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PUC-Rio

Joel Silva Schutz


Projeto de Monografia

Tema: O cinema feminino de Ana Caroline Soares.

Problematização: Dentro dessas novas propostas de cinema, cabe analisar o histórico do


cinema feminino. Percebe-se, porém, que faltam trabalhos a respeito de tais artistas frente a
essas novas problemáticas, muito por causa das mudanças do lugar do cinema nacional no
mercado e cultura de massa. Commented [U1]: explicar melhor. Quais são essas novas
problemáticas e mudanças do lugar no cinema nacional?

Objetivo Geral: Conhecer o cinema de Ana Carolina e seu cinema feminino em


perspectiva das novas demandas do cinema comercial.

Objetivos Específicos:
• Abordar o Brasil durante a ditadura militar e os mecanismos de controle sobre as artes.
• Elaborar uma breve linhagem do cinema nacional até 1976
• Analisar a mulher nas telas brasileiras e o papel de Ana Carolina nesse contexto
• “É o que eu consegui fazer”: Pensar o cinema autoral como afirmação do papel da
mulher a frente a atrás das câmeras.

Justificativa

A forma monolítica como se observavam os movimentos cinematográficos brasileiros


tendia trazer mais dúvidas que esclarecimento. A constante preocupação com a atuação política
das artes frente a ditadura acabou por colocar em segundo plano importantes movimentos que
as suas próprias maneiras encaravam a censura. A pornochanchada é talvez o gênero mais
desprestigiado de toda a história cinematográfica nacional, visto como pura imitação das
sexploitations americanas. Ao observar a filmografia do período perceberemos outras
perspectivas a respeito de tal cinema.
Ana Carolina, cineasta desde 1973, será uma figura importante nesse momento da
indústria com sua obra. Assim também pelo seu lugar na arte junto a outros cineastas que
observavam aquele momento do cinema nacional como frutífero artística e politicamente. Em
termos de mercado, porém, esse será um momento de grande desenvolvimento e repentina
queda. As reformas da redemocratização tiraram do cinema nacional seu lugar de destaque nos

1
cinemas, seus meios de financiamento e incentivos. Não havia possibilidade de a produção
nacional se sustentar na instabilidade econômica sem tais auxílios e a indústria nacional
praticamente morre, interrompendo tais projetos inovadores. Commented [U2]: incentivos do Estado? explicar

Lançar um olhar a respeito dessa diretora e este aspecto de seu trabalho é uma forma de
enriquecer nosso conhecimento sobre este período especifico do cinema nacional. Para além
de um boom econômico, com recordes de bilheteria e lançamentos, que outras lições podem
ser tiradas da experiência das pornochanchadas? Da mesma forma a escolha do trabalho de
Ana Carolina trás uma luz a um tema que tem se tornado cada vez mais relevante nas novas
produções de cinema comercial que é a exposição da mulher nas telas. Ana Carolina foi uma
das pioneiras nesse momento de uma nova proposta de cinema sobre a mulher, frente as
experiências prévias no cinema e nas performáticas. O que há de político e de feminista nas
obras de Ana Carolina?

Delimitação do Tema

Frances McDormand em seu discurso de agradecimento, após receber o prêmio da


Academia de Melhor atriz, menciona a necessidade de clausulas de diversidade. Essa expressão
é referência à Stacy Smith, socióloga da comunicação, que levanta a questão da falta de
representatividade e diversidade dentro da Industria cinematográfica hollywoodiana. 1Smith
propõe uma série de medidas no sentido de combater essa realidade, a citada por McDormand
diz respeito a atores e atrizes “Classe A” incluam em seus contratos clausulas que exijam cotas
de diversidade nas produções que fizerem parte. Smith acredita que com medidas nesse sentido
a indústria será capaz de representar melhor grupos marginalizados. Entende também que este
é um papel importante que os filmes possuem em nossa sociedade de criar verdades
inconscientes e formar mentalidades.2
Ela, porém, não será a única a se preocupar com essas questões dentro da indústria,
diversos artistas se manifestaram com a mesma preocupação na estrega dos Óscares desse ano,
assim como em outros grandes prêmios internacionais.3 Vale lembrar que essas mobilizações
partiram de uma série de denúncias de profissionais do cinema e do entretenimento que

