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Identificando os Marcos da Profecia das Setenta Semanas

 “... até ao Ungido [ ַ‫( מָ ִׁשיח‬mashiyach)]”  “o Príncipe [ ‫( נָגִׁ יד‬nagiyd)]”


Jesus, ungido pelo Espírito Santo [ver Lc 3:21,22; Mt 3:16,17; Mc 1:10,11; Jo 1:32,33 (cf. Is 42:1)]. “o Príncipe do exército” (Dn 8:11) [cf. Js 5:14,15] ≡ “Príncipe dos príncipes” (Dn 8:25)
Mensagem de Jesus após o Seu batismo: “O tempo está cumprido...” [Marcos 1:14 e 15]. Miguel: “um dos primeiros príncipes” (Daniel 10:13); “vosso príncipe” (Dn 10:21); “o
Início do ministério público de Jesus [João 1:31]. grande príncipe” (Dn 12:1). “o Príncipe da aliança” (Dn 11:22).
Jesus lê a profecia de Isaías pouco tempo depois do Seu batismo [Lc 4:18,19; cf. Is 61:1 e 2.] Ver também Is 9:6; 55:4; Ez 34:24; 37:25.
Jesus, o Ungido de Deus [Atos 4:26 e 27] Deus exaltou a Jesus a “Príncipe e Salvador” (At 5:31).
Texto que relaciona o batismo de Jesus à Sua unção pelo Espírito Santo: Atos 10:37 e 38. Jesus é o “Príncipe dos reis da terra” (Ap 1:5).

 “será cortado [ ‫( כָ רת‬karath)] o Ungido”


 “... e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.”
“eliminarei” (Ez 29:8; Am 1:5,8); Js 11:21; Jz 4:24; “exterminado” (Ob 1:9,10; Na 1:15; Zc 14:2).
Aqui há duas possibilidades de interpretação para palavra “fim”, são elas:
1) Fim da cidade [Decorre do próprio texto: “o seu fim será num dilúvio”].
 “o seu fim será num dilúvio...” 2) Fim do mundo [Decorre de Lc 21:24].

Essa linguagem é familiar na Bíblia (cf. Is. 8:7,8; Jr. 47:2; Dn 11:22, 40).
Cumprimento: Invasão da Judéia pelos exércitos romanos, liderados pelo general Tito, no ano 70 d.C.

 Quanto à identidade do “ele”, que faz aliança (Dn 9:27) dentro do texto de Daniel 9. São propostas duas possibilidades para o antecedente do pronome pessoal “ele” :

(1) O “Ungido” dos versos 25 e 26 (2) O “Príncipe que há de vir” do versos 26

Ungido, que é Príncipe (v. 25) Ungido, que é Príncipe (v. 25) Ungido, que é Príncipe (v. 25) Ciro, o Grande
Jesus Cristo Jesus Cristo
Ungido, que é morto (v. 26.a) Ungido, que é morto (v. 26.a) Ungido, que é morto (v. 26.a) Onias III, sumo-sacerdote
judeu do II séc. a.C.
Príncipe que há de vir (v. 26.b) Tito, general Príncipe que há de vir (v. 26.b) Anticristo Príncipe que há de vir (v. 26.b)
Antíoco Epifânio IV,
⋆ “Ele”, que faz aliança (v. 27) romano ⋆ “Ele”, que faz aliança (v. 27) futuro ⋆ “Ele”, que faz aliança (v. 27) rei selêucida
Defensores: Autores cristãos Defensores: Pentecostais e igrejas Defensores: Teólogos católicos,
clássicos dos primeiros séculos da protestantes da linha renovada. parte das igrejas protestantes
era cristã, adventistas do sétimo tradicionais e alta crítica (teoria
Obs.: A identificação do “ele”
dia, testemunhas de Jeová e da fraude piedosa).
como o Anticristo constitui o
grupos minoritários. próprio fundamento da teoria
arrebatamentista. (ver nota abaixo)
Nota:
Segunda
Raciocínio arrebatamentista: Pressuposição: O “ele” de Dn 9:27 é o Anticristo. Arrebatamento Anticristo rompe Vinda
Desdobramento: [1] O Anticristo só pode fazer cessar o sacrifício e a oferta de manjares se da Igreja o acordo (Dn 9:27)
essas práticas estiverem ocorrendo. Isso significa que o sacrifício e a oferta de manjares
voltarão a ser oferecidos. [2] De acordo com a lei de Moisés os sacrifícios só poderiam ser

