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estruturada para ter uma linha rápido, não perca tempo com o linguagem rebuscada ajuda,
de raciocínio e o melhor que não traz resultado principalmente quando vamos
entendimento sobre o aprender algo que ainda não
conteúdo sabemos

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“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo”

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Esse é o primeiro eBook de Direito Administrativo, nele estudaremos as raízes que formam o Direito Administrativo, sendo a
Natureza Jurídica, Conceitos, Origens, Fontes e Princípios

CONCEITO DE DIREITO
Para iniciar nossos estudos do Direito Administrativo é importante entender alguns Conceitos de Direitos ditos pelos grandes
filósofos-juristas:

Gustav Radbruch: No início de sua carreira, o grande jurista Gustav conceituou que Direito é o que está na lei, porém com o
advento da Segunda guerra mundial, os nazistas o caçaram e seu filho que havia ido a guerra foi morto. Diante disto Radbruch levou
um choque e teve uma frustração muito grande, o qual veio a ter uma outra conclusão e conceituou:

“O Direito pode, pois, definir-se como o conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social”

Hans Kelsen: Para Kelsen o conceito de direito é: “Uma outra característica comum às ordens sociais a que chamamos de Direito é
que elas são ordens coactivas”.

Rorbert Alexy: Para Alexy o conceito de Direito é: “O direito é um sistema normativo que (1) formula uma pretensão à correção, (2)
consiste na totalidade das normas que integram uma constituição socialmente eficaz em termos globais e que não são
extremamente injustas, bem como na totalidade das normas estabelecidas em conformidade com essa constituição e que
apresentem um mínimo de eficácia social ou de possibilidade de eficácia e não são extremamente injustas, e (3) ao qual pertencem
os princípios e outros argumentos normativos, nos quais se apoia e/ou deve se apoiar o procedimento de aplicação do direito para
satisfazer a pretensão”

Arthur Kaufman: Para Kaufman fixar o direito apenas na dignidade do ser humano é muito amplo, desta forma o direito não pode
ser dissociado da realidade, deve ser baseado em dois fenômenos: pré compreensão e tradição cultural

O homem sempre seguiu regras, seja social, moral ou jurídica, ele sempre se guiou através de regras de condutas. Diante disto há 3
CORRENTES que explicam as regras de condutas:

Jus naturalismo – Defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis
do homem, para os jus naturalistas o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores do ser humano, busca sempre o
ideal de justiça. O direito natural é universal, imutável e inviolável, é a lei imposta pela natureza a todos aqueles que se encontram
em um estado de natureza. Grande filósofo-jurista que marcou o Jus naturalismo foi Kant

Jus positivismo – Acredita que só pode existir o direito e consequentemente a justiça através de normas positivadas, ou seja,
normas emanadas pelo Estado com poder coercitivo, podemos dizer que são normas escritas, criadas pelos homens por intermédio
do Estado

Desta forma, houveram algumas catástrofes com isso, como o nazismo, a bomba atômica, dentre outros absurdos. Diante disto
ficou demonstrado uma grande insegurança, podendo o próprio ser humano ser capaz de exterminar a própria espécie, e também
de estabelecer o Direito de não ter direitos (judeus mortos pela câmara de gás por ser uma raça inferior, sem qualquer tipo de
direitos)

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Pós-Positivismo – Surgiu como uma nova teoria no tocante à normatividade dos princípios após o fracasso filosófico do jus
naturalismo e do colapso político do positivismo jurídico apoiado pelos nazistas. Tem como finalidade dar aos princípios jurídicos
caráter normativo, e estes devem atuar como uma espécie de norma jurídica vinculante

O pós-positivismo tenta restabelecer uma relação entre direito e ética, pois busca materializar a relação entre valores, princípios,
regras e a teoria dos direitos fundamentais e para isso, valoriza os princípios e sua inserção nos diversos textos constitucionais para
que haja o reconhecimento de sua normatividade pela ordem jurídica

NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO


Podemos dizer que o Direito é dividido em 2 grandes grupos:

