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1. Introdução
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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
Para entender o processo histórico da manutenção, deve-se voltar ao século XVI onde
surgiram as primeiras máquinas têxteis a vapor projetadas por homens que não somente
conheciam as máquinas, mas se desenvolveram no processo de treinar, operar e consertar. O
interesse pelo desenvolvimento teórico e prático da manutenção surge após a Revolução
Industrial, mas precisamente na década de 1950 nos Estados Unidos onde as transformações
políticas direcionavam ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável de suas
indústrias no aspecto tecnológico. Ao longo desse processo de evolução tecnológica, a
importância da manutenção foi se consolidando, pois tem levado as indústrias a se
atualizarem em novas metodologias de produção, mais eficazes e eficientes. Podemos afirmar
que a manutenção desenvolvida dentro da indústria visa objetivos rápidos, inter-relacionais e
com visão na gestão de qualidade e produtividade.
3. Tipos de manutenção
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não é somente uma metodologia de manutenção e sim, uma visão de um trabalho bem
elaborado por todos aqueles que se envolveram no processo da decisão e responsabilidade
pelo equipamento criando organização, propriedade sobre este equipamento, sobre o
processo e o produto, respeitando a implantação de melhorias para maximizar a eficiência
da produção. Dentre os objetivos da manutenção produtiva total, os cinco principais são:
adequar e garantir da eficiência global dos equipamentos; coordenar a implantação de
planos de manutenção para visar o ciclo de vida útil dos equipamentos; envolver todos os
setores da indústria no processo; consolidar dados e informações de todos os envolvidos
para a geração e transmissão de conhecimento e conscientizar que o trabalho em equipe
garante melhoria contínua.
4. Perdas
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O principal objetivo é a eliminação das 6 (seis) grandes perdas do equipamento, ou seja, obter
“quebra zero” e o melhor método para garantir que estas condições básicas dos equipamentos
sejam mantidas baseia-se na implementação dos 08 pilares de desenvolvimento da
metodologia. Os oito pilares são classificados como:
a) Melhoria individual e especifica: identificar individualmente as perdas que estão
ocorrendo nos equipamentos e estabelecer um plano de melhorias.
b) Manutenção autônoma: criar o conceito homem – consciência – equipamento. Buscar o
respeito, colaboração e consciência dos operadores, permitindo uma melhor adequação da
gerencia industrial e empresarial.
c) Manutenção planejada: Planejar o funcionamento do equipamento, aumentando a
confiabilidade e eliminando possíveis perdas com paradas e retrabalhos.
d) Educação e Treinamento: melhorar a gestão educacional e de treinamentos dentro da
indústria. Motivar a participação e todos no processo e aproveitar o capital intelectual
viabilizando um crescimento operacional.
e) Controle inicial: garantir a eficiência do processo de produção evitando possíveis e futuras
manutenções.
f) Controle administrativo: interligar os processos de aprendizado e implementação do TPM
na indústria, garantindo que não há somente troca de informações, mas de experiências.
g) Manutenção da qualidade: garantir um produto final e satisfação do cliente. Eliminar
possíveis defeitos, estudar novas metodologias para evitar os possíveis defeitos.
Concentrar esforços no desenvolvimento de novas tecnologias de qualidade.;
h) Higiene, Segurança e Meio Ambiente: Prevenir acidentes de trabalho na indústria.
Conscientizar todos os envolvidos no processo que o respeito à vida é importante.
Desenvolver programas de treinamento, consciência ambiental e moral, bem como,
estabelecer as melhorias possíveis dentro do ambiente de trabalho.
Para analisar as condições plenas de operação em uma indústria, coletamos dados sobre a
utilização de uma máquina, a quantidade de material produzido e material em produção. Todo
este processo de coleta de dados deve ser questionado e investigado com base apropriada
levando-se em consideração a qualidade, à utilização do equipamento, os materiais em
produção, custos de produção, pois a partir destes dados podemos concluir e sinalizar que a
indústria não esta desenvolvendo uma manutenção adequada em suas unidades de produção.
