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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

3º ANO, II SEMESTRE

Energética industrial

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E AUDITORIA ENERGÉTICA

Discente: Docente:

Eduardo Julião Tafula Júnior No 20152003001 Raul Paulino, Eng.

Crescência José Ezequiel No 20152003010 .

Pemba, Agosto de 2018


UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

3º ANO, II SEMESTRE

Trabalho de carácter avaliativo, com


tema: Eficiência Energética e
Auditoria Energética, a ser
apresentado ao docente da disciplina
de Energética Industrial.

Docente: Raul Paulino, Eng.

Pemba, Agosto de 2018


Introdução

A energia está presente em nossa vida de diversas maneiras. Por exemplo, quando usamos
motores ou músculos, quando acendemos o queimador de um fogão, quando nos alimentamos
ou mesmo quando nos informamos pela televisão ou nos jornais. Portanto desde os tempos
passados a energia tem vindo a ser cada vez mais importante tanto que podemos assumir que
sem ela não haveria indústrias e muito mais. Entretanto a energia quando não devidamente
gerida acarreta custos sendo que também ela tem diversos impactos ambientais.
Objectivos

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Conceito

Energia é a capacidade de realizar trabalho. Energia final é a energia tal como ela é
disponibilizada, nas suas várias formas (electricidade, combustíveis, gás, etc), contrariamente
à energia primária, que é a energia tal como entra no sistema energético sofrendo
transformações para dar origem à energia final (por exemplo, o carvão energia primária pode
produzir electricidade - energia final). Energia útil este mesmo raciocínio é também aplicável
às transformações que sofre a energia final no utilizador, para que este disponha da energia de
que carece (energia útil) sob a forma, por exemplo, de calor, energia motriz, iluminação.

Fontes de energia

As fontes de energia podem ser classificadas em:


 Primárias as que ocorrem livremente na natureza como o sol, água, vento, gás
natural, petróleo e outras. Podendo ser classificadas em fontes de energia
primária renovável e fontes de energia primária não renovável.

 Secundárias as que geralmente são obtidas a partir de outras formas de energia


como a electricidade, gasolina, biodiesel, bio óleo e outras.

Fontes de energia primária renovável

São fontes de energia inesgotáveis ou que podem ser repostas a curtem/médio prazo
espontaneamente ou por intervenção humana. Caracterizam-se igualmente por terem um
impacto ambiental nulo na emissão de gases que provocam o efeito de estufa como a energia
da biomassa, energia solar, energia eólica, energia geotérmica, energia mare motriz e
energia hidráulica.

 Energia solar proveniente da luz do sol que, depois de ser captada, pode ser usada de
forma activa através da transformação dos raios solares em energia térmica ou
eléctrica (para diversos fins domésticos: painéis solares, fornos solares, etc.) ou de
forma passiva que seria o aproveitamento dos raios solares através de técnicas sem

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transformação (para secagens de paredes de prédio, roupa, etc.). Vantagens: permite a
poupança energética e económica, além de ser quase total ausente. Desvantagens:
Limitado a áreas ensolaradas do mundo, necessidade de grande quantia de espaço para
produzir pouca energia.

 Energia eólica é a energia gerada pelo vento utilizada desde a antiguidade para
navegar ou para fazer funcionar moinhos. O airo gerador obtém a energia,
convertendo a energia cinética resultante do deslocamento das massas de ar em
energia mecânica ou eléctrica. Para produção de energia eléctrica em grande escala
através desta energia, são interessantes regiões que tenham ventos com velocidade
média de 6 m/s ou superior. Vantagens: grátis se disponível. Desvantagens:
Limitado a algumas áreas, cara para se manter o equipamento, depende do clima e
pode afectar os pássaros.

 Energia geotérmica este tipo de energia tem origem no interior da terra, aproveitando
o calor das camadas interiores do planeta para gerar electricidade e calor. A água que
fica contida nos reservatórios subterrâneos quando em contacto com o magma o calor
é aproveitado para gerar vapor que acciona as turbinas que vão gerar energia. As
manifestações conhecidas desta forma de energia são as fontes termais e as fumarolas.
Esta forma de energia actualmente é utilizada para fins medicinais e de lazer e para o
aquecimento do ambiente.

