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ESTATÍSTICA DESCRITIVA

CAPÍTULO 1: DEFINIÇÕES BÁSICAS

ESTATÍSTICA: É a ciência que se preocupa com a coleta, organização, análise e interpretação


dos dados experimentais.

EXEMPLO: Numa fazenda produtora de leite mede-se a produção de leite de 500 vacas, num
determinado dia.
Coleta: 14, 10, 12, 8, etc. (em litros)
Organização: Tabelas e gráficos
Análise: Qual é a produção média? Média = 6 litros, por exemplo
Interpretação: Por que tão baixa (ou tão alta) essa produção média?

OBSERVAÇÃO: A ciência estatística é aplicável em qualquer ramo do conhecimento onde se


manipulam dados experimentais. Por exemplo: Física, Química, Biologia, Ciências Sociais,
Ciências Administrativas, Ciências Agrárias, etc.

POPULAÇÃO: É o conjunto de elementos com pelo menos uma característica comum. Essa
(s) característica (s) comum deve delimitar inequivocamente quais elementos que pertencem à
população e quais os que não pertencem. A população pode ser finita ou infinita (população
grande: não pode ser enumerada completamente).

AMOSTRA: É um subconjunto de uma população. É necessariamente finita, pois todos os seus


elementos serão examinados para efeito da realização do estudo estatístico desejado.

VARIÁVEL: Característica pela qual deseja-se que a população seja descrita. Essa
característica pode assumir diferentes valores de elemento para elemento.

DADO: É o valor que assume a variável para um elemento em particular.

NOTAÇÃO: Tamanho da população = número de elementos da população: N


Tamanho da amostra = número de elementos da amostra: n
Variável: X, Y, Z, etc. (São letras maiúsculas, geralmente as últimas do
alfabeto)

1.1 TIPOS DE VARIÁVEIS

As variáveis podem ser qualitativas ou quantitativas, sendo que as qualitativas dividem-


se em nominais e ordinais, e as quantitativas em discretas e contínuas.

a) VARIÁVEL QUALITATIVA: São aquelas que correspondem a atributos ou categorias.


Podem ser:

a1) VARIÁVEL QUALITATIVA NOMINAL: Quando os atributos não são passíveis de


ordenação. Exemplo: sexo, cor de flor, tipo sanguíneo, cultura predominante numa região, etc.
a2) VARIÁVEL QUALITATIVA ORDINAL: Quando os atributos são passíveis de
ordenação. Exemplo: nível de conhecimento em inglês (básico, médio, avançado), classe social
(baixa, média, alta), estadiamento de uma doença (I, II, III, IV), etc.

b) VARIÁVEL QUANTITATIVA: São aquelas que correspondem a números resultantes de


contagens ou medidas. Podem ser:
b1) VARIÁVEL QUANTITATIVA DISCRETA: São próprias de dados de contagem, isto é,
estão definidas em conjunto enumeráveis. Exemplos: número de ovos depositados por um

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inseto, número de brotos germinados, número de folhas atacadas por determinado inseto,
número de batimentos cardíacos por minuto, etc.

b2) VARIÁVEL QUANTITATIVA CONTÍNUA: São aquelas em que as realizações


resultam de uma medida (uma mensuração) que pode assumir qualquer valor real entre dois
extremos. Exemplos: altura dos pés de algodão, peso das vacas, idade, produção de leite, etc.

1.2 ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DADOS QUALITATIVOS

É feita mediante alguma representação que pode ser tabular ou gráfica. Para dados
qualitativos a enumeração é a forma mais simples de representá-los.

Exemplo: Num determinado estudo de cor de flor, as cores branca e roxa foram observadas na
progênie F2 constituída de 100 indivíduos (flores). Foram anotadas a cor de flor:

1 2 3 4 5 ... 100
branca branca roxa branca roxa ... roxa

a) REPRESENTAÇÃO TABULAR

TABELA 1. Herança de cor de flor em uma progênie F2 constituída por 100 indivíduos.

