Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
O objetivo básico da reforma do Estado é o de poder fortalecê-lo, pois
um Estado forte não é precisamente um Estado grande, mas sim ágil, eficiente,
e que seja capaz de atender, por meio de soluções específicas, as demandas
da sociedade administradas por ele.
O Estado brasileiro foi o grande estimulador do processo de crescimento
e desenvolvimento econômico do país entre os anos 1930 e início dos anos
1970. A partir da crise internacional do petróleo, que evidenciou a chamada
globalização das economias, esse mesmo Estado passou a entrar em crise.
As diversas políticas de centralização das decisões econômicas na mão
do Estado brasileiro promoveram, dentre outras coisas, o inchamento da
máquina para aquelas atividades não enquadradas nas funções básicas do
Poder Público. Assista agora ao vídeo do professor Alcides com mais
explicações do assunto de hoje. O vídeo você encontra no material digital.
Problematização
O processo de reforma inicia-se com um planejamento adequado, o qual
procura aumentar a concorrência nos diversos mercados que compõem a
economia, de tal forma que o próprio Estado seja responsável pelo processo de
coordenação e controle do desenvolvimento, via regulação da atividade
privada.
Basicamente, podemos definir o papel do Estado na condução
econômica da sociedade por meio dos seguintes pontos: a previdência,
assistência e seguridade social pública; o crescimento e a modernização da
Reforma do Estado
A Seguridade Social é um ponto crítico na atuação do Estado devido,
inicialmente, ao crescente aumento das demandas sociais da população, o que
leva o governo a ter ampliada as suas responsabilidades, especialmente
aquelas voltadas à saúde e à Previdência da população.
A modernização da infraestrutura do país é a condição sine qua non
para o crescimento e o desenvolvimento econômico. A ampliação das malhas
de transporte, adicionada de incentivos produtivos nas regiões mais distantes
dos grandes centros consumidores, tende a reduzir as desigualdades regionais
existentes em um país de demissões continentais.
O atual Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um programa
que tem a si destinado a atribuição de corrigir parte dessas distorções, sendo
sustentado não somente com recursos públicos, mas também por meio da
cooperação do Estado com a iniciativa privada (capital), o que tornam e
tornarão mais efetivos e duradouros os resultados alcançados pela aplicação
das políticas.
Finalmente, mas não menos importante, é a ampliação do oferecimento
dos bens públicos ou semipúblicos – como saúde, educação e segurança
pública –, uma vez que o próprio processo de desenvolvimento de um país
exige do governo a contrapartida necessária.
Reforma administrativa
Em 1995, o Governo Federal lançou o Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado, o qual definiu os objetivos e as diretrizes para a reforma
da Administração Pública brasileira. Esse plano culminou com a aprovação,
Reforma previdenciária
A reforma previdenciária representa o passo dado pelo Estado brasileiro
em direção à tentativa de reduzir o grande déficit orçamentário ocorrido ano a
ano nas contas da Previdência Social.
Em 31 de dezembro de 2003, foi publicada a Emenda Constitucional
n. 41, a qual teve o intuito maior de tentar equilibrar, no longo prazo, a relação
existente entre as receitas e as despesas previdenciárias. Para que você
entenda melhor, apenas no ano de promulgação da reforma, o déficit
previdenciário total, incluindo setor público e privado, alcançou cerca de 46
bilhões de reais.
O resultado da reforma previdenciária foi a cobrança de contribuição
previdenciária dos inativos do setor público – Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS) – e a criação de nova regra de cálculo de aposentadoria nos
moldes do Regime Geral como forma de cobrir parte dos déficits projetados
para o futuro.
Além disso, foram incluídas na reforma o fim da aposentadoria no
serviço público pelo último salário recebido, de tal forma que o cálculo para o
benefício é hoje representado pela média de contribuição salarial ao longo do
período de trabalho do servidor; o estabelecimento de teto baseado no Regime
Geral para os novos servidores públicos, com a criação de previdência
complementar associada; e, também, a criação de regra de cálculo de pensões
e aposentadorias nos moldes do Regime Geral.
