é o imposto co-
u m país, principalmente no meio uni-
versitário. O maior fundo atualmente
10. U of Chicago $5.094.087.000 brado toda vez e m que se
é o de Harvard, c o m u m montante comercializa um produto ou
acumulado de aproximadamente 26 mentos ou ser carimbada para u m de- inserção do projeto dentro do CAOC e serviço. São Paulo é o esta-
bilhões de dólares. Esse fundo per- terminado projeto e m especial, como a representação discente baseada e m do que mais arrecada ICAAS
mite que e m média sejam investidos por exemplo bolsas para pesquisa, apenas u m aluno, causaram discussão e
num aluno de Harvard 150 mil dólares ingresso de congressos, construção de por isso a votação foi adiada. Este ano,
no Brasil e que, a partir da
por ano no decorrer da sua formação u m a quadra poliesportiva, compra de na semana de recepção da turma 100 implementação da nota fis-
acadêmica. Para se ter u m a base de materiais médicos para atendimento foram iniciadas as divulgações para os cal paulista, ampliou ainda
comparação, na USP este valor é de 33 ao público, entre muitos outros. pais dos alunos e já houve u m b o m re-
mais este crescimento. E m
mil reais, ou seja, aproximadamente Todo o projeto tem como princí- torno destes, m e s m o sem terem todas
u m oitavo.Aqui, este valor é provindo pio fundamental plena transparência, as definições do projeto para apoiá-lo. 2010, foram arrecadados R$
exclusivamente do estado (entenda para que todos os doadores saibam A partir deste momento, serão 92 milhões. As receitas das
melhor no quadro abaixo). exatamente para onde seus recursos feitas várias reuniões abertas para 3 universidades estaduais
Embora ainda muito recente, os serão revertidos. Além disso, vale os alunos se envolverem no assunto,
endowmentsjá estão sendo implemen- ressaltar que e m hipótese nenhuma tirarem suas dúvidas e darem palpites
(USP, Unesp e Unicamp) é
tados tambémno Brasil. Os principais o dinheiro provindo do endowment para o Endowment FMUSP ser defini- de 9% do ICAAS, sendo 5,5%
projetos são os da Poli, FEAe SanFran, será usado para fins que não levem tivamente moldado e plantado para destinados para a USP e
todos dentro da USP. Seguindo a mes- diretamente para u m ganho na vida render frutos o quanto antes.
4,5% para Unesp e Unicamp.
m a filosofia, oEndowment FMUSP é acadêmica, esportiva ou científica dos
u m fundo de doações voltado para os alunos. Festas, bebidas alcoólicas, jo- Sérgio Brasil Tufik
alunos da Faculdade de Medicina da gos e outras atividades neste sentido
USP. A idéia do projeto é arrecadar do- não serão beneficiadas pelo fundo, e m
ações de alunos, ex-alunos e empresas hipótese alguma. ~i A P A N E X K F O O O

e aplicá-las. Neste contexto entra a


Endowments Brasil, empresa que está
desenvolvendo o projeto e m conjunto
Ao que foi estabelecido até o
m o m e n t o , toda movimentação do
fundo geral só é efetivada se haver
ÍHOW
Apresento sua carteirinha de Estudante Residente. Professor ou Funcionar
com os alunos e que através da análi- aprovação dos alunos (representa- da Faculdade de Medicina USP, H C e INCOR e ganhe Medicina USP
se do mercado financeiro coordenará dos pelo diretor do CAOC, do diretor
Até 6 0 % de Desconto! HCelNCOR
as aplicações, mesclando fundos de da Faculdade de Medicina, do pre- Aos Domingos, acompanhado de u m pagante integrai você Iara 6 0 % de desconto
Nas terças quartas e sábados, acompanhado de u m pagante integral, você tara 5 0 % de i1aai:ijiiti
renda fixa e variável, para buscar o sidente da Associação dos Antigos Nas quintas o seitas acompanhado de u m pagante Integral, você ler* 4 0 % d* desconto
Vilicto ite julho de 2012 somente no rodCdo
melhor rendimento a longo prazo e Alunos, do diretor da Fundação Fa-
estabilidade para permitir retiradas culdade de Medicina e o presidente
constantes, vale ressaltar que apenas da Fundação Zerbini).
os rendimentos desta aplicação são No final do ano passado, foi co-
revertidos para o desenvolvimento das gitada u m a reforma estatutária no •
atividades discentes. CAOC para inserir o endowment. Alguns
A doação, a princípio, pode ser pontos, como a relação do conselho lua Capote Valente. 544 Pinheiros
www.iushishow c o m br 1 1 30o2 3353
destinada ao fundo geral de investi- curador c o m a assembléia geral, a ' *^~,:M - * *"- 3"*"»1
São Paulo, Março de 2012

o 0-
SEMANA DE RECEPÇÃO

Semana de recepção e m perspectiva

Sér$h Brasil Tufik esforçando ao máximo para que nossos U m segundo ponto a ser comenta- favor dos primeiro-anistas de 2012,
irmãos caçulas se sentissem bem, in- do é o crescimento dos recursos utili- a história volta a se repetir com eles
012 é sem dúvida nenhuma u m dependentemente do evento ou local zados para desenvolver as atividades também. A medida que o tempo passa,
/ ano muito especial para todos que estivessem. Não senti desta vez de acolhimento durante a semana de cada vez menos será feito para eles
Â~»-. os alunos, ex-alunos, profes- aquela luta épica na disputa de quem recepção. De quatro anos para cá, e, pelo contrário,cada vez mais eles
sores e funcionários da Faculdade consegue ficar com os calouros para desde quando aproveitei desta mesma terão que fazer para manter o alto
de Medicina da USP. Normalmente, si, sempre menosprezando os colegas mordomia, a verba quadruplicou. As padrão de qualidade que a Faculdade
ser calouro é u m status que propicia de outras agremiações. Senti muito agremiações e a faculdade se empe- de Medicina da USP está acostumada.
muitas mordomias, muita atenção e mais u m a valorização dos hábitos nharam ao máximo para oferecer o Esta é u m a tradição muito im-
muito carinho de todos. Agora, ser que cada u m considera importante, nunca antes visto para a turma 100. portante para o engrandecimento da
calouro da 100a turma é algo indes- respeitando a liberdade que cada ca- Q u e m esteve presente nos últimos FMUSP, pois criamos u m a família na
critível. A semana de recepção que louro tem para se envolver no projeto anos e agora sabe b e m desta diferen- qual todos se importam com todos
acolheu a primeira turma a alcançar que b e m entender. ça. As atividades tradicionais foram e fazem o m á x i m o possível para
os três dígitos na medicina do país e Vejo esta singela mudança de mantidas e ampliadas, as falhas mais criar a melhor instituição de ensi-
prova disso e mostra grande evolução velhos hábitos com bons olhos e acre- graves de organização foram repen- no para seus "familiares". É desta
dentro da Casa de Arnaldo. dito que deva ser intensificada neste e sadas e corrigidas e novos programas forma, criando-se u m vínculo muito
Primeiramente, é válido ressaltar nos próximos anos. N e m a faculdade, foram desenvolvidos. Enfim, u m a grande com a faculdade, que somos
que a semana dedicada à recepção nem os alunos, nem as agremiações... recepção digna de reis. reconhecidos hoje c o m o u m a das
dos calouros de 2012 contou com uma Ninguém tem nada a ganhar com a seg- No entanto, u m a redução no melhores do m u n d o e é c o m este
verdadeira união dos veteranos. Sinto mentação e rivalidade interna. Seremos orçamento deve ser esperada para os espírito que nos desenvolveremos
u m início de mudança de comporta- muito maiores e muito mais fortes à próximas anos. Ao que tudo indica, a ainda mais. Então calouros, sejam
mento se comparado com os últimos medida que mais e mais pessoas se en- centésima turma poderá contar esta mais u m a vez b e m vindos e façam
anos. O que presenciamos foram di- volverem e derem u m pouco de si para vantagem por u m bom tempo. parte desta família. Cresça com ela
retorias de agremiações variadas se cada sonho que dentro de nós existir. Agora, se tudo converge e fala a e a faça crescer também.
São Paulo, Março de 2012
& O
CULTURA

RELATO DE UM CALOURO
SOBRE UMA FESTA
O s Loucos
Allan Brum "Folhinha WQ"

