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Rio de Janeiro
Julho de 2008
CLAUDIA MARQUES COMARU
RIO DE JANEIRO
JULHO DE 2008
Aos profissionais que atuam em atendimento pré-hospitalar móvel,
Pelo amor de salvar vidas.
Que, mesmo sem saber, são aqui lembrados.
trabalho destes profissionais apontam que podem ser acometidos por estresse pós-
ocorrências, o profissional necessita lidar com suas próprias reações frente às situações
que surgem. Os mecanismos que o profissional utiliza para suportar e conseguir realizar
seu trabalho podem enrijecer a maneira como ele se coloca em seu trabalho, acarretando
The objective of this study is to understand the aspects of the ambulance personnel's
work process in its relation with the health-disease process. This analysis should help us
better understand how the opposing influences (health vs. disease) permeate all work
aspects of the ambulance personnel, which represent the synthesis of this dialectic
response and a high alertness level. The frequency and intensity with which emergency
calls occur may have a cumulative and potentiating effect on their stress levels. In
their own reactions to the ever-changing emergency environment. The strategy devised
services may be itself a cause for desensitization at work, leading to social and
disturbance. The organizational aspects of the job discussed in this paper have been
elucidated by three reports in “Revista Emergência” and based on one of the authors'
personal accounts.
Key words: Ambulance personnel, Work Process, Stress, Subjectivity, Worker’s Health
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
Quadros
das autoras como profissional dos Bombeiros e SAMU que expressou a demanda de
escassez de estudos na área, nos dedicamos ao estudo desta categoria visando contribuir
emergência básica são responsáveis pelo atendimento, com atividades que envolvem
Com isso, esperamos contribuir para a área de conhecimento no qual este estudo se
insere.
Acreditamos que este trabalho tem relevância para a saúde dos trabalhadores
porque focaliza profissionais que reagem aos eventos situacionais inesperados, além de
ser uma contribuição para outros estudos a fim de melhorar sua qualidade de vida e
1
trabalho.
para este assunto, bem como do prazo exíguo para a realização da pesquisa, esperamos,
ainda que de forma singela, disponibilizar para futuros estudos realizados por esta
atendimento pré-hospitalar.
SAMU).
Revista.
2
CAPÍTULO 1 - REVISÃO DA LITERATURA EM SAÚDE E TRABALHO
porém, outro grupo de reflexão se formaria e tomaria força: o campo da Saúde Coletiva
Latina, tem como cerne a relação trabalho/saúde pelo viés do social, diferencial desta
trabalhador, isto é, qual o seu significado face aos valores, expectativas e trajetória
2
existencial de cada um” (p. 57). Falaremos dos profissionais especializados em
atendimento pré-hospitalar móvel, que devem estar sempre em alerta, em altos níveis
tensionais, na espera de um toque para que todo o efetivo se desloque para o sinistro,
trabalhadores que a população aprova em quase sua totalidade, visto que são igualados a
heróis.
grau de atenção e a necessidade da tomada de decisões rápidas que fazem com que
3
O trabalho, conforme a situação, “tanto poderá fortalecer a saúde mental quanto
enfermidade”. No entanto, logo nos deparamos com uma concepção utópica, distante da
seria uma ilusão, um ideal que todos nós buscamos. E defende que, especificamente
com relação ao trabalho, o que há de mais nobre à saúde é sua variedade. Anormal seria
não podermos nos recuperar e ter alguém que possa fazer nosso trabalho enquanto nos
recuperamos 3.
luz sua concepção de corpo subjetivo, uma vez que ao falarmos de saúde, falamos
indivíduo que nossa atenção deve estar voltada; este deve ser nosso ponto de referência.
Aponta que “a doença é ainda uma norma de vida, mas é uma norma inferior, no sentido
que não tolera nenhum desvio das condições em que é válida, por ser incapaz de se
transformar em outra norma. Estar doente, para o autor, é não poder responder às
adversidades do meio que o impele a ser normativo. A doença passa, então, a ser uma
outra dimensão constitutiva da vida com suas duas faces, privação e reformulação.
4
conceitos de saúde e doença na medida em que a convivência com outros seres estimula
a mudança das leis impostas pelo indivíduo. Portanto, “estar em boa saúde é poder cair
sendo difícil separá-los. Por isso, colocaremos as concepções dos autores acerca dos
dois conceitos para, por fim, elaborarmos a nossa própria concepção a partir da análise
devem prever a peculiaridade das relações neste campo, como relações permeadas por
“tensão permanente” (p. 197). Ao citar Kaës, o autor concebe que o trabalho envolve
psíquico.
