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Introdução
A necessidade de automação na indústria e nos mais diversos segmentos está associada, entre
diversos aspectos, às possibilidades de aumentar a velocidade de processamento das
informações, uma vez que as operações estão cada vez mais complexas e variáveis, necessitando
de um grande número de controles e mecanismos de regulação para permitir decisões mais
ágeis e, portanto, aumentar os níveis de produtividade e eficiência do processo produtivo dentro
das premissas da excelência operacional.
A automação permite economias de energia, força de trabalho e matérias-primas, um melhor
controle de qualidade do produto, maior utilização da planta, aumenta a produtividade e a
segurança operacional. Em essência, a automação nas indústrias permite elevar os níveis de
continuidade e de controle global do processo com maior eficiência, aproximar ao máximo a
produção real à capacidade nominal da planta, ao reduzir ao mínimo possível as horas paradas,
de manutenção corretiva e a falta de matéria-prima.
Além disso, com o advento dos sistemas de automação baseado em redes de campo e tecnologia
digital, pode-se ter vários benefícios em termos de manutenção e aumentar a disponibilidade e
segurança operacional. E ainda, a automação extrapola os limites de chão de fábrica, ela
continua após o produto acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes; a automação do
negócio.
Figura 1 - A automação extrapola os limites de chão de fábrica, ela continua após o produto
acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes; a automação do negócio.
A solução completa deve prover uma metodologia de gestão da indústria de forma transparente
e garantir que todos os esforços sejam direcionados para se atingir a meta estabelecida,
facilitando a tomada de decisão quando há mudanças relevantes ao desempenho dos
indicadores ou um desvio em relação ao planejado.
Usuários e clientes então devem estar atentos na escolha e definição de um sistema de
automação e controle, onde esta definição deve levar em conta vários critérios e que possa estar
em sincronismo com o avanço tecnológico.
Quanto mais informação, melhor uma planta pode ser operada e sendo assim, mais produtos
pode gerar e mais lucrativa pode ser. A informação digital e os sistemas verdadeiramente
abertos permitem que se colete informações dos mais diversos tipos e finalidades de uma
planta, de uma forma interoperável e como ninguém jamais imaginou e neste sentido, com a
tecnologia Fieldbus (Foundation fieldbus, Profibus, HART, DeviceNet, Asi, etc.) pode-se
transformar preciosos bits e bytes em um relacionamento lucrativo e obter também um ganho
qualitativo do sistema como um todo. Não basta apenas pensar em barramento de campo, deve-
se estar atento aos benefícios gerais que um sistema de automação e controle possa
proporcionar.
A revolução da comunicação industrial na tecnologia da automação está revelando um enorme
potencial na otimização de sistemas de processo e tem feito uma importante contribuição na
direção da melhoria no uso de recursos. Veremos a seguir alguns detalhes e redes industriais
que fornecerão uma explicação detalhada de como estas redes agem como o elo de ligação
central no fluxo de informações na automação.
A tecnologia da informação tem sido determinante no desenvolvimento da tecnologia da
automação alterando hierarquias e estruturas nos mais diversos ambientes industriais assim
como setores, desde as indústrias de processo e manufatura até prédios e sistemas logísticos. A
capacidade de comunicação entre dispositivos e o uso de mecanismos padronizados, abertos e
transparentes são componentes indispensáveis do conceito de automação de hoje. A
comunicação vem se expandindo rapidamente no sentido horizontal nos níveis inferiores (field
level), assim como no sentido vertical integrando todos os níveis hierárquicos. De acordo com
as características da aplicação e do custo máximo a ser atingido, uma combinação gradual de
diferentes sistemas de comunicação oferece as condições ideais de redes abertas em processos
industriais.
Nos últimos anos temos acompanhado que os mercados de instrumentação e automação vêm
demandando equipamentos de campo (transmissores de pressão e temperatura, conversores,
posicionador, atuadores, controladores, etc.) com alta performance, confiabilidade,
disponibilidade, recursividade, etc., com a intenção de minimizar consumos, reduzir a
variabilidade dos processos, proporcionar a redução de custos operacionais e de manutenção,
assim como garantir a otimização e melhoria continua dos processos.
Por outro lado, os microprocessadores/microcontroladores estão se tornando mais poderosos
e mais baratos e, os fornecedores na instrumentação vêm respondendo às demandas dos
usuários por mais e melhores informações em seus processos.
A tecnologia digital é rica no fornecimento de informação, não somente pertinente ao processo,
mas em especial dos equipamentos de campo. Desta forma, condições de auto-diagnoses
podem poupar custos operacionais e de manutenção, principalmente em áreas classificadas
(perigosas) ou mesmo em áreas de difícil acesso. Da própria sala de controle pode-se ter uma
visão geral do sistema e ainda com ferramentas baseadas em Internet, a qualquer hora e de
qualquer lugar. Através de um gerenciamento destas informações vindas do campo, pode-se
selecionar convenientemente os dados para se atingir os objetivos de produção, direcionando
as informações às pessoas e/ou departamentos corretos e agindo de maneira a melhorar os
processos.