DIREITO PÚBLICO

O Direito Público tem por objeto principal a regulação dos interesses da sociedade como um todo, a disciplina das relações entre
esta e o Estado, e das relações das entidades e órgãos estatais entre si. Tutela ele o interesse público, só alcançando as condutas
individuais de forma indireta e reflexiva

Desta forma uma de suas características marcantes é a desigualdade nas relações jurídicas por ele regidas tendo em conta a
prevalência do interesse público sobre os interesses privados

Exemplos de integrantes deste grupo: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal

Com essa breve introdução pode se dizer que o estudo do Direito Público é EMPOLGANTE. Empolga, sobretudo, estudar o Direito
Administrativo, vale dizer, a atuação do Estado, na busca de suas finalidades, por meio de órgãos e agentes, na prestação de
serviços públicos, no exercício do poder de polícia e no fomento da atividade privada

DIREITO PRIVADO

O Direito Privado tem como finalidade principal a regulação dos interesses particulares, como forma de possibilitar o convívio entre
as pessoas em sociedade e uma harmoniosa fruição de seus bens

Sendo assim uma de suas características marcantes é a existência de igualdade jurídica entre os polos das relações por ele regidas

Exemplos de integrantes deste grupo: Direito Civil, Direito Comercial

CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Existem divergências entre os Doutrinadores quanto ao conceito de Direito Administrativo. Na verdade, cada autor escolher certos
elementos que considera mais significativos para chegar ao conceito

Juspublicista HELY LOPES MEIRELLES, 1964 – “O conceito de Direito Administrativo para nós sintetiza-se no conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente
os fins desejados pelo Estado”. OBS.: Vejamos, o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto
harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado

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Juspublicista CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, 2014 – “O conceito de Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que
disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que as exercem”

Juspublicista RUY CIRNE LIMA, 1934 – “O conceito de Direito Administrativo é o ramo do direito positivo que especifica e
privativamente rege a administração pública como forma de atividade; Define as pessoas administrativas e a organização e os
agentes do poder executivo das politicamente constituídas e lhes regula, os direitos e obrigações, em suas relações uma para com as
outras e com os particulares por ocasião do desempenho daquela atividade”

Para Concursos Públicos, o melhor conceito é o que combina os elementos mencionados pelos referidos autores: a natureza de
direito público; o complexo de princípios e normas; e a função administrativa, que engloba os órgãos, agentes e pessoas da
Administração

Assim, Direito Administrativo é o ramo do direito público que estuda princípios e normas reguladoras do exercício da função
administrativa

ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO


A formação do Direito Administrativo se deu no século XIX (1801), na França

As razões da origem se deram por questões filosóficas e da realidade da vida naquele momento histórico

Grandes pensadores foram Montesquieu (escreveu O Espírito da Lei) e Rousseau (escreveu O Contrato Social), o qual ambos
geraram as bases filosóficas do Direito Administrativo

Todo o ser humano quer ter poder, e com isso tende a abusar. Desta forma Montesquieu disse sobre a “Separação dos Poderes”.
Rousseau disse que cada pessoa deveria entregar uma parcela de seus direitos para o Estado, com o intuito de ter uma igualdade
entre todos, o que veio ocorrer a Revolução Francesa

Esses dois pensamentos acumulados geraram a queda da Monarquia e o surgimento da Separação dos Poderes

A Revolução Francesa acolheu esses dois dogmas, sendo colocados no art. 16 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do
Cidadão de 1789, versando sobre a separação dos poderes e criando-os: Legislativo, Executivo e Judiciário

Nesta época da história, se aplicava o Direito Civil Romano nas vestes do Direito civil e penal, entretanto o Direito civil e penal não
servia para regrar o Direito administrativo, pois um versava sobre a relação entre iguais e o outro sobre uma relação punitiva, sendo
assim os juristas franceses perceberam que era necessário regular o direito entre pessoa e Estado

Em razão disso nasceu o ramo do Direito Administrativo, regulando as relações entre a Administração e o particular

Todavia o Direito Administrativo não parou no século XIX, Duguit deu um passo a mais no início do século XX, pois só a relação de
poder entre a administração e o particular era insuficiente, sendo necessário prestar serviços públicos, “Estado serve para servir o
particular”