 Energia mare motriz obtida através dos movimentos de subida e descida no nível de
água do mar e pelas ondas, o potencial deste tipo de energia aguarda ainda por
avanços técnicos e tecnológicos para uma melhor aplicação.

 Energia hidráulica utiliza a força cinética das águas de um rio e a converte em


energia eléctrica, esta é obtida a partir do curso da água de um rio e podendo ser
aproveitada por meio de um desnível ou queda água, a conversão em energia eléctrica
acontece quando a acção da água causa uma rotação da turbina hidráulica.

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Fontes de energia primária não renováveis

São aquelas cujas reservas encontram-se na natureza em quantidades limitadas e cuja


utilização leva ao esgotamento das reservas, pois o seu processo de formação é muito lento
comparado com o ritmo de consumo que o ser humano faz delas geralmente são de origem
fóssil, formadas pela transformação de restos orgânicos acumulados na natureza há milhões
de anos, são consideradas sujas uma vez que durante a sua exploração e utilização decorrem
grandes danos para o meio ambiente e para a sociedade como é o caso do carvão mineral,
gás natural, petróleo e energia nuclear.
.
 Energia da biomassa deriva do aproveitamento energético da matéria orgânica que
pode ter origem na limpeza das florestas e dos resíduos da agro-pecuária. Sendo obtida
a energia através de uma combustão directa são queimados os resíduos florestais e
agrícolas cuja queima produz vapor de água que e canalisado para uma turbina a fim
de produzir electricidade. Vantagens: poderia criar muitos postos de emprego.
Desvantagens: Ineficiente com plantas pequenas desta forma contribui para o
aquecimento global.

 Carvão mineral é um combustível fóssil extraído de explorações minerais que é


constituído maioritariamente por carbono sendo o primeiro combustível fóssil a ser
usado na produção da energia eléctrica e o primeiro a ser usado em grande escala a
nível industrial e domestico. É de todos os combustíveis fossem o que estima ter mais
reservas. Tendo como principal desvantagem impactos ambientais em termos de
poluição e alterações climáticas. Uma ves que a produção da energia é feita através da
queima, vantagens barato e fácil de recuperar.

 Gás natural combustível fóssil de origem muito semelhante a do petróleo, formou-se


a milhões de anos a partir de sedimentos de animais e plantas encontrados em jazidos
subterrâneo tal como o petróleo. A principal diferença reside no fato de que o gás pode
ser directamente usado sem a necessidade de refinação. E normalmente utilizado nas
industrias tanto como em nossas casas. Vantagens bom sistema de distribuição para
os sistemas atuais, fácil de obter, melhor fonte para aquecimento de espaços.

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Desvantagens disponibilidade limitada em países frios, contribui com o aquecimento
global, cara para gerar energia, oscilação de preços, de acordo com oferta e procura.

 Petróleo é um óleo mineral de cor escura e cheiro forte que permite obter vários
combustíveis, constituído por uma mistura de compostos orgânicos sobre tudo os
hidrocarbonetos. Desvantagens constituem uma das maiores fontes de poluição
atmosférica, tem sido motivo de disputas económicas e de conflitos armados. Este
combustível é nocivo para o ambiente em todas as fases do seu consumo, extracção
transporte até a combustão.

 Energia nuclear é produzida partir da fusão ou fissão nuclear utilizando o urânio. Um


elemento químico existente na terra que tem um poder calorífico muito superior a
qualquer outra fonte fóssil. Actualmente essa fonte de energia encontrasse ainda na
fase experimental. Perigo de explosão nuclear, contaminação radioactiva, poluição
térmica.