1
https://oglobo.globo.com/cultura/filmes/o-que-inclusion-rider-expressao-usada-por-frances-
mcdormand-no-discurso-dooscar-22455926
2
https://www.ted.com/talks/stacy_smith_the_data_behind_hollywood_s_sexism?language=pt -br
3
https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/feminismo/times-up-mulheres-de-hollywood-criam-
iniciativa-contra-assedio

2
expuseram dezenas de casos de assédio sexual dentro do meio. Em especial dos casos de
Harvey Weinstein, Kevin Spacey, Ben Affleck e outros gigantes da indústria geraram grande
destaque e atenção internacional.4 A luta por mais representatividade não parece mais um apelo
de minorias, mas o futuro da indústria cinematográfica americana. Na busca de tentar se afastar
dessas denúncias e, de forma geral, dessa mentalidade que dominava o meio, buscam reformas
internas e em suas narrativas, muito inspirados por movimentos como #MeToo. 5 Grandes
franquias já incorporam elencos com mais diversidade como Star Wars e o MCU (Universo
Cinematográfico Marvel).6 Por parte do público esse apelo é reforçado, vide o grande sucesso
de Pantera Negra em sua semana de estreia, mesmo internacionalmente.7 Isso mostra que existe
audiência para trabalhos onde a diversidade se faz presente. Pela crítica, não há dúvida de que,
se percebe nessa nova onda de filmes “representativos” a possibilidade de, no mínimo,
reformar a percepção do público internacional acerca das produções americanas.8
Tais mudanças de paradigma, porém levam a refletir a respeito dos limites dessas
concepções. Sobre quais interesses e concepções crescem essas demandas? Smith baseia suas
pesquisas em dados estatísticos da presença de grupos marginalizados, porém me parece
deveras simplificado olhar para obras culturais por um viés puramente analítico e objetivo,
quando a apropriação e construção dessas obras é subjetiva. A questão que pretendo me
debruçar é a demanda por mais diretoras mulheres, que também é lembrada por Smith. Partindo
da concepção de que muito desse desconforto percebido no meio vem da falta de mulheres em
posições de liderança e comando.9
Com isso em mente, pretendo observar o trabalho de Ana Carolina Soares, cineasta
brasileira marcada pelo seu cinema autoral focado na temática feminina. Mais particularmente
sua atuação entre os anos de 1973 e 1988. Através de entrevistas, textos da crítica, documentos
de censura, pretendo investigar essa marca específica de um certo cinema feminino. Os limites
e contradições dessa concepção que parece voltar à tona nesse momento. Tendo como base

4
https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/produtor-harvey-weinstein-vai-a-justica-para-recuperar-e-
mails-pessoais/ https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/promotoria-revisa-acusacao-de-assedio-sexual-contra-
kevin-spacey/ https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/hilarie-burton-acusa-ben-affleck-de-assedio-por-
apertar-seus-seios-quando-ela-tinha-18-anos.ghtml
5
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41652306
6
https://canaltech.com.br/cinema/proximos-filmes-da-saga-star-wars-terao-mais-diversidade-no-
elenco-44957/
7
https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/pantera-negra-bate-recorde-de-titanic-na-bilheteria-
norte-americana.ghtml
8
https://www.chicagoreader.com/chicago/black-panther/MovieTimes?oid=38199076
https://www.newyorker.com/magazine/2018/02/26/black-panther-and-early-man
https://www.theatlantic.com/entertainment/archive/2018/02/black-panther-review/553508/
9
https://www.ted.com/talks/stacy_smith_the_data_behind_hollywood_s_sexism?language=pt-br