Em um aspecto geral, quando falamos em adequação e inovação tecnológica, investigamos se
realmente a indústria está fazendo uso pleno da capacidade de seu equipamento ou podemos
pelo menos garantir que existe uma exploração desta capacidade no âmbito de aumentar a
vida útil de seus equipamentos.
O objetivo principal do indicador de eficiência global é calcular um percentual de utilização
plena dos equipamentos ou instalações dentro de uma indústria, não considerando as
principais limitações que podem ocorrer no funcionamento do equipamento ou instalações e
sim, partindo de um princípio do funcionamento ideal da produção com 100% de
aproveitamento do tempo, com 100% de aproveitamento da capacidade e com 100 % de
produção com qualidade.
No chão de fábrica o OEE monitora a eficiência do processo de produção da máquina, mede
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A indústria em estudo é nacional com estrutura familiar e a maior preocupação sempre foi à
atualização dos processos industriais. Na década de noventa, inovou o mercado ao adquirir
uma máquina para a produção de nãotecido em polipropileno, surgindo neste momento uma
tecnologia totalmente de ponta e líder de mercado interno e na América Latina. A produção
do nãotecido é aplicada e interligada com a tecnologia de diversas indústrias, como a têxtil, de
celulose, de couro, de plástico, podendo, a qualquer momento, surgir novas tecnologias. A
classsificação do nãotecidos produzido é quanto a gramatura (peso por unidade de área)- leve:
menor que 25 gramas por metro quadrado, médio: entre 26 e 70 gramas por metro quadrado,
pesado: entre 71 e 150 gramas por metro quadrado e muito pesado: acima de 150 gramas por
metro quadrado; formação da manta- via seca, via úmida e via fundida; consolidação da
manta no aspecto mecânico (fricção), químico (adesão) e físico (coesão térmica);
transformação, acabamento e/ou conversão do nãotecido; matéria-prima utilizada e
propriedades das fibras/filamentos. O nãotecido é aplicado na área médico-hospitalar,
doméstica, filtração, automobilistica, calçados, confecções, enchimentos, geotêxtil,
construção civil, móveis, estofados e higiene pessoal.
O cálculo do OEE foi conduzido com base na capacidade mensal planejada dentro dos
padrões especificados pelo fornecedor das unidades de produção. Realizou-se uma
sumarização dos dados para obter qual produto demanda maior produtividade comercial de
acordo com cada unidade de produção e este processo foi adotado para todos os anos
estudados.
a) Unidade de produção 1: Capacidade mensal planejada de 120.000 kg e produto nãotecido
15 gramas por metros quadrados
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Com base nos relatórios de produção de janeiro a dezembro dos anos de 2001, 2002, 2003,
2004 e 2005, foi calculado o OEE mensal, média OEE anual e o OEE do ano para as sete
unidades de produção, conforme, exemplo para o ano de 2005, na Tabela 1.
TABELA 1 – Demonstrativo mensal, média OEE anual e OEE geral para o ano de 2005
OEE ano 2005 Unidades de produção
Mês 1 2 3 4 5 6 7
Janeiro 104,09% 82,61% 86,62% 81,05% 83,85% 100,11% 94,81%
Fevereiro 63,22% 67,23% 19,59% 67,26% 78,08% 93,07% 87,26%
Março 63,09% 81,73% 84,26% 76,57% 75,42% 94,59% 88,28%
Abril 87,00% 135,81% 60,44% 99,85% 79,08% 100,65% 91,64%
Maio 93,57% 87,86% 97,38% 101,59% 89,75% 111,69% 95,61%
Junho 90,99% 86,48% 89,75% 98,51% 90,07% 103,93% 93,93%
Julho 102,50% 90,86% 86,74% 94,35% 81,84% 104,49% 96,15%
Agosto 96,25% 85,43% 96,06% 86,04% 87,81% 110,09% 97,18%
Setembro 71,87% 74,58% 80,21% 81,19% 82,37% 104,91% 91,56%
Outubro 87,79% 82,58% 90,91% 99,73% 85,91% 106,72% 110,85%
Novembro 85,57% 84,07% 87,57% 88,78% 84,77% 102,99% 103,12%
Dezembro 85,55% 81,08% 83,32% 88,10% 75,89% 102,42% 93,49%
Média OEE anual 85,97% 86,69% 80,26% 88,59% 82,91% 102,97% 95,32%
OEE geral 2005 = 88,96 %
Fonte: Elaborado pelo autor.