O l á , senhores! Trago, e m mos e m nuvens. Q u e legal! Sem Eu queria entender essas mentes,
primeira m ã o , o relato demora entrei nela para brincar essas mentes que são perturbadas
de u m calouro sobre u m a também. Todos ali pareciam estar e as idéias mais inconseqüentes
das festas que abriram nosso ano aproveitando muito, inclusive
das pessoas mais disparatadas.
letivo. Infelizmente, não poderei dois amigos u m menino e u m a
revelar q u e m é esse calouro, menina -, que andavam juntos,
tampouco qual foi essa festa. divagando, como se procurassem Compreender toda vicissitude}
Acontece que tanto u m quanto o seu espaço naquela festa. Não todos crimes e toda indecência.
outro são tímidos e ambos prefe- deu outra: pararam exatamente Tudo quanto saber amiúde.
rem não se declarar abertamente. embaixo da cachoeira, de modo
Tudo quanto fazer em ciência.
Mas quem sabe algum leitor não que não se viam debaixo da espu-
se identifica na passagem? Enfim, ma. Mas, embora fosse difícil de-
sem mais bostejos! limitar precisamente o contorno Não me falta matéria de estudo.
dos seus traços, era evidente que Nesse mundo há de tudo, de tudo!
Calouro anônimo: se entretinham, porque se ouviam Sobretudo em loucura se faz.
"Foi tudo meio confuso. As- deleitosas risadinhas, dessas que
sim que atravessei os portões, fui se ouvem baixo, quase como sus-
colocado numa fila, onde conheci piros. E esses suspiros se repetiam Venha cá e se a junte a mim
alguns veteranos e beijei o símbolo e se intensificavam, algumas ve- e quem sabe entendamos enfim
duma caveira. Prossegui por u m zes virando gritos agudos, noutras que não somos assim tão normais.
bosque, pisando pela primeira vez se calando e m breves silêncios.
naquela terra viscosa. De alguma Tudo isso, é claro, acompanhado
forma, senti que o solo emanava por u m certo movimento regular
u m a energia jovial, como se os
próprios alunos contribuíssem para
de seus corpos. Aparentemente
faziam cosquinhas u m no outro.
A INDIARADA E O
sua fecundidade. Vai entender. No mundo há dessas coisas que
só as mais íntimas amizades ex- BANDEIRISMO
Chegamos às arquibancadas, plicam. Fato é que eles seguiram
eu e o restante dos calouros. com essa ingênua brincadeira, se Por muito tempo, a imagem que se organizavam e m missões
Todos ainda estávamos receosos, acarinhando e rindo e abraçando dos bandeirantes foi romantiza- jesuíticas.
mas logo chegaram os veteranos, até que, subitamente, a espuma da. Assim, aventava-se a idéia de Mas os tempos passaram se
trazendo cerveja e garrafas de jorrou por sobre todos que es- que supostamente representavam uma vez o maltrato ao índio já foi
outras substâncias. Eu nunca havia tavam ali. Se revelaram, enfim, u m conjunto de homens bravos e malvisto, hoje é francamente acei-
bebido muito e, por isso, preferi ambos molhadinhos, respirando destemidos, heróis da nação bra- tável e, e m muitos casos, até acon-
maneirar no começo. Daí a bateria esse ar alegre de q u e m muito sileira. Felizmente, os avanços da selhável. Falando nisso, aproveito
chegou fazendo barulho. Foi tudo gozara na festa. historiografia desmistificaram, com a oportunidade para fazer u m a
muito divertido. Nesse ponto, u m a sucesso, essa condição idealizante canção e m homenagem á Escola
veterana chamou dois dos meus co- Depois fiquei meio tonto e re- de análise. Por isso, hoje sabemos Paulista de Medicina. Aqui segue:
legas para voltar ao bosque. Tentei solvi ir pra casa. Tentei ainda lavar que o bandeirismo representou
segui-los. Ela não deixou. minhas botas, mas como a terra u m grande prejuízo para a cultura HOMENAGEM Á PAULISTINHA
cismasse e m permanecer grudada, indígena e, por extensão, para a Eu desbravo Santa Rita
Nos chamaram para entrar decidi deixar pra outro dia. Tomei cultura brasileira. e não volto sem m e u ouro
numa quadra, onde havia muito banho e fui dormir." Ainda assim, seria tolice negar -•Mas eu não sou bandeirante
comida. Aproveitei para m e ali- que sobre os bandeirantes repousa -Mas eu não sou bandeirante
mentar u m pouco. Até peguei u m a Ao que parece, a festa foi grande mérito quanto à interioriza- Eu destruo sua história
cerveja, embora ache o gosto ruim. bem sucedida. Agradeço, assim, ção do povoamento das terras que e eu frustro sua missão
Mas, de tudo, aquilo que realmente a participação do calouro que, futuramente viriam a constituir o •Mas eu não sou bandeirante
chamou minha atenção foi u m a embora tímido, não hesitou e m nosso país. Foram, de fato, grupos —Mas eu não sou bandeirante
grande máquina presa n u m canto contribuir para que todos nós que desbravaram matas e serras, Eu derrubo a indiarada
alto da parede, espalhando algo conhecêssemos u m pouco mais e m busca de pedras e metais pre- Eu derrubo a indiarada!
branco por todo canto da quadra. sobre o que foi nossa introdução ciosos (como o ouro) ou á procura ---Mas eu não sou bandeirante
Resolvi olhar de perto. a u m a tuberculosa faculdade de de indígenas para aprisionamento. -Mas eu não sou bandeirante
medicina (tal faculdade também E é justamente neste último ponto
Me aproximei e percebi: era prefere não se revelar).Se alguma e m que se assenta o grande dano
e s p u m a . E ela escorria c o m o dúvida houver restado, perguntem provocado por esses homens. EU SOU M E S M O É DA PORCADA
u m a cascata, espalhando-se pelo aos calouros. Eles sempre sabem Foram, desse modo, responsáveis MUITA GLÓRIA E MUITO C H Ã O
chão. Recobria nossos corpos até fnrln cnhrp todas as rnisas Ha nni- pela dizimação de inúmeros po- TIRO O N D A DA SUA CARA
a cintura. Era c o m o se pisásse- versidade. Até mais! vos indígenas, inclusive daqueles P O R Q U E SOU O CAMPEÃO!!
São Paulo, Março de 2012
© a
E o PROJETO NOVA LUZ

Projeto Cracolândia
• Laço
O Dr. Laçoapresenta
apresentaooProjeto
ProjetoNova
Nova Luz
Luzpor
pordados
dados da
daprefeitura,
prefeitura, complementado
complementado pela
pelaentrevista
entrevistacom
com ooDr.
Dr. Bruno
Bruno
nrique Machado, psiquiatra que trabalha no GREA do Instituto de Psiquiatria do hospital das Clínicas.

N o dia 7 de fevereiro, o doutor constituiu e m três etapas com aborda-


Luiz Alberto Chaves de Olivei- gens muito distintas. A primeira etapa
ra, o Laço, apresentou-se no se mostrou deficiente e m diversos
Instituto de Psiquiatria (IPq) a convite aspectos, c o m o a falta de equipa-
do GREA, Programa Interdisciplinar de mentos, ausência de capacitação dos
Estudos de Álcool e Drogas, para tratar agentes, poucos agentes recrutados e
sobre o tema mais polêmico da mídia quase nenhuma articulação entre os
no início de 2012: Cracolândia. Laço setores envolvidos. Na ocasião, havia
foi aluno da FMUSP e hoje trabalha zero leito para a situação.
na Secretaria da Justiça e da Defesa A segunda etapa se iniciou e m
do Cidadão, sendo u m a das pessoas julho de 2009, como a Ação Integrada
responsáveis pelo projeto Nova Luz, Centro Legal, e m que houve maior
iniciado e m 2008. A palestra teve im- integração, melhor percepção e iní-
portância significativa devido à dificul- cio da implantação de equipamentos
dade e m se obter dados oficiais sobre especializados e m pessoas com trans-
a Cracolândia, apesar das inúmeras tornos de abuso de drogas. Houve a
abordagens da mídia e da curiosida- contratação de leitos especializados
de da opinião pública. Embora haja por centros c o m o SAID, CAPS, AD,
precisão nos dados apresentados pela AMAs e "tendas" centros de acolhi- SESC foi concebido, além da abertura tes de seu surgimento, apenas algumas
Prefeitura, há u m a carência visível e m mento que operavam durante todo o de 400 novos leitos. Estes são dividi- entidades participaram da tentativa
pesquisas e estudos que não sejam dia. Essa foi u m a etapa cujo enfoque dos nos equipamentos propriamente de transformação do centro e de seus
especulativos sobre o tema. foi tratar a cracolândia c o m o u m a da prefeitura e outros contratados. moradores. Igrejas e a Porto Seguro
São Paulo conta c o m 14 mil questão de saúde pública de São Pau- Foram criados seis centros de acolhi- se envolveram no apoio ao governo do
moradores de rua, sendo que sete lo. Nela vários agentes capacitados mento, além do incremento do AMA estado e m busca de mudanças e m um
mil estão no centro. O número de para trabalhar com usuários de drogas Sé e Borocéia. Os novos equipamen- processo de degradação que ocorre
usuários de crack não é certo, porém participaram c o m u m a abordagem tos contam com u m novo sistema de desde a década de 70 - pensando mais
acredita-se que 800 eram moradores mais respeitosa e especializada. drop in; e m que, diferentemente dos imediatamente no centro, não contan-
constantes da área; muitos não eram Por fim, a terceira etapa se ini- antigos albergues, os moradores de do todo o histórico de desigualdades da
propriamente habitantes das ruas da ciou e m janeiro de 2012, como conti- rua e usuários de drogas contam com capital. Isso indica u m fato: as críticas
região. Outro fator de dificuldade na nuidade da segunda. Esta foi a etapa u m serviço operante durante o dia, e recebidas pelo Projeto não são propor-
contabilização eram os vários imóveis mais polêmica. Ela envolveu outros não somente com a função de abriga - cionais ao envolvimento da sociedade
ocupados, com sem tetos e usuários setores públicos além da saúde, como -los durante a noite. Buscou-se u m com o problema.
de drogas que não habitavam o local. social, segurança pública e zeladoria. serviço de portas abertas com oficinas A população tomou ciência do
Seis imóveis localizados na rua Hel- C o m o estratégia da prefeitura, ocor- de capacitação, assim c o m o u m Sesc Projeto somente e m sua última etapa,
vetia chamaram maior atenção da reu u m a abordagem que se apoiou e Fatec, com cursos de cabeleireiro, quando a mídia deu enfoque às ações
Prefeitura, principalmente nas ações mais na tentativa de quebra da lo- dança, música e artesanato. de desocupação e apreensão. As ações
de desocupação iniciadas e m 2012. gística do tráfico, com uso das forças Os dados fornecidos pela prefei- não foram esclarecidas, tanto pela
O projeto Nova Luz teve início e m policiais. Além do combate ao tráfico, tura apresentam 100 mil abordagens mídia, quanto pela polícia ou pela
2008, inserido e m u m a política de va- as forças púbicas se empenharam no desde 2009 esta contabilização Prefeitura. Ao m e s m o tempo e m que
lorização do centro da cidade. Ele se fechamento do comércio irregular, inclui abordagens a u m m e s m o indi- se afirmava que somente traficantes e
como bares e hotéis. Atu- víduo sendo duas mil internações portadores de droga eram abordados,
aram 300 agentes de rua, de dependência química. E m janeiro reportagens revelavam mudanças nas
divididos e m equipes de de 2012 foram contabilizadas 173 in- operações como a suspensão do uso de
40 profissionais formadas ternações (sendo 120 involuntárias), balas de borracha e bombas de efeito
como equipes de saúde, 1351 encaminhamentos para serviços moral na dispersão dos indigentes que
com auxílio de médicos, de saúde, 196 prisões e m flagrante, ocupavam áreas até então abandona-
enfermeiros, psicólogos 3228 encaminhamentos para alber- das. O abandono não foi apenas dos
e agentes de saúde. Po- gues e equipamentos, apreensão de 63 imóveis, m a s t a m b é m das pessoas
rém, Laço ressaltou que kg de drogas e recolhimento de 2250 que freqüentavam o centro, fossem
as ações da polícia não toneladas de lixo e entulhos. moradores de rua e usuário de drogas
eram praticadas simul- O Projeto Nova Luz abriu prece- ou comerciantes locais.
taneamente às ações das dente para uma série de discussões que A Prefeitura optou por u m a es-
equipes de saúde. chamou a atenção de toda a opinião tratégia na terceira etapa e ela foi
Quanto à infra-estru- pública para u m tema urgente, mas acompanhada do viés da repressão. De
tura implantada, u m novo ignorado. No decorrer do projeto e an- certa forma, a polícia correspondeu
Sao Paulo, Março de 2012
#m_ <K
w &

