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Disciplina 1 – Políticas de Saúde e o Sistema

Único de Saúde (SUS)


Aula 1 – O contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) e
as Redes de Atenção à Saúde (RAS)
Parte 1: 13/07/2016 Parte 2: 20/07/2016

Prezado(a) Aluno(a),
A Aula 1 - O contexto do Sistema único de Saúde (SUS) e as Redes de
Atenção à Saúde (RAS) constitui a primeira aula do curso MBA Gestão em Saúde
e a primeira aula da disciplina “Políticas de saúde e o Sistema Único de Saúde
(SUS)”.
O objetivo desta apostila é trazer o contexto do Sistema Único de Saúde
(SUS), sua criação, estrutura, funcionamento, princípios e seu mecanismo de
gestão.
Tem a finalidade de fornecer instrumental teórico multidisciplinar para
ampliar e aprofundar o debate sobre saúde, apresentar o processo de implantação
do SUS, seus avanços e desafios. Apresenta breve caracterização do projeto da
reforma sanitária brasileira e o SUS expresso na Constituição de 1988, a Lei
Orgânica da Saúde de 1990 (Leis 8080 e 8142 de 1990). Contempla ainda as Redes
de Atenção à Saúde (RAS) no momento atual.

Vamos começar o nosso percurso? Bons estudos a todos!

Autoras: Vanessa Gomes Maziero


Bruna Moreno Dias

Revisoras: Andrea Bernardes


Carmen Silvia Gabriel

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 3

1.1 A evolução da assistência à saúde no mundo – síntese. ............................................. 3

1.2 Evolução histórica da organização do Sistema de Saúde no Brasil e Reforma Sanitária


........................................................................................................................................... 4

2 CONSELHOS DE SAÚDE ................................................................................................ 15

2.1 Redes de Atenção à Saúde (RAS) ............................................................................. 19

3 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 25

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1. INTRODUÇÃO

1.1 A evolução da assistência à saúde no mundo – síntese

O significado da palavra saúde já apresentou diversos sentidos. Hipócrates, no ano


460-377 a.c., apontou as condições que influenciam o estado de saúde de uma população.
Para ele, não seria possível a erradicação de uma doença de um determinado conglomerado
humano se as influências da cidade, estilo de vida de seus habitantes, inclusive a influência
da água consumida, não tivessem sido avaliadas (HIPOCRATES, 2002).
Contudo, a possibilidade de considerar a prática médica, bem como o conceito de
saúde tal como são vistos atualmente, só foi possível a partir de Norton (1845) que descobriu
a anestesia, de Lister (1865) que conceituou a assepsia, de Koch por meio de um conjunto de
conhecimentos, de Pasteur pelo desenvolvimento da microbiologia, e de Claude Bernard que
se dedicou à fisiologia (NETO; MALIK, 2012).
Entretanto, o atendimento médico visando à cura dentro de uma instituição hospitalar,
surgiu a partir do século XVII. Vale lembrar que o hospital na Europa, desde a Idade Média, não
era considerado um ambiente para cura. Tratava-se de uma instituição de assistência aos
pobres, portadores de doenças e de possíveis contágios, conhecido como o lugar onde os
pobres iriam morrer. O hospital permanece com essas características até o começo do século
XVIII (FOUCAULT, 1979).
Segundo texto de Foucault (1979), a transformação do hospital em instrumento de
cura e intervenção terapêutica ocorre ao longo da organização dos hospitais marítimos no
século XVII. A partir da transformação do Hospital como um instrumento de cura (e
terapêutico), os médicos deixam de ser “funcionários” dos sacerdotes e dos religiosos,
tornando-se presença constante no hospital, e criam um sistema diário de visitas e atenção
específica aos pacientes (FOUCAULT, 1979).
Tais mudanças na prática médica foram sentidas rapidamente na saúde pública, cujas
bases foram construídas na Inglaterra e na França. Com o início da revolução industrial,
sentiu-se o efeito sobre a saúde do proletariado e a urbanização; surge um novo padrão de
exploração da força de trabalho, havendo a necessidade de manter a população para a
produção e para a guerra. A economia de mercado, da fábrica e do ambiente urbano moderno
desponta problemas, que torna necessária a prevenção de doenças, a proteção do indivíduo
trabalhador e a proteção da saúde pública (ROSEN, 2006; LIMA, 2007).
Na primeira cidade industrial, Manchester, chamou a atenção o surgimento de febres
e difusão de doenças. A partir da disseminação do tifo exantemático forma-se um conselho
de saúde voluntário. A epidemia da cólera, ocorrida em 1831 e 1832 nos distritos mais pobres
onde se negligenciavam medidas sanitárias, serviu como alerta na Grã-Bretanha que voltou

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a atenção para problemas de saúde das comunidades urbanas, iniciando medidas sanitárias
(LIMA, 2007).
Dessa forma, construiu-se o modelo de saúde pública, sendo este aperfeiçoado após
o século XX.
O conceito de saúde como ausência de doença era uma visão puramente biológica e
médica, sendo restritiva. Não se tratava de uma definição analítica do tema saúde, reduzindo
o processo ao tratamento e prevenção de doenças (FLEURY-TEIXEIRA, 2009).
Indivíduos sadios não estão todos livres de doenças, e a ausência delas não gera a
conclusão de que são realmente sadios. Sabe-se que há indivíduos ativos, social e
economicamente produtivos considerados sadios, mas que são portadores de algum tipo de
incapacidade parcial e/ou sequela. Da mesma forma, alguns estão infectados, apresentam
limitações e incapacidades sem terem evidência clínica da doença (ALMEIDA-FILHO, 2000).
Portanto, não é possível simplificar a definição de saúde caracterizando-a como a ausência
de doença, especialmente porque a atenção atraída para as doenças crônicas e
degenerativas carreou a necessidade de explicá-las por meio de vários fatores e não um único
agente.
O conceito de saúde só chegou a um consenso após a II Guerra Mundial e a criação
da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A
constituição de 1946 traz em seu texto o conceito de saúde da Organização Mundial de
Saúde: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, psíquico e social” (WORLD
HEALTH ORGANIZATION - WHO, 2006), sendo que esse conceito ainda demanda que a
saúde seja um estado ideal de plenitude (ALMEIDA FILHO, 2000).
Na década de 1970, as concepções de saúde passaram a ser vinculadas à proposta
de Reforma Sanitária nos departamentos de medicina social e preventiva e nas escolas de
saúde pública. A produção teórica desenvolvida pela Saúde Coletiva denotou dois conceitos,
sendo o primeiro sobre a determinação social das doenças e o segundo trata-se do processo
de trabalho em saúde (CORDEIRO, 2004; BALESTRIN E BARROS, 2009).

