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Independência?
Editorial
Dia 7 de setembro, feriado da Proclamação Um povo que exerce um pseudo-patriotismo, que
da Independência do Brasil. Há 196 anos proclamava- se resume em torcer pela seleção brasileira, a cada Copa
se nossa independência da Coroa Portuguesa! do Mundo de futebol, não é digna de reclamar de seus
Comemorações, desfiles, atos cívicos, explodem por todo políticos. Um povo que, pelo menos, no Dia em que se
o país, à guisa de se manter acesa a chama da liberdade! comemora a Proclamação da Independência do seu país,
De fato, libertamo-nos dos colonizadores lusitanos, para, não dedica um minuto para uma breve reflexão sobre
a partir de então, sermos colonizados por nós próprios. Os os destinos da nação, não pode se sentir livre. Tal povo,
usurpadores da “Terra Brasilis” não mais cruzam oceanos, precisa antes de tudo se libertar de si próprio.
eles brotam como erva daninha no solo da Pátria-Mãe,
O Brasil somos todos nós e se não formos
sedentos por sugar, à exaustão, suas riquezas, através
parte da solução, sempre, seremos parte do problema.
das tetas do poder, perpetuando-se nele.
Precisamos de ação. Precisamos entender que a
Esquecemos de nos despir das velhas roupas de reconstrução do país passa, necessariamente, pela
um povo colonizado e, ainda, nem se quer conseguimos reformatação de como pensamos o Brasil. A matéria
nos revestir do imprescindível manto da consciência do Irmão Franklin dos Santos Moura, intitulada
de cidadão, observando direitos e deveres de um povo “Independência - Independentes, Porém Acorrentados”,
livre, merecedor de contemplar com imponência o Sol da apresenta seguinte citação: “O Brasil que eu quero”.
Liberdade. Mas, e o Brasil que eu faço? A distância entre um e outro
parece simbólica, mas ao trocar o querer por fazer, surge a
Ser livre, ser independente e ter consciência de
possibilidade de se dirigir ao próximo. Surge a chance de
suas obrigações como cidadão e saber exigir direitos
construir algo que não se limite ao proveito de um só.
em benefício de seu país, da coletividade. Os políticos,
“representantes do povo”, são os reflexos da consciência A população brasileira está gravemente doente!
de seus eleitores. Mais do que mudar políticos, o que se Nunca se registrou tantos suicídios como nos dias atuais,
faz necessário é mudar a maneira irresponsável de como ao ponto de se criar, neste ano de 2018, o “Setembro
escolhê-los. Ninguém chega ao poder sem o voto do Amarelo”, uma importante Campanha de Prevenção ao
eleitor! Suicídio. Sem esperanças, nossos jovens e adolescentes
são as maiores vítimas, abrindo mão do seu bem maior,
Mais um pleito eleitoral se aproxima, mais uma
a própria vida. Um povo sem esperanças se lança ao
oportunidade de se reverter a caótica situação política
desespero, estando fadado a autodestruição!
e econômica que se arrasta há décadas, apresenta-
se. Quando o brasileiro, de fato, proclamará sua Comemoremos sim, o ocorrido no dia 07 de
independência? setembro de 1822, mas quanto a estar independente...
deixo para a reflexão de nossos leitores!
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“Laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro
fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte!”
A História Secreta
da Independência
Carlos Cardoso Aveline
E
sta proclamação – feita por Dom Pedro, às monarquias de Portugal e Espanha estavam decadentes
margens do Ipiranga, às 16h30, de 7 de setembro desde o século XVII.
de 1822, em meio às espadas erguidas dos
No século XVIII, a Espanha foi buscar apoio na
militares que o acompanhavam – parece lembrar
França, enquanto Portugal se amparava na Inglaterra. A
claramente um juramento maçônico. Na verdade, o que
disputa entre Portugal e Espanha – grandes potências
comemoramos a cada 7 de setembro não é exatamente
coloniais com economias pré-industriais e atrasadas –
a independência do País, mas o compromisso solene do
era, na verdade, um reflexo da briga entre Inglaterra e
príncipe Pedro com nosso povo. A independência política
França, as grandes potências mundiais da época.