Por vias de uma leitura marxista entende-se processo de trabalho pelo meio de
5
inicialmente idealizado nas fábricas. Processo este milimetricamente esmiuçado a
do trabalho devem ser levadas em conta como os aspectos relacionais, chamada de luta
meio, tendo sempre a transformação do objeto num resultado final no qual tinha um
objetivo desde o início, ou seja, a matéria sofre uma adaptação às necessidades humanas
para além dos meios de produção, constituindo-se como produto das relações sociais
organização do trabalho adotadas pelas gerências das empresas para retirar o controle do
trabalho num dado processo / sistema de produção. No decorrer desse processo são
cargas forças, entre outros) que constituem risco e perigo para a saúde dos trabalhadores
6
atendimento pré-hospitalar, é a necessidade de haver trabalhos que durem 24 horas. A
sociedade 24 horas demanda aos profissionais uma extensão de sua jornada de trabalho,
solucionada pela criação do trabalho em turnos. Assim, foi possível manter a produção
por um período maior de tempo com a existência de vários grupos de trabalhadores que
se sucedem nos postos de trabalho. Os turnos variam nas instituições de acordo com as
(emocionais). Além disso, podemos perceber que o reconhecimento social pelo trabalho
determinado fator ou elenco de fatores sofram danos em sua saúde. Podemos, portanto,
ter situações de trabalho que configurem alto ou baixo risco para a saúde mental. O
possui riscos inerentes aos processos. Algumas das situações mais comuns de risco são:
A carga de trabalho deve ser analisada para cada tipo de trabalho e definida
7
considerada dentre as categorias utilizadas para analisar os impactos construídos no
expostos diariamente.
citar Facchini).
químicas presentes num determinado tipo de processo de trabalho como poeira, fumaça,
8
sua operação ou manutenção, aos materiais soltos no ambiente, às condições de
certos riscos, podendo causar danos a sua integridade biopsicossocial (Facchini citado
12
por Rigotto ). São elementos que podem causar traumatismo, indicando deficiências
na segurança do trabalho.
outros.
Podemos então considerar que estas cargas estão relacionadas com a atenção e
que os profissionais da área de Saúde estão mais expostos. A exposição, dentre outras
9
significativos, experiências, capacidade e potenciais
interação dinâmica das cargas nos processos biopsíquicos humanos: danos à saúde
inerente às ocorrências, como também com situações extremas que demandam respostas
1.2.1 – Estresse
13
Segundo dados de pesquisadores portugueses citados por Marcelino (Allison,
Whitley, Revicki & Landis; Amaral & Perreira; Frade & Frasquilho), os profissionais
10
de atendimento pré-hospitalar estão entre as profissões com maiores níveis de estresse.
Dados de Rodgers, citado por Alexander & Klein 14, mostraram altos índices de
afastamento por motivos de saúde mental e física dos profissionais de atendimento pré-
enorme complexidade que acarretam grande desgaste físico e emocional citado também
lidar com as situações 14. Nas ocorrências, inúmeros fatores podem aumentar o nível de
cargas biológicas, como exposição a sangue contaminado e privação de sono por escala
que a privação de sono, quando recorrente, pode vir a eclodir episódios de fadiga,
trabalho, Selligman-Silva 2 cita uma lista de estressores elaborada por Kalino (1987) :
11
- Horário de trabalho inconveniente: destaque para o regime de trabalho em
turnos alternados.
atrelado a outro conceito: a organização do trabalho. Quando esta entra em conflito com
beneficiadas 2.
chamado pode convocá-los para novo atendimento. Estudos apontam, entretanto, para
12
eventos inesperados, nos quais a carga física e psíquica exigida vai ao encontro do
mecanismos utilizados pelo trabalhador para se defender dos riscos. Douglas apresenta
conseqüências negativas do trabalho. Ocorre por meio deste mecanismo uma adaptação
13
CAPÍTULO 2 – DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO
A Revista Emergência foi criada em 2006 pela MPF Publicações Ltda no Rio de
emergência química).
Figura 1
Capa da Revista Emergência
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
14
2.1 - Análise dos dados
consistem em:
complementares: nesta fase, realiza-se o agrupamento das idéias centrais comuns a fim
15
CAPÍTULO 3 - ORGANIZAÇÃO E PROCESSO DE TRABALHO DOS
norma que regulamenta as urgências: a Regulação Médica, com suas definições acerca
dos diversos aspectos do trabalho. Por fim, realizaremos a análise dos discursos de
1792 por Dominique Larrey, cirurgião e chefe militar, que praticava cuidados iniciais
Médicos de Urgência atuais. Amigo e solidário dos soldados feridos, Larrey foi
solicitado por Napoleão a prestar atendimento imediato aos militares feridos, ou seja, o
corpo de saúde deveria recolher as vítimas no próprio fronte de batalha e não mais após
francesa “ambulant” que significa aquele que deambula ou caminha) com técnicas e
16
rodas, curvando o telhado para evitar acúmulo de água e peso, abrindo janelas para
ventilação, acoplando maca retrátil e kit de primeiros socorros, Dr. Larrey pôde
realmente colocar em prática seu invento móvel que foi batizado de “Ambulância
Figura 2
Ambulância e suas partes esboçadas por Dr. Larrey
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17
Não seria exagero dizer que Larrey foi o criador do SAMU (Serviço de
trasladado20.
