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CURSO DE DIREITO
MOSSORÓ-RN
2018
O tema aqui tratado diz respeito à efetividade das normas jurídicas.
Efetividade aqui tomada em seu sentido geral corresponde a aptidão que uma
norma jurídica possui em produzir efeitos. E a depender do tipo de efeito que
produzir receberá um nome específico, podendo ser: efetividade jurídica ou
efetividade social [1].
Por outro lado, a efetividade social acontece quando uma norma jurídica é
respeitada e, portanto, fruto de uma aceitação ou reconhecimento por parte da
sociedade em relação ao direito e a mesma sociedade cumpre com as suas regras.
De forma simples , para que ocorra a efetividade das normas nos âmbitos jurídico e
social é importante que elas sejam interpretadas sistematicamente (de modo
sintático), que os valores estabelecidos nas normas jurídicas estejam em sintonia ou
de acordo com a história e os anseios do corpo social (de maneira semântica), e que
constantemente a sociedade civil pressione a elite (alta sociedade ) econômica e
política a fim de que cumpram com o acordado nas leis e efetivem os preceitos,
princípios e valores nelas previstos (Plano Pragmático), desviando-se , portanto de
uma viável crise institucional do direito estatal.
A nova Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) trouxe uma novidade em relação a lei
[3]
anterior – de 1976: diferenciando usuário e traficante . Da mesma forma a posse
de droga para o uso pessoal passa a ser compreendido como delito pequeno, já o
tráfico como grave, levando a prisão do indivíduo. Cabendo aos primeiros uma pena
de advertência, sendo muitas vezes revertida em serviços comunitários ou a
atividades de cunho educativo; e aos segundos, uma pena maior, que não serviços
comunitários, mas a prisão de 5 a 15 anos.
Enfim, fica claro que a atual Lei de Drogas não tem surtido o efeito desejado,
visando diminuir o número de dependentes, traficantes e de encarceramento nos
presídios brasileiros. O efeito foi contrário, como resultado de uma Política
repressiva desastrosa que não conseguiu atingir a questão no seu âmago, mas
apenas nos seus efeitos e, em pleno 2018, 12 anos após a sua promulgação, ainda
estamos aqui pensando em alternativas para resolver esse problema que não se
trata apenas de uma questão criminal, mas também de saúde pública.
Referências:
[1] https://jus.com.br/artigos/4731/a-efetividade-das-normas-constitucionais
[2] http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-06/lei-de-drogas-tem-
impulsionado-encarceramento-no-brasil
[3] https://extra.globo.com/noticias/brasil/relatorio-aponta-lei-de-drogas-como-causa-
principal-da-superpopulacao-carceraria-20763447.html
[4] https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/01/14/Lei-de-Drogas-a-distin
%C3%A7%C3%A3o-entre-usu%C3%A1rio-e-traficante-o-impacto-nas-pris
%C3%B5es-e-o-debate-no-pa%C3%ADs
[5] https://unaids.org.br/2016/06/unodc-lanca-relatorio-mundial-sobre-drogas-de-
2016/
[6] https://veja.abril.com.br/brasil/brasil-tem-a-3-maior-populacao-carceraria-do-
mundo/