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Comunicação

Mais um tema ligado ao dia-dia que muitos acreditam desempenhar com extrema maestria...
ah!, quis dizer, com muita habilidade... tá, eu quis dizer que acham que sabem falar ou
escrever bem... pode parecer brincadeira, mas não é, acreditamos que sabemos nos
comunicar e algumas vezes nos vemos pensando ou até mesmo dizendo “Dãaa, não entende
nada, mané”. Quanto mais estudamos, mais claro fica o quanto é necessário saber para poder
se comunicar bem. Quando falamos, geralmente repassamos uma fração da informação que
recebemos, até mesmo as perguntas são reduzidas e com isso esperamos que a outra pessoa
entenda a questão toda, mas, na nossa cabeça a questão está muito clara e bem formulada,
infelizmente não é assim. Quando escrevo, estou colocando o meu ponto de vista da questão,
já o recebedor está recebendo e interpretando a informação de acordo com o seu próprio
ponto de vista, isso explica porque cada um tem uma reação diferente a cada situação. Mas
para que aja uma boa comunicação, precisamos saber como a outra pessoa se comunica. Se eu
falo português e a outra pessoa inglês, já era... já era? Ah, quis dizer que neste caso não houve
uma comunicação satisfatória. A comunicação é de responsabilidade do comunicador, e não
de quem está recebendo a informação, se eu quero falar com um inglês, devo me expressar no
idioma dele. Assim é com cada pessoa, se eu falar “Pandorga” para um gaúcho, provavelmente
serei entendido, se falar para um nordestino, talvez não, mas se falar “arraia”, ele entenderá,
assim como “pipa” em São Paulo e “Papagaio” para várias outras regiões do brasil. Com isso,
ainda não está tudo resolvido, tem a parte onde cada pessoa usa seus filtros internos para
interpretar o que se ouve, vê, ou seja, normalmente julgamos o que estamos recebendo e
reagimos de acordo com o que entendemos. Aí o bicho pega... hã!!?, nãaao, não tem bicho,
apenas quis dizer que aí as coisas complicam. Em Portugal, se perguntarmos ao recepcionista
de um hotel: Você poderia chamar um taxi para mim? - Ela: Sim, e volta a fazer o que estava
fazendo... se perguntar novamente, terá a mesma resposta, pergunta simples e objetiva,
resposta simples e objetiva. Tem horas? - Sim... mas não falam que horas são. Aqui no Brasil,
nossas perguntas são subjetivas, perguntamos: tem horas? Esperando receber como resposta
a hora naquele momento. Perguntamos “A”, esperamos resposta “B” e ainda ficamos
chateados quando não entendem ou dão a resposta objetiva. Um dos grandes problemas é
que, quando queremos apenas a resposta simples e objetiva da pergunta, aí não temos.
Muitas pessoas entendem as entrelinhas e dão respostas totalmente inusitadas, menos a
resposta da pergunta e este pode ser o início de sérios problemas. Vejam o quanto é complexo
o ato de se comunicar, temos que falar a mesma língua, dialeto e ainda fazer perguntas de
forma que a pessoa entenda, nossa, quanto trabalho (risos). Quando se está falando frente a
frente, existe uma possibilidade de a pessoa entender sua linguagem corporal, ver que está
brincando ou que não está com raiva, porém, com o Whatsapp, Messenger, isso fica
impossível. Um simples elogio pode virar assédio ou uma informação objetiva pode ser tornar
uma grosseria. Se analisássemos o contexto, seria bem mais simples, mas nem isso o nosso
cérebro ajuda. Nosso cérebro julga utilizando nossas lembranças e no final apenas guarda a
informação principal, o assédio ou a grosseria, depois de seis meses, se o assunto vier a tona,
não se lembraram das frases usadas, muito menos o contexto, apenas que foi assédio ou
grosseria. Desta forma, as pessoas continuam brigadas ou pensando besteiras sobre coisas que
nem se quer existiram de fato. A pessoa pode realmente não ter tido a intenção de assediar,
pode ter sido apenas um comentário ou um elogio; talvez fazer a outra pessoa se sentir bem;
ter sua beleza reconhecida. Já a segunda pessoa, da grosseria, de repente foi apenas objetiva.
Nos dois exemplos, o recebedor não analisou o contexto, julgou de acordo com os seus filtros
e respondeu o que achou correto; resultado, menos uma amizade, ou casamento, enfim...
situações que poderiam ser evitadas, não acham? Então? Você ainda acha que comunica-se
Bem?

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