Você está na página 1de 36

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE
ALIMENTOS

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

27
CURSO DE
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE
ALIMENTOS

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

28
MÓDULO II

3 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO QUÍMICO

Um laboratório é um local que exige muita atenção, cuidado e tranquilidade


para trabalhar, pois aparentemente não demonstra risco algum, principalmente para
as pessoas que já trabalham a um bom tempo no laboratório. Os perigos e riscos
continuam presentes não podemos nos esquecer deles, por isso, é necessário
conhecer alguns procedimentos. Quando falamos em segurança nos referimos à
segurança da pessoa, ou seja, manter o local adequado para o bom andamento do
trabalho. Para isso, a vestimenta deve estar de acordo com as exigências do local.
Segurança também envolve atos seguros, isto é, a pessoa tem que saber como se
comportar.

3.1 NORMAS PARA O TRABALHO EXPERIMENTAL

Trabalhar em um laboratório que realiza análises físico-químicas exige uma


série de cuidados. A pessoa que irá fazer as análises precisa saber exatamente o
que está fazendo e como realizar seu trabalho da maneira mais segura e adequada
para evitar acidentes. A seguir estão relacionados alguns itens importantes para o
bom desempenho de um trabalho em laboratório. Mas o mais importante é sempre
usar o bom senso e na dúvida não faça, pergunte para uma pessoa que possa te
ajudar. Em relação a como se comportar para trabalhar no laboratório:

 Esteja sempre acompanhado, para realizar qualquer tarefa, nunca faça


sozinho;
 Siga rigorosamente as instruções de trabalho;

AN02FREV001/REV 4.0

29
 Uma brincadeira às vezes é irresistível, mas resista, trabalhe com seriedade;
 Antes de manusear um reagente verifique se é perigoso;
 Se estiver com fome ou sede, saia do laboratório para comer ou beber. Se já
estiver comendo, termine de comer e depois entre no laboratório. Onde há
reagentes químicos não deve ter alimento;
 Fumar no laboratório É PROIBIDO;
 Antes de entrar no laboratório coloque bolsa, agasalho ou qualquer outro
objeto em local apropriado, pois nas bancadas deve estar apenas o material
que será utilizado para realizar a análise;
 Saiba onde está o chuveiro de emergência, lava olhos e extintores e também
como utilizá-los;
 Para testar um reagente químico utilize testes químicos, jamais experimente
ou toque;
 Para operar um equipamento é preciso ter passado por um treinamento ou ter
lido atentamente as instruções de uso;
 No final do trabalho, tire os plugues dos equipamentos da tomada, verifique
se o registro de gás está fechado, lave as mãos e apague as luzes.

Em relação ao que usar para trabalhar no laboratório:

 Sempre esteja de calça comprida;


 Sempre use calçado fechado;
 Sempre coloque um jaleco por cima da roupa;
 Se tiver cabelo comprido, mantenha preso por completo;
 Retire qualquer adorno, brinco, colar, pulseira, anéis, aliança, outros;
 Use óculos de proteção;
 Use luvas de proteção apropriadas. Existem vários tipos: para manusear
reagente, realizar uma análise ou manusear objetos que foram aquecidos;
 Recomenda-se que não use lente de contato.

Em relação a como agir para trabalhar no laboratório:

AN02FREV001/REV 4.0

30
 Ao manipular solventes inflamáveis esteja longe de chamas e de locais onde
há incidência de sol. Se for preciso aquecer não use chama direta;
 Todas as análises que envolvam liberação de vapores dos reagentes devem
ser realizadas em local apropriado, onde tenha um sistema de exaustão
adequada. Este local é chamado de capela;
 Sempre use o pipetador para pipetar qualquer substância, mesmo que ela
não ofereça riscos;
 Para realizar um descarte de reagente é preciso verificar qual é o
procedimento correto a ser seguido;
 Antes de utilizar qualquer material verifique se o mesmo está em condições
de uso, limpo adequadamente e sem avarias;
 Utilize as vidrarias e utensílios de acordo com sua função;
 Se algum recipiente de vidro quebrar, esse deve ser jogado em um local
destinado para vidro quebrado que não será o lixo comum;
 Se algum produto químico entrar em contato com os olhos, boca ou pele,
imediatamente lave abundantemente com água e depois procure o tratamento
adequado;
 Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente ou
coloque um aviso;
 Após utilizar uma chapa de aquecimento deixe um aviso indicando que está
quente;
 Mantenha o frasco de reagente sempre fechado após o uso. Alguns
reagentes podem sofrer modificações se ficar muito tempo em contato com o
ar do ambiente;
 Para utilizar um reagente, coloque a quantidade que será utilizada em um
recipiente e se sobrar não volte para o frasco do reagente;
 Jamais utilize a mesma pipeta para pipetar diferentes reagentes sem ter
realizado um enxágue antes;
 Se o interior da vidraria estiver molhado (água), ele deve ser seco ou você
pode utilizar um pouco do reagente para ambientar e depois utilizar;
 Vidraria volumétrica não deve ser seca em estufa com temperaturas
elevadas;

AN02FREV001/REV 4.0

31
 Ao preparar uma solução com ácido proceda de seguinte maneira:
COLOQUE ÁGUA NO RECIPIENTE E DEPOIS ADICIONE O ÁCIDO.

3.2 DESCARTE DE RESÍDUOS

Segundo a legislação, a Resolução RDC no 306 de 7 de dezembro de 2044,


dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde. Neste regulamento o grupo B engloba substâncias químicas que
devem ser identificadas por meio do símbolo de risco associado, de acordo com a
NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substâncias químicas e frases de risco.
Segundo esta Resolução, as características de risco das substâncias químicas são
classificadas de acordo com a Ficha de Informações de Segurança de Produtos
Químicos – FISQ, conforme NBR 14725 da ABNT e Decreto/PR 2657/98. Esta
Resolução também prevê que resíduos químicos que apresentem risco à saúde ou
ao meio ambiente, quando não forem submetidos a processos de reutilização,
recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição final
específicos.
Outra consideração importante, neste Regulamento, é a forma de
acondicionamento dos resíduos, eles devem ser acondicionados levando em
consideração as exigências de compatibilidade química entre os resíduos e com o
material da embalagem para evitar qualquer tipo de reação química. Na Tabela 1
estão relacionados compostos que são incompatíveis com algumas substâncias
químicas.

TABELA 1 - INCOMPATIBILIDADE DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS


Substância Compostos incompatíveis.
Acetileno Cloro, bromo, flúor, cobre, prata, mercúrio.

Ácido Acético Ácido crômico, ácido perclórico, peróxidos,


permanganatos, ácido nítrico, etilenoglicol.