Percebe-se aqui que todas estas evoluções tecnológicas e a consolidação das redes industriais
fazem com que os sistemas de automação e controle, equipamentos de campo, controladores,
etc., possam assumir funções antes inimagináveis, como o controle de contínuo e discreto,
tempos de varreduras menores, arquiteturas redundantes, gerenciamento e tráfego de
informação, disponibilidade de informações para IHMs, Internet, geração de relatórios,
gerenciamento de ativos, altos níveis de segurança, etc. Tudo isso, aliado à confiabilidade
industrial tanto de hardware quanto de software.
Um pouco de história
Os primeiros sistemas de automação foram desenvolvidos no final do século XIX durante a
revolução industrial.
O trabalho que era manual passou a ser realizado por máquinas dedicadas e customizadas a
uma determinada tarefa visando cada vez mais o aumento da produtividade e eficiência. As
funções de controle eram implementadas através de dispositivos mecânicos que
automatizavam algumas tarefas críticas e repetitivas. Estes dispositivos eram desenvolvidos
para cada tarefa e devido à natureza mecânica dos mesmos, tinham vida útil reduzida e alta
manutenção.
Posteriormente, com o advento dos relés e contatores, estes dispositivos foram substituídos e
apareceram dispositivos automáticos em linhas de montagens, dando um grande passo na
época. A lógica a relés viabilizou o desenvolvimento de funções de controle mais complexas e
sofisticadas.
Após a segunda guerra mundial, houve um avanço tecnológico e apareceram as máquinas por
comando numérico e os sistemas de controle na indústria de processo, assim como o conceito
de referência de tensão para instrumentação analógica. Aparecem os primeiros circuitos
integrados, os CIs, que proporcionaram o desenvolvimento de uma nova geração de sistemas
de automação. Vale lembrar que em 1947, Willian Shockley, John Barden e Walter Brattain
descobriram o transistor, que é um componente eletrônico amplamente utilizado nos
processadores modernos, de forma integrada.
No início dos anos 70, os primeiros computadores comerciais começaram a ser utilizados como
controladores em sistemas de automação de grande porte, porém estes computadores eram
grandes, ocupando muito espaço, de alto custo, difíceis de programar e muito sensíveis ao
ambiente industrial. Mas tinham a vantagem de manipular a aquisição e controle de várias
variáveis.
Ainda na década de 70 tivemos um grande avanço em termos de automação.
A partir de uma demanda existente na indústria automobilística norte-americana, foi
desenvolvido o Programmable Logic Controller (PLC), ou Controlador Lógico Programável (CLP).
O CLP é um computador dedicado e projetado para trabalhar no ambiente industrial, onde
sensores e atuadores são conectados a cartões de entradas e saídas. Os primeiros CLPs tinham
um conjunto de instruções reduzido; normalmente somente condições lógicas e não possuíam
entradas analógicas, podendo manipular apenas aplicações de controle discreto. Os CLPs
substituíram os painéis de controle com relés, diminuindo assim, o alto consumo de energia, a
difícil manutenção e modificação de comandos e também as onerosas alterações de fiação.
Atualmente, devido à demanda das plantas industriais, os CLPs manipulam tanto controle
discreto quanto malhas analógicas. Estes sistemas são usualmente chamados de Controladores
Programáveis, por não serem limitados a operações com condições lógicas. As atuais funções de
controle existentes em uma planta industrial são em geral distribuídas entre um número de
controladores programáveis, os quais são montados próximos aos equipamentos a serem
controlados. Os diferentes controladores são usualmente conectados via rede local a um
computador supervisório central, o qual gerencia os alarmes, receitas e relatórios.
Entramos em uma fase onde a tecnologia e conectividade industrial eram proprietárias e um
“casamento” entre cliente e fornecedor acontecia. No mercado apareceram os SDCSs (Sistemas
Digitais de Controle Distribuídos).
Na década de 90, o mundo começou a presenciar enormes avanços na área tecnológica, em que
os circuitos eletrônicos passaram a proporcionar maior eficiência, maiores velocidades, mais
funcionalidades, maiores MTBFs (Mean Time Between Failures, maior confiabilidade),
consumos menores, espaços físicos menores e ainda, com reduções de custos. Ao mesmo tempo
em que impulsionou o desenvolvimento de computadores, interfaces e periféricos mais
poderosos, com alta capacidade de processamento e memória e o mais interessante, dando
vazão a alta escala de produção com custos reduzidos e o que foi uma vantagem de forma geral,
pois aumentou a oferta de microcontroladores, Cis e ASCIs para toda a indústria.
E se não bastasse esta revolução eletrônica, os sistemas mecânicos também passaram e vêm
passando por inovações e modificações conceituais com a incorporação da capacidade de
processamento, tornando-os mais rápidos, eficientes e confiáveis, com custos de
implementação cada vez menores. Ao longo dos últimos anos é cada vez mais freqüente a
utilização de componentes eletrônicos para acionamento e controle de sistemas mecânicos.
Não resta dúvida que hoje não é somente a condição de controle que importa. A gestão da
informação, a inteligência da instrumentação, a tecnologia verdadeiramente aberta e não
proprietária, os benefícios da tecnologia digital são o que agregam valores ao usuário.
Que atualização um sistema convencional pode ter nos próximos anos? Que capacidade de
expansão vai permitir? O portfólio de aplicações oferecidas pelos fornecedores com um sistema
digital aberto aumentou bastante nos últimos anos, incluindo redes digitais abertas, áreas como
gerenciamento de ativos, controle baseado em blocos funcionais, otimização em tempo real,
MÊS (gestão de negócios), ferramentas de gerenciamento de performance em tempo real,
gerenciamento de alarme, e muitas outras.