CRACOLÂNDIA E O PROJETO NOVA LUZ

às expectativas do senso c o m u m . O
desconhecimento público da situa-
ção da cracolândia foi proporcional Entrevista c o m

Bruno H. Machado
à pressão da sociedade para que u m a
ação incisiva fosse tomada, para que
u m punhado de medidas resolvesse
u m problema c o m origens remotas.
Acreditava-se, e ainda se acredita,
que a cracolândia é u m a questão de Psiquiatra supervisor do ambulatório do G R E A
polícia, simplesmente.
Além da insegurança, passível >• Q,uais são as dificuldades e negativos do projeto Nova Luz? morador de rua, porém de acordo
a todas as pessoas que circulam no no tratamento ao dependente É positiva a intenção de realizar com o último senso da população
centro, essa área representa u m a de crack? u m a iniciativa conjunta entre as áreas de rua quase 30% destes indivíduos
concentração de dificuldades relacio- O tratamento do dependente de de saúde, segurança, serviço social usam crack. Já a dependência por
nadas à saúde pública e à degradação crack é extremamente desafiador, e desenvolvimento urbano, isto é, o álcool atinge cerca de 70%.
social. A população local sofre com uma vez que é necessário abordar os problema começa ser enxergado de
doenças c o m o dependência química, múltiplos fatores implicados, desde maneira multifatorial. >• Como funciona o serviço
tuberculose, pneumonias, DST, AIDS, a presença de comorbidades orgâ- Por outro lado no momento e m do GREA aos dependentes de
inanição, pelagra, entre outras. Existe nicas e psiquiátricas, até aspectos que as ações começaram a ser postas crack?
u m a relação íntima, quase de causa e comportamentais, sociais, familiares e m prática ficaram ainda mais nítidas No m o m e n t o o G R E A ofere-
conseqüência, entre as comorbidades e psicológicos. Do ponto de vista me- as deficiências na saúde mental do ce atendimento multidisciplinar
e a situação de degradação; tanto dicamentoso é importante destacar SUS, c o m o a carência de serviços com ambulatorial e e m regime de
e m habitação quanto nas atividades que não existe u m fármaco específico infraestrutura adequada e a falta de internação no IPQ. O serviço será
exercidas para a manutenção do vício, com evidências científicas de sucesso recursos humanos multiprofissionais expandido com a criação de u m
como prostituição e assaltos. As seis terapêutico. A dificuldade de acesso b e m qualificados. Centro Colaborador, que ampliará
habitações ocupadas não ofereciam ao tratamento muttidisciplinar, a o atendimento ambulatorial e o
os serviços básicos de saneamento e falta de integração entre os serviços )• São comuns os casos de de- número de leitos. T a m b é m con-
recolhimento de lixo e ainda apresen- e a violência são sérios obstáculos. pendentes de crack que passam a tará c o m u m Centro de Atenção
tavam ameaças constantes de desmo- viver na rua? Psicossocial (CAPS) e u m Centro
noramento. U m a situação já habitual >• Quais são, do ponto de vis- Não existem dados sobre a pro- de Referência Especializado de
no centro, m e s m o sem o crack; c o m o ta da saúde, os pontos positivos porção de dependentes que se torna Assistência Social (CREAS).
mostram os edifícios Julia Cristianini,
o Sarajevo, e São Vito, demolido e m
2010, cartões postais de u m a face à tona a dificuldade e m se delimitar o essa questão: estudos de urbanismo capital; como mostram cracolândias na
decadente de São Paulo. poder do Estado e sua interferência na indicam que a cidade de Los Angeles ponte Ceagesp, e m Itaquera e e m várias
A palestra do doutor Laço revelou autonomia dos cidadãos. U m a grande possui 51 mil moradores de rua, sendo outras áreas da cidade.
a dificuldade e m se coordenar u m a fração dos usuários da cracolândia que o acolhimento dos moradores e m Por que então a cracolândia do
transformação e m u m a situação que não possui família, que e m tese res- equipamentos traz u m a economia de centro gera mais polêmica que as
deixou de ser fase e virou realidade. ponderia pelo b e m estar do indivíduo. 80 mil dólares por ano por morador outras, sem falar de áreas reconhe-
U m a mudança efetiva nessa realidade Há quem diga que nessa situação, o de rua. Disse, porém, que não foram cidamente degradadas da periferia?
requer a articulação de vários setores Estado assumiria o papel da família abertas mais vagas e m equipamentos Realmente, o número de usuários
públicos, c o m o saúde, segurança, na tomada das decisões do que seria devido ao custo dos leitos para a é superior ao dos demais focos e o
habitação, planejamento, urbanismo, melhor para o futuro dessas pessoas. A prefeitura; a contratação de u m leito centro representa u m a das áreas mais
zeladoria, comércio, entre outros. questão é: o Estado assumiu esse papel particular varia de 2 mil a 25 mil reais. contrastantes da cidade; haja vista os
Apesar de todos tratarem da coisa anteriormente, quando esse indivíduo A degradação urbana não é u m mendigos que dormem nas portas da
pública, as ações d e m a n d a m atenção se encontrava com dificuldades e usou problema exclusivo do Brasil, c o m o Bovespa. O contraste acompanha u m a
de forças públicas e privadas. o crack como suporte ilusório? acreditam aqueles que negam desigual- disputa territorial de u m a área muito
Os questionamentos do Projeto O Estado e a sociedade necessi- dades sociais e m paísesricos.Contudo, bem localizada tanto para pessoas que
e das demandas da sociedade não se tam de u m olhar mais crítico e ela- deve-se pensar que tal situação não é trabalham e m São Paulo quanto para
limitam à postura rígida da polícia. borado quanto a todo esse quadro. coerente à cidade que conta com mais pessoas de passagem pela cidade, além
Doutor Laço citou a polêmica envolvida Laço ainda revelou u m dado favo- recursos no país. Vale pensar ainda que de ser u m espaço pouco cuidado, u m a
nas internações involuntárias, que traz rável à maior atenção pública para a cracolândia do centro não é a única da possibilidade de abrigo para quem não
tem opção. A desocupação dos mora-
dores de rua do local, porém, é u m a
atitude provisória, ou uma substituição
de locais de conflito, pois esses mora-
dores ocupariam áreas da periferia do
centro, na carência de u m projeto con-
sistente de habitação. Por ora, todas
as mudanças ocorridas com o projeto
Nova Luz, direta ou indiretamente,
valorizam gradativamente o metro
quadrado do centro, tornando-o aos
poucos u m espaço elitizado.

