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CRUZ ADVOGADOS & ASSOCIADOS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE
FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO CENTRAL – SÃO PAULO – SP

CRISTIANE MARTINS, brasileira, solteira, do lar, portadora


da Cédula de identidade nº 21.565.787-1, e devidamente
inscrita no CPF, sob o nº. 283.773.258-37, residente e
domiciliada na Rua Jabaet, nº 190 – Vila Regente Feijó –
CEP 03346-080 – São Paulo - SP, por seu procurador adiante
assinado (instrumento procuratório em anexo), Dr. Anderson
dos Santos Cruz, OAB/SP nº 340.242, com endereço
profissional na Rua Nova Jerusalém, 1175 – Tatuapé – CEP
03410-000 – São Paulo - SP, vem perante Vossa Excelência,
com fulcro nos artigos 226, § 3º da CF/88, arts 1.723 à
1.727, 1.583 à 1.590, 1.624, 1.694, 1.695 do Código Civil,
art. 4º da Lei nº. 5.478/68, e demais previsões legais,
propor a presente

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL COM


PARTILHA DE BENS CUMULADA COM ALIMENTOS, COM PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA

em face de

LUIZ CARLOS VIEIRA, brasileiro, empresário, portador da


cédula de identidade nº 28.083.109 e do CPF/MF nº
292.818.588-78, residente e domiciliado na Rua Bom Jesus,
nº 314 – casa 01 – Vila Regente Feijó – CEP 03344-000 – São
Paulo - SP, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos:

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Rua Nova Jerusalém, nº 1175 – Tatuapé – CEP 03410-000 – São Paulo – SP – Telefone (11)
2539-0090 / 2539-1187 – e-mail: andersoncruzadv@hotmail.com
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PRELIMINARMENTE

DA BENESSE DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Inicialmente, requer a Vossa Excelência que sejam deferidos


os benefícios da Assistência Judiciária, por não ter
condições de arcar com as custas processuais e honorários
advocatícios, sem comprometer o seu orçamento familiar.

Conforme prevê o artigo 98 e 99 do Código de Processo


Civil. (DOC. II).

DO MÉRITO

I – DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

a) DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL

A Requerente e o Requerido viveram juntos como se fossem


marido e mulher durante 16 (dezesseis) anos, no período
compreendido entre o ano de 2000 a 2016.

Dessa relação, o casal teve 02 (dois) filhos, Julia Martins


Vieira, nascida em 30/07/1998, hoje com 19 anos e Luiza
Martins Vieira, nascida em 03 de novembro de 2005, hoje com
12 (doze) anos de idade, conforme certidões anexa.

Na constância da união estável os conviventes adquiriram


diversos bens, cujo o rol esta adiante arrolado.

A união estável encontra guarida no ordenamento jurídico


brasileiro na Lei nº 9.278/96 e no artigo 1.723 e seguintes
do Diploma Civil vigente. O artigo 1.723 em sua
inteligência afirma:

“Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união


estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família”.
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Além disso, os companheiros tiveram uma relação duradoura,
pública e com a finalidade de constituir família,
requisitos exigidos pelo código civil em seu artigo 1.723,
e por isso deve ser reconhecida por esse D. Juízo.

b) DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL

A relação entre o casal veio a se dissolver em março de


2016, ocasião em que o Requerido se retirou da moradia do
casal.

Passados alguns meses, o Requerido passou a se relacionar


com outra mulher, chegando à conclusão de que não haveria
mais condições de viverem como marido e mulher, resolvendo
assim, dissolver o relacionamento.

Desta forma, o Requerido obrigou a Requerente a sair da


casa do casal, para que pudesse conviver com sua nova
esposa, sob a alegação que o imóvel era de sua propriedade.

Prometendo que alugaria um novo imóvel para residência de


sua ex companheira e das filhas, bem como ajudaria nas
despesas mensais.

No entanto, o Requerido desde o ultimo trimestre do ano


anterior não vem ajudando financeiramente sua ex
companheira e suas filhas, deixando todos passarem por
muita necessidade.