Hoje o usuário deve estar atento e especificar sempre um sistema de automação aberto com
possibilidade de diagnósticos, maior tolerância a falhas, blocos de funções, FFBs (Blocos
Flexíveis), conectividade OPC e com diversos protocolos, e uma série de outras características
que o torna um sistema de controle completo e não um simples barramento de comunicação
com integrações proprietárias. A escolha nas principais plantas industriais deve-se às funções de
controle de processo que permitem agregar informações que possam trazer benefícios nas
tomadas de decisões, garantindo a excelência operacional.
Os Sistemas Verdadeiramente Abertos utilizam tecnologias abertas que se integram
perfeitamente ao hardware, ao mesmo tempo em que dá liberdade para conectar-se com
software e hardware de outros fabricantes. Os usuários têm a liberdade para escolher os
componentes e até mesmo construir o seu próprio sistema.
A flexibilidade e a capacidade de expansão da arquitetura de um sistema aberto e digital
possibilitam reconfigurações e expansões para atender as novas condições de processo sem
grandes reinvestimentos. Tecnologias modernas possibilitam respostas rápidas às mudanças nas
condições de mercado.
Vale lembrar que em termos de excelência operacional qualquer segmento industrial vem
sofrendo constantes pressões para alcançar a excelência operacional, objetivando garantir sua
competitividade. Excelência operacional significa otimizar e dinamizar os processos através da
análise de dados em tempo real facilitando a tomada de decisão, de forma inteligente,
estratégica e em todos os níveis da organização. Ao usar a tecnologia digital pode-se ter os
processos aprimorados, pode-se gerenciar de maneira mais eficiente as operações da planta.
Como um exemplo de Sistema Verdadeiramente Aberto, temos o System302 da
SMAR: www.system302.com.br. O System302 é um sistema baseado em tecnologias estado da
arte, totalmente escalável e integrado fornecendo uma plataforma única de controle e
supervisão de processos. Com o System302, pode-se ter toda uma infraestrutura de hardware
e software necessários para um controle otimizado do processo, seja ele contínuo ou batelada.
Através de uma tecnologia que combina o melhor do mundo do SDCDs e dos PLCs/SCADA, o
System302 é a solução completa em sistema de automação e controle, onde possui o diferencial
de utilizar tecnologias já consagradas em sua arquitetura e sem a necessidade de uso de um
sistema totalmente proprietário, provendo a abertura e flexibilidade que as aplicações
necessitam. Seguramente devido a várias vantagens da tecnologia digital e de redes abertas, o
SDCD tradicional não é mais recomendado em novos projetos ou mesmo em expansões, pois os
altos custos de substituição dos instrumentos e a obsolência do sistema de controle podem
abreviar a vida útil. Nestes casos o sistema de automação tem que ser moderno e
verdadeiramente aberto, deixando o usuário confortável nos próximos 15 a 20 anos.
No mercado atual globalizado, a busca de uma vantagem tecnológica que permita ao seu usuário
competir de uma maneira eficaz, manter-se de uma maneira sustentável, obtendo lucro e
reinvestir no seu negócio, a automação industrial passou a ser item básico desse processo. No
ramo da indústria, a otimização de recursos faz-se imprescindível. As inovações na área de
processo em si são poucas, ficando para as áreas de controle de processo a responsabilidade na
redução de custos. O entendimento dos processos de inovação na automação com os sistemas
digitais e de redes abertas podem ajudar a nos situarmos no contexto atual, identificando as
inovações que podem agregar valor à cadeia produtiva. Notadamente nos últimos anos com o
avanço na eletrônica digital passamos a ter novas ferramentas nas áreas de controle de processo
e manutenção que associadas com sistemas de comunicação baseados em protocolos abertos
de redes industriais.
A seguir veremos algumas redes industriais.
PROFIBUS
A história do PROFIBUS começa na aventura de um projeto da associação apoiado por
autoridades públicas, que iniciou em 1987 na Alemanha. Dentro do contexto desta aventura, 21
companhias e institutos uniram forças e criaram um projeto estratégico em fieldbus. O objetivo
era a realização e estabilização de um barramento de campo bitserial, sendo o requisito básico
a padronização da interface de dispositivo de campo. Por esta razão, os membros relevantes das
companhias do ZVEI (Associação Central da Indústria Elétrica) concordaram em apoiar um
conceito técnico mútuo para manufatura e automação de processos.
Um primeiro passo foi a especificação do protocolo de comunicações complexas PROFIBUS FMS
(Especificação de Mensagens Fieldbus), que foi preparado para exigência de tarefas de
comunicação.
Um passo mais adiante em 1993 foi a conclusão da especificação para uma variante mais simples
e com comunicação mais rápida, o PROFIBUS-DP (Periferia Descentralizada). Este protocolo está
disponível agora em três versões funcionais, o DP-V0, DP-V1 e DP-V2.
Baseado nestes dois protocolos de comunicação, acoplado com o desenvolvimento de
numerosos perfis de aplicações orientadas e um número de dispositivos de crescimento rápido,
o PROFIBUS começou seu avanço inicialmente na automação manufatura e desde 1995 na
automação de processos com a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o PROFIBUS é o barramento
de campo líder no mercado mundial.
