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LEI COMPLEMENTAR Nº 96/06 – DE 10 DE OUTUBRO DE 2006


PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 08/06 – DE 29/09/2006
AUTÓGRAFO Nº 93/06 – DE 10/10/2006
AUTORIA DO PODER EXECUTIVO

DISPÕE SOBRE O NOVO PLANO DIRETOR


DO MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DE
VITERBO-SP.

LUÍS FERNANDO GASPERINI, Prefeito Municipal de Santa Rosa de Viterbo, no uso das
atribuições que lhe são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e
ele sanciona e promulga a seguinte Lei Complementar:

Artigo 1º - Em atendimento às disposições do Artigo 182 da Constituição Federal, do


Capítulo III da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade - e da Seção I,
Subseção II, da Lei Orgânica Municipal, fica aprovado, nos termos desta Lei
Complementar, o Plano Diretor do Município de Santa Rosa de Viterbo, devendo o
mesmo ser observado pelos agentes públicos e privados do Município de Santa Rosa de
Viterbo.

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E ABRANGÊNCIA DO PLANO DIRETOR

Artigo 2º. O Plano Diretor é o instrumento global e estratégico de implementação da


política municipal de desenvolvimento econômico, social, urbano e ambiental do
Município de Santa Rosa de Viterbo, integra o processo de planejamento e gestão
municipal, sendo vinculante para todos os agentes públicos e privados.

§ 1°. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporarão e


observarão as diretrizes e prioridades estabelecidas nesta lei.

§ 2°. Além do Plano Diretor, o processo de planejamento municipal abrange as seguintes


matérias, que deverão ser encaminhadas ao Poder Legislativo até agosto de 2007,
devendo ser aprovadas até o final do exercício de 2007:

I. Lei do parcelamento, zoneamento, uso e ocupação do solo;


II. Código tributário;
III. Código de obras;
IV. Código de Posturas.
§ 3°. O processo de planejamento municipal deverá considerar também os planos
nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social, especialmente o plano da bacia hidrográfica do Pardo.

Artigo 3°. O Plano Diretor abrange a totalidade do território do Município, definindo:

I. A política de desenvolvimento econômico, social, urbano e ambiental;


II. A função social da propriedade urbana;
II. As políticas públicas;
III. O plano urbanístico-ambiental;
IV. A gestão democrática.

Artigo 4°. Entende-se por sistema de planejamento e gestão o conjunto de órgãos,


normas, recursos humanos e técnicos, visando a coordenação das ações dos setores
públicos e privados, e da sociedade em geral, a integração entre os diversos programas
setoriais, a dinamização e a modernização da ação governamental.

Parágrafo único. O sistema de planejamento e gestão deverá funcionar de modo


permanente, viabilizar e garantir a todos o acesso a todas as informações necessárias,
de modo transparente, e a participação dos cidadãos e de entidades representativas.

Artigo 5º. Este Plano Diretor rege-se pelos seguintes princípios:

I. Justiça social e redução das desigualdades sociais e regionais;


II. Inclusão social, compreendida como garantia do exercício efetivo dos direitos
humanos Fundamentais e de acesso a bens, serviços e políticas sociais a todos os
munícipes;
III. Direito universal à cidade, compreendendo o direito à terra urbana, à moradia digna,
ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos,
ao trabalho e ao lazer;
IV. Realização das funções sociais da cidade e cumprimento da função social da
propriedade;
V. Transferência para a coletividade de parte da valorização imobiliária inerente à
urbanização;
VI. Combater a especulação imobiliária;
VII. Universalização da mobilidade e acessibilidade;
VIII. Preservar e conservar o patrimônio de interesse histórico, arquitetônico, cultural e
paisagístico;
IX. Prioridade ao transporte coletivo público de passageiros;
X. Preservação e recuperação do ambiente natural e construído;
XI. Promover o saneamento ambiental em seus diferentes aspectos;
XII. Fortalecimento do setor público, recuperação e valorização das funções de
planejamento, articulação e controle;
XIII. Participação da população nos processos de decisão, planejamento, gestão,
implementação e controle do desenvolvimento urbano.