Acetona Misturas de ácidos sulfúrico e nítrico concentrados,

AN02FREV001/REV 4.0

32
peróxido de hidrogênio.

Ácido crômico Ácido acético, naftaleno, cânfora, glicerol, turpentine,


álcool, outros líquidos inflamáveis.

Ácido hidrociânico Ácido nítrico, álcalis.

Ácido fluorídrico, Amônia (aquosa ou anidra).


fluoreto hidrogênio

Ácido nítrico Ácido cianídrico, anilinas, óxidos de cromo VI, sulfeto de


concentrado hidrogênio, líquidos e gases combustíveis, ácido acético,
ácido crômico.

Ácido Oxálico Prata e mercúrio.

Ácido Perclórico Anidrido acético, álcoois, bismuto e suas ligas, papel,


madeira.

Ácido Sulfúrico Cloratos, percloratos, permanganatos e água.

Alquil alumínio Água.

Amônia anidra Mercúrio, cloro, hipoclorito de cálcio, iodo, bromo, ácido


fluorídrico.

Anidrido acético Compostos contendo hidroxil tais como etilenoglicol, ácido


perclórico.

Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio.

Azida sódica Chumbo, cobre e outros metais.

Bromo e Cloro Benzeno, hidróxido de amônio, benzina de petróleo,


hidrogênio, acetileno, etano, propano, butadienos, pós-
metálicos.

Carvão ativo Dicromatos, permanganatos, ácido nítrico, ácido sulfúrico,


hipoclorito de sódio.

Cloro Amônia, acetileno, butadieno, butano, outros gases de


petróleo, hidrogênio, carbeto de sódio, turpentine,
benzeno, metais finamente divididos, benzinas e outras
frações do petróleo.

Cianetos Ácidos e álcalis.

AN02FREV001/REV 4.0

33
Cloratos, Sais de amônio, ácidos, metais em pó, matérias orgânicas
percloratos, clorato particuladas, combustíveis.
de potássio

Cobre metálico Acetileno, peróxido de hidrogênio, azidas.

Dióxido de cloro Amônia, metano, fósforo, sulfeto de hidrogênio.

Flúor Isolado de tudo.

Fósforo Enxofre, compostos oxigenados, cloratos, percloratos,


nitratos, permanganatos.

Halogênios Amoníaco, acetileno e hidrocarbonetos.

Hidrazida Peróxido de hidrogênio, ácido nítrico e outros oxidantes.

Hidrocarbonetos Ácido crômico, flúor, cloro, bromo, peróxidos.


(butano, propano)

Iodo Acetileno, hidróxido de amônio, hidrogênio.

Líquido inflamável Ácido nítrico, nitrato de amônio, óxido de cromo VI,


peróxidos, flúor, cloro, bromo, hidrogênio.

Mercúrio Acetileno, ácido fulmínico, amônia.

Metais alcalinos Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, outros


hidrocarbonetos clorados.

Nitrato de amônio Ácidos, pós-metálicos, líquidos inflamáveis, cloretos,


enxofre, compostos orgânicos em pó.

Nitrato de sódio Nitrato de amônio e outros sais de amônio.

Óxido de cálcio Água.

Óxido de Cromo VI Ácido acético, glicerina, benzina de petróleo, líquidos


inflamáveis, naftaleno.

Oxigênio Óleos, graxas, hidrogênio, líquidos, sólidos e gases


inflamáveis.

Perclorato de Ácidos.
potássio

Permanganato de Glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico.

AN02FREV001/REV 4.0

34
potássio

Peróxido de Cobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas, substâncias


Hidrogênio combustíveis.

Peróxido de sódio Ácido acético, anidrido acético, benzaldeído, etanol,


metanol, etilenoglicol, acetatos de metila e etila, furfural.

Prata e sais de Acetileno, ácido tartárico, ácido oxálico, compostos de


prata amônio.

Sódio Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, outros


hidrocarbonetos clorados.

Sulfeto de Ácido nítrico fumegante, gases oxidantes.


hidrogênio
FONTE: Manual de Biossegurança. Mario Hiroyuki Hirata; Jorge Mancini Filho.

De acordo com a norma da ABNT NBR 10004:2004 é possível verificar qual


é a classificação dos resíduos químicos. Nesta norma os resíduos são classificados
como: resíduo classe I (Perigosos); resíduo classe II (Não perigosos); resíduo classe
II A (Não inertes) e resíduo classe II B (Inertes).
Nas tabelas 2, 3 e 4 estão relacionadas quais embalagens podem ser
usadas para o descarte de resíduos; em qual embalagem cada tipo de resíduo deve
ser acondicionado; e como deve ser realizado o tratamento de alguns resíduos
químicos. Esta classificação foi elaborada pela Unidade de Gestão de Resíduos
UGR/CEMA/UFSCAR no trabalho sob o título “Normas de Procedimentos para
Segregação, Identificação, Acondicionamento e Coleta de Resíduos Químicos”.

AN02FREV001/REV 4.0

35
TABELA 2 - CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE COLETOR E SUA RESPECTIVA
EMBALAGEM E RECIPIENTE
Tipo de Embalagens e recipientes
coletor
A Recipiente de vidro de 1 ou 4 L
B Recipiente de plástico (bombonas) de 5 ou 10 L
C Recipiente de plástico (bombonas) de 10 a 20 L, com cinta de
vedação ou rosca.
D Recipiente resistente a rompimento, de preferência de plástico e
fechado firmemente.
E Recipiente resistente a rompimento com alta vedação e indicação
clara de seu conteúdo.
F Recipiente de vidro com alta vedação, evitando a emanação de
vapores para o ambiente.
G Resíduos de sais metálicos regeneráveis, cada metal deve ser
recolhido separadamente. Utilizar recipiente de vidro com alta
vedação.
H Recipiente plástico resistente a rompimento.
I Material radioativo. Utilizar recipiente adequado de acordo com a
emissão das partículas alfa, beta ou gama, seguir corretamente a
legislação do IPEN e normas do CNEN.
FONTE: INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades - SI. 8ª ed.(revisada), 2007.

