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Mito Tupi-Guarani da criação

A figura primária na maioria das lendas tupi-guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderu
ou Nhanderuvuçu). Nhanderuvuçu não tem uma forma antropomórfica, pois é a energia que
existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe antes mesmo
de existir o Universo.

No princípio ele destruiu tudo que existia e depois criou a alma, que na língua tupi-guarani
diz-se "Anhang" ou "añã" a alma; "gwea" significa velho(a); portanto anhangüera "añã'gwea"
significa alma antiga.

Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas positivo e negativo surgiu
"anhandeci" a matéria.

Depois ele desejou lagos, neblina, cerração e rios. Para tudo isso, ele criou Iara, a protetora
dos lagos. Depois criou Tupã que é quem controla o clima, o tempo e o vento.
Nhanderuvuçú criou também Caaporã (Caipora) o protetor das matas por si só nascidas, e
protetor dos animais que vivem nas florestas, nos campos, nos rios, nos oceanos, enfim o
protetor de todos os seres vivos.

Tupã então criou a humanidade em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila
do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de
soprar vida nas formas humanas, Tupã criou outros Deuses e deixou a humanidade com os
espíritos do bem e do mal e partiu.

Quem segue a religião primitiva do Brasil, adora as formas de manifestações da energia,


adora o Sol, os raios, os relâmpagos e o clima em geral, adora as águas, a neblina, os rios,
cachoeiras, lagos, lagoas, mares e oceanos, adoram as matas, os animais e toda a
natureza, evocam Ceci para proteger os campos plantados, a agricultura e as criações de
animais domésticos.

Tupã

" Os índios acreditavam que a voz deste ente supremo podia ser ouvida durante as
tempestades. O trovão eles chamavam de “Tupa-cinunga” e seu reflexo luminoso de
“Tupãberaba” (relâmpago). "

Tupã era o Deus do Trovão, talvez o Deus dos povos indígenas mais conhecidos do Brasil.
Mesmo que as pessoas apenas conheçam seu nome, é uma prova de que seu poder
alcança toda nossa terra, assim como seus relâmpagos e trovões.

Tupã é descrito como um Deus criador. Ele criou os homens a partir do barro e uma mistura
de vários elementos da natureza e também criou o primeiro grupo de Deuses. Em algumas
lendas, Tupã transforma mortais em entidades ou Deuses. Ele criou Rupave e Sypave,
cujos nomes significam “pai dos povos” e “mãe dos povos”, respectivamente

Tupã era justo e bom para com os homens, mas de temperamento agressivo. Também é
visto como um grande guerreiro e o trovão seria tanto sua arma quanto a forma de se
expressar, sendo sua ferramenta e parte de si mesmo.

Tupã é considerado o senhor do relâmpago, do raio e do trovão. Tupã é o Deus supremo


desse grupo indígena. Foi ele quem transmitiu aos pajés o conhecimento sobre o uso
medicinal das plantas e dos rituais de cura e quem ensinou aos homens como cultivar a
terra, caçar e fazer artesanato.

Anhangá

Anhangá é o deus do submundo e aquele que rege os mortos. Ele também é conhecido por
castigar as más pessoas de forma cruel. Anhangá é visto como um inimigo de Tupã e o
único a rivalizar em poder, sendo um deus poderoso.

Anhangá é também um deus que vive na floresta e que pode tomar a forma do que quiser.
Além de boi, peixe, pessoa ou macaco, o mais comum é sua aparição na forma de um
veado branco com os olhos flamejantes.

Ele também é protetor da caça nas florestas, protegendo os animais contra os caçadores.
Quando a caça conseguia fugir, os índios diziam que Anhangá as havia protegido e ajudado
a escapar. Com um pouco de tabaco, era possível negociar com ele.

Anhangá é descrito com pele pálida e olhos de fogo. Diz a lenda que qualquer um que olhe
em seus olhos é atingido pela loucura. É visto como um deus a ser temido pela sua
natureza e domínios.
Também foi inspirado neste Deus surgiu o nome “rio Anhangabaú” para um ribeirão que
corta o estado de São Paulo, inicialmente conhecido como Rio das Almas.

Jaci

Jaci do tupi Ya-cy ou Ia-cy, "mãe dos frutos", na mitologia tupi-guarani é a deusa Lua,
protetora das plantas, dos amantes e da reprodução. Segundo a lenda, ela foi criada por
Tupã, o grande criador e deus dos trovões e relâmpagos. Tupã criou Jaci para ser a Rainha
da Noite e trazer suavidade e temor para os homens. Mais tarde, Tupã foi pego pelo seu
charme, e no final acabou se apaixonando por ela. Outra lenda diz que Jaci na verdade foi
criada por Guaraci (ou Coaraci), o Sol.