Bira Kourace
São Paulo, Março de 2012
<2 &

O BISTURI

Contamos com o texto de todos, sejam


poesias, reportagens, crônicas, narrativas,
debates, charges ou qualquer outro texto.
Agora o DIA realiza toda primeira quarta-
feira do mês uma reunião para planejar a
r •

próxima edição. As reuniões são abertas


para todos e funcionam como u m a
conversa sobre os temas e idéias propostos
por qualquer colaborador, durante a
reunião. Ela ocorre às 19:00 no porão
e vai até as 22:30.
ESPERAMOS SUA PARTICIPAÇÃO!
probisturi@gmail.com
DESOCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO

Pinheirinho: quando a especulação imobiliári


e financeira vale mais do que a vida humana
O episódio da reintegração de posse do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (SP) expõe um dos mais
graves atentados contra os direitos humanos que vivemos no Brasil nas últimas décadas, apenas para
atender aos interesses da especulação imobiliária e de um dos maiores criminosos do Brasil, Naji Nahas,

A história do terreno de mais

de 1 milhão e 300 mil me-


tros quadrados próximo a
no mercado financeiro, desvio de
verbas públicas, a corrupção ativa
e lavagem de dinheiro oriundo).
A Selecta não passa de u m a
empresa fantasma, sem nenhum
Em dezembro de 2011 a Justiça
Estadual de São Paulo decide pela
reintegração de posse do terreno
do Pinheirinho para a devolução a
massa falida de Naji Nahas, o que
moradores conseguem retirar seus
móveis antes da demolição, fa-
zendo com que a grande maioria
perdesse documentos, roupas,
eletrodomésticos e móveis. Para
divisa entre São José dos Campos
e o município de Jacarei começa funcionário e não produz nada no significaria expulsar de suas casas os mais pobres, a prefeitura de São
de forma nebulosa. No começo do terreno, vai a falência e m 1991 mais de 6 mil pessoas. A partir da José dos Campos está oferecendo
século 20, vários hectares de terra junto com todo o grupo de Naji pressão dos moradores e de movi- passagens de ônibus para qualquer
na região são vendidos a colonos Nahas após o episódio da Bolsa de mentos sociais, o Governo Federal cidade que eles queiram, uma ação
vindos da Europa da família Kubit- Valores do Rio de Janeiro. Desde entra nessa discussão e propõe a completamente higieniza.
zky, que passam a produzir horti- então o terreno não recolhe se- legalização do terreno a partir do As imagens que presencia-
frutigranjeiros. C o m o crescimento quer o IPTU, devendo cerca de mos ao voltar e conversar com os
programa de urbanização Cidade
industrial da região, fortemente fa-
vorecida por estar entre São Paulo deve cerca de R$ 10 milhões de Legal do Ministério das Cidades, mas moradores são de u m a catástrofe
e Rio de Janeiro, entre a Rodovia impostos municipais e ficando com- o prefeito Eduardo Cury se nega a humanitária. O tratamento que os
Presidente Dutra e a Estrada de pletamente abandonado até 2004, assinar o convênio. Já no começo moradores expulsos de suas casas
Ferro Central do Brasil, e com a quando moradores sem condições de janeiro, o Ministério Público estão recebendo só pode ser consi-
instalação de montadoras e do polo de arcar com os alugueis cada vez Federal entra com u m a ação civil derado desumano. Para ter acesso
aeroespacial, os terrenos vagos mais caros de São José dos Campos, pública contra a prefeitura de São tem que ter u m a pulseira colorida,
na região passam a sofrer assédio passam a ocupar o terreno dando José dos Campos por omissão ao não que e m muito lembra as Estrelas de
da especulação imobiliária para a origem ao Bairro do Pinheirinho. se esforçar e m legalizar o Pinheiri- David que os judeus eram obrigados
instalação de empreendimentos Segundos dados do IBGE, e m nho. Mesmo após a administração da a usar na roupa durante o nazismo.
industriais e posteriormente resi- 2010 moravam no Pinheirinho mais massa falida da Selecta assinar u m As doações que os moradores estão
denciais. No meio a u m a disputa de 1,5 mil famílias, já transforma- acordo suspendendo por 15 dias a recebendo foram desviadas pela
de terras, e m 30 de junho de 1969 do num verdadeiro bairro popular, reintegração e com uma decisão da prefeitura. Famílias inteiras com
os irmãos Hermann, Artur, Erma e no qual a auto-organização dos Justiça Federal proibindo a reinte- bebês de colo, crianças, idosos,
Frida Kubitzky, todos c o m idade moradores serviu para organizar gração enquanto não terminam os deficientes físicos e mentais e até
acima de 68 anos e sem filhos, são a região e m busca da legalização, esforços para conseguir a legaliza- doentes terminais estão dormindo
assassinados e m sua propriedade, assim como tatos outras ocupações ção e a posse definitiva para os mo- amontoadas e m colchonetes e m
n u m crime nunca esclarecido. urbanas nas grandes cidades do radores da área, a justiça estadual barracos e ginásios abafados, sem
C o m o nenhum deles possuía her- país. Todos os moradores moravam dá a ordem de reintegração, com água e sem ventilação. U m grupo
deiro vivo, e m 1975 o governador e m lotes de 250 m 2 , c o m casas autorização para confronto c o m de estudantes de medicina que se
de São Paulo Paulo Egydio pediu a que obrigatoriamente possuíam Forças Federais, e a Polícia Militar voluntariou para ajudar essas fa-
desapropriação da área para ser in- recuo e m relação a rua e quintal já invade o terreno na madrugada do mílias foi ameaçado de prisão caso
corporada ao patrimônio do Estado. prevendo a urbanização e espaços dia 22 de janeiro, domingo. continuassem ali.
U m a parte dessa terra deu origem para a criação de praças e áreas de O desrespeito ao acordo feito A situação ainda é delicada.
ao atual bairro Campo dos Alemães. lazer. A grande maioria da popula- na semana anterior pega todos os Multas famílias perderam tudo, e
No entanto, o restante do ção trabalhava nas indústrias da moradores desprevenidos, são ata- a pressão exercida pela população
terreno, correspondente ao atual região, dezenas de jovens cursam cados pela Tropa de Choque e pela e dos movimentos sociais contra
Pinheirinho, começa a ser envolvi- faculdade e mais de u m a centena Rota, deixando u m saldo de mais de essas cenas de barbárie agora está
do numa trama típica da grilagem de crianças nasceu e sempre viveu 100 feridos e 30 moradores presos. fazendo o governo paulista e a
de terras, quando o empresário lá. Mas a Prefeitura de São José Até o presente momento, cinco mo- prefeitura a enfim procurarem uma
Benedito Bento Filho alega ser o dos Campos, e m quase todos esses radores estão desaparecidos, o que saída para a questão habitacional
verdadeiro donos das terras, supos- anos administrada por Eduardo a prefeitura nega, mas fortalece os e m São José dos Campos. Mas isso
tamente compradas de outra famí- Cury (PSDB), sempre se recusou e m boatos de que poderiam ter sido só será possível se denunciarmos
lia que era dona da região antes dos oferecer inf raestrutura e legalizar mortos e os corpos escondidos, já o crime humanitário que o Estado
Kubitzky chegarem ao Brasil, e ven- a área. Coincidentemente, nos úl- que o IML da cidade foi proibido dê está cometendo para preservar os
de e m 1978 para a empresa Selec- timos anos e m volta do Pinheirinho fornecer qualquer tipo de informa- bens de u m dos maiores criminosos
ta, pertencente a u m especulador começaram a se instalar grandes ção sobre as mortes na região por do país, Naji Nahas, e m troca da
libanês recém-expulso do Egito, empreendimentos imobiliários e ordens superiores. Os moradores vida de mais de 6 mil brasileiros.
Naji Nahas (o m e s m o acusado pela a construção de condomínios fe- foram expulsos de suas casas sem
operação que levou a quebra da chados, todos ligados a empresas retirar os pertences e móveis, e Vatério Raiva
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro que e m 2008 doaram mais de R$ jogados numa espécie de campo de Jornalista, ex-coordenador da
e m 1989 e depois preso pela Polícia 427 mil para a campanha eleitoral concentração montado pela prefei- Executiva Nacional dos Estu-
Federal e m 2008 acusado de crimes do PSDB local. tura na zona sul da cidade. Poucos dantes de Comunicação Socioi
São Paulo, Março de 2012
(JK
o-
ATO MÉDICO