de Janeiro. Sendo pioneiro no Brasil neste tipo de atividade, surgiram com novas
rotinas, doutrinas e conceitos, com uma frase que é usada até hoje “Não mexe não, que
18
da(s) vítima(s) a um hospital de referência. Os atendimentos são monitorados pelos
Hoje, o GSE é composto por cerca de 725 profissionais da área de saúde como
e guarnecendo cerca de 68 postos com ambulâncias, uma base com helicóptero e uma
municípios do interior do Estado de forma que o evento com risco de vida tenha tempo-
19
técnicos e auxiliares de enfermagem; das 8 às 17 horas (dia sim, dia não) para os demais
através de uma seção que atua na coordenação em acidentes com múltiplas vítimas
baseada nas informações técnicas obtidas pela Seção de Estatística Operacional, que
também interage com outros órgãos públicos e instituições universitárias com relatórios
organizada com uma estrutura típica de serviço médico com Comissão de Controle de
a Material Biológico.
suporte avançado de vida (ASEa), contendo medicações diversas e material para suporte
invasivo de vias aéreas. As ASEb - Suporte Básico de Vida – são tripuladas por um
e 35 ASEb. Existem outras viaturas como os ASES ou Viaturas “Híbridas”, que são
antes dos ASEs e iniciar os procedimentos de Suporte Básico de Vida (SBV); Auto
20
Posto Comando (APC) que é uma viatura utilizada em eventos que envolva múltiplas
proporções.
França. Por uma solicitação do Ministério da Saúde, que optou pelo modelo francês de
médico, diferente dos moldes americanos em que as atividades de resgate são exercidas
teve início na década de 80, no Rio de Janeiro, onde começou chefiado pelo Ministério
Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, chefiado por um Coronel Médico, com o objetivo
para tanto, mantém seus dois serviços - a Central de Regulação Médica e o Serviço de
21
Atendimento Pré-Hospitalar coeso e interligado, organizado e supervisionado pelo
CBMERJ disponível para fazer atendimento em via pública, uma viatura do SAMU é
enfermagem.
que não tenham sido reguladas pelos profissionais pertinentes. Competirá, portanto, ao
avançado não estarem disponíveis para o atendimento emergencial, devendo este ser
realizado pela equipe de suporte básico. Neste caso especial, a equipe enviada será
22
3.3 - A regulação médica das urgências e emergências
urgência - são pontos de pressão por respostas rápidas. O Sistema, portanto, deve ser
básica de saúde, assistência social, transporte sanitário não urgente, outros serviços e
suas necessidades.
gestora sobre os meios disponíveis, devendo possuir delegação direta dos gestores
23
municipais e estaduais para acionar tais meios, de acordo com seu julgamento. Assim, o
leitos vagos como argumento para não direcionar os pacientes para a melhor hierarquia
atendimento nas urgências, mesmo nas situações em que inexistam leitos vagos para a
pacientes dentro do sistema regional, comunicando sua decisão aos médicos assistentes
submetidas à regulação pública, sempre que suas ações ultrapassarem os limites estritos
24
3.3.1 - Atendimento pré-hospitalar móvel
24
Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o
atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à
sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que
tratamento. Deve ser entendido como uma atribuição da área da saúde e ser vinculado a
acesso ao público, por via telefônica, em sistema gratuito (192 ou 193), onde o médico
regulador, após julgar cada caso, define a resposta mais adequada, seja um conselho
socorro médico que derem entrada por meio de outras centrais, como a da Polícia
25
Central de Regulação, por intermédio do sistema de comunicação, para que possam ser
caso. Deve existir uma rede de comunicação entre a Central, as ambulâncias e todos os
à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar
saúde) devam ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é
externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada,
26
(incêndio, materiais energizados, produtos perigosos) obtenção de acesso ao paciente e
3.3.3 – Ambulâncias
Figura 3
Ambulâncias dos Bombeiros e SAMU para atendimento pré-hospitalar
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27
Figura 4
Interior de uma ambulância do SAMU
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conforme finalidade.
