Fundamentos acerca da síntese e processamento de polímeros
Julio Carraro [17201771]
Os mecanismos de síntese e processamento de materiais poliméricos são úteis e
amplamente utilizados em setores industriais-comerciais, com a finalidade de modificar as suas propriedades iniciais e realizar conformações de acordo com a necessidade comercial. A seguir, serão explanados os processos fundamentais de sintetização de processamento de polímeros.
Polimerização: a polimerização é um processo responsável pela síntese de
macromoléculas poliméricas através de ligações entre os seus monômeros, assim, gerando longas cadeias de repetição. A polimerização pode ser realizada a partir de dois métodos; adição e condensação, sendo estes aplicados de acordo com o mecanismo da reação. O processo de adição é caracterizado pela ligação intercalada dos monômeros, de forma a compor uma macromolécula linear. Primeiramente, uma reação entre um catalizador e uma unidade monomérica é feita a fim de gerar um centro ativo de propagação. Logo, ocorre o aumento da cadeia polimérica por adições monoméricas sequenciais. Finalmente, o crescimento é cessado pela ligação de duas cadeias de propagação ou pela reação de duas cadeias que resultam em cadeias mortas. Este tipo de polimerização é aplicado na síntese de diversos copolímeros, como o polietileno e o poliestireno. Na polimerização por condensação, os polímeros são criados por reações químicas intermoleculares em etapas, repetitivamente até a formação de uma molécula linear ser completa. Esta polimerização é mais longa em termos de duração em relação com o processo de adição, além de ser utilizada na fabricação de náilon e outros policarbonatos.
Aditivos: grande parte das propriedades poliméricas é dada pela estrutura
molecular do polímero. É costumeiro ocorrer alterações nas propriedades químicas e físicas do polímero para alcançar características específicas. Os aditivos são substâncias introduzidas nas estruturas poliméricas para facilitar e realizar a alteração das propriedades citadas anteriormente, como cargas, plastificantes, estabilizadores, corantes e retardantes de chama. Cargas são substâncias adicionadas para o aumento de resistência mecânica e térmica do material polimérico. Entre as substâncias utilizadas, estão a serragem, pó de areia, pó de vidro, argila e calcário. Dependendo da carga adicionada, o polímero em questão pode ser considerado um compósito, por herdas grande parte de suas características atuais pela adição do material secundário. Para aumentar a ductilidade, tenacidade e flexibilidade, são adicionados plastificantes, que são fluidos com baixas pressões de vapor e massa molar. São empregados em filmes, tubos, capas de chuva e cortinas. Caso o polímero esteja sujeito a uma rápida deterioração em condições normais, estabilizantes são aplicados para reduzir este processo. O tipo de estabilizante a ser aplicado depende do tipo de deterioração presente no material. Caso o problema resulta da exposição à luz, aditivos absorvedores e bloqueadores de radiação são utilizados. Se a deterioração é provinda do fenômeno de oxidação pelas reações entre moléculas de oxigênio e poliméricas, os estabilizantes ideais são os que bloqueiam as reações ou consomem o oxigênio antes do pleno contato com a moléculas do polímero. Para a personalização do material polimérico, corantes podem ser utilizados para adicionar tonalidades de cores distintas das tonalidades iniciais do polímero. De acordo com o desejado, são aplicados corantes que se dissolvem ou não nas moléculas do polímero. Finalmente, temos os retardantes de chama, que bloqueiam a característica inflamável presente na forma pura do polímero. Alguns retardantes interferem o processo de combustão ainda na fase gasosa, em contrapartida aos retardantes que iniciam um processo de combustão que gera menos energia, assim, desacelerando a queima.
Técnicas de conformação para plásticos: as técnicas de conformação dependem de
variados fatores, como a possibilidade do material ser termoplástico ou termofixo, a temperatura de fusão do plástico caso ele for termoplástico, a estabilidade atmosférica do material e a sua geometria. A conformação destes materiais é dada normalmente em elevadas temperaturas e pressão, sendo a moldagem o processo mais comum de conformação de plásticos. Como exemplos das técnicas de moldagem, temos as moldagens por compressão, transferência, sopro, injeção e extrusão. Vale ressaltar que os processos que serão explanados valem também para a fabricação de elastômeros, como a borracha e materiais derivados. Na técnica de compressão, o conteúdo polimérico é alocado nas partes macho (com uma saliência em seu centro) e fêmea (com uma cavidade com dimensões idênticas a saliência) do molde, e logo, as peças do molde são aquecidas. A seguir, o molde é fechado e são aplicadas as taxas de pressão e temperatura necessárias, até o plástico atingir um nível de viscosidade e se conformar de acordo com o molde. Uma variação do processo de compressão é o processo de transferência, caracterizado pela fundição do plástico sólido e distribuição acompanhada por uma pressão uniforme no molde desejado. Esta, é utilizada em materiais termofixos e peças com acabamentos complexos. Ideal para polímeros termoplásticos, a moldagem por injeção consiste no derretimento do plástico na máquina injetora para, em seguida, injetá-lo no molde sob alta pressão. Assim, o material é resfriado e solidificado para depois ser liberado com a abertura do molde. É uma técnica extremamente veloz e pode ser aplicada também para os materiais termofixos. Para o processo de extrusão, ocorre a moldagem do plástico em estado viscoso dentro de uma matriz semiaberta. O polímero é transportado em uma câmara, onde é fundido e moldado até ser extruído por pressão através de um orifício. Ao final deste processo, o material é colocado em repouso para a solidificação. Tal técnica é empregada na fabricação de tubos, mangueiras e filamentos de plástico. Para a fabricação de recipientes plásticos, a técnica de sopro é utilizada, onde uma fração de tubo polimérico em estado semifundido é depositado em um molde bipartido e soprado até o material alcançar a forma desejada. Adicionalmente, os plásticos podem ser simplesmente fundidos e depositados em um molde específico até o material ser absolutamente solidificado. Fabricação de fibras: basicamente, a conformação de fibras é feita através do processo de fiação, que pode ocorrer a partir do fundido, a seco ou a úmido. Recorrentemente, as fibras são conformadas a partir do estado fundido, onde o material é aquecido até atingir um certo nível de viscosidade e depositado em um molde repleto de orifícios, por onde o fluído escoa, assim, formando a fibra que é rapidamente solidificada. No processo a seco, o polímero é dissolvido e a solução é transportada para uma área aquecida, onde as fibras se solidificam enquanto o solvente evapora. Na fiação a úmido, o polímero dissolvido passa por um segundo solvente, forçando a precipitação da fibra.
Fabricação de filmes: a maioria dos filmes são conformados pelo processo de
extrusão seguido pelo processo de laminação ou estiramento, para moldar a espessura e a resistência. Contudo, o filme também pode ser formado através da técnica de sopro, sendo que o material se expande ao redor de uma bolha como se fosse um balão elástico. A escolha do processo depende do formato e da qualidade desejada para o filme.