AN02FREV001/REV 4.0

36
TABELA 3 - COMPATIBILIDADE DAS SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS NOS
DIFERENTES TIPOS DE RECIPIENTES
Especificações – substâncias orgânicas Tipo de recipiente
coletor
Solvente orgânico isento de halogênios. A/B
Solvente orgânico contendo halogênio. A/B
Reagente orgânico relativamente inerte do ponto de vista A/B
químico.
Reagente orgânico relativamente inerte do ponto de vista A/B
químico, se contiver halogênio.
Reagente orgânico relativamente inerte do ponto de vista C
químico, se contiver resíduo sólido.
Resíduo sólido de produtos orgânicos. C
Soluções aquosas de ácidos orgânicos. A/B
Bases orgânicas e aminas na forma associada (para evitar G
odores, neutralizar cuidadosamente com ácido diluído).
Nitrilos e mercaptanas. A/B
Nitrilos e mercaptanas – fase aquosa e orgânica (eliminar o F
excesso de oxidantes com tiossulfato de sódio.
Aldeído hidrossolúvel e derivados. A/B
Compostos organometálicos – fase aquosa. A
Compostos organometálicos – fase orgânica. A/D
Produtos carcinogênicos e compostos combustíveis F
classificados como muito tóxicos ou tóxicos.
Peróxidos orgânicos identificáveis em soluções aquosas A/B
(dissolvidos e desativados com reagentes específicos) –
resíduos orgânicos.
Peróxidos orgânicos identificáveis em soluções aquosas D
(dissolvidos e desativados com reagentes específicos) –
solução aquosa.
Halogênio de ácido. B
Compostos combustíveis tóxicos. F
FONTE: INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades - SI. 8ª ed.(revisada), 2007.

AN02FREV001/REV 4.0

37
TABELA 4 - COMPATIBILIDADE DAS SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS NOS
DIFERENTES TIPOS DE RECIPIENTES
Especificações – substâncias inorgânicas Tipo de
recipiente coletor
Ácidos inorgânicos. A/B
Bases inorgânicas. A/B
Sais inorgânicos. C
Solução contendo sais inorgânicos. A/B
Solução e sólido que contém metais pesados (sais de tálio e D
suas soluções devem ter cuidados especiais).
Compostos inorgânicos de selênio – fase aquosa. E
Berílio e seus sais (carcinogênico). D
Compostos de urânio e tório (respeitar a legislação em vigor I
do IPEN e CNEN).
Resíduo inorgânico de mercúrio. F
Cianetos. E
Peróxido inorgânico oxidante como o bromo e iodo. D
Ácido fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos – H
fase sólida.
Ácido fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos – D
fase líquida.
Resíduos de halogênios inorgânicos líquidos e reativos, E
sensíveis à hidrólise.
Fósforo e seus compostos (são facilmente inflamáveis, H
desativa-se em atmosfera de gás protetor) – fase sólida.
Metais alcalinos e amidos de metais alcalinos. A/B
Resíduo inorgânico tóxico, por exemplo, sais de metais A/B
pesados e suas soluções.
Resíduos que contêm metais preciosos - sólidos. C
Resíduos que contêm metais preciosos - solução. D
Alquinos de alumínio (sensíveis à hidrólise). F
FONTE: INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades - SI. 8ª ed.(revisada), 2007.

AN02FREV001/REV 4.0

38
Em cada análise química pode ser utilizada uma variedade de compostos,
desta forma, a quantidade de tipos de resíduos gerados também será grande. Por
isso, para realizar o tratamento de resíduos químicos, eles são divididos em
diferentes classes conforme suas características. Por exemplo:

Resíduos ácidos:

 Se proveniente de soluções concentradas - diluir até obtenção de solução


com 50% de H2O e ajustar o pH entre 6 e 8.
 Se proveniente de soluções diluídas - Ajustar o pH.
 Se proveniente de sólidos ou pastas - Misturar com o mesmo volume de
água. Ajustar o pH entre 6 e 8.

Resíduos básicos:

 Se proveniente de soluções concentradas - Diluir até obtenção de solução


com 50% de H2O. Ajustar o pH entre 6 e 8.
 Se proveniente de soluções diluídas - Ajustar o pH.
 Se proveniente de sólidas ou pastas - Misturar com o mesmo volume de água
e ajustar o pH.

Soluções residuais contendo metais pesados:

 Sais de chumbo
 Adicionar, sob agitação, solução 0,1% de metasilicato de sódio (Na2SiO3) na
solução contendo sais de chumbo.
 Ajustar o pH em torno de 7,0 com ácido sulfúrico (H2SO4) 2 mol L-1
 Deixar a solução em repouso por uma noite.
 Filtrar ou evaporar em capela e coletar o material sólido, testando o
sobrenadante.

AN02FREV001/REV 4.0

39
 Sais de cádmio
 Adicionar, sob agitação, solução 0,1% de metassilicato de sódio na solução
contendo sais de cádmio.
 Ajustar o pH em torno de 7,0 com ácido sulfúrico (H2SO4) 2 mol L-1.
 Aquecer a 80 ºC por 15 minutos.
 Deixar a solução em repouso por uma noite.
 Filtrar ou evaporar em capela e coletar o material sólido, testando o
sobrenadante.

 Sais de bário
 Adicionar, sob agitação, solução 10% (m/v) de sulfato de sódio.
 Verificar a formação de precipitado e se foi quantitativa.
 Filtrar o sobrenadante. Para descartar o sobrenadante diluir em 50 vezes ou
evaporar em capela.

 Mercúrio - sais solúveis


 Ajustar o pH para 10 com solução de hidróxido de sódio (NaOH) 10%
 Adicionar solução de sulfeto de sódio 20%, sob agitação, até não observar
precipitação.
 Filtrar e acondicionar o precipitado em depósito adequado.

 Sais de arsênio
 Adicionar solução de ácido clorídrico (HCl) na solução contendo arsênio .
 Aquecer até ebulição.
 Adicionar solução 1% de tioacetamida, sob agitação e ebulição por 20
minutos.
 Neutralizar com solução de NaOH.
 Filtrar o precipitado e para sobrenadante descartar. Diluir em 50 vezes.

AN02FREV001/REV 4.0

40
 Sais de crômio
 O Cr(OH)6 é solúvel e o Cr(OH)3 é insolúvel, portanto, o Cr+6 deve ser
reduzido a Cr+3 com tiossulfato de sódio (Na2S2O3) ou sulfato ferroso/sulfeto
de sódio, conforme tratamento A e B:

Tratamento A. Tiosulfato de sódio (Na2S2O3)

 Para pH menor que 3 adicionar Na2S2O3, sob agitação, solução de H2SO4 3


mol L-1 e deixar reagir por algum tempo.
 Para pH maior que 9,5 adicionar hidróxido de sódio (NaOH) ou hidróxido de
sódio (Ca(OH)2).
 Manter em repouso por uma semana e realizar a decantação.
 Neutralizar o líquido sobrenadante e descartar o sólido em depósito
adequado.

Tratamento B. Sulfato ferroso e sulfeto de sódio

 Para pH entre 7,5 a 8,5 adicionar sulfato ferroso e sulfeto de sódio, sob
agitação, e deixar reagir por um período.
 Ajustar o pH para 9,5 com NaOH.
 Deixar em repouso por uma noite.
 Neutralizar o líquido sobrenadante e descartar o sólido em depósito
adequado.