Outra lenda conta que Jaci era irmã e amante do Deus Sol Guaraci (ou Coaraci). Um dia,
Guaraci estava muito cansado e por isso teve que fechar os olhos para descansar um
pouco. Com os olhos fechados, tudo foi abraçado pela escuridão e então, para iluminar tudo
enquanto ele dormia, ele criou a lua, Jaci. Jaci era tão linda que Guaraci logo se apaixonou
por ela. Infelizmente, quando ele abria os olhos para admirar a lua, ela sempre desaparecia.
Então ele criou Ruda, o Amor e seu mensageiro, para que ele pudesse dizer a Jaci o quanto
ele a amava. Além disso, Guaraci criou as estrelas, seus irmãos, para estarem com ela
enquanto ele dorme.
Guaraci

Guaraci é o deus do Sol, guardião do dia que auxiliou seu pai Tupã a criar todos os seres
vivos.
Ele também é o responsável por vigiar e cuidar de todos os seres vivos durante o dia. A
noite esta tarefa é passada para sua irmã e esposa Jaci.

Ritual
Existe um ritual na qual as mulheres da tribo rezam durante a passagem do dia para a noite,
pois este é o momento onde Guaraci e Jaci se encontram, pedindo proteção para seus
companheiros que saíram para caçar.

Jaci e Guaraci
Existem dois contos cujo objetivo é revelar como Jaci e Guaraci se apaixonaram e estes
são:
Amor ao Alvorecer
Um dia, Guaraci se cansou de seu ofício eterno e precisou dormir. Quando este fechou os
olhos, o mundo caiu em trevas. Para iluminar essa escuridão, enquanto o Sol dormia, Tupã
criou Jaci, a Lua, uma deusa tão bonita que ao Guaraci despertar por sua luz, logo se
apaixonou por ela.
Assim encantado, o deus solar voltou a dormir para que pudesse vê-la novamente, mas
sempre que este voltava a abrir seus olhos para admira-la, tudo se iluminava novamente e a
Lua ia deitar-se, tendo sua missão cumprida.
Guaraci então pediu que Tupã criasse Rudá, o amor e seu mensageiro. O amor não
conhecia luz ou escuridão, assim unindo o Sol e a Lua durante a alvorada.

Tristeza de Jaci
Um dia, Jaci estava vagando pela floresta Amazônica, quando viu Guaraci. Ele era um belo
guerreiro, com belos olhos de fogo e pele dourada que emitia uma energia radiante. No
momento que Guaraci olhou Jaci, este caiu em amor com sua beleza prateada e sua
timidez.
Conforme eles declaravam seu amor um pelo outro, Guaraci começou a queimar com tal
paixão que ele percebeu que estava colocando fogo na Terra. Ao mesmo tempo, Jaci
estava tão dominada pelo amor que começou a chorar lagrimas de felicidade, que quase
inundaram o mundo.
Percebendo que eram incapazes de controlar suas emoções, Jaci e Guaraci decidiram ser
perigoso demais para eles ficarem juntos e relutantemente, eles concordaram nunca se
encontrarem no mesmo local novamente.
Guaraci logo esqueceu de Jaci, que se certificou de nunca aparecer antes que Guaraci
fosse dormir. No entanto, Jaci ficou tão inconsolável que ela chora todas as noites e suas
lagrimas escorrem sobre as folhas das árvores, formando poças no chão da floresta que
descem pelas montanhas, assim criando o grande Rio Amazonas.

Mito de Rudá, traduzido e adaptado por Couto de Magalhães

No começo, ainda no silêncio… muito silêncio… …havia a escuridão, muita escuridão.