Ato médico: regulamentação


Os prós, contras e o contexto da tentativa de regulamentação

O ato médico surge e m 2002

como tentativa de colocar a


medicina e m pé de igualda-
que ele continue obstruindo as
vias respiratórias de muitos. É
possível que o projeto de lei ainda
seja alterado até sua aprovação,
mas as mudanças mais significa-
tivas já foram feitas e encontram
respaldo inclusive entre outros
profissionais da saúde.
A regulamentação de uma pro-
fissão visa como princípio delimitar
qualificações mínimas e diretrizes
de atuação no mercado de traba-
lho. Como forma de legitimar esta
de com outras profissões da saúde
regulamentação, a maioria das
que já têm seus ofícios devidamen- 2 <>• Projeto inicial do senador Geraldo Althoff, profissões optou pela criação de leis
te regulamentados.
Regulamentados? O o do PFL específicas à cada ocupação.
A regulamentação de uma pro-
fissão visa estabelecer limites para
^ 9 Porém, leis t a m b é m criaram
os conselhos profissionais e estes
a prática desta, desde as obrigações t a m b é m delimitam qualificações
daqueles que a exercem até seus Projeto avaliado como constitucional
limites; de certa forma a idéia a PCD <=>ô mínimas e diretrizes de atuação do
priori seria a proteção de todas
pela Comissão de Constituição e Justiça profissional, seria então necessária a
as áreas para assegurar a não in- regulamentação através de novas leis?
terferência de u m profissional no A principio a resposta seria nao,
ofício do outro, o que garantiria o porém a principal questão dos atos
Substitutiva deTião Viana, do PT, aprovada pela
trabalho de cada um e maximizaria profissionais não é a regulamenta-
a eficiência dos serviços de saúde. P O CCJ. Principais medidas: restrição ao médico de ção da profissão, e sim a reserva
Mas é claro que se fosse tão simples d © qualquer prescrição terapêutica e de chefia e de mercado e o estabelecimento
assim o ato médico não estaria e m coordenação de equipes de saúde. de fronteiras com outras profissões.
debate há dez anos. Conselhos ou sindicatos gerariam, e
A questão é que o ato médico, geraram, verdadeiras guerras profis-
mais do que a regulamentação sionais na tentativa da implantação
de qualquer outra profissão, foi Sarney recebe abaixo-assinado contra projeto deste tipo cerceamento profissional.
alvo de polêmicas. E de fato, do ato médico Com isto, diversas profissões deram
o projeto original era bastante inicio às suas regulamentações e as-
ambicioso atribuindo ao médico, sim preferiram solucionar na justiça
tão só e exclusivamente, u m a as divergências entre elas.
série procedimentos: o porta- Projeto sobre o ato médico recebe apoio Hoje tramitam mais de 240
dor de C R M seria, por exemplo, do Ministério da Saúde projetos de lei para regulamenta-
o único com direito legítimo de ção das mais diversas profissões.
diagnosticar doenças, prescrever Na área da saúde a maioria das
medicamentos, fazer qualquer profissões já está regulamentada,
injeção subcutânea (vide quadro Aprovada substitutiva de Lúcia Vânia, do psicologia (1977), farmácia (1981),
comparativo), interferindo no PSDB, que suprime o conceito de ato médico fonoaudiologia (1981), enfermagem
ganha-pão de enfermeiros a ta- (1986), dentre outras. Sendo assim,
tuadores, numa medida com uti- e permite que outros profissionais de saúde a medicina apenas segue uma maré
lidade discutível. (Residência e m ocupem cargo de chefia que foi iniciada na década de 70 por
tatuagem? Queriam-no alguns!). outras áreas da saúde.
Enfim, e m u m m o m e n t o onde a E assim c o m o os outros atos
multidisciplinarídade se vê central profissionais, o ato médico também
na potencialização da atuação e m Debate de nova substitutiva no CCJ, a pedido gerou muita polêmica e confli tio
saúde não a de u m médico, mas com as demais profissões área da
de u m a equipe agindo e m diferen- dos senadores Randolfe Rodrigues, do PSol e
saúde. No quadro abaixo segue os
tes frentes da saúde, "sua promo- Inácio Arruda, do PCdoB principais pontos debatidos nos úl-
ção, proteção e restauração" o timos dez anos.
ato médico apareceu quase como
u m a forma de segregação, enges- PONTOS POLÊMICOS DO PROJETO
«^ T-
sando os profissionais da saúde, Modificação mais recente do texto do ato D O ATO MÉDICO
inclusive o próprio médico, que se médico, sob o relator Antônio Carlos Valadares 1. Diagnósticos de doenças: o
veria c o m a responsabilidade de £S projeto estabelece como privativo
dar a palavra final até e m assuntos dos médicos diagnosticar doenças
que não seriam necessariamente que acometem o paciente.
da sua jurisdição. Crítica: psicólogos e nutri-
Aprovação da última versão do ato médico
As modificações, especial- cionistas reivindicam o direito de
mente a última, de 2012, torna- na CCJ t a m b é m atestar as condições de
ram o texto mais tragável, ainda saúde e m aspectos psicológicos e
São Paulo, Março de 2012

o- <B
ATO MÉDICO

do exercício da medicina?
nutricionais. Já fisioterapeutas e estéticos, incluindo acessos vascu-
fonoaudiólogos querem ser respon- lares profundos, biópsias e endos-
sáveis pelo diagnóstico funcional,
que avalia a capacidade do paciente
copia", o que inclui a "invasão da
pele atingindo o tecido subcutâneo
PARTICIPEM DAS
de realizar movimentos, articular da pele para injeção".
sons, entre outros.
Solução: relator manteve como
Crítica: A norma motivou reação
de acupunturistas e até m e s m o de
REUNIÕES DO CAOC
privativa dos médicos a "formula- tatuadores, que t e m e m enfrentar
ção de diagnóstico nosologico" restrição e m seu campo de atuação
para determinar a doença, m a s
retirou essa exclusividade para
por conta da interpretação de con-
ceito de procedimento invasivo.
As reuniões do CAOC
diagnósticos funcional, psicológico Solução: relator manteve a
e nutricional, além de avaliação norma e m seu relatório, mas reti- ocorrem todas as segundas-
comportamental, sensorial, de ca- rou da lista de atribuições exclu-
pacidade mental e cognitiva.
2. Assistência ventila tona me-
sivas dos médicos a "aplicação de
injeções subcutâneas, intradérmi-
feiras, e m dois horários.
cânica ao paciente: o texto original ca, intramusculares e intraveno-
estabelece como tarefa exclusiva dos
médicos a definição da estratégia para
sas", apesar de a recomendação de
medicamentos a serem aplicados
A primeira ocorre às 12 e
pacientes com dificuldade respiratória por injeção continuar sendo u m a
(intubação acoplada a equipamento prerrogativa médica. são reuniões de caráter
que bombeia ar aos pulmões) e a 5. Direção e chefia: pelo texto
forma de encerrar o procedimento.
Crítica: os fisioterapeutas ques-
e m análise, apenas médicos podem
ocupar cargos de direção e chefia de
consultivo, para discussão
tionaram a norma, alegando que serviços médicos. No entanto, a di-
t a m b é m atuam no atendimento a reção administrativa de serviços de e repasse de tópicos. A
pacientes c o m dificuldade respira- saúde fica aberta também a outros
tória, especialmente nas unidades
de terapia intensiva (UTI).
profissionais.
Críticas: As demais categorias
segunda ocorre às 19 e tem
Solução: relator acolheu emenda que atuam no setor consideram a
da Câmara que atribui aos médicos a norma u m desrespeito aos outros como teto 22 horas. Esta
coordenação da estratégia ventilató- profissionais que atuam nos serviços
ria inicial e do programa de interrup-
ção, assegurando a participação de
de saúde. Eles argumentam que o
atendimento é feito por u m a equipe tem caráter deliberativo,
fisioterapeutas no processo. multidisciplinar, não havendo justifi-
3. Biópsias e citologia: Emenda
aprovada na Câmara limita aos médi-
cativa para que apenas uma catego-
ria tenha a prerrogativa de direção e
sendo mais extensa e com
cos a emissão de diagnósticos de ana- chefia na unidade de saúde.
tomia patológica e de citopatologia, Solução: questão ainda e m dis- discussão de u m maior
que visam identificar doenças pelo cussão.
estudo de parte de órgão ou tecido.
Crítica: biomédicos e farmacêu-
As últimas alterações do texto
foram consideradas estruturais e este
número de pautas. É>
ticos argumentam que a medida fere deve ser votado e m plenário nova-
sua liberdade de atuação profissional, mente. Portanto, quaquer resposta importante lembrar que
u m a vez que análises laboratoriais re- sobre ato médico ainda irá demorar.
querem "interpretação" do material
colhido e não "diagnóstico médico".
Podemos perceber u m a razoável
melhora no último texto sendo quase
todas as reuniões
Solução: relator rejeitou mudan- que por completo condizente com as
ça da Câmara, mas manteve como atividades médicas e com as reivindi-
cações das outras profissões da área
são abertas!
tarefa restrita aos médicos a emissão
de laudos de exames endoscópicos, da saúde. Agora a discussão ocorrerá
de imagem e anatomopatologicos (de ao redor da gerência do serviço de
amostras de tecidos e órgãos). saúde que pode ser motivo de outra CONTAMOS COM A
4. Procedimentos invasivos: o matéria deste jornal.
projeto prevê c o m o exclusivo de
médicos "procedimentos invasivos, Gabriel Dias (98) e Gabriel!a
PARTICIPAÇÃO DE TODOS!!
sejam diagnósticos, terapêuticos ou Vargas de Marco (100)
São Paulo, Março de 2012
©" &

TUTORIA

E m volta da fogueira: Meninos, eu vi!