 Sais de níquel
 Precipitar com hidróxido na faixa de pH de 7 - 8.
 Testar o sobrenadante com solução de dimetilglioxima 1% em 1-propanol, cor
vermelha indica presença de Ni.

 Hidroperóxidos
 Adicionar 100 mL de amostra + 20 mL solução Na2S2O3 a 50% em um funil de
separação por cinco minutos.

AN02FREV001/REV 4.0

41
 Peróxidos (H2O2, Na2O2, (CH3)3COOH)
 Adicionar 5 mL de peróxido de hidrogênio (H2O2) 30% em 100 mL de
Na2S2O3 10% (m/v) sob agitação a temperatura ambiente (testar destruição
com KI/HCl).

 Permanganato de potássio (KMnO4)


 Na capela, adicionar 5 g de KMnO4 em 200 mL de solução de NaOH 1 mol L-1
e adicionar 10 g de Na2S2O3.
 A cor púrpura da mistura deve desaparecer, se não, adicionar mais Na 2S2O3.
 Após agitar por 30 minutos, diluir com 200 mL de água, filtrar e descartar.

 Hipocloritos (NaOCl; Ca (OCl)2; (CH3)3COCl)


 Adicionar 5 mL ou 5 g de hipoclorito em 100 mL de Na 2S2O3 10% (m/v) e
agitar a mistura.
 Quando todo hipoclorito dissolver na solução, teste a completa destruição do
oxidante (KI/HCl/amido).

 Fósforo e seus compostos


 Adicionar 100 ml de solução de hipoclorito de sódio 5%, que contenha 5 ml de
uma solução de hidróxido de sódio à 50%, gota a gota em um banho de gelo,
precipitando os produtos da oxidação e separando por sucção.

 Iodo
 Adicionar 5 g de iodo a uma solução aquosa (300 mL) contendo tiossulfato de
sódio (1 g).
 Agitar a mistura até a dissolução de todo o iodo e descoloração da solução.
 Neutralizar o resíduo com carbonato de sódio e descartar na pia.

 Bromo
 Na capela, adicionar 5 g de bromo a 1 L de água.
 Em seguida, adicionar cerca de 120 mL de uma solução de bissulfito de sódio
recém-preparada, até o desaparecimento de toda a coloração .
 Neutralizar a solução com carbonato de sódio e descartar na pia.

AN02FREV001/REV 4.0

42
 Resíduos contendo cianetos
 Reações com solução contendo no máximo 2% de cianeto (m/v) utilizar
solução de hipoclorito de cálcio (Ca(OCl)2) 65% em meio básico (solução de
NaOH 100 g L-1).
 Testar com solução recém-preparada de sulfato ferroso 5% (duas gotas)
fervendo-se durante 30 segundos (alíquota de 1 mL). Precipitado azul escuro
indica CN.

 Resíduos de halogêneos inorgânicos líquidos e reativos, sensíveis à hidrólise


 Agitar em capela com água contendo ferro durante uma noite.
 Neutralizar com Hidróxido de Sódio.

 Ácido fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos


 Precipitar com carbonato de cálcio, separando o precipitado.

3.3 COMBATE A INCÊNDIOS

Um laboratório deve ter extintores de combate a incêndios em locais


devidamente sinalizados. As pessoas que trabalham no laboratório devem saber
como e quando utilizar um extintor, pois existem diferentes extintores que se
adequam a cada classe de incêndio. Por isso, o primeiro passo é saber quais são as
classes de incêndio. Existem quatro classes de incêndio:

 Classe A de incêndio: compreende os materiais de fácil combustão com a


propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam
resíduos, por exemplo: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.
 Classe B de incêndio: compreende os produtos inflamáveis, que queimam
somente em sua superfície, não deixando resíduos, por exemplo: óleo,
graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.

AN02FREV001/REV 4.0

43
 Classe C de incêndio: compreende os equipamentos elétricos energizados,
por exemplo: motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.
 Classe D de incêndio: compreende os elementos pirofóricos, por exemplo:
magnésio, zircônio, titânio.

Agora que já conhecemos as classes de incêndios vamos verificar qual


extintor é mais apropriado para usar em cada tipo de incêndio:

 Extintor com água pressurizada deve ser usado em incêndio Classe A.


 Extintor de espuma deve ser usado em incêndio de Classe A e B.
 Extintor com gás carbônico deve ser usado, preferencialmente, em
incêndio das Classes B e C, embora possa ser usado também em
incêndio de Classe A em seu início.
 Extintor pó químico seco é usado em incêndio das Classes B e C.
 Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo pó químico seco,
porém o pó químico será especial para cada material.

Nos rótulos dos extintores, entre outras informações, existem desenhos que
indicam em qual tipo de material ele pode ser usado (Figura 20). Na parte superior
do desenho está a classe de incêndio, cada uma possui cor e figura geométrica
específica. Cor verde e triângulo para a classe A, cor vermelha e quadrado para a
classe B, cor azul e círculo para a classe C e cor amarela e estrela para a classe D.

FIGURA 20 - DESENHOS UTILIZADOS EM EXTINTOR DE INCÊNDIO

FONTE: Disponível em: <http://extintor-de-incendio.blogspot.com.br/2010/07/classes-de-


incendio.html>. Acesso em: 19 ago. 2012.

AN02FREV001/REV 4.0

44
4 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

4.1 VIDRARIA, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

4.1.1 Identificação de vidraria e equipamentos

Em um laboratório existe uma infinidade de equipamentos, vidrarias e


utensílios que podem ser usados. Na tabela 5 temos alguns equipamentos mais
usuais e também sua finalidade. Na tabela 6 temos as vidrarias mais usuais e sua
finalidade de uso. E na tabela 7 temos os utensílios utilizados em laboratório.

TABELA 5 - FINALIDADE DE ALGUNS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM


LABORATÓRIO QUÍMICO
Equipamentos Finalidade
Estufa de secagem. Como o próprio nome diz é para
realizar a secagem de material. Ela pode chegar até
1800C. Não é recomendado utilizar material volumétrico,
pois pode perder sua calibração. Também pode ser
utilizada para análises físico-química.

Banho-maria. É utilizado para aquecimento de


compostos que são sensíveis a alta temperatura ou que
não podem ficar direto em contato com a fonte de calor.
Também é utilizado em análises onde o composto
precisa ficar certo tempo sob aquecimento.

AN02FREV001/REV 4.0

45
Chapa de aquecimento. É utilizada para aquecer
soluções, muitas vezes uma reação precisa ser
realizada sob aquecimento. Várias chapas de
aquecimento também têm um comando que permite
agitação da solução utilizando um agitador magnético.