O PROFIBUS é um padrão de rede de campo aberto e independente de fornecedores, onde a
interface entre eles permite uma ampla aplicação em processos, manufatura e automação
predial. Esse padrão é garantido segundo as normas EN 50170 e EN 50254. Desde janeiro de
2000, o PROFIBUS foi firmemente estabelecido com a IEC 61158, ao lado de mais sete outros
fieldbuses. A IEC 61158 está dividida em sete partes, nomeadas 61158-1 a 61158-6, nas quais
estão as especificações segundo o modelo OSI. Nessa versão houve a expansão que incluiu o
DPV-2. Mundialmente, os usuários podem agora se referenciar a um padrão internacional de
protocolo aberto, cujo desenvolvimento procurou e procura a redução de custos, flexibilidade,
confiabilidade, segurança, orientação ao futuro, atendimento as mais diversas aplicações,
interoperabilidade e múltiplos fornecedores.
Hoje, estima-se próximo de 30 milhões de nós instalados com tecnologia PROFIBUS e mais
de 1000 plantas com tecnologia PROFIBUS-PA. São 24 organizações regionais (RPAs) e 35
Centros de Competência em PROFIBUS (PCCs), localizados estrategicamente em diversos países,
de modo a oferecer suporte aos seus usuários, inclusive no Brasil, em parceria com a FIPAI na
Escola de Engenharia de São Carlos-USP, existe o único PCC da América Latina.
No nível de célula, os controladores programáveis, como os CLPs e os PCs, comunicam-se entre
si, requerendo, dessa maneira, que grandes pacotes de dados sejam transferidos em inúmeras
e poderosas funções de comunicação. Além disso, a integração eficiente aos sistemas de
comunicação corporativos existentes, tais como: Intranet, Internet e Ethernet são requisitos
absolutamente obrigatórios. Essa necessidade é suprida pelos protocolos PROFIBUS FMS e
PROFINet.
Figura 5 – Exemplo de uma rede Profibus com as variantes Profibus-DP e Profibus-PA
PROFIBUS DP
O PROFIBUS DP é a solução de alta velocidade (high-speed) do PROFIBUS. Seu desenvolvimento
foi otimizado especialmente para comunicações entres os sistemas de automações e
equipamentos descentralizados. Voltada para sistemas de controle, onde se destaca o acesso
aos dispositivos de I/O distribuídos. É utilizada em substituição aos sistemas convencionais 4 a
20 mA, HART ou em transmissão com 24 Volts. Utiliza-se do meio físico RS-485 ou fibra ótica.
Requer menos de 2 ms para a transmissão de 1 kbyte de entrada e saída e é amplamente
utilizada em controles com tempo crítico.
Atualmente, 90% das aplicações envolvendo escravos Profibus utilizam-se do PROFIBUS DP. Essa
variante está disponível em três versões: DP-V0, DP-V1 e DP-V2. A origem de cada versão
aconteceu de acordo com o avanço tecnológico e a demanda das aplicações exigidas ao longo
do tempo.
Figura 6 – Versões do Profibus
PROFIBUS-PA
O PROFIBUS PA é a solução PROFIBUS que atende os requisitos da automação de processos,
onde se tem a conexão de sistemas de automação e sistemas de controle de processo com
equipamentos de campo, tais como: transmissores de pressão, temperatura, conversores,
posicionadores, etc. Pode ser usada em substituição ao padrão 4 a 20 mA.
Existem vantagens potenciais da utilização dessa tecnologia, onde resumidamente destacam-se
as vantagens funcionais (transmissão de informações confiáveis, tratamento de status das
variáveis, sistema de segurança em caso de falha, equipamentos com capacidades de
autodiagnose, rangeabilidade dos equipamentos, alta resolução nas medições, integração com
controle discreto em alta velocidade, aplicações em qualquer segmento, etc.). Além dos
benefícios econômicos pertinentes às instalações (redução de até 40% em alguns casos em
relação aos sistemas convencionais), custos de manutenção (redução de até 25% em alguns
casos em relação aos sistemas convencionais), menor tempo de startup, oferecem um aumento
significativo em funcionalidade e segurança.
O PROFIBUS PA permite a medição e controle por uma linha a dois fios simples. Também permite
alimentar os equipamentos de campo em áreas intrinsecamente seguras. O PROFIBUS PA
permite a manutenção e a conexão/desconexão de equipamentos até mesmo durante a
operação sem interferir em outras estações em áreas potencialmente explosivas. O PROFIBUS
PA foi desenvolvido em cooperação com os usuários da Indústria de Controle e Processo
(NAMUR), satisfazendo as exigências especiais dessa área de aplicação:
O perfil original da aplicação para a automação do processo e interoperabilidade dos
equipamentos de campo dos diferentes fabricantes.
Adição e remoção de estações de barramentos mesmo em áreas intrinsecamente seguras
sem influência para outras estações.
Uma comunicação transparente através dos acopladores do segmento entre o barramento
de automação do processo PROFIBUS PA e do barramento de automação industrial
PROFIBUS-DP.
Alimentação e transmissão de dados sobre o mesmo par de fios baseado na tecnologia IEC
61158-2.
Uso em áreas potencialmente explosivas com blindagem explosiva tipo “intrinsecamente
segura” ou “sem segurança intrínseca”.
