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ABNT – NBR 6484-2001 – Solo – Sondagem de simples reconhecimento com

SPT – Método de Ensaio

Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores
envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública
entre os associados da ABNT e demais interessados.
Esta Norma contém o anexo A, de caráter informativo.
Esta Norma incorpora os conceitos revisados da extinta NBR 7250, bem como faculta ao executor a introdução de
sistemas de levantamento e soltura do martelo diferentes dos contidos nesta Norma, desde que sejam feitas
medidas de energia conforme descrito no Anexo B (Método padrão para avaliação da energia nos ensaios SPT).
De modo algum é permitido o processo de cravação e/ou avanço contínuo do amostrador.
Para os dois sistemas descritos nesta norma, sistema de sondagem manual e sistema de sondagem mecanizado,
bem como para os diferentes sistemas de levantamento e soltura do martelo, os resultados obtidos nos ensaios
SPT não serão necessariamente os mesmos.
Esta Norma também incorpora o procedimento para a medida do torque após a cravação do amostrador, em
caráter apenas informativo e não obrigatório, Anexo C.

1 – Objetivo Escopo
Esta Norma prescreve o método de execução de sondagens de simples reconhecimento de solos com o ensaio de
SPT e tem por finalidade fornecer as seguintes informações:
a) tipos de solos e suas respectivas profundidades de ocorrência;
b) indicação da posição do nível de água (quando ocorrer) durante a execução de cada sondagem;
c) índice de resistência à penetração (N) a cada metro.

2 Referências Normativas

As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições
para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está
sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de
se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em
vigor.
NBR 6502: - Rochas e solos – Terminologia
NBR 6459: – Solo – Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio. DEVE SER CITADA NO CORPO
DA NORMA
NBR 7180: – Solo – Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio. DEVE SER CITADA NO
CORPO DA NORMA

NBR 7181: - Solo - Análise granulométrica - Método de ensaio DEVE SER CITADA NO CORPO DA NORMA
NBR 8036: - Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios
– Procedimento. DEVE SER CITADA NO CORPO DA NORMA

NBR 13441:1995 - Rochas e solos – Simbologia

3 Definições Gerais
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 6502 e as seguintes:
3.1 - SPT (standard penetration test): Abreviatura do nome do ensaio pelo qual se determina o índice de
resistência à penetração (N).
3.2 - N: Abreviatura do índice de resistência à penetração do SPT, cuja determinação se dá pelo número de golpes
correspondente à cravação de 30 cm do amostrador-padrão, após a cravação inicial de 15 cm, utilizando-se
martelo de 65 kg de massa.
3.3 - solos grossos: Aqueles nos quais a fração predominante dos grãos é visível a olho nu, compreendendo as
areias e os pedregulhos.
3.4 - solos finos: Aqueles nos quais a fração predominante dos grãos não é visível a olho nu; compreendendo as
argilas e os siltes.
3.5 - solos orgânicos: Aqueles que contêm a indicação da presença de matéria orgânica, apresentando
geralmente cores escuras (por exemplo, preto e cinza escuro).
3.6 - plasticidade: Propriedade dos solos finos de sofrerem grandes deformações permanentes, sem separação,
fissuramento ou variação de volume apreciável.
3.7 -Sistema de Sondagem Manual: Procedimento de execução do ensaio onde o amostrator é cravado no solo
com o uso do martelo elevado manualmente através de uma cabo têxtil que passa pela roldana localizada na
parte superior do tripé ou torre de sondagem até a altura de 75cm, a partir da qual é deixado cair livremente.
3.8 - Sistema de Sondagem Mecanizado: procedimento de execução do ensaio onde o amostrador é cravado no
solo com o uso de martelo acionado mecanicamente. Ressalta-se que o martelo deve possuir massa total de 65 kg
e a queda deve ser livre e da altura de 0,75m. Todo o sistema deve ser protegido por camisa metálica com
aberturas que permitem monitorar o movimento do martelo.

4 Princípio

Perfuração e cravação dinâmica de amostrador-padrão, a cada metro, resultando na determinação do tipo de


solo e de um índice de resistência, bem como da observação do nível da água dentro do furo de sondagem.
Para a definição desses resultados essa norma incorpora dois sistemas de ensaio: o Sistema Manual e o Sistema
Mecanizado. Os dois sistemas não necessariamente fornecerão os mesmos resultados do índice de resistência.

5. Sistema Manual

5.1 Equipamento
5.1.1 - Lista de componentes do equipamento do Sistema Manual
a) torre com roldana, moitão e corda;
b) tubos de revestimento;
c) haste de perfuração/ cravação;
d) trado concha ou cavadeira manual;
e) trado helicoidal;
f) trépano de lavagem;
g) amostrador padrão;
h) cabeça de bater;
i) martelo padronizado para cravação do amostrador;
j) baldinho para esgotar o furo;
k) medidor de nível de água;
l) metro de balcão ou trena;
m) recipientes para amostras;
n) bomba d´água centrífuga motorizada;
o) caixa d´água ou tambor com divisória interna para decantação;
p) ferramentas gerais necessárias para a operação.

5.1.2 – Descrição sumária dos elementos do Sistema Manual


5.1.2.1 – Torre
Torre de aço, desmontável, apoiada em quatro pontos. Um dos apoios deve prever forma de atingir o topo da
torre para instalação de roldanas.
A torre deve prever a utilização de uma roldana que suspenderá o martelo para a realização do ensaio SPT,
podendo esta ser utilizada para outras manobras.
A torre pode prever a utilização de moitão ou cadernal para servir de auxílio nas manobras com as hastes.
É permitido o uso de sarilho ou guincho manual para auxílio nas manobras, com exceção do momento de
levantamento do martelo para a realização do ensaio SPT.

5.1.2.2 – Tubos de revestimento


Os tubos de revestimento devem ser de aço, com diâmetro nominal interno mínimo de 63,5mm e máximo de 165
mm, devendo os seus segmentos ser emendados por luvas.

5.1.2.3 – Composição de Perfuração e Cravação


A composição de perfuração e de cravação do amostrador-padrão deve ser constituída de hastes de aço com
diâmetro nominal interno 25mm (Dext = 33,4 mm ± 2,5 mm e Dint = 24,3 mm ± 2,5 mm) e massa teórica de
3,23kg/m, acopladas por roscas e luvas em bom estado, devidamente atarraxadas, formando um conjunto
retilíneo, em segmentos de 1000 mm(±10mm) e/ou 2000 mm(±10mm).

5.1.2.4 – Trado Concha


O trado-concha deve ter diâmetro compatível com o tubo de revestimento.

5.1.2.5 – Trado Helicoidal


A diferença entre o diâmetro do trado helicoidal (diâmetro mínimo de 56 mm) e o diâmetro interno do tubo de
revestimento deve estar compreendida entre 5 mm e 7 mm, a fim de permitir sua operação dentro do tubo de
revestimento de modo que o amostrador-padrão desça livremente dentro da perfuração.

5.1.2.6 – Trépano ou peça de lavagem


O trépano ou peça de lavagem deve ser constituído por peça de aço, com largura mínima de 62 mm, diâmetro
nominal 25 mm, terminada em bisel e dotada de duas saídas laterais para água, conforme mostrado na figura 1.
A largura da lâmina do trépano deve apresentar uma folga de 3 mm a 5 mm em relação ao diâmetro interno do
tubo de revestimento utilizado.
A distância entre os orifícios de saída da água e a extremidade em forma de bisel deve ser no mínimo de 200 mm
e no máximo de 300 mm.

5.1.2.7 – Amostrador-padrão
O amostrador-padrão, de diâmetro externo de 50,8 mm ± 2 mm e diâmetro interno de 34,9 mm ± 2 mm, deve ter
a forma e dimensões indicadas nas figuras 2a) e 3a) (para fabricação) e 2b) e 3b) (para verificações expeditas em
obras), estando descritas a seguir as partes que o compõem:
a) cabeça, devendo ter dois orifícios laterais para saída da água e do ar, bem como devendo conter
interiormente uma válvula constituída por esfera de aço recoberta de material inoxidável (ver figura 2);
b) corpo, devendo ser perfeitamente retilíneo, isento de amassamentos, ondulações, denteações,
estriamentos, rebordos ou qualquer deformação que altere a seção e rugosidade superficial, podendo ou
não ser bipartido longitudinalmente (ver figura 3), comprimento mínimo aceitável após eventual
recuperação das roscas de 500 mm; e
c) sapata ou bico, devendo ser de aço temperado e estar isenta de trincas, amassamentos, ondulações,
denteações, rebordos ou qualquer tipo de deformação que altere a seção (ver figura 2).

5.1.2.8 – Cabeça de bater


A cabeça de bater da composição de cravação, que vai receber o impacto direto do martelo, deve ser constituída
por tarugo de aço de (88 ± 10) mm de diâmetro, (90 ± 10) mm de altura e massa nominal entre 3,5 kg e 4,5 kg.