– destituída da ideia de completa separação de Portugal
– havia sido anunciada, oficialmente, um mês antes, em A maçonaria, com sua diversidade natural,
agosto. também, expressava essas contradições políticas,
econômicas e estratégicas. Na Inglaterra, os maçons
A independência brasileira foi resultado direto
defendiam a monarquia constitucional e serviam como
da ação do movimento maçônico. As organizações
uma ponta de lança da influência britânica sobre o
autônomas baseadas na tradição da maçonaria são
mundo. Essa ideia de monarquia acabou dominando
fraternidades secretas ou semissecretas, que realizam
os primeiros tempos da independência brasileira. Mas
reuniões ritualísticas. Elas buscam o aperfeiçoamento
na França, como nos Estados Unidos (que fizeram sua
do ser humano através da vivência da fraternidade
independência a partir de 1776), os maçons defendiam
universal, da liberdade de consciência e da ruptura dos
o regime republicano, e divulgaram essa ideia por todo
dogmas religiosos. Mas, como todo movimento baseado
o mundo desde a revolução começada em 1789, com
na liberdade de pensamento, as organizações maçônicas
a tomada da Bastilha. O ideário republicano dessas
divergiam, bastante, umas das outras e deixavam à
correntes maçônicas teve consequências decisivas para
mostra as incoerências humanas, vaidades pessoais
os países da América espanhola.
e lutas de poder dos seus integrantes, entre os quais
estavam alguns dos principais líderes das campanhas Um dos motivos pelos quais a ação dos maçons
pela independência dos países latino-americanos e dos da Inglaterra era mais moderada no começo do século
Estados Unidos, e dirigentes de revoluções liberais da XIX, surgia do fato de que lá não havia sido necessária,
Europa desde o século XVIII. no século XVIII, a violência da Revolução Francesa.
Desde os tempos de Francis Bacon, a influência rosacruz
Para que se compreenda o processo da
e maçônica era bem maior e mais forte na Inglaterra,
independência política do Brasil, é preciso ter claro –
tornando a aceitação das ideias liberais algo natural. Já
como destaca o historiador Caio Prado Júnior – que as
na França, as elites se haviam negado a aceitar qualquer
A
maior parte do povo brasileiro imagina que com a criação de uma Constituinte, limitando os amplos
a proclamação da independência do Brasil poderes do Imperador.
resumiu-se, somente, no Grito do Ipiranga e que,
Foi dentro desse quadro que, efetivamente, deu-se
pacificamente, todos aceitaram que os laços entre Portugal
a Independência, tendo sido D. Pedro I, inteligentemente,
e Brasil estavam, definitivamente, rompidos. A história não
usado pela Maçonaria para satisfazer os seus propósitos.
foi bem assim, e a Proclamação da Independência, por D.
Seria inadmissível para alguém, que conheça um mínimo
Pedro I, foi, apenas, o início de um banho de sangue entre
da história do Brasil, julgar que o Imperador reunia
brasileiros separatistas, portugueses e brasileiros fiéis à
qualidades para ser Maçom.
Coroa de Portugal. As lutas eclodiram, desde logo, em
grande parte do território brasileiro, pois, principalmente, o A sua vida devassa, como relatam os
Norte e Nordeste mantiveram-se fiéis a Portugal. historiadores, alguns admitindo que ele teve mais de
cem filhos, entre os do casamento e outros havidos com
A Maçonaria da época encontrava-se,
escravas, prostitutas e algumas oportunistas, que queriam
extremamente, dividida. As Lojas do Rio de Janeiro e
graças do Imperador. Dessa forma, os Maçons não teriam
de São Paulo eram subordinadas ao Grande Oriente da
como admiti-lo na Ordem pelos seus méritos e pela sua
Inglaterra; as Lojas do Norte e do Nordeste, ao Grande
conduta. Fizeram-no, e, rapidamente, o Ir∴ Guatimozim,
Oriente de Portugal. Note-se que não existia, ainda, o
nome maçônico por ele adotado, foi guindado a assumir
Grande Oriente do Brasil. Isso, por si só, já era motivo
alto posto, unicamente, com o intuito de usá-lo como peça
suficiente para que duas vertentes distintas se formassem
importante na Proclamação da Independência. José
dentro da Ordem: uma defendendo a separação e outra não.
