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O Jogo Lúdico
O Jogo Lúdico
O homem primitivo era uma criatura dada às práticas lúdicas. Desde o início foi
um imitador, trazendo dentro de si uma incontida ânsia de "ser outro". Ele
partilhava esse atributo com os animais, mas ultrapassava-os na flexibilidade
de seu corpo e voz, na desenvolvida consciência de sua vontade e na
capacidade de ordenar seu cérebro. Também brincava com seus irmãos
animais, descarregando não só sua vitalidade física, mas preparando-se para
ações significativas, como a luta pela sobrevivência, pela vida.
Essa luta pela existência forçou o homem primitivo a uma visão
declaradamente prática e utilitária: queria comer regularmente, conquistar seus
inimigos e pôr-se a salvo de ataques.
Assim, logo aprendeu que podia realizar seus desejos, simbolizando-os através
dos ritos. E o jogo teatral, a noção de representação, nasce essencialmente
vinculada ao ritual mágico e religioso primitivo.
O Homem Caçador
O homem caçador, antes de iniciar a caça, realizava rituais que o ajudaria na
sua missão. Os atuantes meio dançavam, meio representavam (movimentos de
corpo, pulos, saltos), cobriam-se com máscaras, peles e folhagens para
identificar-se com o espírito animal. Dessa maneira, o homem primitivo
começava a aguçar sua consciência da natureza e intensificava seu
ajustamento a ela. Representava uma caçada e seu sucesso nela, tentando
torná-la realidade.
O Homem Agricultor
Quando este homem caçador (bastante nômade) passa a estabelecer-se em
comunidades (devido ao desenvolvimento da agricultura), começa a desvendar
a relação entre seu suprimento de alimentos e a fértil estação das chuvas ou
do máximo calor solar. Seu maior terror era a colheita arruinada e um inverno
rigoroso. Toda sua concentração estava focada no medo do inverno
(relacionado com a morte) e na esperança da primavera (relacionada com a
vida). Neste momento, começa a incluir efetivamente algo de pensamento
científico em seu rito dramático. Uma série de rituais se desenvolve em
determinados períodos do ano: a morte era expulsa no solstício de inverno e
durante o equinócio vernal, as tribos celebravam o ritual da primavera.
Orgia Báquica
Uma outra forma de negar a mortalidade era aumentar o índice de nascimentos
e este era da maior importância para tribos rivais. Daí, vieram representações
que interpretavam e induziam à procriação: os ritos de fertilidade. Os RITOS
FÁLICOS ou SEXUAIS eram caracterizados por muitos festins e tendiam a
reproduzir elementos eróticos do ato sexual. Permitia-se uma total liberação da
libido reprimida. Dessas pantomimas é que nasceu a COMÉDIA, com sua
imensa alegria e com o riso que silencia muitas ansiedades ou dores do
coração do espectador.
A vida era também afirmada pela adoração da potência de um animal. Era
costume sacrificar um touro, cavalo, bode ou outra criatura e incorporar seu
"mana" ou poder mágico, através da partilha da carne e do sangue. Assim, a
morte do animal sagrado era simbolicamente "desfeita" de diversas formas. Se,
por exemplo, o sacerdote vestisse a pele de um animal e dançasse, ele podia
provar que o animal ainda estava vivo e na realidade era indestrutível.
Um feiticeiro do Cameron usando uma máscara de leão. Ele não finge ser um
leão; está convencido de que é um leão. Ele partilha uma "identidade psíquica"
com o animal - identidade existente no reino do mito e do simbolismo. O
homem "racional" moderno tentou livrar-se deste tipo de associação psíquica
(que no entanto subsiste no seu inconsciente); para ele, uma espada é uma
espada e um leão é apenas o que o dicionário define.
Os ritos de passagem também eram de fundamental importância para a
organização da vida em comunidade: o ingresso de novos adultos na tribo
requeria ritos de iniciação e a cerimônia mostrava o adolescente morrendo
como criança e renascendo como homem.
Teatro de Dionísio
Dionísio torna-se o patrono do teatro e é honrado com uma elaborada
procissão que acontecia na abertura das Dionisíacas Urbanas: um concurso
onde cada poeta selecionado apresentava uma tetralogia - três tragédias e um
drama satírico. Depois de algum tempo, as comédias também foram
incorporadas.
Assim, o drama atinge a maturidade nas eras clássicas da Grécia e de Roma.
Dá o primeiro passo em direção à caracterização e ao conteúdo amplamente
humano. O teatro termina por tornar-se uma síntese das artes: poesia e ação
dramática, dança, música, pintura... e resulta em poderoso órgão para a
expressão da experiência e do pensamento humanos.
