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David Lopes de Sousa 1; Rafael Brito de Aguiar Araujo 2 & Ticiana Marinho de Carvalho Studart 3
ABSTRACT– Hyetographs are simplified methodologies for representing the temporal distribution
of precipitation, basically used as input in rainfall-flow simulation models, for the design of
hydraulic structures. The objective of the present work is to compare traditional methodologies to
obtain hyetographs of projects developed in other countries for the characteristics of the city of
Fortaleza, analyzing the flows returned by each model. For this, the rainfall of the project was
obtained through the application of different methods, based on data from a rainfall station at the
Federal University of Ceará. Then, the peak flows were calculated, based on the rainfall of the
project and the largest real precipitation events recorded in the season under analysis.
1) Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) da Universidade Federal do Ceará (UFC) – email:
david.lopes2@hotmail.com
2) Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) da Universidade Federal do Ceará (UFC) – email:
rafaelbritodm@hotmail.com
3) Professora do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental – Universidade Federal do Ceará. Campus do Pici, Centro de Tecnologia,
Bloco 713, Fortaleza, Ceará, Brasil, CEP 60440-970, Fone: (85) 3366-9623, email: ticiana@ufc.br
Segundo Wilken (1978), a utilização dos dados de precipitações pluviais para finalidades
hidrológicas requer o estabelecimento de uma relação analítica entre a intensidade, a duração e a
frequência das chuvas intensas. Para estabelecer esta relação, denominada equação de chuvas, deve-
se escolher, de início, as frequências a serem estudadas em número suficiente e compatível com os
dados de observação que se tem em mãos. Para cada frequência, deve ser estudada uma relação
analítica intensidade-duração. Num diagrama bilogarítmico, com as durações nas abscissas e
intensidades nas ordenadas, haveria uma família de curvas, uma para cada período de retorno.
Em 2012, Silva, Palácio Junior e Campos estabeleceram uma nova equação de chuvas para a
cidade de Fortaleza-CE com base nos dados da Estação Climatológica da Universidade Federal do
Ceará, localizada no Campus do Pici. A Equação 1 representa a equação de chuvas da cidade, que
foi desenvolvida com base em 30 anos de registros pluviográficos contínuos (1970 a 1999).
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De acordo com Bemfica, Goldenfum e Silveira (2000), o “hietograma” é uma forma gráfica
que mostra a intensidade da chuva ao longo de sua duração. As “chuvas de projeto” são
metodologias de representação simplificada da distribuição temporal da precipitação, utilizadas
basicamente como entrada em modelos de simulação chuva-vazão.
Outra metodologia bastante difundida é a do método de Chicago, que foi proposta por Keifer
e Chu (1957) para calcular chuvas para obras de infraestrutura urbana. O método estabelece duas
equações analíticas para determinar a intensidade da chuva com o tempo, umas para antes do pico
de intensidade e a outra para depois do pico, as duas deduzidas a partir da curva IDF (intensidade-
duração-frequência), preservando o mesmo volume em todas as intensidades da chuva.
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2 - MATERIAIS E MÉTODOS
Para realizar as comparações entre as diferentes vazões de pico retornadas pelo HEC-HMS,
foi necessário primeiramente determinar as chuvas de projeto de cada método citado neste trabalho.
Para isto, foi adotada a equação de chuva de Fortaleza-CE elaborada por Silva, Palácio Junior e
Campos em 2012. O cálculo foi realizado para três bacias hipotéticas retangulares de 1,5km²,
10km², e 30km². Para as diferentes áreas de bacia, foram adotados diferentes tempos de
concentração, sendo eles, respectivamente, 30min, 60min e 120min, considerados razoáveis para os
respectivos tamanhos. O tempo de retorno adotado para o cálculo de todos os hietogramas foi de 10
anos e o coeficiente de deflúvio da bacia adotado foi de 90, valor comum para regiões urbanizadas e
de solo bastante impermeabilizado.