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

Artigo 6°. Para efeito de aplicação desta lei, serão adotadas as seguintes definições:
I. AÇÕES ESTRATÉGICAS: são os atos que criam meios ou desencadeiam processos
destinados a alcançar os objetivos estratégicos;
II. ÁREA BRUTA de uma zona é a sua área total, inclusive ruas, espaços livres
institucionais;
III. ÁREA EDIFICADA OU CONSTRUÍDA é a soma das áreas de todos os pavimentos de
uma edificação;
IV. ÁREA NÃO COMPUTÁVEL NO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO é a parcela
da área construída de uma edificação não considerada para efeito do cálculo do
coeficiente de aproveitamento, nos termos dispostos na legislação pertinente;
V. ÁREAS DE INTERVENÇÃO URBANA são porções do território de especial interesse
para o desenvolvimento urbano nas quais aplicam-se os instrumentos de intervenção
previstos na Lei Federal no 10.257, de 10 de Julho de 2001, – Estatuto da Cidade para
fins de regularização fundiária, execução de programas e projetos habitacionais de
interesse social, constituição de reserva fundiária, ordenamento e direcionamento da
expansão urbana, implantação de equipamentos urbanos e comunitários, criação de
espaços públicos de lazer e áreas verdes, criação de unidades de conservação ou
proteção de outras áreas de interesse ambiental.
BENEFÍCIO ECONÔMICO AGREGADO AO IMÓVEL é a valorização do terreno
decorrente da obtenção de Potencial Construtivo acima daquele devido ao Coeficiente de
Aproveitamento Básico e/ou de outros benefícios urbanísticos concedidos, como exceção
à legislação urbanística ordinária, pelo Poder Público;
CONTRAPARTIDA FINANCEIRA é um valor econômico pago ao Poder Público pelo
proprietário de imóvel;
DIRETRIZES: são opções estratégicas de longo prazo feitas nesta lei sob a forma de
restrições, prioridades e estímulos indutores no sentido de serem alcançados os objetivos
gerais estratégicos de promoção do desenvolvimento urbano e das funções sociais da
cidade;
ESTOQUE, definido para setor ou bairro , é a quantidade de metros quadrados de
área construída, acima daquela igual a uma vez a área do terreno, passível de ser
adquirida mediante outorga onerosa ou por outro mecanismo previsto em lei;
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL é aquela destinada à população que vive em
condições precárias de habitabilidade ou que aufere renda familiar igual ou inferior a três
salários mínimos;
INDICADORES DE DESEMPENHO: são valores que medem o grau de progresso de
um processo ou obra, ou a posição relativa da prestação de um serviço;
ÍNDICE DE COBERTURA VEGETAL é a relação entre a parte permeável do lote ou
gleba coberta por vegetação e sua área total;
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS: são os resultados que se pretende alcançar dentro do
menor prazo possível;
ORÇAMENTO-PROGRAMA: é a definição dos recursos alocados a cada projeto e
atividade, assim como a discriminação das fontes desses recursos;
OUTORGA ONEROSA é uma concessão, pelo Poder Público, de potencial
construtivo acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico, ou de alteração de uso
mediante pagamento de contrapartida pelo interessado;
PARCERIA: é o acordo de trabalho conjunto em face de um objetivo de interesse
comum entre a Prefeitura e os eventuais parceiros, pessoas naturais, órgãos públicos de
outras esferas de governo, empresas privadas ou públicas, nacionais ou estrangeiras,
fundações, autarquias e organização não governamentais constituídas sob a forma de
associações civis ou sociedades cooperativas.
PATRIMÔNIO IMATERIAL são todos os conhecimentos e modos de criar, fazer e
viver identificados como elementos pertencentes à cultura comunitária, tais como as
festas, danças, o entretenimento, bem como as manifestações literárias, musicais,
folclóricas, plásticas, cênicas, lúdicas, religiosas, entre outras práticas da vida social.
PATRIMÔNIO MATERIAL são todas as expressões e transformações de cunho
histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico paisagístico, urbanístico, científico e
tecnológico, incluindo as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
PLANO OU PROGRAMAS DE AÇÃO: é o conjunto de programas e projetos
estabelecidos por uma gestão municipal;
PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS: é a definição de recursos financeiros e
dispêndios de investimentos para um triênio;
POTENCIAL CONSTRUTIVO de um lote ou gleba não edificada é o produto
resultante da sua área multiplicada pelo coeficiente de aproveitamento;
POTENCIAL CONSTRUTIVO VIRTUAL é o potencial construtivo dos imóveis de
preservação cultural, ambiental ou de produção agrícola, passível de ser transferido para
outras áreas, conforme o disposto em lei;
PROGRAMAS: são conjuntos de atividades que compõem uma ação estratégica;
PROJETOS: são partes detalhadas de um programa, compreendendo: levantamentos,
detalhes construtivos ou funcionais, metas a alcançar, cronograma e fases, orçamentos,
recursos necessários e acompanhamento de sua implantação;
TAXA DE OCUPAÇÃO é a relação entre a área da projeção horizontal da edificação
ou edificações e a área do lote ou gleba;
TAXA DE PERMEABILIDADE é a relação entre a parte do lote ou gleba que permite a
infiltração de água no solo, livre de qualquer edificação, e sua área total;
ZONAS são porções do território do Município delimitadas por lei para fins
específicos;

CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES GERAIS

Artigo 7°. São objetivos gerais do Plano Diretor:

IO desenvolvimento sustentado de atividades econômicas no Município mediante sua


diversificação, priorizando a indústria, o agronegócio, a mineração e outras atividades
geradoras de emprego, trabalho e renda;
IIA preservação da qualidade e quantidade dos recursos hídricos, especialmente
mediante o uso racional e a recuperação da vegetação junto às nascentes, nos topos de
morros, áreas de reserva legal e das matas ciliares;
IIIA ordenação da ocupação, parcelamento e uso do solo , impedindo a ampliação dos
vazios urbanos e revertendo os existentes mediante a indução a ocupação compatível
com a função social da propriedade urbana, incentivando a ocupação das áreas dotadas
de infra-estrutura e reforçando a identidade da paisagem urbana;
IVA elevação da qualidade de vida de toda a população;
VA compatibilização do desenvolvimento de atividades econômicas com a preservação
ambiental;
VIA manutenção permanente do processo de planejamento municipal mediante a
articulação e a integração institucional e setorial;
VIIO fornecimento de instrumentos de políticas públicas adequadas aos problemas
específicos do Município;
VIIIA divulgação permanente dos objetivos e das diretrizes do plano diretor a fim de
torná-lo efetivo instrumento de política urbana.
Artigo 8°. Para a consecução dos objetivos gerais, serão adotadas as seguintes
diretrizes:

IImplantar o sistema de informações geo-referenciadas - SIG, garantindo o processo


permanente de planejamento e gestão urbana;
IIManter atualizado o mapeamento do uso do solo do município com a identificação e
delimitação das áreas ambientalmente frágeis e daquelas dotadas de potencial de
exploração agrícola para desencadear e manter o processo permanente de planejamento
ambiental;
IIIElaborar diretrizes para o Plano Diretor de Desenvolvimento Rural;
IVPromover a preservação do patrimônio cultural, paisagístico e arquitetônico do
Município;
VPriorizar e implantar programas, projetos e ações estratégicos que atribuam qualidade e
modernidade à cidade;
VIFortalecer a identidade do Município, sua cultura, história, paisagem, inclusive como
meio de aumentar a atratividade turística;
VIIAplicar os instrumentos de gestão da política urbana do Estatuto da Cidade para a
implantação de políticas fundiárias e dos programas, projetos e ações estratégicos;
VIIIRever, atualizar e aperfeiçoar as leis que se referem ao uso e ocupação do solo para
sua melhor adequação à cidade que se deseja construir com base nesta lei;
IXAmpliar a oferta de espaços públicos qualificados de uso comum do povo, integrados
ao ambiente natural, adequados à circulação de pedestres e ao convívio, lazer e cultura
da comunidade local, buscando a inserção social e um uso mais qualificado do solo
urbano;
XMelhorar a oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços
públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características
locais;
XIPromover a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
desenvolvimento urbano;
XIIRecuperar os investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos.

TÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

CAPÍTULO I
DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA

Artigo 9°. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos nesta lei
complementar, no mínimo, aos seguintes requisitos:

IO atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça


social, o acesso universal aos direitos fundamentais individuais e sociais e ao
desenvolvimento econômico e social;
IIA compatibilidade do uso da propriedade com a infra-estrutura, equipamentos e serviços
públicos disponíveis;
IIIA compatibilidade do uso da propriedade com a preservação da qualidade do ambiente
urbano e natural;
IVA compatibilidade do uso da propriedade com a segurança, bem estar e a saúde de
seus moradores, usuários e vizinhos;
VAtender às exigências fundamentais deste Plano Diretor;
VIAssegurar o respeito ao interesse coletivo quanto aos limites, parâmetros de uso,
ocupação e parcelamento do solo, estabelecidos nesta lei e na legislação dela
decorrente.

Artigo 10. A propriedade urbana deve atender sua função social mediante a adequação
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas nesta lei complementar e
demais matérias complementares descritas no artigo 2º, § 2º desta Lei Complementar,
compreendendo:

IA distribuição de usos e intensidades de ocupação do solo de forma equilibrada em


relação à infra-estrutura disponível, aos transportes e ao meio ambiente, de modo a
evitar ociosidade e sobrecarga dos investimentos coletivos;
IIA intensificação da ocupação do solo condicionada à ampliação da capacidade de infra-
estrutura;
IIIA adequação das condições de ocupação do local às características do meio físico,
para impedir a deterioração e degeneração de áreas do Município;
IVA melhoria da paisagem urbana, a preservação dos recursos naturais e, em especial,
dos mananciais de abastecimento de água do Município;
VA recuperação de áreas degradadas ou deterioradas visando à melhoria do meio
ambiente e das condições de habitabilidade;
VIO acesso à moradia digna, com a ampliação da oferta de habitação para as faixas de
baixa renda;
VIIA regulamentação do parcelamento, uso e ocupação do solo de modo a ampliar a
oferta de habitação para a população de baixa renda;
VIIIA promoção de sistema de circulação e rede de transporte que assegure
acessibilidade satisfatória aos cidadãos em todas as regiões do município.

Artigo 11. Para os fins estabelecidos no art. 182 da Constituição da República, não
cumprem a função social da propriedade urbana, por não atender às exigências de
ordenação da cidade, os terrenos, glebas ou lotes, totalmente desocupados, ressalvadas
as exceções previstas nesta lei, sendo passíveis, sucessivamente, de parcelamento,
edificação e utilização compulsórios, imposto predial e territorial urbano progressivo no
tempo e desapropriação com pagamentos em títulos, com base nos artigos 5 o, 6o, 7o e 8o
da Lei federal 10.257, de 10 de Julho de 2001, Estatuto da Cidade.

CAPÍTULO II
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

SEÇÃO I
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Artigo 12. São diretrizes da política de desenvolvimento econômico:

I - o asseguramento de critérios de multiplicidade de usos no território do Município,


visando a estimular a instalação de atividades econômicas de pequeno e médio porte, a
reduzir a capacidade ociosa da infra-estrutura urbana e a contribuir para a diminuição da
necessidade de deslocamentos de pessoas;
II - a instalação de um centro de convenções, feiras, centros de exposições e
incubadoras de empresas;
III - o incentivo e o desenvolvimento das atividades de turismo, integrando o Município às
cidades vizinhas e às ligadas ao turismo ecológico;
IV - a regularização e ou a manutenção das atividades de indústria, comércio e serviços
já instaladas, definindo os critérios para tanto;
V - a instalação de indústrias, definindo os critérios para a integração com os pólos
industriais existentes no município, ou com os novos que vierem a ser criados;
VI - a delimitação de áreas com características ou potencialidades para a aglomeração
de atividades econômicas que visem à ampliação de áreas industriais;
VII - a priorização, na instalação de empresas incubadoras de produção agrícola;
VIII - o estímulo às iniciativas de produção cooperativa, ao artesanato e às empresas ou
às atividades desenvolvidas por meio de micro e pequenas empresas ou de estruturas
familiares de produção;
IX - a priorização de planos, programas e projetos que visem à geração de empregos e
de renda;
X - a instalação de atividades econômicas de forma a evitar prejuízos à qualidade de vida
da população, ao ordenamento urbano e à integridade física da infra-estrutura urbana;
XI - o incentivo ao desenvolvimento da indústria da construção civil em locais em que se
pretenda - por meio de parâmetros construtivos definidos em lei - estimular o
adensamento e a revitalização de áreas degradadas ou subutilizadas;
XII - o desenvolvimento de infra-estrutura e a capacitação profissional para atividades
destinadas à produção artística e cultural e a promoção do entretenimento como fontes
geradoras de emprego, renda e qualidade de vida;

Artigo 13. O Poder Executivo estimulará e apoiará a ampliação da oferta de emprego, a


criação de novas oportunidades de trabalho e de geração de renda e a criação de cursos
profissionalizantes, conforme as seguintes diretrizes:

I. estimular as parcerias com o setor privado e entidades educacionais para a


instalação de cursos profissionalizantes e programas de treinamento;
II. ampliar a oferta de cursos profissionalizantes adequados à demanda local;
III. criação de um programa de conscientização do trabalhador e empregador com foco
nos direitos e deveres de cada um.
IV. estabelecer parcerias com Organizações Governamentais e Não Governamentais
para o incentivo ao primeiro emprego.
V. implantar o Centro do Trabalhador e Empreendedor, tendo por objetivo principal o
oferecimento de cursos, treinamentos e programa de reciclagem constantes ao
trabalhador e ou empreendedor.