Impactos ambientais das energias renováveis

Geralmente maior parte das energias renováveis são tidas como energias limpas, isto
porque não destroem a camada de ozono e nem contribuem para o efeito de estufa. A
libertação de vapor a alta pressão por parte de algumas delas provoca a poluição sonora e a
libertação de calor altera o ecossistema em redor.
Energia biomassa a produção de electricidade através da combustão liberta gases nocivos
e partículas para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

Impactos ambientais das energias não renováveis

Energia dos combustíveis fosseis sao tidas como energias poluentes, alteram os
habitantes naturais onde se efectuam as extracções, queima dos combustíveis liberta para a
atmosfera gases poluentes a exploração dos combustíveis fósseis conduz ao seus esgotamento
uma vez que as reservas são cada vez menores. Contribuindo para o efeito de estufa e desta
forma destruindo a camada de ozono e aumentando o nivel de aquecimento global.

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Energia nuclear poluente, altamente perigosa em casos de acidente liberta-se
radioactividade que é prejudicial a qualquer organismo, permanecendo no meio durante muito
tempo. Energia biomassa a produção de electricidade através da combustão liberta gases
nocivos e partículas para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

Unidades da energia

Tep: tonelada equivalente de petróleo

A unidade de energia no Sistema Internacional de Unidades é o Joule (J).


A relação entre as duas unidades é: 1 tep = 41.86 x109 J
No caso da energia eléctrica, usualmente contabilizada em "kilowatt hora" (kWh), a
relação entre as duas unidades é a seguinte: 1 tep = 11 628 kWh

Tipos de aproveitamentos hidroeléctricos

Energia eléctrica gerada a partir da água (através da energia hídrica), para a sua produção
são necessários aproveitamentos hidráulicos, tais como:

 Barragens a fio de água localizam-se em cursos de água com pouco declive e com
caudais inconstantes.

 Barragem de albufeira permite a retenção de água e regularização dos caudais, os


seus reservatórios são utilizados para a produção de energia eléctrica.

Vantagens:

 A sua fonte energética é a água (Recurso endógeno e renovável);


 Preço da electricidade produzida é constante;
 Não contribui para a poluição do ar;
 Custos reduzidos de produção;

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Desvantagens:
 A construção de barragens provoca a erosão dos solos e da orla costeira uma vez que
impede o transporte de sedimentos;
 Provoca o deslocamento de povoações ribeirinhas;
 A sua construção exige a formação de grandes reservatórios de água provocando
profundas alterações nos ecossistemas;
 Elevados custos de instalação.

Eficiência energética

Redução dos desperdícios, utilizando a energia de forma racional. É determinada pela relação
entre a energia consumida ou recebida e a energia produzida.

Eficiência energética é uma actividade que busca melhorar o uso das fontes de energia. A
utilização racional de energia chamada também simplesmente de eficiência energética,
consiste em usar de modo eficiente a energia para se obter um determinado resultado. Por
definição, a eficiência energética consiste da relação entre a quantidade de energia empregada
em uma actividade e aquela disponibilizada para sua realização.

Exemplos da eficiência energética:

Iluminação: Uma lâmpada tipo LED de 7W tem o mesmo nível de iluminamento que uma
lâmpada incandescente de 60 W. OU seja, economia de 53 Watts por hora ou quase 90% de
economia. Além disto, a vida útil do LED é 50 vezes maior e o calor que é transferido para o
ambiente é menor portanto locais climatizados gastarão menos energia para resfriar o
ambiente.

Motores: Em média, um motor de alto rendimento economiza de 20 a 30% de energia em


relação a um motor tradicional. Além disto, uma boa parte dos motores instalados possui
potência maior que a necessária, portanto adequando a potência do motor, haverá mais
economia de energia eléctrica.

Eficiência energética

A definição de eficiência energética baseia-se justamente no gerenciamento dos sistemas


energéticos aplicando conceitos de engenharia, economia e da administração. Para este

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gerenciamento ser possível são necessárias as informações dos fluxos de energia do sistema, o
acompanhamento dos índices de controlo e a actuação dos mesmos tendo em vista a redução
do consumo energético através do uso racional de energia.