1.2. Evolução histórica da organização do Sistema de Saúde no Brasil e Reforma


Sanitária

Com relação à saúde no Brasil, no final do século XIX, o hospital era considerado o
local onde os pobres iriam morrer, uma vez que as pessoas que apresentavam posses eram
atendidas em seus lares. Os portadores de doenças como hansenianos e doentes
psiquiátricos eram segregados da população, e o Estado era responsável por questões de
controle da situação sanitária (NETO; MALIK, 2012).

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Pela Constituição de 1891, os Estados eram responsáveis pelas ações de saúde, de
saneamento e de educação. Em fins da década de 1910, iniciaram efetivamente as políticas
de saúde associadas aos problemas da integração nacional e à consciência da
interdependência gerada pelas doenças transmissíveis (LIMA, 2005).
As cidades brasileiras ficavam expostas às epidemias, devido à falta de um modelo
sanitário. A cidade do Rio de Janeiro, no início do século XX, era marcada pela presença de
diversas doenças graves como a varíola, febre amarela e malária, configurando um quadro
sanitário caótico. Este quadro causou sérios problemas para a saúde coletiva e outros setores,
inclusive para o comércio exterior, pois os navios já não queriam atracar nos portos do Rio de
Janeiro em razão dessa situação sanitária (NETO; MALIK, 2012).
Diante disso, a participação do Estado na área da saúde estendeu-se por todo o tempo
e por todos os setores da sociedade não se limitando somente a épocas de surtos, como
anteriormente. Surge, então, a “política de saúde” a partir da contínua intervenção estatal na
saúde coletiva e do indivíduo (BRASIL, 2011a).
Com o olhar voltado às epidemias, como a peste bubônica em 1899, surge a criação
de instituições de pesquisa biomédica, sendo as duas principais: Instituto Oswaldo Cruz
(1908) e Fundação Oswaldo Cruz (1970), no Rio de Janeiro, e o instituto Butantan, em São
Paulo (LIMA, 2005).
Durante a primeira república, emergiu no Brasil o movimento ativo de Reforma
Sanitária com os médicos Higienistas na liderança. Em 1920, uma das principais conquistas
foi a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) (BRASIL, 2007).
A assistência médica só teve conhecimento legal como política pública após
aprovação da lei Eloi Chaves em 1923. Até este momento, muitas categorias de trabalhadores
organizavam associações de auxílio mútuo para lidar com problemas de saúde como a
invalidez, doença e morte (BRASIL, 2007).
Com relação à responsabilização do Estado, o momento inicial deu-se a partir da
criação da lei que regulamentou a criação dos Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs).
Os benefícios dependiam das contribuições dos segurados, pois eram organizações de
direitos privados, contemplando somente o operariado urbano (ESCOREL; NASCIMENTO;
EDLER, 2005).
Ressalta-se que a configuração de políticas sociais no Brasil só tem seu marco
reconhecido no primeiro governo Vargas, sendo que as mudanças institucionais ocorreram a
partir de 1930. Em 1939, a justiça do trabalho é regulamentada e, em 1943, é homologada a
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). A Previdência Social foi estendida a todos os
proletariados e as antigas CAPs foram substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e
Pensões (IAP), cujos trabalhadores eram organizados por categoria profissional (BRASIL,
2007).

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O processo de construção institucional da saúde teve seu marco definitivo na gestão
do Gustavo Capanema no Ministério da Educação e Saúde Pública (1934-45). A reforma do
Ministério, implementada por Capanema a partir de 1937, determinou orientações para a
política de saúde pública. O Ministério passou a se denominar Ministério da Educação e
Saúde (MES). Em 1941 houve a criação dos Serviços Nacionais, que foi considerada a
segunda grande reforma, pois atuaram nas campanhas de combate a doenças específicas e
às grandes endemias (CAMPOS, 2000; HOCHMAN, 2005). A partir destas duas reformas, foi
consolidada a estrutura administrativa e institucional da saúde pública, de modo que a mesma
permaneceu com poucas alterações até 1953, momento em que foi criado o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2011a).
Outro marco institucional desse período foi a reorganização dos Serviços Nacionais
no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e, em 1956, a implementação da
Campanha Nacional contra Lepra e das campanhas de controle e erradicação de doenças,
como a Malária, de 1958 a 1964. Além disso, a realização da 3º Conferência Nacional de
Saúde em 1953 marcou esse período histórico (BRASIL, 2011a).
A Conferência Nacional de Saúde (3ª CNS) teve como principal questão a retomada
na discussão sobre distribuição de responsabilidades entre os entes federativos, uma análise
sanitária do país e a proposta de municipalização dos serviços de saúde (BRASIL, 2011a).
Já no período militar (1964-1984), o Sistema Nacional de Saúde distinguiu-se pela
dominação financeira das instituições previdenciárias e pela preeminência de uma burocracia
técnica que operava no sentido da mercantilização da saúde. Foram implantadas reformas
institucionais que afetaram a saúde pública e a medicina previdenciária. Em 1966, a partir da
unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP), foi criado Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) que passou a gerir as aposentadorias, as pensões e a assistência
médica de todos os trabalhadores formais, não fazendo parte dos benefícios os trabalhadores
rurais e alguns urbanos informais (BRASIL, 2011a).
A assistência médica financiada pela Previdência Social, na década de 1970,
apresentou período de grande expansão em número de leitos, cobertura e em volume de
recursos arrecadados. Já os serviços médicos prestados pelas empresas privadas aos
previdenciários eram pagos por Unidade de Serviço (US), sendo que essa forma de
pagamento tornou-se uma fonte incontrolável de corrupção. Nesta época, o INPS financiou
as empresas privadas que desejassem construir seus hospitais (ESCOREL; NASCIMENTO;
EDLER, 2005).
Com a crise do modelo econômico na ditadura militar, a população com baixos salários
começa a conviver com o desemprego e as suas graves consequências sociais,
potencializando a marginalidade das favelas e da mortalidade infantil.

