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06/11/2012

Tração é o ato de esticar ou puxar, ou uma força de distensão.


Geralmente para alongar uma determinada parte ou separar duas
ou mais partes. Na fisioterapia, a tração é geralmente usada na
coluna cervical ou lombar, com a esperança de aliviar a dor nessas
áreas ou que tenha origem ali. (DELISA, 2001)

Pode ser usada nas articulações periféricas, com o objetivo de


relaxar as estruturas adjacentes a elas e aumentar a amplitude de
movimento das mesmas.

A coluna vertebral,
É importante ressaltar que a tração é um tratamento que necessita de um quando vista de perfil,
certa constância para obtenção do resultado, e a principal preocupação
terapêutica é a de que esse método seja realizado com o menor desconforto pode-se dividir em
possível o paciente.
Portanto as técnicas que compõem este método são simples e auxiliam nas
quatro regiões,
prevenções e nos tratamentos fisioterápicos que abrangem toda a coluna
demonstradas na
vertebral.
figura

Tração é o processo de esticar ou puxar com


o fim de tratar de síndromes cervicais e hérnias
de disco lombares, bem como outras síndromes  Alongamento mecânico da coluna:causa a separação
mecânica das vértebras que alonga os músculos
na raiz nervosa.
espinhais, tensiona os ligamentos e cápsulas das facetas
Sua aplicação é geralmente com aparelhos,
articulares, alarga o forame intervertebral, retifica as
embora um terapeuta possa aplicar tração nas curvaturas espinhais, causa um deslizamento das
articulações da coluna vertebral com técnicas facetas articulares.

cuidadosas manuais e de posicionamento.


(Kisner,1998)

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Alguns fatores influenciam na quantidade de separação das  Mobilização da articulação facetária:os efeitos da mobilização a partir de
várias posições e forças sobre a coluna causa deslizamento ou translação
vértebras como:
das superfícies facetárias, separação das superfícies facetárias e
- Posição da coluna: Quanto maior o ângulo de flexão em que a coluna compressão ou aproximação das superfícies facetárias. Alguns fatores
é colocada antes de iniciar a tração, maior a separação vertebral, influem na direção que as superfícies facetárias se movem como a flexão

especialmente a face posterior do corpo vertebral. da coluna, inclinação lateral da coluna e rotação da coluna.
(Kisner, 1998)
- Ângulo de tração: Afeta a quantidade de flexão da coluna.

- Quantidade de força: A força efetiva é influenciada pela posição do  Relaxamento muscular: com o relaxamento muscular ocorre a
corpo, peso do segmento, fricção da mesa de tratamento, método diminuição da dor devido a proteção ou espasmo muscular e maior
separação vertebral. Alguns fatores influenciam na quantidade do
de tração usado, quantidade de relaxamento do paciente e o
relaxamento como:posição do paciente, posição da coluna, duração da
equipamento usado.
aplicação e força. (Kisner, 1998)
- Conforto e relaxamento: São necessários para obter o máximo
benefício da separação vertebral.
(Kisner, 1998)

 Redução da dor: a redução da dor pode ocorrer devido a


efeitos mecânicos como a melhora da circulação;
diminuição da compressão sobre a raiz nervosa;  Tração estática ou constante: Uma força constante é aplicada e mantida
por um período extenso de tempo.
diminuição da compressão das superfícies facetárias;
 Contínua ou prolongada: A força é mantida por diversas horas a diversos
alongamento mecânico do tecido retraído; e também dias. Somente pequenas quantidades de peso podem ser toleradas. Esse
devido a efeitos neurofisiológicos como: a estimulação tipo de tração, não é efetivo para distanciar estruturas espinhais e é usada
primariamente para imobilização.
dos mecanoceptores e a inibição da proteção reflexa que
 Mantida: A força é aplicada de poucos minutos até meia hora. É útil como
diminui desconforto dos músculos em contração. Alguns
um alongamento prolongado nas estruturas espinhais. Pode ser tolerada
fatores influem na quantidade de redução da dor como: uma carga maior que a usada na contínua.

posição do paciente, posição da coluna e força e duração  Tração intermitente: A força é alternadamente aplicada e liberada em
intervalos freqüentes. Podem ser toleradas forças maiores que as usadas
da tração. (Kisner, 1998)
na tração mantida.