Eficiência energética redução da energia para a realização de um mesmo serviço, sem


qualquer prejuízo ao mesmo. Compreende acções ou medidas comportamentais, tecnológicos
e económicas, as quais, ao serem realizadas sobre sistemas e processos de
conversão/produção, resultem em diminuição da demanda energética, sem prejuízo da
quantidade ou da qualidade dos bens e serviços produzidos(GODOI, 2011).

Por exemplo, é possível ter o mesmo conforto luminoso substituindo uma lâmpada
incandescente por uma fluorescente de mesma luminosidade, mas que consome menor
quantidade de energia.

O conceito de energia possui várias definições e está presente em diversas áreas do


conhecimento humano. Uma destas definições parece abranger a maior parte destas áreas,
feita por James Clerk Maxwell em 1872:“Energia é aquilo que permite uma mudança na
configuração de um sistema, em oposição a uma força que resiste a esta mudança”. Esta
definição apresenta duas ideias principais: a transposição de uma resistência para alteração de
um estado e o papel da energia nesta superação (BARRETO, 2015).

Assim, pode-se relacionar esta definição à declaração feita pelo químico Antoine Lavoisier:
“Na Natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.

Em ambos os conceitos o fluxo energético de um sistema para outro implica na mudança de


um estado. Outro conceito importante é o de potência, sendo esta o fluxo de energia em um
intervalo de tempo. As diversas formas de energia presentes no mundo podem ser convertidas
entre si, reafirmando as leis das conversões energéticas.

A primeira lei da conservação de energia, também conhecida pela primeira lei da


termodinâmica, denota que o somatório dos fluxos e estoques de energia em um processo ou
sistema é constante em um dado espaço de tempo. A partir desta definição é possível
representar o conceito de eficiência energética, ηenergna Equação (1-1), relacionando o efeito
energético útil com o consumo energético do sistema e as perdas envolvidas.

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Figura 1: Sistemas de conversão de energia: eficiência energética. Fonte: (GODOI, 2011)

Parte destas perdas são emitidas em forma de energia térmica e representadas através da lei da
dissipação da energia:

(1-1)

Estes recursos são classificados como energia primária e são usados para atender a
sociedade de diversas formas. Quando a energia primária é transformada, no sector
energético, para fins de armazenamento, distribuição e adequação ao uso, como a energia
eléctrica e derivados do petróleo, ela se torna energia secundária. A energia tratada e
disponibilizada ao usuário é chamada de energia útil e é utilizada em equipamentos de uso
final, como lâmpadas e motores (BARRETO, 2015).

Figura 2: Eficiência energética

A eficiência energética na indústria tem os seguintes objectivos:

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 Eficiência no uso final da energia;
 Esclarecimento das implicações sócio ambientais de energia, com suas externalidades
positiva e negativas, e das opções de mitigação dos seus efeitos;
 Gestão de cargas;
 Recuperação de energia;
 Desempenho energético da cadeia de valores;
 Compromisso dos órgãos de marketing, engenharias de projecto/produto e industrial,
manutenção, contabilidade e finanças com as medidas de redução do uso de energia;
 Divulgação de informações técnicas e económicas acerca de tecnologias
energeticamente mais eficientes;
 Mudanças no comportamento de uso da energia;
 Redução dos custos de energia;
 Contribuição efectiva de energia na conectividade da indústria.

Figura 3: Etapas de um programa de uso racional de energia. Fonte: (BARRETO, 2015)

As duas primeiras etapas, correspondentes à auditoria energética, se referem ao diagnóstico da


realidade energética de um sistema, identificando o fluxo de energia e os traduzindo em
valores mensuráveis. Após definido o comportamento da energia e identificados os pontos de
desperdício, a terceira etapa modifica o cenário, usando técnicas variadas, com o objectivo de
reduzir estes desperdícios. A última etapa representa a continuidade do processo, o efectivo
acompanhamento visa corrigir falhas e imperfeições dos métodos e a análise dos resultados.

Auditoria energética

A auditoria energética é um dos principais instrumentos (ferramentas) da gestão da energia.