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Dessa forma, o modelo de saúde previdenciário começa a decair por priorizar a
medicina curativa, sendo inábil a solucionar os principais problemas de saúde coletiva, como
as endemias, as epidemias e os indicadores de saúde, como a mortalidade infantil. Houve
também aumentos constantes dos custos da medicina curativa, centrada na atenção médico-
hospitalar; diminuição do crescimento econômico com a respectiva repercussão na arrecadação
do sistema previdenciário, reduzindo as suas receitas; incapacidade do sistema em atender
uma população cada vez maior de marginalizados que, sem carteira assinada e contribuição
previdenciária, se via excluídos do sistema; desvios de verbas do sistema previdenciário para
cobrir despesas de outros setores e para realização de obras por parte do governo federal; o
não repasse pela União de recursos do Tesouro Nacional para o sistema previdenciário, visto
ser esse tripartite (empregador, empregado e União) (BRASIL, 2011a).
Diante do contexto apresentado, nota-se que a saúde pública e serviços
previdenciários estavam um caos e as reivindicações tornaram-se constantes. Dessa forma,
surgiu um movimento pela transformação do setor de saúde que, com outros movimentos
sociais, lutava pelos direitos civis e sociais. Tal movimento foi contextualizado em um
processo de redemocratização política da sociedade brasileira. Não era somente uma luta
pelo modelo de atenção à saúde, mas também por direitos democráticos em diversos setores
da sociedade brasileira (FEUERWERKER, 2005; MACHADO et al., 2007).
Em meados da década de 1970, a proposta brasileira estruturou-se durante a luta pela
redemocratização. Um extenso movimento social cresceu no país, agrupando iniciativas de
movimentos de base, da população de classe média e dos sindicatos. O movimento pela
reforma sanitária brasileira defendia a concepção de saúde como uma questão social e
política a ser abordada no espaço público, não apenas como uma questão exclusivamente
biológica. Dessa forma, as lutas pelos movimentos de base e dos sindicatos foram engajadas
por professores de saúde pública, pesquisadores da Sociedade Brasileira para o progresso
da ciência e profissionais de saúde (PAIM et al., 2011).
Esse movimento objetivava também alterar o cenário de exclusão que sofria grande
parte da população devido à assistência médica prestada pelo Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS). O INPS era fruto da fusão dos institutos de aposentadorias e
pensões (IAPS) e prestavam atendimento excludente (MARTINS, 2012).
Diante dessa crise, em 1974 o governo militar criou o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS). Esse Instituto possuía a maior parte do atendimento
realizado pela iniciativa privada por meio de convênios. Em 1977, o INAMPS foi vinculado ao
recém-criado Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) (BARBOSA;
CARVALHO, 2010).
Assim, houve a possibilidade de o movimento sanitário melhorar e democratizar o
atendimento à saúde das populações mais carentes, por meio de propostas apresentadas.

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Esse fato ocorreu no governo do general Geisel (1974-1979). Até este momento, a política de
saúde enfatizava uma medicina individual e assistencialista, privilegiando a prática médica
curativa. A política de saúde propiciava aos setores privados a busca do superfaturamento, por
meio da multiplicação e desdobramento dos atos médicos, internações mais caras, ressaltando
procedimentos cirúrgicos desnecessários (CORDEIRO, 2004).
No final dos anos 70, começa-se a estruturar também a atenção primária em saúde,
surgindo como destaque na agenda das políticas de saúde.
Com relação ao investimento no nível primário de atenção, a proposta se deu no
governo Figueiredo. As pressões sociais e políticas do setor da saúde resultaram na criação
de mecanismos de coordenação interministerial com o objetivo de elaborar um projeto de
grandes proporções para o reordenamento do setor. Em 1980, resultou a primeira versão do
projeto denominada de Pró-Saúde e, mais tarde, Prev-Saúde, que passou por diversas
redefinições. Ao incorporar o ideário do movimento sanitário, construído em amplos debates
oficiais, como o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde e a VII Conferência Nacional de
Saúde, em 1980, bem como em debates não oficiais, o Prev-Saúde permaneceu como
paradigma das reformas sanitárias desejadas, jamais atendidas pelo governo (ESCOREL;
NASCIMENTO; EDLER, 2005).
Em 1981, foi criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária
(Conasp) após o agravamento da crise na Previdência Social. O Conasp, criado pelo Decreto
nº. 86.329 da Presidência da República como órgão do Ministério da Previdência e Assistência
Social, deveria operar como organizador e racionalizador da assistência médica procurando
instituir medidas moralizadoras na área da saúde (BRASIL, 2011a).
Contudo, com o fim do regime militar, em 1985, e o advento da Nova República, as
lideranças do movimento sanitário assumem posições chaves nas instituições responsáveis
pela política de saúde no país. Dentro dessa realidade, destaca-se a convocação em 1986 da
8ª Conferência Nacional de Saúde, cujo presidente foi Sérgio Arouca, então presidente da
Fundação Oswaldo Cruz. Esse evento é considerado o momento mais significativo do
processo de construção de uma plataforma e de estratégias do “movimento pela
democratização da saúde em toda sua história” (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).
Destarte, a década de 80 foi marcada pelo fortalecimento dos movimentos sociais
representados por usuários, políticos, profissionais da saúde e lideranças populares que
mobilizaram forças para o movimento sanitarista brasileiro (MARTINS, 2012).
No entanto, o marco da reforma do sistema de saúde brasileiro foi a 8ª Conferência
Nacional de Saúde (8ª CNS), com a proposição de criação do Sistema Único de Saúde. A
partir dessa conferência de 1986, a Reforma Sanitária configura-se como um “projeto” em seu
Relatório Final, isto é, como um conjunto de políticas articuladas (PAIM, 2002). Parte da

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formalização desse projeto encontra-se na Constituição de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde,
de 1990.
Entretanto, o conhecido processo da Reforma Sanitária brasileira, percebido como
conjunto de atos relacionados às práticas sociais, econômicas, políticas, ideológicas e
simbólicas, surgiu especialmente após a 8ª CNS com a implantação dos Sistemas Unificados
e Descentralizados de Saúde (SUDS), a instalação da Comissão Nacional da Reforma
Sanitária (CNRS) e o desenvolvimento dos trabalhos da Assembleia Constituinte, Constituição
de 1988 e conjuntura pós-88. Logo, o processo da Reforma Sanitária brasileira pode ser
estudado na conjuntura da transição democrática e no período pós-constituinte (PAIM, 2008).
Diante desse contexto, nota-se que o movimento sanitário nesses primeiros anos
caracterizou-se pela busca do exercício e da operacionalização de diretrizes transformadoras
do sistema de saúde (BRASIL, 2007).
Os princípios da Reforma Sanitária foram lançados na 8ª Conferência Nacional de
Saúde. O foco para os participantes da Conferência foi a natureza do novo sistema de saúde:
se estatal ou não, de implantação imediata ou progressiva. Rejeitada a ideia da estatização,
conservou-se a proposta do fortalecimento e da expansão do setor público. Define-se o
conceito de saúde como “resultante das condições de alimentação, habitação, educação,
renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra
e acesso a serviços de saúde” (BRASIL, 2011a).
Outro tema abordado nesta conferência foi de unificação do INAMPS com o Ministério
da Saúde. Por fim, foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde que se aprovou a criação de um
Sistema Único de Saúde (SUS), que se constituísse em um novo arcabouço institucional, com
a separação total da saúde em relação à Previdência.
Quanto à operacionalização e o financiamento, havia a necessidade de
aprofundamento da discussão, sendo necessária a organização de fundos únicos de saúde
nos três níveis da Federação. Dessa forma, propôs-se a criação de um grupo executivo da
Reforma Sanitária, convocado pelo Ministério da Saúde – a Comissão Nacional da Reforma
Sanitária (CORDEIRO, 2004).
Para atender as discussões realizadas na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em julho
de 1987, criou-se o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), que tinha também
como princípios básicos: a universalização, a equidade, a descentralização, a regionalização,
a hierarquização e a participação comunitária. O SUDS constituía-se em uma estratégia para
“a reorientação das políticas de saúde e para a reorganização dos serviços, enquanto se
desenvolvessem os trabalhos da Constituinte e da elaboração da legislação ordinária para o
setor” (PAIM apud CORDEIRO, 2004).
Criada por Portaria Ministerial MEC/MS/MPAS nº. 2/86, de 22 de agosto de 1986, a
Comissão Nacional de Reforma Sanitária, apesar de seu caráter fortemente institucional, foi