Posteriormente a Alemanha adotou na sua administração pública a prestação de serviços públicas somente após a 2ª Guerra Mundial,
sendo cumpridos os Direitos Fundamentais, o que foi um passo a mais no Direito Administrativo

Com o passar das décadas, o objetivo da administração pública atual é cumprir os direitos fundamentais. Segundo o pensamento
de Ruy Cirne Lima: “Administração Pública é cumprir a utilidade pública”

Atualmente a Doutrina Brasileira do Direito Administrativo está chegando bem devagar ao passo de cumprir os Direitos Fundamentais

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SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
A Doutrina cita 2 Grandes Sistemas Administrativos no Mundo:

▪ Sistema do Contencioso Administrativo ou Administrativo Francês

▪ Sistema da Jurisdição UNA ou Administrativo Inglês

OBS.: Entretanto uma parcela pequena da Doutrina faz menção a um Terceiro Sistema Administrativo, chamado de Direito
Administrativo existente no Oriente Médio, entre o Estado e a Religião (Jean Rivero)

Exposto os 2 Sistemas de controle das Atividades Administrativas vamos explicar cada um deles:

SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO - Modelo Francês

O sistema do contencioso administrativo, ou modelo francês, é adotado especialmente na França e na Grécia. O contencioso
administrativo caracteriza-se pela repartição da função jurisdicional entre o Poder Judiciário e tribunais administrativos. (Duplo
contencioso)

Nos países que adotam tal sistema, o Poder Judiciário decide as causas comuns, enquanto as demandas que envolvam interesse da
Administração Pública são julgadas por um conjunto de órgãos administrativos encabeçados pelo Conselho de Estado

O modelo do contencioso administrativo foi criado na França e sua existência está vinculada a particularidades históricas daquele
país. Antes da Revolução (1789), a França era uma monarquia absolutista com todos os poderes estatais centralizados na figura do
rei. Os órgãos judiciais então existentes eram nomeados pelo monarca e raramente prolatavam sentenças contrárias ao interesse
da Coroa. Com a Revolução Francesa, e a superação do Antigo Regime, foi aprovada uma lei, no ano de 1790, que proibia os
magistrados de decidir causas de interesse da Administração Pública

Convém lembrar que a França é o berço da Teoria da Tripartição de Poderes, de Montesquieu, teoria essa cuja aplicação foi
radicalizada a ponto de considerar-se uma interferência indevida na independência da Administração o julgamento de suas
demandas pelo Poder Judiciário. Criou-se, então, um conjunto apartado de órgãos decisórios formando uma justiça especial
somente para decidir causas de interesse da Administração

Acima do Conselho de Estado e dos órgãos do Judiciário situa-se, na estrutura francesa, o Tribunal de Conflitos, com atribuições
para julgar conflitos de competência entre as duas justiças

SISTEMA DA JURISDIÇÃO UNA - Modelo Inglês

No sistema da jurisdição una todas as causas, mesmo aquelas que envolvam interesse da Administração Pública, são julgadas pelo
Poder Judiciário. Conhecido como modelo inglês, por ter como fonte inspiradora o sistema adotado na Inglaterra, é a forma de
controle existente atualmente no Brasil

É o que se pode concluir do comando previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal: “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. O referido preceito atribui ao Poder Judiciário o monopólio da função jurisdicional, não
importando se a demanda envolve interesse da Administração Pública

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FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as fontes são os fatos jurídicos de onde as normas emanam

As fontes jurídicas podem ser de 2 tipos:

▪ Primárias/maiores/diretas: são o nascedouro principal e imediato das normas


▪ Secundárias/menores/indiretas: constituem instrumentos acessórios para originar normas, derivados de fontes primárias

No Direito Administrativo, somente a LEI constitui fonte primária na medida em que as demais fontes (secundárias) estão a ela
subordinadas (Doutrina, Jurisprudência e Costumes)

“LEI” – Atos Normativos


Único veículo habilitado para criar diretamente deveres e proibições, obrigações de fazer ou não fazer, no Direito Administrativo

Esse é o sentido da regra estabelecida no art. 5º, II, da CF: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”