As conexões dos transmissores, conversores e posicionadores em uma rede PROFIBUS DP são
feitas por um coupler DP/PA. O par trançado a dois fios é utilizado na alimentação e na
comunicação de dados para cada equipamento, facilitando a instalação e resultando em baixo
custo de hardware, menor tempo para iniciação, manutenção livre de problemas, baixo custo
do software de engenharia e alta confiança na operação.
A arquitetura e a filosofia do protocolo PROFIBUS asseguram a cada estação envolvida nas trocas
de dados cíclicos um tempo suficiente para a execução de sua tarefa de comunicação dentro de
um intervalo de tempo definido. Para isso, utiliza-se do procedimento de passagem de “token”,
usado por estações mestres do barramento ao comunicar-se entre si, e o procedimento mestre-
escravo para a comunicação com as estações escravas. A mensagem de “token”
(um frame especial para a passagem de direito de acesso de um mestre para outro) deve
circular, sendo uma vez para cada mestre dentro de um tempo máximo de rotação definido (que
é configurável). No PROFIBUS o procedimento de passagem do “token” é usado somente para
comunicações entre os mestres.
O procedimento mestre-escravo possibilita ao mestre que esteja ativo (o que possui o “token”)
acessar os seus escravos (através dos serviços de leitura e escrita).
PROFINET
O PROFInet é uma rede padronizada pelo PROFIBUS International de acordo com a IEC 61158-5
e a IEC 61158-6. É uma das quatorze redes de Ethernet industrial. Basicamente, há dois tipos de
redes PROFInet: PROFInet IO e PROFInet CBA. O PROFInet IO é utilizado em aplicações em tempo
real (rápidas) e o PROFInet CBA é utilizado em aplicações onde o tempo não é crítico, por
exemplo, na conversão para rede PROFIBUS-DP.
O PROFInet tem três modelos distintos de operação, sendo dois deles para tempo real. Veja
figura 12.
O primeiro modelo é baseado na arquitetura TCP/IP pura, utilizando Ethernet na camada 1 e 2,
o IP na camada 3 e o TCP ou UDP na camada 4. Essa arquitetura é chamada de Non-real
time (Non-RT), pois seu tempo de processamento se aproxima dos 100 ms. A grande aplicação
nesse tipo de comunicação é de configuração da rede ou na comunicação com os Proxis,
utilizando o PROFInet CBA. Os Proxis são conversores de protocolos (por exemplo, de PROFInet
para PROFIBUS-DP ou de PROFInet para HART, FF, etc), conforme mostrado na figura 13.
O segundo modelo baseia-se no chamado Soft Real Time (SRT) e caracteriza-se por ser um canal
direto entre a camada da Ethernet e a aplicação. Com a eliminação de vários níveis de protocolo,
há uma redução no comprimento dos telegramas transmitidos, requerendo menos tempo de
transmissão de dados na rede. Neste caso, pode-se utilizar os dois tipos de PROFInet IO e CBA.
O terceiro modelo baseia-se no conceito de Isochronous Real Time (IRT), para aplicações em que
o tempo de resposta é crítico e deve ser menor do que 1ms. Um exemplo típico de aplicação
neste caso é o controle de movimento de robôs, onde o tempo de atualização de dados deve
ser curto. Utiliza-se apenas o PROFInet IO para esse caso.
Além disso, a tecnologia do PROFInet permite fácil integração com sistema MES (Manufacturing
Execution Systems).
Foundation Fieldbus
Este é um protocolo de comunicação digital bidirecional que permite a interligação em rede de
vários equipamentos diretamente no campo, realizando funções de controle e monitoração de
processos e estações (IHMs) através de softwares supervisórios. Está baseado no padrão
ISO/OSI, onde se tem as seguintes camadas: Physical Layer, Communication Stack e User
Application, onde podemos citar o gerenciamento de forma abrangente com a aplicação
envolvendo o Fieldbus Access Sublayer(FAS), o Fieldbus Message Specification(FMS) e o modelo
de Function Blocks mais Device Descriptions.
O Physical layer (Meio Físico) é definido segundo padrões internacionais (IEC, ISA). Ele recebe
mensagens da camada de comunicação (Communication Stack) e as converte em sinais físicos
no meio de transmissão fieldbus e vice-versa, incluindo e removendo preâmbulos, delimitadores
de começo e fim de mensagens.
As DDs são usadas em conjunto os capabilities files escritos no formato Common File Format
(CFF), onde é definido os recursos dos equipamentos e que estão disponíveis.Isto garante que
na condição de offline, o host não utilize recursos que não estarão disponíveis no equipamento.
O System Management de cada equipamento tem as seguintes tarefas:
Sincronização das atividades de dados relevantes no tempo, isto é de acordo com o
Schedule de transmissão.
Processamento cíclico da lista de transmissão (somente o LAS) com o pré-definido
Schedule.
Figura 24 – Processamento cíclico dos blocos funcionais
A figura 26 mostra um controle em cascata onde o valor de pressão, por exemplo, vindo de um
transmissor de pressão é conectado ao bloco funcional PID. Este bloco pode ser implementado
por exemplo, em um posicionador de válvula, que via bloco AO atua no elemento final. Além da
conexão dos blocos funcionais, a ferramenta de configuração também configura as taxas
individuais de execução das malhas individuais. Finalmente, o LAS e todos os Link Masters
recebem a lista de transmissão segundo o Schedule. A configuração do sistema está completa
e o System Management do LAS e os equipamentos podem cuidar do controle em todo sistema.