Bico de Bunsen. Muito utilizado para realizar


aquecimento de substâncias, porém não deve ser
utilizado quando o composto for volátil ou inflamável. A
chama deve ser azul. Na parte inferior do bico de
Bunsen tem uma entrada de ar que pode ser controlada
para obter essa chama.
Manta de aquecimento. Utilizada principalmente para
compostos voláteis ou inflamáveis. Também é utilizada
para realizar destilação ou refluxo. O balão é colocado
no interior da manta para proceder ao aquecimento.
Mufla. É utilizada para análises que precisam de
temperaturas muito altas. Nunca colocar recipiente de
vidro, sempre utilizar recipiente de porcelana ou outro
material que seja resistente a altas temperaturas.

Balança analítica. Essa balança é muito sensível, por


isso, o material que será pesado tem que ficar fechado
para que nenhuma corrente de ar interfira na pesagem.
Ela é capaz de pesar pequenas massas com alta
precisão.

Balança semianalítica. Essa balança não possui a


proteção para o material que estiver sendo pesado,
geralmente, é utilizada para pesagem de massas
maiores.

AN02FREV001/REV 4.0

46
Destilador. Esse equipamento aquece a água até
ebulição, o vapor condensa e é coletado, dessa forma
obtém-se a água destilada. Realizar a destilação evita a
presença de algumas impurezas que a água pode
conter. Em laboratório para o preparo de soluções
sempre é utilizada água destilada.
pHmetro. É utilizado para medir o pH de uma solução,
ou seja, para saber se a solução é ácida, básica ou
neutra. Antes de usar ele deve ser calibrado com
solução tampão. Para realizar a leitura do pH as
soluções devem estar a temperatura ambiente.
Fonte: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1024&bih=505&site=imghp&
tbm=isch&sa=1&q=bico+de+Bunsen+chapa+aquecimento+manta+estufa+destilador+mufla&oq=bico+
de+Bunsen+chapa+aquecimento+manta+estufa+destilador+mufla&gs_l=img.12...14435.19857.0.217
81.17.14.0.0.0.0.868.4821.1j5j1j1j1j2j2.13.0...0.0...1c.E0nHHJOHlvU>. Acesso em: 21 ago. 2012.

TABELA 6 - FINALIDADE DE ALGUMAS VIDRARIAS UTILIZADAS EM


LABORATÓRIO QUÍMICO

Béquer. É utilizado para realizar


aquecimento de líquidos, preparo de
soluções, dissolução de sólidos,
pesagem de compostos sólidos.

Proveta. É utilizada para medir volumes


de líquidos, ela é graduada para facilitar
a visualização do volume desejado.

AN02FREV001/REV 4.0

47
Erlenmeyer. É utilizado para
acondicionar líquidos, principalmente se
for necessário ficar sob agitação, seu
formato dificulta a perda de líquido.
Também é muito utilizado quando se
realiza uma titulação.
Balão volumétrico. É um recipiente
calibrado e contém um volume
preestabelecido; no gargalo possui uma
única marcação, chamada de menisco,
que indica o volume desejado. É
utilizado para o preparo e diluição de
soluções.
Pipeta volumétrica. Ela é calibrada e
tem um volume preestabelecido; na
parte superior possui uma única
marcação, chamada de menisco, que
indica o volume desejado. Ao pipetar a
ponta mais fina da pipeta deve entrar
em contato com o líquido e na outra
ponta deve ser colocado o pipetador.
Pipeta graduada. É usada para escoar
volumes variáveis, ela possui uma
graduação que facilita a visualização do
volume desejado. Para pipetar é
necessário utilizar um pipetador.
Bureta. É utilizada em uma titulação. Ela
possui na parte inferior uma torneira que
permite controlar a vazão do líquido. O
líquido é colocado pela parte de cima,
antes de acertar o volume é necessário
verificar se há bolha e abrir a torneira para
o líquido preencher a parte que fica abaixo

AN02FREV001/REV 4.0

48
da torneira.
Funil de separação. É utilizado para
separar líquidos que não se misturam, ou
seja, que são imiscíveis, ou para realizar
extração com solvente. Os líquidos são
colocados por meio da parte superior,
depois que as fases estiverem bem
definidas, a torneira, que está na parte
inferior, é aberta permitindo a saída do
líquido.
Funil de Buchner acoplado ao
kitassato. O kitassato é muito parecido
com o erlenmeyer, porém possui uma
saída lateral, que permite ser conectado a
uma bomba a vácuo. Sobre o funil de
Buchner é colocado um papel de filtro e
depois o material que será filtrado por
sistema de vácuo. O material sólido fica
no funil e o sobrenadante no kitassato.
Dessecador. É utilizado para resfriar
recipientes que foram aquecidos ou para
armazenar substâncias que facilmente
absorvem a umidade do ar. Ele possui
uma tampa que veda a entrada de ar,
mantendo a atmosfera do seu interior
livre do contato atmosférico. Isto é
possível, pois as bordas da tampa são
esmerilhadas e é usual passar um
lubrificante adequado para melhorar a
vedação. Por isso, quando você remover
ou colocar a tampa de um dessecador,
use um movimento de arrastar para o
lado. Para remover a umidade de ar no

AN02FREV001/REV 4.0

49
interior do dessecador é utilizado um
agente dessecante que fica na parte
inferior. E em cima deste agente é
colocada uma placa de porcelana para os
recipientes ficarem apoiados. Os agentes
dessecantes são substâncias que têm a
propriedade de absorver vapores de
água, por meio de uma ação química ou
física. Dos agentes dessecantes mais
utilizados encontram-se: cloreto de cálcio
anidro, sulfato de cálcio anidro, óxido de
bário, óxido de cálcio e sílica gel. A sílica
gel contém o cloreto de cobalto como
indicador que acusa quando o
dessecante já absorveu muita água,
mudando sua coloração de azul para
rosa. Quando isso acontece é necessário
levar a sílica para a estufa e aquecer até
que volte para a coloração azulada.
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1024&bih=505&site=imghp
&tbm=isch&sa=1&q=b%C3%A9quer+bureta+proveta+bal%C3%A3o+volum%C3%A9trico+dessecado
r+funil+de+separa%C3%A7%C3%A3o+erlenmeyre&oq=b%C3%A9quer+bureta+proveta+bal%C3%A
3o+volum%C3%A9trico+dessecador+funil+de+separa%C3%A7%C3%A3o+erlenmeyre&gs_l=img.12.
..65653.112724.0.114321.82.74.0.0.0.0.1139.19066.13j11j19j10j3j8j3j1.68.0...0.0...1c.IoFVcbbfnWA>.
Acesso em: 21 ago. 2012.

