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INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo de degradação progressiva e diferencial que ocorre em todos os


órgãos e desta forma a pele não lhe fica indiferente. O envelhecimento cutâneo pode ser intrínseco ou
cronológico, aquele que surge com a idade influenciado por fatores genéticos, ou extrínseco ou actímico, aquele
que surge influenciado por fatores externos tal como tabaco, poluição, glicação, hábitos de vida e
predominantemente, o fotoenvelhecimento (radiação solar). Surgem com a idade alterações bioquímicas que
conduzem a manifestações clínicas ao nível cutâneo, como rugas, aumento de espessura, pigmentações, entre
outras. Algumas dessas alterações encontram-se ao nível do sistema imunitário, dos anexos cutâneos, da
reparação do DNA e também do balanço de espécies oxidantes e antioxidantes surgindo geralmente estresse
oxidativo, estas por serem cumulativas agravam e antecipam o processo de envelhecimento.
Existem, atualmente, alguns ingredientes e metodologias eficazes na melhoria de sinais de
envelhecimento, designadamente, as vitaminas A, E e C, coenzima Q10, retinoides, compostos fitoterápicos
com alfa-hidroxiácidos (AHAs), ou derivados da soja. Com respeito a metodologias, existem igualmente
algumas com eficácia comprovada como os peelings químicos, a toxina botulínica, os fillers ou preenchimentos.
Sendo esta uma área de constante investigação, novidades ao nível de ingredientes ativos, destacam-se os
peptídeos, as nano e micropartículas, lipossomas e as ciclodextrinas.

TEORIAS DO ENVELHECIMENTO

Tal como alude Mladen Davidovic e os seus investigadores, num artigo de revisão desenvolvido em
Outubro de 2010 intitulado “A velhice como um privilégio dos “egoístas””, muitas teorias tem sido propostas de
forma a explicar o envelhecimento, mas nenhuma delas se apresenta como totalmente satisfatória, acabando
estas por completarem cumulativamente (Davidovic, et alii, 2010). São várias as classificações adotadas para
agrupar as diferentes teorias atualmente admitidas. Empregando a classificação adotada no artigo de 2004
intitulado de Teorias Biológicas do Envelhecimento, subdivide-se as teorias em genéticas, aquelas que
atribuem o fenômeno do envelhecimento aos genes, e estocásticas, aquelas que relacionam o envelhecimento
com a acumulação aleatória de lesões, associadas à ação ambiental, provocando um declínio fisiológico
progressivo (Mota, et alii, 2004).
 Teoria da Longevidade Programada – considera que o envelhecimento surge pela
comutação de genes que conduzem a perda de funções celulares, considerando-se o início do
período de senescência quando uma célula começa a demostrar deficiências acumuladas. Há
portanto uma longevidade programada no tempo (Datta, et alii, 2011).

 Teoria Endócrina e Teoria da Glucosilação – defende que o envelhecimento se deve à


regulação hormonal. Um estudo realizado por Dianna Heemst demostrou que a insulina
evolutivamente conservada e o fator de crescimento semelhante a insulina, a somatomedina
(IGF) são polipeptídeos com sequências altamente similares a da insulina. Os IGFs são parte
de um sistema complexo que as células usam para se comunicar com o seu ambiente
fisiológico e desempenham um papel importante no envelhecimento (Heemst, 2010).
Existem também estudos que mostram que os produtos resultantes de reações de glicação ou
glicosilação (reações que ocorrem entre glúcidos e proteínas), os denominados AGE’s
(produtos de glicação avançada), são fatores importantes no envelhecimento da pele, uma vez
que possuem a capacidade de inativar as proteínas existentes nesta: o colágeno e a elastina.
As reações de glicosilação vão aumentando com a idade pois há uma perda de sensibilização
à insulina, o que conduz a uma glicemia aumentada, conduzindo a um aumento destas.
ENTENDENDO A GLICAÇÃO...
É uma reação na qual carboidratos como a glicose ou lipídios, ligam-se permanentemente a proteínas, sem a
atuação de uma enzima. Desse modo, essas proteínas sofrem modificações e impedem que as células
desempenhem seus papéis. Essa reação acontece com as proteínas de sustentação da pele, o que causa
danos nas fibras elásticas e no colágeno, resultando em flacidez e o surgimento de rugas.
A mudança na carga da macromolécula devido à adição de carboidrato produzirá uma nova estrutura que
apresentará uma conformação diferente da original. Ou seja, é um processo aleatório que prejudica o
funcionamento das biomoléculas refletindo o processo do envelhecimento, pois afeta ácidos nucleicos e
proteínas, como o colágeno, que quando modificados, geram “erros funcionais e estruturais” no organismo.
 TEORIA IMUNOLÓGICA – verifica que há um declínio progressivo e gradual da capacidade
de defesa do sistema imunológico, havendo um pico na fase da puberdade seguido de declínio
e conjuntamente o aparecimento de uma maior suscetibilidade a doenças e infecções. Assim
o sistema imunológico se encontra programado para perder a sua capacidade de ação ao longo
dos diferentes períodos da vida. Com o envelhecimento, os anticorpos ou imunoglobulinas
perdem a sua eficácia, podendo assim, com o surgimento de novas doenças haver uma perda
de eficácia no combate a estas, conduzindo ao estresse celular (Salvioli, et alii, 2013. Bennett,
et alii, 2008).