3
teórica o entendimento de Bakhtin de que as obras culturais se relacionam de forma dialógica,10
pretendo me aprofundar nessa questão especifica dos estudos de história da comunicação, 11
indústria cultural12 e repressão sexual.13 Em um sentido de tentar entender essas preocupações
de Smith e os limites dela, em especial essa perspectiva da mulher no cinema como agente
transformadora do discurso cinematográfico. Dentro dessas novas propostas de cinema, cabe
analisar um histórico do cinema feminino. Percebe-se, porém, que faltam trabalhos a respeito
de tais artistas no Brasil frente a essas novas problemáticas, muito por causa das mudanças do
lugar do cinema nacional no mercado e cultura de massa. Ana Carolina parece ser um grande
pivô desse debate ou, no mínimo, um exemplo capaz de enriquecer o campo de discussão.

Balanço Bibliográfico.

De início, para introduzir meu estudo eu acho importante contextualizar, mesmo que
brevemente o período histórico em que o trabalho de Ana Carolina se realiza. Para isso, os
trabalhos de Aarão Reis14 vão nos trazer tal entendimento, mesmo que não por completo.
Entendo que por se tratar de um período recente da história brasileira e ainda muito relevante
politicamente, os entendimentos sobre o período ainda são conflituosos e a historiografia ainda
busca consolidar narrativas sobre o período. Porém, meu trabalho vai se focar mais
particularmente no trabalho da artista, tendo o período da ditadura militar como pano de fundo.
Me vale mais entender nesse aspecto as políticas culturais do regime15, assim como a relação
mais especifica dos poderes ditatoriais sobre esse aspecto cultural de forma geral.16
Uma vez feitas as introduções, irei construir o cenário do cinema brasileiro da época17.
Não pretendo, porém, me focar em estudos a respeito dos movimentos, mas as condições de
produção de cinema18. Em especial as políticas de reserva de mercado19, a atuação da

10
http://fflch.usp.br/sites/fflch.usp.br/files/2017-11/Bakhtin.pdf
11
{Esteves:2007vl}
12
{Adorno:1985uy}
13
{Chaui:1988uf}
14
{Aarao:2014uo}
{Reis:2014wd}
15
{Ridenti:2005wf}
{Ridenti:2009wr}
16
{deAmaralMaia:2012ug}
17
{Bernardet:2009uk}
18
{Nogueira:1998uk}
19
{Almeida:2003uc}

4
EMBRAFILME20 e o papel da censura21 nessa relação e nessas dinâmicas. Parecem ser pontos
centrais para pensar em qual contexto o trabalho de Ana está localizado. Há tanto trabalhos
específicos22 e tangenciais23 nesse quesito. Em especial, trabalhos da área de comunicação
social que trabalham aspectos da própria pratica da profissão de cineasta. Materiais que cabem
ser complementados com estudos mais amplos e teóricos sobre cinema e produção no Brasil.
Pesquisadores, cineastas e profissionais do cinema buscaram teorizar e documentar sua
profissão através de algumas obras como de Nuno Cesar 24 e Cinema desenvolvimento25,
Ideais26, trazem as preocupações do cinema nacional em termos de sua produção, distribuição
e economia. Informações mais do que bem-vindas para contextualizar o papel econômico e
politico da Embrafilme e demais poderes em jogo no momento estudado. Pretendendo fazer tal
investigação para criar um cenário no qual poderei observar Ana Carolina.
A presença de Ana Carolina na historiografia não é extensa, o trabalho mais profundo a
respeito da autora/diretora foi desenvolvido na tese de mestrado de Flávia Cópio.27 Ainda
cabem investigações a respeito desse trabalho e da sua contribuição para este em sua proposta,
porém em termos de historiografia este é o único trabalho, até onde pude desenvolver o
levantamento bibliográfico, que lidou com uma documentação similar a minha e permite algum
diálogo historiográfico. Por parte da crítica e do meio, Ana Carolina ocupa um lugar de
prestigio, embora não divida da mesma popularidade quanto outros autores/diretores do mesmo
período. Existem porém trabalhos como o de Mocarzed28 que traz uma investigação do trabalho
de Ana, além de diversas entrevistas e críticas em revistas e programas que nesse trabalho
serviram de documentação.