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TABELA 2 – Comparativo OEE geral no anos de 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005/Indicação OEE não tecidos
Média OEE Unidades de Produção
Ano 1 2 3 4 5 6 7 OEE geral
2001 56,87% 69,39% 77,44% 67,94% 76,29% 57,27% 67,53%
2002 62,02% 80,84% 57,30% 88,86% 80,26% 90,20% 76,58%
2003 60,46% 67,18% 57,51% 55,93% 74,84% 84,53% 48,96% 64,20%
2004 90,71% 84,42% 94,17% 102,91% 87,59% 97,93% 91,02% 92,68%
2005 85,97% 86,69% 80,26% 88,59% 82,91% 102,97% 95,32% 88,96%
OEE nãotecidos = 77,99%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na análise dos anos de 2001, 2002 e 2003, os valores médios dos OEE foram representativos
para estes anos, mostrando razoável desenvolvimento da demanda de produção em
comparação aos valores de capacidade de produção mensal de cada unidade. Para o ano de
2001, o OEE geral calculado foi de 67,53%; para o ano de 2002, foi de 76,58% e para o ano
de 2003, foi de 64,20%. Os valores do OEE abaixo de 60% são caracterizados devido a
problemas de disponibilidade como paradas não-planejadas acima de vinte e quatro horas
afetando o desempenho das unidades de produção, bem como, a oscilações da demanda de
mercado interno e das exportações do nãotecido.
Em relação aos anos anteriores, comparando-se a produtividade alcançada aos valores de
capacidade de produção mensal de cada unidade verificamos uma melhora na demanda do
mercado, na divulgação através de campanhas de marketing e um processo de aplicação de
nãotecido a mercados específicos para desenvolver novos produtos e para alavancar mais
produtividade. Para 2004, o OEE geral calculado foi de 92,68% e para 2005, foi de 88,96%.
Estes valores mostram e comprovam a representatividade destes anos para a indústria,
verificando que há uma ruptura de mercado e de novas tecnologias, bem como, o surgimento
de novas concorrências e novas importações, mas estabelecendo parâmetros para possíveis
previsões de mercado mais seguras. Visualizando o comparativo OEE de todos os anos
estudados, identificamos através das médias OEE ano e do OEE geral o valor de 77,99 %
para o OEE nãotecidos.
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09. Conclusões
As conclusões obtidas a partir dos cálculos do indicador de eficiência global aplicado nas
unidades de produção querem sejam satisfatórias ou não, podem ser utilizados como
recomendações e contribuições para futuros estudos e atualizações do cálculo, bem como,
para outras indústrias de nãotecidos e muitas das discussões não podem ser generalizadas. O
indicador de eficiência global calculado para a indústria de nãotecidos ficou dentro do valor
esperado, pois não havia qualquer tipo de contribuição teórica e prática no referencial
bibliográfico para o nãotecidos. Foi possível iniciar um plano de melhorias nãotecidos na
indústria mostrando que uma análise mais elaborada do indicador de eficiência global pode
ser realizada com contribuições para a atualização do indicador. As principais limitações se
identificam na estrutura empresarial que é concentrada na diretoria devido a ser uma indústria
familiar. Dentro das limitações, há proposições para futuros trabalhos de pesquisa, como por
exemplo: atualização do indicador de eficiência global na indústria estudada; aplicação do
indicador de eficiência global em outras indústrias e o indicador de eficiência global como
mudança organizacional dentro das indústrias.
10. Referências
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