 TEORIA DA REPARAÇÃO DO DNA – defende que o envelhecimento se deve ao processo


cumulativo de agressões pelo meio externo. Estas agressões poderão conduzir a sucessivos
erros ao nível do DNA, gerando danos a vários níveis estruturais (Kunlin, 2010), pois com a
idade ocorre uma diminuição da capacidade de reparação do DNA. Esta teoria foi pela primeira
vez apresentada por Hart e Setlow defendendo que “a velocidade de reparação do DNA
determina o tempo de vida entre as espécies e entre indivíduos da mesma espécie”. Após
vários estudos, concluíram que as diferentes células de um organismo possuem capacidades
diferentes de reparação do DNA, portanto, diminuição diferentes dessas capacidades, que
somados a idade, sejam consequências do envelhecimento e não causadores do mesmo
(Mota. M, et alii, 2004).

 TEORIA DO DESGASTE – comparadas a uma peça de automóvel, as nossas células com a


idade vão perdendo funções e portanto, vão-se desgastando. Esta teoria foi apresentada pela
primeira vez em 1882, por Weismann, sendo aceita ainda na atualidade (Harris, 2009), e mais
tarde confirmada experimentalmente por Hayflick e Morhead. Estes investigadores
constataram que “células normais de um embrião humano se multiplicam em condições
favoráveis, o fenótipo de envelhecimento e a morte são consequências inevitáveis após cerca
de 50 multiplicações da população (Mota. M.et alii, 2004).

 TEORIA MITOCONDRIAL – o envelhecimento surge também devido ao forte metabolismo


aeróbio das células, sendo que a nossa capacidade de produção de energia é limitada. Quanto
maior a taxa metabólica basal de oxigênio de um organismo menor a esperança de vida de um
ser. No entanto, esta teoria apresentada por Pearl, que visa permitir a obtenção de uma taxa
de vida útil do envelhecimento não explica o tempo de vida máximo, e portanto, não é muito
completa (Brys, et alii, 2007. Hulbert, et alii, 2007).

 TEORIA DO CROSS-LINKING – esta é uma teoria que justifica o envelhecimento por


alterações ao nível genético que ocorrem por estímulos externos, conduzindo a proteínas
alteradas – proteínas reticulares – que acabam por não desempenhar de forma correta a sua
função e portanto deixam de ser funcionais (Bjorksten. 1968).

 TEORIA DOS RADICAIS LIVRES – teoria mais completa explicativa do processo de


envelhecimento apresentada até a atualidade. Exposta pela primeira vez por Gershmann em
1954, mas desenvolvida por Harman, esta teoria defende que o envelhecimento se deve as
lesões cumulativas provocadas por radicais livres de oxigênio produzidos normalmente pelo
metabolismo celular. Basicamente, uma célula funciona como uma balança, possuindo um
equilíbrio entre as espécies oxidantes (ROS – radicais livres de oxigênio), como peróxido de
hidrogênio (H2O2), por exemplo, e as espécies antioxidante, nomeadamente, superóxido
dismutase (SOD), glutatião peroxidade (GPx), catalase (CAT), vitaminas C e E, trocoferóis
entre outros. No entanto, na maioria dos organismos, este equilíbrio balanceado é facilmente
perdido, conduzindo ao conhecido processo denominado “estresse oxidativo” (Crastes de
Paulet, 1990. Gutman, 1987. Dunn e Koo, 2013).

CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS E O ENVELHECIMENTO

Os cromossomos são constituídos por ácidos desoxirribonucleicos (ADN) e proteínas associadas, que
variam no tamanho, forma e número em cada uma das diferentes espécies. Eles carregam todas as informações
genéticas que caracterizam e individualizam os seres vivos.
As células estão em constante renovação, seu crescimento e reposição são possibilitados com a
divisão celular (mitose), em que todas as informações genéticas são transmitidas para as células filhas através
da duplicação do material celular, inclusive dos cromossomos. Nos cromossomos estão contidos todos os
genes responsáveis pela codificação das estruturas necessárias para o funcionamento das células, assim como
os responsáveis pela modelagem do material genético: os centrômeros e os telômeros.
Durante o processo de duplicação do ADN, uma parte dos telômeros é perdida e, segundo a hipótese
telométrica de senescência, essa perda progressiva nas sucessivas mitoses atua como um relógio biológico
para as divisões celulares. Desse modo, a velocidade e a extensão dessas perdas determinam quantas vezes
cada célula pode se dividir, por quanto tempo irá sobreviver e quando morrerá.
A descoberta da telomerase (transcriptase reversa), enzima capaz de repor os segmentos dos
telômeros perdidos durante as mitoses, deu um novo rumo para as investigações científicas. Ela foi detectada
desde as leveduras até os mamíferos, se encontra no núcleo da célula onde ocorre sua maturação e é
disponibilizada no nucleoplasma somente no momento da replicação dos telômeros. Essa enzima estabiliza o
comprimento dos telômeros pela adição de repetições teloméricas de ARN (TTAGGG) nas extremidades dos
cromossomos compensando a perda que seria gerada a cada divisão celular.
Atualmente, sabe-se que a atividade da telomerase em adultos vai ficando reduzida. As células
somáticas possuem capacidade limitada para duplicação e isso determina seu tempo de vida, enquanto que as
células proliferativas ou progenitoras apresentam tempo de vida aparentemente infinito. Desse modo, as células
somáticas em condições adequadas podem sofrer até 90 divisões antes que os telômeros alcancem seu limite
mínimo de tamanho, o que varia entre os diferentes tipos celulares. Quando isso acontece, as divisões cessam
e o processo de envelhecimento celular é desencadeado. Essa passagem é denominada de “limite de
Hayflick”.

O PAPEL DAS MITOCÔNDRIAS NO ENVELHECIMENTO


A atividade celular não está restrita somente ao controle do material genético. As mitocôndrias
disponibilizam energia, através da molécula de ATP (adenosina tri-fosfato), para a célula desenvolver quase
todas as suas atividades, inclusive a duplicação dos cromossomos.
Na mitocôndria, os produtos do catabolismo das moléculas obtidas na alimentação (glicose, por ex.)
são utilizados em reações químicas que conservam energia na forma de ATP. É no ATP que a célula encontra
90% da energia necessária para exercer funções como a síntese das proteínas, os movimentos celulares, as
trocas iônicas, entre outros. Por isso, as mitocôndrias podem ser consideradas como os centros geradores de
energia das células que realizam metabolismo aeróbio. Se a atividade mitocondrial for alterada ou
comprometida, as funções celulares também serão, conduzindo as células e os tecidos a morte.
Investigações científicas demonstram que o decréscimo da produção de energia na mitocôndria
provoca o aparecimento de doenças características em idade mais avançada. Nesse caso, o tecido mais
rapidamente atingido é o tecido nervoso, no SNC, seguido dos músculos, inclusive o miocárdio, rins e tecidos
produtores de hormônios. A perda progressiva da capacidade de gerar energia está relacionada com a ação
de radicais livres, provocada pelo estresse oxidativo, que interfere no conjunto de reações químicas que
ocorrem-no interior da mitocôndria.