20
{Amancio:2000vf}
21
{DeLucenaLucas:2015uq}
22
{Desbois:2016vf}
{DeLucenaLucas:2015bc}
{Pinto:2007tr}
{Pinto:2006ux}
23
{Malverdes:2007uj}
{deAbreu:2002ui}
{Lamas:2013ui}
{deOliveira:2016vc}
{deCastro:2014ub}
{Kessler:2009wx}
{Parga:2008ww}
24
{Abreu:1996ti}
25
{Almeida:2003uc}
26
{Marques:2007tp}
27
{Esteves:2007vl}
{Esteves:2013ub}
28
{Mocarzel:2010vo}
{almeida:2007uc}

5
Por se tratar de um tema relativamente pouco explorado pela historiografia, este trabalho
não busca ainda encontrar uma posição certa a respeito da narrativa a respeito, mas elaborar
olhares sobre sua obra com perspectivas ao presente. Uma vez introduzida Ana Carolina e seu
tempo, cabe buscar como tal imagem se compara com a autora presente na documentação e
buscar a partir daí interpretações novas a respeito do trabalho dela.

Hipótese

O cinema autoral de Ana Carolina vai encontrar formas de fazer ligações diretas entre o
artista e o público. Mais que expor novas mulheres nas telas, mulheres mais “reais” por assim
dizer, Ana usa suas personagens como instrumentos de seu diálogo com os espectadores. Ao
fazer escolhas artistas surrealistas e transgressoras, Ana Carolina chama a atenção do público
de que estão a assistir um filme e que há por trás dela uma pessoa a selecionar seu conteúdo.
Ao convidar seu público a se tornar consciente de sua experiência, permite convidar seu público
a refletir a respeito da humanidade e singularidade daquela que seleciona as imagens, da
diretora, da autora. Humaniza a si mesma como forma de revelar ao público a humanidade e a
presença feminina a frente e a trás da câmera, dentro e fora da narrativa, na arte e no mundo.

Quadro Teórico-Metodológico

Em questão da metodologia e da teoria que iluminará esta análise, um ponto de partida


que parece essencial para a discussão trazida por este trabalho é a obra clássica de Virgínia
Woolf, Um teto todo seu (“A room of their own”). A escritora e ensaísta procura construir este
livro em torno de um par de palestras ministradas por ela em 1928, assim explica:

“O título [da palestra] ‘As mulheres e a ficção’ poderia significar — e talvez


vocês assim o quisessem — a mulher e como ela é; ou poderia significar a
mulher e a ficção que ela escreve; ou poderia significar a mulher e a ficção
escrita sobre ela; ou talvez quisesse dizer que, de algum modo, todos os três
estão inevitavelmente associados, e vocês desejariam que eu os examinasse
sob esse ângulo.” (Virginia Woolf, Um teto todo seu, p.7)

Este ensaio é considerado um clássico literário e acadêmico dos estudos de gênero e traz
duas grandes conceituações que parecem centrais na discussão do problema em questão. Diz:

6
“Tudo o que poderia fazer seria oferecer-lhes uma opinião acerca de um aspecto insignificante:
a mulher precisa ter dinheiro e um teto todo dela se pretende mesmo escrever ficção; e isso,
como vocês irão ver, deixa sem solução o grande problema da verdadeira natureza da mulher
e da verdadeira natureza da ficção.” (p. 8). Entendendo por tal afirmação que a questão
essencial sobre o entendimento e a reflexão sobre a mulher nasce da alienação desta por meio
de processos culturais de exclusão. Não há forma ou sentido de entender a mulher se estaá não
é dada a chance de existir e participar como uma/um igual. O quarto 29 que ele se refere faz
referência a estrutura física sob a qual a mulher precisa se ancorar para garantir a própria
sobrevivência; e o dinheiro, se refere ao recurso material que ela necessita para transcender
esta existência da mera sobrevivência. Essas ideias fazem referência as construções sociais
observadas por Woolf, onde a agência da mulher era regrada pela família, trabalho ou
organizações religiosas. No seu entendimento, o principal fator que impunha tais relações de
exploração seria a posição de dependência que esta seria colocada dentro desses espaços,
sempre sendo provida e nunca provendo a si mesma.
Esses conceitos me pareceram relevantes frente a uma análise preliminar das fontes. O
curta documentário “Cinema de Mulher”(Anna Maria Magalhães, Embrafilme/DAC, 1976)
indica uma busca, ainda em meados dos 70, de uma colocação mais forte da mulher no cinema
nacional, tendo inclusive Ana Carolina como participante no filme. Ao longo da década
seguinte, porém, a principal distribuidora e patrocinadora desses trabalhos iria sentir a crise
econômica que seguiu o “milagre econômico”. A falta de recursos deixa mais difícil a produção
nacional, levando a extinção da EMBRAFILME no governo Collor.
A melhor forma de tentar encontrar uma cronologia desse movimento de mulheres e, a
importância de Ana Carolina no meio delas, é analisar a crítica especializada do período. A
revista Filme Cultura, da própria EMBRAFILME é editada deste 1966 e parece ser um acervo
importante para conhecer este movimento. Este acervo está integralmente disponível online no
portal da revista. Existem também revistas particulares que também produziram analises e
entrevistas durante o período, como a Cinemais, Revista Cinema, assim como a Folha de São
Paulo, porém ainda será necessária uma busca em acervos das edições. Em especial, estou a
busca de uma edição da revista Cinemais dedicada exclusivamente para a cineasta.
Para a execução do quarto e último objetivo específico da pesquisa, esta edição da
Cinemais será de suma importância por conter uma entrevista e artigos da própria Ana Carolina

29“Room” no original, foi traduzido como “Teto” na edição que estou me referindo. Porém
no sentido do texto, tais termos são intercambiáveis.

7
a respeito do seu trabalho. Outros veículos também possuem entrevistas, como Roda Viva e a
FGV, todas disponíveis online. Essas fontes são oportunidades de localizar a artista dentro
deste seu contexto no cinema nacional e buscar entender como ela mesma vê seu trabalho
dentro deste contexto. Assim como tentar entender a percepção dela a respeito da materialidade
da produção do seu trabalho. Não serão, porém, as únicas fontes que pretendo levantar a
respeito da diretora. Embora seja limitado o número de trabalhos acadêmicos a respeito dela,
há uma considerável produção de materiais de audiovisual sobre o seu trabalho. Será de grande
importância localizar estes materiais, mas acredito que será um levantamento fragmentado,
visto que depende da forma que as produtoras veicularam estes materiais. A acervo do Canal
Curta possui alguns materiais, porém o acesso é exclusivo a assinantes do canal a cabo.
Com estes materiais levantados e analisados, acredito que será possível observar o
trabalho autoral de Ana Carolina frente a esta percepção dela e da crítica a respeito do seu
trabalho. A materialidade de como seus filmes saíram do papel e tomaram a forma que tem.
Bakhtin parece no momento uma boa referência teórica para pensar essa relação entre as
mensagens que esses filmes passam frente a este contexto em que foram desenvolvidos.
Entendendo um trabalho autoral como um reflexo do indivíduo que agiu por confeccionar
aquele trabalho, busquei selecionar apenas dois filmes da diretora para a análise: Das tripas
coração(1982), e Sonho de Valsa(1987). A partir das outras fontes e do entendimento da crítica
e dela mesmo sobre o trabalho, como os filmes de Ana Carolina podem nos trazer respostas a
respeito da questão “Das mulheres e a ficção”, mais especificamente, como ela buscou
construir “Um cinema todo seu”.

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