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ASTROLOGIA

CABALÍSTICA

(noções, também, de numerologia e tarot)

Anna Maria Costa Ribeiro


URANTIAM
Í N D I C E
1. Porque ................................................................. 2

2. Noções de Numerologia ......................................... 48

3. A Verdade é o Que é Útil ........................................ 107

4. Noções de Tarot .................................................... 135

5. Veja o Nunca Visto ................................................ 209

6. Misticismo e QBL ................................................... 240

7. Anjos ................................................................... 278

8. Signos ................................................................. 325

9. Planetas .............................................................. 358

10. Caminhos e Aspectos ............................................ 403

11. Casas .................................................................. 428

12. Magia .................................................................. 450

13. Noções de Grafologia ............................................ 469

14. Interpretação Básica e Finanças ............................. 477

 Apêndice ............................................................. 497

 Abreviações ......................................................... 500

 Bibliografia ........................................................... 501

 Outros Livros da Autora ......................................... 504

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1. PORQUE

Não me lembro se foi Hipócrates (ou outro médico sensível


da Renascença) que disse:
- Se não puder fazer o bem, pelo menos não faça o mal.
Em tudo.
Ou como Aristóteles que ensinava aos futuros governantes
(Alexandre, o Grande foi seu aluno durante três anos) a serem ...
bons governantes.
Por que a Astrologia Cabalística?
Porque pessoas perguntam por ela e há poucos textos
adequados sobre o assunto.
(Obs.: Sugiro, para melhor entendimento deste livro, ler:
“Conhecimento da Numerologia”, ed. Imperial; “A Carruagem e
Tarot Cabalístico (3 vols)”, ambos da autora. Claro, você deve ter
algum conhecimento de Astrologia, também).
A Astrologia surgiu na Suméria, pelo menos que se saiba até
hoje, 2013/2014. Essa Senhora Astrologia é a grande Dama das
Ciências Ocultas, indispensável a qualquer ocultista. É “irmã” da
Mitologia. A primeira mostra um excelente estudo da natureza
humana e dos “desígnios divinos” na Humanidade, através dos
planetas transpessoais nos signos (para onde caminha, na área
terrena, a Humanidade). A outra concentra atitudes e políticas
humanas, a saga e seus enredos desde o Homo Sapiens Sapiens.
(Como, também, os mitos dos orixás, tolamente desprezados, não
sabem o que estão perdendo. Alguns eruditos psicanalistas já
perceberam e estudam-nos).
OK. A Astrologia foi adaptada às diversas culturas e épocas
(Suméria, Egito, China, Grécia, Roma, etc., etc., até entre os
ciganos, os Kahunas Havaí, etc. E seria adaptada para Marte ou
Saturno, se por lá houverem habitantes.
Tem gente que gosta de fazer analogias (associações entre
Astrologia e outras das Ciências Ocultas, inclusive Cabala (QBL): Eu,
pessoalmente, não gosto, nem uso, como não gostaria que fizessem
analogias comigo ou com os brasileiros e os esquimós, ou até
mesmo escandinavos. O que há em comum entre esses? Apenas o
ser humano. O que há em comum entre qualquer das Ciências
Ocultas? Apenas o esoterismo. Cada uma é cada uma. Cada qual
tem seu modo de revelar os mistérios da Criação do mundo e do
que ele contém, inclusive nós.

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Para os ocultistas do séc. 19 (e outros), o Tarot, por
exemplo, era o resultado de uma organização de conhecimentos
(outrora) secretos, através de um jogo. E, por isso, associaram as
22 letras hebraicas a 22 Arcanos Maiores, e os 4 Mundos (olamot)
da QBL, aos 4 naipes dos Arcanos Menores (e aos elementos).
Incluíram nesse interessantíssimo jogo as 10 sefirós (ou vasos,
números, emanações/atributos divinos) da Árvore da Vida (AV), nas
10 cartas de cada naipe. E no ciclo dos 10 números da Numerologia.
Essas sefirós (sing. sefirá) atuavam nos 4 Mundos e, daí, a analogia
com os 4 naipes e seus conjuntos de 10 cartas. A turma da corte:
Pagem, Cavaleiro, Rainha e Rei, encaixavam-se também nos 4
mundos e naipes. Enfim, uma associação inteligente.
Nesses casos, o Tarot trataria do “segredo” da QBL. Mas os
jogos de cartas são antiquíssimos (voltarei ao tema).
Após o séc. 15, surgiu a Cabala Hermética, uma reunião dos
conhecimentos egípcios, cabalistas e cristãos. Desde o séc. 11, no
entanto, quando havia verdadeira irmandade entre judeus, cristãos
e muçulmanos, no sul da França e em certas cidades da Espanha,
onde o conhecimento era trocado amigável e sabiamente.
A Astrologia depende apenas do Céu.
No séc. 2, Akiba escreveu o livro Sepher Yetzirah (Livro da
Formação), que falava sobre Astrologia e Numerologia, além de
questões dos hebreus cabalistas (qbl). Depois, esse livro foi
melhorado e desenvolvido. Há diferentes analogias e versões de
associações de sefirós e letras com signos e planetas. Antes de
escrever este livro, li e estudei, como sempre, diversos livros
intitulados como Astrologia Cabalista. Acho que não tive sorte. Cada
um divergia do outro.
Portanto, este livro contém meus conhecimentos intelectuais
e experiências pessoais, testando o assunto. Quando você se
envolve, séria e cardiacamente, com algo, você se “torna” naquilo e
atrai inspirações.
O conhecimento deve envolver teoria e prática, ou será
superficial e especulativo. E, isso, de modo intenso. Estudando,
observando, praticando as Ciências Ocultas desde 1980
(atendimento e cursos na minha escola Urantiam), tive inúmeras
provas de quanto a teoria sem a prática pode errar.
Como a Filosofia, que interpreta a vida, só pode vir APÓS a
vida, assim, a teoria de qualquer coisa só pode vir após a prática.
Ou você vai ensinar Astrologia sem antes ter verificado seu
funcionamento? Infelizmente, isso nem sempre acontece, porque

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algumas pessoas simplesmente repetem o que outras disseram e
não se dão ao trabalho de conferir.
Todo testemunho é falso. Pois há milhares de versões.
Digo aos alunos (como dizem os qbl): não acreditem no que
digo, vá lá e verifiquem. Ou: não acreditem nos cinco sentidos, vão
além. Ide.
A QBL está na base das religiões monoteístas – cujo balão de
ensaio foi a segunda versão da epopeia da Suméria, Enuma Elish,
em que foi dada a primazia a Marduk, sobre todos os deuses,
tornando-o Único (ver “Quando Éramos Deuses”, da autora,
mitologia da Suméria e Hebraica).
Não há uma data certa para o surgimento da QBL, indo,
aproximadamente, de 4.000 AC (antes ou depois) e até o séc. 13,
com Moises de Leon. Mas, a QBL foi codificada na Torah, ou Antigo
Testamento (que a Bíblia repetiu, fazendo alterações de acordo com
seus propósitos católicos), ou seja, na época (suposta) de Moisés. E,
também, através do Zohar (ou Livro do Esplendor), escrito no séc. 2
por Shimon ben Yochai (contemporâneo de Akiba), ou, conforme
outras versões, por aquele Moises de Leon, que o aumentou e
aperfeiçoou. Bem como através do Sepher Yetzirah.
A estrutura da QBL, no que se refere à AV, foi aperfeiçoada
por Isaac Luria, no séc. 16 – QBL Luriana. Um trabalho genial,
desse estudioso inteligentíssimo e bipolar.
A Torah é uma espécie de manual de instruções humanas e
universais. Que, como todos os textos da antiguidade, são
codificados. E enrolados.
QBL significa Receber Segredos (Kibel) ou Revelações. Mas
de quem? Quem foi o primeiro (ou o grupo) que recebeu as
revelações e as passou adiante? Deixa para lá. O importante é o
conhecimento adquirido.
Na AV de Luria, há 400 passos para a orientação humana (e
ele foi outro que revelou após ter recebido revelações “do alto”).
Que são:
 10 sefirós x 4 mundos = 40 passos ou situações para
cada sefirá;
 sendo 10 sefirós, cada uma com aquelas 40 situações
nos 4 Mundos: 40 x 10 = 400 passos ou situações.
Por Moisés! Parece complicado?
Ora, se você conhece Astrologia, já está acostumado. Veja:
 10 planetas x 4 elementos = 40 temperamentos ou
inclinações (ou passos);

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 10 planetas x 12 signos = 120 posições internas,
motivações (ou passos);
 10 planetas x 12 casas = 120 posições externas,
atuações (ou passos);
 12 signos x 12 casas = 144 condições e suas intenções
(ou passos);
 1 planeta x 9 aspetos = 9 estilos de atuações (ou
passos);
 10 planetas x 9 aspectos = 90 estilos (ou passos,
embora um aspecto de planeta vá eliminando o outro. Ex.: Lua com
Mercúrio. É suficiente, dizer Mercúrio com Lua é semelhante.
Semelhante).
O aprendizado é motivado por um desejo, ou conveniência,
interesse. E, se você tem algo a aprender, não morrerá tão cedo.
Quem tem universidade, além de ser mais longevo, permanece com
a mente jovem. Que adiante uma plástica estética numa mente que
perdeu a curiosidade de vida? Se você pretende fazer uma plástica,
meu bem, trate de complementá-la com um interesse em algo novo.
É tão eficiente quanto drenagem linfática.
A Inquisição proibiu a interpretação da Bíblia e, por outro
lado, a QBL ficou secreta. O Alcorão também tem suas restrições.
Todas as religiões monoteístas impuseram restrições de
conhecimentos e atitudes. Pudera. Da mesma forma que,
nowadays, certos governos impõem restrições à educação e à
informação.
Pois aquele que sabe tem Poder.
Uma das metas da QBL é a ligação com o Criador. O qbl
(cabalista) é um receptor e um transmissor de Luz (conhecimento).
Como deveriam ser todos os conselheiros, terapeutas, místicos,
professores, etc. – a fim de falarem da alma para a alma.
QBL nem é religião, nem prerrogativa judaica, ainda que
tenha sido desenvolvida pelos judeus. Igualmente, a Astrologia não
é prerrogativa dos gregos (ou dos sumérios). Aliás, inúmeros judeus
qbl foram perseguidos pelos judeus ortodoxos.
Abrahão foi o Pai do Judaísmo. E também do Cristianismo e
do Islamismo. A fonte é a mesma. Como bem sabem os Papas, os
primeiros cristãos eram judeus (lechadim) que, depois, juntaram os
conhecimentos gregos, a partir de Alexandria.
Judaísmo e Islamismo, já se sabe, originaram-se dos dois
irmãos, filhos de Abrahão – ainda que de mães diferentes.
Rivalidades alimentadas, a muita bala, até hoje. Sabe-se lá por que?