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capaz de elaborar uma proposta de conteúdo de saúde que subsidiou a Constituinte, além de
um projeto para a nova lei do SUS (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).
Após diversas propostas em relação ao setor saúde, apresentadas na Assembleia
Nacional Constituinte, a Constituição Federal de 1988 aprovou a criação do Sistema Único de
Saúde, reconhecendo a saúde como um direito a ser assegurado pelo Estado e pautado pelos
princípios de universalidade, equidade, integralidade e organizado de maneira
descentralizada, hierarquizada e com participação da população (BRASIL, 2003).

1.3 O Sistema Único de Saúde

A Constituição citada foi considerada um marco na redefinição das prioridades da


política do Estado na área da saúde pública. Pode-se assegurar que a constituição de 1988
é um ponto de chegada para a reforma pública no Brasil, pois a mesma acatou coações por
maior participação e controle social nas decisões públicas, além de tornar possível um
processo de redemocratização do país, sendo também considerada um ponto de partida uma
vez que estabeleceu princípios e diretrizes garantindo a participação social (FRANZESE et
al., 2009).
De acordo com o inciso I do artigo 198 dessa Constituição, a direção deve ser única,
sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: no âmbito da União, pelo
Ministério da Saúde; no âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria
de Saúde ou órgão equivalente; no âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de
Saúde ou órgão equivalente (BRASIL, 1988).
Portanto, revela-se um novo paradigma para assistência à saúde brasileira: o Estado
tem o dever de atender o direito do cidadão à saúde (SCHERER; MARINO; RAMOS, 2005).
Há a responsabilidade das três esferas de governo abrangendo a União, os Estados, o Distrito
Federal e os municípios, portanto, a saúde passa a ser um dever do Estado. A constituição
também garante a universalidade da cobertura do SUS, em seu artigo 196:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e


econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(BRASIL, 1988).

E ainda estabelece a definição e as diretrizes para a organização do SUS em seu


artigo 198:
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes: I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II.
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais; III. Participação da comunidade. Parágrafo único – O
Sistema Único de Saúde será financiado, com recursos do orçamento da seguridade
social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
fontes (BRASIL, 1988).

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Por sua vez, a Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990 apresenta os princípios que
fundamentam as ações do SUS. Essa lei regula, em todo território nacional, as ações e
serviços de saúde e dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (BRASIL, 1990a).
Com relação aos princípios trazidos pela Lei nº 8080, cita-se: universalidade;
integralidade; autonomia; igualdade da assistência à saúde; direito à informação sobre a
saúde e do potencial dos serviços de saúde; participação da comunidade, descentralização;
integração das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; resolutividade e
organização dos serviços (BRASIL, 1990).
O movimento em busca da maior participação da comunidade nas decisões e controle
das políticas públicas tem como essência os princípios e diretrizes do SUS (BUENO, 2012).
Para Mattos (2009), esses princípios surgem como representação dos ideais e valores
defendidos pela Reforma, pois o mesmo conseguiu uma conformidade em torno dos princípios
e diretrizes que deveriam nortear a participação do estado nas questões relativas à saúde.
Os princípios e diretrizes do SUS citados geram que, em todo o território, o Sistema
de Saúde seja único, porquanto determinam uma forma de organização e uma doutrina,
representada pelos princípios doutrinários da universalidade, equidade e integralidade:

Universalidade

Este princípio trata da justiça social garantindo a atenção à saúde a todo e qualquer
cidadão e relaciona os direitos que ela garante e como se realiza a oferta dos mesmos
(BAHIA, 2009). No entanto, o SUS busca modificar esta abordagem tornando o acesso
universal garantido e ampliando seu conceito, tornando o direito ao acesso democrático
(MARQUES; MENDES, 2007).
Universal começa a ser um termo utilizado não somente como referência ao acesso
quantitativo, mas também no que concerne a qualidade desse atendimento (SOUZA et al.,
2008). Dessa forma, a referência ao acesso universal deve incluir, na atualidade, a
acessibilidade ao serviço e a utilização deste, ou seja, deve-se levar em conta a estrutura e o
processo na construção do cuidado (BRASIL, 2010).

Equidade

Este princípio abrange que todo cidadão é igual perante o SUS, mas ao individualizar
o usuário de acordo com suas necessidades, amplia o conceito de igualdade. Dessa forma,

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esse princípio se torna uma base ética para processos para a alocação de recursos
(GARRAFA; OSELKA; DINIZ, 2009).
Para Garrafa et al. (2009, p. 4) “equidade significa a disposição de reconhecer
igualmente o direito de cada um a partir de suas diferenças”. Assim, a equidade norteia as
políticas públicas, objetivando a justiça social na produção da assistência (RONCALLI, 2010).

Integralidade

Este princípio fundamenta o novo modelo de atenção. Cuidado integral resulta de uma
relação entre política, serviços, profissionais, dentre outros que possam definir o cuidado.
Assim, o olhar está sobre o indivíduo em todas suas dimensões (SILVA; SENA, 2008).
A integralidade pressupõe uma articulação de saberes específicos e não pela
justaposição de diversas disciplinas, a fim de impactar o processo de trabalho pensando no
cuidar centrado no usuário (CECÍLIO; MERHY, 2003).

São princípios organizativos do SUS:

 Regionalização e hierarquização

Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente,


dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida.
O acesso da população à rede deve se dar por meio dos serviços de nível primário de
atenção que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que
demandam os serviços de saúde.
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um
conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo
ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além
das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).

 Resolubilidade

É a exigência de que, quando um indivíduo busca atendimento, o serviço


correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).

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 Descentralização

É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e


serviços de saúde entre os vários níveis de governo. Assim, o que é abrangência de um
município deve ser de responsabilidade do governo municipal; o que abrange um estado ou
uma região estadual deve estar sob responsabilidade do governo estadual, e, o que for de
abrangência nacional será de responsabilidade federal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).

 Complementariedade do setor privado

A Constituição definiu que, quando por insuficiência do setor público, for necessária a
contratação de serviços privados, isso deve se dar sob três condições: 1ª - a celebração de
contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público prevalecendo sobre
o particular; 2ª - a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e
normas técnicas do SUS; 3ª - a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma
lógica organizativa do SUS, em termos de posição definida na rede regionalizada e
hierarquizada dos serviços (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).
Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos,
conforme determina a Constituição. Assim, cada gestor deverá planejar primeiro o setor
público e, na sequência, complementar a rede assistencial com o setor privado, com os
mesmos concertos de regionalização, hierarquização e universalização (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1990).

