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Notícias do TJGO

Escola particular que negou matrícula a criança é condenada a indenizar aluno em


Senador Canedo
27/06/2018 08h17

O juiz Carlos Eduardo Martins da Cunha, da comarca de Senador Canedo,


condenou a Escola Espaço Infantil Bedinha a pagar R$ 10 mil a um
ex-aluno, a título de indenização por danos morais, em razão de a
instituição de ensino fundamental ter negado a matrícula ao estudante, sob
o argumento de insuficiência de alunos para iniciar nova turma.

Consta dos autos que, em agosto de 2011, uma criança foi matriculada por
um período de seis meses, na Escola Espaço Infantil Bedinha. Durante
esse período, a diretora da instituição de ensino acompanhou seu
desenvolvimento e percebeu que o menor tinha um comportamento agitado.
Ao iniciar o ano letivo de 2012, a mãe da criança retornou a escola para
renovar a matrícula, bem como adquiriu material escolar, ocasião em que
também comprou uniforme.

Após o início das aulas, a professora convidou a mãe do menino para uma
longa conversa, sugerindo que ela buscasse ajuda especializada para o
filho, insinuando que ele poderia ter autismo. Passados alguns dias, a
representante da empresa requerida informou à mãe do autor que a turma
em que ele estava matriculado se encerraria, pois não havia o número suficiente de alunos.

Contudo, todos os alunos que estavam na mesma sala foram remanejados para outra turma, salvo o menor e outra criança, portadora de necessidades especiais. Após a
realização de vários exames, nenhum problema psíquico foi diagnosticado no menino. Ainda que ele fosse autista, argumentou a mãe, a escola não deveria ter negado
seu acesso ao ensino.

Diante disso, ela requereu a condenação da instituição de ensino infantil a indenizá-la por danos morais e materiais. Devidamente citada, a diretora da escola apresentou
contestação. No mérito, disse que entrou em contato com a mãe do autor, informando que seu filho não poderia seguir naquela instituição em razão de não ter turma
formada.

Naquela oportunidade, a mãe pediu para que a turma não fosse fechada pois ajudaria a conseguir alunos, o que não ocorreu. Afirmou que o grupo de fato foi encerrado e
os demais alunos remanejados, menos o autor, uma vez que não tinha idade exigida para a classe seguinte (três anos completos).

Decisão

Ao analisar os autos, o magistrado (foto à direita) entendeu que a instituição de ensino particular excluiu arbitrariamente o
requerente do corpo discente, causando danos que ultrapassaram a barreira do mero dissabor, promovendo o dever de
indenizar. “A escola tentou se eximir da responsabilidade sob o argumento de que a genitora do autor se comprometeu em
ajudar a conseguir alunos para formar turma. Tal alegação se mostra inadmissível, pois não é dever do contratante
proporcionar os meios necessários para o desenvolvimento da atividade oferecida pela ré”, explicou.

Ressaltou que ficou evidente que houve a quebra da expectativa (confiança) legítima do autor de continuar seus estudos na
escola, pois a instituição permitiu sua matrícula, iniciou as aulas e depois, sob o argumento de não ter logrado preencher a
quantidade de vagas necessárias extinguiu a turma, redirecionando os alunos e excluindo o requerente. “A meu ver, o
conjunto probatório existente nos autos demonstra de forma inequívoca o dever da requerida em indenizar os prejuízos pelo autor”, pontuou.

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De acordo com o juiz, o valor indenizatório foi arbitrado em R$ 10 mil com base nos termos do artigo 487, do Código de Processo Civil. “O valor da condenação foi
arbitrado com base no ato ilícito que acarretou danos na esfera moral e íntima da autora em vista a frustração da expectativa”, afirmou. Veja decisão (Texto: Acaray M.
Silva - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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