Como diz Patrice Pavis: "a separação dos papéis entre atores e espectadores,
o estabelecimento de um relato mítico, a escolha de um lugar específico para
esse encontros, institucionalizam pouco a pouco o rito em acontecimento
teatral."
A ORIGEM DO TEATRO
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Estudos Literários
Surgido nas sociedades primitivas como ritual mágico destinado a obter o favor
dos Deuses na caça ou na colheita, e logo vinculado ao desenvolvimento das
primeiras religiões, o teatro é uma das mais antigas expressões artísticas da
humanidade: em todas as épocas e entre todos os povos existe o desejo de
desempenhar temporariamente o papel de outrem, fantasiar-se e falar à
maneira dele.
O TERMO - teatro surgiu na Grécia; porém em língua portuguesa veio do
latim theatrum, que por sua vez originou-se do grego théatron, derivado do
verbo ver = theaomai, ou seja, théa = vista, visão (no sentido de panorama) + o
sufixo [-tron] = instrumento, donde, "lugar onde se vê".
O vocábulo teatro apresenta as seguintes acepções:
a) Local onde se realizam os espetáculos.
b) Os próprios espetáculos.
c) O conjunto de textos, produzidos por um autor e a interpretação.
Essas três acepções, somadas, levam-nos a ideia de que o teatro é a arte do
espetáculo. Contudo, nem todo o espetáculo é teatro. Para que seja teatro são
imperativos a pré-existência do texto e a representação sobre um palco. Sob
essas características, texto e ação, o teatro adquire seu verdadeiro significado.
A ORIGEM - Se fossemos buscar as origens primitivas do teatro, nos
perderíamos no tempo falando de cerimônias e ritos religiosos cheios de
magias e símbolos que eram verdadeiros espetáculos teatrais. Para sermos
práticos vamo-nos apoiar em documentos.
É difícil precisar quando surgiram as primeiras manifestações cênicas;
entretanto, crê-se ter surgido entre os povos primitivos como parte de rituais,
pois as sociedades primitivas realizavam rituais e práticas religiosas que
continham elementos teatrais como a dança e as representações cênicas,
destinadas a acalmar ou agradar os deuses e deles obter favorecimentos para
a sobrevivência (fertilidade da terra, sucesso nas batalhas, etc.). Não raro, os
personagens destas danças usavam máscaras que representavam seus
deuses. De modo que podemos considerar o teatro como uma das mais
antigas formas de arte.
A informação que temos vem das pinturas em cavernas e da decoração em
artefatos. As informações mais completas e detalhadas que chegaram até nós,
referem-se às encenações teatrais da Antiguidade Grega.
Os gregos podem ter acreditado que foram eles os inventores do teatro, mas
de acordo com os registros deixados pelo povo egípcio, eles precederam os
gregos nas apresentações públicas. Os documentos revelam que os egípcios
tinham, nas encenações, uma das expressões de sua cultura. Essas
representações tiveram origem religiosa, cuja finalidade era exaltar as
principais divindades da mitologia egípcia, principalmente, Hórus, Osíris e Ísis.
A história do deus Osíris, um drama mitológico, representado anualmente nos
festivais, é a peça mais antiga que se conhece (escrita em 3200 a. C.). Relata
a história do assassinato do deus Osíris por seu irmão Seth. O texto dessa
peça, escrito num papiro, foi descoberto por arqueólogos em Luxor, no ano de
1895. Ele contém, entre outras coisas, as ilustrações das cenas, as palavras
ditas pelos atores que representam a história e comentários explicativos. A
morte de Hórus também era um dos temas centrais do teatro egípcio. E foi do
Egito que elas passaram para a Grécia, onde o teatro desenvolveu-se
admiravelmente, graças à genialidade dos dramaturgos gregos.
No continente asiático o teatro também já existia, embora, com outras
características, que ainda hoje o singularizam. Na china, por exemplo, há
referências de espetáculos teatrais - que envolviam música, palhaços e
acrobacias - desde 2205 (um pouco depois do egípcio) e que se prolongou até
1766 antes da era cristã, durante a Dinastia Hsia. O que, cronologicamente, dá
aos chineses o segundo lugar na hierarquia teatral.
A Índia começou a desenvolver seu teatro cinco séculos antes da era cristã. Os
poemas Ramayana e Mahabharata podem ser considerados as primeiras
peças originadas na Índia. Esses épicos forneceram a inspiração para os
primeiros dramaturgos indianos, como Bhasa no (século II a. C.). Portanto, o
teatro egípcio, o chinês e o indiano, surgiram muito antes do teatro grego.