 Participação dos cidadãos

É a garantia constitucional de que a população, por meio de suas entidades


representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle
da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local.
Essa participação deve acontecer nos Conselhos de Saúde, com representação
paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma
de participação são as conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de
ação sobre a saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).
Destaca-se que a participação da comunidade nas decisões sobre saúde é um direito
do cidadão e um determinante da democracia. O direito da sociedade em participar do
Controle Social vem do princípio da participação da comunidade, assegurada pela Lei 8080/90
e a Lei complementar 8142/90.

13
Essa Lei complementar também traz sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e instituiu as Conferências e os Conselhos de Saúde
em cada esfera de governo.
A partir dessa ocasião, as conferências e conselhos de saúde passaram a ser
mecanismos estratégicos no processo de democratização da saúde. Dessa forma, a
população começa a criar estratégias de saúde de acordo com sua realidade (PIOVESAN et
al., 2014).
Destarte, o controle social é uma forma de fiscalização da população, além de
formulação de políticas de saúde a fim de atender as necessidades da população e melhoria
da qualidade de vida da mesma.
Nessa acepção, o controle social é trazido por Ottobelli (2008) como forma de controle
da população:

O controle social é compreendido como forma de controle da população, quanto à


formulação e implantação de políticas e programas de saúde junto à comunidade.
Portanto, apontado como uma estratégia de influência da população organizada nos
inúmeros segmentos sociais sobre o governo, estando intrinsecamente relacionado
às Políticas Sociais, visto que o mesmo está ligado à democracia representativa,
prometendo melhorias nas condições de vida das comunidades. (OTTOBELLI, 2008,
p. 2)

Fala-se em democracia devido ao empoderamento da sociedade ao assumir maior


controle de sua vida e construção no processo de cidadania.
Nesse sentido, foram criados os fóruns de saúde com espaços de representação
institucional, tendo como objetivo o exercício do controle social no SUS, ocorrendo a
participação dos diversos segmentos da sociedade, nas três esferas governamentais
(BRASIL, 2002).
Ambas as instâncias colegiadas apresentam regimento próprio. A conferência com
periodicidade de quatro anos é composta de diversos segmentos da sociedade, apresentando
a finalidade de discutir e avaliar a realidade da situação de saúde vivenciada pela população
e propor estratégias de políticas públicas de saúde, atendendo as necessidades da mesma.
Já os conselhos apresentam periodicidade mensal, tem caráter permanente e deliberativo,
apresentam o intuito de formular estratégias e controlar a execução de políticas. A
participação dos usuários é de 50%, sendo a outra metade composta por representantes do
governo, prestadores de serviços e profissionais da saúde (COELHO, 2012; PIOVESAN et
al., 2014).

14
2. CONSELHOS DE SAÚDE

Trata-se de um conselho que agrega representantes dos municípios e também


membros da comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne a representação dos três
entes federados: o Ministério da Saúde (MS), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde
(CONASS) e o Conasems.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) tem o objetivo de tornar o
conjunto das Secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal mais participante no
esforço de reconstrução do setor de saúde (BRASIL, 2002). Entre as representações de que
participa, estão a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e o Conselho Nacional de Saúde
(CNS).
A gestão pública é executada pelos respectivos gestores do SUS, que são os
representantes de cada esfera de governo designados para o desenvolvimento das funções
do Executivo na área da saúde. A administração ou a gerência, por sua vez, pode ser pública
ou privada (BRASIL, 2009b).
Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados
para o desenvolvimento das funções do Executivo na saúde: no âmbito nacional, o Ministro
da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde; e no municipal, o Secretário
Municipal de Saúde.
O CONASS e Conasens, de forma pactuada com o Ministério da Saúde, foram
responsáveis pelo processo de implantação do Sistema Único de Saúde. Tal processo foi
orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais.
As principais estratégias de reorientação do Sistema Único de Saúde, determinadas na
Constituição, a descentralização e regionalização, estão articuladas em um mesmo processo
(OLIVEIRA; TEIXEIRA, 2013).
Na constituição federal de 1988 e na lei Orgânica da Saúde de 1990, está prevista a
regionalização da assistência à saúde (BRASIL, 1988). Trata-se de uma estratégia visando à
descentralização político-administrativa do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da
organização das ações e serviços em redes assistenciais integradas e hierarquizadas.
A prática dessas estratégias, no entanto, só ocorreu a partir do ano de 1993, momento
em que houve a implantação das Normas Operacionais Básicas do Sistema Único de Saúde
(NOB 01/93 e NOB 01/96), que desencadearam um processo de descentralização,
transferindo recursos federais a estados e, principalmente, a municípios, viabilizando o
planejamento da assistência (SILVA; DOBASHI, 2006).
Houve dificuldades enfrentadas pelos municípios com relação à infraestrutura de
recursos e capacidade de gestão. Na verdade, a transferência de recursos e de poder de
decisão aos municípios lançou também um debate sobre a importância da regionalização,

15
retomada como diretriz estratégica pela Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS)
01/2001(BRASIL, 2001), posteriormente revisada na NOAS 2002 (BRASIL, 2002). Ambas as
normas estimulavam o fortalecimento do papel das Secretarias Estaduais de Saúde para que
assumissem a coordenação da regionalização da assistência, organizando redes de
cooperação entre os municípios, na tentativa de superar a descentralização prevista nas
normas anteriores (WEIGELT, 2006).
A Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/2002 (NOAS-SUS 01/02) foi
instituída pela Portaria GM/MS nº. 373, de 27 de fevereiro de 2002. Naquela data foi firmado
um acordo entre o CONASS e Conasems, contemplando propostas relativas ao comando
único sobre os prestadores de serviços de média e alta complexidades e fortalecimento da
gestão dos estados sobre as referências intermunicipais, notadamente no que diz respeito à
explicitação e aos mecanismos de acompanhamento dos recursos federais referentes ao
atendimento da população não residente que busca atendimento no município de referência
(BRASIL, 2002).
Há três diretrizes nacionais que dizem respeito à regionalização: a norma operacional
de Assistência à Saúde – NOAS (2001/02), já citada anteriormente; o Pacto pela Saúde
(2006); e o Decreto nº 7.508 (2011).
Contudo, após a NOAS (2001/02), só retomou-se a regionalização na publicação de
2006 devido à mudança de governo ocorrido em 2003. Essa publicação, retomando a
regionalização, determinou o Pacto pela Saúde que comporta três dimensões: Pacto pela
Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão, cuja finalidade é a qualificação da gestão
pública do SUS (BRASIL, 2006).
O Pacto pela Saúde (PS) é divulgado pela portaria GM/MS nº 399, de 22 de fevereiro
de 2006 (BRASIL, 2006a), que consolida o SUS e aprova as diretrizes operacionais inerentes
a ele. No documento do Pacto, a regionalização visa garantir o direito à saúde da população,
reduzindo as desigualdades sociais e territoriais por meio da identificação e do
reconhecimento das Regiões de Saúde e da gestão compartilhada, com a criação das
instâncias regionais que garantam a participação da totalidade dos municípios que compõem
a região (BRASIL, 2006).
O Pacto pela Saúde apresenta pressupostos teóricos relacionados à construção de
rede de assistência por linha de cuidado e redes de Pacto Federativo. Segundo Mendes
(2007), é por meio de redes que os atores reconhecem a importância da articulação de
recursos técnicos, políticos e informacionais, entre outros. Dessa forma, na construção das
redes busca-se a propagação do poder e aumento da capacidade estatal na condução de
decisões compartilhadas (MACHADO, et al., 2009).
Em relação às três dimensões do Pacto pela Saúde, o Pacto pela Vida é “o
compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades estabelecidas por meio de