MECANISMO DA MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE

A morte das células pode ocorrer por diferentes mecanismos, já bem caracterizados: a apoptose e a
necrose.
Apoptose foi um termo introduzido por Kerr (et.al. 1972) para designar o suicídio celular. Em grego
arcaico, a palavra significa “o ato de cair” e foi escolhida porque sugere perdas benéficas (sem danos aparentes
ao organismo), necessárias ao bom funcionamento e à sobrevivência do organismo. É um mecanismo no qual
as células que não estão sendo utilizadas são eliminadas através da ativação de processos bioquímicos, sem
desencadear processo inflamatório. Assim, a apoptose ou morte celular programada é um tipo de
“autodestruição celular” que requer energia e síntese para a sua execução.
As investigações cientificas mostram a importância da apoptose na estrutura final de muitos organismos
pluricelulares que só atingem sua forma final porque eliminam de modo seletivo um grande número de células.
Fisiologicamente, esse suicídio celular está associado diretamente a processos biológicos, como a
embriogênese, morfogênese e reciclagem celular, na atrofia induzida pela remoção de fatores de crescimento
ou hormônios, na involução de alguns órgãos e, ainda, na regressão de tumores. Esse mecanismo, dentro de
uma condição fisiológica normal, controla a densidade populacional das células dentro de um tecido, atua como
instrumento de remoção das células danificadas por toxinas, radiação ou outros estímulos e participa na
formação dos órgãos, mantendo-os em alguns dos sistemas dos mamíferos adultos como a pele e o sistema
imunológico.
Por outro lado, a necrose, que também tem origem grega, significa “estado de morte”, pois representa
a remoção total da célula que foi drasticamente alterada. Assim, a necrose está relacionada a agressões
severas que levam à queda acentuada da produção do ATP devido ao comprometimento da respiração aeróbia,
da manutenção da integridade da membrana celular, da síntese proteica e da capacidade de multiplicação
celular (ARN e ADN).
Processos necróticos podem ser induzidos por hipóxia (baixo teor de oxigênio nos tecidos), anóxia
(redução mais severa da oxigenação), isquemia (falta de suprimento sanguíneo no tecido), intoxicação por
monóxido de carbono, exposição do tecido à radiação e ainda à ação de agentes infecciosos como vírus,
bactérias ou fungos. As perturbações agressivas no tecido danificam as áreas vizinhas, estando o processo
necrótico sempre acompanhado de processo inflamatório. Esses agentes agressivos provocam a perda da
homeostase e da morfologia celular de modo que as células perdem sua vitalidade. A autodestruição celular é
seguida da desorganização progressiva com desintegração completa da região acometida (autólise celular).

CLASSIFICAÇÃO DO ENVELHECIMENTO

Toda a alteração fisiopatológica do colágeno, seja por sua perda e degradação intrínseca, seja pelo
fotoenvelhecimento, tudo isso dá início ao aparecimento das rugas e linhas de expressão faciais. Assim como
a pele torna-se fina e menos elástica, o tecido subcutâneo e muscular também sofrem alterações do tipo atrofia
que resultam na flacidez e ptoses da pele. As ptoses podem ser classificadas em:
 Grau 1: leve queda da pele da pálpebra e do contorno facial.
 Grau 2: queda lateral das pálpebras superiores, formações de bolsas em pálpebras inferiores e início
da formação de sulcos na face.
 Grau 3: aumento das bolsas das pálpebras inferiores, acentuação dos sulcos e perda total do contorno
da face por queda acentuada.

CLASSIFICAÇÃO POR CATEGORIAS DAS RUGAS:


 As superficiais são aquelas que desaparecem com o estiramento da pele, formam pequenas
linhas de expressão, com pouca alteração visual.
 As profundas formam sulcos profundos que não sofrem alterações quando a pele é estirada
e a pele fica visivelmente enrugada.
 As estáticas são consequências da fadiga das estruturas que constituem a pele, em
decorrência da repetição dos movimentos (rugas aparentes superficiais) que aparecem e
desaparecem na ausência deles.
 As dinâmicas ou linhas de expressão surgem como consequência de movimentos repetitivos
da mímica facial e aparecem com o movimento.
 As gravitacionais são consequências da flacidez da pele, culminando com a ptose das
estruturas da face.

CLASSIFICAÇÃO EM GRAUS DAS RUGAS FACIAIS:


 GRAU I – Rugas Imperceptíveis: nesta fase ocorre uma manifestação inicial do
fotoenvelhecimento sobre a pele, as rugas são superficiais, leves e imperceptíveis com discreta
alteração pigmentar, sendo rugas por desidratação. Ocorrem entre 20 e 30 anos.

 GRAU II – Rugas Dinâmicas: o fotoenvelhecimento nesta fase é leve, apresenta lesões senis
leves. As rugas surgem devido aos movimentos repetitivos da face. Visível entre os 30 e 40
anos.