Até hoje ainda não foram editadas as leis responsáveis pela
regulamentação dos aspectos relacionados à Previdência Complementar,
Reforma fiscal
Em especial os aspectos relacionados à incidência tributária, foi possível
constatar que a estruturação de um sistema tributário ideal não é uma tarefa
fácil, e algumas questões tendem a obstruir a geração de uma efetiva reforma
no sistema. Segundo Biderman e Arvate (2004), essa obstrução é gerada por
três conflitos de interesses:
o conflito de interesses entre o setor público (que quer maior
disponibilidade de receitas) e o setor privado (que quer a redução do
impacto negativo da tributação sobre a eficiência e a competitividade do
setor produtivo nacional, a prestação de serviços públicos compatíveis e,
ainda, que se faça a justiça social);
10
11
12
13
14
15
Federalismo fiscal
Até os anos 1980 e, em especial, anteriormente à Promulgação da
Constituição de 1988, o federalismo fiscal no Brasil caracterizou-se por uma
concentração excessiva das decisões nas mãos do Governo Federal, dado o
poder concedido ao chefe do executivo. As decisões em pauta referiam-se
tanto à legislação sobre competências tributárias quanto à atribuição de
responsabilidades na execução dos gastos.
Esse processo permitia ao Governo Central uniformizar as políticas
econômicas entre os Estados da federação, ficando os demais entes da
federação sujeitos apenas às intempéries das decisões políticas. Apesar disso,
em países que adotam o sistema federalista de organização governamental, o
sistema tributário deve permitir certo grau de autonomia financeira dos
membros da federação, minimizando a possibilidade de criação de um Estado
Unitário.
Dessa forma, considerando o regime democrático instalado, restaurado
pela Constituição de 1988, e como forma de descentralização do poder que se
concentrava apenas nas mãos do Governo Federal, atribuiu-se aos governos
subnacionais competências tributárias exclusivas e autonomia para legislarem
sobre tais impostos, em especial o ICMS no caso dos Estados.
Em conjunto com a autonomia dada aos Estados e municípios,
expandiram-se consideravelmente as fatias da arrecadação federal destinadas
aos demais entes estatais e a fatia da arrecadação estadual destinada aos
municípios, estas derivadas dos artigos 157, 158 e 159 da Constituição
Federal.
Um aspecto importante refere-se às mudanças impostas pela CF de
1988, a qual trata da ampliação da base de cálculo do ICM, que passou a se
chamar ICMS. Os Estados começaram a legislar plenamente sobre o imposto,
16
17
18
19
20
Revendo a problematização
Chegou o momento de pensar e decidir qual das alternativas é a melhor
opção com relação ao problema descrito no começo deste tema. Vamos lá, não
perca mais tempo, escolha uma delas levando em consideração o que você leu
e estudou.
Opção 1: A previdência, a assistência e a seguridade social pública.
Opção 2: O crescimento e a modernização da infraestrutura do país.
Opção 3: O crescimento da dívida pública.
Veja os feedbacks no seu material on-line.
Síntese
Neste tema, vimos que a Constituição Federal de 1988 trouxe uma
grande mudança no processo de planejamento da Administração Pública,
introduzindo um conjunto de instrumentos que orienta a intervenção
governamental.
Adicionalmente, a Carta Magna introduziu grandes mudanças nas
relações entre os entes estatais, aumentando o processo de descentralização
fiscal por meio tanto das receitas quanto das despesas. A esse fenômeno
denominamos federalismo fiscal, o qual é caracterizado pela separação de
atribuições entre os entes estatais referentes à arrecadação (receita) e à oferta
de bens e serviços públicos (gasto).
Termine seus estudos assistindo ao vídeo do professor Alcides no seu
material digital. Esse vídeo é muito importante, pois resume todo o assunto que
trabalhamos aqui, ajudando a lembrá-lo os pontos importantes de sua leitura.
21
22
23
24
25