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metas nacionais, estaduais ou municipais, que apresentam impacto sobre a situação de saúde
da população brasileira” (Brasil, 2006a). As prioridades pactuadas dividem-se em seis
grandes áreas: a saúde do idoso, o controle de câncer de colo de útero e de mama, a redução
da mortalidade infantil e materna, o fortalecimento de capacitação de respostas às doenças
emergentes e endemias com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza,
a promoção da saúde e o fortalecimento da atenção básica (BRASIL, 2006a). Portanto,
destaca-se a promoção da saúde, cujo objetivo primeiro é o da elaboração e implementação
de uma política ampla que contemple as diversas faces desse campo.
Ressalta-se o fortalecimento da atenção básica por meio do apoio instituído aos
diferentes modos de organização da atenção, ao priorizar a Estratégia de Saúde da Família
(ESF), a sua consolidação em grandes centros e a ampliação dela em municípios de
pequenos e médios portes, respeitando suas diferenças regionais (BRASIL, 2006b).
Quanto à segunda dimensão, o Pacto em defesa do SUS promulga “o compromisso
entre os gestores do SUS com o desenvolvimento e a articulação de ações que visem
qualificar e assegurar o SUS como política pública” (BRASIL, 2006a). Assim, são retomadas
as discussões sobre os desafios atuais e futuros do SUS, as novas modalidades de gestão,
a ampliação e o fortalecimento das relações com os movimentos sociais em prol da saúde e
da cidadania, o controle social e ainda a transparência de seu processo de fiscalização
(BRASIL, 2006a), como instrumentos para uma construção coparticipativa do sistema
(BRASIL, 1988; 1990a).
Quanto à terceira dimensão, o Pacto de Gestão tem como fundamental finalidade a
maior autonomia aos Estados e aos municípios no que tange aos processos normativos do
SUS, definindo responsabilidades sanitárias de cada esfera de governo, contribuindo para o
fortalecimento da gestão compartilhada do SUS. As diretrizes para gestão do SUS têm ênfase
na Descentralização, Regionalização, Financiamento, Programação Pactuada e Integrada
(PPI), Regulação, Planejamento, Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, Participação e
Controle Social (MACHADO et al., 2009). Dessa forma, tal pacto compete positivamente aos
objetivos gerados movimento sanitário, em procura da equidade social na saúde (FADEL et
al., 2009).
O princípio da regionalização, assegurado pela Constituição Federal (Brasil, 1988) e
pela Lei nº 8.080 (BRASIL, 1990a), adquire a função de eixo estruturante do Pacto de Gestão.
Segundo essa dimensão, as unidades pactuadas são “recortes territoriais inseridos em um
espaço geográfico contínuo, identificadas pelos gestores municipais e estaduais a partir de
identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de
transportes compartilhados do território” (BRASIL, 2006a).

17
Ainda em relação às três diretrizes nacionais que dizem respeito à regionalização, cita-
se a última, publicada em 2011, Decreto Federal nº 7.508/2011, sendo um fator importante
para a estruturação do SUS e sua regionalização (BRASIL, 2011b).
Conforme o Decreto Federal nº 7.508/2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/1990 e
dispõe sobre a organização do sistema público de saúde, planejamento da saúde, assistência
à saúde e articulação interfederativa, é possível pensar na reestruturação do NASF (Núcleos
de Apoio à Saúde da Família) por meio da implantação das "Regiões de Saúde"; os NASF
foram criados pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da Portaria GM/MS nº 154, publicada
em 4 de março de 2008 com o objetivo de ampliar a abrangência das ações da Atenção Básica
(AB), bem como maximizar sua resolubilidade, apoiando a inclusão da ESF na rede de
serviços e nos processos de territorialização e regionalização a partir da Atenção Básica
(BRASIL, 2008; ANJOS et al., 2013).
Em seu art. 30 o decreto expõe que “as comissões intergestores pactuarão a
organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de
atenção à saúde [...]”.
Quanto à regionalização, o art. 36 trata do conteúdo do contrato organizativo da ação
pública de saúde:

III – Responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a população no


processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de forma individualizada,
de acordo com o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações e dos
serviços de cada ente federativo da Região de Saúde (BRASIL, 2011).

A definição de região de saúde estabelecida no Decreto é: “conjunto de ações e


serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de
garantir a integralidade da assistência à saúde” (BRASIL, 2011b, art 2º, VI).
O Decreto também reafirma as Comissões Intergestoras, definindo os elementos a
serem pactuados para montar ou organizar a região de saúde.
Parágrafo único: Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às
Regiões de Saúde:
I. Seus limites geográficos;
II. População usuária das ações e serviços;
III. Rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV. Respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para
conformação dos serviços (BRASIL, 2011b, art. 7º).

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Pontos importantes do decreto são: o aprofundamento do conceito de regionalização
com definição de região de saúde; a hierarquização da atenção à saúde; reforço à atenção
básica como ordenadora e principal contato inicial com o sistema de saúde; criação de
contratos de responsabilidade entre os entes públicos com penalidade administrativa a ser
estabelecida, os denominados Contratos Organizativos da Ação Pública (COAP); reforço à
lógica de planejamento integrado no SUS tendo como ferramentas de gestão o denominado
Mapa da Saúde, a Relação Nacional de Serviços de Saúde (RENASES), a Relação Nacional
de Medicamentos (RENAME) a ser elaborada considerando protocolos clínicos e diretrizes
terapêuticas (BRASIL, 2011a; SANTOS-PINTO, 2013).