Quadro 1
Ambulâncias
28
TIPO B - Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte
interhospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-
hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com
potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte
até o serviço de destino.
finalidades:
29
exigirem;
visto que percebemos sua importância no discurso dos profissionais de atendimento pré-
matéria contém uma descrição feita pela jornalista da atividade cotidiana da enfermeira
situações inusitadas que podem ocorrer durante a realização do seu trabalho. No final da
30
O segundo material a ser analisado é a reportagem “Ajudando pessoas” realizada
Corpo de Bombeiros do Posto Sé, em São Paulo. O profissional atua 12 horas na viatura
de resgate e nas outras horas em outra viatura. Ele também costuma atuar nas motos que
trabalho do sargento, que inclui as obrigações militares, assim como descreve com
contêm a idéia central e o discurso dos sujeitos. Nos casos em que houver mais de um
31
dos profissionais de atendimento pré-hospitalar móvel, apontamos dispositivos de
falsos, carga de trabalho, dentre outras, foram levantadas a partir das reportagens da
Para definir organização do trabalho nos apoiamos na definição que a concebe como
físicas.
Discurso da jornalista
32
BOMBEIROS
Como seu trabalho inicia às 7h30 da manhã, durante esse tempo vago, o
sargento aproveita para se trocar e tomar seu café da manhã, que
costuma ocorrer às 7h. Exatamente às 7h30 da manhã é feita a passagem
do serviço e há a troca de profissionais. Antes de iniciarem os trabalhos,
os bombeiros, que assumem os postos, fazem o hasteamento da bandeira
brasileira. Depois, o comandante da prontidão especifica quem vai fazer
cada função e em qual guarnição. Vinte minutos depois, o sargento já
está checando a viatura. Primeiro avalia a água, óleo e iluminação do
veículo. Ele também leva EPIs como bota, capacete e capa para a
viatura, além de verificar vários equipamentos de resgate como a maca.
No cilindro de ar respirável para entrar em local com fumaça, avalia as
condições, a pressão e a máscara. Se houver apenas metade da carga, é
Protocolo feita a troca. Outro equipamento verificado é o ked, que serve para
retirar a vítima de trauma do veículo. Na mochila de primeiros socorros,
ele repõe os materiais faltantes.
SAMU
Após bater o ponto, a enfermeira checa o quadro com as escalas do dia.
Lá, ela irá saber em que viatura e com que equipe ela irá atuar. Também
verifica a ordem de saída das viaturas e vê se todos os enfermeiros estão
no local. Depois vai para a ambulância e checa se tudo está em ordem.
Todos os equipamentos são verificados. Observa se há oxigênio, checa
o respirador, o desfibrilador, deixa os eletrodos prontos para monitorar o
paciente. Esses procedimentos são importantes para que tudo ocorra de
forma rápida e prática durante o atendimento. Após a checagem dos
equipamentos, a enfermeira costuma tomar seu café da manhã. Mas isso
nem sempre acontece. Após checar os equipamentos, ela foi convocada
para uma reunião com o Conselho Gestor, na qual a coordenação
discute com os funcionários os problemas enfrentados e tenta resolvê-
los.
Discurso do psicólogo
local. Porém, a carga horária é respeitada pelas horas de descanso. Podemos ver alguns
horários como 12/60hs, 24/48hs, 24/72hs e 24 por uma semana (neste caso para os
sua residência nas 12 horas restantes do dia. Por outro lado, a existência de um segundo
33
emprego inviabilizaria o descanso. No caso da profissional do SAMU, ela possui outro
emprego em um Pronto Socorro. Nas diferentes instituições, o descanso deve ser visto
sob a ótica da escala. Uma tendência adotada nos Estados Unidos, Europa e Canadá
descanso. Desta forma, o trabalhador pode dispor de mais dias de folga. No entanto, o
desgaste pela extensa jornada de trabalho pode ser maior do que na jornada de oito
horas 11.
instrução, formatura e, em alguns quartéis, educação física) estão presentes ao lado dos
vida, pois se ele não tomar uma medida imediata, rápida e eficiente, as pessoas
rotinas diárias repetitivas como, por exemplo, a conferência dos materiais, além de
seguirem a uma hierarquia, tanto no seu local de trabalho quanto de uma regulação
34
médica.
defendidos.
Discurso da jornalista
35
BOMBEIROS
Ao retornar para o Posto do Corpo de Bombeiros, o sargento liga para
a Central 193 de São Paulo, para fazer o fechamento da ocorrência.
Isso é feito por telefone e ele passa dados como o nome da vítima, o
que ocorreu com ela e para onde foi levada. O próximo passo é
preencher o talão da ocorrência, que é um documento oficial que pode
ser requerido pela vítima e dá todos os detalhes do ocorrido.
