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ESCOLA TÉCNICA UNISUAM – ETUS

AULA 9

DATA: 16/08/13

DISCIPLINA: SOLOS E FUNDAÇÕES

PROFESSOR: MARLON FIGUEIREDO

1 - 1. TIPOS DE FUNDAÇÕES

• Fundações Superficiais (Rasas ou Diretas )

• Fundações Profundas

1.1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS (RASAS OU DIRETAS)

Elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente


pelas pressões distribuídas sob a base da fundação, e em que a profundidade de
assentamento em relação ao terreno adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão
da fundação (B). Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radiers, as
sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.

Para o caso de fundações apoiadas em solos de elevada porosidade, não saturados, deve
ser analisada a possibilidade de colapso por encharcamento, pois estes solos são
potencialmente colapsíveis. Em princípio devem ser evitadas fundações superficiais
apoiadas neste solo, a não ser que sejam feitos estudos considerando-se as tensões a
serem aplicadas pelas fundações e a possibilidade de encharcamento do solo.

1.1.1. BLOCOS DE FUNDAÇÃO

Blocos de fundação → Assumem a forma de bloco escalonado, ou pedestal, ou de um


tronco de cone. Alturas relativamente grandes e resistem principalmente por
compressão.
1.1.2. SAPATAS DE FUNDAÇÃO

Sapatas (isoladas ou associadas) →. São elementos de apoio de concreto, de menor


altura que os blocos, que resistem principalmente por flexão.

Sapatas podem ser:

- circulares - (B = ∅)

- quadradas - ( L = B )

- retangulares - ( L > B ) e ( L ≤ 3B ou L ≤ 5B )

- corridas - ( L > 3B ou L > 5B )

1.1.3. RADIER

Quando todos pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de uma
única sapata. Este tipo de fundação envolve grande volume de concreto, é relativamente
onerosa e de difícil execução. Quando a área das sapatas ocuparem cerca de 70 % da
área coberta pela construção ou quando se deseja reduzir ao máximo os recalques
diferenciais.
1.2. FUNDAÇÕES PROFUNDAS

1.2.1. ESTACAS

Elementos bem mais esbeltos que os tubulões, caracterizados pelo grande comprimento
e pequena secção transversal. São implantados no terreno por equipamento situado à
superfície. São em geral utilizados em grupo, solidarizadas por um bloco rígido de
concreto armado ( bloco de caroamento).

P ≤ RL + RP onde RL = Resistência Lateral e RP = Resistência de Ponta

Estacas quanto ao carregamento: Ponta, Atrito, Ação Mista, Estacas de Compactação,


Estacas de Tração e Estacas de Ancoragem.

1.2.2.1. MOLDADAS “IN-LOCO”

1.2.2.1.1. ESTACA ESCAVADA MECANICAMENTE (S / LAMA)

- Acima do N.A.

- Perfuratrizes rotativas

- Profundidades até 30m

- Diâmetros de 0,20 a 1,70m (comum até 0,50m)


1.2.2.1.2. ESTACA ESCAVADA (C/LAMA BENTONÍTICA)

A lama tem a finalidade da dar suporte a escavação. Existem dois tipos: estacões
(circulares φ=0,6 a 2,0m – perfuradas ou escavadas) e barretes ou diafragma (retangular
ou alongadas, escavadas com “clam-shells” - Figura 1.5).

Processo executivo:

a) Escavação e preenchimento simultâneo da estaca com lama bentonítica previamente

preparada;

b) Colocação da armadura dentro da escavação cheia de lama;

c) Lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubo de concretagem


(tremonha)
Fatores que afetam a escavação:

i) Condições do subsolo (matacões, solos muito permeáveis, camadas duras etc);

ii) Lençol freático (NA muito alto dificulta a escavação);

iii) Lama bentonítica (qualidade);

iv) Equipamentos e plataforma de trabalho (bom estado de conservação);

v) Armaduras (rígidas)

1.2.2.1.3. ESTACA RAIZ

São aquelas em que se aplicam injeções de ar comprimido imediatamente após a


moldagem do fuste e no topo do mesmo, concomitantemente a remoção do
revestimento. Neste tipo de estaca não se utiliza concreto e sim argamassa.
1.2.2.1.4. ESTACA STRAUSS

Duas fases: perfuração (sonda ou piteira), colocação do tubo de revestimento


recuperável (simultaneamente) e lançamento do concreto. A concretagem é feita com
apiloamento e retirada da tubulação (guincho manual ou mecânico). Diâmetros de 0,25
a 0,62m.

Vantagens:

- Ausência de trepidação;

- Facilidade de locomoção dentro da obra;

- Possibilidade de verificar corpos estranhos no solo;

- Execução próximo à divisa. 7


Cuidados:

• Quando não conseguir esgotar água do furo não deve executar;

• Presença de argilas muitos moles e areias submersas;

• Retirada do tubo.

1.2.2.1.5. ESTACA APILOADA

Também conhecida como soquetão ou estaca pilão. Utiliza-se o equipamento do tipo


Strauss sem revestimento. Sua execução consiste na simples queda de um soquete, com
massa de 300 a 600kg, abrindo um furo de 0,20 a 0,50m, que posteriormente é
preenchido com concreto. É possível executar em solos de alta porosidade, baixa
resistência e acima do NA. Muito utilizada no interior do Estado de São Paulo,
principalmente na região de Bauru.
1.2.2.1.6. ESTACA FRANKI

Sua execução consiste em cravar um tubo de revestimento com ponta fechada por meio
de bucha e recuperado na fase de concretagem. Capacidade de desenvolver elevada
carga de trabalho para pequenos recalques. Pode ser executada abaixo do NA.
Diâmetros de 0,35 a 0,60m.
1.2.2.1.7. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA (MONITORADA)

Introduzida no Brasil em 1987 e mais amplamente difundida em 1993. Caracterizada


pela escavação do solo através de um trado contínuo possuidor de hélices em torno de
um tubo central vazado. Após sua introdução no solo até a cota especificada, o trado é
extraído concomitantemente à injeção do concreto (slump ≅ 24cm, pedrisco e areia)
através de tubo vazado.