Nada se via. Nem olhos havia para ver. Escuro, muito escuro.
Então nasceu o Sol, Guaraci.
Desde o primeiro dia, Guaraci nasceu como sempre nasceu: devagarinho, primeiro um
clarão no nascente, depois uma bola de luz vermelha… ia clareando e subindo… subindo…
subindo… e ia clareando tudo, iluminando tudo, aquecendo tudo, derramando vida em
tudo…
Mas o tudo, no começo, era quase nada.
Então Guaraci viu aquele nada e começou a criar…
Criou as águas, muitas águas: águas de sal, águas doces, águas de jorrar do céu…
Depois criou as terras, muitas terras… Entremeando as terras, águas que corriam, águas
que paravam… As águas se movimentavam e as terras também… e Guaraci gostava
daquele movimento.
E de ver aquele movimento, Guaraci criou o vento, que também se movimenta. Às vezes
forte, tufão, furacão… às vezes leve, brisa calma e refrescante.
E Guaraci, bola de fogo, esquentava tudo aquilo. E criava.
Criava peixes, de espécies e cores diferentes, que viviam nas águas, cada qual com o seu
tamanho…
Criava animais de espécies e cores diferentes, que viviam nas terras, cada qual com o seu
tamanho…
Criava vegetais, de espécies e cores diferentes, que viviam nas águas e nas terras, também
com tamanhos diferentes…
Criava pássaros e insetos para povoar o ar… sempre de espécies e cores e tamanhos
diferentes…
E todos eles faziam sons diferentes… cada um do seu jeito.
E de tanto criar tantas coisas, tanta natureza, tudo tão bonito… ah… Guaraci ficou cansado.
Ficou muito, muito cansado… e foi ficando com muito sono… precisou dormir.
Foi fechando os olhos, bem devagarinho, e quando fechou os olhos de vez, tudo ficou
escuro, muito escuro. Guaraci não podia ver mais nada de tudo que havia criado. Enquanto
dormia, só a escuridão.
Ah… cadê tudo aquilo tão bonito? Guaraci queria ver aquilo tudo de novo… mas estava tão
cansado… Ainda queria descansar mais, mas estava tão sozinho…
Nesse sono ou nesse sonho, no meio dessa escuridão toda, Guaraci criou a Lua, Jaci. Mas
foi no meio do seu sono, quando estava tudo escuro.
Foi assim: lá longe, Guaraci viu chegando um clarão, no coração da escuridão. Aquele
clarão foi crescendo, foi se abrindo no escuro da noite, e foi se apresentando.
Subindo no céu, foi surgindo ela, Jaci, primeiro como uma bola amarela, cor de laranja, as
laranjas que Guaraci tinha criado antes.
Depois Jaci, a Lua, subia, e subia, e quanto mais alta subia, o seu brilho virava prata, e
fazia um lindo clarão iluminando toda a natureza.
Era lindo o brilho nas águas, clarão nas montanhas… e outros sons se faziam, os sons da
noite.
Era uma Lua tão bonita que Guaraci nessa mesma noite de sono ou de sonho,
apaixonou-se por ela. Um sentimento tão bom… ela era tão bonita… e mostrava, do seu
modo especial, do modo mesmo de Jaci, ela mostrava tudo aquilo que ele tinha criado.
Guaraci ficou muito encantado e tão apaixonado que abriu os olhos para poder vê-la e
admirá-la melhor… mas ah… quando abria os olhos, tudo se iluminava de um jeito mais
forte e colorido, e ela desaparecia…
E ele queria mostrar a ela o quanto era bonita toda aquela natureza, com suas flores e
cores…
Mas ela não estava mais lá. E ele procurava, procurava… e ela não estava mais lá.
De tanto procurar por Jaci, novamente Guaraci ficou cansado, muito cansado… e
novamente fechou os olhos para dormir um pouco. E enquanto dormia, lá vinha ela, fazendo
o seu desfile no fundo da escuridão, com seu lume, com seu jeito de se apresentar e de
mudar de ouro em prata… Era mesmo muito bela, Jaci.
E Guaraci queria dizer de seu amor por ela, e o quanto de lindo havia quando ela não
estava…
E queria dizer que quando abria os olhos para chegar a ela, tudo clareava e ela sumia. E
queria dizer também que quando tudo se iluminava e ela desaparecia.
Então Guaraci criou Rudá, o mensageiro de seu amor.
Para dizer a ela o que se sentia quando ela crescia no escuro do seu sono.
E que, na clareza do seu sonho, ele a admirava.
E ele queria também mostrar a ela quantas coisas lindas havia quando ele estava de olhos
abertos.
E como ele se sentia só quando ela desaparecia…
Foi assim que nasceu Rudá, o amor. Porque o amor não conhece luz ou escuridão e podia
levar a Jaci a mensagem de Guaraci. Dia ou noite, Rudá, o amor, podia dizer à Lua Jaci o
quanto o Sol Guaraci era apaixonado por ela.

Ticê

Dentro da cultura tupi-guarani, Ticê é a Deusa do submundo e é uma exímia feiticeira.


