Você está na página 1de 49

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

PROFESSORA: DESIREÉ ALVES DE OLIVEIRA

IAGO DIOGO MOREIRA TEIXEIRA DE MORAIS

ÉRICO NÍRONDY TÔRRES OLIVEIRA

PEDRO RENATO MORAES SALGADO

INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS – SPT E CPT

CARAÚBAS/RN

2017.1
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de alguns equipamentos utilizados no ensaio SPT

Figura 2 - Trecho da NBR 6484 - 2001

Figura 3 - Gráfico Nspt x para areias em função dos fatores de capacidade de carga

Figura 4: Gráfico Nspt x para diversas tensões verticais efetivas

Figura 5: Relação E/N60 e taxa de carregamento

Figura 6 - Histórico de tensões e índice de plasticidade

Figura 7 - OCR em função profundidade em três provisões distintas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS COERENTES QUANTO À SUA


CONSISTÊNCIA

Tabela 2 - Correlação entre o ensaio (SPT) e a resistência ao cisalhamento de


areias e argilas.

Tabela 3: Valores sugeridos de K (Danziger e Velloso, 1986, 1995)

Tabela 4: Valores sugeridos de K (extraído de Alonso, 1980)

Tabela 5 - Correlação E x qc

2
SUMÁRIO

1 SPT (STANDARD PENETRATION TEST) 5

1.1 DESCRIÇÃO 5
1.2 EQUIPAMENTOS 5
1.3 PROCEDIMENTO 6
1.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS 19
1.5 LIMITAÇÕES 19
1.6 CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES 19
1.7 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 20
1.7.1 SPT COM MEDIDA DE TORQUE (SPT-T) 24
1.7.2 CORREÇÃO DAS MEDIDAS DE NSPT 26
1.7.3 CORRELAÇÕES 27
1.8 OBTENÇÃO DE PARÂMETROS GEOTÉCNICOS POR MEIO DO ENSAIO
SPT 28
1.8.1 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO NÃO DRENADA (SU) DE ARGILAS 28
1.8.2 RELAÇÃO ENTRE Ø E SPT 29
1.8.3 RELAÇÃO ENTRE E E SPT 30

2 CPT 32

2.1 DESCRIÇÃO 32
2.2 PROCEDIMENTO 33
2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS 34
2.4 CORRELAÇÕES 35
2.5 OBTENÇÃO DE PARÂMETROS GEOTÉCNICOS POR MEIO DOS ENSAIOS
CPT E CPTU 37
2.5.1 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO NÃO DRENADA (SU) DE ARGILAS SU E
CPT E CPTU 39
2.5.2 RELAÇÃO ENTRE E E EU NO CPT E CPTU 40
2.5.3 RELAÇÃO ENTRE O OCR E CPT/CPTU 42

3
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46

4
1. SPT (STANDARD PENETRATION TEST)

1.1 DESCRIÇÃO

Em toda preparação de um projeto geotécnico e de uma fundação, é preciso


um conhecimento detalhado do solo; Deste modo sua classificação pode ser feita
através de métodos de sondagens para identificar e classificar as diversas camadas
do solo.

O ensaio do SPT (Standard Penetration Test) é um ensaio bastante utilizado


devido a sua funcionalidade e sua viabilidade econômica, empregado para definição
da estratigrafia e também como em métodos rotineiros de projetos de fundações
diretas e profundas.

1.2 EQUIPAMENTOS

De acordo com a NBR 6484, os aparelhos utilizados para a execução do


ensaio SPT são :

a) torre com roldana;


b) tubos de revestimento;
c) composição de perfuração ou cravação;
d) trado-concha ou cavadeira;
e) trado helicoidal;
f) trépano de lavagem;
g) amostrador-padrão;
h) cabeças de bateria;

5
i) martelo padronizado para a cravação do amostrador;
j) baldinho para esgotar o furo;
k) medidor de nível-d’água;
l) metro de balcão;
m) recipientes para amostras;
n) bomba d’água centrífuga motorizada;
o) caixa d’água ou tambor com divisória interna para decantação;
p) ferramentas gerais necessárias à operação da aparelhagem.

1.3 PROCEDIMENTO

No Brasil o ensaio SPT está normalizado através da norma brasileira (NBR


6484).

● Locação do furo e quantidades

Quando da sua locação, cada furo de sondagem (ver NBR 8036) deve ser
marcado com a cravação de um piquete de madeira ou material apropriado. Este
piquete deve ter gravada a identificação do furo e estar suficientemente cravado no
solo, servindo de referência de nível para a execução da sondagem e posterior
determinação de cota através de nivelamento topográfico.

● Processos de perfuração

A sondagem deve ser iniciada com emprego do trado-concha ou cavadeira


manual até a profundidade de 1 m, seguindo-se a instalação até essa profundidade,
do primeiro segmento do tubo de revestimento dotado de sapata cortante. Nas
operações subseqüentes de perfuração, intercaladas às d e ensaio e amostragem,
deve ser utilizado trado helicoidal até se atingir o nível d’água freático. Não é
permitido que, nas operações com trado, o mesmo seja cravado dinamicamente com
golpes do martelo ou por impulsão da composição de perfuração.

6
Quando o avanço da perfuração com emprego do trado helicoidal for inferior a
50 mm após 10 min de operação ou no caso de solo não aderente ao trado, passa-
se ao método de perfuração por circulação de água, também chamado de lavagem.
Pode-se utilizar outros tipos de trado para perfuração, principalmente em areia,
desde que seja garantida a eficiência quanto à limpeza do furo bem como, quanto à
não perturbação do solo no ponto de ensaio. Estes casos, considerados especiais,
devem ser devidamente justificados no relatório definitivo.

A operação de perfuração por circulação de água é realizada utilizando-se o


trépano de lavagem como ferramenta de escavação. O material escavado é
removido por meio de circulação de água, realizada pela bomba d’água motorizada,
através da composição de perfuração.

A operação em si, consiste na elevação da composição de perfuração em


cerca de 30 cm do fundo do furo e na sua queda, que deve ser acompanhada de
movimentos de rotação alternados (vai-e-vem), aplicados manualmente pelo
operador. À medida que se for aproximando da cota de ensaio e amostragem,
recomenda-se que essa altura seja progressivamente diminuída.

Quando se atingir a cota de ensaio e amostragem, a composição de


perfuração deve ser suspensa a uma altura de 0,20 m do fundo do furo, mantendo-
se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos os detritos da perfuração
tenham sido removidos do interior do furo.

Toda a vez que for descida a composição de perfuração com o trépano ou


instalado novo segmento de tubo de revestimento, os mesmos devem ser medidos
com erro máximo de 10 mm.

Durante as operações de perfuração, caso a parede do furo se mostre


instável, é obrigatória, para ensaios e amostragens subseqüentes, a descida de tubo
de revestimento até onde se fizer necessário, alternadamente com a operação de
perfuração. Atenção especial deve ser dada para não se descer o tubo de
revestimento à profundidade além do comprimento perfurado.

7
Quando necessária à garantia da limpeza do furo e da estabilização do solo
na cota de ensaio, principalmente quando da ocorrência de areias submersas, deve-
se usar também, além de tubo de revestimento, lama de estabilização.