SAMU
Responsabilidade O SAMU chega ao hospital. A equipe do hospital observa a vítima. A
individual enfermeira preenche a ficha com os dados do senhor atropelado,
relatando o que ocorreu. Ela também entrega os pertences encontrados
com a vítima: dinheiro e alguns documentos. A equipe sai do hospital
e chega na unidade do SAMU. Só agora Michele pode sentar e tomar
seu café da manhã. Alimentada, Michele vai repor o material na
ambulância, que já foi higienizada pela equipe responsável pela
limpeza. Sem uma nova chamada, Michele vai almoçar no refeitório
do SAMU. A enfermeira aproveita para fazer a escala de serviço, que
designa quem vai ficar em cada viatura durante o mês. Depois disso,
passa a escala do dia seguinte para o quadro.
BOMBEIROS
36
Discurso da profissional do SAMU
ASE - viatura responsável pelo atendimento médico, b) ABS - viatura responsável pela
que leva água para a necessidade de explosões no local. Todos os profissionais são
empenhados no socorro, porém a decisão médica só pode ser tomada por ele próprio.
separar e definir as categorias de tarefa individual e coletiva, visto que têm pauta de
37
viaturas. Ao chegar ao local do atendimento, o trabalhador pode se deparar com uma
situação que não compete ao socorro. As pessoas podem confundir o papel dos
Bombeiros e SAMU, solicitando os mesmos para ocorrências que não são emergenciais;
muitas vezes as ocorrências são casos sociais ou que não necessitam de viaturas. Em
outras ocasiões, a equipe ao chegar ao local do incidente pode não encontrar mais a
vítima, que foi encaminhada para o hospital por ‘meios próprios’ - como no caso de
Bombeiros do Posto Sé foi chamado para socorrer um homem de cerca de 70 anos que
teve uma queda e um corte na cabeça. A viatura corre agilmente pelas ruas de São
Paulo. Altera momentos de trânsito livre com tráfego pesado, chegando ao local 15
minutos depois do chamado. No entanto, a vítima não está mais no local. Não quis
esperar o socorro e foi embora. O sargento pega as informações com a pessoa que
acionou o resgate. Também faz parte do cotidiano dos bombeiros alarmes falsos e
ocorrências leves”.
fim de evitar lesão secundária, como o trauma raquimedular. Isto justifica o primeiro
trote, muitas vezes aplicado por crianças 28. A reportagem apresenta que, no Estado de
Alagoas, 80% das ligações destinadas ao SAMU são trotes; a maioria delas feita por
crianças. Ao mesmo tempo em que uma vítima pode ter seu atendimento atrasado, os
38
trabalho destes profissionais que saem para o que chamam ‘bobeira’, podendo
narrativa dos profissionais quanto às ocorrências que atendem reforça o caráter novo do
adaptar à rotina criando artifícios para realizar o trabalho da melhor forma possível.
Discurso da jornalista
Morte
SAMU
É preciso agilidade para atender a vítima. Dentro da viatura de
emergência é possível ver a tensão no rosto dos profissionais. O
momento ainda é tenso, visto que o estado do paciente ainda é grave.
Porém, mesmo com todo o empenho empregado pela equipe, o
paciente vem a falecer. A equipe serena observa a vítima com a
certeza de que deram o máximo de si para salvá-lo.
Ocorrências
Em outra ocorrência, a enfermeira se depara com mais uma situação
triste: um rapaz de 22 anos se suicidou com um tiro na cabeça dentro
de casa. Quando chegou no local, a equipe não podia fazer mais nada,
39
a não ser consolar a família.
BOMBEIROS
Para cumprir a meta de sair em um minuto, prazo estipulado durante a
madrugada, os bombeiros dormem fardados. Ao ouvir a sirene e o
chamado, basta calçar as botas e descer pelo cano, que dá acesso ao
local onde está a viatura para, rapidamente, atender a ocorrência.
Estado de alerta
Já é meio-dia quando o sargento retorna ao Corpo de Bombeiros. Às
12h15 vai ao refeitório almoçar. O almoço vai das 12h às 14h, mas se
houver uma ocorrência, o bombeiro tem que deixar o que está fazendo
e partir para o atendimento. Esse procedimento também serve para o
jantar, que ocorre das 18h às 20h, e para o banho. O prazo para sair é
de 45 segundos, o que mostra que o bombeiro deve sempre estar
atento e pronto para agir.
40
Discurso dos profissionais (dos Bombeiros e SAMU)
BOMBEIROS
Uma ocorrência (triste foi) de pessoas presas em ferragem, na qual fiz
atendimento. Faleceram os pais, duas crianças, e só uma sobreviveu.
Então, é uma coisa muito triste, que marca e fica na memória da
criança. Na hora é aquele desespero, “minha mãe, meu pai, meus
irmãos”, é muito triste isso.