O Foundation Fieldbus ainda possui o HSE, High Speed Ethernet, onde um Link Device (por
exemplo, o DFI302, da SMAR) é usado para conectar equipamentos de campo a 31.25 kbit/s a
uma rede padrão FF a 100 Mbit/s. É aplicável em redes de alta velocidade com interfaces para
sistemas de I/Os, que podem estar conectados a 31.25 kbit/s ou no HSE.
Figura 28 – Utilização do HSE em redes densas e envolvendo subsistemas de I/O.
AS-interface
Em 1990, na Alemanha, um consórcio de empresas bem sucedidas elaborou um sistema de
barramento para redes de sensores e atuadores, denominado Actuator Sensor Interface (AS-
Interface ou na sua forma abreviada AS-i). Esse sistema surgiu para atender a alguns requisitos
definidos a partir da experiência de seus membros fundadores e para suprir o mercado cujo
nível hierárquico é orientado a bit. Desta forma, a rede AS-i foi concebida para complementar
os demais sistemas e tornar mais simples e rápida as conexões entre sensores e atuadores com
os seus respectivos controladores.
Um sistema industrial formado por redes AS-i é considerado um dos mais econômicos e ideal
para comunicação entre atuadores e sensores. Os benefícios da utilização de uma rede AS-i vão
desde economias de hardware até o comissionamento de uma rede AS-i propriamente dita.
Vejamos alguns benefícios da rede AS-i:
Simplicidade
Uma rede AS-i é muito simples, pois requer apenas um único cabo para conectar módulos de
entradas e saídas de quaisquer fabricantes. Usuários de uma rede AS-i não precisam ter
profundos conhecimentos em sistema industriais ou protocolos de comunicação.
Diferentemente de outras redes digitais, a rede AS-i não precisa de terminadores e de arquivos
de descrição de equipamentos. A simplicidade é seu ponto forte.
Desempenho
Sistemas AS-i são eficazes e incrivelmente rápidos, o que os tornam aptos a substituírem
sistemas grandes e com altos custos. Existem mestres AS-i, especialmente, desenvolvidos para
comunicarem com sistemas legados de controle e promoverem uma suave integração entre as
tecnologias existentes. O melhor de tudo é que isto é realizado de forma simples e confiável.
Flexibilidade
A expansibilidade é muito fácil – apenas conecte um módulo, enderece-o e, então, conecte o
cabo da rede. Verifique se LED de alimentação está ligado e, então, você já está liberado para a
conexão do próximo módulo. A rede AS-i suporta qualquer topologia de cabeamento: estrela,
barramento, árvore, anelar ou qualquer outra configuração com até 100 metros de cabo. Ou,
então, com a adição de repetidores é possível expandir o sistema até 300 metros. A rede AS-i é
de fácil instalação, pois não há necessidade de terminadores nos pontos finais.
Custo
Redes AS-i tipicamente reduzem o custo de cabeamento e instalação em torno de 50% em
comparação com outras redes convencionais. A utilização de um único cabo para conexão com
equipamentos discretos reduz a necessidade de gabinete, conduítes e bandejas. As economias
geradas na utilização da rede podem ser realmente significantes, pois a utilização de poucos
cabos diminui os custos de instalação, comissionamento e, por ser uma rede simples, as horas
de engenharia.
O nome Actuator Sensor Interface representa o seu próprio conceito. Apesar de tecnicamente,
o "AS-i" ser um barramento, o termo interface mostra que ele fornece uma interface simples
para acesso a sensores e atuadores em campo.
As redes industriais AS-i foram concebidas para serem aplicadas em ambientes automatizados,
substituindo as conexões tradicionais de atuadores e sensores do tipo "switch" (liga-desliga) por
um barramento único. Além desses é possível conectar ao barramento sensores/atuadores que
realizam uma conversão analógico/digital ou vice-versa. Tradicionalmente essas conexões são
feitas por pares de fios que conectam um a um os atuadores e sensores ao controlador
correspondente, em geral um Controlador Lógico Programável (CLP).
O sistema AS-i é configurado e controlado por um mestre, o qual programa a interface entre um
controlador e o sistema AS-i. Esse mestre troca informações continuamente com todos os
sensores e atuadores ligados ao barramento AS-i de forma pré-determinada e cíclica.
A Figura 29 ilustra o sistema AS-i como um todo, evidenciando os seus principais componentes:
cabo, fonte AS-i com seu circuito de desacoplamento, o mestre e o escravo AS-i.
Interface 1: entre o escravo e os sensores e atuadores;
Interface 2: entre os equipamentos (fonte, mestre e escravo) e o meio de transmissão;
Interface 3: entre o mestre e o host, ou seja, uma entidade qualquer que acessa a rede AS-
i de um nível superior.
Figura 29 - Componentes e interfaces.
A rede AS-Interface conecta os dispositivos mais simples das soluções de automação. Um único
cabo une atuadores e sensores com os níveis superiores de controle. AS-Interface é um sistema
de rede padronizado (EN 50295) e aberto, que interliga de maneira muito simples atuadores e
sensores.