 GRAU III – Rugas Dinâmicas Estáticas Leves: apresentam alterações cutâneas com
fotoenvelhecimento e lesões senis moderado. Alterações musculares como flacidez e ptose.
Surgem aos 40 a 50 anos de idade.

 GRAU IV – Rugas Dinâmicas Moderadas: rugas em repouso e em movimento, moderados


em especial na região cervical. Apresenta fotoenvelhecimento acentuado. Aparecem aos 50
anos ou mais.

 GRAU V – Rugas Dinâmicas Estáticas Severas: apresentam fotoenvelhecimento severo,


lesão senil severa, rugas em repouso e em movimento, alterações pigmentares e pele espessa.
Modificações musculares como flacidez e ptose acentuada. Acima dos 60 anos.

O fotoenvelhecimento ou dermatoheliose ocorre pela exposição crônica aos raios UVA e UVB. Clinicamente se
caracteriza por aspereza, irregularidade da superfície cutânea, despigmentação provocada pela estimulação
dos melanócitos, Telangiectasias que surgem pelo alargamento de pequenos vasos, rugas finas devido ao
enfraquecimento dos tecidos de suporte, perda da elasticidade, coloração amarelada da pele pela diminuição
dos vasos sanguíneos e aparecimento de lesões.
O Dr. Richard G. Glogau, professor clínico de dermatologia na Universidade da Califórnia, São Francisco é
reconhecido mundialmente como um especialista no tratamento da face envelhecida. Criador da “classificação
de fotoenvelhecimento Glogau, que se tornou a escala de avaliação padrão usada por médicos em todo o
mundo para tratar linhas de expressão, rugas e danos causados pelo sol.
CLASSIFICAÇÃO DE GLOGAU – Avaliação do Fotodano

 TIPO I – Ausência de Rugas e Envelhecimento Discreto:


Poucas rugas, fotoenvelhecimento precoce, alterações suaves na pigmentação, ausência de ceratoses,
queratoses ou lentigos senis, suaves mudanças na pele, acomete pessoas dos 20 aos 30 anos que geralmente
não necessitam de maquiagem.

 TIPO II – Rugas Dinâmicas e Envelhecimento Moderado:


A pele permanece lisa na ausência de movimentos, mas durante a movimentação facial as rugas aparecem.
As linhas paralelas do sorriso começam a aparecer. Nota-se a presença de lentiginoses senis iniciais (manchas
devido ao fotoenvelhecimento) e telangiectasias, possui ceratoses palpáveis mas não possui queratoses
visíveis. Acomete pessoas dos 30 aos 40 anos que necessitam de uma maquiagem leve.

 TIPO III - Rugas no Repouso e Envelhecimento Avançado:


Rugas visíveis mesmo na ausência de movimento (em repouso), presença de lentigos senis, telangiectasias,
queratoses solares e discromias evidentes com a pele pouco uniforme. Acomete pessoas acima dos 50 anos
que necessitam de maquiagem constantemente.

 TIPO IV – Apenas Rugas e Envelhecimento Grave:


Rugas generalizadas, diminuição da espessura da epiderme, pele com coloração amarelo-acizentado, pelo
aumento da espessura da camada córnea, maior tendência a câncer de pele. Acomete pessoas acima dos 60
anos e a maquiagem deve ser usada com prudência, pois a pele está ressecada e fragmentada.

SISTEMA IMUNOLÓGICO E O FOTOENVELHECIMENTO

A epiderme faz parte do sistema imunológico, pois é uma barreira de proteção e contem células que
regulam a resposta imune. Esta resposta envolve mecanismos de defesa específicos contra estímulos
endógenos ou exógenos, mecanismos homeostáticos e de vigilância imunológica.
Um exemplo disso são as células de Langerhans que se ligam ao antígeno, migram da epiderme para
a derme em direção aos vasos linfáticos, e então migram para os linfonodos regionais. Durante essa migração
se garante a ativação de Linfócitos T em repouso dentro dos linfonodos e as citocinas epidérmicas iniciam e
regulam a maturação das células de Langerhans.
A exposição excessiva da pele humana à luz solar provoca inúmeros danos estruturais e funcionais e
se inicia com a reação fotobiológica que é a absorção cutânea da radiação por uma molécula chamada
cromóforo. Essa energia causa dano fotoquímico ao DNA e proteínas.
A epiderme contém vários desses cromóforos, principalmente no espectro UVB e após a exposição
ocorre a liberação de citocinas e mediadores inflamatórios que são importantes no reparo do DNA e que
modulam o comportamento de várias células como queratinócitos, células de Langerhans, células endoteliais,
fibroblastos e linfócitos.
Estudos mostram que quatro exposições diárias de UV reduzem muito o número de células de
Langerhans e que com sua população diminuída, é incapaz de iniciar uma resposta de hipersensibilidade,
aumentando os danos da radiação, acelerando o envelhecimento cronológico.