O tubo de revestimento deve ficar a uma distância de no mínimo 50 cm do


fundo do furo, quando da operação de ensaio e amostragem. Somente em casos de
fluência do solo para o interior do furo, deve ser admitido deixá-lo à mesma
profundidade do fundo do furo.

Em casos especiais de sondagens profundas em solos instáveis, onde a


descida ou posterior remoção dos tubos de revestimento for problemática, podem
ser empregadas lamas de estabilização em lugar de tubo de revestimento, desde
que não estejam previstos ensaios de infiltração na sondagem. Registrar estes
casos no relatório definitivo.

Durante a operação de perfuração, devem ser anotadas as profundidades das


transições de camadas detectadas por exame tátil-visual e da mudança de
coloração de materiais trazidos à boca do furo pelo trado helicoidal ou pela água de
circulação.

Durante todas as operações da perfuração, deve-se manter o nível d’água no


interior do furo, em cota igual ou superior ao do nível d’água do lençol freático
encontrado e correspondente.

Atenção especial deve ser dada no caso da existência de diversos lençóis


freáticos independentes e intercalados, quando se faz necessário o adequado
manejo de revestimento e de processo de perfuração.

Antes de se retirar a composição de perfuração, com o trado helicoidal ou o


trépano de lavagem apoiado no fundo do furo, deve ser feita uma marca na haste à
altura da boca do revestimento, para que seja medida, com erro máximo de 10 mm,
a profundidade em que se irá apoiar o amostrador na operação subseqüente de
ensaio e amostragem.

8
● Amostragem e SPT

Deve ser coletada, para exame posterior, uma parte representativa do solo
colhido pelo trado-concha durante a perfuração, até 1 m de profundidade.

A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, devem ser


colhidas amostras dos solos por meio do amostrador-padrão, com execução de
SPT.

O amostrador-padrão, conectado à composição de cravação, deve descer


livremente no furo de sondagem até ser apoiado suavemente no fundo, devendo-se
cotejar a profundidade correspondente com a que foi medida na operação anterior.

Caso haja discrepância entre as duas medidas supra-referidas (ficando o


amostrador mais de 2 cm acima da cota de fundo, atingida no estágio precedente), a
composição deve ser retirada, repetindo-se a operação de limpeza do furo.

Após o posicionamento do amostrador-padrão conectado à composição de


cravação, coloca-se a cabeça de bater e, utilizando-se o tubo de revestimento como
referência, marca-se na haste, com giz, um segmento de 45 cm dividido em três
trechos iguais de 15 cm.

Em seguida, o martelo deve ser apoiado suavemente sobre a cabeça de


bater, anotando-se eventuais penetração do amostrador no solo.

Não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm, prossegue-se a


cravação do amostrador-padrão até completar os 45 cm de penetração por meio de
impactos sucessivos do martelo padronizado caindo livremente de uma altura de 75
cm, anotando-se, separadamente, o número de golpes necessários à cravação de
cada segmento de 15 cm do amostrador-padrão.

9
NOTA 1 - Freqüentemente não ocorre a penetração exata dos 45 cm, bem como de
cada um dos segmentos de 15 cm do amostrador padrão, com certo número de
golpes.

Na prática, é registrado o número de golpes empregados para uma


penetração imediatamente superior a 15 cm, registrando-se o comprimento
penetrado (por exemplo, três golpes para a penetração de 17 cm).

A seguir, conta-se o número adicional de golpes até a penetração total


ultrapassar 30 cm e em seguida o número de golpes adicionais para a cravação
atingir 45 cm ou, com o último golpe, ultrapassar este valor. O registro é expresso
pelas frações obtidas nas três etapas.

EXEMPLO:

3/17 - 4/14 - 5/15.

As penetrações parciais ou acumuladas devem ser medidas com erro máximo


de 5 mm.

A cravação do amostrador-padrão, nos 45 cm previstos para a realização do


SPT, deve ser contínua e sem aplicação de qualquer movimento de rotação nas
hastes. A elevação do martelo até a altura de 75cm, marcada na haste-guia, é feita
normalmente por meio de corda flexível, de sisal, com diâmetro de 19mm a 25mm,
que se encaixa com folga no sulco da roldana da torre. Observar que os eixos
longitudinais do martelo e da composição de cravação com amostrador devem ser
rigorosamente coincidentes.

Precauções especiais devem ser tomadas para que, durante a queda livre do
martelo, não haja perda de energia de cravação por atrito, principalmente nos
equipamentos mecanizados, os quais devem ser dotados de dispositivo disparador
que garanta a queda totalmente livre do martelo.

Qualquer mudança nas condições preconizadas nesta Norma (por exemplo:


tipo de haste e martelo, não uso de coxim de madeira, uso de cabo de aço, sistema

10
mecanizado de acionamento do martelo, etc.), que altere o nível de energia
incidente disponível para cravação do amostrador-padrão, só deve ser aceita se
acompanhada da respectiva correlação, obtida pela medida desta energia incidente
através de sistema devidamente aferido (constituído de célula de carga,
acompanhada ou não de acelerômetros), instalado na composição de cravação.

A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de


penetração sempre que ocorrer uma das seguintes situações:

a) em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes ultrapassar


30;
b) um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a cravação;
c) não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco
golpes sucessivos do martelo.

Quando a cravação atingir 45 cm, o índice de resistência à penetração N é


expresso como a soma do número de golpes requeridos para a segunda e a terceira
etapas de penetração de 15 cm, adotando-se os números obtidos nestas etapas
mesmo quando a penetração não tiver sido de exatos 15 cm, como descrito na nota
1.

Quando, com a aplicação do primeiro golpe do martelo, a penetração for


superior a 45 cm, o resultado da cravação do amostrador deve ser expresso pela
relação deste golpe com a respectiva penetração.

Exemplo: 1/58

Quando a penetração for incompleta, o resultado da cravação do amostrador


é expresso pelas relações entre o número de golpes e a penetração para cada 15
cm de penetração.

EXEMPLO:

11
12/16 - 30/11 (cf 6.3.12(a); 14/15 - 21/15 - 15/7 (cf 6.3.12(b) e 10/0 (cf
6.3.12(c)).

Quando a penetração do amostrador-padrão com poucos golpes exceder


significativamente os 45 cm ou quando não puder haver distinção clara nas três
penetrações parciais de 15 cm, o resultado da cravação do amostrador-padrão deve
ser expresso pelas relações entre o número de golpes e a penetração
correspondente.

EXEMPLO:

0/65; 1/33 - 1/20.

As amostras colhidas devem ser imediatamente acondicionadas em


recipientes herméticos e de dimensões tais que permitam receber pelo menos um
cilindro de solo colhido do bico do amostrador-padrão.

Nos casos em que haja mudança de camada junto à cota de execução do


SPT ou quando a quantidade de solo proveniente do bico do amostrador-padrão for
insuficiente para sua classificação, recomenda-se também o armazenamento de
amostras colhidas do corpo do amostrador-padrão.

Nos casos em que não haja recuperação de amostra pelo amostrador-padrão,


deve-se anotar claramente no relatório.