Meninos, eu vi! S e r médico implica e m cuidar e
se comunicar bem, e m minha
Tenho! Perguntei e ela disse
que não teve nenhuma urina esta
semana inteira.
opinião, é u m a das pedras fun-
damentais dessa nossa arte. - Bem... Então, vamos lá conver-

L i os diários feitos pelo m e u de medo, de superação e quaisquer


tutor sobre o ano que passou... outros sentimentos que os tenham Estar no HC FMUSP permite viver sar com ela.
iFoi interessante ver a reflexão "afetado". alegrias, tristezas e ter uma série de Toda equipe médica se levantou,
e a análise que ele fez de nossas E, por que, o título "Meninos, experiências que, penso, estariam fomos até o quarto e paramos ao lado
reuniões,
IMI a forma intimista com a eu vi"? presentes e m outros cenários de da paciente. De fato, ela apresentava
qual ele narrou nossos encontros e Esta célebre frase, que já foi atenção à saúde. Mas, aqui, temos aspecto muito bom e condizente com
como sua posição de mediador e m título de música de Chico Buarque, o privilégio de compartilhar essas a descrição do interno: eupneica,
nossas reuniões tem sido fundamen- e nomeia muitos blogs na Internet, é experiências com vocês, alunos, par- sem edemas, tranqüila. Cumprimen-
tal. Diários sempre m e remetem ao originária (vejam só!) de u m clássico ticipando do seu crescimento pessoal tei-a e perguntei:
saudosismo... É u m a prova escrita, poema indianista de Gonçalves Dias: e profissional. - Bom dia D. Maria. A sra. passou
mês a mês, de u m grupo de pessoas "l-Juca Pirama" Por falar e m sentar Por acreditar nessa troca de ex- bem a noite?
diferentes quanto à origem, crenças, e m volta da fogueira... periências, escolhi trabalhar e m uma - Muito bem! Estou sendo muito
passado e, provavelmente, futuro Nesse poema, u m velho índio Tim- disciplina que atuasse na assistência e bem cuidada pelos médicos daqui.
que, entretanto, conviveram de perto bira, num clima trágico e lírico, narra no ensino. Sou professora da Disciplina D. Maria, há quanto tempo a
no universo fmuspiano. Pessoas que a história do último guerreiro tupi l- de Clínica Geral, onde tenho o privilé- sra. não urina?
foram lentamente descobrindo como -Juca-Pirama, assim dizendo (CantoX): gio de estar junto a alunos do 1o, 2o, 7 dias!
afastar o espectro da solidão através 3°, 4 o e 5 o ano da FMUSP, e também Percebi certo rumor na equipe.
do ato mais banal e singelo do homem: Um velho Timbira, sou tutora de u m grupo muito atuante De soslaio, percebi o sorriso do in-
sentando e m volta da fogueira, re- coberto de glória, e dedicado de alunos. terno e o olhar constrangedor dos
fletindo, condenando e celebrando a Guardou a memória do moço Assim, quando fui solicitada a residentes...
existência do tempo e m que estamos guerreiro, do velho Tupi! escrever algo sobre a minha experi- - Mas nem u m pouquinho de urina?
inseridos. Tempo este que, apesar E à noite, nas tabas, se alguém ência para esta seção do nosso que- Nadica de nada, dra. ...
de tudo, é o nosso tempo e de mais duvidava do que ele contava, rido Bisturi, pensei e m trazer algo da - D. Maria, como foi a última vez
ninguém" ("Tutoria Mentoring na Dizia prudente: "Meninos, eu vi!" prática diária que envolvesse não só que a sra. urinou?!
Formação Médica", 2005, pag. 251) os pacientes, mas, especialmente, Ah, foi umas bolinhas, assim
E m 2004, foi assim que u m aluno "Eu vi o brioso no largo terreiro vocês, alunos. duras, c o m o de cabritinho... a sra
da FMUSP se referiu aos encontros cantar prisioneiro Muitas situações m e vieram à sabe, não?
com seu tutor e seu grupo de tutoria: Seu canto de morte, mente, porém, como o espaço é li- Sentindo a estupefação do grupo,
pessoas diferentes compartilhando que nunca esqueci: mitado, e respeitando a paciência e perguntei então e m voz baixa:
experiências, aprendendo com elas, Valente, como era, atenção do leitor, escolhi compartilhar D. Maria, quando foi a última
n u m clima íntimo e caloroso: "em chorou sem ter pejo; duas delas, onde conseguir u m a boa vez que a sra. "mijou"?
volta da fogueira". Parece que o vejo, que o tenho comunicação com o paciente, respei- A resposta foi dada no m e s m o
A relação de mentoring tem mes- nesVhora diante de mi. tando sua cultura, linguagem e valores, tom, mas perfeitamente compreen-
m o esse caráter intimista, reflexivo, foi fundamental para o cuidado. sível e m todo quarto:
de acolhimento e aprendizagem é Eu disse comigo: Que infâmia Certa vez, u m a semana depois - Ah, mas isso "tá" u m a beleza!
u m a relação especial e qualitativa- d'escravol das orientações iniciais dadas aos Foi hoje, agorinha mesmo... "tava"
mente diferente das tradicionais Pois não, era um bravo; novos internos, chego à enfermaria. branquinha, branquinha, "que nem"
encontradas no cenário da formação. valente e brioso, como ele, não vil Eram 8h e os internos estavam pron- água de rio...".
C o m o coordenadora do Programa Eàfé que vos digo: parece-me tos: pacientes examinados, prescrição E aí, com a diurese constatada,
Tutores, e tendo acesso a todos os re- encanto que quem chorou tanto, e evolução feita, toda a atenção vol- conseguimos então solucionar o pro-
latos produzidos pelos nossos tutores, Tivesse a coragem tada para a visita. blema: dieta laxativa, supositório e
ao longo desses 10 anos na FMUSP, que tinha o Tupi!" Perguntei a u m deles sobre a sua laxante prescritos....
tenho m e dado conta do quanto esse paciente. O interno respondeu que ela Não pensem vocês que dificulda-
(necessário) contato intimista deixa, Assim o Timbira, coberto de glória, estava estável, porém... des na comunicação ocorrem apenas
por outro lado, muitas experiências guardava a memória entre alunos e m formação. M e s m o
interessantes, vividas pelos diferentes Do moço guerreiro, do velho Tupi. ...e faz 7 dias que a paciente aqueles mais experientes, ainda se
tutores, circunscritas apenas aos seus E à noite nas tabas, se alguém não apresenta micção... deparam com desafios nesta área.
respectivos grupos. duvidava do que ele contava, 7 dias???? Não é possível, m e u E m outra ocasião, estava eu no-
A seção "Meninos, eu vi", u m a Tornava prudente: "Meninos, eu vir filho, será que você não está confun- vamente na enfermaria quando u m a
parceria Programa Tutores - O Bisturi, dindo? funcionária m e abordou solicitando
chega agora para ampliar o espaço Convido a todos a acompanhar, a - Não professora, faz 7 dias hoje consulta a u m parente.
"em tomo da fogueira". partir desta edição, essa nova seção que nada... N e m u m pouquinho de A atendente puxou-me para o
Nela, os tutores irão comparti- do O Bisturi e compartilhar, como que diurese! canto do corredor e disse e m baixa voz:
lhar, com TODOS os alunos, eventos, "sentados e m volta da fogueira", o A paciente está hipertensa, - Por favor, a senhora pode aten-
situações, experiências que foram visto e o vivido por nossos tutores. confusa, edemaciada? der m e u cunhado? Ele tem só 18 anos,
particularmente significativas e m seu - Não professora, ela está bem! mas está com u m grande problema...
caminho profissional. E aqui, o "sig- Patrícia Bellodi - Será??? você tem certeza que não - Que tipo de problema? Perguntei.
nificativo", diz respeito a momentos Coordenação Programa houve nenhuma urina perdida na cama, - Não posso falar... ele lhe falará
de surpresa, de alegria, de frustração, Tutores FMUSP no banho ou junto com a evacuação? na consulta. Quando podemos trazê-lo?
São Paulo, Março de 2012

