Você está na página 1de 7

1.

yorubá

Na mitologia yorubá, o Deus Supremo é Olorum, chamado também de


Olodumare, na qualidade de criador de tudo o que existe. Olorum criou o
mundo, todas as águas, terras, todos os filhos das águas e do seio das
terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que
ordenou que Oxalá criasse o homem.
Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos
eram rígidos demais. Criou o homem de pedra - era muito frio. Tentou a
água, mas o ser não tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura
se consumiu no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto
retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem
êxito. Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do
rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá
fala sobre o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e
lhe entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama. Oxalá, então,
cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os olhos, os
braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.
Oxalá e Nanã são orixás (divindades) da religião de matriz africana.
Os iorubás, iorubas, iorubanos ou nagôs constituem um dos maiores
grupos étnico-linguísticos da África Ocidental, com mais de 30 milhões de
pessoas em toda a região. Trata-se do segundo maior grupo étnico na
Nigéria, correspondendo a aproximadamente 21% da sua população total.
2. Kamayurá

Cansado de ser a única pessoa do mundo, Mavutsinim cria a humanidade a


partir de toras de madeira enfeitadas por ele e fincadas no chão de
árvores, dando origem à tribo Kamayurá que habita a região do Alto Xingu.
Essa lenda, um dos inúmeros relatos orais presentes nas culturas indígenas
da região. Ao enfeitar e fincar as toras na beira do lago, Mavutsinim espera
até o amanhecer para que as madeiras comecem a ter vida e uma festa
acontece entre os animais da floresta, transformando os peixes nos
aldeões mais simples e as onças em povos vizinhos.
Quando percebe a existência da morte, ele resolve ressuscitar os que já se
haviam ido, da mesma maneira que fez surgir os seres humanos pela
primeira vez. Mas, a desobediência de um índio torna a ressurreição
impossível e faz Mavutsinim declarar que, depois disso, o ritual seria
apenas uma festa de homenagem. Nunca mais poderia reviver os mortos.
Segundo a mitologia Kamaiurá, o herói cultural Mavutsinin trabalhou a
madeira Kwarup e modelou cinco postes. Depois de cantar e tocar maracás
um dia e uma noite, os postes começaram a mover-se, de início com
dificuldade, até ganharem maior liberdade de movimentos. A esses
homens, Mavutsinin ensinou a tomar banho ao amanhecer, a assobiar e ter
relações sexuais pela manhã bem cedo, antes de nascer o sol. Em seguida,
deu-lhes instrumentos: arcos de madeira preta aos Kamaiurá, panelas aos
Wauja, colares aos Kuikuro e Kalapalo.
3. KAINGANG
A dispersão de grupos kaingang pelos campos e matas de seu território tradicional não
impediu e não impede que estes índios reconheçam um sistema cosmológico comum.
Efetivamente, ainda hoje os grupos kaingang, além de um registro mitológico comum,
compartilham crenças e práticas acerca de suas experiências rituais – o profundo
respeito aos mortos e o apego às terras onde estão enterrados seus umbigos são
expressões incontestáveis do valor estruturante da cosmologia para estes índios.
“Constituem os mais numerosos povos indígenas do sul do Brasil, falantes da língua
pertencente à família linguística Jê. Esta sociedade é formada por uma estrutura
dualista, por meio da divisão em metades que se complementam: Kamé e Kairu”. A
concepção dessas metades está associada ao mito de origem dos Kaingang, relacionado
à crença originária a partir da Terra. As duas metades são representadas graficamente,
marcando uma relação com o sol e com a lua. A metade Kamé remete aos raios do sol,
registrados por meio de linhas. Já a metade Kairu remete à lua, representada por
formas redondas. Vale destacar que a relação entre as metades baseia-se na dualidade
e na complementaridade entre elas, ou seja, uma engloba a outra. Os irmãos
mitológicos Kamé e Kairu não apenas criaram os seres da natureza, mas também as