Bonifácio e Gonçalves Ledo se desentenderam, tendo
Além disso, no Rio de Janeiro, houve uma José Bonifácio deixado a Loja para criar uma vertente
divergência enorme de objetivos entre os dois grandes dissidente, o Apostolado, mas venceram as ideias de
líderes da época, José Bonifácio e Gonçalves Ledo: Gonçalves Ledo.
Aquele defendia a Independência, com a continuação
Os Maçons da época eram constituídos, na sua
dos plenos poderes do Imperador; Este, defendia a
grande maioria, por aristocratas, senhores de engenho e
independência, mas de forma liberal e republicana, isto é,
fazendeiros, que dependiam, totalmente, da mão-de-obra
O
s 94 homens que se reuniram no dia 24 de paradigma da modernidade política, mas, ao mesmo
junho de 1822, num sítio no porto do Méier, na tempo, repudiada em seus “excessos” pelos liberais do
Praia Grande (atual Niterói-RJ), e fundaram o nascente século XIX.
Grande Oriente Brasílico, atual GOB, sonhavam alto,
O GOB adotou o Rito Francês Moderno, criado
mas tinham os pés no chão. O dia inteiro de exaustivos
em 1783 e composto por sete graus: 1. Aprendiz; 2.
trabalhos foi encerrado com um lauto banquete, e a
Companheiro; 3. Mestre (Lojas Azuis);- 4. Mestre Eleito
comida, que sobrou, foi distribuída aos pobres das
(Primeira Ordem de Rosa-Cruz); 5. Mestre Escocês
redondezas, reforçando, assim, a filantropia tão presente
(Segunda Ordem de Rosa-Cruz); 6. Cavalheiro Rosa-Cruz
nas preocupações maçônicas. Congregados naquele
(Terceira Ordem de Rosa-Cruz); 7. Soberano Príncipe
momento, não poderiam imaginar que, meses depois,
Rosa-Cruz (Quarta Ordem de Rosa-Cruz).
teriam seus destinos individuais tão separados, nem
tinham certeza dos rumos políticos que ajudavam a O maçom que presidiu a instalação dos trabalhos
transformar. do GOB, foi o capitão engenheiro João Mendes Viana,
na condição de Venerável da Loja Comércio e Artes.
A formação, que originou o GOB, veio da Loja
Qual o destino de Mendes Viana? Eleito Segundo
Comércio e Artes, a mesma que surgira em 1815,
Grande Vigilante do GOB, foi enviado a Pernambuco
dissolvera-se com a repressão de 1818 e reaparecera
como emissário na missão estratégica para articular a
sob as bênçãos do Grande Oriente Luso-Brasileiro e sob
Independência.
os novos ares do liberalismo em 1821. Agora, em 1822,
a Comércio e Artes crescera demais, e nela não cabiam Acabou aproximando-se dos chamados
tantos integrantes que pretendiam entrar. Os maçons liberais exaltados, que assumiram o poder provincial
então, resolveram, numa solução salomônica, subdividir e proclamariam a Confederação do Equador contra o
a Loja em três, mantendo a Comércio e Artes e criando centralismo imperial. Detido por ordem de D. Pedro I,
mais duas: União e Tranquilidade e a Esperança de Mendes Viana passaria sete anos do Primeiro Reinado
Niterói. A distribuição dos integrantes em cada uma foi feita como preso político nos cárceres do Rio de Janeiro, ao
por sorteio, tradicionalmente, visto como uma instância lado de Cipriano Barata. Ao ser solto, em 1830, Mendes
igualitária, ou seja, que evitava favoritismo e deixava, nas Viana estava com a saúde irremediavelmente debilitada
mãos da Providência Divina, o destino dos envolvidos. pelas precárias condições em que foi forçado a viver e
Além disso, os iniciados deveriam portar uma roseta ou faleceu logo depois. Mais uma trajetória de vida destruída
laço em forma de flor no braço esquerdo: branco para devido ao engajamento maçônico. Mas, naquele momento
a primeira Loja, azul para a segunda e vermelho para a de otimismo e entusiasmo da fundação do GOB e
terceira. Todos juntos criavam, assim, o azul, vermelho preparação da Independência, tal previsão trágica parecia
e branco, caracterizadores da Revolução Francesa, impensável.