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Talvez para que não haja sossego na Terra, restrinjam-se as
populações, desenvolvam-se tecnologias, cultive-se o mau humor.
Ou seja: progresso.
Judeus, cristãos, muçulmanos todos se consideram Povos
Eleitos. Eleitos para que?
- Eleitos são todos os seres quer estão entre o céu e a
terra. Ou seja, todos nós e os ET também.
Perto de Sanliurfa (antiga Ur, onde Abrahão nasceu, atual
região do Curdistão, ali pela Turquia), existe um local arqueológico,
com mais de 12.000 anos. Fica no sudeste da Turquia, num local
que hoje se chama Gobekli Tepe – ou onde, um dia, deuses e
humanos encontraram-se e misturaram-se.
No final do séc. 20 e início do 21, foi descoberto, ali, um
grande complexo de pedras, pilares, esculturas, etc. que havia sido
enterrado, deliberadamente, por volta de 8.000 AC
Os curdos do Sul da Turquia e do Norte do Iraque ainda
cultuam uma antiquíssima religião, chamada Culto dos Anjos. Seu
deus principal é um Deus Pavão, ou Melek Taus. Tem cara de
pássaro e corpo humano.
Esse culto faz parte do Iazidismo. Os iazidis acreditavam
serem descendentes de uma união híbrida entre humanos e “seres
gigantes que vieram do Norte” – conhecidos na Torah como Nefilim.
(Os Nefilim pareciam ser de uma categoria superior (classe e
conhecimento) do que os Anunaki (embora possa-se referir aos
Anunaki como todos os oriundos do planeta Nibiru – ver os diversos
livros de Zecharia Sitchin).
Conta o mito do Iazidismo:
- Haviam 72 Adões (número mágico na QBL, como os 72
anciãos da sinagoga, os 72 nomes de Deus, etc.) e o último deles
uniu-se a Eva. Esse casal depositou “suas sementes” (líquidos
sexuais) em duas jarras (para inseminação artificial?). A semente de
Eva gerou seres terríveis, como cobras e escorpiões (sempre as
mulheres levando a pior, a primeira a ser execrada, porque era
”moderna”, foi Lilith). A semente de Adão gerou um belo menino
que foi chamado Filho da Jarra (ou Bhahid ibn Jayar, claramente “in
vitro”).
Os iazidis chamavam-se a si mesmos de Filhos da Jarra, ou
seja, eram filhos daquele Adão (outro povo eleito). E as demais
raças e culturas eram Filhos de Eva. (O que me parece é que os tais
da Jarra tinham o DNA dos ET, sendo mutantes, e os de Eva eram
terráqueos mesmo).

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Lalesh é a cidade sagrada do Iazidismo, onde os curdos
continuam cultuando Melek Taus, o Pavão. As cerimônias foram
estabelecidas pelo sheik Mussafir. Pelo menos uma vez na vida os
iazidis devem fazer uma peregrinação à tumba de Mussafir, naquela
cidade. Como os muçulmanos a Meca, os judeus a Jerusalém e os
brasileiros a Ipanema (não sou judia, mas já fui à Jerusalém com
minha filha. Deve ser coisa de VP).
A “bíblia” iazídica chama-se Livro Negro, ou Livro que Veio do
Céu. Ali é descrita a união entre deuses e terráqueos. Semelhante
ao Livro de Enoch, ao Enuma Elish, aos Anjos Caídos do Genesis, e
a outros textos (como os dogons da África, os aborígenes do
Outback australiano, os Kahunas do Havaí, etc. e até os
Tupinambás do Brasil. Enfim, um fato histórico super comum.
Nas escavações em Gobekli Tepe foram encontrados túmulos
com seres híbridos: pasme! Humanos com caras de pássaros!
Semelhante às histórias de minotauros, centauros, sátiros, etc. E
aos deuses egípcios, que eram representados com caras de animais,
condizentes às suas atribuições e personalidades.
Certamente você já ouviu falar na descoberta (séc. 20) de
uma múmia chinesa, o Homem das Neves, que tinha 2,70m de
altura. Alto e grande: giganto pithecus. Esses sujeitos eram bem
mais avançados que o Homo Sapiens, que dirá dos coitados dos
Neandhertais. Sabiam construir, esculpir, escrever, cultivar a terra e
fazer cerâmica. Tinham religiões e sistemas sociais, eram mais
impositivos ou agressivos. O Sapiens era caçador e vivia em
cavernas. O desenvolvimento veio depois, com o Sapiens-Sapiens.
Pessoas originárias de locais e situações difíceis, tendo que
lutar pela sobrevivência, acabam desenvolvendo mais força,
inteligência, estratégia, curiosidade, dinamismo. E, claro, não riem à
toa.
Um dia, esses seres podem se misturar com seres de locais
(ou famílias) mais calmos, tranquilos, simpáticos e prestativos. Ou
seja: destinos especiais mesclam-se com destinos comuns. É um
estímulo ao desenvolvimento genético e cultural. Vida sendo vivida.
Aliás, esse foi um dos objetivos da divisão dos judeus nas 12 Tribos
de Israel, os 12 filhos de Jacob. Que, bem mais tarde, precisaram
ser reunidas para fortalecerem a identidade. E criaram o
monoteísmo (que é sempre limitante: 12 deuses é mais rico do que
um deus).

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Com o desenvolvimento da agricultura e mineração,
construções de canais, etc. (período neolítico), os terráqueos
“perderam o paraíso”. Tiveram que “trabalhar para ganhar o pão”.
No Livro de Enoch (com mais de 2.200 anos e encontrado no
séc. 20, entre documentos do Mar Morto), fala-se de 5 Anjos Caídos
(ou guardiães, ou demônios – conforme o ponto de vista) que se
uniram às filhas de Eva e ensinaram-lhes a “beijar o falo” – eis aqui
uma curiosidade interessante. Seria o felatio ou o cunnilingus uma
técnica ET? Ou disseram que era, para justificarem-se tais
inovações?
Alguns povos antigos conheciam a cerâmica – o que era
tremendíssimo avanço, tais como na Suméria, Babilônia (ou
Caldeia), Assíria, Pérsia, Japão (através dos Ainos, no norte; um
povo com mais de 16.000 anos, chamado Gomons), na Mongólia
(com os mongóis Kondons, perto do Rio Amur), nas Ilhas Britânicas
(os resquícios em Stonehenge, Vale do Boyne, Skara Brae, etc.).
Por volta de 7.640 AC, época de um dos dilúvios, antes da
Era do Gelo, o Egito era verdejante, não havia o deserto do Saara.
Haviam florestas, elefantes, girafas, animais aquáticos. O impacto
do meteoro ou cometa que provocou o dilúvio gerou uma
enormíssima quantidade de entulho na atmosfera. Parecia uma
longa noite (talvez a memória ancestral lembre-se das trevas, do
apocalipse). E houveram incêndios, surgiram os gases estufa –
inclusive o tal dióxido de carbono, que até as crianças já sabem.
Cidades inteiras submergiram quando os mares subiram. O segundo
dilúvio, por volta de 3.150 AC, pegou o Mar Mediterrâneo (ver
“Ignition of Global Wildfires at the Cretaceous/Tertiary Boundary”,
de Melosh e Schneider, ed. Nature, 1990 e “Ancient Traces”, de
Michael Baigent, ed. Viking, 1998).
Os Neandhertais eram canibais e esses costumes foram
repassados, tanto quanto os sacrifícios humanos, elaborados
religiosamente (versões do canibalismo). Abrahão quase-quase
sacrificou seu filho Isaac – o que não era tão absurdo naquela
época. Canaanitas, moloquianos, astecas, incas, etc. tinham tais
rituais. Hoje, você ainda pode vê-los nas constantes guerras, nos
esportes violentos, na miséria e corrupção, nos abusos em geral. E
na indiferença e no fanatismo. Devem ser os genes dos
Neandhertais. Os vândalos que destroem as cidades.

