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GENÉTICAS
Algumas doenças genéticas são provocadas por defeitos enzimáticos ou por outras causas como as descritas a seguir.
As enzimas são catalisadores biológicos que medeiam a conversão de um substrato em um produto. Um erro
metabólico hereditário é uma doença bioquímica geneticamente determinada na qual um defeito enzimático produz
um bloqueio metabólico que pode originar uma doença. A maioria desses erros é herdada como uma característica
recessiva.
1. HIPERFENILALANINEMIAS
Fenilcetonúria Materna
Os homozigotos afetados quando tratados desde a infância levam uma vida normal, podendo ter filhos. Mas as
mulheres homozigotas para PKU devem manter a dieta quando grávidas, pois taxas elevadas de fenilalanina podem
provocar danos ao feto, causando retardo mental, microcefalia, prejuízo de crescimento e malformações cardíacas
(independente do genótipo do feto).
Diidroxifenilalanina Melanina
(DOPA)
Fenilalanina Tirosinase
hidroxilase 2
Fenilalanina Tirosina
1
Causa: no tipo clássico de albinismo ocorre a falta da enzima tirosinase no melanócito, provocando um bloqueio na
via metabólica que leva a tirosina até a melanina, através da DOPA ( 3, 4-diidroxifenilalanina) (fig. 1).
Sinais clínicos: ausência de melanina no cabelo, na pele e na íris, fotofobia, astigmatismo, nistagmo e diminuição da
acuidade visual, além de serem susceptíveis ao câncer de pele.
Padrão de herança: autossômica recessiva.
Causa: A forma clássica de galactosemia resulta da deficiência da enzima galactose-1-fosfato uridiltransferase, que
converte a galactose-1-fosfato em glicose-1-fosfato. Em conseqüência deste bloqueio acumula-se galactose nas
células sanguíneas, no fígado, cérebro e rins. O diagnóstico pode ser feito pela triagem neonatal, fazendo-se a
dosagem da atividade da enzima galactose 1-fosfato uridiltransferase no plasma.
Sinais clínicos: vômitos, diarréia, desidratação, falta de desenvolvimento, catarata, hepatoesplenomegalia, retardo
mental, galactosúria e insuficiência ovariana nas mulheres. Estes sinais só ocorrem se os pacientes forem mantidos
numa dieta rica em leite.
Tratamento: Eliminação da galactose da dieta o mais cedo possível.
Padrão de herança: autossômica recessiva
2. GLICOSE
Temos aqui os tipos de DIABETES MELLITUS . As causas destes distúrbios são heterogêneas e incluem fatores
ambientais e genéticos. Os distúrbios estão associados a níveis altos de glicose plasmática (hiperglicemia), podendo
causar ainda cegueira, derrame cerebral, doenças cardíacas, insuficiência renal, lesões de difícil cicatrização e
amputação de membros inferiores. A tríade clássica dos sintomas da diabetes são: poliúria (aumento do volume
urinário), polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos) e polifagia (apetite aumentado)
A diabetes mellitus tipo 1 (insulino-dependente) está associada a níveis reduzidos ou ausentes de insulina
plasmática e geralmente se apresenta antes dos 40 anos de idade. Os pacientes precisam receber insulina exógena para
sobreviver. Esta forma de diabetes é caracterizada por infiltração de células T no pâncreas e destruição das células
produtoras de insulina.
A diabetes mellitus tipo 2 (não insulino-dependente) corresponde a mais de 90% de todos os casos de diabetes.
Neste caso há alguma produção de insulina endógena e a doença pode em geral ser tratada pela modificação dietética
e/ou por drogas orais.Ocorre geralmente entre pessoas com mais de 40 anos. .
A diabetes gestacional se desenvolve durante a gravidez e pode melhorar ou desaparecer após o nascimento
do bebê. Embora possa ser temporária, ela pode trazer danos à saúde do feto e/ou da mãe, e cerca de 20% a 50% das
mulheres com diabetes gestacional desenvolvem diabetes tipo 2 mais tardiamente na vida.Ela é temporária e
completamente tratável mas, se não tratada, pode causar problemas com a gravidez, incluindo macrossomia fetal
(peso elevado do bebê ao nascer), malformações fetais e doença cardíaca congênita.
a b c d e
Pé diabético: (a) úlcera, (b) necrose, (c) amputação de dedos. Homem diabético: (d) antes e (e) após
tratamento com insulina.
Defeitos no Metabolismo das Purinas
SÍNDROME DE LESCH-NYHAN
Os lisossomos são organelas delimitadas por membranas contendo enzimas hidrolíticas envolvidas na degradação de
várias macromoléculas biológicas. Os defeitos genéticos destas hidrolases levam ao acúmulo de seus substratos
dentro do lisossomo, o que resulta em disfunção celular e, às vezes, em morte celular.
1. DOENÇA DE TAY-SACHS
2. MUCOPOLISSACARIDOSES (MPS)
As hiperlipoproteínemias genéticas são de significado clínico em função de seu papel no infarto do miocárdio, uma
importante causa de morte e incapacidade. Elas são caracterizadas por níveis elevados de lipídeos plasmáticos
(colesterol, triglicerídeos, ou ambos) e de lipoproteínas plasmáticas específicas.
A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética causada pela deficiência do receptor LDL (principal proteína de
transporte do colesterol no plasma). Ela leva a um acúmulo excessivo de LDL no plasma, produzindo níveis muito
altos de colesterol plasmático. O colesterol é um lipídio e apesar da má fama, é um composto essencial para a vida,
estando presente nos tecidos de todos os animais. É obtido por meio de síntese celular (colesterol endógeno -70%) e
da dieta (colesterol exógeno- 30%). Níveis elevados de LDL,(“mau colesterol”) estão associados com os altos índices
de doenças cardiovasculares, enquanto nível elevado de HDL (“bom colesterol”) está associado com baixos índices
de doenças cardiovasculares.
Sinais clínicos: os pulmões e o pâncreas exócrino são os principais órgãos afetados pela doença, mas uma importante
característica diagnóstica é o aumento das concentrações de cloreto no suor devido a problemas nas glândulas
sudoríparas (resultantes do defeito de transporte de Cl-). A doença pulmonar obstrutiva crônica desenvolve-se como
um resultado de secreções espessas e infecções recorrentes e as deficiências de enzimas pancreáticas ( lípase, tripsina,
quimiotripsina), impedem uma digestão normal. A obstrução pós-natal do trato intestinal inferior (mecônio íleo)
ocorre em 10 a 20% dos neonatos com CF. O trato genital também é afetado ( mais de 95% dos homens com CF são
inférteis). A morte resulta de insuficiência pulmonar e infecções.
Tratamento: no momento o tratamento da CF é dirigido para o controle da infecção pulmonar e a melhoria
nutricional. Como resultado de melhores antibióticos, fisioterapia respiratória e reposição com enzimas pancreáticas,
as taxas de sobrevida dos pacientes com CF melhoraram muito nos últimos anos.
Padrão de herança: autossômico recessivo
Referências Bibliográficas
THOMPSON & THOMPSON. Genética Médica. 6ª edição. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2002.
JORDE, L.B, et al. Genética Médica. Ed. Guanabara Koogan. 2ª edição. Rio de Janeiro. 2000.
BORGES-OSÓRIO, M,R.; ROBINSON, W.M. Genética Humana. Ed. Artes médicas Sul Ltda. R.S. 1993.