II) DOS BENS A SEREM PARTILHADOS PELO CASAL

No decorrer da convivência entre os companheiros, o casal


adquiriu:

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a) Diversos consórcios de veículos junto a diversos
bancos, não sabendo a Requerente precisar a quantia
correta, sendo que no momento da separação nada
recebeu;

b) 01 (um) automóvel marca Toyota, modelo Corolla, placa


DRT 4080, preço médio conforme tabela FIPE R$ xxxxxxx
(valor por extenso) reais, sendo após o termino do
relacionamento trocado por um outro veiculo;

c) Quotas do Capital Social da Empresa Rota do Azeite;

d) Valores depositados em conta corrente e poupança do


Requerido, que seria da economia familiar de ambos;

O artigo 5º da Lei nº. 9.278/96 que trata a respeito da


União Estável, estabelece que os bens móveis ou imóveis
adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na
constância da união estável e a título ONEROSO, são
considerados fruto do trabalho e da colaboração de ambos os
companheiros.

O artigo 1.725 do C. C, estabelece que na união estável,


salvo contrato escrito, o regime de bens será regido pelo o
regime de comunhão parcial de bens. Como não houve qualquer
contrato escrito referente a escolha do regime de bens deve
ser partilhado em 50% (cinquenta por cento) para cada
convivente do valor total dos bens;

III) DA GUARDA DOS FILHOS

Quando da separação do casal, ficou acordado entre as


partes que as filhas do casal Julia e Luiza, ficariam sob a
guarda e cuidados de sua genitora, ora Requerente.
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IV) DOS ALIMENTOS

“Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros


obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência,
e de guarda, sustento e educação dos filhos.”

O legislador ao consagrar a união estável como ente


familiar garantiu aos conviventes direitos, mas também
impôs deveres.

É o que se vê no art. 1.724 do Código Civil de 2.002, lê-


se:

“As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos


deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda,
sustento e educação dos filhos.”

Além dos deveres recíprocos relacionados neste artigo, há


outros implícitos – teoria dos deveres implícitos – que
devem ser respeitados pelos companheiros, como o de
respeito pela dignidade da família, o de não expor o outro
convivente a companhias degradantes, o de não conduzir a
companheira a ambientes de baixa moral.”

A lente Maria Helena Diniz, leciona a respeito do dever de


mútua assistência (mútua material e imaterial).

“Importante ressaltamos que todo direito gera dever e, em


sendo assim, todo dever emana de direito”.

Adentramos neste instante especificamente no tema dos


alimentos para ex-companheira, quando da dissolução da
união estável, nos aprofundando no dever de mútua
assistência entre os conviventes que não se encerra com o
fim da união estável, dever este capitulado no artigo 1.724
do Diploma Civil vigente.
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O consagrado autor PAULO LÔBO, a respeito do dever de mútua
assistência, leciona:

“A assistência moral (direito pessoal) e material (direito


patrimonial, notadamente alimentos). O direito à
assistência material, exigível de um companheiro a outro,
está consagrado expressamente no art. 1.694 do Código
Civil, projetando-se além da extinção da união estável, na
forma de alimentos, independentemente de ter o companheiro
necessitado ter dado ou não causa à dissolução.”

O consagrado Mestre em Direito Civil, e Desembargador


aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, CARLOS
ROBERTO GONÇALVES, leciona com bastante precisão para a
consolidação do entendimento sobre a matéria, in verbis:

“O art. 1.624 do Código Civil assegura o direito recíproco


dos companheiros aos alimentos. Na hipótese de dissolução
da união estável, o convivente terá direito, além da
partilha dos bens comuns, a alimentos, desde que comprove
suas necessidades e as possibilidades do parceiro, como o
exige o parágrafo 1º do aludido dispositivo. Cessa,
todavia, tal direito, com o casamento, a união estável ou o
concubinato do credor. Perderá também o direito aos
alimentos o credor que tiver “procedimento indigno em
relação ao devedor” (art. 1.708, parágrafo único).

O Requerido é empresário (quotista de empresa) e possui


diversos imóveis adquiridos de herança, onde recebe valores
expressivos de aluguel, obtendo uma renda mensal de mais de
R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Cabe ressaltar que a Requerente desde o inicio de seu


relacionamento, dedicou-se sua vida inteira à família, isto
é, mais de 16 (dezesseis) anos, neste momento encontra-se

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fragilizada, desamparada financeira e psicologicamente
diante desta situação, e em decorrência dos fatos.

Por ser assim, é indispensável que o Requerido pensione


alimentos em favor da Requerente, em que deve ser fixado um
valor levando em consideração a necessidade desta e a renda
financeira do Requerido. (Art. 1.694 do C. C).