O Japão e a Coréia, mesmo sem contatos com o mundo ocidental,
desenvolveram, formas próprias de teatro. No Japão, o sacerdote Kwanamy
Kiyotsugu, que viveu entre os anos de 1333 e 1384 da era cristã (Idade Média),
foi o primeiro dramaturgo japonês. O seu teatro era de extrema perfeição
técnica. Tinha entre suas principais manifestações, a dramaturgia Nô, surgida
do ensino do budismo Zen e dotada de grande complexidade psicológica e
simbólica, e o Kabuki, mais popular, embora igualmente importante.
Verificando-se que as representações, nestas nações assumiram cunho
inteiramente diverso do grego, não é sem razão afirmarmos que, somente para
o mundo ocidental, a Grécia é considerada o berço do teatro.
GLOSÁRIO
Imitação - Para Aristóteles, a imitação é algo instintivo ao homem. Assim
sendo, este se expressa artisticamente reproduzindo a realidade que o cerca,
ou seja, "imitando" essa realidade através de um processo de representação. A
imitação, segundo Aristóteles, é um princípio comum a todas as artes, poesia,
música, dança, pintura ou escultura. As diferenças que essas artes apresentam
são, pois, de natureza formal, e podem ser quanto ao meio empregado para
imitar, quanto ao objeto imitado ou ao modo de imitação.
Ação - Por ação, consideremos, como Hegel (1770-1831), “a vontade humana
que persegue seus objetivos” (parafraseado por Renata Pallottini em
Introdução à Dramaturgia, p. 16)
Catarsis - Termo empregado por Aristóteles para definir a finalidade última da
tragédia como sendo a purgação ou purificação das emoções de terror e
compaixão. A complexidade de determinar um significado preciso para tal
conceito está relacionada tanto a problemas de tradução quanto a problemas
de interpretação. “Catársis”, em grego, na verdade pode significar tanto
“purgação”, no sentido médico de limpeza do corpo, como “ purificação", no
sentido religioso de limpeza de espírito.
Théatron - Palavra grega para denominar o auditório dos antigos teatros.
Literalmente significa " lugar de onde se vê" .
Skéne - O antigo teatro grego era constituído por duas unidades arquitetônicas
separadas, o "théatron" e a "skené", ligadas pela "orchéstra". Literalmente, do
grego, skené significa "tenda, barraca", e originalmente o termo referia-se ao
local onde os atores se vestiam.
A ORIGEM DO TEATRO
A palavra teatro é um gênero de arte e também uma casa, ou um edifício, em
que são representados vários tipos de espetáculo. Ele provém da forma grega
theatron, derivada do verbo “ver” ( theaonai ) e do substantivo “vista” (thea) no
sentido de panorama. Do Greco, passou para o latim com a forma de
theatrume, através do latim, para outras línguas, inclusive a nossa. Más o
teatro não é uma invenção grega, espalhada pelo resto do mundo. É uma
manifstação artística presente na cultura de muitos povos e desenvolvida
espontaneamente em diferentes latitudes, ainda que na maioria dos casos, por
imitação. Antes mesmo do florescimento do teatro grego da antiguidade, a
civilização egípcia tinha nas representações dramáticas uma das expressões
da sua cultura. Essas representações tiveram origem sendo destinadas a
exaltar as principais divindades da mitologia egípcia. Osíris Isis. Três mil e
duzentos anos antes de Cristo já existiam tais representações teatrais e foi do
Egito que elas passaram para a Grécia onde o teatro teve um florescimento
admirável, graças a genialidade dosdramaturgos gregos. Para o mundo
ocidental a Grécia é considerada o berço do teatro, ainda que a precedência
seja do Egito.
Más no continente asiático o teatro também existia com outras
características, que ainda hoje o singularizam. Na china, por exemplo, o teatro
foi estabelecido durante a dinastia Hsia, que prolongou até 205 ao ano 1766 de
antes da era Cristã. Portanto, o teatro chinês é e o segundo cronologicamente,
antes do teatro grego. Como no Egito surgiu também co características rituais.
Más, além das celebrações de caráter religioso, passaram também a ser
evocados os êxitos militares e outros acontecimentos. Assim as procissões e
danças foram cedendo lugar a forma dramática. A India começou a
desenvolvolver seu teatro cinco séculos antes da era cristã, depois do
aparecimento dos seus poemas_épicos Mahabharata e Ramayama que são as
grandes fontes de inspiração dos primeiros dramaturgos idianos. Países tão
distantes como a Coréia e o Japão, mesmo sem contato com o mundo
ocidental desenvolveram a seu modo formas própias de teatro. _ A Coréia
antes da era cristã e o Japão durante a idade média ( o primeiro dramaturgo
Japonês o sacerdote Kawanany Kiotsugu viveu entre os anos 1333 e 1384 da
era cristã.)