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1. SÍNTESE DA INICIAL
A autora relata que é cliente da Unimed Macapá
desde o ano de 1997, e que referente ao plano de saúde pagava uma
mensalidade de R$ 211, 58 (duzentos e onze reais e cinquenta e oito
centavos), e que no ano de 2015 a referida informou aos beneficiários do plano
de saúde que em razão das dificuldades financeiras enfrentadas encerraria
suas atividades, ofertando aos usuários a migração para a UNIMED FAMA.
Nesse sentido a proposta de adesão apresentada
seria da seguinte forma, pelo período de 60 (sessenta) dias seria praticado o
valor cobrado pela UNIMED MACAPÁ, e após desse período os valores
praticados seriam os que foram acordados na Oferta Pública, os quais foram
aprovados pela Agencia Nacional de Saúde ANS.
Alega também que a Autora se viu obrigada a
migrar para a UNIMED FAMA, contudo vale ressaltar que a Requerida jamais
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obrigou seus beneficiários a assinarem quaisquer contratos com esta, tão
somente ofertou certa vantagem para os clientes da UNIMED MACAPA,
vantagem essa relacionada ao período de carência, bem como, com relação
aos valores diferenciados para os beneficiários da UNIMEDA MACAPÁ que
realizassem a portabilidade para a UNIMED FAMA.
Contudo a Requerida não pode praticar os mesmo
valores que a UNIMED MACAPA vinha praticando no mercado local, uma vez
que este fora o motivo de sua falência, tendo em vista ser um valor bem abaixo
do que realmente deveria ser cobrado, além do mais, os valores praticados
decorrem de ato da ANS.
Informa ainda que, não pode a UNIMED FAMA
cobrar o valor ora tabelado e em conformidade com a ANS, tendo em vista a
idade da Autora, uma vez que este já conta com 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, mas, o valor praticado em mercado de planos de saúde é tabelado de
acordo com a idade de cada beneficiário, bem como sofre os devidos reajustes
com o decorrer do tempo.
Eis em síntese os fatos narrados na inicial.
Indubitavelmente não merece prosperar a pretensão
autoral, senão vejamos:
2. DO MÉRITO
Excelência cabe ressaltar que na realização de
portabilidade, as operadoras de plano de saúde não são obrigadas a manter o
valor da mensalidade do plano anteriormente contratado pelo usuário.
Ainda, convém salientar que a Requerida não
descumpriu qualquer condição para a portabilidade estabelecida pela Agencia
Nacional de Saúde Suplementar – ANS, esta sendo a responsável pela
regulamentação dos planos de saúde, inclusive, relacionadas ao valor a ser
cobrado pela mensalidade dos referidos planos.
Nesse sentido resta claro e evidente que as normas
relacionadas ao valor das mensalidades dos planos de saúde é de
competência da ANS, bem como, os valores cobrados pela Requerida não
foram arbitrariamente impostos, como alega a Autora, sendo os valores
praticados totalmente em obediência ao que foi estabelecido pela agencia
reguladora.
A Autora despendia o valor de R$ 211,58 (duzentos
e onze reais e cinquenta e oito centavos) e após ter realizado a portabilidade
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para a UNIMED FAMA, passou a pagar o valor de R$ 1.177,55 (um mil cento e
setenta e sete reais e cinquenta e cinco centavos).
Nesse sentido, tendo em vista, ter pago os valores
correspondentes ao seu plano de saúde à sua operadora, ou seja, à UNIMED
FAMA, requer seja o valor pago a maior, devolvidos em dobro, contudo, tal
pedido não merece prosperar, uma vez que a Autora estava ciente dos novos
valores que seriam cobrados, bem como, a UNIMED FAMA tratar-se de outra
pessoa jurídica, totalmente distinta da UNIMED MACAPÁ, não podendo manter
os mesmos valores praticados por outra operadora de planos de saúde.
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exclusivamente para o Estado do Amapá para a carteira de beneficiários de
Macapá, através de cálculo atuarial e nota técnica homologados pela ANS.
Ora, seria inviável a manutenção dos valores
ofertados pela UNIMED MACAPÁ, pois foi justamente esse valor cobrado aos
seus usuários que levou a insolvência da mesma. É importante informar
Excelência que os valores cobrados pela UNIMED MACAPÁ deixaram de ser
atualizados em razão das sanções aplicadas pela Agência Nacional de Saúde
– ANS, o que contribuiu para a insolvência da mesma.