Cada recipiente de amostra deve ser provido de uma etiqueta, na qual, escrito
com tinta indelével, deve constar o seguinte:

a) designação ou número do trabalho;

b) local da obra;

c) número da sondagem;

12
d) número da amostra;

e) profundidade da amostra; e

f) números de golpes e respectivas penetração do amostrador

Os recipientes das amostras devem ser acondicionados em caixas ou sacos,


conforme a necessidade, de forma a não abrirem ou rasgarem e impedindo a
mistura de amostras distintas. Nestas caixas ou sacos devem constar a designação
da obra e o número da sondagem; as mesmas devem estar permanentemente
protegidas de sol e chuva.

As amostras devem ser conservadas pela empresa executora, à disposição


dos interessados por um período mínimo de 60 dias, a contar da data da
apresentação do relatório.

● Critérios de paralisação

O processo de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios


penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das
seguintes condições:

a) quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm


iniciais do amostrador-padrão;
b) quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm
iniciais do amostrador-padrão;
c) quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45
cm do amostrador-padrão.

Dependendo do tipo de obra, das cargas a serem transmitidas às fundações e


da natureza do subsolo, admite-se a paralisação da sondagem em solos de menor
resistência à penetração do que aquela discriminada no procedimento anterior,
desde que haja uma justificativa geotécnica ou solicitação do cliente.

13
Quando forem atingidas as condições descritas em que cravação do
amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de penetração na situação “c”, e
após a retirada da composição com o amostrador, deve em seguida ser executado o
ensaio de avanço da perfuração por circulação de água.

O ensaio de avanço da perfuração por circulação de água consiste no


emprego do procedimento descrito em um trecho anterior que fala sobre a operação
de perfuração por circulação de água é realizada utilizando-se o trépano de lavagem
como ferramenta de escavação.

O ensaio deve ter duração de 30 min, devendo-se anotar os avanços do


trépano obtidos em cada período de 10 min.

A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da


perfuração por circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em
cada período de 10 min ou quando, após a realização de quatro ensaios
consecutivos, não for alcançada a profundidade de execução do SPT.

Quando da ocorrência destes casos, constar no relatório a designação de


impenetrabilidade ao trépano de lavagem.

Caso haja necessidade técnica de continuar a investigação do subsolo até


profundidades superiores àquelas limitadas no trecho que fala sobre processo de
perfuração por circulação de água, associado aos ensaios penetrométricos, que
apresenta alguns critérios, o processo de perfuração por trépano e circulação de
água deve prosseguir até que sejam atingidas as condições expressas no trecho
que diz que a sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço
da perfuração por circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em
cada período de 10 min ou quando, após a realização de quatro ensaios
consecutivos, não for alcançada a profundidade de execução do SPT, devendo,
então, a seguir ser substituído pelo método de perfuração rotativa.

Caso ocorra a situação descrita na parte que diz que a cravação do


amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de penetração sempre que

14
ocorrer na situação que fala que não se observar avanço do amostrador-padrão
durante a aplicação de cinco golpes sucessivos do martelo. Antes da profundidade
estimada para atendimento do projeto, a sondagem deve ser deslocada, no mínimo
duas vezes para posições diametralmente opostas, a 2 m da sondagem inicial, ou
conforme orientação do cliente ou seu preposto.

● Observação do nível do lençol freático

Durante a perfuração com o auxílio do trado helicoidal, o operador deve estar


atento a qualquer aumento aparente da umidade do solo, indicativo da presença
próxima do nível d’água, bem como um indício mais forte, tal como o solo se
encontrar molhado em determinado trecho inferior do trado helicoidal, comprovando
ter sido atravessado um nível d’água.

Nesta oportunidade, interrompe-se a operação de perfuração e passa-se a


observar a elevação do nível d’água no furo, efetuando-se leituras a cada 5 min,
durante 15 min no mínimo.

Sempre que ocorrer interrupção na execução da sondagem, é obrigatória,


tanto no início quanto no final desta interrupção, a medida da posição do nível
d’água, bem como da profundidade aberta do furo e da posição do tubo de
revestimento.

Sendo observados níveis d’água variáveis durante o dia, essa variação deve
ser anotada no relatório final.

No caso de ocorrer artesianismo ou fuga de água no furo, devem ser


anotadas no relatório final as profundidades dessas ocorrências e do tubo de
revestimento.

Após o término da sondagem, deve ser feito o máximo rebaixamento possível


da coluna d’água interna do furo com auxílio do baldinho, operando-se a seguir
conforme o trecho que diz que interrompe-se a operação de perfuração e passa-se a

15
observar a elevação do nível d’água no furo, efetuando-se leituras a cada 5 min,
durante 15 min no mínimo.

Após o encerramento da sondagem e a retirada do tubo de revestimento,


decorridas no mínimo 12 h, e estando o furo não obstruído, deve ser medida a
posição do nível d’água, bem como a profundidade até onde o furo permanece
aberto.

6.6 Identificação das amostras e elaboração do perfil geológico-geotécnico da


sondagem

As amostras devem ser examinadas procurando identificá-las no mínimo


através das seguintes características:

a) granulometria (ver NBR 7181);

b) plasticidade;

c) cor; e

d) origem, tais como:

- solos residuais;

- transportados (coluvionares, aluvionares, fluviais e marinhos);

- aterros.

Após sua ordenação pela profundidade, as amostras devem ser examinadas


individualmente, devendo ser agrupadas as amostras consecutivas com
características semelhantes.

Inicia-se o procedimento de identificação das amostras de sol o pela sua


granulometria, procurando-se separá-las em duas grandes divisões: solos grossos
(areias e pedregulhos) e solos finos (argilas e siltes).

16
NOTA 2 - O ensaio do tato, que consiste em friccionar a amostra com os dedos,
permite separar os solos grossos, que são ásperos ao tato, dos solos finos, que são
macios.

O exame visual das amostras permite avaliar a predominância do tamanho de


grãos, sendo possível individualizar grãos de tamanho superior a décimo de
milímetro, admitidos como visíveis a olho nu.

Solos com predominância de grãos maiores que 2 mm devem ser


classificados como pedregulhos e com grãos inferiores a 2 mm e superiores a 0,1
mm devem ser classificados como areias.

Um exame mais acurado permite a subdivisão das areias em: grossas (grãos
da ordem de 1,0 mm), médias (grãos da ordem de 0,5 mm) e em finas (grãos da
ordem de 0,2 mm).

Solos com predominância de partículas ou grãos inferiores a 0,1 mm devem


ser classificados como argilas ou siltes.

As argilas se distinguem dos siltes pela plasticidade, quando possuem


umidade suficiente, e pela resistência coesiva, quando secas ao ar.

A classificação acima indicada deve ser adjetivada com as frações de solo


que puderem ser também identificadas pelos critérios já definidos, podendo-se, com
alguma experiência, avaliar as proporções desta fração complementar.

Deve ser utilizada nomenclatura onde apareçam, no máximo, três frações de


solos, por exemplo: argila silto-arenosa.

Todavia, admite-se a complementação da descrição quando houver presença


de pedregulhos, cascalhos, detritos ou matéria orgânica, concreções, etc.

A nomenclatura das amostras dos solos deve ser acompanhada pela


indicação da cor, feita logo após a coleta das mesmas, utilizando-se até o máximo
de duas designações de cores.
Embora considerado o caráter subjetivo desta indicação da cor, devem ser
utilizadas as designações branco, cinza, preto, marrom, amarelo, vermelho, roxo,
azul e verde, admitindo-se ainda as designações complementares claro e escuro.