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O Instituto Arqueológico Alemão descobriu, nas covas
coletivas de Gobekli Tape, um complexo de pedras-túmulos no Vale
do Massacre. Ali foram enterrados gigantes, nas batalhas bárbaras
antes do primeiro dilúvio.
Abrahão (que antes de sair de Ur chamava-se Abraão e, ao
mudar-se de sua terra natal, por ordem de Yaweh, ganhando uma
nova missão, e daí uma nova atitude, mudou o nome. Há que se ter
um fortíssimo motivo para alterar o nome) viveu nessa região, perto
do seu local de nascimento. Depois, mudou-se para Haran, na
Judeia. Yaweh era um deus hebraico, de fortíssima personalidade,
violento e exigente de obediência, como era necessário naqueles
tempos e com os motivos do fortalecimento dos hebreus.
Provavelmente, a base de todos os livros das religiões monoteístas
saiu daquela região do deserto cerrado, incluindo o Livro de Enoch e
o Livro Negro.
Foram os diversos tipos de sacrifício, desde as mortes,
escravidão, circuncisão, dolorosos rituais de passagem, etc. que
geraram a ideia de “sofrer por algo maior”. Que, por sua vez,
vieram do terror aos deuses, arcanjos e das surpreendentes forças
da natureza. Os astecas, só para dar um exemplo, arrancavam os
corações das jovens e ofereciam aos deuses. Todos esses rituais e
sacrifícios foram ficando mais civilizados, tornando-se em ofertas
financeiras (melhor que perder a vida), como óbulos, dízimos,
percentuais de serviços, cotas mafiosas, etc.
A partir dos séc. 15 e 16, as sociedades secretas europeias
interessaram-se por antigos cultos e tradições, principalmente na
Academia de Florença, Itália, patrocinada por Lorenzo Medici, o
Magnífico. Aí é que nasceu o Hermetismo, junção daqueles antigos
conhecimentos. Que deu ideia a Helena P. Blavatsky de fazer uma
compilação também dos antigos conhecimentos (acrescentou os da
Índia), em sua longa Doutrina Secreta, nos séc. 19 e 20.
Nobres ingleses vão ao Oriente Médio e fazem incríveis
descobertas, derrubando conceitos e preconceitos. No séc. 19, o
fantástico e inigualável Sir Richard Francis Burton (1821 – 1890)
registrou surpreendentes conhecimentos. Sujeito carismático,
ousado, inteligente, fascinante, esperto, múltiplo. Viveu oito anos na
Índia (1842 – 49), como oficial do Exército Britânico, depois foi para
a Arábia, disfarçado de muçulmano afegão e realizou a peregrinação
sagrada a Meca e a Medina (aberta só para muçulmanos) e,
inquieto, além de devido às circunstâncias, fez uma perigosa
expedição à África, procurando a nascente do Rio Nilo (1857 – 58).

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O sujeito falava 40 línguas e dialetos, foi explorador, militar,
orientalista, etnólogo, linguista, tradutor, cônsul britânico em
Santos, Damasco e Trieste, escreveu 60 livros no meio de todas
essas atividades, traduziu o Kama Sutra e as Mil e Uma Noites. Além
de ser casado, mas sua mulher vivia na Inglaterra. Uma figuraça.
Incrível! Há humanos estupendos!
Os mitos dizem: não encare os deuses olho no olho (cães
também não gostam, ficam bravos, acham que você está com
outras intenções). Deuses precisam de disfarces para serem
acessados (como alguns ET que aparecem como Nossas Senhoras
aos jovens). Daí, as estátuas, pinturas, etc. que fazem elos com
humanos e o sucesso da Igreja Católica, do antigo Parthenon, do
templo romano de Júpiter Capitolino, do eterno sorriso de Buda, etc.
Deus, ou Luz (ohr) ou Infinito (Ain Sof), manifestou-se, na
QBL, através de 10 atributos (ou sefirós) da AV. Sua luz densificou-
se, a fim de não cegar quem a visse e, assim, pudesse ser
direcionada na vida normal.
Os elos mantêm a memória, afinal, deuses não podem, nem
devem ser esquecidos (o Protestantismo, com zero de imagens,
compensa com incorporações): o mundo seria muito árido. Além
disso, o sobrenatural sempre será uma garantia de sucesso.
No Antigo Egito, na cidade de Ábidos, ficava o conjunto dos
Templos de Osiris, onde, diariamente, faziam-se rituais perante as
representações do deus. E, assim, Osiris ressuscitava diariamente e,
com ele, o Egito. Cultos eternizam forças (Osiris vem do nome da
estrela Sirius).
Religiões que usam imagens são mais humanizadas,
sensibilizam a alma. Uma casa decorada é mais aconchegante que
uma nua. Algumas crenças rebatem dizendo que concentram-se
mais nas “energias”. E, ainda assim, essas Energias logo se
transformam em Formas, imagens – conforme a personalidade e a
intenção de quem as imagina. Como nas técnicas de visualização.
O Tarot é uma excelente técnica de visualização e, talvez, um
dos seus objetivos esotéricos principais seja Aprender a Ver. Mago é
aquele que sabe ver.
Quando você se veste para ir trabalhar ou a uma festa,
escolhe as roupas com intenções específicas, “fantasia-se” com
aquilo. Tem uma meta. Só os nudistas dispensam a criatividade das
imagens pessoais. Devem ser muito autoconfiantes.

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Também os arquitetos concretizam imagens que provocam a
imaginação. Até os conjuntos arquitetônicos de caixotes sugerem
algo: caixões.
A imagem da QBL é uma Árvore da Vida. E as letras
hebraicas.
Objetos “falam”. Transmitem alguma “vida”. E você escolhe
um objeto conforme o que ele lhe transmitiu. Quando você conhece
o interior da casa de uma pessoa, conhece o interior dela. Antes de
se compromissar com alguém é bom dar uma olhadinha na casa ou
escritório de alguém.
A QBL chama de “Pão da Vergonha” o resultado do esforço
que se faz para se ter o que precisa: numa alusão à perda do
Paraíso ou Gan Eden (Jardim Espiritual, abstrato, onde tudo é
energia. Ou “o céu após a morte”).
A QBL também diz: não se envergonhe de ter ou pedir o que
deseja, de receber algo. Você é merecedor, por direito de
nascimento. No entanto, é conveniente compartilhar, pois já que
você ficou feliz, faça o outro também feliz. Essa também era a
intenção do dízimo judaico, herdado por outras religiões. Ambição
produtiva é a que beneficia o ambiente.
Desperdícios provocam desequilíbrios. Seja a carência de uns
ou o excesso de outros. É aí que surgem as qlipós: ou sefirós que se
“desarranjaram”, por rigidez ou excessos, provocando
comportamentos prejudiciais. Foi a isso que os qbl deram o nome
de Satã. Que significa Adversário.
Por outro lado, chama-se Messias (ou Ungido) aquele que
tem expansão de consciência (ainda que eu esteja aqui, não sou
daqui), ou refinamento da alma.
Deuses ensinam a pescar, muitas vezes de um modo tirânico.
Nunca vi deuses darem o anzol, a rede, o bote. O demiurgo ensina
os outros a crescerem.
Você é o próprio Messias, não o espere de fora, esqueça o
resgate, a nave, a Merkabah. Você é a própria nave, a Merkabah.
Você é seu próprio esteio, alicerce ou andaime.
Você é o Ungido. E, assim pensando e vendo, por onde você
andar, as flores se abrirão e os tigres e leões se amansarão. Como
fizeram por Afrodite quando ela pescava. Assim é que você
preenche a sua encarnação e o resto é sentimentalismo.
As 10 sefirós da AV são semelhantes às 9 Dimensões (D) +
1. Ou superposição de universos. Você pode estar encarnado na 3ª
D, mas sua mente pode estar localizada em outra parte, talvez na

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6ª D de Sirius, ou em Paris (ou no Alaska, para onde a minha, às
vezes, vai).
Cada sefirá e cada D (ver “Conhecimento de Astrologia dos 7
Raios e das 9 Dimensões”, da autora) mostra um aspecto da vida.
Pode-se ter afinidades com uma sefirá, planeta, signo, casa. Mas,
nos trânsitos planetários, goste ou não, você ficará mais sintonizado
com certos planetas, ou sefirós.
Qualquer atitude sua repercute no seu futuro e em todo o
MN, em toda a AV e em todas as D. É a isso que se chama Lei do
Retorno (ou do Boomerang).
Na 1ª D, os retornos são mais lentos (mundo mineral), ou na
10ª serifá Malkut, o reino da Terra. Mas são mais rápidos na 9ª D,
que é mais espiritual, refinada, abstrata. Ou nas sefirós mais
elevadas.
A Alma do Mundo contém todas as almas, inclusive a sua. A
sua alma está sempre por trás de tudo que você cria ou decide. É
ela que dá visibilidade e forma a qualquer coisa existente ou a vir a
existir. E por trás disso está o Zodíaco (Mazalot), com seu potencial
evolutivo, de onde saiu o seu destino, sorte (Mazal).
Daí, como num antigo aforismo, você pode fazer as deduções
de:
1. Ousar – desejar: juntando o desejo às condições
ambientais. Ter capacidade de transformação ou sair de um nível
superior e abstrato e ir para um nível inferior e concreto.
A força da ousadia está contida no chakra do plexo solar.
Corresponde ao elemento fogo, ao naipe de paus e ao
Primeiro Mundo (Olam) das Emanações (na QBL), ou Atzilut.
2. Calar – transmutar uma energia mais densa em outra
mais sutil: quando há silêncio na alma e na mente. O silêncio
acalma e eleva os níveis. É então que as coisas podem ser criadas
ou reproduzidas.
A força do silêncio concentra-se no chakra sacral.
Corresponde ao elemento água, ao naipe de copas e ao
Segundo Mundo da Criação (na QBL), ou Briah (ou Beriah).
3. Saber – ter conhecimento, expressar a personalidade
numa meta (ou união celestial).
A força do conhecimento está no chakra frontal.
Corresponde ao elemento ar, ao naipe de espadas e ao
Terceiro Mundo da Formação ou Yetzirah.