SAMU
As ocorrências mais marcantes são as que o paciente apresenta trauma,
agonizando no local, em que o paciente morre. E em outra, atendi
Ocorrências vítimas de um capotamento. Vi as pessoas agonizando. Você sempre
quer fazer mais, mas há um limite. Ocorrências com crianças também
chocam muito.
Variáveis da ocorrência
BOMBEIROS
Bom, a atuação é intensa em São Paulo. É uma área em que se corre
muito, têm muitos acidentes, principalmente, de trânsito, motocicleta,
incêndio. A carga é grande, mas é possível levar.
SAMU
O atendimento pré-hospitalar é bem diferente do atendimento no
hospital, pois há inúmeras variáveis que influenciam no momento da
ocorrência, como: a via pode estar escura e ter que tirar o paciente de
lá, os procedimentos são feitos em lugares inadequados.
41
Discurso do psicólogo
exigem alto grau de atenção e tomada de decisões rápidas. Por isso mesmo, os
processo de trabalho por eles desenvolvidos. Existe, portanto, uma carga de trabalho
tarefas.
42
profissional deve parar imediatamente para realizar o atendimento. Isto se aplica às
refeições, banho e sono. Neste último caso, o bombeiro deve dormir de farda de modo a
agilizar sua saída, caso necessário. A frase “o bombeiro deve sempre estar atento e
pronto para agir”, dita pelo psicólogo especialista em urgências, representa o estado
que o profissional deve permanecer durante seu horário de trabalho. Assim como
descreve a jornalista: “Nessas 24h, ele tem que estar sempre pronto para ajudar quem
precisa e pede socorro ao 193. Ao receber uma chamada, o bombeiro tem que sair para
atendê-la em 45 segundos. Já à noite, se não houver ocorrência, ele pode deitar às 22h.
Mas o sono sempre é interrompido por algum chamado”. Atentamos para a freqüência
e intensidade deste processo, visto que sua permanência pode acarretar problemas ao
profissional, como transtornos de sono, desgaste físico e mental, irritabilidade, etc 29.
trabalho e produzem sintomas como taquicardia, sudorese, dentre outros. O sono dos
profissionais pode ser prejudicado pelo alto volume da sirene, levando o profissional a
descansar por meio de cochilos. Como apresenta o relato da jornalista: “Para cumprir a
dormem fardados. Ao ouvir a sirene e o chamado, basta calçar as botas e descer pelo
cano, que dá acesso ao local onde está a viatura para, rapidamente, atender a
ocorrência”.
e até mesmo evite a morte. No entanto, é necessário que estes profissionais tenham
43
Em pesquisa realizada com bombeiros de um município do Rio Grande do Sul,
foi encontrado através de entrevistas que 91% dos entrevistados apontaram trabalhar em
estado de alerta. Um entrevistado citou que permanecem “sempre alerta 25 horas por
17
dia” (p.374). A autora aponta para a possível naturalização do estado de alerta, pois
Figura 5
Ocorrência em que atua uma enfermeira do SAMU.
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trauma ou uma parada cardíaca, o profissional tem que dar o máximo de si, e quando o
44
paciente sobrevive é muito gratificante”. Além disso, a atenção deve ser redobrada
estar escura e ter que tirar o paciente de lá, os procedimentos são feitos em lugares
inadequados”.
ferragens e acidentes com crianças também foram cenas citadas pelo profissional dos
Bombeiros: “Uma ocorrência (triste foi) de pessoas presas em ferragem, na qual fiz
coisa muito triste, que marca e fica na memória da criança. Na hora é aquele
desespero, ’minha mãe, meu pai, meus irmãos’, é muito triste isso”.
é conhecida pela equipe, quando a equipe se sente inútil na cena da ocorrência, quando
os ferimentos são graves, quando não há suporte dos colegas, quando a equipe recebe
14
falsas informações sobre o local do acidente ou estado da vítima . No município do
risco que podem desencadear altos níveis de estresse por parte dos profissionais, visto
que seu trabalho abrange toda a área da cidade, independente das peculiaridades e níveis
de risco físico para estes profissionais. Como ainda citado pela profissional do SAMU:
“As ocorrências mais marcantes são as que o paciente apresenta trauma, agonizando
45
pessoas agonizando. Você sempre quer fazer mais, mas há um limite. Ocorrências com
Ainda na mesma pesquisa, 69% dos entrevistados relataram nunca terem tempo
também que a central não se mostra sensível ao enviar as equipes para a ocorrência,
correndo o risco de sair para a próxima ocorrência uma equipe que “correu” há pouco
tempo 14.