SEÇÃO II
DO DESENVOLVIMENTO RURAL

Artigo 14. O Poder Executivo estimulará e apoiará o desenvolvimento das atividades


rurais com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social, ampliando a
oferta de trabalho, emprego e a geração de renda e elaborando o Plano Diretor de
Desenvolvimento Rural, de acordo com as seguintes diretrizes:
ICriar o Código de Posturas da área rural, para que as relações de vizinhança sejam
orientadas e estabelecidas, garantindo o acesso às propriedades, a manutenção de
estradas, a eletrificação das residências e das vias públicas, uso da água, destinação do
lixo doméstico, esgoto e águas pluviais;
IIDiversificar a produção agrícola;
IIICriar programa de estímulo à fixação do pequeno produtor no campo;
IVDisciplinar o uso, ocupação e preservação do solo na área rural através do
mapeamento da sua vocação agrícola, pedológica e geológica;
VIncentivar a criação de novas cooperativas e associações, promovendo condições de
melhoria às existentes;
VIGarantir a preservação de nascentes, recuperação das matas ciliares, o abastecimento
e a qualidade da água na zona rural;
VIIEstimular a celebração de convênios com o Estado e a União, bem como parcerias
com instituições voltadas ao Desenvolvimento Rural.
VIIIIntegração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais tendo em vista o
desenvolvimento sócio-econômico sustentável;
IXAdotar padrões de produção e consumo compatíveis com os limites de sustentabilidade
ambiental, social e econômica;
XMapear áreas erodidas e sujeitas à erosões ou desmoronamentos e elaborar um plano
de recuperação dessas áreas.
XIIncentivar práticas agrícolas conservacionistas e não poluentes, sem o uso de
agrotóxicos;
XIICriar programa de educação ambiental junto à comunidade rural.
XIIIFortalecer as parcerias necessárias à reforma e regularização do funcionamento do
matadouro municipal, em atendimento à legislação específica.

SEÇÃO III
DO TURISMO E CULTURA

Artigo 15. O Poder Executivo promoverá e incentivará o turismo no Município de Santa


Rosa de Viterbo com a criação do Plano Municipal de Turismo prevendo:
IImplementação de formas de articulação municipal, regional, estadual e federal para o
desenvolvimento de atividades turísticas;
IICapacitação de recursos humanos para o desenvolvimento turístico;
IIIConstituição de sistema eficiente de informações turísticas;
IVImplantação de um programa de sinalização urbana e turística, definindo roteiros e
circuitos dentro do município;
VImplantação de infra-estrutura turística com a instalação de quiosques, portais e
balcões de informações;
VICriação do Calendário Anual Unificado de Eventos (CAUE).

Artigo 16. A política municipal de patrimônio histórico, cultural e paisagístico visa


preservar e valorizar o patrimônio cultural de Santa Rosa de Viterbo, protegendo suas
expressões material e imaterial, tomadas individual ou em conjunto, desde que
portadoras de referência à identidade, à ação, ou à memória dos diferentes grupos da
sociedade.
Artigo 17. São diretrizes da Política de Proteção do Patrimônio Histórico, Cultural,
Arquitetônico e Paisagístico:
IO fortalecimento da cidadania cultural;
IIFortalecer o Programa Cidades Irmãs, celebrado com a cidade de Viterbo/Itália,
mediante a celebração de convênios específicos de acordo com a Lei Municipal nº.
1.050, de 07/02/1983, criando oportunidades culturais para os cidadãos santa-rosenses;
a. instalação do Museu Histórico do Município;
b. incentivo às festividades características locais;
IIIA compatibilização do desenvolvimento econômico e social com a preservação da
identidade cultural;
IVO estímulo à preservação da diversidade cultural existente no Município,
a. Escola Livre de Música Plácido Bertocco (Banda Filarmônica, Banda
Juvenil, Banda Infantil, Banda Baby, Conjuntos Musicais e Coral Municipal);
b. Bandas Marciais e Fanfarras (FAMUSA, Banda de Percussão Profº. Renato
Massaro);
c. Grupo de Teatro Experimental;
d. Companhia de Dança Fênix;
e. Encontro de Folias de Reis;
f. Carnaval de rua;
g. Mostra municipal de dança;
h. Encontro de corais musicais;
i. Semana Universitária Santa-rosense;
j. Concurso Literário Chico Alencar;
k. Festividades de Aniversário da Fundação Cultural;
l. Festividades de Aniversário da Cidade;
m. Festividades de Final de Ano
VEstímulo ao uso, conservação e restauro do patrimônio histórico, cultural, arquitetônico
e paisagístico;
VICompatibilização de uso do patrimônio histórico, cultural, arquitetônico e paisagístico,
com a devida proteção em caso de utilização;
VIIAdoção de medidas de fiscalização ostensiva e qualificada para proteção do citado
Patrimônio.

SEÇÃO IV
DA SAÚDE

Artigo 18. São diretrizes da política de saúde:

I Assegurar a distribuição adequada dos serviços de Saúde, de forma organizada a


Atenção Básica de Saúde e Saúde Bucal, mediante o estabelecimento de condições
urbanísticas que propiciem a descentralização, a hierarquização e a regionalização dos
serviços que o compõem;
II Desenvolver os serviços de saúde garantindo o acesso de toda a população aos
programas existentes e àqueles que venham a ser criados, de acordo com o
Planejamento de Ações do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Direção
Regional de Saúde e Município com aprovação do Conselho Municipal de Saúde;
III Garantir, por meio do sistema de transporte, condições de acessibilidade às áreas
onde estejam localizados cidades pólos de referência;
IV Promover o desenvolvimento de centros de atendimentos específicos, de forma a
atender a demanda de serviços especializados;
V Garantir boas condições de saúde para a população, por meio de ações preventivas
que visem à melhoria das condições ambientais, da qualidade da água consumida e da
poluição sonora;
VI Promover política de educação sanitária, conscientizando e estimulando a
participação de todos os munícipes nas ações de saúde;
VII Fortalecer as atividades fiscalizadoras de ações sanitárias, nos estabelecimentos
comerciais; em estabelecimentos de Saúde, como Clinicas Médicas, Consultórios
Odontológicos; nos produtos de ambulante e nos equipamentos e condições de higiene e
segurança de trabalho.
VIII Desenvolver as ações de Vigilância em saúde com:
-Imunização em crianças, adolescentes e adultos, através dos programas de vacinação;
-Notificação de agravos para possíveis ações de controle e bloqueio vacinal e medidas
de contenções.
-Investigação de mortalidade infantil e materna.
-Acompanhamento de busca ativa de Tuberculose e Hanseníase.
-Acompanhamento de gestantes, inclusive com parâmetros nutricionais.
-Acompanhamento de Hipertensão e Diabetes.
IX Desenvolver trabalhos, programas e ações em controle de vetores e zoonoses visando
a:
- erradicação da Dengue (Aedes Aegypt).
- Controle de pragas.
- Controle de animais peçonhentos.
- Raiva animal;
- Imunizações;
- Palestras em escolas.
- Palestras em Centros Comunitários;
- Semana de Vigilância em Saúde.