A conexão dos elementos pode ser feita em estrutura de árvore, estrela, linha ou em uma
combinação das anteriores. Não existindo conexões convencionais e reduzindo o número de
interligações em bornes e conectores, não somente reduz custos e tempo de montagem, como
também reduz erros.
Na tecnologia de conexão usando cabos paralelos, cada contato individual de um equipamento
é conectado separadamente para os terminais e bornes de sensores e atuadores. A rede AS-i
substitui o tradicional arranjo de cabos múltiplos, caixas de passagem, canaletas, dutos de cabos
por um simples cabo especialmente desenvolvido para rede AS-i.
A rede AS-i se caracteriza por somente em um par de fios, caminharem junto a alimentação dos
sensores ou atuadores em 24Vcc e a informação do estado dos mesmos. A configuração máxima
da rede é de 62 participantes (escravos) que são acessados ciclicamente por um mestre no nível
de controle superior. O tempo de reação é curto, para todos os escravos conectados, o tempo
de resposta é de 10ms.
Anteriormente, sensores e atuadores tinham de ser conectados ao controlador via terminais,
conectores e terminais de blocos. AS-i proporciona uma redução nos custos de instalação e
manutenção. Agora, um cabo padronizado com 2 fios habilita a troca de informações e ao
mesmo tempo a alimentação dos equipamentos. Escravos são conectados diretamente no
barramento sem a necessidade de interligação adicional.
Este cabo de flexível de duas vias é considerado o padrão para a rede AS-i. Existe ainda um outro
cabo com formato circular que deve ser usado somente se for explicitamente especificado pelo
fabricante.
Este cabo flexível de alta tensão está em conformidade com as normas CENELEC ou DIN VDE
0281, designado por H05VV-F 2X1. 5 e é barato e fácil de se obter.
HART/4-20mA
Atualmente muito se fala em termos de redes fieldbus, mas tem-se muitas aplicações rodando
em HART (Highway Addressable Remote Transducer), tendo vantagens com os equipamentos
inteligentes e utilizando-se da comunicação digital de forma flexível sob o sinal 4-20mA para a
parametrização e monitoração das informações.
Introduzido em 1989, tinha a intenção inicial de permitir fácil calibração, ajustes de range e
damping de equipamentos analógicos. Foi o primeiro protocolo digital de comunicação
bidirecional que não afetava o sinal analógico de controle.
Este protocolo tem sido testado com sucesso em milhares de aplicações, em vários segmentos,
mesmo em ambientes perigosos. O HART permite o uso de mestres: um console de engenharia
na sala de controle e um segundo mestre no campo, por exemplo um laptop ou um programador
de mão.
Em termos de performance, podemos citar como características do HART:
Comprovado na prática, projeto simples, fácil operação e manutenção.
Compatível com a instrumentação analógica;
Sinal analógico e comunicação digital;
Opção de comunicação ponto-a-ponto ou multidrop;
Flexível acesso de dados usando-se até dois mestres;
Suporta equipamentos multivariáveis;
500ms de tempo de resposta (com até duas transações);
Totalmente aberto com vários fornecedores;
As especificações continuamente são atualizadas de tal forma a atender todas as aplicações.
Veremos a seguir alguns detalhes do protocolo HART.
Em uma conexão do tipo ponto-a-ponto, como a da figura 36, é necessário que o endereço do
equipamento seja configurado para zero, desde que se use o modo de endereço na comunicação
para acessá-lo.
Em sistemas considerado grandes, pode-se utilizar-se de multiplexadores para acessar grandes
quantidades de equipamentos HART, como por exemplo, na figura 37, onde o usuário deverá
selecionar o loop de corrente para comunicar via Host. Nesta situação em cascata, o host pode
comunicar com vários equipamentos(mais do que 1000), todos com endereços zero.
Ainda podemos ter rede em multidrop e condições de split-range. Na figura 38, na conexão em
multidrop, observe que podem ser ligados no máximo até 15 transmissores em paralelo na
mesma linha. A corrente que passa pelo resistor de 250 Ohms (foi ocultado na figura) será alta,
causando uma alta queda de tensão.
Portanto, deve-se assegurar que a tensão da fonte de alimentação seja adequada para suprir a
tensão mínima de operação.
No modo multidrop a corrente fica fixa em 4mA, servindo apenas para energizar os
equipamentos no loop.
Cabeamento
Utiliza-se um par de cabos trançados onde se deve estar atento à resistência total já que esta
colabora diretamente com a carga total, e agindo na atenuação e distorção do sinal. Em longas
linhas e sujeitas a interferências, recomenda-se o cabo com shield, sendo este aterrado em um
único ponto, preferencialmente no negativo da fonte de alimentação.
Layer 2
O protocolo HART opera segundo o padrão Mestre-Escravo, onde o escravo somente transmitirá
uma mensagem se houver uma requisição do mestre. A figura 40 mostra de maneira simples o
modelo de troca de dados entre mestre e escravo. Toda comunicação é iniciada pelo mestre e
o escravo só responde algo na linha se houve um pedido para ele.Existe todo um controle de
tempo entre envios de comandos pelo mestre.Inclusive existe um controle de tempo entre
mestres quando se tem dois mestres no barramento.
WirelessHART™
Nos últimos anos, a tecnologia de redes sem fio sofreu grandes avanços tecnológicos o que hoje
pode proporcionar: segurança, confiabilidade, estabilidade, auto-organização (mesh), baixo
consumo, sistemas de gerenciamento de potência e baterias de longa vida.