O sítio em Niterói fora decorado à maneira de É precipitado apontar esse GOB como embrião
um templo maçônico, sem faltar a Sala dos Passos de um partido político, pois suas características se
Perdidos. A comissão de organização era composta diferenciavam bastante da máquina partidária típica do
pelos Irmãos Manoel dos Santos Portugal, João da Silva século XX. Entretanto, não se deve desprezar a Maçonaria
Lomba e Antônio José de Souza, que se encarregaram como uma forma de agrupamento e organização.
do banquete maçônico e das demais providências, como Quando se falava, já naquela época, de “partidos”,
levar apetrechos e a decoração do local com os símbolos era mais do que tomar um partido ou formar facções
adequados. descartáveis: havia modos de agrupamento em torno de
Nas primeiras reuniões do GOB, a clandestinidade um líder, através de palavras de ordem e da imprensa, em
(ou segredo, como, então, se dizia) era fundamental determinados espaços associativos e a partir de interesses
não só por uma questão de fidelidade ritualística, mas, ou motivações específicas, além de se delimitarem
também, pela própria segurança de seus membros, por por lealdades ou afinidades (intelectuais, econômicas,
estarem tramando a Independência do Brasil. Entretanto, culturais, etc.) entre seus participantes. Tais agrupamentos
logo se percebeu que tudo, discutido no recinto, acabava eram identificados por rótulos, símbolos ou nomeações,
vazando para Portugal e para os comandantes das tropas pejorativos ou não. A Maçonaria era uma dentre as várias
portuguesas sediadas no Brasil. Daí resultou, no encontro formas existentes de sociabilidade.
de 2 de agosto de 1822, a exclusão de seis irmãos do Pode-se perceber que o nó da questão, em que
círculo maçônico, após investigações internas que levaram se envolveu a Maçonaria em 1822, foram as presenças
aos nomes dos que foram considerados delatores. de José Bonifácio e D. Pedro I em seus quadros como
Uma das tarefas marcantes do GOB foi enviar dirigentes máximos (Grão-Mestres). Daí resultou, num
emissários às mais importantes províncias brasileiras, primeiro momento, a força e a vitória da entidade, com a
para articularem, politicamente, a Independência na Independência proclamada, como seus membros queriam.
forma como estava sendo concebida: unidade territorial Daí resultou, logo depois, a destruição dos trabalhos
maçônicos e até da vida pública de vários irmãos.
Se, do ponto de vista externo, o GOB serviu, no
tempo e na hora certa, como espaço aglutinador, tal papel
foi efêmero. As dissensões internas e as intervenções
externas acabaram destruindo, naquele momento,
esse núcleo de associação. A recriação do GOB e das
Potências posteriores já pertenciam a outro contexto, com
outros objetivos e horizontes.
(Compilado do Livro O PODER DA MAÇONARIA – A HISTÓRIA DE UMA
SOCIEDADE SECRETA NO BRASIL – De Marco Morel e Françoise Jean
de Oliveira Souza, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.)
S
e por um lado a independência da nação porém o homem, a partir das evoluções tecnológicas,
brasileira caminha para o seu bicentenário, criou o lastimável labirinto de ‘solidão coletiva’.
por outro lado mais pesadas se tornam as
Aliado a isso, ocorreu o retrocesso de saber
correntes que impedem construir um presente justo e
viver em comunidade. Há 20 ou 30 anos era comum
consequentemente semeando um amanhã melhor.
nascer e crescer em bairros horizontais, vivendo
Enquanto o passado reserva um traje em comunidade e percebendo a importância das
empoeirado de batalhas e glórias, o presente lideranças locais. Era o líder comunitário que ia até
é marcado pelo individualismo e um atordoado a prefeitura requerer asfalto, iluminação, posto de
movimento de se desejar mudança, porém saúde, praça, escola e segurança. Com um pouco
terceirizando sua realização. Na paisagem triste mais de esforço esse mesmo líder viria a se tornar
desse cenário está a Maçonaria, que atravessa suas um vereador e crescer na carreira política.
próprias crises, e não demonstra ter as mesmas
Atualmente, com a proliferação das
forças de outrora para romper os grilhões que
moradias verticais, uma das maiores dificuldades da
sufocam a independência de um povo livre.