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4. Querer – vontade da alma quando se junta à vontade
pessoal, pois entendeu qual é a meta. Então há controle,
observação e direção.
A força da vontade está no chakra raiz.
Corresponde ao elemento terra, ao naipe de ouros e ao
Quarto Mundo das Manifestações ou Assiah.
O espírito quer, a alma sabe, a personalidade ousa. O destino
da matéria é calar/silenciar (morrer). A matéria é o final.
A Mitologia é a reprodução romantizada da Vida, com seus
temas sociopolíticos: poder, justiça, riqueza, mérito, guerras,
associações, etc. (J. Hillman). Tudo que há nos mitos faz parte das
encarnações.
É totalmente irrelevante se um mito ou uma RM/VP são
autênticos. Pois são arquétipos se manifestando, esclarecendo,
facilitando a vida e a compreensão, ensinando, apoiando. Padrões
comuns à Humanidade, adaptados a cada época e cultura.
Júpiter, por exemplo (ou Zeus), como símbolo da Justiça
Divina, saiu da moralista Atenas (séc. 5 AC). Mas Júpiter é muito
maior do que isso, basta conhecer seu mito como filho usurpador do
trono de seu pai, Saturno (Cronos) – cujo interesse era acabar com
um tipo de reinado, em face de exigências duma nova era. Tiranos
sempre existirão, mas, por melhores que sejam (alguns foram), não
são imortais. São os ciclos naturais da vida como eterno pano de
fundo. O show deve continuar, mesmo que você não esteja no palco
ou na plateia.
Saturno fez o mesmíssimo com seu pai Urano (Ouranos),
com o inestimável auxílio de Mama Gaia (que prefere o filho
próximo do que o cônjuge distante).
Afinal:
 Urano – o céu, o mundo primordial e inóspito, selvagem,
pré-jurássico;
 Saturno – a conquista da Terra, os arranjos terrenos,
acomodações da natureza primitiva;
 Gaia – a Terra, a Mãe, que um dia se cansou do Céu
inalcançável e diz ao filho: Agora é sua vez, chegue-se a mim.
Ponha a mão na massa, isto é, pegue essa foice denteada e faça o
serviço;
 Júpiter – início e organização da civilização, com tudo
que lhe é de direito (inclusive os erros, as prevaricações,
corrupções, etc.);

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 Prometeu e Dionísio – serão os futuros “patriarcas” da
Era de Aquário. Prometeu: a tecnologia; Dionísio (ou Baco), outras
D, os mundos paralelos.
Nos mitos judaicos, cada patriarca também simboliza uma
nova época, com seus novos valores. Há, por exemplo, uma grande
diferença entre o seríssimo patriarca (o primeiro) Abrahão, dos
velhos tempos de Haran (da mesma época de Marduk, da Suméria,
que também passou por Haran) e o moderno José, aculturado,
sofisticado, metrossexual, crossdresser, que reinou no Egito.
Mitos também são educativos, formam o caráter, como as
histórias de fadas. Todas religiões tem mitos. Veja o mito da Virgem
Maria: ou ausência de ato sexual, convenientes ao bipolar S. Paulo e
ao fixado na mãe, Santo Agostinho. Embora esse mito também fale
de inseminação artificial, como o de Isis e seu filho Horus (técnica já
conhecida dos anunaki da Suméria).
Ou o mito da ressurreição de Cristo, semelhante aos de
Dionísio, Osiris, Inanna, Orfeu, etc. Ressuscitar é superpopular e a
Igreja Católica acertou em cheio com essa história (que supera o
super-homem mitológico, Moisés, e as 20.00 virgens do paraíso
muçulmano). A Igreja Católica soube capitalizar beníssimamente os
dois mitos-baluartes: virgindade e ressurreição. Outras religiões
modernas quase morreram de inveja. Afinal, a Igreja é a Grande
Maga, representante hors-concours do 7º Raio de Magia e
Cerimonial. E veja: não estou ironizando, pois religiões são
necessárias (elas só poderão ser substituídas pelos ET), educativas,
formativas (evitam 50% do orçamento da Policia, como bem disse
Cícero, romano) e não sobreviveriam sem mito. As três religiões
monoteístas e do Livro (judaísmo, cristianismo, islamismo), aliás,
três irmãs que vivem às turras, têm entre seus vários mitos um que
é idêntico: é a tríade do Povo Eleito. Religiões precisam duma forte
estrutura, para isso, existem seus dogmas, mandamentos, regras,
etc. Os mitos da Mãe Virgem e da Ressurreição aparecem nos cinco
continentes, inclusive na Sibéria e Tasmânia. Mães virgens porque
nem sempre se sabe quem é o pai, como nos casos de guerras e
vandalismos.
Ressurrectos são aqueles que ainda têm algo a fazer no
mundo. Ou a dizer. Até mesmo o médium curador, Dr. Fritz, dizia:
Só curo o homem bélico. Ou seja, aquele que ainda pode estar na
ativa. Um dia, porém, esses “ressuscitados” também morrem
“definitivamente”. Só quem perdura é o Supremo, o Eterno, o
Criador, Ain Sof ou seja lá como você quiser nomeá-lo.

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O que importa são as metáforas, as representações de algo,
os esclarecimentos, as ajudas, as transformações. Algo que se
impõe ou que ensina, com fortes intenções.
Quem pode saber a verdade verdadeira? E o que se ganha
com isso?
Só sei que nada sei, disse o lúcido “parteiro” Sócrates.
Enfim, sem mitos, a vida seria uma chatice. Yo creo en brujas
y si, que las hay, hay.
Interessante, também, analisar e compreender os conflitos
míticos (que se reproduzem na vida real e nas salas de
psicoterapia):
a) Pallas (ou Minerva), a deusa grega que simboliza a
civilização inteligente, a cultura, a justiça justa, a cidadania, a
capacidade laboriosa;
b) e Vênus (ou Afrodite), que simboliza a beleza, sedução
(ela usa lentes de contato azuis e Pallas usa óculos de tartaruga), o
amor pessoal, inclusive o desregrado (pois é o amor em geral,
genericamente falando (só não é o platônico, que este é da deusa
Urânia), desde o ingênuo do início da adolescência até o
pornográfico). No amor não há regras, daí, ele pode ser desregrado.
Pallas e Vênus não se suportam. Argh! Pallas é a Geometria,
ou arte concreta. O animus da mulher. Vênus é a Arte Barroca ou
Renascentista, que apela aos sentidos. Ou a própria anima da
mulher.
A AV é a mitologia da história do mundo, desde a criação até
o seu desenvolvimento (Veja os detalhes em “A Carruagem,” 2 vols.
da autora – que, aliás, seria um excelente complemento para o
estudo deste livro).
Jung, um dos psicanalistas preferidos dos esotéricos (embora
hajam discípulos deles superinteressantes) dizia:
- o horóscopo é um sistema de qualidades originais e
fundamentais do caráter;
- a Astrologia deveria voltar às Universidades, de onde
nunca deveria ter saído;
- os ET serão a religião do futuro.
(Ou, mais ou menos, isso).
O elo entre pessoas e planetas (ou Kevet, em hebraico, ou
errantes, caminhantes) sempre foi valorizado por ocultistas e
alquimistas. E esse não é um Elo Perdido, como a diferença entre os
Neandhertais e os Sapiens-Sapiens. Ali está o Destino (heimamene,
para os gregos) ou Odum (no Candomblé. Aliás, Astrologia e Orixás

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compõem um excelente e sempre atual modelo de características
psicológicas (dão de 10 a 0 nos tipos psicológicos de Jung ou no
Eneagrama) ainda na ultrapassado – embora sabotado com
contrainformações).
No Zodíaco estão as possibilidades humanas em inúmeras
atividades e personificações. Um conjunto de arquétipos,
representando complexos humanos, como:
- Câncer/Lua/Mãe/Binah
Mãe Suprema. Isis para os egípcios, Yemanjá para o
Candomblé, Demeter para os gregos, Pachamamma para os
andinos, etc., etc.
O poder feminino, maternidade (não há maior poder do que
o parto e a gestação, e esse poder é seletivo, não é para qualquer
um. Homens, por exemplo, são interditados. Talvez por isso tenham
perseguido atrozmente as mulheres durante séculos. Principalmente
nas religiões, com suas despóticas interdições, pois alguém sempre
teve um poder igual a Deus: a Mulher, a geradora da vida. Aliás,
Deus só pode ser mulher ...
O poder feminino com as diversas representações. Que
aterrorizava os humanos mais primitivos, já que as pessoas nasciam
das mulheres, através da Lua. Até muito tempo achava-se que era a
Lua Cheia que engravidava a mulher. Talvez por isso botaram um
dragão lá.
A menstruação era temida. A Torah tem inúmeras regras
para as relações sexuais, inclusive proibindo-as durante esses dias.
O complexo feminino, Câncer/Lua – desde a negação até a
super-compensação maternal; desde a mãe devoradora até a
nutritiva; desde a mulher fatal, como a rainha das formigas ou das
abelhas, até as mulheres masoquistas, vítimas e mal-amadas.
O antropólogo do séc. 21 deve ter multidisciplinaridade, para
poder preencher melhor os anseios da alma dos clientes. Pois há o
cliente:
a) que apenas tem curiosidade de saber sobre seu MN;
b) que tem uma questão específica para discutir e, daí, o
astrólogo precisar ter um conhecimento mais profundo da
Astrologia, como Sinastria, Vocação, Empresas (e, nesse caso, a
Astrologia Mundial é indispensável), Saúde, Crianças, Karma (e,
nesse caso, conhecer Regressões de Memórias/VP, Parapsicologia),
etc.;