5.1.2.9 – Martelo padronizado


O martelo padronizado, para cravação dos tubos de revestimento e da composição de hastes com amostrador,
deve consistir em uma massa de ferro de forma prismática ou cilíndrica, tendo encaixado, na parte inferior, um
coxim de madeira dura (peroba rosa ou equivalente), conforme indicado na figura 4 (figura 4a para fabricação e
figura 4b para verificações expedidas em obras).
O martelo pode ser maciço ou vazado, conforme descrito a seguir:
a) o martelo maciço deve ter uma haste-guia de 1,20 m de comprimento fixada à sua face inferior, no
mesmo eixo de simetria longitudinal, a fim de assegurar a centralização do impacto na queda; esta haste-
guia deve ter uma marca visível distando de 0,75 m da base do coxim de madeira;
b) O martelo vazado deve ter um furo central de 44 mm de diâmetro, sendo que, neste caso, a cabeça de
bater deve ser dotada, na sua parte superior, de uma haste-guia de 33,4 mm de diâmetro e 1,20 m de
comprimento, na qual deve haver uma marca distando 0,75 m do topo da cabeça de bater; a haste-guia
do martelo deve ser sempre retilínea e perpendicular à superfície que vai receber o impacto do martelo.
c) Em qualquer situação o conjunto deve ter uma massa total de 65kg.
Dimensões em milímetros

Figura 1 – Trépano de lavagem


Dimensões em milímetros
Para tolerâncias não indicadas, adotar ± 4%
Figura 2a – Dimensões para fabricação da cabeça e sapata
Dimensões em milímetros
Para

tolerâncias não indicadas, adotar ± 4%


Figura 2b – Dimensões para fabricação da cabeça e sapata
Figura 2 – Cabeça e sapata do amostrador de 50,8 mm
Dimensões em milímetros

Para tolerâncias não indicadas, adotar ± 4%


Figura 3a – Dimensões do corpo para fabricação
Dimensões em milímetros

Para tolerâncias não indicadas, adotar ± 4%


Figura 3b – Dimensões do corpo para verificações expeditas em obras
Figura 3 – Dimensões do corpo do amostrador de 50,8 mm
Dimensões em milímetros
Tolerância de ± 5%

Figura 4a – Dimensões para fabricação do martelo


Dimensões em milímetros

Figura 4b – Dimensões para verificações expeditas em obra do martelo


Figura 4 - Martelo
Dimensões em milímetros

Figura 5 – Cabeça de bater


5.2 – Procedimento

5.2.1 – Locação do furo


A locação dos furos de sondagem em planta deve ser fornecida pelo contratante. Nesta planta deve constar a
referência de nível (RN), cota preferencialmente georreferenciada, que será adotada para o nivelamento dos
pontos de sondagem. Na falta de dados sobre a referência de nível deve-se adotar um RN arbitrário, fora do
perímetro da obra (guia, calçada, etc. ...).
Quando da sua locação, cada sondagem deve ser marcada com a cravação de um piquete de material apropriado.
Este piquete deve ter gravada a identificação do ponto de sondagem e estar suficientemente cravado no solo,
servindo de referência de nível para a execução da sondagem e posterior determinação de cota através de
nivelamento topográfico.

5.2.2 – Processo de perfuração

5.2.2.1 - A sondagem deve ser iniciada com emprego do trado-concha ou cavadeira manual até a profundidade de
1 m, seguindo-se a instalação, até essa profundidade, do primeiro segmento do tubo de revestimento dotado de
sapata cortante. A critério do contratante e por determinação deste, este procedimento pode ser estendido até
profundidades maiores. Neste caso o contratante deve especificar o tipo de avanço e as profundidades de coleta
de amostras de execução dos ensaios.
5.2.2.2 - Nas operações subsequentes de perfuração, intercaladas às de ensaio e amostragem, deve ser utilizado
trado helicoidal até se atingir o nível d’água freático ou quando o avanço da perfuração com emprego do trado
helicoidal for inferior a 50 mm após 10 min de operação. Nesse caso passa-se ao método de perfuração por
circulação de água, também chamado de lavagem.
5.2.2.3 - Não é permitido que, nas operações com trado, o mesmo seja cravado dinamicamente com golpes do
martelo ou por impulsão da composição de perfuração.
5.2.2.4 - Pode-se utilizar outros tipos de trado para perfuração desde que seja garantida a eficiência quanto à
limpeza do furo, bem como quanto à não perturbação do solo no ponto de ensaio.
Estes casos, considerados especiais, devem ser devidamente justificados no relatório definitivo.
5.2.2.5 - A operação de perfuração por circulação de água é realizada utilizando-se o trépano de lavagem.
O material escavado é removido por meio de circulação de água, realizada pela bomba d’água motorizada,
através da composição de perfuração.
A operação em si consiste na elevação da composição de perfuração em cerca de 300mm do fundo do furo e na
sua queda, que deve ser acompanhada de movimentos de rotação alternados (vai-e-vem), aplicados
manualmente pelo operador.
À medida que se for aproximando da cota de ensaio e amostragem, recomenda-se que essa altura seja
progressivamente diminuída.
Quando se atingir a cota de ensaio e amostragem, a composição de perfuração deve ser suspensa a uma altura de
200mm do fundo do furo, mantendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos os detritos da
perfuração tenham sido removidos do interior do furo.
5.2.2.6 - Atenção especial deve ser dada para não se descer o tubo de revestimento à profundidade além do
comprimento perfurado. Toda a vez que for descida a composição de perfuração com o trépano ou instalado
novo segmento de tubo de revestimento, seus comprimentos devem ser medidos.
5.2.2.7 - Durante a perfuração, caso a parede do furo se mostre instável, é obrigatória a adoção de medidas que
garantam a limpeza do furo e da estabilização do solo na cota de ensaio. Esta estabilização será através do uso de
tubo de revestimento, fluido de estabilização como lama bentonítica, polímeros ou similares.
5.2.2.8 - O tubo de revestimento deve ficar a uma distância de no mínimo 100 mm acima da cota de ensaio,
quando da operação de ensaio e amostragem.
5.2.2.9 - Durante a operação de perfuração, devem ser anotadas as profundidades das transições de camadas
detectadas por exame tátil-visual e da mudança de coloração de materiais trazidos à boca do furo pelo trado em
uso ou pela água de circulação.
5.2.2.10 - Durante todas as operações da perfuração, deve-se manter o nível d’água no interior do furo, em cota
igual ou superior à do nível d’água do lençol freático encontrado e correspondente.
5.2.2.11 -. A profundidade do SPT deve ser verificada a cada ensaio.

5.2.3 – Amostragem e SPT


5.2.3.1 - Deve ser coletada, para exame posterior, uma parte representativa do solo colhido pelo trado durante a
perfuração até 1 m de profundidade, procurando identificar a espessura da camada com presença significativa de
raízes quando for o caso.
5.2.3.2 - A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, devem ser colhidas amostras dos solos por
meio do amostrador-padrão, com execução de SPT, se excetuando o caso mencionado no item 5.2.2.1
5.2.3.3 - O amostrador-padrão, conectado à composição de cravação, deve descer livremente no furo de
sondagem até ser apoiado suavemente no fundo, devendo-se cotejar a profundidade correspondente com a que
foi medida na operação anterior.
5.2.3.4 - Caso haja discrepância entre as duas medidas supra referidas (ficando o amostrador mais de 20mm
acima da cota de fundo, atingida no estágio precedente), a composição deve ser retirada, repetindo-se a
operação de limpeza do furo.
5.2.3.5 - Após o posicionamento do amostrador-padrão conectado à composição de cravação, coloca-se a cabeça
de bater e, utilizando-se o tubo de revestimento como referência (ou outro referencial), marca-se na haste um
comprimento de 45 cm divididos em três segmentos iguais de 15 cm. Caso se observe que a haste está se
movimentando (penetrando no solo) apenas com o peso próprio da composição de cravação, deve-se anotar a
penetração do amostrador no solo utilizando a representação de (PH)/(centímetros penetrados).
5.2.3.6 - Em seguida apoia-se cuidadosamente o martelo e registra-se o avanço estático. Caso ocorra o avanço
registra-se PM/ (centímetros penetrados).
Nas situações de solos muito moles, em que se saiba a priori que nos casos descritos em 5.2.3.5 ou 5.2.3.6 a
penetração (PH e PM) seja superior a 45 cm, o contratante pode solicitar que esta seja limitada a 45 cm
(penetração da composição segura pelo operador) e seja coletada uma amostra para determinação do teor de
umidade do solo.