Por meio das suas actividades, ela é responsável pela tomada de conhecimento e interpretação
da situação actual;

 Elaboração de estudos prospectivos em direcção à situação futura, modelista;


 Tomada de decisão;
 Melhoria e desenvolvimento acções de eficiência energética;
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 Retroalimentação contínuo do referencial.

Análise detalhada das condições de utilização de energia em uma determinada instalação


procurando conhecer:

 Onde, quanto e como a energia é utilizada;


 Como estão as condições dos equipamentos;
 Onde se encontramos desperdícios de energia.

Uma auditoria energética é uma “radiografia” às condições de utilização de energia de uma


instalação, que permite identificar potências de poupança energética, tendo como objectivo:

 Verificar as diferentes formas de energia utilizadas pela instalação;


 Avaliar as condições de utilização de energia;
 Desagregar os consumos energéticos por sector, produção ou equipamento;
 Relacionar o consumo de energia com a produção;
 Identificar potências de poupança energética;
 Analisar técnica e economicamente as soluções encontradas;
 Recomendar um esquema operacional para a gestão de energia;
 Sugerir a substituição de equipamentos ligados ao processo por outros mais eficientes;
 Propor a alteração de fontes energéticas, caso se torne necessário.

Assim a auditoria energética constitui uma ferramenta estratégica indispensável à elaboração


do planeamento energético numa empresa, isto é, um instrumento fundamental na gestão de
energia(Sopas, 2015).

Proposta de soluções para corrigir/melhorar a utilização de energia de um modo geral.

Aspectos a serem analisados

Sistemas Eléctricos:

 Carga eléctrica instalada;


 Análise das condições de suprimento (factor de potência, transformadores, qualidade
de energia);

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 Estudo do sistema de distribuição da energia eléctrica: variações da tensão, conexões
eléctricas, desequilíbrios de tensões e correntes;
 Sistema de iluminação;
 Motores eléctricos e demais cargas.

Sistemas Térmicos e Mecânicos:

 Sistemas de ar condicionado e de exaustão;


 Sistema de geração e distribuição de vapor: desempenho da caldeira, perdas térmicas,
condições de manutenção e isolamento;
 Sistema de bombeamento e tratamento de água Sistema de refrigeração;
 Fornos: isolamento, perdas térmicas.

Subsídios primordiais

 Consumos mensais de água, energia eléctrica e combustível dentro de um horizonte de


tempo significativo. Normalmente, utiliza-se um ano;
 Plantas, desenhos e esquemas detalhados da edificação;
 Temperaturas e pressão nos principais pontos, valores medidos e de projecto;
 Características eléctricas dos equipamentos e valores medidos associados;
 Instrumentação necessária para cada caso.

Tipos de auditoria energética

Macro auditoria e Micro auditoria

A macro auditoria baseia-se numa análise geral às instalações a analisar, fornecendo uma
orientação adequada, para uma análise posterior mais minuciosa. Nesta fase é efectuado um
levantamento dos diversos equipamentos existentes em cada sector e suas características, os
tipos de energia consumidos e as respectivas facturas de energia. Se a instalação a auditar
possuir contadores parciais de energia, procede-se à recolha dos seus valores de consumo.
Efectua-se um levantamento relativo à quantidade de produtos produzido, o seu volume de
produções e ao número de horas de funcionamento das diversas áreas e equipamentos. Com
os dados recolhidos das facturas de energia é possível obter o consumo global de energia
consumida, utilizando como unidade de energia a, tonelada equivalente de petróleo.

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No micro auditoria pretende-se obter uma análise detalhada de cada sector, avaliando os
processos de transformação de energia, nesta fase é efetuado o reconhecimento dos sectores e
equipamentos que é imprescindível proceder a medições, para caracterização dos fluxos
energéticos e caracterização energética dos diferentes equipamentos.

Metodologia para a realização de uma auditoria energética

A Figura representa as quatro etapas sequenciais de um exemplo de metodologia passível de


ser implementada.

Figura 4: Etapas de uma auditoria energética.