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c) que tem um anseio da alma, ou uma questão específica
que tem uma Causa por trás que, às vezes, nem ele mesmo percebe
(ou se envergonha) e, aí, o astrólogo, além de ser “detetive”, para
“pegar” o que está por trás (e é, realmente, o que interessa),
precisaria de outros conhecimentos para elevar a paz à alma;
d) cada vez mais o astrólogo pode ser um consultor,
interlocutor, “conversador”, alguém que o cliente procura para
discutir questões da vida e que não gostaria de conversar com
outras pessoas (a família e os amigos não são neutros, os
psicólogos têm outros enfoques e, normalmente, seus trabalhos
fazem parte de um processo mais longo, quando o cliente precisa
mais de um esclarecimento, apoio momentâneo, etc. e não quer um
maior comprometimento de consultas). Nesse caso, o astrólogo
também precisa ter multidisciplinaridade;
e) aprofundamento do MN, casa por casa, tema por tema,
incluindo certos detalhes, como decanatos e duads, aspectos
aplicativos e separativos, etc.;
f) previsões, trânsitos, progressões.
Repetindo:
- Quando nenhum bem puder ser feito, que nenhum mal
seja feito.
Viver ou saber negociar com o MN ou com a AV, dá no
mesmo: pois você sabe que está inserido dentro de um contexto
maior que a sua própria vida. E, visto assim, acaba com a solidão
existencial, não se é mais um excluído. Nisso, mitos, ciências ocultas
e psicanálise podem andar juntas no calçadão das avenidas da vida.
Além de juntas alcançarem o Everest da existência.
Não há mais lugar para o preconceito que limita as
possibilidades de ajuda, expansão de consciência e alívio. Como diz
a Constelação Familiar (CF), o que importa é:
- O que pode ajudar.
Conforme Jung, chama-se:
 Arquétipo Central – a um modelo, básico e essencial,
que coordena os demais modelos secundários (como numa
mandala). Ele é estruturante, abrange o consciente e o
inconsciente, o visível e o invisível: o que se mostra e o que se
oculta. Ou Self, totalidade. Esse padrão comportamental constrói o
destino básico da pessoa.

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O Arquétipo Central tem:
a) Numinosidade
Força própria, autonomia, energia e potência psíquica
profunda. Inconsciente pessoal com raízes no inconsciente coletivo
(veio de longe);
b) Irradiação
Foco, determinação, tornando-se um canal. Parece uma
incorporação energética, face profundo envolvimento com algo, vai
além da personalidade comum.
Ex.: se você está profundamente envolvido com sua
profissão, torna-se um canal dela e irradia essa energia. Não há
separação. Nem stress. E ganha inspiração constante, além de
discernimento (percebe as interferências inúteis, as informações
tendenciosas e imaturas, etc.). A profissão seria algo sagrado.
Se você estiver envolvido com a Astrologia ou a AV, por
exemplo, elas começarão a “trabalhar” para você. Pois é dando que
se recebe. Compartilhar, não só de você para alguém mas, também,
do Cosmos para você e vice-versa.
A propósito:
- mantra: algo que se repete, mas que só vale se você
estiver em profunda sintonia com o significado e objetivo daquele
som, palavra, frase. Mas é desnecessário ficar repetindo um mantra
como se você tivesse TOC. Apenas internalize-o. É a carga
emocional que permeia a mente e, aí, surgem atitudes, caminhos,
ideias;
- oração: só funciona se for feita com real fervor, de
dentro do coração (ou “fogo interior”) – só assim ela “chega aos
céus”. A oração contém uma Petição. De preferência que essa
petição não beneficie somente a você, mas ao ambiente ou às
pessoas com as quais se convive. (Assim, Hesed, a 4ª sefirá,
associada a Júpiter, despejará luz sobre você).
Aliás, nas suas orações peticionarias (o que é uma
redundância), foque na posição de Júpiter no seu MN e nas
atribuições de Hesed, Bondade e Misericórdia.
Ex.: Júpiter em Virgem, na casa 8: pedir condições para
ultrapassar os obstáculos (c/8) e, assim, conseguir expandir seus
serviços (Virgem).
O processo de individuação (Jung) refere-se à aceitação de
todas as partes da sua personalidade, as bonitinhas e as feinhas.
Você completo. Afinal, todos nós somos “politeístas”; vários deuses

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atuam através de nós, precisam de nós para se alimentarem e
viverem; deuses são “antropófagos” (atuam através dos planetas).
Se você repudia uma parte sua (um aspecto planetário, uma
letra do seu nome, uma sefirá da AV), acabará ficando incompleto,
com um rombo, um vazio em algum lugar. E isso interferirá na sua
vida (e saúde).
Mitos e Astrologia são como um livro aberto, uma caixa com
as características dos destinos das pessoas, o que se sabe e o que
se esperar delas, como comportar-se com elas, o que elas atrairão
para seu próprio destino (e o da Terra). É por isso que as Ciências
Ocultas e os mitos JAMAIS serão esquecidos ou desprezados por
quem SABE. A Psicanálise é outra contribuição, mas não tão plena
quanto a Astrologia: por isso, alguns psicanalistas jungianos
complementam suas análise com a Mitologia (J. Hillman, etc.).
Quem não percebe o invisível ou o que está por trás do
visível acaba perdendo o mais importante. O olhar óbvio será
sempre primário. Ex.: Áries é agressivo. E daí? Há muito mais além
disso, pois para se começar algo é preciso uma intenção ousada,
entusiasmada, “jovem”, perfuradora, de penetração no novo, etc. O
que estaria por trás de vários tipos de agressividade?
O que está por trás dos homens que maltratam as mulheres?
Talvez um pai submisso, “apagado” e uma mãe forte, “poderosa”. E
o filho homem sente-se “ferido” na sua masculinidade e, depois, se
vingará tripudiando sobre as mulheres. O mesmo com as mulheres
que maltratam homens, “vingam-se” de uma história familiar. Essas
são sugestões a serem observadas e pesquisadas, em vez de,
precipitadamente, julgar-se a pessoa (seria um enfoque
psicanalítico, mas também conhecendo os mitos e o zodíaco), o
julgamento jurídico cabe ao sistema jurídico.
Veja o invisível: MN duma mulher, ASC Câncer e 3 planetas
na casa 5. Você pode pensar que ela é fértil e que terá filhos, talvez
até três. Só que ela jamais teve filhos. Mas era dona de uma creche.
Outra mulher, com Netuno e Vênus na casa 7. Solteira
convicta, inclusive virgem. Mas casada com Deus, freira, Nenhum
amor humano preencheria. Estava satisfeita, se não estivesse, seria
avaliado o que está por trás daqueles planetas. Um ideal feminino?
Deixe o cliente falar e procure o invisível. E seja neutro,
claro. Observe todo o contexto do MN, pois um aspecto sozinho não
quer dizer nada. Conheça a estrutura familiar e ambiental da
pessoa, ficando atento às palavras usadas e o que significam para
ela. Veja por você mesmo.

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O que significa vingança? É justiça ou retaliação?
Cumplicidade significa conta conjunta? Amor é não olhar para os
lados, só para o amado(a)? Inteligência significa esperteza?
Cliente com Sol e Lua em signos de terra diz que TEM que
trabalhar. Ora, se fosse em outro elemento, as palavras “tem que”
não ficariam estranhas. Mas os signos de terra são produtivos,
trabalho não seria algo estranho. Então, há algo a investigar, buscar
um “arquétipo central” que está contaminando a situação.
Aí, cliente comenta que tem medo de errar, pânico até. De
errar não só no trabalho mas em TUDO.
- Se você errar, o que acontecerá? Morrerá?
- Exatamente.
Pois a pessoa tem o regente da casa 8 na casa 7 “Risco de
ser morto por alguém” (não, necessariamente, literalmente, mas a
suprema rejeição).
Então, essa sombra lhe acompanha. E a pessoa empaca. Não
se compromete, não ousa.
Dei-lhe um exercício para aprender a lidar com a rejeição e a
eliminação. Repare que a casa 8 ou Escorpião está em quadratura
terrestre (casa) ou celeste (signo) com Leão e Aquário, ou casas 5 e
11. Isto é:
- o pânico de ser eliminado (8), de não ser aprovado por
quem ama (8) ou pelo grupo (11).
O exercício “mágico” foi: arranje um emprego de vendas, em
que só ganhe a comissão. Será um enfrentamento da rejeição, pois
99% dos entrevistados, como no telemarketing, lhe dirão NÃO, ou
desligarão o telefone na sua cara. Uma boa vacina contra a rejeição.
Acredite: a pessoa fez e “curou-se”. Passou a aceitar e aprender a
lidar com os “torturadores” que lhe negavam.
Outro caso: mulher de Leão que se aborrece,
frequentemente, quando se reúne com um certo grupo do qual não
tem meios de se livrar. Sente-se desprezada, não valorizada. Veja
que tem a quadratura natural com Touro (valores) e Escorpião
(eliminação) e a oposição natural com Aquário (grupos).
Perguntei-lhe:
- O que você acha que foi numa VP?
- Uma diva – respondeu imediatamente.
Exercício mágico: sempre que participar desse grupo
“incorpore” (irradie) a Diva que existe dentro de você. Pois você, de
agora em diante, também é Diva.