5.2.3.7 - A elevação do martelo até a altura de 75 cm, marcada na haste-guia, deve ser feita por meio de cabo
têxtil com diâmetro de 19 mm a 25 mm, de modo a se encaixar com folga no sulco da roldana da torre de forma a
permitir a queda livre do martelo.
Os eixos longitudinais do martelo e da composição de cravação com amostrador devem ser rigorosamente
coincidentes.
5.2.3.8 - Não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm, após procedimento de 5.2.3.5 e 5.2.3.6 ,
prossegue-se a cravação do amostrador-padrão até completar os 45 cm de penetração por meio de impactos
sucessivos do martelo padronizado caindo livremente de uma altura de 75 cm, anotando-se, separadamente, o
número de golpes necessários à cravação de cada segmento de 15 cm do amostrador-padrão.
NOTA 1 - Frequentemente não ocorre a penetração exata dos 45 cm, bem como de cada um dos segmentos de 15
cm do amostrador-padrão, com certo número de golpes.
Nesse caso deve ser registrado o número de golpes empregados para uma penetração imediatamente superior a
15 cm, registrando-se o comprimento penetrado (por exemplo, três golpes para a penetração de 17 cm).
A seguir, conta-se o número adicional de golpes até a penetração total ultrapassar 30 cm e em seguida o número
de golpes adicionais para a cravação atingir 45 cm ou, com o último golpe, ultrapassar este valor.
O registro é expresso na forma de frações obtidas nas três etapas.
EXEMPLO:
3/17 - 4/14 - 5/15
As penetrações parciais ou acumuladas devem ser medidas com erro máximo de 0,5cm.
5.2.3.9 - Quando a cravação atingir 45 cm, o índice de resistência à penetração N é expresso como a soma do
número de golpes requeridos para a segunda e a terceira etapas de penetração de 15 cm, adotando-se os
números obtidos nestas etapas mesmo quando a penetração não tiver sido de exatos 15 cm, como descrito na
nota 1 de 5.2.3.8.
5.2.3.10 - A cravação do amostrador-padrão, nos 45 cm previstos para a realização do SPT, deve ser contínua e
sem aplicação de qualquer movimento de rotação nas hastes.
5.2.3.11 - A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de penetração sempre que ocorrer
uma das seguintes situações.
a) em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes ultrapassar 30;
b) não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco golpes sucessivos do martelo.
5.2.3.12 - Quando a penetração for incompleta, como descrito em 5.2.3.11, o resultado da cravação do
amostrador é expresso pelas relações entre o número de golpes e a penetração correspondente.
5.2.3.13 - Quando, com a aplicação do primeiro golpe do martelo, a penetração for superior a 45 cm, o resultado
da cravação do amostrador deve ser expresso pela relação deste golpe com a respectiva penetração. Exemplo:
1/58.
5.2.3.14 - Quando a penetração do amostrador-padrão com poucos golpes exceder significativamente os 45 cm
ou quando não puder haver distinção clara nas três penetrações parciais de 15 cm, o resultado da cravação do
amostrador-padrão deve ser expresso pelas relações entre o número de golpes e a penetração correspondente.
5.2.3.15 – As apresentações das penetrações do amostrador devem seguir os exemplos da Tabela 1.

Tabela 1 - Apresentação das penetrações.


Penetração Registro dos Golpes Exemplo
Penetração de 45cm
Golpes por trecho 3/15 – 3/15 – 4/15
Três trechos iguais a 15cm
Penetração diferente de 45cm Número de golpes para uma penetração
3/17 – 4/14 – 5/15
Trechos diferentes de 15cm imediatamente superior a 15cm

Penetração superior a 45cm com a aplicação do


Número de golpes e respectiva penetração 1/58
primeiro golpe de martelo
Penetração apenas com haste e amostrador
Sem número de golpes PH/50
sem número de golpes
Penetração com martelo, haste e amostrador,
Sem número de golpes PM/70
sem número de golpes
Penetração superior a 45cm com a aplicação de Número de golpes e respectiva penetração nos
1/33 – 1/20
poucos golpes do martelo respectivos intervalos
Penetração inferior a 45cm
Número de golpes para cada intervalo de
Em qualquer dos três segmentos, o número de 20/14 – 30/10
penetração
golpes ultrapassar 40
Não se observar avanço do amostrador durante
a aplicação de cinco golpes sucessivos do Número de golpes para zero de penetração 5/0
martelo
5.2.3.16 - As amostras colhidas devem ser imediatamente acondicionadas em recipientes herméticos e de
dimensões tais que permitam receber pelo menos um cilindro de solo colhido do bico do amostrador-padrão.
Nos casos em que haja mudança de camada junto à cota de execução do SPT ou quando a quantidade de solo
proveniente do bico do amostrador-padrão for insuficiente para sua classificação, recomenda-se também o
armazenamento de amostras colhidas do corpo do amostrador-padrão.
Nos casos em que não haja recuperação de amostra pelo amostrador-padrão, deve-se anotar no relatório.

5.2.3.17 - Cada recipiente de amostra deve ser provido de uma etiqueta, na qual, escrito com tinta indelével, deve
constar o seguinte:
a) designação ou número do trabalho;
b) local da obra;
c) número da sondagem;
d) número da amostra;
e) profundidade da amostra;
f) números de golpes e respectivas penetrações do amostrador.

5.2.3.18 - Os recipientes das amostras devem ser acondicionados em caixas ou sacos, conforme a necessidade, de
forma a não abrirem ou rasgarem e impedindo a mistura de amostras distintas. Nestas caixas ou sacos devem
constar a designação do trabalho e o número da sondagem; as mesmas devem estar permanentemente
protegidas de sol e chuva.
5.2.3.19 - As amostras devem ser conservadas pela empresa executora, à disposição do contratante, por um
período mínimo de 60 dias, a contar da data da apresentação do relatório.

5.2.3.20 – Qualquer mudança nas condições preconizadas nesta Norma (por exemplo: tipo de haste e martelo,
não uso de coxim de madeira, uso de cabo de aço, ou qualquer outro sistema de acionamento de martelo não
previsto nesta norma), que altere o nível de energia incidente disponível para cravação do amostrador-padrão, só
deve ser aceita se acompanhada da determinação da respectiva eficiência do sistema, conforme descrito no
Anexo B. Entretanto, de modo algum é permitido o processo de cravação e avanço contínuo do amostrador.

5.2.4 – Critério de paralisação.


5.2.4.1 - O critério de paralisação das sondagens é de responsabilidade da contratante ou de seu preposto, e deve
ser definido de acordo com as necessidades específicas do projeto.
5.2.4.2 - Na ausência do fornecimento do critério de paralisação por parte da contratante ou de seu preposto, as
sondagens deverão avançar até que se atinja um dos seguintes critérios:

a) avanço da sondagem até a profundidade na qual tenham sido obtidos 10 m de resultados consecutivos
indicando N iguais ou superiores a 25 golpes;
b) avanço da sondagem até a profundidade na qual tenham sido obtidos 8 m de resultados consecutivos
indicando N iguais ou superiores a 30 golpes;
c) avanço da sondagem até a profundidade na qual tenham sido obtidos 6 m de resultados consecutivos
indicando N iguais ou superiores a 35 golpes;

5.2.4.2.1 - O ensaio de avanço da perfuração por circulação de água consiste no emprego do procedimento
descrito em 5.2.2.5.
5.2.4.2.2 - O ensaio deve ter duração de 30 min, devendo-se anotar os avanços do trépano obtidos em cada
período de 10 min.
5.2.4.2.3 - A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração por circulação
de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10 min.
Quando da ocorrência destes casos, constar no relatório a designação de impenetrável ao trépano de lavagem.
5.2.4.3 - Caso haja necessidade técnica de continuar a investigação do subsolo além das profundidades
determinadas no item 5.2.4.2.3, para atender o item 5.2.4.1, o procedimento de perfuração deverá ser
substituído por perfuração rotativa. Observação: O procedimento de perfuração rotativa não faz parte do escopo
desta norma.
5.2.4.4 - Caso ocorra a situação descrita em 5.2.3.11 b), antes da profundidade de 3 m, a sondagem deve ser
deslocada, no mínimo duas vezes para posições diametralmente opostas, a 2 m da sondagem inicial, ou conforme
orientação do cliente ou seu preposto.

5.2.5 – Observação do nível do lençol freático


5.2.5.1 – Assim que notada a presença de água no furo de sondagem a trado a perfuração deverá ser
interrompida para a observação da posição do nível de água. Anota-se a posição do nível de água encontrada no
furo de sondagem.
5.2.5.2 - Sempre que ocorrer interrupção na execução da sondagem, deve-se, tanto no início quanto no final
desta interrupção, anotar a medida da posição do nível d’água, bem como da profundidade aberta do furo e da
posição do tubo de revestimento.
5.2.5.3 - No caso de constatado artesianismo ou fuga de água no furo, devem ser anotadas no relatório final as
profundidades dessas ocorrências e do tubo de revestimento.
5.2.5.4 - Após o término da sondagem, deve ser feito o máximo rebaixamento possível da coluna d’água interna
do furo com auxílio do baldinho, operando-se a seguir conforme 5.2.5.2.
5.2.5.5 - Após o encerramento da sondagem e a retirada do tubo de revestimento, decorridas no mínimo 12 h, e
estando o furo não obstruído, deve ser indicada a posição do nível d’água no furo de sondagem, bem como a
profundidade até onde o furo permanece aberto.