TABELA 7 - FINALIDADE DE ALGUNS UTENSÍLIOS UTILIZADOS EM


LABORATÓRIO QUÍMICO

Espátulas. São utilizadas para transferir compostos sólidos,


como por exemplo, no momento da pesagem ou após uma
filtração.

AN02FREV001/REV 4.0

50
Pipeta de Pasteur. É utilizada para transferência de
pequenos volumes, por exemplo, na hora de acertar o
menisco do balão volumétrico ou quando necessita de
algumas gotas.
Pisseta. Normalmente é colocada água destilada em seu
interior, porém pode conter outros líquidos. É utilizada para
completar volumes ou para molhar as bordas de recipientes
para facilitar o escoamento de sólidos ou líquidos que ficam
aderidos.
Barrilete. É utilizado para acondicionar a água que foi
destilada.

Almofariz e pistilo. São utilizados para realizar a maceração


de um sólido. O sólido é colocado no interior do almofariz e
com o auxílio do pistilo é realizada a maceração.

Suporte universal. Muitas vezes é preciso prender a vidraria


para realizar uma análise. O suporte com o auxílio de garras é
utilizado para fixar a vidraria.

AN02FREV001/REV 4.0

51
Pipetador de borracha ou pera. Ele deve ser acoplado à
pipeta conforme a figura indica e antes de pipetar a parte
redonda deve estar murcha. Para o líquido subir é necessário
apertar no local que fica logo acima da ponta da pipeta. Para
o líquido descer é necessário apertar na parte de borracha
que está perpendicular à pipeta e tem uma pequena bola na
ponta ou simplesmente retire o pipetador.
Pipetador manual. Na parte branca que está embaixo é o
local para acoplar a pipeta. Para o líquido subir basta rodar o
botão redondo e a parte de cima também irá subir, como
mostra a figura. Para o líquido descer é só girar o botão no
sentido contrário. As cores dos pipetadores indicam a
capacidade de cada um. Um pipetador verde tem capacidade
para 10 mL.
Bastão de vidro ou bagueta. É utilizado para homogeneizar
solução, isto é, quando um reagente (sólido ou líquido) deve
ser misturado em outro reagente, normalmente líquido, para
realizar esta mistura utiliza-se o bastão de vidro. A espátula
que foi utilizada para pesar o reagente não deve ser utilizada,
pois ela pode conter resíduo do reagente, o que iria alterar,
dessa forma, a massa que foi pesada, modificando a
concentração final da solução. O bastão de vidro também
pode ser utilizado na transferência da solução, ele é colocado
junto ao bico do béquer para que a solução escorra por ele.
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&biw=1024&bih=505&site=imghp&tbm=isch&sa=1&q=pistilo+pisseta+pipeta+barrilete+esp%C3%A
1tula+pipetador+manual&oq=pistilo+pisseta+pipeta+barrilete+esp%C3%A1tula+pipetador+manual&g
s_l=img.12...37903.43502.0.45269.17.17.0.0.0.0.757.4061.2j1j4j5-1j3.11.0...0.0...1c.Q8uwt6oiZFw>.
Acesso em: 21 ago. 2012.

AN02FREV001/REV 4.0

52
4.1.2 Identificação de reagentes químicos

Os reagentes químicos possuem características próprias como ponto de


fusão, ponto de ebulição, densidade, entre outras. Porém, alguns reagentes são
classificados como corrosivo, tóxico, nocivo, comburente ou explosivo. Para facilitar
a verificação do reagente, em relação ao perigo que ele pode oferecer, no rótulo, o
fabricante tem que colocar símbolos que indica qual a periculosidade que o reagente
possui. Veja na Figura 21 abaixo qual é a simbologia utilizada:

FIGURA 21 - SIMBOLOGIA QUE PODE SER ENCONTRADA NO RÓTULO DE


REAGENTE QUÍMICO

FONTE: Disponível em: <http://aprendemaiscfq.blogspot.com.br/p/fichas-de-trabalho.html>.


Acesso em: 19 ago. 2012.

Muitas vezes é preciso conhecer um pouco mais sobre os perigos que o


reagente pode oferecer. Por isso, foi desenvolvido um diagrama que, por meio de
uma numeração, identifica qual o grau de risco que o reagente oferece em relação à
saúde, inflamabilidade, reatividade e periculosidade específica. Este diagrama é
conhecido por Diagrama de Hommel ou diamante do perigo (Figura 22).
Além dos números também são utilizadas diferentes cores para cada
quadrante, por exemplo, o número que estiver no quadrante de cor azul indica qual é
o risco que o composto oferece à saúde. Os números indicativos vão de zero a
quatro, sendo que, o zero indica que não oferece risco e quatro que é altamente
perigoso. Para saber qual é o diagrama de certos composto você pode consultar o

AN02FREV001/REV 4.0

53
site: <http://www.qca.ibilce.unesp.br/prevencao/classificacaonfpa.pdf>. Ou qualquer
outro site ou livro que contenha fichas FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de
Produto Químico), também chamadas de fichas MSDS (Material Safety Data Sheet).

FIGURA 22 - DIAGRAMA DE HOMMELL

FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-


40422003000200026>. Acesso em: 19 ago. 2012.

Depois de conhecer algumas características dos reagentes é necessário


saber como utilizá-los adequadamente. Ao adquirir um reagente é por meio do rótulo
do fabricante que você terá a garantia da qualidade do reagente. Porém, após o
lacre original do recipiente ser rompido, a garantia da qualidade passa a ser dos
usuários. Portanto, a confiança com que se pode continuar usando um reagente,
depois de aberta a embalagem original, depende inteiramente do cuidado com que
foi sucessivamente manipulado. Uma série de regras deve ser rigorosamente
obedecida para evitar a contaminação do reagente:

a) Evitar a introdução de qualquer vidraria no frasco como, por exemplo,


pipeta;
b) Recolocar a tampa do reagente imediatamente após o uso;
c) Nunca retornar ao recipiente algum excesso de reagente antes retirado e
não utilizado;

AN02FREV001/REV 4.0

54
d) Soluções alcalinas atacam o vidro e provocam a passagem de sílica para
a fase líquida, por isso devem ficar em frascos plásticos;
e) Certas soluções, não devidamente isoladas da atmosfera, podem sofrer
alteração por absorção de dióxido de carbono, oxigênio, etc.;
f) Algumas soluções se alteram pela ação da luz, este efeito pode ser
minimizado mediante o uso de frasco âmbar.

Se todos estes cuidados forem tomados com certeza não haverá risco de
perda do reagente por contaminação ou degradação.