regras de conduta para os homens, definindo a fórmula de recrutamento das metades
(patrilinearidade) e estabelecendo a forma como as metades deveriam relacionar-se
(exogamia). “Chegaram a um campo grande, reuniram-se aos Kaingang e deliberaram
casar os moços e as moças. Casaram-se primeiro os Kairucrés com as filhas dos Kamés,
estes com as daqueles, e como ainda sobravam homens, casaram-se com as filhas dos
Kaingang”. Os Kamé trabalhavam durante o dia para fazer os animais que pertencem a
esta metade, os Kairu, inversamente, trabalhavam à noite; o sol pertence a metade
Kamé, a lua à metade Kairu. São estes heróis culturais que dão o nome às metades
kaingang, são eles que, no transcorrer do mito, criaram os seres da natureza. “Kanyerú
fez cobras, Kamé, onças. Este fez primeiro uma onça e a pintou, depois Kanyerú fez um
veado. Kamé disse à onça: ‘Come o veado, mas não nos coma’. Depois ele fez uma anta,
ordenando-lhe que comesse gente e bichos. A anta, porém, não compreendeu a ordem.
Kamé repetiu-lhe ainda duas vezes em vão; depois lhe disse, zangado: ‘Vais comer
folhas de urtiga, não prestas para nada!’. Kanyeru fez cobras e mandou que elas
mordessem homens e animais” (Nimuendajú 1986:87).
4. A Mitologia Hindu
Hinduísmo é o terceiro dos três períodos da religião indiana, caracterizado
por um extremo pluralismo de cultos, deuses e seitas. Estendendo-se do
século VI a.C. aos dias atuais, o hinduísmo sofre o impacto de religiões
estrangeiras (cristianismo, islamismo), religiões indianas heterodoxas
(budismo, jainismo, siquismo), escolas filosóficas e místicas (dársanas e
sufismo); na mistura de monoteísmo, politeísmo e panteísmo, intensifica-
se o caráter pluralista e sincrético que está na origem da própria religião
indiana. Está fundada nos Vedas, que são os livros sagrados dos hindus.
Segundo a crença, o próprio Brahma os escreveu. Brahma é o Deus
supremo da tríade hindu. Seus atributos são representados pelos três
poderes: criação, conservação e destruição, que formam a Trimuri ou
trindade dos principais deuses: Brahma, Vishnu e Shiva, respectivamente,
da criação, da conservação e as destruição. Brahma é o deus criador de
todo o universo e de todas as divindades individuais e por ele, todas serão
absorvidas. Ele se transformou em várias coisas, sem nenhuma ajuda
externa e criou a alma humana que, de acordo com os Vedas, constitui
uma parte do poder supremo, como uma fagulha pertence ao fogo.
Brahma, quando da criação do mundo, resolveu dar à Terra habitantes que
fossem criados da sua própria emanação. Assim, criou através de sua boca,
seu filho mais velho, o Brâmane, que significa o sacerdote, ao qual confiou
os quatro Vedas. De seu braço direito saiu Chátria, o guerreiro, do
esquerdo, a esposa do guerreiro. Das suas coxas surgiram os Vaissias, do
sexo masculino e feminino (agricultores e comerciantes) e de seus pés, os
Sudras (mecânicos e trabalhadores). Vishnu ocupa o lugar logo abaixo da
Brahma na trindade hindu. Ele é a personificação do espírito da
conservação de tudo e, para proteger o mundo em épocas de perigo,
desceu à Terra sob várias formas de encarnação, conhecidas como
avatares. Shiva, a terceira divindade da trindade hindu é a personificação
do princípio destrutivo que, embora estando em terceiro lugar na
hierarquia e com menor número de adoradores, é o mais importante dos
três deuses. As Puranas, escrituras sagradas da moderna religião hindu,
não citam o poder de Shiva relacionado à destruição, mas a regeneração,
uma vez que ele só viria exercer seu poder, depois de passados doze
milhões de anos e o universo tivesse de acabar. Assim, ele é mais
regenerador do que destruidor.
Vishnu e Shiva são mais adorados do que o próprio Brahma, pois este é
tido como um deus que, tendo concluído a criação do universo, não está
mais em atividade e, por isso, tem apenas um templo na Índia, enquanto os
outros dois, têm vários e seus seguidores disputam entre si qual deles é o
mais poderoso. Os adoradores de Vishnu têm maior apego à vida,
abstinência de alimentos de origem animal e um culto bem mais tranqüilo
do que os de Shiva.