Observação: Caso haja a necessidade de uma avaliação acurada das condições hidráulicas do subsolo (dos
diferentes lençóis) para atender os requisitos do projeto, poços, medidores de nível d’água e/ou piezômetros
deverão ser instalados, sendo este procedimento objeto de serviço específico não estando no escopo desta
norma.

5.2.6 – Conforme previsto no termo de referência “Investigação de Passivos Ambientais e Descomissionamento


de Postos de Abastecimento que utilizam Sistema de Armazenamento Aéreo de Combustíveis” do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, ao final dos trabalhos os furos de
sondagem devem ser totalmente preenchidos com calda de cimento, bentonita ou mistura evitando assim que
produtos eventualmente derramados na superfície atinjam o subsolo.

5.2.7 – Identificação das amostras e elaboração do perfil geológico- geotécnico da sondagem


5.2.7.1 - As amostras devem ser examinadas táctil e visualmente procurando identificá-las no mínimo através das
seguintes características.

a) granulometria;
b) plasticidade;
c) cor;
d) origem, tais como:
- solos residuais; neste caso, deve ser indicada a rocha de origem, sempre que possível
- transportados (coluvionares, aluvionares, fluviais e marinhos);
- aterros.

5.2.7.2 - Após sua ordenação pela profundidade, as amostras devem ser examinadas individualmente, devendo
ser agrupadas as amostras consecutivas com características semelhantes.
5.2.7.3 - Inicia-se o procedimento de identificação das amostras de solo pela sua granulometria, procurando-se
separá-las em duas grandes divisões: solos grossos (areias e pedregulhos) e solos finos (argilas e siltes).
NOTA - O ensaio do tato, que consiste em friccionar a amostra com os dedos, permite separar os solos grossos,
que são ásperos ao tato, dos solos finos, que são macios.

5.2.7.4 - O exame visual das amostras permite avaliar a predominância do tamanho de grãos, sendo possível
individualizar grãos de tamanho superior a décimo de milímetro, admitidos como visíveis a olho nu.
5.2.7.5 - Solos com predominância de grãos maiores que 2 mm devem ser classificados como pedregulhos e com
grãos inferiores a 2 mm e superiores a 0,1 mm devem ser classificados como areias.
Deve-se ainda fazer a subdivisão das areias em: grossas (grãos da ordem de 1,0 mm), médias (grãos da ordem de
0,5 mm) e em finas (grãos da ordem de 0,1mm) permitindo a associação de subdivisões no caso de areias bem
graduadas.
Solos com predominância de partículas ou grãos inferiores a 0,1 mm devem ser classificados como argilas ou
siltes.
As argilas se distinguem dos siltes pela plasticidade, quando possuem umidade suficiente, e pela resistência
coesiva, quando secas ao ar.
5.2.7.6 – A classificação deve apresentar, na ordem de predominância, as frações de solo que puderem ser
identificadas pelos critérios já definidos. Pode-se ainda avaliar as propriedades de cada fração utilizando os
advérbios muito e pouco.
Deve ser utilizada nomenclatura onde apareçam, no máximo, três frações de solos, por exemplo: argila silto-
arenosa.
Admite-se a complementação da descrição quando houver presença de pedregulhos, cascalhos, detritos ou
matéria orgânica, concreções, etc..

5.2.7.7 – A nomenclatura das amostras dos solos deve ser acompanhada pela indicação da cor, feita logo após a
coleta das mesmas, utilizando-se até o máximo de duas designações de cores.
Quando as amostras apresentarem mais do que duas cores, deve ser utilizado o termo variegado no lugar do
relacionamento das cores.
5.2.7.8 - Na indicação da cor, devem ser utilizadas as designações branco, cinza, preto, marrom, amarelo,
vermelho, roxo, azul e verde, admitindo-se ainda as designações complementares claro e escuro.

5.2.7.9 - Quando, pelo exame tátil-visual, for constatada a presença acentuada de mica, a designação micácea é
acrescentada à nomenclatura do solo.
6. Sistema Mecanizado
6.1 – Equipamento
6.1.1 - Lista de componentes da aparelhagem do Sistema Mecanizado
Compõe-se dos seguintes:
a) perfuratriz rotativa;
b) tubos de revestimento;
c) haste de perfuração/ cravação;
d) trado oco;
e) trado helicoidal contínuo;
f) tricone;
g) amostrador-padrão;
h) cabeça de bater;
i) martelo automático padronizado para cravação do amostrador;
j) medidor de nível de água;
k) metro de balcão ou trena;
l) recipientes para amostras;
m) ferramentas gerais necessárias para a operação da aparelhagem.

6.1.2 - Descrição sumária dos elementos do Sistema Mecanizado


6.1.2.1 – Perfuratriz rotativa
Qualquer equipamento de perfuração que seja capaz de fornecer um furo adequado antes da inserção do
dispositivo de amostragem, e garanta que o ensaio de penetração seja realizado em solo minimamente
perturbado.
6.1.2.2 – Tubos de revestimento
Os tubos de revestimento devem ser de aço, com diâmetro nominal interno mínimo de 56mm e máximo de
165mm, podendo ser dotados de sapata de vídea ou diamantada em sua extremidade.
6.1.2.3 – Composição de Haste de Perfuração / Cravação
A composição de perfuração e de cravação do amostrador-padrão deve ser constituída de hastes de aço tipo A.
6.1.2.4 – Trado Oco
Os trados ocos contínuos devem ser de aço, com diâmetro nominal interno mínimo de 56mm e máximo de
165mm.
6.1.2.5 – Trado Helicoidal Contínuo
Os trados helicoidais contínuos devem ser de aço, com diâmetro nominal mínimo de 56mm e máximo de 165mm.

6.1.2.6 – Tricone
Tricones de perfuração devem ter saída de fluido em posição que não interfira no material que será ensaiado, e
também devem possuir diâmetro nominal mínimo de 56mm e máximo de 165mm.
6.1.2.7 – Amostrador-padrão
O amostrador-padrão, de diâmetro externo de 50,8 mm ± 2 mm e diâmetro interno de 34,9 mm ± 2 mm, deve ter
a forma e dimensões indicadas nas figuras 2a) e 3a) (para fabricação) e 2b) e 3b) (para verificações expeditas em
obras), estando descritas a seguir as partes que o compõem:
a) cabeça, devendo ter dois orifícios laterais para saída da água e do ar, bem como devendo conter
interiormente uma válvula constituída por esfera de aço recoberta de material inoxidável (ver figura
2);
b) corpo, devendo ser perfeitamente retilíneo, isento de amassamentos, ondulações, denteação,
estriamentos, rebordos ou qualquer deformação que altere a seção e rugosidade superficial, podendo
ou não ser bipartido longitudinalmente (ver figura 3), comprimento mínimo aceitável após eventual
recuperação das roscas de 500 mm; e
c) sapata ou bico, devendo ser de aço temperado e estar isenta de trincas, amassamentos, ondulações,
denteações, rebordos ou qualquer tipo de deformação que altere a seção (ver figura 2).

6.1.2.8 – Martelo Automático

O conjunto do martelo automático deverá ser composto por:


a) Martelo de aço (embolo) de formato cilíndrico com massa 65 kg ( 0,5 kg);
b) Mecanismo que garanta uma altura de queda do embolo de 75 cm ( 1,5 cm);
c) Sistema de guia do martelo que permite a queda do martelo com o mínimo de resistência munido de
visor que permite ao operador acompanhar o movimento do martelo;
d) Sistema de elevação do embolo mecânico / hidráulico que permita a regulagem do número de golpes por
minuto (ou seja, velocidade de elevação do martelo).
e) Deve ser fixada uma frequência mínima de 10 golpes por minuto e máxima de 40 golpes por minuto;
f) Massa do conjunto do martelo automático deve ser igual ou inferior a 120 kg ( 10,0 kg);

6.1.2.9 – Cabeça de bater


A cabeça de bater deve ser fixada através de rosca na parte superior da composição de hastes de cravação, e
possuir massa nominal entre 7,5 kg e 8,5kg.

6.2 - Procedimento
6.2.1 - Locação do furo e quantidades
A locação dos furos de sondagem em planta deve ser fornecida pelo contratante. Nesta planta deve constar a
referência de nível (RN), cota preferencialmente georreferenciada, que será adotada para o nivelamento dos
pontos de sondagem. Na falta de dados sobre a referência de nível deve-se adotar um RN arbitrário, fora do
perímetro da obra (guia, calçada, etc. ...).
Quando da sua locação, cada sondagem deve ser marcada com a cravação de um piquete de material apropriado.
Este piquete deve ter gravada a identificação do ponto de sondagem e estar suficientemente cravado no solo,
servindo de referência de nível para a execução da sondagem e posterior determinação de cota através de
nivelamento topográfico.
6.2.2 - Processo de perfuração
6.2.2.1 - O procedimento de perfuração deve proporcionar um furo estável e limpo antes da inserção do
amostrador e deve também garantir que o ensaio de penetração seja realizado em solo minimamente
perturbado.
6.2.2.2 - Sempre que for utilizado revestimento durante o processo de perfuração, este não deve avançar além da
cota de início da amostragem.
6.2.2.3 - Os métodos de perfuração considerados nessa norma são os seguintes:
a) Método de perfuração com trado helicoidal
b) Método de perfuração com trado oco
c) Método de perfuração com tricone
d) Método de perfuração wire-line com barrilete mínimo N
6.2.2.4 - Algumas técnicas de perfuração produzem furos inadequados para a realização do ensaio SPT. O uso do
trado helicoidal abaixo do lençol freático não é permitido. A saída de fluido de perfuração nunca deve estar
localizada em posição que interfira no material que será ensaiado. O revestimento não deve avançar além da cota
de início da amostragem. Não é permitido o avanço da perfuração, para a próxima cota de amostragem, com o
uso do próprio amostrador-padrão.
Em qualquer dos sistemas de perfuração utilizado não é permitida em nenhuma hipótese que o nível de água
dentro da perfuração esteja em uma cota inferior ao do nível do lençol freático do terreno.