Fonte: (Sopas, 2015)

A primeira etapa da auditoria corresponde à visita prévia às instalações, de modo a analisar os


equipamentos e processo produtivo. Nesta fase é efetuado um inventário dos equipamentos
existentes na instalação, o levantamento das suas características e respectivas fichas técnicas
(se possível).

O inventário aos equipamentos permite uma ulterior comparação entre as tecnologias usadas
e as existentes no mercado que possam melhorar o rendimento energético da instalação/
Empresa. Ainda nesta visita prévia é efectuado o levantamento do regime de laboração da
instalação, do período de funcionamento de cada sector ou equipamento, assim como dos
processos produtivo e energético. Recolhem-se os dados históricos da empresa quanto a
facturas energéticas e verificados os pontos para medições.

Na segunda fase do processo, o auditor analisa as condições de utilização de energia na


instalação, efectua medições, registos e análises que deverão permitir caracterizar em termos
de eficiência os equipamentos, determinar os consumos finais de energia nos diversos sectores

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da instalação, elaborar balanços energéticos em equipamentos de processo, determinar os
consumos específicos e globais e por tipo de produto. A qualidade final da auditoria depende
fortemente da qualidade do trabalho desenvolvido nesta fase.

Após a intervenção no local procede-se ao tratamento de toda a informação recolhida, de


forma a obter-se o consumo global de energia, a conhecer-se a distribuição dos consumos de
energia por sector e equipamento, e ainda avaliar-se a eficiência energética dos equipamentos.

Nesta fase estudam-se as soluções tecnológicas ou intervenções a serem implementadas que


possam reduzir a factura de energia e o consumo global de energia.

O relatório da auditoria é a última etapa do processo, nesta fase é apresentada a informação


básica da empresa, a análise global e análise detalhada de cada sector e equipamento.
Efectuam-se recomendações às situações anómalas detectadas, quantificam-se as
oportunidades de economia de energia com viabilidade do ponto de vista técnico e económico
(Sopas, 2015).

Plano de Auditorias

O plano deve conter um plano de auditorias específicas e com datas definidas para serem
efectuadas.

Exemplos de algumas auditorias:

Ar comprimido, Água, HVAC, Iluminação, Motores eléctricos e Vapor.

Sugestões dos colaboradores

Ao fazer as auditorias específicas é mais fácil indicar as pessoas certas para fazer cada tipo de
auditoria.

Responsabilização

Para a implementação com sucesso do programa de gestão de energia todos devem ser
responsabilizados:

O operador deve ser responsável pela máquina, o supervisor pela linha de produção, o director
pelo departamento e o director geral pela empresa.

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Tipo de auditorias

De ambulatória- visita das instalações para visualizar, as condições de utilização de energia e


os padrões de consumo de energia. Pode dar uma primeira estimativa das economias de
energia que se podem fazer.

Analítica- Consiste na quantificação dos consumos de energia, das perdas e uma revisão
detalhada do equipamento. Identificação das perdas e possíveis ganhos a obter com a
implementação de cada medida de oportunidade de racionalização de consumo de energia.
Deve ainda incluir uma análise económica para cada medida de conservação recomendada.

Simulação de computador- O auditor utiliza um software de simulação que pode estimar o


consumo energético para a instalação em causa, para um determinado período de tempo e
depois compara esses valores com os consumos reais. Pode assim detectar consumos
irregulares perdas e oportunidades de melhoria.

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Conclusão

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BIBLIOGRAFIA

BARRETO, G. P. (2015). SISTEMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE


CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA UMA RESIDÊNCIA. Brasilia, Brasil.

GODOI, J. M. (2011). EFICIENCIA ENERGETICA INDUSTRIAL: UM MODELO DE


GOVERNACAO DE ENERGIA PARA A INDUSTRIA SOB REQUISITOS DE
SUSTENTABILIDADE . São Paulo, Brasil.

Sopas, C. E. (setembro de 2015). Auditoria Energética e Aplicação de Medidas de Eficiência


Energética a uma Instalação Industrial do Sector Farmacêutico. Lisboa , Portugal.

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