2.1. Redes de Atenção à Saúde (RAS)

Diante dessa reorganização político-administrativa, gera-se a discussão da forma


operativa dessa mesma regionalização dos serviços de assistência médica de níveis
tecnológicos secundários e terciários. As redes de atenção à saúde foi o modo encontrado
pelos técnicos e assessores do Ministério da Saúde e da Comissão Intergestores Tripartite
para organizar a assistência médica regionalizada (RODRIGUES et al., 2014).
Anterior à publicação do SUS, as redes assistenciais, quanto sua constituição e
organização, sofreram forte influência do modelo norte-americano de Centro de Saúde (CS),
deixando vestígios na organização do SUS até os dias de hoje no que tange à relação de
integração das ações assistenciais, atualmente contraposta pelos componentes gerenciais
das redes integradas de atenção à saúde (MELLO et al., 2011; MELLO E VIANA, 2012).
No entanto, as diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS somente
foram definidas quando houve a publicação da Portaria GM/MS nº 4.279, oficializada no Diário
Oficial no dia 30 de dezembro de 2010. Este documento havia sido aprovado pela Comissão
Intergestores Tripartite (CIT) no dia 16 de dezembro (BRASIL, 2010).
O principal objetivo da implantação das redes de atenção à saúde no Brasil foi o de
aumentar o financiamento público, além de alinhar os recursos com os objetivos das RAS
(ALBUQUERQUE, 2013).
Na portaria, a Rede de Atenção à Saúde é definida como: “arranjos organizativos de
ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que, integradas por meio
de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do
cuidado” (BRASIL, 2010).
Para Kuschnir e Chorny (2010, p. 2314), o conceito de RAS, ao citar os serviços de
saúde equitativos e integrais, “alinha-se no campo das redes regionalizadas dos sistemas
públicos e fornece um marco conceitual para a organização de redes no caso brasileiro”.

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Dessa forma, consta na portaria o objetivo da RAS:

Promover a integração sistêmica de ações e serviços de saúde com provisão de


atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como
incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
clínica e sanitária e eficiência econômica. (BRASIL, 2010)

Como já havia a construção prévia das regiões de saúde desde o ano de 2002, as
redes de atenção se estruturaram de maneira regionalizada, formando as Redes Regionais
de Atenção à Saúde – RRAS. O Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011, que dispõe sobre
a organização do SUS, consagrou a ideia de RAS articuladas em regiões de saúde afirmadas
por meio da Deliberação CIB 36 de 21/09/2011, DOE de 22/09/2011 (RODRIGUES et al.,
2014). A mesma objetiva manter atualizado diagnóstico da capacidade instalada da RRAS,
bem como dos seus fluxos de referência; acolher as demandas assistenciais oriundas das
Comissões Intergestores Regionais (CIR); coordenar a definição do desenho e fluxos das
redes temáticas em sua área de abrangência; analisar e propor adequações nos perfis
assistenciais dos estabelecimentos que integram a Rede; efetivar junto às CIR; apoiar as CIR
na implantação das Redes Temáticas no seu território; monitorar por meio dos gestores as
metas qualitativas e quantitativas dos prestadores, independente de sua natureza; instituir
mecanismo de regulação assistencial por meio de cogestão regional, considerando a oferta
da rede de saúde suplementar; avaliar o desempenho da Rede Regional de Atenção à Saúde
e sua composição; identificar áreas de estrangulamento e vazios assistenciais, propondo a
elaboração Plano Diretor de Investimento e Custeio.
Ainda, a portaria, em seu processo de contratualização, prevê a participação da
população por meio da criação de mecanismos e instrumentos para o controle social das
redes, que permitem monitorar e avaliar as políticas de saúde nas regiões de saúde
(ALBUQUERQUE, 2013).
Cabe aqui ressaltar que as RAS se constituem de três elementos: a população, a
estrutura operacional e o modelo de atenção à saúde:

 A população

Trata-se da habilidade de um sistema em estabelecer as necessidades de saúde de


uma população específica. A população de responsabilidade das redes de atenção à saúde
vive em territórios sanitários singulares, organiza-se socialmente em famílias e é cadastrada
e registrada em subpopulações por riscos sociossanitários. Dessa forma, a população total
de responsabilidade de uma rede de atenção à saúde deve ser conhecida em sua plenitude
e registrada em sistemas de informação (MENDES, 2010; BRASIL, 2010).

20
Além de conhecer a população, a mesma deve ser subdividida em subpopulações por
fatores de riscos e estratificada por riscos em relação às condições de saúde estabelecidas.
Assim, para conhecer a população de uma rede de atenção é preciso atender diversos
processos sob a responsabilidade fundamental da atenção primária: o processo de
territorialização; o cadastramento das famílias; a classificação das famílias por riscos
sociossanitários; a vinculação das famílias à unidade de atenção primária à saúde/equipe do
Programa de Saúde da Família; a identificação de subpopulações com fatores de riscos; a
identificação das subpopulações com condições de saúde estabelecidas por graus de riscos;
e a identificação de subpopulações com condições de saúde muito complexas (MENDES,
2010).

 A estrutura operacional

A estrutura operacional das redes de atenção à saúde apresenta cinco elementos: o


centro de comunicação, a atenção primária à saúde; os pontos de atenção secundários e
terciários; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos; e o sistema de governança (BRASIL,
2010).

 O modelo de atenção à saúde

Os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos que organizam o funcionamento


das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre a população
e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de
atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos em função da visão
prevalecente da saúde, das situações demográficas e epidemiológicas e dos determinantes
sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade (BRASIL,
2010).
As Redes Regionais de Atenção à Saúde (RRAS) são coordenadas a partir da atenção
básica, atribuição predominante da esfera municipal. As RRAS admitem ofertar uma atenção
contínua e integral à determinada população. Portanto, são organizações poliárquicas de um
conjunto de serviços de saúde com responsabilidades sanitárias e econômicas sobre essa
população (LAVRAS, 2011; MENDES, 2010). A relação entre os serviços desse nível de
atenção e os outros serviços de maior complexidade tecnológica, ou “pontos da rede”, podem
estar sob gestão municipal ou estadual.
Ressalta-se que as RAS apresentam responsabilidades sanitárias e econômicas
precisas por sua população; são estabelecidas sem hierarquia entre os pontos de atenção à
saúde, provocam um contínuo de atenção nos níveis primários, secundário e terciário; invitam