Quando, pelo exame tátil-visual, for constatada a presença acentuada de


mica, a designação micácea é acrescentada à nomenclatura do solo.

A designação da origem dos solos (residual, coluvial, aluvial, etc.) e aterros


deve ser acrescentada à sua nomenclatura.

No caso de solos residuais, recomenda-se a indicação da rocha mater.

Figura 1 – Exemplo de alguns equipamentos utilizados no ensaio SPT

18
Fonte: (SCHNAID, 2000.)

1.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS

O ensaio expõe determinadas vantagens relacionadas à sua simplicidade com


relação aos seus equipamentos, um baixo custo, sua funcionalidade e alcance de
um valor numérico de ensaio que pode ser relacionado por meio de propostas não
sofisticadas, mas diretas, com regras empíricas de projeto. Suas desvantagens são
observadas através de relação à suscetíveis erros grosseiros por falta de
manutenção do amostrador ou erro do técnico.

1.5 LIMITAÇÕES

O ensaio de SPT só é considerado correto quando realizado sobre terreno


sem alteração feita por abertura do furo de sondagem. Mas, existem terrenos em
que isso é quase impossível de se conseguir. Como é o caso dos solos arenosos
com o nível do lençol freático bem baixo, visto que com isso o solo reflui para o
interior do tubo de sondagem. Com isso é de se esperar, que os ensaios realizados
em solo não coesivos forneçam resultados bem duvidosos, mesmo em ensaios onde
são utilizadas lamas bentoníticas (JUNIOR, 2012).

1.6 CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES

Segundo Lima (2005), existe alguns cuidados que devem ser levados em
consideração para que o procedimento da sondagem ocorra de forma correta, desta
forma para que

19
não venha a acontecer erros que possam comprometer todo o processo em geral.
Dentre os quais, podemos citar:

 Escolher empresas que sejam especializadas em análise de solos, sendo


comprovada a sua capacidade técnica através de pesquisas na região;

 Fazer a interação entre o projetista estrutural, o projetista das fundações e a


empresa executora para determinação do número de pontos a serem sondados,
bem como locação no terreno, em função do porte da obra e das cargas previstas;

 Na planta demonstrar a locação de pontos, realizando a indicação de referência de


nível utilizada em todos os projetos da obra;

 Solicitar a instalação de tubos de PVC em alguns furos de sondagem, para a


realização de medições periódicas do nível freático, por consequência das variações
de índices pluviométricos e dependendo da época do ano, e principalmente se o
intervalo entre a execução dos mesmos e o início da obra for grande;

 Com base na norma, deve-se determinar a quantidade de furos, contudo a


sondagem não deve ser realizada apenas em áreas menores, pois desta forma não
é possível traçar um perfil do subsolo. De acordo com as análises dos primeiros
resultados, pode-se aumentar ou diminuir a quantidade de furos;

 Deve-se avaliar a produção média por equipe de empresas, e suspeitar de


empresas que realizam grandes metragens por dia. Levando sempre em
consideração a norma e procedimento vigentes.

1.7 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados são descritos em uma planilha, na qual são descritas as


características do solo:
 Número de golpes necessários para a penetração do amostrador a cada
profundidade;
 Profundidade do nível freático;
 Posição e a cota do furo.

20
De acordo com a NBR 6484, nas folhas de anotação de campo devem ser
registrados:

21
a) nome da empresa e do interessado;
b) número do trabalho;
c) local do terreno;
d) número da sondagem;
e) data e hora de início e de término da sondagem;
f) métodos de perfuração empregados (TC - trado-concha; TH - trado helicoidal;
CA - circulação de água) e profundidades respectivas;
g) avanços do tubo de revestimento;
h) profundidades das mudanças das camadas de solo e do final da sondagem;
i) numeração e profundidades das amostras coletadas no amostrador-padrão
e/ou trado;
j) anotação das amostras colhidas por circulação de água, quando da não
recuperação pelo amostrador-padrão;
k) descrição tátil-visual das amostras, na seqüência:

- granulometria principal e secundária;

- origem;

- cor;

l) número de golpes necessários à cravação de cada trecho nominal de 15 cm


do amostrador em função da penetração correspondente;
m) resultados dos ensaios de avanço de perfuração por circulação de água,
n) anotação sobre a posição do nível d’água, com data, hora, profundidade
aberta do furo e respectiva posição do revestimento, quando houver;
o) nome do operador e vistos do fiscal;
p) outras informações colhidas durante a execução da sondagem, se julgadas
de interesse;
q) procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma. Os relatórios de
campo devem ser conservados à disposição dos interessados por um período
mínimo de um ano, a contar da data da apresentação do relatório definitivo.

22
Apresentar os resultados das sondagens de simples reconhecimento em
relatórios numerados, datados e assinados por responsável técnico pelo trabalho,
perante o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA.

Devem constar no relatório definitivo:

a) nome do interessado/contratante;
b) local e natureza da obra;
c) descrição sumária do método e dos equipamentos empregados na realização
das sondagens;
d) total perfurado, em metros;
e) declaração de que foram obedecidas as normas brasileiras relativas ao
assunto;
f) outras observações e comentários, se julgados importantes;
g) referências aos desenhos constantes no relatório.

Anexar ao relatório um desenho contendo:

a) planta do local da obra, cotada e amarrada a referências facilmente


encontrável (logradouros públicos, acidentes geográficos, marcos
topográficos etc.), de forma a não deixar dúvidas quanto à sua localização;
b) planta contendo a posição da referência de nível (RN) tomada para o
nivelamento da(s) boca(s) do(s) furo(s) de sondagem(ens), bem como a
descrição sumária do elemento físico tomado como RN;
c) localização das sondagens, cotadas e amarradas a elementos fixos e bem
definidos no terreno;

Apresentar os resultados das sondagens em desenhos contendo o perfil


individual de cada sondagem ou seções do subsolo, nos quais devem constar,
obrigatoriamente:

a) nome da firma executora das sondagens, o nome do interessado ou


contratante, local da obra, indicação do número do trabalho e os vistos do
desenhista, engenheiro civil ou geólogo, responsável pelo trabalho;

23
b) diâmetro do tubo de revestimento e do amostrador empregados na execução
das sondagens;
c) número(s) da(s) sondagem(s);
d) cota(s) da(s) boca(s) dos furo(s) de sondagem, com precisão centimétrica;
e) linhas horizontais cotadas a cada 5 m em relação à referência de nível;
f) posição das amostras colhidas, devendo ser indicadas as amostras não
recuperadas e os detritos colhidos na circulação de água;
g) as profundidades, em relação à boca do furo, das transições das camadas e
do final da(s) sondagem(s)
h) índice de resistência à penetração N ou relações do número de golpes pela
penetração (expressa em centímetros) do amostrador;
i) identificação dos solos amostrados e convenção gráfica dos mesmos
conforme a NBR 13441;
j) a posição do(s) nível(is) d’água encontrado(s) e a(s) respectiva(s) data(s) de
observação(ões), indicando se houve pressão ou perda de água durante a
perfuração;
k) indicação da não ocorrência de nível de água, quando não encontrado;
l) datas de início e término de cada sondagem;
m) indicação dos processos de perfuração empregados (TH trado helicoidal, CA -
circulação de água) e respectivos trechos, bem como as posições sucessivas
do tubo de revestimento e uso de lama de estabilização quando utilizada;
n) procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma; e
o) resultado dos ensaios de avanço de perfuração por circulação d’água
Desenhar as sondagens na escala vertical de 1:100.