6.2.3 – Amostragem e SPT


6.2.3.1 - Deve ser coletada, para exame posterior, uma parte representativa do solo colhido pelo trado durante a
perfuração, até 1 m de profundidade procurando identificar a espessura da camada com presença significativa de
raízes quando for o caso.
6.2.3.2 - A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, devem ser colhidas amostras dos solos por
meio do amostrador-padrão, com execução de SPT.
6.2.3.3 - O amostrador-padrão, conectado à composição de cravação, deve descer livremente no furo de
sondagem até ser apoiado suavemente no fundo, devendo-se cotejar a profundidade correspondente com a que
foi medida na operação anterior.
6.2.3.4 - Caso haja discrepância entre as duas medidas supra referidas (ficando o amostrador mais de 20mm
acima da cota de fundo, atingida no estágio precedente), a composição deve ser retirada, repetindo-se a
operação de limpeza do furo.
6.2.3.5 - Após o posicionamento do amostrador-padrão conectado à composição de cravação, coloca-se a cabeça
de bater no topo da haste de cravação e, utilizando-se o tubo de revestimento como referência (ou outro
referencial), marca-se na haste um comprimento de 45 cm divididos em três trechos iguais de 15 cm. Caso
observe-se que a haste está se movimentando (penetrando no solo) apenas com o peso próprio da composição
de cravação, deve-se anotar a penetração do amostrador no solo utilizando a representação de 0 (zero)/x
(centímetros penetrado).
6.2.3.6 - Em seguida apoia-se cuidadosamente o martelo e registra-se o avanço estático. Caso ocorra o avanço
registra-se PM/ x (centímetros penetrados).
6.2.3.7 – A elevação do martelo até a altura de 75 cm será feita de maneira automática, com acionamento
mecânico / hidráulico.
6.2.3.8 - Não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm, após procedimento de 6.2.3.5 e 6.2.3.6,
prossegue-se a cravação do amostrador-padrão até completar os 45 cm de penetração por meio de impactos
sucessivos do martelo padronizado caindo livremente de uma altura de 75 cm, anotando-se, separadamente, o
número de golpes necessários à cravação de cada segmento de 15 cm do amostrador-padrão.
NOTA 3 - Frequentemente não ocorre a penetração exata dos 45 cm, bem como de cada um dos segmentos de 15
cm do amostrador-padrão, com certo número de golpes.
Nesse caso deve ser registrado o número de golpes empregados para uma penetração imediatamente superior a
15 cm, registrando-se o comprimento penetrado (por exemplo, três golpes para a penetração de 17 cm).
A seguir, conta-se o número adicional de golpes até a penetração total ultrapassar 30 cm e em seguida o número
de golpes adicionais para a cravação atingir 45 cm ou, com o último golpe, ultrapassar este valor.
O registro é expresso na forma de frações obtidas nas três etapas.
EXEMPLO:
3/17; 4/14; 5/15
As penetrações parciais ou acumuladas devem ser medidas com erro máximo de 0,5cm.
6.2.3.9 - Quando a cravação atingir 45 cm, o índice de resistência à penetração N é expresso como a soma do
número de golpes requeridos para a segunda e a terceira etapas de penetração de 15 cm, adotando-se os
números obtidos nestas etapas mesmo quando a penetração não tiver sido de exatos 15 cm, como descrito na
nota 3 de 6.2.3.8.
6.2.3.10 - A cravação do amostrador-padrão, nos 45 cm previstos para a realização do SPT, deve ser contínua.
6.2.3.11 - A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de penetração sempre que ocorrer
uma das seguintes situações.
a) em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes ultrapassar 40;
b) não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco golpes sucessivos do martelo.
6.2.3.12 - Quando a penetração for incompleta, como descrito em 6.2.3.11, o resultado da cravação do
amostrador é expresso pelas relações entre o número de golpes e a penetração para cada 15 cm de penetração.
6.2.3.13 - Quando, com a aplicação do primeiro golpe do martelo, a penetração for superior a 45 cm, o resultado
da cravação do amostrador deve ser expresso pela relação deste golpe com a respectiva penetração. Exemplo:
1/58.
6.2.3.14 - Quando a penetração do amostrador-padrão com poucos golpes exceder significativamente os 45 cm
ou quando não puder haver distinção clara nas três penetrações parciais de 15 cm, o resultado da cravação do
amostrador-padrão deve ser expresso pelas relações entre o número de golpes e a penetração correspondente.
6.2.3.15 – As apresentações das penetrações do amostrador devem seguir os exemplos da Tabela 1.
6.2.3.16 - As amostras colhidas devem ser imediatamente acondicionadas em recipientes herméticos e de
dimensões tais que permitam receber pelo menos um cilindro de solo colhido do bico do amostrador-padrão.
Nos casos em que haja mudança de camada junto à cota de execução do SPT ou quando a quantidade de solo
proveniente do bico do amostrador-padrão for insuficiente para sua classificação, recomenda-se também o
armazenamento de amostras colhidas do corpo do amostrador-padrão.
Nos casos em que não haja recuperação de amostra pelo amostrador-padrão, deve-se anotar claramente no
relatório.
6.2.3.17 - Cada recipiente de amostra deve ser provido de uma etiqueta, na qual, escrito com tinta indelével, deve
constar o seguinte:
g) designação ou número do trabalho;
h) local da obra;
i) número da sondagem;
j) número da amostra;
k) profundidade da amostra; e
l) números de golpes e respectivas penetrações do amostrador.

6.2.3.18 - Os recipientes das amostras devem ser acondicionados em caixas ou sacos, conforme a necessidade, de
forma a não abrirem ou rasgarem e impedindo a mistura de amostras distintas. Nestas caixas ou sacos devem
constar a designação do trabalho e o número da sondagem; as mesmas devem estar permanentemente
protegidas de sol e chuva.
6.2.3.19 - As amostras devem ser conservadas pela empresa executora, à disposição do contratante, por um
período mínimo de 60 dias, a contar da data da apresentação do relatório.

6.2.4 – Critério de paralisação.


6.2.4.1 - O critério de paralisação das sondagens é de responsabilidade da contratante ou de seu preposto, e deve
ser definido de acordo com as necessidades específicas do projeto.
6.2.4.2 - Na ausência do fornecimento do critério de paralisação por parte da contratante ou de seu preposto, as
sondagens deverão avançar até que se atinja um dos seguintes critérios:
6.2.4.3 - Caso ocorra a situação descrita em 6.2.3.11 b), antes da profundidade de 3 metros, a sondagem deve ser
deslocada, no mínimo duas vezes para posições diametralmente opostas, a 2 m da sondagem inicial, ou conforme
orientação do cliente ou seu preposto.
6.2.5 – Observação do nível do lençol freático
6.2.5.1 - Ao termino da sondagem e após a retirada do revestimento faz-se a medição do nível d´água, que deverá
ser repetida após 24 horas.
6.2.5.2 - Sempre que ocorrer interrupção na execução da sondagem, deve-se, tanto no início quanto no final
desta interrupção, anotar a medida da posição do nível d’água, bem como da profundidade aberta do furo e da
posição do tubo de revestimento.
Sendo observados níveis d’água variáveis durante o dia, essa variação deve ser anotada no relatório final.
6.2.5.3 - No caso de constatado artesianismo ou fuga de água no furo, devem ser anotadas no relatório final as
profundidades dessas ocorrências e do tubo de revestimento.
6.2.5.4 - Após o término da sondagem, deve ser feito o máximo rebaixamento possível da coluna d’água interna
do furo com auxílio do baldinho, operando-se a seguir conforme 6.2.5.2.
6.2.5.5 - Após o encerramento da sondagem e a retirada do tubo de revestimento, decorridas no mínimo 12 h, e
estando o furo não obstruído, deve ser indicada a posição do nível d’água no furo de sondagem, bem como a
profundidade até onde o furo permanece aberto
Observação: Caso haja a necessidade de uma avaliação precisa no nível do lençol freático para atender os
requisitos do projeto, poços ou piezômetros deverão ser instalado sendo este procedimento objeto de serviço
específico não estando no escopo desta norma.
6.2.6 – Conforme previsto no termo de referência “Investigação de Passivos Ambientais e Descomissionamento
de Postos de Abastecimento que utilizam Sistema de Armazenamento Aéreo de Combustíveis” do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, ao final dos trabalhos os furos de
sondagem devem ser totalmente preenchidos com calda de cimento, bentonita ou mistura evitando assim que
produtos eventualmente derramados na superfície atinjam o subsolo