COR DE FLOR BRANCA ROXA


Número de indivíduos 15 85

b) REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

b1) GRÁFICO DE COLUNAS

FIGURA 1. Herança de cor de flor em uma progênie F2 constituída por


100 indivíduos.

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b2) GRÁFICO DE SETORES

FIGURA 2. Herança de cor de flor em uma progênie F2 constituída por


100 indivíduos.

1.3 ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DADOS QUANTITATIVOS

Como nos dados qualitativos, também é feita mediante uma representação. A forma
mais simples é a distribuição de freqüências, definida a seguir:

1.3.1 DISTRIBUIÇÃO DE FREQUENCIAS: É a distribuição dos dados em classes ou


categorias. O número de elementos associados a cada classe representa a freqüência de classe.

1.3.2 CONSTRUÇÃO DE UMA TABELA DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUENCIAS

EXEMPLO: A seguir são apresentados os dados da produção diária de leite (em litros) de 20
vacas, de raça holandesa, de um rebanho pertencente ao núcleo de criadores de gado holandês
do Sul de Minas Gerais.

DADOS NÃO AGRUPADOS:

14,2 16,2 20,6 21,4 23,4


14,4 18,4 20,6 21,8 25,2
15,8 18,4 20,6 22,0 26,6
16,2 19,2 20,8 22,2 27,0

10) Determinar o número de classes (k): podem-se adotar os seguintes critérios:


a) A familiaridade do pesquisador com os dados.
b) Critério empírico: baseado no número de observações (n):

Número de observações (n) Número de classes (k)


Até 100 n (inteiro superior mais próximo)

Exemplo: k = n= 20 ; 5 classes

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20) Determinar a amplitude de classe (c): Diferença entre os limites superior e inferior de uma
determinada classe.
A
c=
k−1
sendo:

A = amplitude total = maior observação – menor observação


k = número de classes

27, 0 − 14, 2
No exemplo: c = = 3, 2 kg
5− 1

30) Determinar o limite inferior da primeira classe ( LI1 ):


c
LI1 = menor obs -
2
3, 2
No exemplo: LI1 = 14,2- = 12, 6 kg
2

40) Determinar os limites das outras classes:

LI1 conhecido → LS1 = LI1 + c


LI 2 = LS1
LS 2 =LI 2 + c
Continuar com os passos anteriores até completar k classes.

50) Determinar o ponto médio de classe ( Xi ) e as Frequências: Absoluta ( Fi ) , Relativa


( Fri ) ( )
e Percentual Fpi :

LSi + LI i
Xi =
2
Fi = número de observações contidas na classe “i”
F
Fri = i
n
Fpi = Fri × 100%

Para o nosso exemplo: DADOS AGRUPADOS

Tabela 2. Produção de leite das 20 vacas, de raça holandesa, de um rebanho pertencente ao


núcleo de criadores de gado holandês do Sul de Minas Gerais.
Produção de Xi Número de Fri Fpi
leite vacas ( Fi )
[12,6; 15,8) 14,2 2 0,10 10%
[15,8; 19,0) 17,4 5 0,25 25%
[19,0; 22,2) 20,6 8 0,40 40%
[22,2; 25,4) 23,8 3 0,15 15%
[25,4; 28,6) 27,0 2 0,1 10%
Total 20 1,00 100,0%

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a) REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS DADOS QUANTITATIVOS

a1) HISTOGRAMA: Gráfico formado por retângulos cujas bases são proporcionais às
amplitudes de classe e as alturas proporcionais às Frequências das classes (as Frequências
podem ser Fi , Fri e Fpi )

a2) POLÍGONO DE FREQUENCIA: Gráfico onde os pontos médios das classes, no topo dos
retângulos do histograma, são unidos por linhas. O polígono começa e termina nos pontos
médios das classes anteriores à primeira e posterior à última, respectivamente.

1.3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS DISTRIBUIÇÕES DE FREQUENCIAS

A forma do polígono de frequência permite classificar a distribuição de frequências em:


simétrica, assimétrica à direita ou assimétrica à esquerda, para isto o polígono deve ser
comparado com as seguintes curvas, chamadas CURVAS DE FREQUENCIA.

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