REESTRUTURAÇÃO E COMBATE AO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

Na literatura há relatos que técnicas não ablativas são mais seletivas e apresentam pouca injúria
epidérmica, ativação fibroblástica da derme papilar e reticular superior com síntese de neocolágeno. Nas
técnicas ablativas a remodelação do colágeno tem início quando começa a formação do tecido de granulação
pelos fibroblastos que também são responsáveis pela produção de elastina e fibronectina.
Técnicas não ablativas podem ser cosmiátricos, peeling químico e peeling de diamante, radiofrequência
e fototerapia (LED e LIP), dentre muitas outras. Nas ablativas, sua maioria de uso por parte de médicos e
cirurgiões, podemos destacar o IPC – Indução Percutânea de Colágeno (microagulhamento) como uma ótima
opção para o esteticista.
 Ácido Hialurônico – é uma substância naturalmente presente no organismo humano, uma molécula
de açúcar que atrai a água e pode atuar como um lubrificante e absorver choques em partes móveis
do corpo como as articulações. Na cosmética o ativo é altamente hidrofílico, proporcionando visco-
elasticidade a camada dérmica. Colabora no controle da hidratação e no tônus da pele, além de
prevenção da integridade das fibras de colágeno.
 Ácido kójico – agente despigmentante obtido através da fermentação do arroz, possui efeito inibidor
da tirosinase, por quelação dos íons Cobre e consequente, diminuição da síntese de melanina.
 Ácido Mandélico – ativo esfoliante químico que auxilia na contenção da pigmentação, trata a acne
inflamatória não-cística e rejuvenesce a pele fotoenvelhecida.
 Ácido Tranexâmico – esse ativo ajuda a conter o desenvolvimento das inflamações no tecido cutâneo
causado pela plasmina, reduzindo a presenta de manchas de pele suscetível.
 DMAE – o dimetilaminoetanol, conhecido como DMAE, promove um ‘lifting’ instantâneo,
proporcionando firmeza e maciez à pele, além de reduzir as rugas e linhas de expressão.
 Lipossomas da Coenzima Q10 – um poderoso anti-stress da pele. O sistema de liberação utilizado
protege a Coenz.Q10 que é um forte antioxidante e favorece a sua liberação nas diferentes camadas
da epiderme, combatendo o envelhecimento precoce. Além disso, a Coenz.Q10 promove a varredura
dos radicais livres em excesso, minimizando o efeito negativo destes sobre a célula. Auxilia na melhora
e manutenção da resistência da pele.
 Matrixyl – composto que atua como auxiliar no processo de formação de colágeno na derme.
 Nano Ageless Complex – este ativo é um complexo de ácido hialurônico nanoencapsulado e
argilominerais. Por suas características naturais e pela inexistente agressão química à pele, pode ser
usado diariamente, proporcionando uma diminuição na profundidade das rugas e linhas de expressão.
 Nanoladies – são nanopartículas de óleo essencial de Funcho Doce, um ativo com comprovada ação
firmadora da pele, estimulando a síntese do colágeno.
 Nano Slim – o ativo é um blend de óleos essenciais de Cedro, Cipreste, Grapefruit e Zimbro
nanoencapsulados. O óleo essencial de Grapefruit apresenta benefícios na desobstrução de vasos
sanguíneos. O óleo essencial de Zimbro possui ação antiinflamatória e antioxidante. O de Cipreste
beneficia a microcirculação e a hidratação da pele, prevenindo o envelhecimento precoce. Também
atua melhorando o tônus e a elasticidade da pele. O óleo essencial de Cedro confere propriedades
estimulantes da circulação e detoxificante do sistema linfático.
 Vitamina B3 – composto que tem função hidratante e auxilia ao estimular a síntese do colágeno. Ajuda
no clareamento da pele, pois evita a transferência de melanossoma.
 Vitamina C Nanoencapsulada – este ativo é um composto pelo de Palmitato de Ascorbila que é
conhecido pela sua atividade antioxidante, clareadora e antiaging e pelo Óleo de Romã que tem ação
na melhora dos processos de renovação celular e é rico em vitamina A. Os dois compostos juntos agem
de forma sinérgica no tratamento e na prevenção do envelhecimento e tratamento de manchas.