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Ela fez isso e disse que nunca se sentiu tão bem, irradiante,
feliz consigo mesma, brilhante. O grupo espantou-se, não a
“reconheceu” mais como antes, tornou-se uma nova pessoa ali,
ganhou respeito.
Comportamentos “mágicos” são transformadores. Durante
uma longa e confiante conversa, havendo integração entre cliente e
consultor, cria-se uma Força entre ambos e pode-se chegar a um
adequado exercício mágico (técnica desenvolvida pelo diretor e ator
de teatro A. Jodorowsky).
Outra magia da criação é o alfabeto. Domina-se o mundo
pelo som e pelas letras. O Verbo. A palavra falada ou escrita torna
algo real, podendo integrar o interno com o externo.
O Nome. Shem.
O nome descreve uma situação, contata algo mágico,
manipula humores. E pode transformar. Nomes históricos têm carga
psíquica.
Um cliente agressivo, com desprezo pelas vulnerabilidades
dos outros, extremamente competitivo e predador (Marte com
planetas transpessoais e diversas oposições no MN). Teve
conquistas profissionais, mas sente-se só, os relacionamentos
pessoais são improdutivos, não encontra o “Par Perfeito”. Diz-se
especial, abençoado por Deus e só reconheceria um par também
tão divino, com realeza como ele (claro, é Leão).
Nome mágico que lhe dei: Átila, Rei dos Hunos. Conquistador
bárbaro, húngaro, teve mulheres, mas não a divina que queria (que
era da nobreza romana, contra a qual ele lutava). Neste caso,
quando ele lembrava-se de Átila (que, aliás, morreu cedo, como
Alexandre e Napoleão), o nome surgia como um aviso, um sinal
amarelo de alerta.
Para os qbl, números e nomes são importantes (Guematria).
O nome é algo sobrenatural e simbólico, podendo efetivar e acionar
algo. Todos são sensíveis e atentos ao ouvir o próprio nome ou das
pessoas que lhes interessam. Um nome pode lhe tirar do sério. No
entanto, um nome exige compromisso, como o daquela pessoa
“Diva” ou do alerta “Átila”.
Jamais altero um nome nas consultas de Numerologia sem
explicar o sagrado do novo nome e sem dar-lhe um “ato mágico”
condizente. Esse “ato” é um compromisso e uma transformação
profunda, pois está-se indo para uma nova vida.

21
c) Homologia
Palavra usada para se mudar algo, causar um efeito.
Como um talismã, magia, “simpatia” (como os casos de Diva e
Átila).
Que nome ou palavra mágica você se daria, para causar
algo? Escreva aí: ________________________________________.
Portanto, é importante:
 o que você fala
 como fala
 como usa uma palavra ou nome
 como conversa e escuta os outros
 como você se apresenta, inclusive como se veste
 como é o ambiente em que você mora ou frequenta
 quais são suas preferências e intenções.
A moda, a estética, a propaganda, etc. “trabalham” e
investem na Homologia. Cabalistas têm consciência e usam números
e gestos. (Alguns até têm TOC numerológico e gestual... Excessos
fazem parte...). Sabe-se que eles fazem parte de uma “química
oculta”, provocando transformações interiores e sintonizando com
Algo Maior.
Os romanos diziam que a Lingus Deorum era a linguagem
dos deuses. A linguagem da mente, dos símbolos e imagens, de
tudo o que poderia atingir a pessoa e levá-la a uma união interior,
com a sua alma. Os hebreus chamam a língua hebraica de Lashon
Hakodesh ou Idioma Sagrado, com o mesmo objetivo. Ela era usada
pelos sacerdotes e eruditos, enquanto o povo falava aramaico (que
era o “inglês” daquela época). Seus desenhos e ideogramas são
uma espécie de código, assim como os “nomes” dados às letras.
Aleph, por exemplo, é Boi – aquele que puxava o arado e levava o
carro para arar a terra, dar início ao futuro próspero. Era o primeiro.
Assim também é a letra A, o número 1 e o Mago, a carta 1 do Tarot.
Os nomes dados às letras hebraicas eram condizentes à
época. Hoje, o Boi do Aleph poderia ser o trator ou o Abridor de
Lata: a chance para a prosperidade futura.
Não considere nenhum símbolo de modo literal. Todas as
Ciências Ocultas são simbólicas. Vá além. Pense e observe o símbolo
de Capricórnio, por exemplo, e faça analogias, começando com o
Cabrito. Pense e observa os símbolos dos signos dos seus:
Sol (escreva aí): ___________________________________.
Lua: _____________________________________________.
ASC: _____________________________________________.

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Com essas analogias compreenderá mais sobre você e
poderá investir melhor. Se quiser.
O sânscrito é outra língua sagrada, dos hindus. Como o
egípcio dos hieróglifos; como a antiga Wattan que reproduzia a
natureza, etc. simbolicamente.
Qualquer símbolo considerado sagrado ganha vida. Como as
estátuas e locais de peregrinação. Os imperadores chineses, que
bem conheciam e aplicavam o I Ching, diziam: o literal é para os
tolos estrangeiros.
Astrologia e QBL são linguagens sagradas, Lingus Deorum.
d) Mana
Aquilo que lhe dá força, energia, irradiação pessoal, axé.
Mas, isso, quando você se sente unido, em comunhão (conjunctio
ou conjunção) com algo que é maior que você. Como se estivesse
“incorporado”. Glamour, charm, carisma, sex-appeal, conforme o
caso.
É um poder pessoal adquirido pela experiência, pela
ancestralidade, pelas atitudes. Uma espécie de contato com algo
externo, com o qual se sente uma empatia, ressonância, sintonia.
Uma pessoa pode ser bonita e ter zero de mana e carisma. Porque
talvez seja superficial, imatura, egocêntrica. Nadíssima lhe “move”,
nem lhe “puxa”. Porque não encontrou sua Visão, seu Totem.
O Mana também atua à distância e até após a morte, como
os santos, os orixás, certas personalidades que inspiram algo, Buda,
Cristo, Maomé ou Ayrton Senna, Mme. Pompadour, Lucrécia Borgia,
etc. Porque inspiram algo. Vê-se isso quando se recorre a Santa
Edwiges para melhorar a vida financeira ou sair da inadimplência,
ou a Madona (ainda viva, neste ano) para certas decisões apelativas
ou até quando se canta um hino, um enredo de escola de samba
(que tem que ter mana ou não ganha boa nota), etc.
O efeito mágico de um símbolo é insubstituível. Não se vive
sem símbolos. O casamento é um símbolo. A extrema-unção é
outro. Há pessoas, até, que mantêm mais um casamento pelo
símbolo do que por outras coisas. Outras pessoas querem porque
querem pertencer a certos clubes exclusivos, com mana, para
sentirem-se incluídas em algo que tenha Força. Ou que compram
modelos de grife.
Os nomes das Divas e de Átila estão agindo à distância,
mesmo após a morte. Se você se identificar com eles.

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e) Magia
É o contato entre dois planos: o seu e o de outra D, ou
com aquilo que você deseja e teme não ter. Com algo que lhe leve a
outro nível existencial, a uma consequência que lhe importe, a outra
realidade.
Faz parte de uma trindade eterna, com diversos nomes. Ex.:
1. Você
2. O que você anseia ou teme
3. Resultado, realização.
Ou no jogo mais simples de Tarot, mas bastante objetivo,
com 3 cartas:
1. Questão que interessa
ou Como estou
2. Interferência nisso
ou Que quero
3. Resultado
ou Consequência.
A Roda da Fortuna, uma das Partes Arábicas, também usa a
trindade:
1. ASC – arma para abrir o caminho, o Aleph
2. Sol – o que se quer, vontade que impulsiona
3. Lua – motivação interior, forte intenção nos bastidores.
Agora, se quiser fazer o quaternário, acrescente:
4. MC – como vê o mundo (a visão pessoal do mundo é
fundamental para unir ou separar pessoas e para se investir em
algo).
A AV tem 3 triângulos mágicos:
a) 1. Kether – aquilo que está acima, que coroa algo,
potencial;
2. Hokmah – a sabedoria, que é o pai supremo das
coisas e, portanto, pode dar;
3. Binah – a compreensão, que é a mãe suprema das
coisas e, portanto, ao entender, pode receber.
b) 4. Hesed – benefícios dados, através da bondade e
misericórdia;
5. Geburah – justiça recebida, que lhe mostra as
restrições, mas também as lutas vencidas;
6. Tifferet – beleza do desprendimento, que produz
acolhimento;
c) 7. Netzah – a vitória sobre os sentimentos e emoções,
que desenvolvem os relacionamentos e lhe permitem dar mais;