21
uma atenção integral com intervenções promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras e
reabilitadoras e paliativas; atuam sobre a coordenação da atenção primária à saúde; e
prestam atenção cabível, em tempos e lugares certos, de forma eficiente e ofertando serviços
seguros e efetivos (NETO; MALIK, 2012).
Portanto, coloca-se a Atenção Primária à Saúde (APS) como centro que estrutura um
sistema. Fala-se em coordenação como a capacidade de garantir a continuidade da
assistência, de forma integrada com os diversos pontos de atenção (GOMES et al., 2011) e
compreendida nas dimensões vertical, entre a APS e os demais níveis do sistema; e
horizontal, que envolveria a articulação entre a própria equipe de APS, serviços de saúde e
equipamentos sociais (BOERMA, 2007; LAVRAS, 2011; RODRIGUES et al., 2014).
Sabe-se que os desafios para que a APS assuma o papel de coordenadora de uma
Rede de Atenção à Saúde (RAS) são vários. Os principais desafios trazidos pela literatura
são: a falta de política institucional direcionada ao fortalecimento da APS, a representação
social das comunidades sobre este ponto de atenção, a falta de legitimidade social, a visão
restrita de gestores que tendem a compreendê-la, por vezes, como seletiva, além da
insuficiência de recursos qualificados desta estratégia, o que resulta numa notável carência
de dispositivos de apoio e logística que favoreçam a inovação das práticas, o acolhimento dos
usuários e a vinculação dos mesmos na APS (MENDES, 2002; CONIL, FAUSTO E
GIOVANELLA, 2010).
A coordenação das RAS pela APS implica que ela assuma papel central e estratégico
de reordenamento do sistema de saúde, orientando o cuidado ao longo de todos os pontos
de atenção e de toda a vida de uma comunidade (OPAS, 2011; LAVRAS, 2011).
Ainda no que concerne sobre à APS, cujas ações e atividades no SUS são de
competência dos municípios, deve-se atender as características da população de cada local,
bem como sua diversidade acatando as diretrizes seguintes: territorialização; organização do
trabalho com base no perfil epidemiológico da população adstrita; acolhimento do usuário com
garantia de atendimento à demanda espontânea; análise de risco nos processos
assistenciais; e utilização de dispositivos diversos de gestão do cuidado em saúde, visando
garantir a integração das práticas e a continuidade assistencial (LAVRAS, 2011).
Há evidências de que o desenvolvimento da RAS tem se estabilizado como estratégia
para a organização e a reestruturação do sistema de saúde, derivando em qualidade e
impacto no cultivo dos serviços prestados à população (BRASIL, 2010).
Importante ressaltar que cinco redes temáticas prioritárias foram pactuadas para
serem implantadas nas regiões de saúde do país, após a publicação da Portaria GM/MS n.
4.279/2010 que organiza no SUS as RAS, sendo elas:
Rede Cegonha, por meio da Portaria n. 1.459 de 24 de junho de 2011. Os objetivos
desta rede são: fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e

22
à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao
desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses; organizar a Rede de Atenção
à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; reduzir
a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal. A Rede organiza-se a
partir dos componentes: I- Pré-Natal; II- Parto e Nascimento; III- Puerpério e Atenção Integral
à Saúde da Criança; IV- Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação (BRASIL, 2015).
Rede de Urgência e Emergência (RUE), por meio da Portaria GM/MS n. 1.600 de 7
de julho de 2011; com objetivos de ampliação do acesso e acolhimento aos casos
demandados aos serviços de saúde em todos os pontos de atenção, contemplando a
classificação de risco e intervenção adequada e necessária aos diferentes agravos;
regionalização do atendimento às urgências com articulação das diversas redes de atenção
e acesso regulado aos serviços de saúde; qualificação da assistência por meio da educação
permanente das equipes de saúde do SUS na Atenção às Urgências, em acordo com os
princípios da integralidade e humanização. Esta Rede organiza-se a partir dos componentes:
I- Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde; II- Atenção Básica em Saúde; III- Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das
Urgências; IV- Sala de Estabilização; V- Força Nacional de Saúde do SUS; VI- Unidades de
Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas; VII- Hospitalar;
VIII- Atenção Domiciliar (BRASIL, 2015).
Rede de Atenção Psicossocial para as pessoas com sofrimento ou transtorno mental
e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (Raps) (Portaria
GM/MS n. 3.088 de 23 de dezembro de 2011). Objetiva ampliar o acesso à atenção
psicossocial da população em geral; promover o acesso das pessoas com transtornos mentais
e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras; promover a reabilitação e
a reinserção das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso
de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e
moradia solidária. A Rede organiza-se a partir dos componentes: atenção Básica de Saúde
(Unidade Básica de Saúde, equipe de atenção básica para populações específicas, equipe
de Consultório na Rua, equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de
Caráter Transitório); II - Centros de Convivência (Atenção psicossocial especializada, Centros
de Atenção Psicossocial); atenção de urgência e emergência (SAMU, Sala de Estabilização,
UPA 24 horas); atenção residencial de caráter transitório (Unidade de Recolhimento e Serviço
de Atenção em Regime Residencial); Atenção Hospitalar (Enfermaria em Hospital Geral);
Serviços Residenciais Terapêuticos (BRASIL, 2015).
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiências (Viver Sem Limites), Portaria GM/MS
n. 793 de 24 de abril de 2012 (BRASIL, 2012a); objetiva ampliar o acesso e qualificar o
atendimento às pessoas com deficiência temporária ou permanente; progressiva, regressiva,

23
ou estável; intermitente ou contínua no SUS; garantir articulação e a integração dos pontos
de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento
e classificação de risco; promover cuidados em saúde especialmente dos processos de
reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências. A Rede
organiza-se a partir dos componentes: I - Atenção Básica; II - Atenção Especializada em
Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual, Visual, Ostomia e em Múltiplas Deficiências; III -
Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência (BRASIL, 2015).
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, no âmbito do
Sistema Único de Saúde, Portaria GM/ MS n. 483 de 1o de abril de 2014 (BRASIL, 2015).
Objetiva efetuar a habilitação dos estabelecimentos de saúde que realizam ações de atenção
às pessoas com doenças crônicas, conforme os critérios técnicos estabelecidos em portarias
específicas, além de desenvolver e disponibilizar sistemas de informação que permitam a
interoperabilidade, e garantir o acesso aos insumos e medicamentos de compra centralizada,
indispensáveis no tratamento das doenças crônicas conforme a Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (Rename) e o disposto em legislações específicas (BRASIL, 2015).

3. CONCLUSÃO

Realizar a leitura e discutir o processo, resultados e perspectivas da reforma do


sistema de saúde brasileiro são sempre necessários, assim como conhecer melhor o SUS,
discutir suas propostas de mudança na estratégia de descentralização e regionalização dos
serviços.
É imprescindível a busca por alternativas de ações que possam contribuir para a
aproximação e alcance dos objetivos de universalização, integralidade e equidade para que
se expanda a investigação e a reflexão crítica acerca do processo e dos resultados
decorrentes da implementação de inovações gerenciais, organizativas e operacionais no
âmbito do SUS.
O desafio proposto é o de expandir, multiplicar e institucionalizar as propostas que vêm
sendo debatidas, seja nos centros acadêmicos ou nos sistemas de serviços em diversos
estados e municípios das diversas regiões do país. Desse modo, busca-se o concreto, a
mudança com olhar voltado para as necessidades da população brasileira.

24
REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, M. V. O enfoque regional na política de saúde brasileira (2002-2011):


diretrizes nacionais e o processo de regionalização nos estados brasileiros. 2013.
289f. Tese (Doutorado em Medicina) – Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2013.

ALMEIDA FILHO, N. O conceito de saúde: ponto cego da epidemiologia? Revista Brasileira


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