o-
TUTORIA/BANDEIRA

Chegou o dia do m e u ambula- na benzedeira, na japonesa, no mi-


tório, e lá vem o rapaz magrinho, lagreiro, na cigana....em todos os
menino de tudo, com a esposa ao lado que nos falaram, mas não adiantou
de 17 anos de idade, ambos de mãos nada! Resolvemos então procurar o
dadas e cabisbaixos. "HC das Clínicas"...
• Bem... meus amigos qual é o Eu não sei fazer exorcismo...
problema? Perguntei. sou médica....
Ele permaneceu sem resposta, - Eu sei doutora, quem sabe a
acabrunhado... Ela olhou para os lados senhora falando ele obedece...
e respondeu e m voz baixa: - Eu não tenho esse poder... De -Meu Deus!!! E aí, o que acontece? Nunca mais o menino teve espas-
Doutora, precisamos muito da qualquer maneira, m e conte o que - Continuo batendo e rezando... E m o de glote por refluxo noturno.
sua ajuda! Não sabemos mais o que acontece. Como você sabe que é o ele só sai quando o cabo de vassoura E a vassoura foi retirada do lado
fazer... diabo que entra no corpo dele? quebra de tanto bater... Depois, m e u da cama do casal!
• Qual é o problema? Quase toda noite é igual: ele marido fica muito cansado, pouco Não pensem que o que conto aqui a
- O problema é que... o diabo entra vai dormir como sempre, bonzinho... fala e dorme. Eu fico ainda u m pouco vocês é uma espécie de "pulo do gato",
no corpo do meu marido a noite... .e eu No meio da noite, ele levanta guin- acordada com medo que o diabo vol- mágica ou receita de sucesso na profis-
tenho medo que u m dia ele leve mesmo chando, vai ficando preto, olhos te e leve m e u marido. Hoje e m dia, são. São situações simples da prática
meu marido embora.... esbugalhados e fica se agitando na já deixo o cabo de vassoura ao lado clínica, que poderiam ter ocorrido com
Ahhhh... isso não é comigo cama. Eu, na m e s m a hora, pego da cama antes de dormir. Nós temos qualquer u m de vocês e, por isso mesmo,
não!!!! Isso é com o padre e com a o cabo de vassoura e "desço" no medo que u m dia ele não saia do corpo decidi compartilhar aqui, no Bisturi.
igreja!!! Respondi. lombo dele falando sem parar: Sai dele e o leve para sempre... Pois, acreditem, Meninos, eu vi...
Doutora, já fomos ao padre, diabo, larga o m e u marido!!!!! Jesus Tratei o refluxo gastroesofágico
mandamos rezar missa, fomos nas m e ajude!!!! Sai diabo, larga o m e u diagnosticado por endoscopia com me- Ora. Lúcio Garcia
igrejas, nos crentes, na umbanda, marido!!!! Jesus m e ajude!! dicações e orientações de estilo de vida. Clinica Geral

Bandeira Científica
Querido(a) calouro(a) da 100a também das pessoas que participa- década de 1950 realiza expedições ca, e ainda ser recompensada por
turma da Casa de Arnaldo, ram da sua educação: dos pais, que anuais a cidades carentes. Atualmen- paisagens deslumbrantes da Ama-
dedicaram suor e lágrimas para lhe te envolve vários outros cursos da zônia. De todos esses momentos,
Parabéns pelo esforço e dedi- garantir a oportunidade, dos profes- USP além da medicina, como admi- entendi ainda mais o privilégio e
cação que o trouxeram aqui. sores do primário até o cursinho, que nistração, engenharia, fisioterapia, a responsabilidade que temos por
Acho que já percebeu que é dedicaram noites planejando aulas e fonoaudiologia, jornalismo, nutri- estudar na melhor Universidade da
muito bem-vindo, ainda mais nesse talento para ministrá-las com didá- ção, odontologia, psicologia, entre América Latina.
ano comemorativo do Centenário tica. É também dos amigos que lhe outros. São realizadas atividades Por tudo isso, convido você,
da nossa faculdade. Ao entrar no apoiaram para não desistir, entre mui- de assistência e m Saúde, pesquisas calouro, q u e conheça mais a
saguão e ver a escadaria, talvez tas outras pessoas. O próprio Newton científicas, atividades educativas, u m Bandeira Científica. Agora você é
você não tenha se dado conta, mas reconheceu que suas conquistas não documentário e relatório à Prefeitura parte não só da história da Casa de
começou a fazer parte de u m a tra- foram somente dele quando disse: "se da situação de Saúde da cidade. Arnaldo, mas também da história
dição. Milhares de outros passaram vi mais longe foi por estar de pé sobre E m 2010, participei como bandei- da Medicina no Brasil. Talvez seja
pela mesma experiência e foram ombros de gigantes.' rante do projeto que foi a Inhambupe, muito para perceber agora, então
preparados para construírem a Ainda nesse escopo gostaria de Bahia. No sertão do Nordeste, conheci aproveite c o m intensidade, fes-
história da Medicina no Brasil. salientar que se você, calouro, e todos u m a realidade totalmente nova e teje, se orgulhe, agradeça quem
O nome na lista, o orgulho dos osfilhosde Arnaldo, temos a oportu- pessoas receptivas, e sob a supervisão tiver que agradecer e conheça to-
pais, festa, ansiedade, expectati- nidade de estudar numa faculdade de médicos de várias especialidades, das as atividades. Mas nisso tudo,
vas. Mudanças monstruosas ocor- pública devemos isso à sociedade, atendi meus primeiros pacientes. Tive lembre-se da sua responsabilidade
rerão na sua vida, nada será igual, cujos impostos e doações sustentam contato com alunos de outros cursos, social e continue sonhando, se
nem m e s m o você. E u m pouco de a grande estrutura da USP. Gratidão outras maneiras de pensar, e aprendi possível, c o m u m país melhor.
reflexão é sempre útil, ainda mais é reconhecer que somos devedores sobre importância da Atenção Pri- Finalizo c o m Monteiro Lobato:
e m períodos de muitas mudanças, da educação que recebemos gra- mária, sobre as diferenças sociais no "Loucura? Sonho? Tudo é loucura
e gostaria de lhe lembrar sobre a tuitamente e então encontrar u m a Brasil, sobre interdisdplinaridade, e ou sonho no começo. Nada do que
gratidão. Mas alguém que passou maneira própria de retribuir aquilo claro, sobre medicina. Gostei tanto da o h o m e m fez no mundo teve início
na PI-NHEI-ROS precisa de gratidão? que nos é dado. experiência, que decidi ser diretora. de outra maneira, mas tantos so-
Afinal, passou no vestibular mais Felizmente, é possível já na E m 2011 a expedição foi a Bel- nhos se realizaram que não temos
cobiçado do país, e está adentran- graduação começar a nossa retribui- terra, cidade próxima a Santarém, no o direito de duvidar de nenhum."
do numa faculdade de excelência. ção social através dos projetos de interior do Pará. Foi outra experiência
Contudo, saiba: a conquista, extensão. U m dos mais tradicionais inesquecível trabalhar por pessoas Ana Cantina Saltes, turma 97,
m e s m o incrível, não é só sua. É é a Bandeira Científica, que desde a que raramente tem assistência médi- diretora da Bandeira Científica
São Paulo, Março de 2012
&