7 – Apresentação dos resultados

7.1 – Relatório de campo


Nas folhas de anotação de campo devem ser registrados:

a) nome da empresa e do interessado;


b) número do trabalho;
c) local do terreno;
d) número da sondagem;
e) data e hora de início e de término da sondagem;
f) indicação do sistema utilizado: manual ou mecanizado
g) métodos de perfuração empregados e profundidades respectivas
h) avanços do tubo de revestimento;
i) profundidades das mudanças das camadas de solo e do final da sondagem;
j) numeração e profundidades das amostras coletadas no amostrador-padrão e/ou trado;
k) anotação das amostras colhidas por circulação de água, quando da não recuperação pelo amostrador-
padrão;
l) descrição tátil-visual das amostras, na sequência:
a. granulometria principal e secundária;
b. cor;
c. origem.
m) número de golpes necessários à cravação de cada trecho nominal de 15 cm do amostrador em função da
penetração correspondente;
n) resultados dos ensaios de avanço de perfuração por circulação de água, conforme 6.4.2;
o) anotação sobre a posição do nível d’água, com data, hora, r respectivas profundidade aberta do furo e
posição do revestimento, quando houver;
p) nome e vistos do sondador;
q) outras informações colhidas durante a execução da sondagem, se julgadas de interesse; e
r) procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma.

Os relatórios de campo devem ser conservados à disposição dos interessados por um período mínimo de um ano,
a contar da data da apresentação do relatório definitivo.

7.2 – Relatório definitivo

Os resultados das sondagens de simples reconhecimento devem ser apresentados em relatórios numerados,
datados e assinados por responsável técnico pelo trabalho, perante o Conselho Regional de Engenharia, e
Agronomia – CREA.
Devem constar no relatório definitivo:

a) nome do interessado/contratante;
b) local e natureza da obra;
c) indicação do sistema utilizado: manual ou mecanizado
d) descrição sumária do método e dos equipamentos empregados na realização das sondagens;
e) total perfurado, em metros;
f) declaração de que foram obedecidas as normas brasileiras relativas ao assunto;
g) outras observações e comentários, se julgados importantes; e
h) referências aos desenhos constantes no relatório.

Anexar ao relatório um desenho contendo:

a) planta do local da obra, cotada e amarrada a referências facilmente encontráveis (logradouros públicos,
acidentes geográficos, marcos topográficos etc.), de forma a não deixar dúvidas quanto à sua localização;
b) planta contendo a posição da referência de nível (RN) tomada para o nivelamento da(s) boca(s) do(s)
furo(s) de sondagem(ens), bem como a descrição sumária do elemento físico tomado como RN;
c) localização das sondagens, cotadas e amarradas a elementos fixos e bem definidos no terreno.

Apresentar os resultados das sondagens em desenhos contendo o perfil individual de cada sondagem, nos quais
devem constar, obrigatoriamente:
a) nome da firma executora das sondagens, o nome do interessado ou contratante, local da obra, indicação
do número do trabalho e os vistos do desenhista, engenheiro civil ou geólogo, responsável pelo trabalho;
b) diâmetro do tubo de revestimento e do amostrador empregados na execução das sondagens;
c) número(s) da(s) sondagem(s);
d) cota(s) da(s) boca(s) dos furo(s) de sondagem, com precisão centimétrica;
e) linhas horizontais cotadas a cada 5 m em relação à referência de nível;
f) posição das amostras colhidas, devendo ser indicadas as amostras não recuperadas e os detritos colhidos
na circulação de água;
g) as profundidades, em relação à boca do furo, das transições das camadas e do final da(s) sondagem(s);
h) índice de resistência à penetração N ou relações do número de golpes pela penetração (expressa em
centímetros) do amostrador;
i) identificação dos solos amostrados e convenção gráfica dos mesmos conforme a NBR 13441;
j) a posição do(s) nível(is) d’água encontrado(s) e a(s) respectiva(s) data(s) de observação(ões), indicando se
houve pressão ou perda de água durante a perfuração;
k) indicação da não ocorrência de nível de água, quando não encontrado;
l) datas de início e término de cada sondagem, bem como a profundidade e nível de água dentro do furo de
sondagem no início e final de cada dia;
m) indicação dos processos de perfuração empregados (TH trado helicoidal, CA - circulação de água) e
respectivos trechos, bem como as posições sucessivas do tubo de revestimento e uso de lama de
estabilização quando utilizada;
n) procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma; e
o) resultado dos ensaios de avanço de perfuração por circulação d´água.
Desenhar as sondagens na escala vertical de 1:100.

Anexo A – (informativo)
Tabela 3 - Estado de compacidade e consistência.

Índice de resistência à
Solo penetração Designação1)
N

4 Fofa(o)

5a8 Pouco compacta(o)


Areias e siltes
9 a 18 Medianamente compacta(o)
arenosos
19 a 40 Compacta(o)
> 40 Muito compacta(o)

2 Muito mole

3a5 Mole

Argilas e siltes 6 a 10 Média(o)


argilosos 11 a 19 Rija(o)
20 a 30 Muito Rija (o)
> 30 Dura (o)
1)
As expressões empregadas para a classificação da compacidade das areias (fofa, compacta, etc.),
referem-se à deformabilidade e resistência destes solos, sob o ponto de vista de fundações, e não devem
ser confundidas com as mesmas denominações empregadas para a designação da compacidade relativa
das areias ou para a situação perante o índice de vazios críticos, definidos na Mecânica dos Solos.
Anexo B
(informativo)
Método padrão para avaliação da energia nos ensaios SPT
O presente Anexo é parte integrante e complementar desta Norma, porém não é de realização obrigatória.

B-1Escopo

O objetivo principal desse ensaio é avaliar a quantidade de energia envolvida no ensaio e determinar a eficiência
do equipamento utilizado para a realização do ensaio SPT. Conhecendo-se a eficiência é possível então comparar
valores de N obtidos com diferentes equipamentos.

B-1.1 Os métodos usados por esta norma para especificar como os dados são coletados, calculados, ou gravados
não estão diretamente relacionados à forma como os dados podem ser usados em projetos ou outras aplicações,
uma vez que isso não está contemplado no seu escopo.

B-1.2 Este método de ensaio não pretende abordar todas as questões de segurança, se houver alguma, associada
ao seu uso. É de responsabilidade do usuário desta norma estabelecer prática adequada de segurança e
determinar a aplicabilidade de limitações regulamentares antes da sua utilização.

B-2 Terminologia

B-2.1 Definições de termos específicos utilizados neste Anexo:

B-2.1.1 golpe do martelo: ação da queda do martelo de uma altura padrão de 75 cm e impactando na cabeça de
bater.

B-2.1.2 impacto: contato instantâneo entre o martelo e a cabeça de bater; cada golpe do martelo corresponde
uma sucessão de impactos.

B-2.1.3 impedância (das hastes): propriedade da haste de perfuração igual ao seu módulo de elasticidade
multiplicado pela área da seção transversal e dividido pela velocidade de propagação das ondas de tensão
causadas pelo impacto do martelo.

B-2.1.4 acelerômetro: sensor que mede os valores de aceleração das partículas de uma seção de haste devido à
propagação de uma onda de tensão causada pelo golpe do martelo.

B-2.1.5 transdutor de força: é um dispositivo elétrico destinado a medir forças normais na haste, devido à
propagação de uma onda de tensão causada pelo golpe do martelo.

B-2.1.6 haste instrumentada: segmento de haste com no mínimo 300 mm de comprimento preferencialmente
com a mesma impedância da haste a ser utilizada no equipamento a ser calibrado..

B-2.1.7 conjunto de medições: conjunto de dados de medições de energia para todos os golpes correspondentes
a uma determinada profundidade.

B-2.2 Símbolos:

EFV = quantidade de energia transmitida à composição de hastes de perfuração devido a um golpe do


martelo, durante todo o evento desse golpe (ver 6.15).

EP = energia potencial teórica do martelo posicionado em uma altura especifica acima da superfície de
impacto.

EP* = Energia potencial corrigida, considerando a penetração do amostrador


 = (EFV / EP) = razão entre a quantidade de energia transmitida ao topo da composição de hastes de
perfuração e a quantidade de energia potencial teórica.

L = distância entre posição dos transdutores na haste instrumentada e a extremidade inferior do amostrador.

c = velocidade teórica da onda de tensão no aço (5100 m/s).

A = área da seção transversal da haste.

E = módulo de elasticidade do aço da haste.

2L/c = é o intervalo de tempo necessário para a onda de tensão, que se desloca desde a seção instrumentada
com uma velocidade c, atingir a extremidade inferior do amostrador e retorne para a seção de medições.

v(t) = velocidade das partículas na seção instrumentada da haste, determinada pela integração da aceleração
das partículas em função do tempo.