- Diâmetros de 0,275m a 1,20m;

- Comprimentos de até 33m, em função da torre ;

- Executada abaixo do NA;

- Tempo de execução de estaca de 0,40m de diâmetro e 16m de comprimento em torno


de 10min (escavação e concretagem).

- Não ocasiona vibração no terreno


1.2.2.1.7. ESTACA ÔMEGA (MONITORADA)

Introduzida no Brasil em 1997. A cabeça é cravada por rotação, podendo ser empregada
à mesma máquina utilizada nas estacas hélice contínua; durante a descida do elemento
perfurante o solo é deslocado para baixo e para os lado do furo. Após sua introdução no
solo até a cota especificada, o trado é extraído concomitantemente à injeção do concreto
(slump ≅ 24cm, pedrisco e areia) através de tubo vazado.

- Diâmetros de 0,31m a 0,66m;

- Comprimento em função da torre (até 33m);

- Executada abaixo do NA;

- Tempo de execução de estaca de 0,40m de diâmetro e 16m de comprimento em torno


de 10min (escavação e concretagem);

- Não ocasiona vibração no terreno;

- Limitada pelo torque da máquina


1.2.2.1.8. PRÉ-MOLDADAS

Caracterizam-se por serem cravadas por percussão, prensagem ou vibração e por


fazerem parte do grupo denominado “estacas de deslocamento”. Podem ser constituídas
por: madeira, aço, concreto armado ou protendido, ou pela associação de dois desses
elementos (estaca mista).

• Estaca de Madeira

Empregadas desde os primórdios da história. Atualmente diante da dificuldade de obter


madeiras de boa qualidade e do incremento das cargas nas estruturas sua utilização é
bem mais reduzida.São troncos de árvores cravados por percussão. Tem duração
praticamente ilimitada quando mantida permanentemente submersa. Quando há
variação do NA apodrece por ação de fungos. Em São Paulo tem-se o exemplo do
reforço de inúmeros casarões no bairro Jardim Europa, cujas estacas de madeira
apodreceram em razão da retificação e aprofundamento da calha do rio Pinheiros.
Diâmetros de 0,20 a 0,40m e Cargas admissíveis de 150 a 500kN.

ƒ
• Estaca Metálica

Constituídas por peças de aço laminado ou soldado como perfis de secção I e H, chapas
dobradas de secção circular (tubos), quadrada e retangular bem como trilhos
(reaproveitados após remoção de linhas férreas). Hoje em dia não se discute mais o
problema de corrosão de estacas metálicas quando permanecem inteira ou totalmente
enterradas em solo natural, isto porque a quantidade de oxigênio nos solos naturais é tão
pequena que, a reação química tão logo começa já se esgota completamente este
componente responsável pela corrosão.

• ƒ Estaca de Concreto

É um dos melhores que se presta à confecção de estacas em particular das pré-moldadas


pelo controle de qualidade que pode se exercer tanto na confecção quanto na cravação.
Podem ser de concreto armado ou protendido adensado por vibração ou centrifugação.
As secções transversais mais comumente empregadas são: circular (maciça ou vazada),
quadrada, hexagonal e a octogonal. Suas dimensões são limitadas para as quadradas de
0,30 x 0,30m e para as circulares de 0,40m de diâmetro. Secções maiores são vazadas.
Cuidados devem ser tomados no seu levantamento. A carga máxima estrutural é
especificada pelo fabricante.
• Estaca Mega

Elementos de concreto pré-moldado, com comprimentos da ordem de 0,5m, que são


cravados por prensagem através de macaco hidráulico. São utilizados como reforço de
fundações ou substituição de fundações já existentes, usando como reação à própria
estrutura. Sua desvantagem é o alto custo e o longo tempo para cravação.

1.2.3. TUBULÕES

São elementos de fundação profunda construídos concretando-se um poço (revestido ou


não) aberto no terreno, geralmente dotado de base alargada. Diferenciam-se das estacas
porque em sua etapa final é necessário a descida de um operário para completar a
geometria ou fazer a limpeza. De acordo com a NBR 6122/96 deve-se evitar alturas H
superiores a 2m. Deve-se evitar trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões,
cuja distância, seja inferior o diâmetro da maior base. Quando é necessário executar
abaixo do NA utiliza-se o recurso do ar comprimido. Este tipo de fundação em breve
será proibida no Brasil, como já acontece em países desenvolvidos.
a) A céu aberto

Pode ser usado em terreno suficientemente coesivo e acima do nível d’água,


dispensando o escoramento. O diâmetro depende da carga e do modo de execução, mas
sendo aberto manualmente, o diâmetro mínimo é de 70 a 80 cm, a fi m de que, o poceiro
possa trabalhar livremente.

b) Pneumáticos ou Ar Comprimido

- Revestimento de concreto armado

- Revestimento de aço (Benoto).

São utilizados abaixo do nível d’água.

Observações:

• Em uma fundação por tubulões, é necessária a descida de um técnico para inspecionar


o solo de apoio da base, medidas de fuste e base, verticalidade, etc..

• Em geral, apenas um tubulão já absorve a carga total de um pilar.

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