As pessoas temiam a grandiosidade e o conhecimento que Ticê possuía sobre feitiçaria. As
habilidades da Deusa na magia eram grandiosos o que fazia com que ela soubesse sobre
grandes segredos que o universo escondia.
Muitos dizem que através do seu conhecimento elevado, ela conseguiu ser identificada
como Deusa. Antes de se tornar Deusa, Ticê utilizou de seus dons nos encantamentos e
feitiços para não ser atingida pela loucura e morte que o Deus Anhangá (Deus do
submundo) plantava na humanidade. Com isso, ambos puderam se olhar e acabaram se
apaixonando. Anhangá então levou a feiticeira para reinar o submundo com ele.
Conhecida também como a que domina a maldade e a inveja no coração das pessoas e
planta também esses sentimentos na humanidade, ainda é muito temida pelos povo.
Xandoré

Deus do ódio e da ira, considero o Deus que motiva a guerra entre a humanidade.
Ele é Irmão de Anhangá, Deus do submundo.
Em uma das histórias contada pelo povo indígena, Xandoré assume a forma de um falcão
para matar Pirarucu (índio que possuía atitudes perversas e criticava os Deuses) que
mesmo atingido pelo Deus, se recusou a pedir perdão por todos os seus malefícios contra
as pessoas e aí então, o Deus o transforma em um grande peixe escuro e o joga no rio.
Esse peixe é conhecido até hoje pelas pessoas.
Muitos diziam que Xandoré tinha verdadeiro desprezo pela humanidade e costumava
plantar discórdia para que houvesse guerras.
CURIOSIDADE

No sincretismo católico, ele recebeu o nome de São Thomé, a cidade de São Thomé das
letras, é onde acreditam que ele deixou sua mensagem gravada para alguém achar.

Anhum o Deus da música

Se nossas vidas têm melodia e harmonia, é graças ao Deus da Música, Anhum. Dos
deuses indígenas brasileiros, era ele que avisava que as entidades sagradas estavam
chegando através do Sacro Taré, um instrumento criado pelos deuses e que emitia um som
nunca antes escutado no mundo.
Diz o mito que no início dos tempos, as festas não eram celebradas com batuques e as
pessoas não cantavam, pois não existiam instrumentos e nem a combinação mágica das
notas musicais.

Até que um dia, o neto de Tupã, Anhum, desceu e veio passear às margens do rio Araguaia
com sua noiva e notou um silêncio mortal, ao entardecer. Isso o deixou muito triste. Para
trazer mais alegria aos povos indígenas, Anhum convocou deuses, semi-deuses e homens
para criar a música.
ele é o deus que ensinou as musicas ancestrais e ritualísticas para os tupis

O deus da melodia deu nome às sete notas musicais e foi o semideus Saci-Pererê que as
pintou de preto em um pedaço de madeira, segundo a mitologia tupi-guarani. Tupã ficou tão
satisfeito com o resultado que abençoou a música e a tornou divina.

A alegria do mundo ganhou trilha sonora graças ao deus Anhum. Seja no carro, em casa ou
no trabalho, há uma canção para cada momento.

Ceuci, Deusa indígena

Ceuci é a deusa virgem da teogonia Tupi, sendo sua gravidez um mistério, tem em seu
nome uma referência à constelação das Plêiades, chamada pelos indígenas de “sete
estrelas”. Sendo assim, ela é a Mãe das Estrelas, e deusa que trouxe à vida Jurupari –
espírito guia e guardião –, Deus Sol responsável por instituir o culto solar, lendas dizem que
Jurupari nasceu do fruto da cucura-purumã (árvore que representa o bem e o mal na
mitologia tupi).
É uma deusa morta, porque nunca mais veio à terra, de grande prestígio na mitologia da
América do Sul. É ela quem do luaca, distribuiu a sorte às “Tainaetas” (enlevo dos lares das
florestas).
Na astronomia das tribos sul-americanas, Ceuci também é conhecida por Ciucy e Celchu.
A lenda de Ceuci

A origem desta lenda se dá do cerro das 7 estrelas ou plêiades, em que os naturais tupís
indicavam o nome de variável de: Cincy, Cincê, Cucê. Com este ingênuo nome, Ceuci filha
de Tupã e de Luaci. Luaci que era conhecida como mãe do céu abaixo do sol, onde morava
na espuma de uma nuvem e ao navegar no espaço aproveitava-se do sono desta menina
caraíba para encorporar-se nela expulsando a alma, que desde então a seguiu como uma
sombra impertinente, queria a todo transe voltar ao corpo e dormindo ela, esta selvagem
menina recebeu o espírito divino, tornando-a assim a cunha aporanga e mais ladina da
tribo, seus encantos no dia a dia aumentavam cada vez mais, adquirindo poder de amainar
as feras e acalmar os ventos.
Certo dia quando passeava pelo mato, uma lua antes de sua carimã (festa da puberdade
das donzelas), deixou-se tentar por frutos maduros e sedosos de doçura da arvore purumã,
que eram vedados aos desejos das impúberes, o sumo escorrendo-lhe pelos seus seios
abaixo despertou a fecundação, os caraíbas ficaram revoltados, embora ela continuasse a
garantir que era virgem e não fora visitada pelo “Yaciteiú”, mas o conselho da tribo e o alto
da “Aharaigichi” exigiam que o conselho dos velhos se reunisse regido pelo Pajé-assú com
a eminência de resolver o caso. Ceuci, risonha e tranqüila resolveu aparecer, porém
suspeitando da mácula gritasse na gravidez. E os maracás soaram no ar desfazendo os
indícios e festejando a virgindade intacta.