24
Figura 2 - Trecho da NBR 6484 - 2001

Fonte: NBR 6484.

1.7.1 SPT COM MEDIDA DE TORQUE (SPT-T)

Com base na sondagem à percussão com torque facilita uma melhor


definição do material em investigação, como também os seus parâmetros de
resistência. Essa abordagem permite que seja determinado os tipos de solo e suas
respectivas profundidades, além disso o mesmo ainda indica o nível da água e os
índices de resistência a penetração, como também determina os momentos de
torção do amostrador, sendo assim medidos pelo torque (HACHICH, 1998).

Para este ensaio são necessários todos os equipamentos que são usados no
ensaio de SPT, sendo ainda acrescentados algumas ferramentas para a medição do
torque, e o torquímetro. Este último também conhecido como chave dinamométrica,
que é utilizado para o ajuste bem mais preciso do torque de um parafuso em uma

25
porca. De modo geral, ela tem o formato parecido com o de uma alavanca em
junção com um mecanismo que possibilita a medição da força de torque, suportando
o máximo de aperto sem sequer danificar o material.

Quando maximo de força é atingido a ferramenta desarma o soquete ou emite


algum tipo de aviso ao operador, impedindo dessa forma que a peça seja danificada
por consequência do aperto excessivo ou que a peça fique solta. Por ser uma
ferramenta de precisão deve ser calibrada previamente. Este mecanismo está
disponível no mercado em diversos modelos, podendo ser completamente mecânico
até aparelhos altamente modernos e eletrônicos (HACHICH, 1998).

No SPT-T (Standard Penetration Test with Torque Measurements), o


procedimento ocorre da seguinte forma, após a cravação do amostrador padrão,
conforme prevê a Norma Brasileira NBR 6484/2001, retira-se a cabeça de bater e
colocar o disco centralizador até este apoiar-se no tubo guia. Rosqueia-se na
mesma luva, onde estava acoplada a cabeça de bater, o pino adaptador. Encaixa-se
no pino uma chave soquete onde é acoplado o torquímetro.

Aplica-se à haste uma torção, medindo, por meio de um torquímetro usado


como braço de alavanca e mantido na horizontal, o momento de torção máximo
necessário à rotação do amostrador, para obter, assim, uma medida da resistência
lateral.

Na rotação que se aplica ao amostrador por meio de um torquímetro, pode-se


medir um torque máximo, que define a tensão de atrito lateral (fs máxima) e o torque
residual, que define a tensão de atrito lateral mínima (fs residual) após o
remodelamento da película de solo na interface com o amostrador.

Segundo Hachich (1998), as principais informações obtidas com o ensaio de


SPT-T são elas:

• A identificação das diferentes camadas de solo que compõem o subsolo são feitas
com auxílio de um geólogo experiente, através de cores.

26
• A classificação dos solos de cada camada; através de ensaios em laboratório de
solos tal como granulométrico que classifica o solo em pedregulho, areia, silte e
argila.

• A existência ou não de Lençol freático. Se a amostra de solo obtida estiver com


grau de umidade elevada então o nível do lençol freático se encontra nesta cota, ao
término do ensaio deve-se esgotar o furo e proceder a medida do nível do lençol
freático após o período de 24 horas.

• A capacidade de carga do solo em várias profundidades; é expresso por


formulações que utilizam o N que é o número de golpes obtido para cravar o
amostrador 30 cm no solo.

• Índice de torque (TR); é a relação entre o torque medido em kgf/m pelo valor N do
SPT.

1.7.2 CORREÇÃO DAS MEDIDAS DE NSPT

Recomenda-se a correção do valor medido NSPT, considerando o efeito da


energia de cravação e do nível de tensões.

Verifica-se que a energia transferida ao amostrador padrão durante a


cravação não é a energia teórica de queda livre transmitida pelo martelo. Existem
outros tipos de perdas, que podem ser identificadas como por atrito e pela própria
dinâmica de transmissão de energia.

Neste contexto, os sistemas manuais de liberação do martelo no Brasil


aplicam energia da ordem de 70% da energia teórica. Já nos Estados Unidos e
Europa os sistemas mecanizados aplicam 60% da energia. Maior energia no Brasil
implica dizer, portanto em um menor número de golpes para se penetrar um mesmo
solo a uma mesma profundidade. Assim, antes do uso de uma correlação formulada
nos Estados unidos / Europa deverá ser possível a majoração do Nspt brasileiro em
10 a 20 % (Velloso e Lopes, 1996; citado em Schnaid, 2000).

27
Portanto a correção de uma sondagem para o padrão americano de N 60 é
feita simplesmente multiplicando-se NSPT (o valor medido) pela relação entre a
energia empregada e a energia de referência (no caso 0.60).

1.7.3 CORRELAÇÕES

Deve-se ter sempre em mente que as diversas eficiências do SPT, E, podem


variar conforme esse ensaio é executado nos diversos locais do mundo, entre si, de
até cerca de três vezes, e que os valores de N variam inversamente com a
eficiência. Então, por exemplo, para um SPT com eficiência de 45%, o valor da
resistência à penetração N é o dobro do correspondente a outro SPT cuja sua
eficiência seja de 90%.

Quando é utilizado no Brasil correlações que foram estabelecidas em outros


países, é indicado sempre procurar saber qual a eficiência do equipamento que foi
utilizado para a execução do ensaio e proceder-se aos ajustes de eficiência.
Segundo Schmertmann e Palacios (1979):

N1E1 = N2E2

Como é bem frequente o valor da eficiência não é fornecido no ensaio, mas


uma ordem de grandeza do mesmo pode ser obtida quando é verificado como o
ensaio foi executado e fazendo-se uso de informações divulgadas na literatura, tais
como Skempton (1986) e Décourt (1989).

A eficiência do SPT brasileiro, quando ele é rigorosamente executado de


acordo com a Norma Brasileira NBR 6484, é em média de 72%, Décourt et al
(1989). A dos SPT executados nos Estados Unidos nas décadas de 50 era de 45% a
55%. Atualmente há nos Estados Unidos uma variedade enorme de equipamentos
de SPT, com eficiências variando entre um mínimo de cerca de 40% e um máximo
de 95%.

28
A correlação é de tamanha importância no estudo do NSPT, a partir disso
conseguimos ter resultados mais precisos e detalhados.

Tabela 1 - CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS COERENTES QUANTO À SUA


CONSISTÊNCIA

Fonte: NBR 6484

Tabela 2 - Correlação entre o ensaio (SPT) e a resistência ao cisalhamento


de areias e argilas.

1.8 OBTENÇÃO DE PARÂMETROS GEOTÉCNICOS POR MEIO DO ENSAIO SPT

1.8.1 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO NÃO DRENADA (Su) DE ARGILAS

Para solos de alta permeabilidade, como no caso das areias, a drenagem


ocorre rapidamente, dissipando o excesso de poro-pressão tão logo o carregamento
é aplicado. Para solos de baixa permeabilidade, como no caso de argilas, é comum
29
que quase nenhuma dissipação ocorra durante a aplicação da carga. Esta situação
caracteriza uma solicitação não drenada.