(2 Ts 2:3,4)
apresentados no Templo, logo o Templo será restaurado. [3] a) Desde a morte de Cristo Moisés e Elias pregam
sacrifícios e ofertas de manjares não podem ser oferecidos validamente (Hb 10:5-10). b) Reconstrução aos judeus (Ap 11)
Sacrifício e a oferta de manjares são práticas da lei de Moisés (Hb 8:4; 9:22; 10:8), c) a lei do Templo 144.000 conversos
Retorno dos sacrifícios.
e o culto pertencem aos israelitas (Rm 9:4) e d) a prática da lei era restrita aos judeus (At
Era da Igreja Tribulação A Grande Tribulação O Milênio
21:17-26) [4] Para que estas práticas possam ser restauradas, a igreja cristã gentílica precisa
ser retirada da Terra [arrebatamento secreto] (Mt 24:40-41; Lc 17:34-37). 3 ½ anos 3 ½ anos
Observação: Para conseguir dissociar a septuagésima semana das demais, arrebatamentistas 666 (1260 dias) (Terrenal )
lançam mão da teoria do gap, segundo a qual a declaração “e até ao fim haverá guerra; Acordo entre os
desolações são determinadas” indica que verso 27 deve ser projetado para o futuro. judeus e o Anticristo

6) Hebreus 9:15-17: “Por isso mesmo, Ele é o Mediador da nova aliança, a fim de
Quais são as evidências a favor da compreensão de que o “Ele” é uma que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança,
referência a Jesus? recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. Porque, onde há
testamento [ διαθήκη (diathēkē), aliança], é necessário que intervenha a morte do
testador; pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira
1) Passagem paralela: Dn 11:22 reúne todos os elementos de Dn 9:25-27 em uma só pessoa. nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador.”. O sentido da parte em destaque no
texto é que “onde existe uma aliança, é necessário que intervenha a morte daquele que a
Daniel 11 (v. 22) Daniel 9 estabelece”. Tal ideia encaixa-se com a proposta de que em Daniel 9:25-27 o
Príncipe Ungido, Príncipe (v. 25) “Ele” que “firma a aliança”(verso 27) seja o mesmo do qual se diz que “será morto”, “e
Arrasado/Quebrantado Ungido que é morto (v. 26) já não estará” (verso 26). Isso não somente ratifica a ideia de que o versículo 27 esteja se
Aliança Um que firma a aliança (v. 27) referindo ao Ungido, como também o vincula à pessoa de Jesus, cuja morte deu validade
ao Concerto Eterno.
1) Leitura atenciosa dos vv. 26, 27 revela a inviabilidade de se associar o “Ele” com o
“príncipe que há de vir”. “Príncipe” está em subordinação a “povo”, de forma que os 7) Os antigos judeus também entendiam Daniel 9:27 como uma alusão à obra do Messias. É
antecedentes do “Ele” só poderiam ser o “povo do príncipe que há de vir” ou o “Ungido”, o que se extrai de um trecho dos escritos do Mar Morto – 11Qmelquisedec (11Q13
o “Príncipe”, que é morto. [11Qmelch]) – o qual se refere ao “ungido do espírito do qual falou Daniel” em estreita
conexão com “os que estabelecem a aliança”: “Este é dia d[a paz do qual] falou [Deus
2) Total carência de passagens bíblicas que revelem um Anticristo futuro firmando alguma desde antigamente pelas palavras de Isa]ias o profeta, que disse: “Que] belos