Por lei deve-se entender aqui qualquer veículo normativo que expresse a vontade popular: Constituição Federal, Emendas
Constitucionais, Constituições Estaduais, Leis Orgânicas, Leis Ordinárias, Leis Complementares, Leis Delegadas, Decretos
Legislativos, Resoluções e Medidas Provisórias. Somente tais veículos normativos criam originariamente normas jurídicas,
constituindo as únicas fontes diretas do Direito Administrativo

A Constituição é a base do Direito Administrativo, inicia no Capítulo da Administração Pública - art. 37 ao art. 41 CF

REGULAMENTOS estão dentro da “Lei”, sendo que visam explicitar a lei (art. 84, IV CF). Para entendimento a lei inova o sistema
jurídico, criando novos direitos e obrigações, sendo assim a lei é o espirito que vai mover a administração pública, porém para isso
acontecer é necessário o regulamento, que tem uma função de fazer a execução fiel da lei

DOUTRINA
Doutrina é o fruto do trabalho cientifico dos juristas que tentam esclarecer o conteúdo do sistema jurídico

Desta forma a doutrina não cria diretamente a norma, mas esclarece o sentido e o alcance das regras jurídicas conduzindo o modo
como os operadores do direito devem compreender as determinações legais. Especialmente quando o conteúdo da lei é obscuro,
uma nova interpretação apresentada por estudiosos renomados tem um impacto social similar ao da criação de outra norma

Sendo assim a natureza jurídica da Doutrina é um parecer técnico (Juliano Maranhão)

A Doutrina não vincula o julgador quando for julgar algum processo, pois é uma fonte secundária

JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência é entendida como reiteradas decisões dos Tribunais sobre determinado tema, não tem a força cogente de uma
norma criada pelo legislador, mas influência decisivamente a maneira como as regras passam a ser entendidas e aplicadas

O poder judiciário está vinculado sobre o primado da legalidade, todavia é inegável o papel de transformação do direito por força
das decisões dos Tribunais

Com a emenda constitucional 45/2004, foi incluído no sistema jurídico as Súmulas Vinculantes, tendo a possibilidade de criar
obrigações exigidas

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COSTUMES
Os costumes são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento.
Ao serem repetidos constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo de agir, causando incerteza e
instabilidade social sua repentina alteração. É nesse sentido que os costumes constituem fontes secundárias do Direito
Administrativo

Importante relembrar que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela qual só podem ser considerados vigentes e
exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou princípio estabelecido na legislação

PRINCÍPIOS JURÍDICOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


No Século XIX os princípios jurídicos eram vistos como algo geral, entretanto no século XX foram considerados princípios gerais do
direito, na qual estavam em todos os sistemas jurídicos, como a boa-fé, a equidade, a justiça. O que por consequência entraram no
sistema jurídico como uma fonte jurídica subsidiária, tendo como função preencher as lacunas da lei (omissões)

Após a 2ª Guerra Mundial foi visto que os princípios gerais, que eram somente utilizados para preencher as lacunas da lei,
necessitavam ser considerados como normas jurídicas nas Constituições dos países. O que trouxe os princípios e as regras como
parte do ordenamento jurídico, disciplinando os direitos fundamentais

Neste raciocínio, a nossa LINDB (Lei de Introdução e Normas do Direito Brasileiro) diz que princípios gerais do direito são utilizados
somente para preencher as omissões da lei, sendo assim isso está errado, pois na nossa própria CF encontra-se explícito e implícito
muitos princípios jurídicos como normas jurídicas. Diante disto, neste ponto a LINDB é inconstitucional

Dwokin disse que o ordenamento tem dois tipos de normas: as regras e os princípios jurídicos. Sendo princípios jurídicos diferentes
de políticas públicas:

Nas políticas públicas o poder público atua para melhorias sociais, econômicas e políticas da comunidade

Já os princípios jurídicos são uma exigência da justiça ou equidade ou alguma outra dimensão da moralidade

Segundo Robert Alexy – Os princípios são normas de otimização que contém dentro do sistema jurídico. Neste raciocínio os
princípios são regras que exigem que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas
existentes

Para Celso Antonio Bandeira de Melo – “Princípio é, pois, por definição mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce
dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para exata
compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhes a
tônica que lhe dá sentido harmônico”