trabalho de emergência móvel nunca é monótono. Porém, quando o solicitante liga para
pedir socorro, podem surgir diversas alterações no trajeto da ocorrência como, por
avançadas e básicas. Neste caso, podemos observar que o número de viaturas de suporte
avançado é bem menor que o número de viaturas de suporte básico. Com isso, quando
aguarda a chegada da viatura de suporte avançado (sendo todo o processo regulado pela
central médica). Mas a questão é saber como esses profissionais reagem frente a essas
situações, uma vez que estão diante do paciente e seus familiares. Não podem deixá-lo
morrer, mas não têm autonomia decisória para evitar tal desfecho.
percebe um sinal de perigo, ele se prepara para lutar ou para fugir. Podemos perceber
46
isso quando tem um tiroteio ou um incêndio nos quais as pessoas saem correndo”.
Temos através de outro estudo realizado por Marmar, citado por Clohessy &
31
Ehlers , que o grau de complexidade da ocorrência não está diretamente ligado ao
estresse profissional, o que aponta que mesmo as ocorrências corriqueiras podem ser tão
ocupacional pode ser concebido como situações ameaçadoras à saúde física e mental do
47
reportagens, vemos que é a categoria que possui maior número de variáveis adversas ao
estão em contato diário com: paradoxo vida e morte, prazer e sofrimento, esforço
físico, grande número de ocorrências que não são prioridade, necessidade de um auto
controle frente às diversidades das ocorrências, tudo isso várias vezes ao dia e ao longo
de anos de trabalho.
subjetividade do profissional de emergência, além dos meios que estes utilizam para
48
Discurso do psicólogo
49
Discurso dos profissionais (dos Bombeiros e SAMU)
Eu posso dizer que atendi uns 80% do que eu queria. A principal etapa
foi ser sargento do Corpo de Bombeiros. Gosto do que eu faço. Desde
Motivações quando eu entrei, tinha esse objetivo. A gama de informações que a
Corporação nos dá através de cursos é muito grande, são cursos
excelentes, de mergulho, resgate, salvamento em altura, salvamento
terrestre, produtos perigosos, salvamento aquático. É muito bom e não
há dinheiro que pague tudo isso.
SAMU
Quero continuar trabalhando com emergência. Quando tiver mais
prática na área, pretendo atuar na educação voltada para a emergência.
Para tanto, farei mestrado e doutorado. Mas acho que ainda não é a
hora. Quero ter mais experiência.
podendo levar, por vezes, a uma modificação da estrutura de sua personalidade a fim de
tem que se tornar muito mais agressivo e incisivo, tanto verbal quanto fisicamente.
aponta que os profissionais da emergência não são estudados como as vítimas primárias
50
dos desastres em que atuam. No segundo estudo citado, Thompson & Susuki estudaram
60% deles apresentavam distúrbios psíquicos menores através da escala GHQ (General
Health Questionnaire) que avalia situações que variam da ansiedade até a depressão.
Como reafirma o psicólogo: “Mas se a vítima sobreviveu, ela vai ser socorrida, fica
com algumas seqüelas emocionais, só que a família leva num psicólogo para
seqüelas emocionais não foram cuidadas, tratadas. Alguém vai tratar? Não. Ele segue
Por outro lado, muitos dos profissionais negam a existência dos primeiros
de herói pela população que, ao contrário do que se costuma acreditar, lhe custa caro –
mais precisamente a sua saúde, como reitera o psicólogo: “A figura do herói é muito
forte, mas a coisa ruim é você se considerar herói, porque começa a buscar isso a
qualquer preço. O bombeiro costuma dizer isso: ‘Mas eu tenho que salvar nem que
custe a minha vida’. Mas se ele morrer, ele não salva mais ninguém. Vemos isso,
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homens ou mulheres, que os tornam mais endurecidos dos demais profissionais da
saúde (James & Wright citados por Alexander & Klein 14).
hospitalar móvel. Os traços da imagem são fortes, sua estatura, pernas e braços grandes
Figura 6
Imagem do profissional de emergência por propaganda de empresa de botas de
proteção
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Fonte: Revista Emergência
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mostrar, uma verdadeira necessidade para manter uma estrutura moral de orgulho,
nocivas e a tolerar um medo que, embora seja de seu conhecimento, não pode ser
Muitos procuram socorro no uso de drogas como o álcool, como aponta o psicólogo: “O
álcool é um antidepressivo barato, então você bebe para ficar alegre, para relaxar. E
quando se trabalha num grupo de emergência se vê que muitos do grupo bebem para
relaxar. E o profissional vai bebendo. Bebe um golinho hoje, mas quando está numa
do trabalho estão entre a vida e a morte das pessoas e da própria equipe. Heróis quando
salvam uma vida, fracassados quando o contrário acontece. Esse paradoxo deve ser bem
necessitam.
elemento intrínseco à sua prática diária. Vida e morte, prazer e sofrimento lado a lado
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em cada ocorrência; permeando todo o sentido do seu trabalho. O lado da vida traz
consigo a motivação, seja para continuar na profissão - como no caso dos dois
profissionais entrevistados pela Revista – seja pela gratidão em cada atendimento bem
Um meio trágico de lidar com este paradoxo é visto no suicídio, citado pelo
17
psicólogo em sua entrevista, como também por Gonzalez , ao referir que alguns
depressão consideráveis.