SEÇÃO V
DA EDUCAÇÃO

Artigo 19. O Poder Executivo adotará no âmbito da educação as seguintes diretrizes:

ΙDesenvolver uma educação de qualidade, de forma a garantir o sucesso do aluno


na escola e na vida, assegurando sua inserção na sociedade e no mercado de
trabalho;
ΙΙDesenvolver uma educação alicerçada nos princípios de desenvolvimento
sustentável e inclusão;
ΙΙΙErradicar o analfabetismo;
ΙςReduzir a evasão escolar;
ςInstituir o Programa Municipal de Inclusão;
ςΙPromover a expansão e a manutenção da rede pública de ensino, de forma a
atender a demanda, garantindo o ensino fundamental obrigatório e gratuito;
ςΙΙPromover a expansão e a manutenção da rede pública de ensino, de forma a
atender a demanda, garantindo a educação infantil obrigatória e gratuita;
ςΙΙΙPromover a expansão e a manutenção da rede pública de ensino, de forma a
atender a demanda, garantindo o ensino profissionalizante gratuito;
ΙΞ Incentivar a instalação, no município, de faculdades e universidades, públicas ou
privadas, que ofereçam cursos de graduação, extensão e pós-graduação;
Ξ Instituir o Programa de Formação Continuada dos Profissionais da Educação;
ΞΙ Criar o Centro de Formação Continuada dos Profissionais da Educação, para a
implementação do programa homônimo;
ΞΙΙ Garantir infra-estrutura adequada, equipamentos, recursos materiais e humanos
necessários ao desenvolvimento de todas as atividades ligadas ao processo
educativo;
ΞΙΙΙAperfeiçoar continuamente o Plano de Carreira e Remuneração do Magistério
Público Municipal, incluindo os profissionais do ensino profissionalizante;
ΞΙς Instituir o período integral em todas as escolas municipais de ensino fundamental,
promovendo atividades complementares como oficinas de artes plásticas e manuais,
oficinas de leitura e raciocínio lógico-matemático, música, dança, teatro, culinária,
tapeçaria, reforço escolar, atividades de esporte e lazer entre outras;
Ξς Promover programas para a integração família/escola/comunidade;
ΞςΙCriar o Núcleo de Atendimento e Acompanhamento Multidisciplinar formado
pelos seguintes profissionais para apoiar a equipe pedagógica do Sistema Municipal
de Ensino: Psicólogo, Psicopedagogo, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional,
Neurologista, Fisioterapeuta, Pedagogo, Assistente Social, Educador Físico e
Nutricionista;
ΞςΙΙInstituir o Programa Municipal de Incentivo à Leitura;
ΞςΙΙΙ Criar o Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares;
ΞΙΞ Aperfeiçoar programas de apoio aos estudantes nas áreas de segurança
alimentar e nutricional, assistência médico-odontológica e social;
ΞΞ Informatizar a rede municipal de ensino;
ΞΞΙ Manter o Cadastro e o Censo Escolar constantemente atualizados;

SEÇÃO VI
DO ESPORTE E RECREAÇÃO

Artigo 20. O Poder Executivo promoverá o esporte e a recreação de acordo com as


seguintes diretrizes:

IFomentar a cultura urbana voltada para o lazer e o prazer do convívio informal e


espontâneo;
IIDesenvolver e implantar projetos para melhorar o acesso ao esporte, criando:
- O Programa Municipal Transporte em Ação;
- O Programa Municipal da Melhor Idade;
- O Programa Municipal de Competições Regionais, Estaduais e Nacionais
- O Calendário Municipal de Competições
- O Programa Municipal Escola de Esportes
IIIPromover atividades de lazer nas áreas públicas;
IVPromover atividades esportivas nas escolas.
VAmpliar o atendimento com a criação de centros esportivos em bairros onde há
maiores carências;
VIImplantação de um Centro Integrado de Educação, Esporte e Lazer, criando um
espaço para a convivência do cidadão na prática do esporte e lazer junto com as
equipes de aprendizado e rendimento;
VIIImplantação do Projeto Corredor de Lazer integrando os bairros;
VIIIEquipar os espaços de esporte e lazer já existente adequando-os às condições
mínimas para práticas esportivas.
IXPromover os jogos entre bairros, fortalecendo sua identidade e o espírito
comunitário;
XPromover o esporte como forma de prevenção à marginalidade social;
XIIncentivar parcerias públicas privadas.

SEÇÃO VII
DA AÇÃO SOCIAL

Artigo 21. São diretrizes da política de ação social:


I Promover a comunicação entre o poder público e a comunidade através da
descentralização dos Serviços de Desenvolvimento Social colocando permanentemente à
sua disposição as informações de interesse coletivo ou geral, facilitando o acesso da
população aos serviços municipais;
II Instituir, por lei específica, o Fórum Social Permanente, visando:
- Mobilizar a comunidade para debates das questões sociais do município de uma forma
global.
- Avaliar periodicamente as Ações Sociais com a participação efetiva de todo e qualquer
cidadão
- Promover ações integradas de todos os setores da administração pública.
- Programar ações integradas que levem a uma promoção social de indivíduos e família e
da sociedade como um todo.
- Estabelecer uma coordenação técnica multidisciplinar para as políticas sociais do
município.
III Promover a implantação, em sede própria, do Centro de Referência da Assistência
Social (CRAS), criado pelo Decreto municipal nº 2543/06, de 09/01/2006, em núcleo
físico de referência do Programa de Atenção Integral à Família, que desenvolverá um
serviço continuado de proteção social básica às famílias e segmentos em vulnerabilidade
social.
IV Ampliar e manter os programas de ação social desenvolvidos pela administração
pública e Instituições Sociais, com apoio a família, a infância, a adolescência, o idoso, a
mulher e os portadores de necessidades especiais;
V Assegurar a participação dos segmentos sociais organizados;
VI Promover, junto à comunidade, o atendimento à vítima de violência, o combate às
drogas, alcoolismo e saúde mental;
VII Descentralizar os serviços e os equipamentos públicos, de modo a viabilizar o
atendimento das demandas regionalizadas;
VIII Promover o acesso dos portadores de necessidades especiais aos serviços
regulares prestados pelo Município, mediante a remoção das barreiras arquitetônicas, de
locomoção e de comunicação;
IX Criar um sistema de abastecimento alimentar municipal destinado a melhorar as
condições de atendimento à população de baixa renda, em termos de qualidade,
quantidade e preços de produtos de primeira necessidade, mediante políticas de apoio à
produção e à distribuição.