Segundo Filho (2010), a resistência ao cisalhamento não drenada Su não é uma


característica intrínseca do solo, dependendo do modo de ruptura, da anisotropia do
solo, da velocidade de deformação (que se acentua em argilas plásticas) e da
história de tensões, sendo a análise e o método de avaliação fortemente
condicionada pelo tipo de problema em apreciação.

1.8.2 RELAÇÃO ENTRE Ø E SPT

O valor de ɸ’ pode, ainda, ser estimado graficamente por meio da


proposição de Peck, Hanson e Thornburn (1974), que resulta, em geral, em
estimativa conservadora para projetos rotineiros.

Figura 3 - Gráfico Nspt x para areias em função dos fatores de capacidade


de carga

Fonte: Peck, Hanson e Thornbum (1974)

30
Mitchell , Guzikowski e Vilet (1978) mostram o efeito da pressão
vertical efetiva na relação ɸ’ × NSP T , conforme a figura 2. Antes do seu uso
na obtenção do ângulo de atrito interno, o valor da penetração deve ser
corrigido, em ambos os casos, levando- se em conta os efeitos da energia de
cravação e da tensão atuante .

Figura 4: Gráfico Nspt x para diversas tensões verticais efetivas

Fonte: Mitchell, Guzikowski e villet (1978)

1.8.3 RELAÇÃO ENTRE E e SPT

São apresentadas (Simpósio Estocolmo, 1974; citado em Folque, 1986)


diversas correlações em função do número de golpes SPT, NSPT, como a do Japão,
apresentada a seguir.
𝐸 = 678𝑁𝑆𝑃𝑇0,99

Notifica-se que ao utilizar uma correlação com base no SPT é importante


considerar a eficiência do equipamento na elaboração da mesma. No intuito de
compatibilizar esta nova correlação com as anteriormente apresentadas (em função

30
de RP do cone holandês), torna-se necessário formular NSPT a valores equivalentes
de RP.

Para areias finas siltosas (RP = 3NSPT), tem-se:

𝐸 = 2,25𝑅𝑃

Para areias médias (RP = 4NSPT), tem-se:

𝐸 = 1,7𝑅𝑃

Para areias grossas (RP = 5NSPT), tem-se:

𝐸 = 1,35𝑅𝑃

Também a África do Sul (Simpósio Estocolmo, 1974; citado em Folque, 1986)


expressou E em função de NSPT:

𝐸 =537(𝑁𝑆𝑃𝑇+15)

Formula-se então NSPT em valores equivalentes do RP:

Para areias finas siltosas (RP = 3NSPT), tem-se:

𝐸 = 1,77𝑅𝑃 + 2800

Para areias médias (RP = 4NSPT), tem-se:

𝐸 = 1,35𝑅𝑃 + 2000

Para areias grossas (RP = 5NSPT), tem-se:

𝐸 = 1,07𝑅𝑃 + 1600

Para a estimativa do módulo de elasticidade sobressai a proposta de Stroud


(1989) que produziu uma relação entre E/N60 e o chamado grau de carregamento
q/qult (razão entre a carga aplicada pela fundação e carga de ruptura do solo) com

31
valores para solos normalmente adensados e para solos pré-adensados, conforme
apresentado na Figura a seguir.

Figura 5: Relação E/N60 e taxa de carregamento

Fonte: Stroud(1989)

2. CPT

2.1 DESCRIÇÃO

Cone Penetration Test (CPT), Tratasse na cravação estática lenta de um cone


mecânica ou elétrica, na qual registra em um computador os dados a cada 20 cm. O
cone colocado nesta bomba hidráulica é penetrado no terreno a uma velocidade de
2 cm por segundo.

32
Segundo GeoFast, o Cone possui ângulo de 60° e área de 10 ou 15 cm² de
seção transversal. Conectado ao computador, o ensaio fornece a resistência de
ponta (qc), a resistência lateral (fs) e a poropressão (u2) à medida que a penetração é
feita. Dessa forma, tem-se um ensaio rápido e contínuo que fornece informações
detalhadas a respeito do perfil estratigráfico.

Na maioria das vezes, é necessário que este procedimento seja executado


com um engenheiro geotécnico e sua equipe técnica, as condições para sua
aplicação, são que o terreno tenha condições de acessibilidade para receber o
equipamento que pode estar montado sobre um caminhão.

De acordo com a norma ABNT NBR 12069:1991 - Ensaio de penetração de cone


in situ (CPT), as ponteiras do cone podem ser mecânicas ou elétricas. A ponteira
elétrica possui um ou mais elementos elétricos para medir dentro da própria ponteira um
dos componentes de resistência à penetração. A ponteira mecânica possui a mesma
função, só que essa resistência é medida por meio de hastes internas. A norma relata
como funciona todo o procedimento da execução do ensaio

2.2 PROCEDIMENTO

● Equipamento

Deve-se colocar o equipamento hidráulico no canteiro. É necessário espaço,


pois o mesmo estará acoplado a um caminhão. O cone que será cravado no solo
pode ter uma ponteira elétrica ou mecânica.

● Posicionamento da ponteira de cravação

Deve ser posicionado de maneira vertical. O eixo das composições dos tubos
externos deve coincidir com o da aplicação de esforços.

● Execução

Com a ponteira já cravada no solo, a taxa de penetração atingirá uma


profundidade de 2 cm por segundo. O sistema captura os índices.

33
● Número de registros

O valor referente a cada componente de resistência de interesse deve ser


registrado, no mínimo, a cada 20 cm de avanço da ponteira.

● Medida de profundidade

34
Deve ser observada a profundidade em que se encontra a ponteira a cada novo
registro.

● Resultado

Deve-se apresentar todos os dados do que foi executado durante o ensaio. O


relatório deve conter:

➔ Descrição dos trabalhos;


➔ Descrição da aparelhagem;
➔ Apresentação do resultado de aferição do sistema de medição dos
esforços;
➔ Planta de locação detalhada dos pontos detalhados em escala e
contendo dados planialtimétricos; e
➔ Gráfico dos valores de componentes de resistência em função da
profundidade, em escala apropriada: para ensaio cone (resistência de
ponta), para ensaio de cone-atrito (resistência de ponta e atrito lateral
local).

2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS

● Vantagens

o Esse método é completamente automatizado e, desta forma sofre pouca


influência do operador.

o Outra vantagem está no fato de ter grande respaldo teórico para sua
interpretação e ter um grande número de formulações empíricas
confiáveis e disponíveis.

o O CPT dispõe de parâmetros mais precisos em relação ao SPT.

35
● Desvantagens :

o Necessita de mão-de-obra especializada;

o Dificuldade para locomoção do equipamento em regiões e terrenos de


difícil acesso.

2.4 CORRELAÇÕES

Com a grande existência de bancos de dados em todo o mundo que relaciona


tanto os resultados de SPT como de CPT ao comportamento de fundações, é de
total conveniência que se disponha de correlações entre os dois ensaios, este fato é
reforçado pela grande utilização do ensaio de SPT no Brasil.

No Brasil, existem variadas correlações baseadas em um número grande de


dados em vários locais do Brasil, principalmente para solos do Rio de Janeiro como
e de São Paulo. Para o Rio, os valores da Tabela 1 foram sugeridos por Danziger e
Velloso (1986, 1995), e representam uma atualização das correlações de Costa
Nunes e Fonseca (1959), usadas no método original de Aoki e Velloso (1975).