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A tração da coluna vertebral é indicada nos casos de:


 Mecânica: Através de equipamentos próprios (hospitalar, clínico, a) Compressão da raiz nervosa espinhal por herniação do núcleo
ou domiciliar), promovem aplicação de força constante e é pulposo e estenose na coluna ou forame provocada por invasão
mantida por longos períodos.
ligamentar, espondilose, edema ou espondilolistese.
 Manual: Através de posicionamento e manipulação. Realizada b) Hipomibilidade da articulação devido a disfunções ou
pelo próprio terapeuta. Pode ser realizada por longos períodos.
alterações degenerativas;
 Posicionamento: Realizada pelo próprio paciente através de c) Dor articular devidos a facetas articulares sintomáticas.
posições específicas que visam promover alongamento da região.
d) Espasmo ou proteção muscular
(Kisner, 1998)
e) Dor discogênica, fratura, pós compressão.
(Kisner,1998)

a) Determine se a escolha da tração é apropriada,


a) Use somente cordas e cabos em bom estado;
testando com tração manual primeiro.
b) Prenda o aparelho de modo que não se mova
b) Determine se deve ser usada a tração manual,
quando a força de tração for aplicada;
mecânica ou de posicionamento.
c) Verifique periodicamente a calibragem do peso;
c) Posicione o paciente em uma posição de máximo
d) Nunca deixe de observar o paciente enquanto recebe
conforto e relaxamento.
a tração.
d) Determine a duração e a dosagem da tração.
(Kisner, 1998)
(Kisner, 1998)

As variações técnicas incluem fatores tais como o


tipo de mentoneira, força, ângulo de aplicação,
duração, freqüência e posição do paciente. Ela pode ser
A tração cervical é usada no tratamento de várias
aplicada com o paciente em decúbito dorsal ou
síndromes cervicais, a finalidade principal é o
sentado. Em decúbito dorsal é mais vantajoso porque o
alargamento dos forames intervertebrais com o
paciente fica mais relaxado e a estabilidade do paciente
propósito de aliviar as forças de irritação que se dão
permite um menor desvio do alinhamento do aparelho
nas raízes nervosas. Ela também é usada no tratamento
de tração.
de lesões do tecido mole, manifestadas como espasmo
(Grieve, 1994)
muscular.

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Posicionamento do paciente: Decúbito dorsal sobre a mesa de


tratamento. O paciente deve estar o mais relaxado possível. Paciente em decúbito dorsal.
Posicionamento do terapeuta: Em pé na cabeceira da mesa de tratamento, Terapeuta em pé na cabeceira da mesa de tratamento.
apoiando a cabeça do paciente em suas mãos. A posição das mãos Procedimentos: Flexionar a cabeça do paciente até que o movimento dos
depende do seu conforto. processos espinhosos inicie no nível determinado. Suportar a cabeça com
Sugestões: toalhas dobradas no nível da flexão, então, inclinar a cabeça para o lado
a)Coloque os dedos das duas mãos sob o occipital.. oposto ao que vai ser separado, até que seja sentido movimento dos
b)Coloque uma mão sobre a região frontal e a outra mão sobre a região processos espinhosos no nível desejado. Finalmente rodar a cabeça alguns
occipital. graus na direção do lado a ser separado, ajustar o suporte de toalhas para
Usar uma posição que melhor reduz ou alivia a dor do paciente. manter essa posição para um alongamento mantido com tração de baixa
A força aplicada geralmente é intermitente, com aumento homogêneo e intensidade naquela articulação facetária e tecidos moles ao redor.
gradual. A intensidade e duração são geralmente limitadas pela força e ( Kisner, 1998)
resistência do terapeuta.

A exemplo desse tipo de tração cervical temos a


mesa da empresa MAGNASPINE® que pretende
realizar a tração cervical com o mínimo de desconforto
O paciente precisa ser instruído quanto ao uso do aparelho.
possível, essa é a missão da maioria das empresas que
A posição do paciente deve ser confortável.
produzem esse tipo de aparelho.
A posição da cabeça do paciente é determinada de acordo com
o efeito desejado.
Colocar a mentoneira protegendo com gaze ou tecido.
Ajustar os controles, com tempo de aplicação de 10 a 30
minutos. ( Kisner, 1998)

Usa-se bolsa de pesos em um sistema de polias para O paciente fica sentado ou deitado. Ele é
força de tração.
ensinado a colocar as duas mãos entrelaçadas
Com um sistema de polias sobre a porta, o paciente
atrás do pescoço. Faz-se então um movimento
deve sentar-se de frente para o peso em posição fletida,
de elevação para a sua cabeça. (Kisner,1998)
ou, em posição neutra ou estendida, o paciente deve
sentar-se de costas para o peso, ou, em decúbito dorsal,
a cabeça é posicionada em flexão com presilha cervical
inserida no sistema de polias. (Kisner, 1998).