Os valores exercidos pela Reclamada foram obtidos
a partir da análise de parâmetros elaborados com base, dentre os fatores, nos
cálculos referentes aos custos locais, à faixa etária dos beneficiários da carteira
e à prospecção da demanda, os quais se sujeitaram a rigorosa e prévia análise
pela ANS, mediante regular procedimento administrativo. As novas tabelas de
preços de plano de saúde foram aprovadas pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar, com a divulgação da celebração do Termo de Responsabilidade
no Diário Oficial da União no dia 15 de junho de 2016.
Outrossim, já houve decisões judiciais reconhecendo
a legalidade do processo administrativo da OFERTA PÚBLICA e a regularidade
dos valores cobrados, conforme se verifica na decisão proferida pelo Juízo da
2ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO AMAPÁ, no
processo nº. 0006918-08.2016.4.01.3100, onde foi reconhecido, que os
valores apresentados na OFERTA PÚBLICA, os quais se sujeitaram a rigorosa
e prévia análise realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS,
não foram aleatórios ou abusivos (decisão anexa). Destaca-se:
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Assim, tem-se que os preços apresentados na
oferta pública pela Unimed Fama não foram
concebidos com base em fatores incertos e
estranhos ao mercado, ao contrário, os valores
estabelecidos obedeceram ao cálculo atuarial
previamente analisado pela agência reguladora
do sistema de saúde, levando-se em
consideração a condição de sustentabilidade do
próprio sistema cooperado. Alterar os valores
homologados pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar – ANS configura perigoso
precedente capaz de inviabilizar o
funcionamento do próprio sistema. (João Bosco
Costa Soares da Silva – Juiz Federal – 2ª Vara
Federal, nos autos do Processo N° 0006918-
08.2016.4.01.3100 - 2ª VARA FEDERAL)
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juntados ainda que a autora utiliza o plano normalmente e concordou com os
termos do contrato assinado.
2.3. Da Ciência dos Termos do Contrato
A demandante alega ter ocorrido um aumento
elevadíssimo entre os valores cobrados, entretanto, isso não é verdade, a
mesma possuía total conhecimento dos termos da oferta e da questão dos
valores cobrados, pois tal informação estava expressamente disposta em
contrato do qual segue cópia.
No contrato, que foi assinado em todas as páginas
pela reclamante, verificam-se claramente as condições contratuais aceitas pela
mesma. A 14ª cláusula do contrato é titulada “Da mudança da Tabela Após o
Prazo de 60 Dias” e traz uma tabela com os valores que passariam a ser
pagos. Inclusive, o Parágrafo Único da mesma expressa que após o período de
transição, o beneficiário, seja titular ou dependente, passará a pagar o valor
correspondente na tabela.
Ademais, não bastasse o contrato, a reclamante
assinou termo de declaração em que tinha conhecimento de que os valores
seriam majorados após 60 dias, em razão das condições estabelecidas pela
Oferta Pública (documento anexo).
A demandante é beneficiária com mais de 59
(cinquenta e nove) anos, estão, está na última faixa etária possível do plano de
saúde, motivo que justifica o valor de R$ 1.177,55 (um mil cento e setenta e
sete reais e cinquenta e cinco centavos) conforme atualmente cobrado Autora,
em estrita observância ao Contrato assinado e aos termos da Oferta Pública
definidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Desta forma, tendo em vista as razões de fato e de
direito alinhada alhures, pugna-se pela total improcedência dos pedidos
autorais.
2.4. Da Não Aplicação do IGPM e Da Aplicação da Tabela da ANS
Excelência a Autora requer seja aplicado o índice do
IGPM ao caso em tela para que o valor ora cobrado seja revisto, ocorre que o
referido índice somente é utilizado para a correção de contratos de imóveis,
não se aplicando assim ao caso em questão.
Vale ressaltar que a Autora em seu pedido
subsidiário, requer seja deferida a portabilidade aplicando a tabela da ANS ou
nos termos do índice de reajuste IGPM, contudo, a tabela que vem sendo
utilizada para cobrar os valores em questão, já estão de acordo com a tabela
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da ANS, visto que fora esta que aprovou tal tabela, a qual descrimina os
valores a serem praticados no mercado local.
Nesse sentido não há que se falar ou requerer que
seja aplicado outro índice, bem como, outra tabela para cobrar os valores
atualmente praticados.
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
A. A total improcedência dos pedidos autorais por
serem as pretensões desprovidas de razão e fundamentação legal;
B. A condenação da parte autora a suportar os ônus
sucumbenciais e honorários de advogado de 20% sobre o valor atribuído a
causa.
Requer outrossim, a produção de todos os meios de
provas em direito admitidas, em especial a farta juntada de documentos
comprobatórios além do depoimento pessoal das partes.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Macapá/AP, 27 de Novembro de 2017.
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