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8. Hod – o esplendor da inteligência, quando recebe e
capta as informações fazendo deduções e indo além;
9. Yesod – os alicerces, a base e fundação daquilo que
veio através dos sentimentos e da mente, consistência.
Todas as 9 sefirós convergem para uma 10ª sefirá, a razão
da encarnação e da AV:
10. Malkut – o reino na Terra, onde tudo acontece ou
ponto máximo da encarnação.
Daí, você percebe o elo entre as duas sefirós mais
importantes da AV, que se refletem no seu MN:
1. Kether: o potencial de tudo, abstrato.
10. Malkut: a matéria, a forma visível, concreto.
Assim, de 1 a 10 está a descida do espírito e da alma para a
encarnação, as experiências da vida, a grande aventura. Como
quando você desce do último andar da Torre Eiffel, do Empire State
(hoje tão baixinhos), etc. e vai para a realidade das ruas, para o
circo da vida.
E do 10 ao 1 está a subida ou ascensão, a saída da
encarnação, da realidade para o sutil. Saindo das recompensas e
aborrecimentos da vida, da avenida onde tudo pode acontecer,
encontros e desencontros, prazeres e balas perdidas e indo para o
Paraíso, onde nada acontece, mas onde está o potencial de tudo.
Do corpo físico para o espírito. Até que, um dia, o Paraíso, o Grande
Vazio, expulsa-lhe novamente para o Reino da Terra.
Jodorowsky chamou de Psicomagia aos atos mágicos que
levam a transformações radicais interiores, provocando um
renascimento. Esses atos são pessoais e intransferíveis, jamais
genéricos. Pois Diva e Átila não funcionam para qualquer um se não
tiverem os “genes”.
Astromagia, digo eu, seria usar atos mágicos conforme as
necessidades do MN, durante os trânsitos, para alcançar a paz
interior. Cada ponto astrológico tem sua magia pessoal, com
símbolos que podem se desdobrar ao infinito, mas que,
selecionados conforme pessoa, funcionam milagrosamente. (No vol.
2 do “Conhecimento da Astrologia Kármica” da autora, por exemplo,
questões de casas 8 e 12, Platão e Netuno, há 200 páginas com
símbolos para cada um. E não são todos os símbolos, apenas
sugestões).
Você será mago se:
a) unir sua vida a algo que deseja, de modo intenso
(comunhão, conjunção de ideais);

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b) enfrentando as crises com atos heroicos;
c) e, então, conseguindo.
O encontro entre dois mundos ou D pode acontecer através
dos deuses ancestrais (mitos), do politeísmo (ou holismo, já que o
monoteísmo trava a expansão de consciência (levou ao abuso da
concentração do poder) e diminui a inteligência humana: impossível
reduzir o sagrado, dos totens (seu daimon), das Ciências Ocultas em
geral, dos florais, sefirós, psicanálise, etc. Tudo isso leva ao
encontro do visível com o invisível, que compõem a existência. A
magia surge desse encontro. O mago transita fácil nesses mundos.
Lacan comentou que os cultos gregos e afro-brasileiros
indicavam a permanência do politeísmo na pluralidade dos desejos
humanos e suas realidades. E que a psicanálise instalou-se na
vacância do politeísmo.
O monoteísmo é um modelo único transcendente (tipo: a lei
é igual para todos – quando se sabe muito bem que não é). O
monoteísmo das três religiões do Livro (Torah, Bíblia, Alcorão) sabe
bem que a vida é politeísta e ainda que queiram, ela não é
centralizadora. Por isso, têm rituais, cerimoniais, santos, profetas,
patriarcas, textos para tudo, como se vigiando a vida por 24hs. Há a
Santíssima Trindade (ou 3 em 1, com o esquecimento do Feminino),
os anjos qbl, os 72 nomes de Deus, as 20 mil virgens, etc. Todas
essas três religiões têm um exército de anjos e demônios.
O politeísmo é descritivo, com vários mitos que mostram
diferentes formas existenciais (tipo: a lei é relativa; lá isso é ...). (E
Lacan enunciou essas diferenças de leis e pessoas comentando
sobre as peças de Sófocles, Antígona e Rei Creonte).
Em Fedro, Platão comentou:
- Os maiores bens vêm da loucura (ou êxtase, transe,
oráculos, inspirações, etc.): quando algo externo lhe invade e fala
com voz verdadeira (nas crises, diz ele, consultem os loucos). Pois
ali está o Saber.
E segue:
- Se você pertence ao séquito de Júpiter (Zeus) (similar a
Hesed) carrega o amor com dignidade, quando se apaixona. Mas se
pertence ao séquito de Marte (Ares) (similar a Geburah) e, por
acaso, sentir-se traído no amor, torna-se um homicida (querendo
fazer justiça com suas próprias mãos, do seu modo passional e
cego), ainda que isso lhe prejudique. (Vê-se isso, frequentemente,
nas crônicas policiais e nas séries de TV.). Esse séquito mata os
amantes, cônjuges, o que for que lhes atrapalhe, depois se suicidam

26
ou vão presos – mas sentem que honraram Marte, estão dispostos a
pagar o preço. Assumem as consequências de sua hubris. Agiram
“possuídos” por Marte.
Eliminar de sua vida um “deus” pessoal é como fazer
lobotomia. Prisões não deveriam ser apenas punitivas. Não
adiantam. Pois, ainda que castigado ou reprimido, aquele “deus ou
demônio” poderá se erguer a qualquer instante em que for
provocado ou evocado. O “melhor tratamento” seria através dos
mitos pessoais (ou seja: dançar conforme a música, canalizando os
atributos daquela “entidade” para algo produtivo). O que impossível
nas prisões (?) em que os “hóspedes” excedem em 40, 50 vezes
mais as suas capacidades. Há algo de podre no reino ...
Entre os Kahunas, do antigo Havaí, os delinquentes
pensavam duas vezes antes de delinquirem. Pois se delinquissem,
toda a comunidade parava de lhes falar, viravam-lhes a cabeça e
eles se tornavam mortos-vivos, invisíveis para o grupo social. Além
de sair super-barato e não ocupar tanto espaço útil. Essa é uma
excelente punição. No entanto, quando o Havaí foi ocupado pelos
ingleses do Capitão Cook, as regras foram outras (1778) e
“cozinharam” os Kahunas. Huna significa “energia interior”, Ka-huna
é o conjunto dos mitos dessa população e o título dos seus
sacerdotes. Mas antes, para que o delinquente havaiano fosse
reintegrado na comunidade, precisava fazer uma compensação
condizente à família prejudicada ou à sociedade. Que tal? Não é
uma excelente ideia? É similar aos serviços prestados – se eles
forem prestados.
Segue Platão:
- Portanto, cada um age conforme o séquito do deus ao
qual pertence.
Não se “escolhe” um deus. Você “pertence” a ele. Nasce com
ele (no seu MN, pode ser um planeta dominante). Pertence ao deus
por homologia, identificação kármica, decretado pelo instante do
seu nascimento. E ele até estava bordejando sua mãe, nos três
últimos meses da gravidez. Seu livre arbítrio consistirá em como
“trabalhar” com esse deus (ou orixá).
Mesmo não sendo chamado, Deus está presente – esse
aforismo estava exposto no consultório de Jung.
O modo como você idealiza e incorpora um deus (planeta,
signo, número, sefirá), atrairá certas situações correlatas. Porque
você o vê assim. Quem se vê como Átila procederá como Átila.
Recebe-se conforme se espera.

27
Construir o destino exige constante atenção, a fim de separar
o útil do inútil (essa é a meta das cartas 12 do Tarot, a Morte, e da
16, a Torre. Sendo que a 13 atinge uma pessoa e a 16 uma
coletividade). Não facilite, essa é a diferença entre a maturidade e a
imaturidade espiritual.
- Você é plural (Platão ainda), com componentes
heterogêneos e independentes dentro de uma totalidade (ou o Self
jungiano e o processo de individuação, seu MN). Você tem seus
lados Bom e Ruim, como um carro com dois cavalos, cada um
puxando para um lado, sendo você o condutor (eis a carta 7, O
Carro).
Homero (ou o que ele representava) dizia que você não era o
condutor desse Carro, mas que era todo o conjunto. Ou seja, você
tanto pode ser o “deus” num palco ou numa plateia. E se Homero e
Platão (e Aristóteles) tinham pontos de vista diferentes, você e eu
também podemos ter.
Haviam (para os gregos):
I) Destino, ou Moiras (Parcas). MN. Fator transpessoal,
intervenção psíquica, sobrenatural, extra-humano (ou Ate);
II) Mensageiras do Destino, ou Erínias. Planetas.
Intervenções, agentes pessoais que asseguram o
cumprimento do Destino. Podem ser invocados para ajudar.
III) Daimon. Pode ser o ASC ou planeta dominante ou focal.
Aquele que determina o destino desde o dia do nascimento. Isso é
pessoal, predeterminado, inamovível.
Na Idade Média (época reducionista), o Daimon era chamado
de Demônio Pessoal. Ou Anjo da Guarda. Freud chamou-o de
Superego, Platão de Espírito-Guia Elevado. O Candomblé chama-o
de orixá.
Jung disse que, na hora da crise, o Daimon, a Sombra, se
apresenta com uma espada na mão, pronto para o que der e vier.
O Daimon é um organizador de comportamento, condutor da
alma, executor de missões predestinadas.
f) Imagem.
Contém um modelo que possui uma razão superior:
assim, quando a alma encarna, ela vem com esse modelo.
Platão e Plotino, séculos depois (séc. 3 DC) consideravam o
destino algo pré-determinado, escolhido antes de nascer (MN). As
almas ficavam à espera, em algum astro que lhes fosse adequado
às futuras atividades, ou com características que não foram
aperfeiçoadas em VP e na VF e que seriam exigidas. Ali ficavam até