F(t) =força normal na seção instrumentada.

Z = impedância das hastes.

B-3 SIGNIFICADO E USO

B-3.1 O valor de N depende não só das propriedades do solo, mas também da eficiência do equipamento utilizado
no ensaio SPT. A determinação da energia transferida permite avaliar variações do valor de N resultante de
diferenças nos equipamentos e nos modos de operação.

B-3.2 Existe uma relação linear aproximada entre a penetração incremental de um amostrador no solo e a
quantidade de energia do martelo que é transferida para a composição de hastes de perfuração e, portanto, uma
relação inversa aproximada entre o valor de N e essa energia transferida.

B-4 Equipamentos utilizados

B-4.1 Dispositivo para efetuar medições Uma haste instrumentada, conforme definido em 2.1.6, utilizada para
medir acelerações e forças normais, causadas pela propagação de uma onda de tensão causada pelo golpe do
martelo. A haste instrumentada deve ter uma impedância igual a das hastes de perfuração e a sua resistência
deve ser tal que os golpes de martelo não causem deformações permanentes. Caso necessário, a haste
instrumentada deve ser tratada termicamente para atingir tal resistência. Na haste instrumentada são instalados
um transdutor de força e um par de acelerômetros, em posições diametralmente opostas.

A seção onde são instalados os dispositivos de medição deve estar localizada a uma distância igual ou superior a
três diâmetros das extremidades. Os dispositivos de medição devem estar devidamente impermeabilizados e
mecanicamente protegidos. A haste instrumentada deve ser instalada no topo da composição de hastes de
perfuração, logo abaixo da cabeça de bater. Assim, a energia devido ao impacto do martelo é transmitida através
da cabeça de bater e da haste instrumentada à composição de hastes de perfuração. Tanto o transdutor de força
como os acelerômetros devem receber uma proteção impermeabilizante.

B-4.2 Transdutor de força: As forças normais atuantes nas hastes de perfuração devem ser medidas por um
transdutor de força, montado na haste instrumentada. Esse transdutor deve ser constituído de pares de
extensômetros elétricos fixados diametralmente opostos na superfície da haste, formando um circuito de ponte
completa. Não devem ser usados transdutores de força ou células de carga, que causem alterações substanciais
na impedância das próprias hastes. O sinais de força são obtidos multiplicando-se os sinais de deformação pelo
módulo de elasticidade do aço (210000 Mpa) e pela área da seção transversal da haste.

B-4.3 Dispositivo para medir acelerações: Acelerações devem ser medidas com um conjunto de dois
acelerômetros, fixados diametralmente opostos na haste instrumentada, a uma distância máxima de 100 mm da
seção onde são medidas as forças. As direções dos eixos dos acelerômetros devem coincidir com o eixo da haste
instrumentada. Os acelerômetros são fixados com o auxílio de pequenos suportes metálicos rígidos, com formato
aproximadamente cúbico, que podem ser colados, parafusados ou soldados à haste instrumentada. Os suportes
devem apresentar uma geometria tal que não gerem vibrações adicionais ao sistema. Não devem ser usados
suportes plásticos ou suportes salientes que possam estar sujeitos à flexão durante o impacto. Acelerômetros
devem apresentar resposta linear de pelo menos 10000 g e resposta de frequência utilizável de pelo menos 4.5
kHz. Os sinais de aceleração devem ser integrados em relação ao tempo para se obter sinais de velocidade em
função do tempo.

B-4.4 Sistema de aquisição e digitalização de dados: Os sinais de força e aceleração gerados pelo impacto do
martelo devem ser transmitidos a um sistema de aquisição de dados, que funcionando acoplado a um
computador ou a um sistema dedicado, permita a gravação, processamento e exibição desses dados. O dispositivo
deve ser capaz de proporcionar condicionamento de sinal e fornecer energia de excitação para todos os
transdutores.

Os dados devem ser digitalizados com uma resolução mínima de 12 bits. Os sinais dos transdutores individuais
para cada golpe devem ser permanentemente armazenados em formato digital, devendo cada sinal registrado
corresponder a um tempo total após o impacto suficiente para assegurar que todo o movimento da haste tenha
cessado no final do registro.
B-4.5 Conversor analógico/digital: Os dados devem ser analisados com o auxílio de planilhas eletrônicas ou
programas específicos. O computador deve ter memória suficiente para analisar simultaneamente todos os dados
correspondentes a um golpe de martelo.

B-5 Calibração

B-5.1 Dipositivo para medição de força normal: A haste instrumentada deve ser calibrada, tanto para força como
para deformação, com uma acurácia de 2 %. Durante a calibração, a mesma deve ser carregada com pelo menos
50% acima da força prevista durante os ensaios. A dupla calibração permite calcular a área efetiva da seção
transversal da haste (Ac), através da expressão Ac = F/E, onde F é a força medida aplicada, E é o módulo de
elasticidade do aço (210 000 Mpa) e  é a deformação medida correspondente à força F aplicada. Se as áreas da
seção transversal, medida e calculada diferirem em mais de 5 %, a haste deve ser recalibrada.

B-5.2 Acelerômetro Os acelerômetros devem ser calibrados com uma acurácia de ±3 %, utilizando uma Barra de
Hopkinson, com um impacto aço-aço de pelo menos 2000 g. A Barra de Hopkinson deve ser de aço, com pelo
menos 10 m de comprimento e sem juntas ou soldas. A barra impactante também deve ser de aço, com mesma
seção transversal da Barra de Hopkinson e comprimento entre 3 m e 6 m. Como as velocidades determinadas
através da integração dos sinais de aceleração são teoricamente proporcionais às deformações medidas na Barra
de Hopkinson, pode-se então verificar o fator de calibração do acelerômetro.

B-5.3 Frequência de Calibração Calibrar os transdutores de força e os acelerômetros em períodos de tempo


regulares ou da frequência de utilização, conforme exigido pelo plano de controle de qualidade da empresa,
projeto ou como recomendado pelo fabricante.

B-6 Procedimento

B-6.1 Antes de iniciar medições de energia, observar uma sequência de golpes no ensaio em andamento, para
verificar a existência de alguma anormalidade. Uma sequência preliminar de golpes tem por objetivo preparar o
equipamento e os operadores para as condições normais de funcionamento.
B-6.2 Registrar informações, incluindo o tipo de equipamento usado para perfuração, tipo de martelo, condição
da corda e disposição da roldana do topo do tripé. Para martelos de segurança, registrar o comprimento da haste-
guia, indicando se a mesma é sólida ou oca. Para martelos automáticos, anotar o sistema de levantamento, altura
de queda e a frequência de golpes. Observar as condições de funcionamento do martelo, tais como oxidação,
verticalidade, ou deficiência na lubrificação. Registrar as dimensões da composição de hastes de perfuração,
incluindo diâmetros internos e externos, comprimentos de cada haste individual e o tipo de luva utilizado. Não é
permitida a combinação de hastes com seções transversais variadas (por exemplo, AW com NW).

B-6.3 Como parte da energia é consumida pela rotação e atrito das roldanas, é importante observar as suas
condições de funcionamento. Como a falta de verticalidade pode afetar o sistema de queda do martelo, a
composição de hastes deve ser alinhada o mais verticalmente possível.

B-6.4 Registar informações do ensaio, incluindo o nome do projeto, o nome e a localização da sondagem, os
nomes dos operadores, as elevações de referência, a profundidade do amostrador, e qualquer outra informação
descritiva considerada útil. Registrar quaisquer condições ou requisitos incomuns que possam afetar os resultados
do teste.

B-6.5 Registrar as características da haste instrumentada e das hastes de perfuração, incluindo diâmetros, massa
por comprimento linear , áreas das seções transversais, distância entre os transdutores e a extremidade inferior
do amostrador.

B-6.6 Verificar se os cabos estão devidamente conectados aos sensores.

B-6.7 Instalar a haste instrumentada no topo da composição de hastes de perfuração. Todas as hastes da
composição, incluindo a haste instrumentada, devem ser de aço, possuir o mesmo diâmetro e mesma área
nominal. As luvas devem estar devidamente apertadas.

B-6.8 Conectar os cabos ao sistema de aquisição de dados. Com o programa utilizado para a aquisição dos dados,
verificar se todos os sensores estão respondendo e funcionando corretamente. Seguir os procedimentos
recomendados pelos fabricantes.

B-6.9 Acionar o martelo e gravar os dados utilizando o sistema de aquisição de dados.

B-6.10 Verificar a qualidade das medições através do exame dos gráficos dos sinais.

B-6.11 Quando as hastes de perfuração e a haste instrumentada têm áreas idênticas, os sinais de força e os sinais
de velocidade multiplicados pela impedância devem ser aproximadamente iguais durante o intervalo de tempo
que vai do instante logo após o primeiro impacto até o instante igual a 2L/c.

B-6.12 Os sinais de velocidade e de força, correspondentes a sucessivos golpes devem ser geralmente similares.