SEÇÃO VIII
DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Artigo 22. O Poder Executivo implantará programas de habitação de interesse social de


acordo com as seguintes diretrizes:
ICriar o Conselho Municipal de Habitação Social e respectivo Fundo, para apoio as
políticas públicas de habitação.
IIElaborar e implementar uma política habitacional de interesse social;
IIIProibir qualquer forma de ocupação irregular de áreas públicas institucionais, de lazer e
preservação;
IVDefinir zonas especiais para a promoção de habitação de interesse social;
VImplementar restrições para o fracionamento de lotes considerando a legislação
superior, o interesse social e a capacidade de infra-estrutura instalada;
VIPromover programas para o desenvolvimento de novas técnicas construtivas, visando
reduzir o custo da habitação social;
VIIOs Programas de Habitação de Interesse Social deverão priorizar famílias que
possuem renda de até 03 salários mínimos.

SEÇÃO IX
DOS TRIBUTOS

Artigo 23. O Poder Executivo promoverá a revisão do Código Tributário Municipal,


sempre que Lei superior determinar ou quando razões de interesse do município assim o
exigirem, observando a sua competência na instituição e cobrança de impostos, taxas e
contribuição de melhoria, de acordo com as seguintes diretrizes:

IRever a Planta Genérica de Valores com base na atualização do cadastro;


IIDesenvolver programa de regularização imobiliária de acordo com as demais
disposições desta lei;
IIIDefinir a cobrança do IPTU progressivo;
IVA revisão da lei de parcelamento do solo definirá o instante em que os novos
loteamentos serão tributados pelo IPTU.

SEÇÃO X
DA ORDENAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO

Artigo 24. O Poder Executivo promoverá a ordenação do parcelamento, uso e ocupação


do solo de acordo com as seguintes diretrizes básicas:

IPlanejamento do desenvolvimento, da distribuição espacial da população e das


atividades econômicas de modo a prevenir e a corrigir as distorções do crescimento
urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
IIOferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e outros serviços públicos
adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
IIIIntegração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais tendo em vista o
desenvolvimento sócio-econômico sustentável;
IVAdoção de padrões de produção e consumo compatíveis com os limites de
sustentabilidade ambiental, social e econômica;
VJusta distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
VIRecuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização
de imóveis urbanos;
VIIGestão democrática por meio de participação da população;
VIIIEvitar:
a. a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b. a proximidade de usos incompatíveis;
c. o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação
à infra-estrutura urbana;
d. a retenção especulativa de imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não
utilização;
e. deterioração de áreas urbanizadas;
f. a poluição e a degradação ambiental.

Artigo 25. O Poder Executivo desenvolverá um plano de ocupação efetiva de áreas


loteadas para evitar a ociosidade da infra-estrutura instalada, incentivando outros usos,
nos casos em que a articulação com os respectivos proprietários e adquirentes de lotes
seja inviável, com o objetivo de incentivar a ocupação dos lotes vagos de acordo com a
aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade.

Artigo 26. O Poder Executivo adotará as seguintes diretrizes na elaboração da lei de


parcelamento do solo:

IPrever a definição pelo poder público da localização das áreas públicas, por ocasião do
fornecimento de diretrizes para os loteamentos;
IIPrever a criação de condomínios de áreas verdes e institucionais entre vários
parcelamentos, evitando a pulverização destas áreas públicas;
IIIVincular a aprovação de novos loteamentos à prévia atualização cadastral, em meio
digital, de toda área objeto de parcelamento do solo;
IVExplicitar na legislação que áreas com declividade maior que 30% (trinta por cento) e
também áreas de preservação permanente que margeiam córregos e cabeceiras de
nascentes, de acordo com Código Florestal Brasileiro, não poderão ser computadas
como áreas verdes ou institucionais.

SEÇÃO XI - DO MEIO AMBIENTE


Artigo 27. O Poder Executivo promoverá a valorização, o planejamento e o controle do
meio ambiente de acordo com as seguintes diretrizes:
I. Criar os instrumentos necessários ao exercício das funções de planejamento,
controle e fiscalização de todas as atividades que tenham interferência no meio ambiente
do Município;
II. Criar o Fundo Municipal de Meio Ambiente para viabilizar a implantação da Política
Municipal;
III. Criar um banco de dados georreferenciado com informações específicas sobre o
meio ambiente,
IV. Colocar à disposição dos munícipes todos os dados e informações sobre a qualidade
do Patrimônio Ambiental;
V. Criação do Plano de Zoneamento Ambiental Urbano disciplinando e classificando:
- áreas verdes públicas, praças e parques municipais;
- áreas de preservação permanente (APP);
- zonas especiais de interesse ambiental (ZEIA);
- arborização urbana.
VI. Elaborar uma Agenda Ambiental do Município;
VII. Definir, através de lei municipal, os empreendimentos e as atividades privadas ou
públicas do perímetro urbano que dependerão da elaboração do Estudo Prévio de
Impacto de Vizinhança - EIV e respectivo Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV, nos
termos da legislação ambiental em vigor, para obter licença ou autorização para
parcelamento, construção, ampliação, renovação ou funcionamento, bem como os
parâmetros e os procedimentos a serem adotados para sua avaliação e medidas
compensatórias, incluindo a análise dentre outras, no mínimo, das seguintes questões:
- adensamento populacional;
- equipamentos urbanos e comunitários;
- uso e ocupação do solo;
- valorização imobiliária;
- geração de tráfego e demanda por transporte público;
- ventilação e iluminação;
- paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
VIII. Considerar como áreas de Preservação Ambiental: a Serra de Santa Maria; a Serra
do Sordi; o Morro do Urubu; a Mata do Lezinho, criando mecanismos de incentivo a sua
proteção, e o Centro de Lazer do Trabalhador Ermelino Matarazzo (Bosque Municipal) e
a área próxima ao Conj. Hab. Arthur Argeri (fragmento de cerrado) pertencente à
Prefeitura Municipal; criando legislação para definição de restrições de uso nessas
áreas.
IX. Realizar mapeamento de áreas urbanas de recarga de aqüíferos e lençóis freáticos e
classificá-las como áreas de restrição à ocupação e no meio rural incentivar a sua
proteção;
X. Criar um programa de proteção às áreas de mananciais e a recomposição das áreas
de preservação permanente no perímetro urbano, em consonância com a legislação
pertinente, com atenção especial aos Córregos da Lagoa e das Pedras, Praça Mário
Morgon, Praça Américo Pinheiro e Praça Américo Portugal Gouvêa.
XI. Promover Educação Ambiental visando à conscientização sobre os problemas
causados pela poluição, principalmente os decorrentes das queimadas.
XII. Da Fauna e Flora:
- Incentivar programas de educação ambiental em todos os níveis, formal e não
formal, visando a preservação da fauna e da flora do município;
- Elaborar um programa especial de educação ambiental junto aos pescadores;
- Criar sistema de fiscalização ambiental municipal urbana, visando garantir o
cumprimento da legislação específica vigente.
- Apoiar a fiscalização da barragem de Itaipava durante a Piracema.