33
Dejours ainda discute a necessidade de profissões que vivem situações
Como o autor cita: “(...) quando existe uma pressão ou uma injunção para superar o
defensiva do que para a coragem moral” 33 (p. 102). As considerações valem tanto para
ameaça imposta pelo ambiente de trabalho que condiz lidar com grandes incidentes.
como o corpo. O controle imposto sobre o corpo atua em cada parte, minuciosamente. O
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acompanhamento e intervenção em cada processo são mais importantes que a atuação
de homem esperado.
Nos questionamos se, assim como o Corpo dos pilotos de caça descritos por
16
Dejours , os profissionais de emergência na sua “loucura” e submetidos à rigorosa
disciplina que podem leva-los ao sofrimento - seja pelo comando e/ou pela organização
do trabalho. Loucura esta gerada pela constante normatização aliada à ordem social que
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
princípio parecia algo simples. Como proposta inicial, realizaríamos entrevistas com os
fomos questionadas acerca da falta de autonomia dos profissionais militares no que diz
alegrias e tristezas.
trabalho destes profissionais. Assim, nos referimos ao ditado popular que diz:
56
“Quando um homem vem com um pão em sua mão
idéias”.
Esses trabalhadores, por outro lado, estão imersos nas relações de trabalho sobre as
sujeito.
periódicos (visto que muitas vezes eles não têm pausa para almoçar); acompanhamento
57
psicológico; discussões em grupo para dividir experiências; trocar idéias e planejar
sua unidade contraditória, ora possibilitando, ora dificultando a saúde; ora à satisfação e
adversidades enfrentadas pelo trabalhador, vemos uma subjetividade que tenta “manter
ser humano. Salva, mas sofre, cria mecanismos defensivos, adoece e em certos casos
acaba por sucumbir ao longo do tempo de milhares de jornadas nem sempre bem
sucedidas.
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COLABORADORES
análise dos resultados e redação final da monografia. Priscilla Vitorio foi responsável
REFERÊNCIAS
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Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2003.
59
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10. Câmara VM, Tambellini AT, Castro HA, Waissmann W. Saúde Ambiental e Saúde
do Trabalhador: Epidemiologia das relações entre a produção, o ambiente e a saúde. n:
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2003.
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Rocha LE, Rigotto RM (Org). Isto é trabalho de gente? Vida, doença e trabalho no
Brasil. São Paulo: Vozes, 1993.
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60
trabalho. In: Fischer FM, Moreno CRC, Rotenberg L. Trabalho em turnos e noturno na
sociedade 24 horas. São Paulo: Editora Atheneu; 2004.
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exploratório com o Corpo de Bombeiros. Esc Anna Nery R Enferm 2006; 10: 370-7.
18. Guivant J. Percepção dos olericultores da grande Florianópolis (SC) sobre os riscos
decorrentes do uso de agrotóxicos. Revista Brasileira de Medicina Ocupacional 1994;
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hospitalar. Medicina, Ribeirão Preto 1999. 32: 381-387.
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25. Reimberg C. A vida por um fio. Revista Emergência 2006, nº1; jul.
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27. Barcellos P. Estresse no trabalho. Revista Emergência 2006, nº1; jul.
30. França AC, Rodrigues AL. Stress e trabalho – uma abordagem psicossomática. São
Paulo: Ed. Atlas; 2007.
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34. Foucault M. Os corpos dóceis. In: Vigiar e punir. Petrópolis: Editora Vozes; 2004.
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ANEXOS
Anexo 1
Reportagem sobre processo de trabalho no SAMU
Anexo 2
Reportagem sobre processo de trabalho dos Bombeiros
Ajudando pessoas. Revista Emergência 2006, nº1; nov.
Anexo 3
Entrevista com psicólogo sobre estresse nos profissionais de emergência
Estresse no trabalho. Revista Emergência 2006, nº1; jul.
Anexo 4
Matéria sobre o alto número de trotes recebidos pelo SAMU
Alagoas em tempo real:
http://www.alemtemporeal.com.br/interno.php?pag=saude&cod=988 (acessado em
5/Jun/2008).
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