 Peelings Químicos – oferecem um tratamento não invasivo para ajudar a renovar a superfície cutânea.
Após a aplicação, há renovação da camada superficial da pele trazendo brilho e minimizando a
visibilidade das linhas e manchas. Na sua maioria causam uma leve inflamação local que acelera a
renovação córnea e a permeação de ativos. Embora peelings químicos sejam utilizados principalmente
na face, eles também devem ser usados para melhorar a pele do pescoço, colo, mãos e braços.

 Peeling de Diamante – promove a renovação celular por meio da microdermoabrasão. Usa-se uma
caneta a vácuo com ponteira de diamante que desliza sobre a pele promovendo uma esfoliação
mecânica superficial. Indicado especialmente para peles fotoenvelhecidas, poros dilatados,
irregularidades cutâneas, manchas leves, cicatrizes de acne, flacidez e auxilia no rejuvenescimento
facial. Recupera a maciez e uniformidade da pele, a deixa sem asperezas, auxilia na redução das rugas
e linhas de expressão e estimula a produção de colágeno e elastina, prevenindo a flacidez facial.

 Radiofrequência – equipamento não invasivo, simples e rápido. O aparelho trabalha com a elevação
da temperatura interna do tecido. Promove o aumento da circulação sanguínea. As ondas
eletromagnéticas aquecem a derme promovendo a contração das fibras de colágeno, estimulando sua
produção. A radiofrequência gera energia e calor na derme, enquanto a epiderme se mantém resfriada
e protegida. Permite a correção de sinais do envelhecimento e associado à outros protocolos e produtos
trata a flacidez da pele, rugas periorbitais e frontais, flacidez da pele do pescoço, elevação das
sobrancelhas, e muitos outros benefícios.

 Fototerapia – é definida como uma modalidade terapêutica que se utiliza da luz, um tratamento através
de luz ou por radiação dentro do espectro solar – inclui raios ultravioletas. Trata rugas, vasos, rosáceas,
acne, manchas, calvície, remoção de pelos, cicatrização, estrias. O tratamento provoca o
espessamento da camada de fibras colágenas promovendo a reorganização das fibras já existentes. A
fototerapia utiliza-se de diferentes tipos de equipamentos: desde laser, Luz Intensa Pulsada (LIP) e
Diodo Emissor de Luz (LED).

 IPC – Indução Percutânea de Colágeno – a técnica se baseia na produção de múltiplas micropunturas


na pele gerando lesão tecidual controlada seguida do processo de cascata inflamatória e,
consequentemente, estimulo e substituição das fibras colágenas e elastina. As agulhas penetram na
derme repetidamente e atravessam a epiderme sem removê-la, assim, a epiderme é perfurada, porém,
recuperando-se rapidamente. Essas múltiplas lesões estimulam o início da cascata de fatores de
crescimento, resultando em neocolagênese e neoangiogênese. Os mediadores agem estimulando a
formação de colágeno e capilares sanguíneos que permitem um melhor suprimento sanguíneo ao
tecido, reestruturando e reorganizando as fibras internas. A formação do novo colágeno atinge seu pico
em cerca de 10-12 semanas após a aplicação, tendo um resultado completo de 8 a 12 meses.

Conclui-se que embora fatores hereditários, extrínsecos e intrínsecos tenham um papel fundamental na maneira
como ocorre o envelhecimento cutâneo, principalmente o facial, medidas preventivas para retardar as
inevitáveis marcas do tempo podem e devem ser adotadas.
Temos inúmeros recursos terapêuticos, cosmecêuticos e inúmeras técnicas eficazes nas disfunções estéticas
faciais, rugas e marcas, diminuição da hiperpigmentação facial e periorbital, bolsas palpebrais, flacidez da pele
e contorno facial, devolvendo a jovialidade da pele.
Temos todo embasamento científico, a comprovação dos efeitos a longo prazo, que sustentam os resultados
encontrados nas inúmeras técnicas não ablativas que estão ao alcance de nossas mãos!

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