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PRINCÍPIOS FUNDANTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da administração pública encontram-se, explícita ou implicitamente,
no texto da Constituição

Os princípios do Direito Administrativo cumprem duas funções principais:

Função Hermenêutica: Se o aplicador do direito tiver dúvida Função Integrativa: Além de facilitar a interpretação de
sobre qual o verdadeiro significado de determinada norma, normas, o princípio tende também à finalidade de suprir
pode utilizar o princípio como ferramenta de esclarecimento lacunas, funcionando como instrumento para preenchimento
sobre o conteúdo do dispositivo analisado de vazios normativos em caso de ausência de expresso
regramento sobre determinada matéria

Diante disto, existem os Princípios Fundantes ou Supraprincípios, que são PRINCÍPIOS CENTRAIS dos quais derivam todos os
demais princípios e normas do Direito Administrativo

São DOIS Supraprincípios:

Supremacia do Interesse Público Indisponibilidade do Interesse


sobre o Privado Público

Segundo Hely Lopes Meirelles as normas do direito administrativo devem ser interpretadas da seguinte maneira: Supremacia do
interesse público, Indisponibilidade do interesse e Discricionariedade (oportunidade e conveniência para a prática dos atos
administrativos)

Discricionariedade é a liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei, ou seja, a lei deixa certa margem de
liberdade de decisão diante do caso concreto, de tal modo que a autoridade poderá optar por uma dentre várias soluções possíveis,
todas, porém, válidas perante o Direito

É, portanto, um poder que o direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos,
com a liberdade na escolha segundo os critérios de conveniência, oportunidade e justiça, próprios da autoridade, observando
sempre os limites estabelecidos em lei, pois estes critérios não estão definidos em Lei

Entretanto a maioria dos doutrinadores interpretam as normas do direito administrativo apenas com os 2 SUPRAPRINCÍPIOS:

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO

Este supraprincípio exalta a superioridade do interesse da coletividade, estabelecendo a prevalência do interesse público sobre o
interesse particular, como condição indispensável de assegurar e viabilizar os interesses individuais. Desta forma é considerado um
pressuposto de uma ordem social estável, em que todos e cada um possam sentir-se garantidos e resguardados nos seus direitos e
bens

O princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado está implícito na CF, as suas consequências são:

• Posição Privilegiada da Administração Pública – • Posição da Supremacia nas Relações Jurídicas –


Presunção de legitimidade dos atos administrativos, Contato administrativo
ex.: prazo processual diferenciado • Restrições – Ex.: Licitação, concurso público

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INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

Sendo o interesse público qualificado como próprio da coletividade, este não se encontra à livre disposição de quem quer que seja,
por ser incapaz de apropriação

O princípio da Indisponibilidade do Interesse Público também está implícito na CF, as suas consequências são:

• Legalidade, Publicidade
• Gestão do Interesse Alheio
• Obrigatoriedade do Desemprenho da Função Pública
• Continuidade do Serviço Público
• Controle Jurisdicional dos Atos Administrativos

Dentre os princípios norteadores do direito administrativo, há grande importância aos princípios expressos no caput do art. 37 CF.
Sendo eles: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência

A Lei 9.784/99 trata dos processos administrativos no âmbito federal, que incluiu em seu art. 2º, um rol dos princípios que
informam a administração pública:

Legalidade Finalidade Motivação Razoabilidade Segurança Jurídica

Moralidade Ampla Defesa Contraditório Proporcionalidade Interesse Público

Vamos estudar cada um desses princípios, iniciando primeiro pelos princípios do art. 37 da CF

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Princípio inerente ao Estado de Direito, sendo que representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular. O
exercício da função administrativa não pode ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve
obrigatoriamente respeitar a vontade da lei

O princípio da legalidade é o mais importante princípio específico do Direito Administrativo. Dele derivam vários outros, tais como:
finalidade, razoabilidade, isonomia e proporcionalidade