4.1.3 Técnicas de purificação da água

As análises químicas envolvem o consumo de quantidades consideráveis de


água para lavagem de vidraria, preparo de soluções, extração, entre outras
atividades. Para ter certeza que a água que está sendo utilizada está livre de
contaminantes ela pode passar por dois processos de purificação. O primeiro é
conhecido como destilação e o segundo como desmineralização.
O processo de destilação irá remover as espécies contaminantes não
voláteis, inorgânicas ou orgânicas; gases que estiverem dissolvidos são liberados
durante a destilação junto com o vapor de água e a matéria em suspensão é retida
no pote de destilação.
Mesmo com o processo de destilação a água ainda pode conter impurezas
de natureza diversa. Por exemplo, os sólidos dissolvidos (cálcio, magnésio, ferro,
cloreto e outros) presentes na água antes da destilação podem ser mecanicamente
arrastados pelo vapor de água durante a destilação. Para avaliar se o processo de
destilação foi eficiente pode realizar a medida da condutância da água destilada.
O processo de desmineralização consiste em passar a água através de duas
colunas, a primeira possui uma resina catiônica fortemente ácida e a segunda uma
resina aniônica fortemente básica. Dessa forma, qualquer composto que esteja na
forma ionizada ficará retido em uma das colunas.

AN02FREV001/REV 4.0

55
Outro processo que também pode ser utilizado é a osmose reversa. Este
processo consiste na passagem de água por uma membrana semipermeável, que
age como um filtro. A membrana remove de 95 a 97% das substâncias orgânicas,
bactérias, e de 90 a 97% das substâncias dos minerais dissolvidos e ionizados,
porém não remove as impurezas gasosas.

4.2 TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO

4.2.1 Técnicas de volumetria

Ao utilizar uma vidraria é necessário saber que qualquer recipiente de vidro


apresenta o problema da aderência do fluido nas suas paredes internas, mesmo
estando limpo e seco. Por isso, a vidraria volumétrica tem o seu volume corrigido.
Entretanto, outros fatores podem influir no volume final a ser transferido, como por
exemplo, tempo de escoamento, viscosidade do líquido, ângulo da vidraria. Antes de
utilizar uma vidraria, é necessário tomar alguns cuidados para evitar contaminação
ou diluição da solução:

 Primeiro é preciso verificar se a vidraria está em condição de uso, sem


avarias e limpa.
 Quando encher o recipiente de vidro com o líquido, verifique se
nenhuma bolha de ar ficou retida no seu interior.
 Se o recipiente estiver molhado, ele deve ser lavado com pequenos
volumes da solução a ser utilizada.
 Ao se colocar um determinado líquido em um recipiente para efetuar a
medida de seu volume, a linha do líquido, geralmente, é côncava, isto
é, apresenta um mínimo na região central. Por isso, deve-se utilizar o
ponto mínimo para efetuar a leitura. E a pessoa deve posicionar-se de
modo que a sua linha de visão fique em posição frontal em relação à
superfície do líquido (Figura 23).

AN02FREV001/REV 4.0

56
FIGURA 23 - FORMAÇÃO DE MENISCO EM UM TUBO DE VIDRO E MANEIRA
CORRETA DE VISUALIZAR O MENISCO

Fonte: Disponível em: <http://www.monografias.com/trabajos71/propiedades-no-caracteristicas-


quimica/propiedades-no-caracteristicas-quimica2.shtml> e <http://www.juntadeandalucia.es
/averroes/~04000134/fisiqui/practicasq/node5.html>. Acesso em: 19 ago. 2012.

 Como o volume preestabelecido de vidraria volumétrica é, geralmente,


calibrado a 20°C não é recomendado colocar soluções aquecidas ou
manter a temperaturas elevadas. Por isso, vidraria volumétrica não
deve ser seca em estufa.

As pipetas volumétricas, ao final de uma transferência, retêm sempre uma


pequena quantidade de líquido na sua extremidade inferior, a qual deverá ser
desprezada. Também é recomendado que o líquido seja escoado pela ação da
gravidade e, após pipetar uma solução, sempre permaneça com o pipetador para
cima.
No preparo de uma solução geralmente o componente presente em maior
quantidade é chamado de solvente e o que estiver em menor quantidade é o soluto.
Por exemplo, água com sal e açúcar, a água é o solvente, o sal e o açúcar são os
solutos. Observe que uma solução pode conter mais de um soluto. Agora vamos ver
quais são os passos para preparar uma solução:

 Pesar, com o auxílio de uma espátula, a quantidade de soluto necessária em


recipiente limpo e seco, geralmente é utilizado um béquer.
 Adicionar um volume de solvente inferior ao volume final da solução a ser
preparada para dissolver o soluto, misturar a solução com o bastão de vidro,
nunca com a espátula que foi utilizada na pesagem.

AN02FREV001/REV 4.0

57
 A solução, que está no béquer, deve ser transferida quantitativamente para o
balão volumétrico que possui o volume desejado. Porém, se ocorrer
aquecimento ou resfriamento ao adicionar o solvente no soluto, espere a
solução atingir a temperatura ambiente para realizar a transferência.
 Se estiver preparando ácido, o béquer já deve conter água antes de
adicionar o ácido concentrado.
 Após a primeira transferência, o béquer deve ser lavado, com o auxílio de uma
pisseta, com pequenas quantidades de solvente, transferindo os volumes
utilizados para o balão. Este procedimento garante que todo o soluto seja
transferido para o balão.
 Adiciona-se solvente até que a parte inferior do menisco esteja sobre a
marca indicativa no gargalo do balão que irá corresponder ao volume
desejado.
 Em seguida, o balão é tampado e a solução deve ser homogeneizada
invertendo-se o balão volumétrico diversas vezes. A mão deve pressionar a
tampa do balão para evitar que ela saia.
 A solução deve ser transferida para um frasco com tampa e identificada. Na
etiqueta deve constar qual é a solução, sua concentração, quando foi
preparada, quem fez e outras informações adicionais que julgar necessário.

Após efetuar a análise, a vidraria deve ser lavada. Inicialmente é realizado


um enxágue em água corrente e dependendo do estado em que se encontra o
material, é suficiente o uso de solução detergente. Algumas vezes, quando
apresentar sólidos aderidos, é necessário utilizar solução sulfonítrica (ácido sulfúrico
concentrado mais ácido nítrico concentrado na proporção de 1:1) ou solução de
etanolato de sódio ou potássio (NaOH ou KOH 5% em etanol). O etanolato deve ser
usado somente em casos extremos, porque ataca o vidro, após seu uso o material
deve ser enxaguado com água em abundância. Também pode ser utilizada solução
diluída de ácido clorídrico 2% para neutralizar qualquer traço de substância alcalina
e, em seguida, lava-se com água.