SEÇÃO XII - DOS RECURSOS HÍDRICOS, DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA E


ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Artigo 28. O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação aos recursos
hídricos e ao abastecimento de água:
I. Elaboração e implantação de uma Política Municipal de Gestão da Água;
II. Efetivar parcerias com os produtores rurais, empresas, e municípios limítrofes com
vistas à proteção dos mananciais;
III. Firmar convênios com os órgãos superiores objetivando a proteção dos recursos
hídricos e do abastecimento de água;
IV. Fomentar campanhas educacionais para evitar o desperdício da água;
V. Assegurar a qualidade e o abastecimento de água potável do Município, garantindo a
distribuição espacial da população e das atividades sócio-econômicas;
VI. Rever o convênio firmado com a companhia concessionária do serviço, de forma a
assegurar oferta de água às demandas futuras, da coleta e tratamento de esgoto
sanitário.
VII. Elaborar políticas de incentivo para os novos projetos de construção residencial,
comercial e industrial visando a implantação de sistema de uso de águas pluviais e
reuso de água servida.
Artigo 29. O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação à drenagem
urbana:
I. Manter as áreas de preservação permanente destinadas a esta finalidade,
privilegiando usos compatíveis com os atributos que justificam a preservação, como
parques lineares, passeios para pedestre, ciclovias e outros;
II. Manter os leitos naturais dos córregos e rios, mesmo em área urbana, evitando as
canalizações fechadas, construções de vias longitudinais sobre os córregos;
III. Garantir uma taxa mínima de permeabilidade nos passeios públicos e lotes;
IV. Revisar e ampliar o projeto de sistema de drenagem urbana.
V. Cadastrar e fiscalizar os estabelecimentos com potencial de lançamento de resíduos
poluentes no sistema de galerias de águas pluviais, normatizando o funcionamento dos
mesmos;
VI. Cadastrar os poços existentes no perímetro urbano e disciplinar a perfuração de
novos, de modo a se estabelecer o controle da contaminação dos mesmos.

SEÇÃO XIII - RESÍDUOS SÓLIDOS


I. Elaborar, implementar e monitorar um plano de gestão integrada e participativa dos
resíduos sólidos;
II. Disciplinar a disposição final dos resíduos da construção civil (entulho) e o uso desse
material na conservação de estradas municipais;
III. Viabilizar a implantação do Programa de Coleta Seletiva no município;
IV. Realizar mapeamento das áreas de antigos aterros de resíduos sólidos domésticos
para elaboração de projetos de remediação e ou recuperação do passivo ambiental;

SEÇÃO XIV
DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Artigo 30. O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação à iluminação


pública:

I. Implantar programas de redução dos gastos com iluminação pública mais


eficiente;
II. Garantir a iluminação das vias, logradouros e equipamentos públicos.

SEÇÃO XV
DO SISTEMA VIÁRIO E DO TRANSPORTE COLETIVO

Artigo 31. O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação ao sistema


viário:

I Criar o Plano Viário no Município;


II Melhorar a acessibilidade da população aos locais de emprego, de serviços e de
equipamentos de lazer;
III Implementar políticas de segurança do tráfego urbano;
IV Aprimorar a sinalização e aumentar a segurança do tráfego, mediante a colocação de
placas de orientação e localização;
V Criar cadastro das vias não pavimentadas, incluindo-as em programa de
pavimentação;
VI Implantar ciclovias, estimulando o uso de bicicletas como meio de transporte.

Artigo 32. O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação ao transporte


coletivo:

I Assegurar a acessibilidade dos munícipes aos centros de comércio e de serviços


interligando os bairros do Município por sistemas de transporte coletivo, podendo este
serviço ser explorado por terceiros, de acordo com lei vigente;

II Estabelecer programas e projetos de proteção à circulação de pedestres e de grupos


específicos, priorizando os idosos, os portadores de necessidades especiais e as
crianças e facilitando seu acesso ao sistema de transporte;

CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANA E AMBIENTAL

SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 33. Para o planejamento, controle, indução e promoção do desenvolvimento


urbano, o Município de Santa Rosa de Viterbo implementará as diretrizes de
parcelamento, uso e ocupação do solo e implantará os projetos e ações estratégicas
mencionados nesta lei, utilizando, isolada ou combinadamente, dentre outros, os
instrumentos previstos na Lei Federal n.º 10.257, de 10 de Julho de 2001, denominado
Estatuto da Cidade, na legislação nacional de proteção e recuperação do meio ambiente,
e também mediante:

I. disciplina do parcelamento, do uso e ocupação do solo;


II. parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
III. imposto progressivo sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU em
razão do valor, da localização, do uso ou no tempo;
IV. contribuição de melhoria;
V. desapropriação;
VI. tombamento de imóveis;
VII. instituição de zonas especiais de interesse social;
VIII. concessão de direito real de uso;
IX. concessão de uso especial para fins de moradia;
X. direito de superfície;
XI. usucapião especial coletiva de imóvel urbano;
XII. consórcio imobiliário;
XIII. operação urbana consorciada;
XIV. direito de preempção;
XV. outorga onerosa de potencial construtivo;
XVI. transferência de potencial construtivo;
XVII. referendo popular e plebiscito;
XVIII. avaliação de impactos ambientais;
XIX. estudo prévio de impacto ambiental e de impacto de vizinhança;
XX. gestão orçamentária participativa.