Devemos tomar cuidado, pois os valores da Tabela 1 correspondem ao N do


SPT sem qualquer correção, ou seja, para as condições de energia usualmente
empregadas no Brasil. Ver em Danziger e Velloso (1995) os valores relativos a N 60º,
e assim adequá-los para o mais conveniente.

Para os solos de São Paulo. Alonso (1980) sugere os valores


correspondentes à Tabela 2, também relativos à N sem nenhuma correção, devendo
ser adequados para o mais conveniente.

Após o estudo dos dados anteriores é observado uma mesma tendência dos
trabalhos realizados em outros países, a redução de K quando se diminui a
dimensão dos grãos do solo. Há apenas algumas pequenas exceções em casos

36
isolados de Alonso (1980), no restante em sua grande maioria podemos considerar
que os valores de K situam-se na faixa 0,6 a 0,2 Mpa/golpe/0,3m. É de suma
importância lembrar que nos casos em estudo o equipamento que foi utilizado para o
ensaio de CPT foi o mecânico.

Tabela 3: Valores sugeridos de K (Danziger e Velloso, 1986, 1995)

Tipo de solo Valores sugeridos de K (q=KN,


K em MPa/golpe/0,3m)

Areia 0.60

Areia siltosa, areia argilosa, 0.53


areia com argila e silte.

Silte. silte arenoso, argila 0.48


arenosa

silte com areia e argila, argila 0.38


com silte e areia

silte argiloso 0.30

argila, argila siltosa 0.25

Tabela 4: Valores sugeridos de K (extraído de Alonso, 1980)

Tipo de solo Valores sugeridos de K (q =KN,


K cm MPa/golpe/0.3m)

areia argilosa 0.56; 0.94**

areia fina argilosa pouco siltosa 0.64

areia argilo siltosa 0.61

areia argilosa pouco siltosa 0.38

areia pouco argilosa pouco 0.50


siltosa

silte arenoso (residual) 0.52

37

silte arenoso pouco argiloso 0.31-0.33-0.34**


(residual)

silte argilo arenoso (residual) 0.33

silte pouco arenoso pouco 0.26


argiloso (residual)

silte pouco argiloso pouco 0.50


arenoso (residual)

silte argiloso com areia fina 0.21

argila arenosa 0.27

argila silto arenosa 0.35

argila siltosa pouco arenosa 0.33; 0.28**

argila siltosa (residual) 0.72

**Mais de um valor na tabela indica mais de um local onde houve correlação.

2.5 OBTENÇÃO DE PARÂMETROS GEOTÉCNICOS POR MEIO DOS ENSAIOS


CPT E CPTU .

Há uma grande variedade em propostas existentes na literatura internacional


para a obtenção de diversos parâmetros geotécnicos. Essas propostas, em sua
maioria, são relativas ao ensaio de piezocone, Pois a partir da medida da poro-
pressão neste ensaio pode-se adicionar uma grande potência ao ensaio de cone. As
propostas, quase que totalmente são relativas a solos sedimentares.

Para se obter os parâmetros, tomou-se principalmente como base o relatório


de estado da arte de Lunne et alii (1989) apresentado no XII ICSMFE e no Manual
de Interpretação do Piezocone do NGI (1992), o mesmo por sua vez foi uma base do
livro de Lunne et alii (1997).

38
Para o solo do tipo areia, os parâmetros a seguir podem ser estimados
através do ensaio:

Densidade relativa, Df

Parâmetro de estado, ψ

Tensão horizontal in situ, ho, ho (ou ainda K0)

Ângulo de atrito efetivo,

Módulo de Young, E

Módulo edométrico, Ead

Módulo cisalhante máximo, Gmax

As propostas para adquirir dos parâmetros listados são derivadas de


correlações empíricas obtidas em câmaras de calibração (amostras frescas). Com
isso, o uso de tais correlações deve ser feito com bastante cuidado no caso de
depósitos naturais, pois em sua maioria estão envelhecidos. Alguns autores têm
ressaltado a importância do envelhecimento ("aging") no caso de areias, e.g.
Denisov e Reltov (1961), Skempton (1986), Décourt (1989a), Schmertmann (1991).
Mesmo assim, ainda não tem-se disponível um método de interpretação capaz de
considerar o efeito do envelhecimento de uma forma racional (NGI, 1992).

Nas argilas, os parâmetros que podem ser estimados através do ensaio de


piezocone são os seguintes:

Resistência não drenada, su

Relação de pré-adensamento, OCR

Sensibilidade, St

Coeficiente de empuxo no repouso, K0

Parâmetros efetivos, c' e

39
Módulo de Young, E0

Módulo edométrico, Ead

Módulo cisalhante máximo. Gmax

Coeficiente de adensamento, ch (e cv)

Permeabilidade, kh, ( e kv.)

Mesmo que alguns dos parâmetros listados acima possam ser interpretados
segundo uma forma teórica, a sua maioria é geralmente obtida através de
correlações com os resultados obtidos em ensaios laboratoriais e outros ensaios de
campo. Como diferentes ensaios de laboratório e de campo são utilizados como
referência, é óbvio que parte significativa da dispersão dos resultados é proveniente
de tais diferenças. Assim, o uso dessas correlações requer o conhecimento da forma
pela qual elas foram estabelecidas, para assim empregá-las de forma adequada.

2.6 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO NÃO DRENADA (Su) DE ARGILAS Su e


CPT e CPTU

Existem várias propostas na literatura, sendo as mais usualmente utilizadas


aquelas que trabalham com grandezas que são chamadas fatores de cone, e
definidas como:

NKT = (qr-𝛔v0) ⁄ Su

N∆u = ∆u2 ⁄ Su

NKE = (qr - u) ⁄ Su

O fator Nkt emprega a resistência de ponta corrigida qr, em substituição à


resistência de ponta medida no CPT, q. O fator Nkt não é constante, mas varia com
as propriedades do depósito.

40
O fator N∆u, representa uma alternativa para obtenção de su através do ensaio
de piezocone de forma independente da anterior, uma vez que provém apenas da
medida da poro pressão e não da resistência de ponta. Tavenas et alii (.1982)
observaram que N∆u depende mais do índice de liquidez i L, do que de IP, e obtiveram
para argilas canadenses N∆u = 7,9 ± 0,7 para 0,8<IL<2 e N∆u =11,7 ±2 para IL>2. j á
Lunne et alii (1985), para as argilas escandinavas observa-se uma tendência de
crescimento de N∆u com o crescimento de Bq, e uma dispersão muito menor.

O fator NKE tal como definido por Lunne et alii (1985), também pode ser
utilizado para estimar su. A principal limitação do uso deste fator é no caso de
argilas moles, onde os valores de qr são muito parecidos de u e assim a diferença de
qr e u são bem sensíveis a pequenos erros de medidas.

2.7 RELAÇÃO ENTRE E e Eu NO CPT E CPTU

O módulo de deformabilidade Eu é dependente de fatores como histórico de


tensões, níveis de deformação cisalhante, velocidade do carregamento e de
dissipação de poropressão. Sendo o cone insensível a estes fatores, as correlações
mostradas a seguir devem ser utilizadas com cautela (Schinaid, 2000).