Fonte:
Bulfinch, Thomas, 1796-1867 – O livro de ouro da mitologia: a idade da
fábula: histórias de deuses e heróis / Thomas Bulfinch – 9ª Ed. – Rio de
Janeiro: Ediouro, 2000.
5. O MITO DE CRIAÇÃO PARA AQUELES QUE SEGUEM A RELIGIÃO
CRISTÃ OU JUDAICA, NO LIVRO DE GÊNESIS.

No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a terra estava vazia e vaga; as
trevas cobriam o abismo e um vento de Deus pairava sobre as águas. Deus
disse: “Haja luz!” E houve luz.
Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas. Deus chamou à
luz “dia”, e às trevas “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: foi o
primeiro dia.
[...]
Deus fez as feras segundo sua espécie, os animais domésticos segundo sua
espécie e todos os répteis do solo segundo sua espécie, e Deus viu que isso
era bom.

Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança e


que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais
domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra”.
Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem
e mulher eles os criou.

BIBLIA.
6. A CRIAÇÃO DO MUNDO PELA MITOLOGIA GREGA
O início de tudo era o chamado Caos, onde não havia nada. Quando o Caos
tomou consciência de sua existência, ele vibrou de forma diferente no
vazio, e dele surgiu Nix, a Noite. Ao mesmo tempo, nasceu também seu
irmão Érebo. Nix consistia nas trevas superiores e Érebo, nas trevas
inferiores. De Nix e, por consequência, do Caos, surgiram muitas coisas.
Uma delas foi o Amor, e a sua forma foi Eros. De Nix também nasceram
Gaia, a Terra, e Urano, a abóbada celeste. Estas duas divindades possuíam
corpos astrais e dessa forma puderam ser um casal, de cuja união
nasceram seus filhos, os Titãs e as Titânides. Ao todo, eram doze os filhos e
filhas de Gaia e Urano: os Titãs eram Oceano, Crio, Ceos, Hiperião, Jápeto e
Cronos. As Titânides, Téia, Réia, Têmis, Mnemosina, Febe e Tétis. Cada um
deles deu forma a um elemento de nosso planeta, sendo todos muito
antigos e poderosos. Gaia e Urano tiveram também outros filhos, e esses,
diferentes dos primeiros, não eram tão belos e bem vistos. Eram os
ciclopes e os gigantes de cem braços. Hecatônquiros. O deus céu não
queria que seus filhos tomassem seu lugar, uma vez que eles eram fortes e
vorazes. Por causa disso, prendeu todos de volta no ventre de Gaia, que
sentia muitas dores, mas não podia libertar seus filhos sem derrotar Urano.
Então, ela fez o seu filho mais novo derrotar o pai: Cronos cortou os
testículos de Urano, deixando-o sem poder. O sangue que Urano derramou
criou três outros filhos: Tisífone, Megera e Alecto, que significavam castigo,
rancor e ódio. Cronos agora tinha poder, mas assim como seu pai, não
queria que lhe tirassem o trono, então deixou seus irmãos presos também
em Gaia. Mais tarde, Cronos se casou com uma de suas irmãs, Reia, porém
para não correr o risco de ninguém lhe tomar o lugar, devorou todos os
filhos. Entretanto, ele não contava com a vingança de sua mãe, que não se
conformava com o fato de Cronos ter esquecido dela, que padecia em
dores. Reia evitou que seu último filho fosse devorado. Para isso,
escondeu Zeus para que ele pudesse derrotar o pai. E assim foi feito. Com a
ajuda dos seus tios, titãs, ciclopes e hecatônquiros, Zeus derrotou Cronos
em uma luta de 10 anos, que lhe tirou trono e fez com que ele vomitasse
todos os filhos. Como eram deuses, não morreram após serem devorados.
Assim Zeus recuperou o equilíbrio da Terra trazendo Caos de volta e dividiu
os poderes entre outros deuses: Poseidon ficou com os mares, Hades com
o Tártaro e ele com os céus e a humanidade.

Você também pode gostar