convivência num condomínio é conseguir alguém
Diante disso, o presente trabalho tem para ocupar a função de síndico. Cada morador do
por objetivo provocar reflexões sobre alguns dos prédio já está transbordando de preocupações com
motivos que acorrentam a sociedade e a Maçonaria, trabalho, compromissos financeiros, educação dos
impedindo a próspera marcha de um povo filhos, angústia sobre aproveitar o tempo. Dessas
independente. forma, o sentimento de contribuir no prédio que mora
dá lugar a um pensamento “O que eles decidirem
Acorrentados ao individualismo - Existe um
está bom!”
mito em torno do progresso. Muitos pensam que a
evolução e o progresso trouxeram uma realidade pior Se o indivíduo tem as condições básicas perto
que a vivida no passado. Na verdade, a evolução do semi luxo, isso é o suficiente para deixar a política
e o progresso trazem inúmeras melhorias, porém no piloto automático, até aquela mais próxima que é
o problema é o que o homem, de fato, absorve e a gestão do condomínio.
transforma em legado.
Não participando da gestão do condomínio,
Está escrito em algum lugar que as redes mais distante fica a atuação comunitária, municipal,
sociais deveriam isolar as pessoas? Imagino que não, estadual e federal. Com o individualismo, o homem
representa a moldura de uma instituição milenar, desenvolvimento social e político, mas sim tentar
filosófica e progressista, que se fez representar nas manter-se de pé, evitando sucumbir aos efeitos de
páginas da história pelos seus grandes feitos. uma sociedade culturalmente ansiosa, individualista,
imediatista e progressivamente distante de Deus.
Ingressar na Maçonaria era (e, ainda, é para
alguns) motivo de honra e distinção para uma família, Como romper esses grilhões e voltar a
pois era sinônimo de ser escolhido entre muitos. ocupar o lugar de destaque que repousa nas páginas
amareladas da história?
Infelizmente, com o adoecimento da
sociedade, seja diante do individualismo, seja pelo O presente trabalho teve por objetivo
comodismo, seja pela deterioração da religiosidade apresentar algumas breves reflexões sobre “o grau
em razão da transformação cultural, o homem, de independência”, abordando na percepção do
também, adoeceu e muitos desses homens estão Irmão autor, que para viver a independência há
entre as colunas da Ordem. que se libertar de correntes extremamente densas,
quais sejam: individualismo do homem; delegação a
E por que tais homens, admitidos como livres
terceiros da ação que depende de você; atual estado
e de bons costumes, porém atingidos de patologias
de crise da Maçonaria, impedindo maior participação
sociais, estão em nossos templos? Ousaria dizer
na transformação social e política brasileira.
que se a porta fosse estreita como em outrora, a
Maçonaria teria templos, ainda, mais vazios do que já Caminhando para alcançar, em breve, o
se tem na atualidade. bicentenário da Independência do Brasil, não é demais
lembrar e alertar que as instituições, historicamente,
Lamentavelmente, com a porta mais larga,
representativas tiveram domínio ora bélico, ora
o risco que se expõe é a qualidade dos candidatos
científico, ora político e até mesmo religioso.
admitidos, podendo resultar em jornadas curtas,
limitadas a curiosidade e colocadas em segundo ou As perguntas que repousam com o presente
terceiro plano, quando há que se romper sua zona trabalho são: onde estarás Maçonaria quando a
de conforto e/ou o individualismo para servir aos história de 200 anos do Brasil for escrita? Estará,
propósitos da sua oficina, do seu Oriente. ainda, acorrentada as dores de uma instituição
milenar sujeita as patologias sociais ou estará
O ponto crítico desse cenário é que a
criptografada na moldura de um Brasil diferente e
Maçonaria, antes uma rompedora de grilhões, agora,
melhor?
está inerte em suas próprias correntes. Se um
dia a história registrou José Bonifácio, Gonçalves Diante de todo o exposto, na certeza de
Ledo, Dom Pedro I, Rui Barbosa, Monteiro Lobato, não ter esgotado o tema, mas ter sim alcançado o
Padres, Pastores, Freis e muitos outros, quantos acolhimento e provocado reflexões entre os Irmãos, é
acontecimentos políticos, culturais marcaram época! o desejo que o GADU, mantenha a Luz da Sabedoria
apontada em nossas vidas, prevalecendo a tolerância
Com a porta larga de entrada, o objetivo
e a habilidade de “saber cuidar”, entre Irmãos.
da Ordem não consegue mais ser interferir no