Porém, os maiorais para dar exemplos cunhãns desprevenidas, resolveram desenterrar


Ceuci para elevadíssimas. Itacangas da cerra do “Cunakê”. E assim foi no exílio, sem culpa,
castigada, mas inocente, Ceuci veio dar a luz a Jurupari, o reformador, o profeta, o
silencioso, dos caiuras, inflexível como um juramento e eterno como símbolo. Aos 10 anos
de idade já assombrava aos seus, pela força de argumentos e mostrando uma experiência
e sabedoria, os mais valentes guerreiros da redondeza vinham ouvi-lo silenciosamente, pois
ele revelava e ditava a lei da agricultura e foi espalhando as suas lições na montanha de
Cunakê. Despeitado com Tupã, Anhangá não tardou pela curiosidade e aproximou-se da
serra conduzindo em sua companhia a linda e bela Ceuci que foi arrastada pelo desejo de
assistir a Poracé (festa) em honra de Jurupari, porém aconteceu que Anhangá empregando
as suas artes tortuosas conseguiu induzir Ceuci transportando um terreno que não era
permitido a curiosidade feminina. Desta forma violou o recinto privativo a mãe de Jurupari
que condenava ao sacrifício certo. Celebrando assim os Pagé-assús chamaram a noite do
rito: Ceuci, Tieté, Unandú! E um corpo de mulher caiu ao solo fulminando.

Mandaram então buscar Jurupari a fim de ressuscitá-la, porem, inflexível, Jurupari não
transgride a lei, mesmo que seja uma pessoa especial como Ceuci. Jurupari disse a Ceuci:
"Morreste mãe, porque desobedeceste à lei de Tupã. É a lei que eu vivo a ensinar. Não vou
te ressuscitar, mas te recomendo: Sobe bela, raidante e pura para um mundo melhor.
Cumpriste a verdadeira missão de mãe, que é cheia de amor, renúncia, desenganos e
sofrimento. Meu pai vai recebê-la de braços abertos lá no céu".
Ceuci atravessou o espaço e transformou-se na estrela mais resplandecente da
constelação das Plêiades (constelação que indica a época certa da colheita das frutas
maduras, da caça e da pesca).
Chamada pelos indígenas, para indicar a época certa da colheita das frutas maduras, da
caça e da pesca. É considerada protetora das lavouras e casas construídas nas suas
proximidades.

*Anhangá – (quer dizer sombra, espírito) A figura com que as tradições o representam é de
um veado branco, com os olhos de fogo. Todo aquele que persegue um animal que
amamenta corre o risco de ver o Anhangá, e a sua vista traz febre e às vezes a loucura
Conexão com a Deusa
Por ter se arriscado, enfrentando seus medos para poder estar próxima ao seu filho, Ceuci
também nos ajuda a enfrentar nossos medos internos, escreva seus medos em uma palha
de milho e depois queime-a , pode ser em uma vela branca ou em uma fogueira, acenda um
incenso de arruda e peça para Ceuci te libertar dos seus medos mais íntimos.
Outra forma de se conectar com a Deusa é acender velas prateadas e contemplar as
estrelas, convide Ceuci para trazer para sua casa e a sua vida o brilho das estrelas,
dizendo:
Deusa das Sete Estrelas,
Encontro-me aqui para te encontrar,
E para pedir para tudo mudar,
Assim, como para meus ancestrais-índios fostes estrela guia,
Seja minha companheira,
Guia-me nos caminhos da vida e da luz,
Pois és Mãe Cósmica que reluz!
Atenda meus pedidos e se faça presente.

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CURIOSIDADE

As pessoas que já frequentaram a Umbanda e candomblé já observaram que em alguns


dias de trabalho observamos índios, caboclos,

Pois é!! A linha de caboclos da umbanda e candomblé é regida pelo panteão Tupi Guarani

Então ou seja;

Outro lugar propício ao culto do Panteão é nos trabalhos mediúnicos de Umbanda e


Candomblé na linha de Caboclos.
Grupo de Estudos:
https://www.facebook.com/Bruxariaensinamentos/

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