TÍTULO III
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO URBANO

Artigo 34. A elaboração, a revisão, o aperfeiçoamento, a implementação e o


acompanhamento do Plano Diretor e de planos, programas e projetos setoriais, regionais,
locais e específicos serão efetuados mediante processo de planejamento, implementação
e controle, de caráter permanente, descentralizado e participativo, como parte do modo
de gestão democrática para a concretização das funções sociais da cidade.

Artigo 35. O Executivo promoverá a adequação da sua estrutura administrativa, quando


necessário, para a incorporação dos objetivos, diretrizes e ações previstos nesta lei às
atribuições dos diversos órgãos municipais, mediante a reformulação e aperfeiçoamento
das suas competências institucionais.

Parágrafo único. Cabe ao Executivo garantir os recursos e procedimentos necessários


para a formação e manutenção dos servidores municipais necessários para a
implementação das diretrizes e aplicação desta lei.

Artigo 36. O Executivo promoverá entendimentos com municípios vizinhos de sua micro-
região, podendo formular políticas, diretrizes e ações comuns que abranjam a totalidade
ou parte de seu território, baseadas nesta lei, destinadas à superação de problemas
setoriais ou regionais comuns, bem como firmar convênios ou consórcios com este
objetivo, sem prejuízo de igual articulação com o Governo do Estado de São Paulo para a
integração, planejamento e organização de funções públicas de interesse comum.

Artigo 37. Os planos, programas e projetos integrantes do processo de gestão


democrática da cidade deverão ser compatíveis entre si e seguir as políticas de
desenvolvimento urbano contidas nesta lei, bem como considerar os planos
intermunicipais, micro-regionais ou de bacias hidrográficas, de cuja elaboração a
Prefeitura tenha participado.

Parágrafo único. As leis municipais do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do


orçamento anual incorporarão e observarão as diretrizes e prioridades estabelecidas
nesta lei e serão elaboradas mediante processo participativo em cumprimento da diretriz
de gestão democrática da cidade estabelecida no inciso II do art. 2º do Estatuto da
Cidade.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES
Artigo 38. O Executivo manterá atualizado, permanentemente, o sistema municipal de
informações sociais, culturais, econômicas, financeiras, patrimoniais, administrativas,
físico-territoriais, inclusive cartográficas e geológicas, ambientais, imobiliárias,
educacionais e outras de relevante interesse para o Município, progressivamente geo-
referenciadas em meio digital.

§ 1°. O Poder Executivo dará ampla e periódica divulgação dos dados do sistema
municipal de informações por meio de publicação anual, disponibilizada na página
eletrônica da Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Viterbo na Internet, bem como
facilitará seu acesso aos munícipes por outros meios possíveis.

§ 2°. O sistema a que se refere este artigo deve atender aos princípios da simplificação,
economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança, evitando-se a duplicação de
meios e instrumentos para fins idênticos.

§ 3°. O sistema municipal de informações adotará a divisão administrativa em setores ou


aquela que a suceder, em caso de modificação, como unidade territorial básica.

§ 4°. O sistema municipal de informações terá cadastro único, multi-utilitário, que reunirá
informações de natureza imobiliária, tributária, judicial, patrimonial, ambiental e outras de
interesse para a gestão municipal, inclusive sobre planos, programas e projetos.

§ 5°. O sistema municipal de informações deverá oferecer indicadores de qualidade dos


serviços públicos, da infra-estrutura instalada e dos demais temas pertinentes a serem
anualmente aferidos publicados na imprensa oficial e divulgados por meio eletrônico na
Internet a toda a população, em especial aos conselhos municipais de política urbana, às
entidades representativas de participação popular e às instâncias de participação e
representação regional.

Artigo 39. Os agentes públicos e privados, em especial os concessionários de serviços


públicos que desenvolvem atividades no município deverão fornecer ao Executivo
Municipal, no prazo que este fixar, todos os dados e informações que forem considerados
necessários ao sistema municipal de informações.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também às pessoas jurídicas


concessionárias, permissionárias ou autorizadas de serviços públicos federais ou
estaduais, mesmo quando submetidas ao regime de direito privado.

Artigo 40. O Executivo Municipal dará ampla publicidade a todos os documentos e


informações produzidos no processo de elaboração, revisão, aperfeiçoamento e
implementação do Plano Diretor, de planos, programas e projetos setoriais, regionais,
locais e específicos, bem como no controle e fiscalização de sua implementação, a fim de
assegurar o conhecimento dos respectivos conteúdos à população, devendo ainda
disponibilizá-los a qualquer munícipe que requisitá-los.

Artigo 41. O sistema municipal de informações deverá ser estruturado em prazo a ser
definido pelo executivo, que o regulamentará.

Artigo 42. É assegurado, a qualquer interessado, o direito a ampla informação sobre os


conteúdos de documentos, informações, estudos, planos, programas, projetos, processos
e atos administrativos e contratos, ressalvadas as situações em que o sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO URBANO MUNICIPAL

SEÇÃO I
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO

Artigo 43. O sistema e o processo municipal de planejamento urbano será integrado por:

I. órgãos da administração municipal, que serão responsáveis pelas informações e


pelo suporte técnico;
II. planos, programas e projetos, gerais, setoriais, ou de bairros, orientadores das
ações, intervenções e operações urbanas;
III. sistema municipal de informação;
IV. participação popular, por todos os conselhos municipais devidamente criados e
constituídos e de conferências ou assembléias municipais de política urbana.

Artigo 44. Além do Plano Diretor fazem parte do sistema e do processo de planejamento
urbano as leis, planos e disposições que apliquem a Lei Federal nº. 10.257 de 10 de
Julho de 2001, - Estatuto da Cidade e as especificas previstas na presente lei.

Artigo 45. Esta lei complementar entrará em vigor na data de sua publicação, ficando
revogada a Lei Municipal nº. 2.211/97, de 22 de dezembro de 1997 e as demais
disposições contrárias.

SANTA ROSA DE VITERBO, 10 de outubro de 2006.

LUÍS FERNANDO GASPERINI


PREFEITO MUNICIPAL

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