HORÓSCOPO

Flora Goldemberg, genes pelo mundo o máximo pos- danet@HOTmail.com coisas importantes, como com
Lucas Lisboa e Pauta Cho. sível. Mulher, liberte-se de tabus Cantada: Me chama de Tarzan, e coisas do dia a dia. Lembre-se
e aproveite suas ultimas semanas segura no meu cipó. de tudo isso, essas afirmações
para conhecer novas línguas. No são essenciais para que você
CÂNCER dia 25 de março, uma ambulância SAGITÁRIO tenha segurança e coragem e,
O movimento re- dirigida por uma mulher sensual- Nas próximas sema- principalmente, que tudo isso
trógrado de Mar- mente loira irá te atropelar e, nas, sua vida ficará se encaixa perfeitamente com a
te e de Plutão posteriormente, te levará para o mais clara. Quando sua realidade, porque você é es-
é somente mais hospital com o dedão do pé que- você se olhar no pecial e essa previsão foi feita,
um sinal de que brado, onde, infelizmente, um espelho e se achar exclusivamente, para coincidir
o seu hobbie du- residente novato de anestesio irá normal, acredite somente com você. Ótimo mo-
rante as incríveis aulas em injetar em você, por engano, as nisso, não importa o quanto os mento para se assumir.
desvendar os mistérios do uni- substâncias que ele mais curte, outros digam que você é diferente. Cantada: Venha para o meu ar-
verso está deixando você mega te causando uma overdose. Im- Quando você se julgar equilibra- mário!
sobrecarregada, (ascendente) portante, não deixe de ler: tudo do e sensato, não escute se te
de câncer. O que é um forte isso só ocorrerá com as pessoas chamarem de louco. Mais cedo do LEÃO
sintoma de depressão, baixa que lêem horóscopo. que você imagina, quando alguém Arranque imediata-
auto-estima e impotência Cantada do dia: Qual a diferença próximo estiver muito precisando mente suas roupas!
sexual. As primeiras semanas entre você e a Cinderela? O encan- de ação e solução imediata, só Não é mais hora de
serão recheadas de bons mo- to dela acaba a meia-noite, o seu você realmente entenderá que se prender a essas
mentos e refeições com seus dura a minha vida inteira. essa pessoa só precisa colocar os tolas regras sociais,
amigos, portanto, não descui- temores para fora. E finalmente, você é um leonino corajoso, ca-
de de seu colesterol, já que a VIRGEM quando disserem que você seria tivante de todas as maneiras,
forte influência de Mercúrio na Você, donzela de um ótimo psiquiatra, não dê ouvi- mostre a sua exuberante juba.
sua vida não favorece seu LDL MH Virgem, terá seus dos, seu universo paralelo e seus Saiba que logo após você tomar
nas próximas semanas. Dica do f : dias contados e amigos imaginários já te trazem a sábia decisão de optar pela
mês: a forte tempestade solar, * J presenteará o ho- preocupações suficientes pra você nudez e atrair todos os olhares
depois de 4 bilhões de anos, in- m e m da sua vida se importar com essas pequenas na rua (e claro que isso não tem
dica certamente que o univer- com seu amor. Prepare-se: você coisas da vida. relação com a sua exposição
so quer que você plante uma conhecerá um h o m e m diferente Cantada: Vamos embora para a corporal, mas ao fato de você
árvore esse mês, vire hippie e de todos os outros. U m médico Pasárgada. Lá sou amigo do rei. ser genuinamente irresistível),
vá vender pulseiras na Praia sério, responsável, compre- cruzará seu caminho o amor de
Grande. Esbanje criatividade ensivo, cuidadoso, romântico, CAPRICÓRNIO sua vida. Essa pessoa especial,
nessa tarefa! fiel, e acima de tudo, nem um f ^ m O universo lhe pro- ao encontrá-lo, sentirá uma po-
Cantada do dia: Helloo, eu peso pouco machista. Quando você mete mudanças nos tente conexão de alma com você
só 170 quilos. assisti-lo pela primeira vez, relacionamentos e e obviamente também abdicará
você ficará impressionada com na vida profissio- das suas vestimentas. Observa
GÊMEOS o tratamento extremamente nal, mas nada que ção: fuja de integrantes da FIG
Sua indecisão delicado que este h o m e m tem você será capaz de e habitantes permanentes das
não lhe causará com seus pacientes. Afinal, sentir. Haverá desafios e muitas ruas de São Paulo que arrancarei
mais problemas, ele é um Ortopedista! Ninguém possibilidades à frente, mas suas roupas no momento em qu<
pois os astros seria tolo a ponto de esperar relaxe você saberá fazer a es- virem você. Não é exatamente o
deixaram claro, qualquer comportamento dis- colha correta. A vida promete Amor que está assumindo o con-
é o seu fim. A tinto. Agarre-o e case o mais surpresas e novidades, cuidado trole desses elementos do grau,
Morte está mais próxima do rápido possível. Você, h o m e m para elas não passarem desper- ajude-os a achar o caminho de
que você pode imaginar. Ainda virgem terá a oportunidade da cebidas. Você irá rever padrões, volta pra casa.
este mês, homem, preocupe-se vida, agarre-a rápido ou então finalmente começar a pensar, e Cantadas: Fique comigo como você
em espalhar seus magníficos aqui esta meu contato: gatinha- aprender a se ocupar tanto com veio ao mundo
São Paulo, Março de 2012
o- áUs&&usu <E
HORÓSCOPO

ESCORPIÃO você conversar com as pessoas e convulsões de felicidade por ÁRIES


Lpk Pare de ser malvado elas não pararem de sorrir de volta algumas horas. A felicidade irá Este mês você deve
L m-m 1 com aquele seu co- para você. Esse mês você será uma dar trégua quando você pensar tomar cuidado com
leguinha de sala do diva cheirosa. que todo esse dinheiro pode- um pecado...a gula.
pré, está na hora de Cantada: "Gatinha, você sabe ria ser doado e dar felicidade O mês não será fácil
engolir sua prepo- qual é o melhor remédio pro frio? a muitas pessoas. Beba muito, e você compensará
tência e entender Beijar. muito e, depois do porre da sua pedindo u m bolo
que suas ações foram extrema- vida, abandone a sua recente gelado na tia das massas, pergun-
mente incorretas. Sim, todos AQUÁRIO riqueza, abdique da medicina e tando qual a sobremesa de hoje
lembram da sua crueldade quan- g íâ Matricule-se ime- vá viver numa comunidade Hare no bandejão e no palheta, filando
do espalhava que aquela criança * ^% diatamente em uma Krishna. Encontre a verdadeira todos os coffees das ligas, das come-
tinha uma língua gigante e uma A u í academia. As pes- felicidade. Corte o cabelo e peça morações do Centenário, e não vai
risada estranhíssima. Até daquele ^^^^^^ soas são fúteis, cru- dinheiro no farol. parar por aí. Voltar para a tutoria
cabeção que você adorava zoar em I éis e preocupadas Cantada do dia: Não quero dinhei- pode ser u m perigo, escolha u m
público e da sua mania terrível de com a aparência. ro, quero amor sincero, é isso que tutor mão-de-vaca e não o que paga
chamá-lo de parrudinho e pitoco. Está na sua hora de, finalmente, eu espero... lanche pra galera. Não se esqueça,
Amadureça e entenda, finalmen- se render a isso, aquariano. Co- quando estiver e m desespero, que-
te, por que você apanhou 4 horas mece usando roupas normais, e PEIXE rendo filar u m rango na faixa, não
seguidas dos seus pais quando não aquelas que sua mãe queria
v-to apele para miojos alheios. Sinto
Já O m a r não esta pra
chamou seu coleguinha de cretino transformar em pano de chão. muito, mas esse é o mês da salada.
wF peixe. São muitas
retardado mental na frente de to- Você, mulher, descubra o prazer ^1 as chances de u m a Cantada: Você com o meu pandei-
dos. Ele não optou por ter carência da depilação com cera e você, grande desgraça nes- ro e eu com m e u berimbau, seria
de iodo. homem, pare de cultivar seu bi- se período, prepare- capoeira a noite toda.
Cantada do dia: Você não é o Pika- godinho de motoboy e sua barriga -se para lutar contra
chu, mas eu escolho você. de chopp, não é sexy. Dedique-se isso. Júpiter e Vênus recomen-
a esse novo objetivo, e quando d a m expressamente q u e você, Cuidado, (libriano, canceriano...),
LIBRA você menos esperar, todo motivo pisciano, não fale c o m n e n h u m a muito cuidado. Este m ê s você
Atenção libriano! será motivo para tirar a camisa, pessoa de cabelo preto, moreno, estará exposto a u m risco incalcu-
É capaz que você desfilar seu tanquinho e medir loiro, ruivo e tingido de verde. lável, imensurável e possivelmen-
escute essa frase seu bíceps. Exiba-se, mostre-se, A l é m d e resguarda q u a n t o a te mortal: bactérias. Faça tudo
diversas vezes esse aproveite-se da boa vontade das pessoas de dois olhos, elas lhe que estiver e m seu alcance mas
mês. Março será um pessoas querendo seu corpão, te oferecem grande risco. H o m e n s lembre-se, nunca, nunca deixe de
mês muito entedian- desejando, não segure todo seu e mulheres, de m o d o algum, ini- desinfetar as mãos depois que o
te. Cuidado para não dormir diri- ímpeto sexual e sua libido. ciem qualquer relacionamento que estava a seu alcance passar, e
gindo, assistindo aulas, assistindo Cantada: Você aí, toda cheia de c o m pessoas c o m as primeiras afetar seu espaço pessoal. O álcool
filmes, na privada ou tomando curvas, e eu aqui sem freio... letras do n o m e sendo C, R, T ou e m gel será seu melhor amigo nessa
banho na Atlética! Considere um M. Não cumprimente esses indiví- fase conturbada. Abuse e use de
café ou uma Coca matinal para TOURO duos, não lhes dê a m ã o . Se você sabonetes e esterilizantes, eles
você agüentar as aulas. O momen- Taurino, os astros for ler u m livro, certifique-se de podem ser grandes companheiros
to não esta para baladas. Invista podem, por vezes, que o autor não possui n e n h u m a e m tempos difíceis. Não se deixe
em relacionamentos mais sérios e Jp\ dar demonstrações dessas características. Não entre levar, agarrar ou tocar por estra-
duradouros...até a Carecas mais J \» imprecisas e confu- no elevador e não receba carona nhos - novos contatos podem gerar
ou menos. Já está bom, né? Você sas sobre seu des- dessas pessoas, e, mais importan- grandes perigos para você nesse
está recheado de amor e carinho tino. Não é esse te, pergunte para seu padeiro o período. Coragem para enfrentar
pra dar, doar e vender. Lembre- o caso. Prepare-se psicologica- signo dele. Se ele tiver qualquer essa batalha.
se de treinar sua simpatia em mente, na quarta você ganhará u m a das qualidades descritas ou Cantada do dia: É nos menores
desenvolvimento, mas não ache os 30 milhões de reais de prêmio for de Aquário, corra. frascos que estão os melhores per-
estranho, nem se irrite, quando acumulado da Mega-Sena, e terá Cantada: Caiu na minha rede, é peixe. fumes, e os piores venenos.
São Paulo, Março de 2012
3s>
a

Sudoku

26849 5
5 4
84 7 1
6 21 4
2 8 n
7 59 1
57 82
1 6
4 16 295
2 9 I L 8 fr
fi6

L tr 9 e 8 6 I 9 2
Z • li z fi * e 9 6
I 9Í2 8 6 9 v e Z
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