A metodologia sugerida para prever os valores de Su por meio dos valores


medidos de qt e estima-se os valores de Eu em correlação do tipo:

𝛔𝛔 = 𝛔𝛔𝛔

Duncan e Buchignani (1976) citado em Schinaid (2000) apresentam a


abordagem da Imagem a seguir onde o histórico de tensões e o índice de
plasticidade são requisitos indispensáveis.

40
Figura 6 - Histórico de tensões e índice de plasticidade

Fonte: (Schinaid, 2000).

Apesar das dificuldades do cone fornecer medidas precisas de


deformabilidade, conforme discorrido anteriormente, Baldi e outros (1981) propõe
uma equação para o módulo E25 conforme abordado em (Schinaid, 2000):

𝛔25 = 1,5 × 𝛔𝛔

Bowles (2001) apresenta várias formulações correlacionando a resistência de


ponta qc com o módulo de deformabilidade E, conforme resumido na Tabela a
seguir:

41
Tabela 5 - Correlação E x qc

Fonte: Bowles (2001)

2.8 RELAÇÃO ENTRE O OCR e CPT/CPTU

Segundo Schnaid (2000) o valor da pressão de pré-adensamento ’vm do solo


é de fundamental importância à análise de comportamento de depósitos de argilas
moles. Se o solo for carregado abaixo de ’vm, as deformações serão pequenas e em
grande parte reversíveis, já com outros carregamentos de valores maiores que ’vm
acarreta deformações plásticas, irreversíveis e de grande magnitude.

Existem várias proposições na literatura para estimativa da história de


tensões, mas Schnaid (2000) recomenda a abordagem estatística proposta por
Chen & Mayne (1996), baseada em mais de 1200 resultados de piezocone, aplicada
à determinação da pressão de pré-adensamento, ou diretamente da razão de
sobreadensamento OCR (’vm/’v0).

𝑂𝐶𝑅 = 0,305(𝑞𝑡 − 𝜎𝑣0)/𝜎′𝑣0


𝑂𝐶𝑅 = 0,53(𝑞𝑡 − 𝑢2)/𝜎′𝑣0
42
Segundo Schnaid (2000) esta é uma correlação estatística que necessita de
validação para condições e solos brasileiros. Um exemplo de aplicação é
apresentado também pelo mesmo na Imagem a seguir, na qual aparecem valores
previstos através do ensaio CPTU, medidos em ensaios de adensamento e também
valores estabelecidos através da proposição de Mayne e Mitchel (1988) para
ensaios de palheta.

As previsões de OCR são semelhantes para as três abordagens utilizadas.


Nota-se a presença de uma crosta pré-adensada (OCR >1), seguindo-se de uma
camada normalmente adensada (OCR ~ 1) até a profundidade de aproximadamente
8 metros.

Figura 7 - OCR em função profundidade em três provisões distintas

Fonte: Bowles (2001)

De acordo com Schnaid (2000), a semelhança entre o parâmetro Bq e o


parâmetro A de Skempton (1954) parece sugerir que a variação nas medidas de Bq
possam estar associadas ao OCR (Wroth, 1984; Houlsby,1988; Chen &

43
Mayne,1996). Resultados de ensaios realizados no Brasil foram compilados com o
objetivo de avaliar a aplicabilidade deste conceito.

Os resultados são apresentados na Imagem anterior, na qual se observa uma


tendência de redução de Bq com o aumento de OCR. Porém a dispersão observada
nos resultados experimentais não permite o uso direto dessa correlação na
estimativa de OCR (Schnaid,2000).

Figura 8 - OCR em função de Bq para argilas Brasileiras

Fonte: Schinaid (2000)

Schnaid (2000) cita ainda que existe uma relação entre Su e OCR que pode
indicar as características geotécnicas do local em estudo. Para depósitos de argilas
normalmente adensadas (NA) a razão entre Su/𝛔′𝛔0 é da ordem de 0,25
(Bjerrum,1973); este valor é considerado conservador e valores inferiores
correspondem a solos em adensamento ou, mais provavelmente, a amolgamento do
solo quando da determinação de Su. Valores superiores a 0,25 indicam pré-

44
adensamento do solo, conforme trabalhos clássicos de Teoria do Estado Crítico
(Schofield & Wroth, 1962; Ladd e outros, 1971):

𝑠𝑢/𝜎′𝑣𝑜⌉𝑃𝐴 / ⌈𝑠𝑢/𝜎′𝑣𝑜⌉𝑁𝐴 = 𝑂𝐶R

45
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fundações Diretas Correntes. Recomendações - E217-1968" - Edições do LNEC

"Monitoramento de Movimentações Verticais em Edificações" de Alysson Rodrigo Andrade


Fabiano Ventur Santos Prof. Cláudio C. Zimmermann - Url em
http://www.cageo.com.br/serv.htm

_ S.A., (2000), “Textos de Apoio e Exercicios Praticos de Geologia de Engenharia”,


Seccao de Folhas, Associacao de Estudantes do Instituto Superior Tecnico

2. ed. New York: John Wiley & Sons , 1974.


ABNT: MB 3406, (1991). Ensaio de Penetração de Cone In Situ (CPT) – Método de
Ensaio. Associação Brasileira e Normas Técnicas.
ABNT: NBR 6484 (2001). Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT -
Método de ensaio. Associação Brasileira e Normas Técnicas.

AÇÃO ENGENHARIA - Url em http://www.acaoengenharia.com.br/servicos.htm Geo-


Rumo - Url em http://www.geo-rumo.com/SPT.htm BALBINO FUNDAÇÕES - Url em
http://www.balbino.com.br/sondagem.htm

HACHICH, W. ; FALCONI, F. F. ; SAES, J. L. ; FROTA, R. G. Q. ; CARVALHO, C. S. ;


JUNIOR, O. F. S. (2012); Investigações do subsolo para projetos de fundações; Notas de
Aula; UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

LIMA, A. P. (2005); Investigações Geotécnicas de Campo; Notas de Aula; UVA -


Universidade Veiga de Almeida. Rio de Janeiro – Brasil

LIMA, A. P. (2005); Investigações Geotécnicas de Campo; Notas de Aula; UVA -


Universidade Veiga de Almeida. Rio de Janeiro – Brasil
MASSAD, F, e outros (1974). Efeito da Profundidade nos Valores de SPT, V
COBRAMSEF, Vol. 1, p 41-52.

NIYAMA, S. (1998); Fundações: Teoria e Prática, 2. Ed. São Paulo: Pini.


PECK, R. B.; HANSON, W. F.; THORNBURN, T. H. Foundation engineering.
PENNA, A. L. C. C (2010); Ensaios de Laboratório e Campo: Exploração do Subsolo; Belo
Horizonte – Brasil
RANZINI, S.M.T. (1988). SPTF. Revista Solos e Rochas, Vol. 11, p29-30, São Paulo:
ABMS.
46
SANTOS J. A. (2008). Ensaios de Campo; Projeto Geotécnico I.
SCHNAID, F (2000). Ensaios de Campo e suas Aplicações à Engenharia de Fundações,
São Paulo, 189 p.
SCHNAID, F (2000). Ensaios de Campo e suas Aplicações à Engenharia de Fundações,
São Paulo, 189 p.
VALLEJO, LuisGonzalez de (2002), “Ingenieria Geologica”, Prentice Hall, Espana

47

Você também pode gostar