Em termos de benefícios podemos citar, entre outros:
a redução de custos e simplificação das instalações
a redução de custos de manutenção, pela simplicidade das instalações
monitoração em locais de difícil acesso ou expostos a situações de riscos
escalabilidade
integridade física das instalações com uma menor probabilidade à danos mecânicos e
elétricos (rompimentos de cabos, curto circuitos no barramento, ataque químico, etc)
Hoje no mercado vemos várias redes proprietárias e também algumas padronizadas. Existem
muitos protocolos relacionados com as camadas superiores da tecnologia (ZigBee,
WirelessHART™, ISA SP100) e o protocolo IEEE 802.15.4 (2006) para as camadas inferiores. O
protocolo IEEE 802.15.4 define as características da camada física e do controle de acesso ao
meio para as LR-WPAN (Low-Rate Wireless Personal Area Network).
A padronização para redes sem fio mostra que, ainda que existam diferenças, as normas estão
convergindo e a principal dentre elas, a SP100 e WirelessHART™, da ISA e HCF (HART Foundation
e que hoje vem sendo adotado como padrão para a Foundation Fieldbus e Profibus). Vamos
comentar um pouco sobre o WirelessHART™.
A estrutura de uma rede WirelessHART™ está representada no diagrama da figura 42, onde a
comunicação de uma rede WirelessHART™ é feita através de uma gateway.
Conseqüentemente, o gateway precisa ter a funcionalidade de um roteador de pacotes para um
destino específico (instrumento da rede, aplicação hospedeira ou gerenciador da rede).
O gateway usa o padrão de comandos HART para comunicar com os instrumentos na rede e
aplicações hospedeiras (host applications).
Zoom
Figura 44 – Exemplo de um Sistema Digital Aberto, baseado em redes industriais: SYSTEM302,
SMAR
Conclusão:
As Redes de Comunicação Industrial têm um papel fundamental para as indústrias em geral.
Hoje a automação extrapola o chão de fábrica e chega ao mundo dos negócios. Vimos vários
padrões abertos e suas características.
O fator tecnológico é imprescindível para a sustentabilidade de uma unidade industrial. A
inovação tecnológica é responsável pelo rompimento e/ou aperfeiçoamento das técnicas e
processos de produção. Pode, desta forma, trazer ganhos em termos de competitividade. Neste
caso, deve-se romper com a tecnologia convencional e ampliar as possibilidades de sucesso com
a inovação demandada pelo mercado, neste caso sistemas de automação verdadeiramente
aberto, com tecnologia digital, baseado em redes industriais e com várias vantagens
comparadas aos convencionais SDCDs:
o Redução do erro de medição com a eliminação da conversão A/D do sinal vindo do
transmissor de campo
o Visibilidade acrescida de toda a instrumentação digital, isto é, desde o chão de fábrica
até a automação dos negócios
o Diagnósticos em linha, em qualquer ponto do sistema
o Expansão da rede com o sistema em funcionamento
o Redução de materiais na fase de montagem: eletrocalhas, eletrodutos, condulets, caixas
de junção, cabos, etc.
o Reduções de tempo e custo de comissionamento e partida de sistemas
o Redução no uso de armários de rearranjo
o Interoperabilidade entre equipamentos de fabricantes diferentes.
o Atualização de firmware
o Instrumentos multivariáveis
o Redução do cabeamento, painéis, borneiras, fontes de alimentação, conversores e
espaço na sala de controle
o Alimentação do instrumento pelo mesmo cabo de sinal
o Opções de segurança intrínseca
o Capacidade de auto sensing (auto reconhecimento) do instrumento permitindo fácil
instalação e download de parâmetros
o Redução dos custos de engenharia, instalação e manutenção. Além do controle de fluxo
de informações e processos.
o Gestão de ativos
A mudança do controle de processo da tecnologia 4-20 mA para as redes digitais e sistemas
abertos já se encontra num estágio de maturidade tecnológica e usuários colhendo seus
benefícios. Essa mudança é encarada como um processo natural demandado pelos novos
requisitos de qualidade, confiabilidade e segurança do mercado. A sua utilização traz uma
vantagem competitiva, no sentido que essa nova tecnologia traz aumentos de produtividade
pela redução das variabilidades dos processos e redução dos tempos de indisponibilidade das
malhas de controle.
Autor
César Cassiolato
Referências:
Material de Treinamento Profibus, César Cassiolato.
Artigos técnicos Foundation Fieldbus, HART, Profibus, Wireless, César Cassiolato
Manuais SMAR
www.system302.com.br
www.smar.com.br
Pesquisas na internet (Todas as ilustrações, marcas e produtos usados aqui pertencem aos
seus respectivos proprietários, assim como qualquer outra forma de propriedade
intelectual).
* César Cassiolato é Diretor de Marketing, Qualidade e Engenharia de Projetos & Serviços da
SMAR Equipamentos Ind. Ltda., foi Presidente da Associação Profibus Brasil América Latina de
2006 a 2010, Diretor Técnico do Centro de Competência e Treinamento em Profibus, Diretor do
FDT Group no Brasil, Engenheiro Certificado na Tecnologia Profibus e Instalações Profibus pela
Universidade de Manchester.