Destaca-se que as despesas mensais da família são: aluguel


R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais); agua/luz/impostos R$
760,00 (setecentos e sessenta reais); Alimentação R$ 800,00
(oitocentos reais), não tendo a Requerente qualquer recurso
para pagamento destas despesas, valores esses que sempre
foram pagos pelo Requerido.

Cumpri esclarecer que a vida financeira do Requerido é


muito boa, tendo o mesmo bons rendimentos, não sendo justo
sua ex companheira e seus filhos passarem por extrema
necessidade.

Diante dos fatos, faz-se necessário o arbitramento de


alimentos a serem pagos pelo Requerido, pelo que se requer
seja determinando que este efetue o pagamento dos
alimentos, no equivalente a 03 (três) salários mínimos
mensais, de modo a garantir o sustento e a própria
sobrevivência da Requerente. Valor este que deverá se
depositado em conta que será aberta em nome da Requerente e
imediatamente informada a esse D. Juízo.

V) DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Dispõe o art. 4º da Lei 5.478/68:

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Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se
o credor expressamente declarar que deles não necessita.

O insigne jurista, Humberto Theodoro Júnior, traz à baila


entendimentos que corroboram as pretensões da Requerente:

“Como o sustento da pessoa natural é necessidade primária


inadiável, não pode o seu atendimento ser procrastinado até
a solução definitiva da pendência entre devedor e credor de
alimentos. (...)

Haverá, outrossim, sempre a possibilidade de deferimento da


liminar, inaudita altera parte, de uma mensalidade para
mantença imediata. Essa concessão o juiz poderá fazer, a
requerimento do interessado, mediante provisórios, em todos
as casos.”

Ademais, os alimentos provisórios encontram supedâneo do


Código de Processo Civil, em seu art. 531.

Dessa maneira, requer digne-se Vossa Excelência a antecipar


a tutela pretendida com fundamento no artigo 294 e
seguintes do Novo Código de Processo Civil, determinando o
Requerido que efetue o pagamento dos alimentos, no
equivalente a 03 (três) Salários Mínimos nacional em favor
da Requerente, de modo a garantir o seu sustento bem como a
sua própria sobrevivência.

VI) DOS PEDIDOS

DIANTE DO EXPOSTO, REQUER SE DIGNE VOSSA EXCELÊNCIA a


determinar:

a) O benefício da Justiça Gratuita por ser a Requerente


pessoa pobre, na acepção jurídica da palavra, não podendo
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arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu
próprio sustento;

b) a citação do Requerido para, querendo, contestar a


presente dentro do prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos
efeitos da revelia e confissão;

c) a intimação do Digno Representante do Ministério


Público, para que acompanhe a presente;

d) por Vossa Excelência seja reconhecida bem como decretada


a Dissolução da União Estável;

e) que os bens descritos do casal, que encontra-se na posse


do Requerido seja partilhado na proporção de 50% (cinquenta
por cento) do valor já pago para cada um dos conviventes na
forma da lei e segundo o prudente arbítrio de V. Exª.;

f) provados os fatos descritos nesta exordial, requer


digne-se Vossa Excelência a antecipar a tutela pretendida
com fundamento no artigo 294 e seguintes do Novo Código de
Processo Civil, e a título de alimentos provisórios,
determinando que o Requerido efetue o pagamento dos
alimentos, no equivalente a 03 (três) Salários Mínimos
Nacional mensais em favor da Requerente que deverá ser
depositado em conta bancária a ser aberta e imediatamente
informada a este D. Juízo para fins de depósito, de modo a
garantir o seu sustento bem como a sua própria
sobrevivência;

g) seja fixado, à título de alimentos em favor da


Requerente, o valor equivalente a 03 (três) Salários
Mínimos Nacional mensais;

h) seja o Requerido condenado ao pagamento das custas


processuais, despesas e honorários advocatícios à base de
20% sobre o valor da condenação;
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Requer-se ainda, pesquisa via bacenjud, infojud, renajud,
JUCESP, bem como todas as pesquisas necessárias para
apuração do real patrimônio do casal no momento da
separação.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos e ao caso cabível, em especial com o
depoimento do Requerido e a inquirição das testemunhas
posteriormente arroladas.

Dá-se à causa o valor de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil


reais).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

São Paulo, 22 de fevereiro de 2018.

Anderson dos Santos Cruz

OAB/SP nº 340.242

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