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d) Se estiver testando, varie a quantidade de flexão, extensão ou


inclinação lateral e anote a resposta do paciente.
Tração manual
e) Se estiver tratando, use a posição da coluna que melhor reduz os
a) A tração manual na região lombar não é aplicada tão facilmente
sintomas do paciente.
porque pelo menos metade do peso corporal precisa ser movido e
f) O terapeuta precisa usar todo o seu peso corporal para fazer uma
o coeficiente de fricção da parte a ser removida precisa ser
força de tração. Ao aplicar uma força de tração de alta intensidade,
vencido.
o tórax é estabilizado. Coloque arreios de contração ao redor da
b) Posição do paciente: Decúbito dorsal na mesa de tratamento,
caixa torácica do paciente e segure-a na cabeceira da mesa, ou uma
preferivelmente em uma mesa de tração deslizante para
minimizar a resistência pela fricção. Segunda pessoa estabiliza o paciente ficando na cabeceira da mesa
e segurando os braços do paciente.
c) Posição do terapeuta: Varia com a posição dos quadris e membros
inferiores do paciente. (Kisner, 1998)

Posição do paciente: Decúbito lateral, com o lado a ser tratado por cima. Um
rolo de suporte de 15cm a 20cm é colocado sobre a coluna no nível onde se deseja a a) A tração mal efetiva é aplicada através de uma mesa de tração
força de tração.
deslizante.
Posição do terapeuta: Em pé, ao lado da mesa de tratamento de frente para o
paciente. b) Coloque as correias de tração e contração. A correia de tração é
Procedimento: O paciente relaxa na posição da inclinação lateral. Acrescenta-se colocada sobre a pelve de modo que a porção superior fique presa
a rotação para isolar uma força de separação no nível desejado. Rode o tronco
acima da crista ilíaca. A correia de contração é usada para evitar
superior, tracionando levemente o braço do paciente que está apoiado ao mesmo
tempo que palpa os processos espinhosos com sua outra mão para determinar
que o paciente escorregue. É colocada ao redor da caixa torácica.
quando a rotação chegou ao nível logo acima da articulação a ser reparada. Então, c) Posição do paciente: Decúbito dorsal ou ventral.
flexione a coxa do paciente que está por cima, novamente palpando os processos
espinhosos até que ocorra a flexão da porção inferior da coluna no nível desejado.
O segmento onde essas duas forças opostas se encontram possui agora a máxima
força de tração de posicionamento. ( Kisner, 1998)

d) O tórax deve estar na parte fixa da mesa e a pelve na parte


móvel ( a parte móvel é mantida travada até que a unidade esteja
pronta para ser ativada), de modo que a coluna lombar é
posicionada sobre a abertura da mesa. Paciente em decúbito dorsal, traz seus dois
e) Se a coluna vai ser colocada em flexão, extensão ou inclinação joelhos até o tórax e mantém.
lateral é determinado pela avaliação, conforto e condições do ( Kisner, 1998)
paciente. Procedimentos para Aliviar a Dor Devido a
f) Prenda as correias de ancoramento. Sobrecarga e Tensão Muscular
g) Marque os controles: determine a duração do tratamento que
pode ser de cerca de 30 minutos para a maioria das unidades
mecânicas. A duração depende das metas, da condição e reação do
paciente à tração.
h) Ative a unidade e aumente gradualmente a força. (Kisner,1998)

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Dentre os métodos convencionais de prevenção, correção e


no tratamento dos problemas posturais está o trabalho com
tração que serve para evitar síndromes dolorosas posturais e
disfunções.

A tração quando praticada de maneira correta e adequada


propicia um alivio quase que imediato da dor e dos sintomas e
atua na causa.

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