AN02FREV001/REV 4.0

58
4.2.2 Resolução de instrumentos de medição

As vidrarias graduadas possuem diferentes escalas, divisões. Para saber


qual é a resolução da vidraria, ou seja, qual é o volume que corresponde à menor
divisão, pode ser realizado um cálculo simples que irá nos mostrar esse valor. Veja a
seguir:

 Escolha um determinado volume;


 Conte quantas divisões tem neste espaço referente ao volume escolhido;
 Agora é só dividir o volume determinado pelo número de divisões presentes.

Veja os exemplos na Tabela 8.

TABELA 8 - DETERMINAÇÃO DA RESOLUÇÃO EM DIFERENTES VIDRARIAS


 O volume escolhido será entre os valores 19 e
21, neste espaço cabem 2 mL.
 Entre o 19 e o 21 temos 10 divisões.
 Portanto, iremos dividir 2 por 10 e o resultado
é 0,2.
Isto indica que a resolução desta vidraria é de 0,2 mL,
ou seja, cada divisão corresponde a 0,2 mL.
Veja o caso deste erlenmeyer. Observe que a
primeira divisão começa em 100 mL, porém a
próxima divisão é 150 mL. Se escolhermos o volume
entre 100 e 200 iremos dividir 100 por 2, obtendo o
resultado de 50 mL. Porém, se optarmos pelo volume
total iremos dividir 250 por 4, obtendo o resultado de
62,5 mL. Este resultado está errado, isto ocorreu
porque a menor marcação não iniciou no 50.
Portanto, atenção!

AN02FREV001/REV 4.0

59
No caso desta proveta, se escolher o volume entre 10
e 50 terá muitas divisões para contar, então, é melhor
escolher um volume menor. Por exemplo, entre 30 e
40, temos 10 mL e 10 divisões. Assim, para calcular a
resolução basta dividir 10 por 10 e iremos obter o
valor de 1. Portanto, a resolução desta proveta é de 1
mL.
Esta pipeta é de 10 mL, por isso, acima da marcação
zero está escrito o valor 10 mL. Vamos escolher entre
os valores 0 e 2, neste espaço temos o volume de 2
mL e 20 divisões, portanto a resolução será de 0,1
mL, ou seja, 2 dividido por 20.
As pipetas possuem uma marcação como mostra a
figura. A marcação 1/10 indica que a cada 1 mL
existem 10 divisões e a marcação 10 indica o volume
total da pipeta, neste caso é de 10 mL.
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1024&bih=505&site=imghp
&tbm=isch&sa=1&q=vidraria+graduada+e+volumetrica&oq=vidraria+gra&gs_l=img.1.1.0i24l2.6663.35
294.0.37348.14.12.0.2.2.1.451.3133.2j1j3j4j2.12.0...0.0...1c.Wk4GagqRmec>.
Acesso em: 20 ago. 2012.

4.2.3 Técnicas de manuseio de alguns equipamentos

Quase toda análise química envolve uma operação de pesagem, seja para
medir a quantidade de uma amostra, como para preparar soluções. Para realizar a
pesagem utiliza-se a balança, esta pode ser semianalítica ou analítica. O local onde
a balança deve ficar tem que ser livre de poeira e corrosão; ela deve ser colocada
onde não haja corrente de ar ou presença de equipamentos que, quando em
funcionamento, promovam trepidação. Antes de iniciar uma pesagem é preciso
conhecer alguns procedimentos:

 Nunca tocar com as mãos os objetos a serem pesados. Estes objetos


devem ser manipulados com uma pinça ou papel limpo.

AN02FREV001/REV 4.0

60
 Todo o objeto deve ser pesado à temperatura ambiente.
 Nunca colocar reagente diretamente sobre o prato da balança, sempre
utilizar um recipiente para a pesagem que pode ser um béquer ou um
pedaço de papel manteiga.
 Sempre que alguma substância química cair acidentalmente sobre o prato
da balança, ela deve ser imediatamente removida.
 Quando utilizar balança analítica manter sempre as laterais da câmera de
pesagem fechadas, quando se faz a leitura, pois qualquer corrente de ar
pode causar erro.
 Nunca colocar objetos molhados ou úmidos para realizar a pesagem, pois
a água presente irá ocasionar erro.
 Sempre, antes de iniciar a pesagem, deve-se verificar se a balança está
nivelada.
 A balança possui um dispositivo chamado “tara” ele serve para
desconsiderar o peso do objeto que está sendo utilizado para conter o
composto a ser pesado. Portanto, após clicar neste dispositivo, o valor
que irá aparecer é o zero.

Um equipamento muito utilizado em laboratório é o pHmetro. Existem


diferentes tipos, entre eles o pHmetro de bancada que precisa de alguns cuidados
para ser manuseado. Antes de efetuar a leitura do pH, o equipamento tem que ser
calibrado. Para calibrar, geralmente, são utilizadas duas soluções tampões uma com
pH igual a 4 e outra com pH igual a 7. Tanto para calibrar como para realizar as
leituras as soluções devem estar em temperatura ambiente. O pHmetro possui um
eletrodo que é muito sensível, após cada leitura o eletrodo deve ser molhado, com o
auxílio de uma pisseta, e suavemente enxugado com um papel macio. Somente
após o enxágue o eletrodo pode ser colocado em outra amostra. No interior do
eletrodo, geralmente, tem uma solução de iodeto de potássio (KI), por isso, sempre
é necessário verificar a quantidade de solução presente para adicionar mais, quando
necessário. Quando o pHmetro não estiver sendo usado o eletrodo deve ficar
mergulhado em solução de iodeto de potássio.

AN02FREV001/REV 4.0

61
Ao utilizar o destilador, antes de ligar o aquecimento é preciso abrir a
torneira para ele encher de água, pois se não tiver água no boiler, a resistência pode
ser danificada. Após o processo de destilação, primeiro desliga o aquecimento para
depois fechar a torneira de água.
Há muitos outros equipamentos nos laboratórios químicos, cada um com
suas especificidades. Portanto, antes de manuseá-los procure saber exatamente
como funciona e quais são os cuidados que devem ser tomados para não danificar o
equipamento. Com o avanço tecnológico vão surgindo novos modelos e novos tipos
de equipamentos, por isso, fica difícil citar uma variedade de equipamentos, muitas
vezes, somente o fato de mudar de fabricante o procedimento de uso muda
completamente. Em geral, os laboratórios além de treinarem a pessoa a manusear,
também, deixam próximo do equipamento um papel que indica o procedimento de
uso.

FIM DO MÓDULO II

AN02FREV001/REV 4.0

62

Você também pode gostar