Sendo assim a Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei

Entretanto o Princípio da Legalidade não se reduz ao simples cumprimento da lei em sentido estrito. A Lei Federal nº 9.784/99 (Lei
do Processo Administrativo), no art. 2º, § único, I, define a legalidade como o dever de atuação conforme a lei e o Direito. Isto é, os
agentes públicos devem respeitar a lei e outros instrumentos normativos existentes na ordem jurídica, significa dizer que as regras
vinculantes da atividade administrativa emanam de outros veículos normativos:

a) Constituição Federal, incluindo emendas constitucionais e) Costumes

b) Constituições Estaduais e Leis Orgânicas f) Atos Administrativos Normativos, como Decretos e


Regimentos internos
c) Medidas Provisórias
g) Decretos Legislativos e Resoluções (art. 59 da CF)
d) Tratados e Convenções Internacionais
h) Princípios Gerais do Direito
Este princípio, entretanto, pode sofrer constrições provisórias e excepcionais, como nas situações especiais expressamente
previstas na CF: Medidas Provisórias (provimentos normativos urgentes editados pelo Presidente da República em caso de urgência)
e na vigência do Estado de Defesa e do Estado de Sítio (suspensão dos direitos e garantias fundamentais)

PRINCIPIO DA IMPESSOALIDADE

Princípio previsto no §1º do art. 37 CF, exige que a atividade administrativa seja exercida de modo a atender toda coletividade, e
não a certos membros em detrimentos de outros, devendo se apresentar de forma impessoal

Sendo assim não poderá utilizar a administração pública em proveito próprio, devendo o seu comportamento sempre ser norteado
pelo interesse público

A atividade da Administração Pública é imputada à pessoa jurídica, ou seja, jamais à pessoa física dos gestores públicos. Isto quer
dizer que este princípio também significa que os atos e provimentos administrativos são imputáveis, não ao agente que os pratica,
mas sim ao órgão ou entidade da Administração Pública, em nome dos quais o agente atua

PRINCIPIO DA MORALIDADE

Primeiramente, deve se entender por moralidade administrativa um conjunto de valores éticos que fixam um padrão de conduta
que deve ser necessariamente observado pelos agentes públicos como condição para uma honesta, proba e íntegra gestão da coisa
pública, de modo a impor que estes agentes atuem no desempenho de suas funções com retidão de caráter, decência, lealdade,
decoro e boa-fé

A moralidade administrativa impede também o nepotismo ou o favorecimento a parentes no âmbito da Administração Pública, o
que ocasionou a edição da súmula vinculante nº 13 do STF

Por isso, a CF, além de adotar este princípio no art. 37, ampliou o rol de proteção e incorporou na Lei de Ação Popular (4.717/65) a
moralidade administrativa entre os bens jurídicos tuteláveis por iniciativa do cidadão

Art. 5º, LXXIII – “Qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”

A Lei 9.784/99 também faz referências explícitas ao princípio da moralidade

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

O princípio da publicidade pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos

Tal princípio encarta-se num contexto geral de livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de transparência na
atuação administrativa, como se pode deduzir do conteúdo de diversas normas constitucionais:

Art. 5º, XXXIII – “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos, informações do seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aqueles cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”

Art. 5º, XXXIV – “São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal”

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Art. 5º, LXXII – “Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados,
quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”

OBS: Todos os atos da Administração Pública devem ser públicos, de conhecimento geral

Entretanto HÁ EXCEÇÕES, sendo ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (Art. 5º,
XXXIII)

Para os atos do poder público terem eficácia, devem respeitar o princípio da publicidade (Validade e Existência são diferentes de
Eficácia). Eficácia tem a finalidade de dar efetividade, o ato tem que ser publicado no diário oficial. Os atos podem ser existentes,
porém não terem eficácia. Assim como os atos podem ser existentes, terem eficácia, mas serem inválidos

Desta forma o princípio da publicidade tem como núcleo fundamental a gestão dos interesses da coletividade. Assim, o gestor
público terá que atuar como a mais absoluta clareza e nitidez, fazendo publicar em órgãos oficiais e imprensa, até se possível, em
sites de internet do órgão administrativo

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da Eficiência, que integra o caput do art. 37 da CF/88 por força da EC 19/98, trouxe para a Administração Pública o dever
explícito de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento

Com base nisso, podemos dizer que a Administração Pública deve ser desempenhada de forma rápida, para atingir os seus
propósitos com celeridade e dinâmica, de modo a afastar qualquer ideia de burocracia, pois uma Administração Pública deficiente
se compromete perante o administrado o dever de indenização pelos danos causados e decorrentes da falta de rapidez e perfeição

Sem contar que ela deve ser rentável, devendo atuar da forma menos onerosa possível, mas com máxima produtividade, para
alcançar resultados excelentes

Diante de tudo isso, esse princípio visa como finalidade um menor custo e um melhor resultado. Garantindo uma melhor segurança,
saúde, meio ambiente, os quais são direitos fundamentais

PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA

A Administração Pública tem a sua função independente (Art. 2º CF), sendo assim a Administração não precisa recorrer ao Judiciário
para anular seus atos ilegais e revogar os atos inconvenientes que pratica

Desta forma a Administração Pública pode, diretamente e sem intervenção do Poder Judiciário, rever os seus próprios atos, para
corrigi-los, seja quando não mais convenientes e oportunos, seja quando ilegais

Súmula 346 STF – A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos

Súmula 473 STF – A Administração Pública pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que o tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial – Anular os próprios atos ilegais não origina direito, entretanto revogar só
ocorre quando é conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (direitos adquiridos está previsto na LINDB art. 6 º
§2º)

Art. 54 da Lei 9.784/99 diz que os efeitos favoráveis para os destinatários a Administração só pode anular com o prazo decadencial
de 5 anos, o que conta da data do ato, salvo má fé

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PRINCÍPIO DA FINALIDADE PÚBLICA

Incorporado no sistema jurídico pela Lei 9.784/99, expresso no artigo 2º, sendo um princípio infraconstitucional, a Administração
Pública só existe e se justifica para atender a um fim público, que é o resultado que se busca alcançar com a prática do ato, e que
consiste em satisfazer, em caráter geral e especial, os interesses da coletividade

Seu conteúdo obriga a Administração Pública a sempre agir, visando a defesa do interesse público primário. Em outras palavras, o
princípio da finalidade proíbe o manejo das prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivo diferente daquele
definido na legislação

PRINCÍPIO DO CONTROLE JURISDICIONAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

O princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (art. 5º, XXXV CF) está contido neste princípio

Todo ato administrativo, seja ele vinculado ou discricionário, está sujeito ao controle de legitimidade pelo Poder Judiciário. Isso
significa que vige entre nós o sistema da jurisdição única ou sistema inglês do controle judicial, que se contrapõe ao sistema do
contencioso administrativo ou sistema francês da dualidade da jurisdição

Com base nisso, no Direito brasileiro, cumpre ao Poder Judiciário, em sede definitiva, o controle de legitimidade tanto dos atos dos
particulares como dos atos da Administração Pública

O controle judicial não mais se limita aos aspectos estritos da legalidade, ele é mais amplo e tem por parâmetro todos os princípios
constitucionais. Em razão disso, o Poder Judiciário está habilitado pela ordem jurídico-constitucional a investigar e controlar o ato da
Administração quer quanto à legalidade, quer tanto à impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, razoabilidade,
proporcionalidade, motivação etc

Entretanto é possível o controle dos atos políticos? Sabe-se que os atos políticos não são atos administrativos, pois decorrem do
exercício de funções políticas ou de governo

O STF tomou um rumo nas suas decisões, em razão da ampla liberdade política com que são editados, não se submetem ao controle
judicial. Porém há quem afirme que o ato político deve se submeter a controle judicial quando vier a ferir princípio constitucional

O Art. 196 da CF foi caso de ADPF no STF, em que é dever do Estado garantir saúde a todos. Art. 225, caput da CF, todos têm
direito ao meio ambiente equilibrado, impondo ao poder público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações

Desta forma o Poder Judiciário deve cumprir a Constituição, e por conta disto detém ampla competência para investigar a
legitimidade dos atos praticados pela Administração Pública, anulando-os em caso de ilegalidade (art. 5º, XXXV, da CF: “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”)

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

A razoabilidade, ou proporcionalidade, é um importante princípio constitucional que limita a atuação e discricionariedade dos
poderes públicos. Também veda que a Administração Pública aja com excesso ou valendo-se de atos inúteis, desvantajosos e
desproporcionais