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Para determinar um valor médio de r, foram adotados valores estatísticos médios de R para
diferentes durações de chuva, assim como no exemplo realizado por Wilken em seu livro
Engenharia de Drenagem Superficial, 1997. Estes valores de R foram determinados com base nos
dados da Estação Climatológica da Universidade Federal do Ceará, localizada no Campus do Pici,
com 30 anos de registros pluviográficos contínuos (1970 a 1999). Para o cálculo em questão foram
utilizados os eventos críticos desta série histórica. Após a determinação do valor de chuva
antecedente para as durações de 15, 30, 60 e 120 minutos de todos os eventos críticos, foram
retirados do cálculo os valores que apresentavam uma chuva antecedente superior a 30 mm, valor
considerado anormal neste trabalho. Em seguida, calculou-se uma média de R para cada duração,
obtendo-se um valor de r respectivo. Por fim, calculou-se uma média ponderada, usando o R como
peso, a fim de determinar um valor médio para r. O valor encontrado deste coeficiente para a cidade
de Fortaleza-CE foi de 0,377.
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Para o método do hietograma triangular proposto por Yen & Chow, foi utilizado o mesmo
coeficiente r para posicionar a intensidade de pico, depois se adotou que a intensidade decrescia
linearmente para o início e fim da chuva.
3 - RESULTADOS
Foi elaborado um total de nove hietogramas, os três tipos citados acima para cada bacia com
um tempo de concentração associado.
Área
Bacia (km²) tc (min)
B1 1.5 30
B2 10 60
B3 30 120
Foram, portanto, simuladas vazões, pelo modelo do SCS, para as três bacias acima descritas.
Foram utilizados os hietogramas de projeto anteriormente determinados, para as durações de 30, 60
e 120 minutos e tempos de retorno de 10 anos, usualmente utilizados no dimensionamento de redes
de drenagem urbana.
25
20
15
Q (m³/s)
Blocos Alternados
10 Chicago
5 Triangular
0
0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00
t (min)
Figura 10. Hidrogramas simulados pelo modelo SCS, para diferentes chuvas de projeto, td = 30
minutos, Tr = 10 anos.
80
Blocos Alternados
60
Chicago
40
Triangular
20
0
-10.00 40.00 90.00 140.00 190.00 240.00
t (min)
Figura 11. Hidrogramas simulados pelo modelo SCS, para diferentes chuvas de projeto, td = 60
minutos, Tr = 10 anos.
300
250
200
Q (m³/s)
100 Chicago
Triangular
50
0
0 80 160 240 320 400 480
t (min)
Figura 12. Hidrogramas simulados pelo modelo SCS, para diferentes chuvas de projeto, td = 120
minutos, Tr = 10 anos.
4 - CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Como sugestão para futuros trabalhos indica-se a determinação dos diferentes tipos de
hietograma para outros tempos de retorno. Sugere-se também realizar o cálculo para diferentes
configurações da bacia, alterando-se os valores de CN e de declividade. Por fim, se propõe que seja
refeito o cálculo do coeficiente r para uma série histórica mas recente, admitindo no cálculo as
chuvas históricas do ano 2000 até os dias de hoje.
5- REFERÊNCIAS
JAMES, A. (Editor) Simulation In: James, A. An introduction to water quality modeling. New
York: McGraw Hill, 1996. p. 1-17.
SCHEIDT, F.A.; BRUNETTO, M.A.C. (2018). Modelagem Chuva-vazão utilizando Redes Neurais
Artificiais e Algoritmos Genéticos.
SILVA, F.O.E.; PALÁCIO JUNIOR, F.F.R.; CAMPOS, J.N.B.. Equação de chuvas para Fortaleza-
CE com dados do pluviógrafo da UFC. Revista DAE, 2012.
TUCCI, C.E.M. (1995) Inundações urbanas. In: TUCCI, C.E.M; PORTO, R.L.L.; BARROS, M.T.
Drenagem urbana: Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS/ABRH. 1 ed. Cap. 1, p. 15-36.