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Notícias do TJGO
Consta dos autos que, em agosto de 2011, uma criança foi matriculada por
um período de seis meses, na Escola Espaço Infantil Bedinha. Durante
esse período, a diretora da instituição de ensino acompanhou seu
desenvolvimento e percebeu que o menor tinha um comportamento agitado.
Ao iniciar o ano letivo de 2012, a mãe da criança retornou a escola para
renovar a matrícula, bem como adquiriu material escolar, ocasião em que
também comprou uniforme.
Após o início das aulas, a professora convidou a mãe do menino para uma
longa conversa, sugerindo que ela buscasse ajuda especializada para o
filho, insinuando que ele poderia ter autismo. Passados alguns dias, a
representante da empresa requerida informou à mãe do autor que a turma
em que ele estava matriculado se encerraria, pois não havia o número suficiente de alunos.
Contudo, todos os alunos que estavam na mesma sala foram remanejados para outra turma, salvo o menor e outra criança, portadora de necessidades especiais. Após a
realização de vários exames, nenhum problema psíquico foi diagnosticado no menino. Ainda que ele fosse autista, argumentou a mãe, a escola não deveria ter negado
seu acesso ao ensino.
Diante disso, ela requereu a condenação da instituição de ensino infantil a indenizá-la por danos morais e materiais. Devidamente citada, a diretora da escola apresentou
contestação. No mérito, disse que entrou em contato com a mãe do autor, informando que seu filho não poderia seguir naquela instituição em razão de não ter turma
formada.
Naquela oportunidade, a mãe pediu para que a turma não fosse fechada pois ajudaria a conseguir alunos, o que não ocorreu. Afirmou que o grupo de fato foi encerrado e
os demais alunos remanejados, menos o autor, uma vez que não tinha idade exigida para a classe seguinte (três anos completos).
Decisão
Ao analisar os autos, o magistrado (foto à direita) entendeu que a instituição de ensino particular excluiu arbitrariamente o
requerente do corpo discente, causando danos que ultrapassaram a barreira do mero dissabor, promovendo o dever de
indenizar. “A escola tentou se eximir da responsabilidade sob o argumento de que a genitora do autor se comprometeu em
ajudar a conseguir alunos para formar turma. Tal alegação se mostra inadmissível, pois não é dever do contratante
proporcionar os meios necessários para o desenvolvimento da atividade oferecida pela ré”, explicou.
Ressaltou que ficou evidente que houve a quebra da expectativa (confiança) legítima do autor de continuar seus estudos na
escola, pois a instituição permitiu sua matrícula, iniciou as aulas e depois, sob o argumento de não ter logrado preencher a
quantidade de vagas necessárias extinguiu a turma, redirecionando os alunos e excluindo o requerente. “A meu ver, o
conjunto probatório existente nos autos demonstra de forma inequívoca o dever da requerida em indenizar os prejuízos pelo autor”, pontuou.
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http://www.tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/119-tribunal/18094-escola-particular-que-negou-matricula-a-crianca-e-condenada-a-ind...
De acordo com o juiz, o valor indenizatório foi arbitrado em R$ 10 mil com base nos termos do artigo 487, do Código de Processo Civil. “O valor da condenação foi
arbitrado com base no ato ilícito que acarretou danos na esfera moral e íntima da autora em vista a frustração da expectativa”, afirmou. Veja decisão (Texto: Acaray M.
Silva - Centro de Comunicação Social do TJGO)
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