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Art. 5º LIV CF – Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal

O Estado deverá em todos os processos respeitar o princípio do devido processo legal, seja processo judicial ou administrativo

Art. 5º LV CF – Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes

O Estado deve respeitar o contraditório e ampla defesa em todos os processos

O princípio da proporcionalidade é a adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito

Os meios e os fins para a adequação devem ser harmônicos e não pode haver outro meio menos oneroso na necessidade

PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Esse princípio exige que todos os atos e decisões da Administração Pública sejam fundamentados. Previsto no Art. 93, incs. IX e X CF
e Art. 2º da Lei 9.784/99

Se até o Poder Judiciário deve motivar seus atos administrativos, com mais razão a Administração Pública deverá motivar

Atos Administrativos Vinculados – Ausência de liberdade do administrador público, todos os elementos já estão contidos na lei.
Ex.: Ocorreu um tributo, a administração pública deve fazer o lançamento tribunal, para cobrar o tributo. Sendo assim não é
necessário a motivação

Atos Administrativos Discricionários – Há maior liberdade do agente público. Irá apreciar a conveniência e oportunidade do ato.
Sendo assim é necessário a motivação

Art. 50 da Lei 9.784/99 – “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos (...)”

Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I. Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses


II. Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções
III. Decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública
IV. Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório
V. Decidam recursos administrativos
VI. Decorram de reexame de ofício
VII. Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais
VIII. Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DO DESEMPENHO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA e PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE


DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

A atividade administrativa, enquanto função estatal destinada a atender concreta e imediatamente as necessidades coletivas e a
proporcionar o bem estar comum geral da comunidade, constitui um dever para a Administração Pública

Dever da Administração Pública é exercer a função que lhe foi incumbida pelo sistema jurídico, pela CF, pelas Leis etc.

Os serviços públicos não podem cessar, outro princípio relacionado é o da continuidade dos serviços públicos. O princípio da
continuidade veda a interrupção na prestação dos serviços públicos

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PRINCÍPIO DA IGUALDADE DOS ADMINISTRADOS FACE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública deve agir com impessoalidade, porquanto é destinada a promover o bem comum e a acolher indistinta e
objetivamente os interesses de toda a coletividade

Podemos dizer que o princípio da igualdade é um postulado básico da democracia

Critério Discriminatório – O administrador tem que olhar aquele elemento para ver se justifica, porém para essa escolha do
elemento, deve haver uma justificativa racional

Este princípio compreende a igualdade de duas formas:

• Igualdade perante a lei – Deve-se aplicar igualmente a lei, mesmo que crie uma desigualdade. Dirigida aos aplicadores da lei
• Igualdade na lei – Nas normas jurídicas não pode haver distinções que não sejam autorizadas pela Constituição. Dirigida aos
legisladores e aplicadores da lei

PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Este princípio protege o passado (relações jurídicas já consolidadas) e tem por objetivo tornar o futuro previsível, de modo a não
infligir surpresas desagradáveis ao administrado

Em outras palavras, visa à proteção da confiança e a garantia da certeza e estabilidade das relações ou situações jurídicas

Art. 37, § 5º - “A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”

Nas ações de ressarcimento o prazo é imprescritível

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO

Previsto no art. 37, XXI CF – Toda vez que a Administração Pública direta ou indireta for contratar um serviço, vender um imóvel,
comprar algo, deve fazer um procedimento administrativo, para analisar o que é mais vantajoso para ela

A finalidade é assegurar isonomia entre os participantes interessados em contratar com a Administração Pública, tratar todos em
igualdade e beneficiar a Administração Pública

Lei 8.666/93 – Lei de Licitação – São espécies de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão

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Nosso conteúdo de Direito Administrativo da Parte 1 encerra aqui

Esperamos que este eBook ajude em seus estudos. O objetivo desta didática é fazer com que o entendimento
do mundo jurídico fique muito mais fácil e que seu aprendizado seja rápido

Desta forma você estará acelerando o seu conhecimento, economizando um tempo valioso e se preparando
para ser um excelente profissional

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