aliança. Por outro lado, há inúmeras em que a ideia de aliança aparece associada ao são 16 sobre os montes os pés do proclamador que anuncia a paz, do pro[clamador do
Messias [Is 42:1,6; 49:8; Ml. 3:1 (cf. Mt 11:10; Mc. 1:2-4; Lc 1:76; 7:27); Hb 7:22; 8:6; bem que anuncia a salvação,] dizendo a Sião: ‘teu Deus [reina’”.] 17 Sua interpretação:
9:15; 10:29; 12:24; 13:20]. Os montes são os profe[tas...] 18 E o proclamador é [o un]gido do espírito do qual falou
Da[niel... e o proclamador do] 19 bem que anuncia a salva[ção é aquele do qual está
3) Na noite da Última Páscoa, Jesus tomou emprestada a fraseologia de Dn 9:27 (cf. Mt escrito que [ele o enviará “para consolar os aflitos, para vigiar sobre os aflitos de
26:27,28): “Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue, o sangue da [nova] aliança, Sião”.] 20 “Para conso[lar os aflitos”, sua interpretação:] para instruí-los em todos os
derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” O NT alude aos beneficiários tempos do mun[do...] 21em verdade. [...] 22 [...] ela foi apartada de Belial e ela
da Graça como “muitos” [ver Mt 8:11 (cf. Lc 13:29); 20:28 (cf. Mc 10:45); Rm 5:15 e [...] 23 [...] nos juízos de Deus como está escrito sobre ele: “Dizendo a Sião: ‘teu Deus
19; 8:29; Hb 2:10; e 9:28]. reina’”. [“Si]ão, é 24 [a congregação de todos os filhos de justiça, os] que estabelecem a
aliança, os que evitam andar [pelo ca]minho do povo. “Teu Deus”, é 25 [... Melquisedec,
4) A passagem de Rm 15:8 ecoa Dn 9:25: “Cristo foi constituído ministro da circuncisão, que os livra]rá da mão de Belial. E o que diz: “Fareis soar o chi[fre em to]do o
em prol da verdade de Deus, para confirmar [gr. βεβαιόω (bebaioō)] as promessas país”.” (MARTÍNEZ, Florentino García, Textos de Qumran, editora Vozes, Petrópolis,
feitas aos nossos pais” Nas Escrituras, o Concerto Abraãmico aparece intimamente 1.995, p. 181). Nesse trecho, que traz um comentário sobre Isaías 52:7, “o que anuncia
associado às promessas feitas por Deus aos patriarcas [Ver, e.g., Ne 9:8; Lc 1:72,73]. O as boas novas” “a Sião” é identificado com “o ungido do espírito do qual falou Daniel”,
verbo grego bebaioō pode ser usado como sinônimo do vocábulo hebraico ‫( גָבר‬gāvar) e “Sião” é definido como o grupo dos “que estabelecem a aliança”, o que demonstra o
traduzido como “fazer firme” pela ARA em Daniel 9:27, e cujo sentido básico é entendimento, por parte dos judeus essênios, de que o personagem descrito em Daniel
“prevalecer”, “vencer”, “fortalecer” e “confirmar”. 9:24-27 é o Messias – Confirmador da aliança.

 “..., e na metade [ ‫( חֵ צִַׁי‬chetsi)] da semana...”  “..., e sobre a asa das abominações virá o assolador...”
Constatação: Quando chetsi está em status-constructus com uma extensão de tempo, deve Provável referência à águia romana, presente nos seus estandartes. Insígnias que eram
ser traduzida como “meio” [ponto] e não “metade” [extensão] (ver Ex 12:29; Is 10:13; Jz veneradas pelo exército romano (Ver e.g. JOSEFO, Fávio. Guerra dos Judeus Contra os
16:13; Rt 3:8; Jr 17:11). Romanos, Livro III, seção 115).

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