B-6.13 Ao final do evento do golpe, os sinais de velocidade e de forças devem ser aproximadamente nulos.

B-6.14 Se o sinal de força se tornar temporariamente menor que o produto do sinal de velocidade multiplicado
pela impedância das hastes, antes do instante 2L/c, as conexões não estão devidamente apertadas. Conexões
frouxas reduzem a transferência de energia. Caso isso seja observado, os operadores devem ser instruídos para
reapertar todas as luvas.

B-6.15 Se os dados coletados são de boa qualidade, os sinais de aceleração correspondentes a um dos
acelerômetros devem ser similares aos sinais correspondentes ao outro acelerômetro. Este é o melhor método
para se avaliar a qualidade e a confiabilidade dos sinais obtidos.

B-6.16 Realizar medições, com dados de boa qualidade, em pelo menos três profundidades do terreno, utilizando
o equipamento SPT da forma mais rotineiramente possível. Para cada profundidade é recomendável realizar
medições para todos os golpes do martelo e considerar a média das quantidades de energia medidas,
desconsiderando-se os golpes aplicados durante o primeiro intervalo de 15 cm. Registrar o número de golpes (N)
e profundidade de penetração do amostrador para cada profundidade do furo de sondagem.

B-6.17 Calcular a quantidade de energia (EFV) transferida à composição de hastes através da seguinte expressão:
t2
EFV   F (t )v(t ) dt
t1

onde t1 é o instante quando se inicia o evento do golpe e t2 o primeiro instante quando as velocidades se
tornam aproximadamente nulas, ou seja, o instante de máxima transmissão de energia para a haste. A
integração deverá ser feita até o final do evento do golpe, ou seja incluindo todos os impactos, tomando
como EFV o valor máximo da energia transferida. Pequenos desvios no tempo entre a força e a velocidade
devem ser eliminados através do deslocamento de um sinal em relação ao outro para levar em conta
pequenos desvios de fase até um máximo de 0,1 milissegundos. Deslocamentos de tempo maiores indicam
deficiências no sistema de medição que devem ser corrigidas. A linha de base dos sinais de aceleração deve
ser determinada de tal modo que as velocidades no final do evento sejam aproximadamente nulas. Com a
energia calculada, determina-se a eficiência () ou Razão de Transferência de Energia (RTE) do equipamento,
através da expressão:

  EFV /EP *

B-7 Intervalo de calibração do sistema SPT


Calibrar cada sistema uma vez por ano, ou em intervalos menores conforme especificado pelo programa de
controle de qualidade do proprietário e/ou do cliente final.

B-8 Relatório

Todos os relatórios de medição de energia devem incluir as seguintes informações, se aplicáveis:

B-8.1 O nome da empresa e da pessoa responsável pelas sondagens.

B-8.2 O nome da empresa e da pessoa responsável pelas determinações de energia.

B-8.3 Identificação do projeto e do furo de sondagem, data e hora de execução.

B-8.4 Especificações do martelo, das hastes, da cabeça de bater e do amostrador, incluindo dimensões e massas.
Indicar a existência de hastes curtas e as suas posições.

B-8.5 No caso de martelos automáticos, descrever o sistema de queda, frequência real de golpes, altura de queda
e condições de lubrificação. Informar também a frequência de operação recomendada pelo fabricante.

B-8.6 Tipo e diâmetro das hastes de perfuração.

B-8.7 Quaisquer condições incomuns de operação do martelo que possam afetar o seu desempenho, ou
quaisquer alterações nas condições operacionais, por exemplo, verticalidade das hastes, oxidações ou lubrificação
entre ensaios.

B-8.8 Diâmetro e comprimento da haste instrumentada e as características dos acelerômetros e transdutores de


força ou célula de carga.

B-8.9 Informações sobre as mais recentes calibrações dos transdutores de deformação, células de carga e
acelerômetros.
B-8.10 Para cada conjunto de medições, a profundidade do furo de sondagem, o valor da penetração do
amostrador para cada golpe onde elas são realizadas, a profundidade de penetração do amostrador em relação a
uma elevação de referência, a distância total entre a seção instrumentada e a base do amostrador e a distância
entre a superfície de impacto do martelo e seção instrumentada.

B-8.11 Um registro de todos os resultados de medição de energia para cada conjunto de dados, com a sua média
e desvio padrão.

B-8.12 O gráfico representando a força e velocidade normalizada (v Z) em função do tempo para um golpe típico
de cada conjunto de dados.

B-8.13 A resistência à penetração, ou o valor de N, para cada conjunto de dados.

Anexo C – (informativo)
Procedimento opcional de execução de sondagens de simples reconhecimento de solos com medida de torque:
SPT-T

Este item prescreve o procedimento opcional de execução de sondagens de simples reconhecimento de solos
com medida de torque: SPT-T , cujas finalidades, para aplicações em Engenharia Civil são:
a) o Torque Máximo (Tmax ), em kgf.m ou N.m, necessário para vencer o atrito lateral amostrador-solo. Essa
medida é obtida durante a rotação ininterrupta do torquímetro.
b) o Torque Residual (Tres), em kgf.m ou N.m, medido após o rompimento do atrito lateral entre solo e
amostrador. Essa medida é obtida durante a rotação ininterrupta do torquímetro, quando o torque
permanecer constante.
NOTA. Os valores de torque apresentados no relatório são sempre referidos a uma penetração total do
amostrador de 45cm. Caso essa penetração seja diferente de 45cm, o valor do torque medido deve ser anotado
para interpretação posterior pelo contratante.

C.1 O Ensaio SPT-T consiste na perfuração e cravação dinâmica de amostrador padrão, a cada metro, resultando
na determinação do tipo de solo, do índice de resistência e nas medidas do torque máximo. Quando formalmente
solicitado pelo contratante, anota-se, também, o torque residual.

C.2 Para a execução desse ensaio, além dos os equipamentos já descritos nos itens 5.1 (método manual) e 6.1
(método mecanizado), devem não colocar requisitos em anexo informativo utilizados:
a) na cabeça de bater (item 5.1.2.8), deve haver um chanfro central em forma hexagonal para acoplar o
adaptador do torquímetro, sem a retirada da cabeça-de-bater;
b) torquímetro eletrônico ou mecânico;
c) adaptador para encaixe do torquímetro;
d) disco-centralizador;

C.3 Descrição sumária dos equipamentos


C.3.1 Amostrador Padrão: idem itens 5.1.2.7 e 6.1.2.7. O corpo devendo ser perfeitamente retilíneo, isento de
amassamentos, ondulações, denteamentos, estriamentos, rebordos ou qualquer deformação que altere a seção e
rugosidade superficial.
C.3.2 Cabeça de bater: iem item 5.1.2.8. Também deve conter uma cavidade no furo central para possibilitar o
encaixe e travamento do adaptador, sem a retirada da cabeça de bater, uma vez que esse procedimento poderá
acarretar uma rotação no conjunto haste-amostrador, alterando assim o valor do torque.
C.3.3 Torquímetro. O torquímetro poderá ser elétrico ou mecânico, nesse caso preferencialmente com ponteira
de arraste. Especial atenção deve ser dada às capacidades máxima e mínima do torquímetro. Esse fato é
importante pois o torquímetro é danificado se sua capacidade for ultrapassada e a medida não é confiável se o
mesmo trabalhar abaixo de sua capacidade mínima. (A Tabela 4 é informativa para auxiliar na escolha da
capacidade do torquímetro).
NOTA 5: O torquímetro deve ser aferido periodicamente, ou sempre que sofra algum impacto ou exceda à
capacidade máxima durante o ensaio.

C.4 Procedimento
C.4.1 Antes da cravação do amostrador, deve ser estimada a altura final do conjunto haste-amostrador em
relação ao sondador que efetuará a medida do torque, uma vez que, depois de cravado o amostrador para
determinação do SPT, a cabeça de bater deverá estar na altura do peito do operador para facilitar a rotação com
o do torquímetro na horizontal e a leitura do torque.
C.4.2 A amostragem e SPT devem ser executados segundo os itens 5.2.3 e 6.2.3.
C.4.3 Terminada a operação para obtenção de N, instala-se o adaptador para encaixe do torquímetro, o qual deve
ser girado sem interrupções e sem solavancos para obtenção da leitura do torque máximo, prosseguindo-se com
a rotação até a estabilização da leitura que fornecerá o torque residual (mínimo).

C.5 Expresão dos resultados


C.5.1 Folha de campo: além dos resultados preconizados pelo item 7.1, devem ser anotadas nas folhas de campo
os valores de torque máximo e residual.
C.5.2 Relatório definitivo: Os valores obtidos nos ensaios devem ser anotados no relatório definitivo.
Interpretações dos resultados deverão ser feitas por profissionais especializados e serão de responsablidade do
contratante.

Tabela 4 - Informativo para auxiliar no controle da capacidade dos torquímetros


Variação de N (SPT) Capacidade máxima do torquímetro
0 - 10 270 N.m
11 – 20 480 N.m
>20 800 N.m

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