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Introdução à Mitologia

"No começo era o Caos"

A mitologia grega representa uma das concepções míticas mais geniais que o homem produziu, no 
sentido de compreender sua origem e seu desenvolvimento. Dessa maneira os gregos organizaram suas 
concepções religiosas a partir da vida humana, mesclando elementos reais e imaginários com o intuito 
de estabelecer uma ordem racional para o desenvolvimento do universo e de todos os seus componentes.

Para os gregos, a variedade de formas existentes no universo não poderiam ser concebidas por um único
Deus.

"No começo era o Caos", massa rude, onde as forças latentes teriam o poder de criar e de manter a vida. 
À essa fonte geradora de vida e energia tudo é possível e foi a partir dela que nasceram os Deuses e a 
matéria ­ os planetas e os homens.

Aqui se encontram as raízes do mito, como tentativa de penetrar, pela imaginação, os esconderijos do 
que não se explica de outra maneira: o mistério da existência.

Ao contrário das concepções religiosas predominantes, os deuses mitológicos se originam de algo 
anterior, o Caos. Do encontro entre o Céu (Urano) e a Terra (Gaia) nascem as divindades primordiais; 
da mesma maneira nascem os homens: "Igual é o gênero dos homens ao dos deuses, pois todos tiramos a
vida da mesma mãe; apenas, uma força completamente diferente distingue os deuses". As palavras do 
poeta Píndaro demonstram uma das características mais marcantes das concepções mitológicas, a 
estreita relação entre os deuses e os homens.

Divindades Primordiais

A união de Urano e Gaia é responsável inicialmente pela origem dos Titãs e Titânias, forças violentas 
que povoam o mundo, destacando­se Têmis, a justiça, Tétis, a alma do mar, Oceano, Mnemósine, a 
memória e Cronos, o tempo.

Os outros filhos de Urano e Gaia são os Cíclopes e os Hecatônquios, criaturas indomáveis, obrigadas 
pelo pai a viver no interior da terra, sem ver o luz do dia.

A prisão dos filhos assim como a fecundidade contínua imposta por Urano, é rersponsável pelo 
sofrimento de Gaia, que conspira contra ele. Cronos foi o único filho que aceitou ajudar a mãe a eliminar
seu sofrimento. Armado de uma foice, luta contra o pai, domina­o e corta seus testículos, impedindo 
dessa maneira que continue a fecundar Gaia. O sêmen expelido fecunda a terra e o mar, de onde nasce 
Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Destronado Urano, o poder agora pertence a Cronos, senhor do 
tempo, que devora tudo: seres, momentos, destinos. Devora também os próprios filhos. Unido a sua irmã
Réia, gera muitos filhos, porém devora a todos, para que não lhe tomem o reino como ele mesmo fez com
o pai. Apenas um escapa: ZEUS.
[Escolha a data]

Cronos devora os Filhos ­­ tela de Goya

A maioria das lendas conta que Réia refugiou­se em uma caverna na Ilha de Creta, onde deu a luz a 
Zeus, ajudada por Gaia. Ao voltar para casa, enganou Cronos, entregando­lhe uma pedra enrolada em 
ataduras, que foi devorada pelo deus. Desta forma, Réia salvara o filho, mas selara a profecia: um dia, o 
último filho de Cronos tomaria em armas e acabaria com o reinado do pai, instalando­se no trono do 
mundo.

Não demorou muito tempo para que Cronos percebe­se que fora enganado, e saiu a procura do filho. Na 
Ilha de Creta Zeus permaneceu escondido e foi criado pelas ninfas, alimentado com o mel e leite de 
cabra, cresceu e fortaleceu­se, preparando­se para cumprir a profecia de Gaia.

Zeus acercou­se do pai e o fez ingerir uma bebida preparada por Métis. Abalado por convulsões, Urano 
restituiju à vida todos os filhos que havia devorado. Assim Zeus libertou seus irmãos e uniu­se a eles na 
luta contra o pai; libertou os Cíclopes que passaram a forjar as armas: para Plutão um capacete mágico, 
para Netuno o tridente e para Zeus o raio. A guerra teria durado dez anos, ao final destronou o pai, 
venceu os Titãs e os Gigantes e consolidou­se como senhor absoluto do mundo, eliminando as forças 
tenebrosas e desordenadas, que foram confinadas no inferno. Insatisfeita com a prisão dos Titãs, seus 
filhos, Gaia incitou os Gigantes a uma luta contra Zeus. Iniciou­se a Gigantomaquia, Guerra de 
Gigantes, da qual Zeus saiu­ vitoriosos e reforçou seu poder.

Zeus subiu ao Olimpo de onde passaria a comandar os homens e os Deuses.

A vitória de Zeus simboliza a vitória da razão e da ordem.

"É ele quem abre aos homens o caminho da razão e ensina­lhes que o verdadeiro conhecimento só é 
obtido a partir da dor. Mas não assiste impassível aos sofrimentos humanos, compadece­se e até se 
magoa por eles. Apenas não se deixa levar pelas emoções, pois é a imagem da justiça e da razão". Por 
isso será considerado "pai dos Deuses e dos homens", sendo que o termo "pai" não se refere a uma 
relação afetiva, mas a relação de poder, de autoridade.

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