28
o momento do nascimento. Futuramente esse tal astro seria uma
imagem para o novo ser. Assim também pensava Rudolf Stein, Pai
da Antroposofia. Portanto, se você hoje não sabe conviver
socialmente com pessoas diferentes de você, talvez sua próxima
estada planetária seja em Júpiter (Vênus são os contatos pessoais
específicos e mais próximos; Júpiter refere-se “aos estrangeiros”,
com quem você eventualmente se encontra ou convive).
Onde é que você acha que deverá ser sua futura estada
planetária?
Se você tiver boas imagens e visualizações, elas lhe levarão a
níveis superiores. Pois imagens têm fortes cumplicidades com as
pessoas. É seu “filme”.
Seu cliente, amigo, filho, cônjuge, etc. têm imagens
consteladas. E você deve saber “falar” a essa imagem, se quiser ser
ouvido, ajudá-lo e educá-lo.
Imagens são transitórias.
Os atos mágicos, a Astromagia, ajudam a alterar imagens
prejudiciais.
Mas o Daimon não é transitório. Ele é evolutivo, busca um
crescimento daquela função (e o Anjo da Guarda não muda, para os
qbl há o Anjo do Momento do Nascimento).
Em grego, tem-se:
 eidolon – imagem, simulacro de algo (que depois virou
ídolo).
Define uma situação concreta, real.
 eidos – ideia, imaginação.
Define uma abstração, irreal no momento.
 eikon – imagem inteligente.
Como a alma humana. Forma interior, pessoal e real. Você é
o que é.
(Quando, na sarça ardente, Moisés pergunta a Yaweh quem
é ele, a Voz responde: Sou o que sou (Eiheh asher Eiheh), ou ainda:
sou o que sou, fui e serei). O fato é que Yaweh (ou YHVH, o
Tetragrammaton) não queria (ou não podia) dizer seu nome
verdadeiro, já que “sabia” que quando se sabe o Nome de alguém
(ou de algo, pode-se ter poder sobre aquilo).
(Se você sabe que um carro chama-se carro, tem poder
sobre ele; se não sabe, nem dá para procurar na Internet).
 eine – aparência, semelhança.
Ou forma externa pessoal.

29
Talvez como o ASC, corpo físico, aparência de um objeto que
lhe dá uma identificação.
 angelos – imagem espiritual, verdadeira.
Ou soma psíquico, essência, forma percebida, qualidade.
O soma psíquico de um signo ou sefirá é a sua forma
genérica transcendental, sua característica básica num estado
transpessoal (não pessoal).
Assim, o soma psíquico/angelos do Escorpião seria:
ultrapassagem de obstáculos pela transformação ou eliminação.
O soma psíquico da letra Yod (a menor de todas as letras,
como um pingo de chuva ou uma vírgula, no entanto a mais
importante, pois presente em todas as outras letras), a quem foi
dado o nome simbólico da Mão – tem um tremendíssimo poder de
dar ou negar, causar algo, compartilhar um não, curar ou matar
(como os venenos, como o caduceu de Mercúrio (que, aliás, rege as
mãos).
Supondo que:
- você tem o Sol em Escorpião, então tem esse “angelos”
em si;
- você é ASC Escorpião, esse é seu “eine”;
- você tem o Sol na casa 8, o que lhe faz imaginar que
atua como Escorpião, eis seu “eidolon”;
- mas você tem um self, a inteireza do seu MN, que lhe
torna uma pessoa inteira quando o integra. Esse é seu “eikon”;
- e, às vezes, você se imagina como Escorpião, num
trânsito de Plutão. Eis seu “eidos”. E até pode fazer uma tatuagem
de escorpião em algum local do seu corpo.
Todo o zodíaco e toda a AV (ETs Haym) estão dentro de
você, embora hajam certas predominâncias, conforme seu Destino e
seu Daimon.
Todas as Ciências Ocultas são revelações disfarçadas e
codificadas do mundo e da vida. Os mitos, que revelam a história da
Humanidade, eu também diria que são Ciências Ocultas, já que são
simbólicos e contêm características dramatizadas. Na verdade, a
Mitologia é tão importante quanto a História e deveria ser ensinada
nos colégios. Conhecê-los (os mitos) é ter o poder dos deuses. O
Conhecimento só é transferido para os iniciados, ou seja, para os
que, realmente, querem saber, serem demiurgos, e não para os
simples curiosos. Ou seja, o Conhecimento está à disposição, nem
todos se interessam, e dentre os que se interessam, há os que são
superficiais e os profundos (iniciados).

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Assim, os 4 elementos foram transformados em 4
temperamentos, usados por Hipócrates, no séc. 5 AC – que lhes deu
características físicas e comportamentais. No séc. 9, os elementos
foram associados a deuses, conforme os mitos. Daí, os
temperamentos:
 Sanguíneo - quente e úmido
ar, Júpiter
 Colérico - quente e seco
fogo, Marte
 Melancólico - frio e seco
terra, Saturno
 Fleugmático - frio e úmido
água, Lua
Depois, foram adaptados e modernizados para:
Fogo - ardente, masculino (M)
Áries, Leão, Sagitário
Ar - racional, M
Gêmeos, Libra, Aquário
Terra - prático, feminino (F)
Touro, Virgem, Capricórnio
Água - emocional, F
Câncer, Escorpião, Peixes
Jung fez uma adaptação para os 4 tipos psicológicos:
1. Pensamento – função racional: algo deve ter um
sentido;
2. Sentimento – função racional também: julga algo bom
ou ruim;
3. Sensação – função irracional: conforme o que capta
sensorialmente, pelos cinco sentidos físicos;
4. Intuição – função irracional também: conforme o que
capta inconscientemente.
O desenvolvimento desses tipos leva a polaridades, que se
complementam ou se distanciam. Como:
 Observador x Inspirador – ou analítico, fatos x sensível,
leva ao mágico, percepção;
 Reformador x Facilitador – ou quer consertar, corrigir x
solidário, compreensivo, ajuda;
 Diretor x Apoiador – ou comanda, dirige, ordena, dono
da verdade x suprir, nutrir, aconchegar, relativizar;
 Motivador x Coordenador – ou estimular, empurrar x
conciliar, adaptar, harmonizar.

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Algumas pessoas são paradoxais: contêm as características
contraditórias. Isso pode levar a:
a) divisão interna, culpa, paralisia, não termina,
vitimização;
b) dinamismo, multiplicação, força, vastidão, inteligência;
c) infidelidade, capacidade de se virar/solucionar,
alternativas.
Você escolhe um objeto numa loja, conforme a imagem que
ele concentra em si, conforme sua energia e poder inconsciente. Por
isso, você até gasta uma fortuna em certos objetos (cosméticos
também são objetos).
Imagens nos templos assumem características divinas e
mágicas. Certas religiões dispensam imagens (chamam-nas de
ídolos), o que é uma pena: compensam essa falta de apelo à
sensibilidade e à expansão de consciência com possessões ou
palavras e gestos dramáticos.
Uma pessoa de poucos recursos pode se sentir “poderosa” se
tiver uma TV LED de 50 polegadas e, provavelmente, fará sacrifícios
para obtê-la. A TV, neste caso, é uma deusa, é sagrada, um fetiche
terapêutico, uma união familiar. Família que reza unida permanece
unida.
O deus moderno é o tablet, ou o celular. Que estão presentes
até nos atos sexuais de certas pessoas Fanáticas. Vê-se nas aulas,
por exemplo, alunos que passam o tempo todo digitando, sem olhar
para o gestual do professor, sem incorporar o que está sendo dito.
Quando lerão o que escreveram? Quando entenderão as sutilezas
dos tons de voz do professor?
Bolsas numeradas de grife são objetos de desejo, face às
imagens que projetam. Sair na TV é demais! Sua imagem projetada
para o mundo! Tão irresistível que, em julho/2013, um criminoso
que vinha se postando doentiamente no Facebook até se postou
cometendo o assassinato da sua mulher. Aliás, o Facebook ajuda os
maníacos a postarem fotos de tudo, e eles se acham o máximo com
as tolices que enchem de informações (arriscadas) o éter.
O comércio de luxo jamais irá à falência, exceto se mal
administrado. Luxo é magia. O carnavalesco Joãozinho Trinta era
um sábio, dizia:
- Pobre gosta de luxo.
Quem dispensa uma magia?
Nobody.

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g) Persona
Máscara que se originou no inconsciente coletivo,
aparentando individualidade, imagem ideal para o público, atitude
externa.
Lembra o ASC.
Hillman disse que a persona é a integração de todas as vozes
de uma pessoa (como politeístas, lembra?). Cada uma tem um
estilo, podendo-se conversar com elas.
O Olimpo, ou morada dos deuses, reservatório de memórias
divinas e humanas, é o Thesaurus Inescrutabilis (Tesouro
Inescrutável), que contém a riqueza, o conhecimento, os mistérios.
Conforme a sua Visão do Mundo (que começa a partir do MC), você
constrói sua vida. Relacionamentos, empregos, amizades, podem
ser construídas ou destruídas conforme essa Visão. Seu futuro
depende dela e, certamente, é uma coisa importante a ser
esclarecida antes de sérios compromissos, como parcerias afetivas
ou de negócios.
O Pendurado (ou Enforcado), carta 12, vê o mundo de
cabeça para baixo, numa inversão de valores. A Torre, carta 16, vê
o mundo desabando, desestruturado. O Mundo, carta 21, acha que
o mundo é o máximo. Etc.
Como você vê o mundo e a que carta do Tarot associa isso?
_______________________________________________________.
A Fonte Universal chama-se Imaginação. Está no reino de
Netuno, o grande reservatório oceânico. Quem não tem imaginação
não acessa essa Fonte. Fica pelas beiradas. Pois é de lá que tudo
vem e para onde vai.
Atraem-se situações conforme se imagina a vida. Vem daí
uma das causas da eficiência da Magia.
Para os qbl, QBL – Astrologia – Numerologia são trigêmeas.
Complementares e inseparáveis, cada qual com sua filosofia. Todas
as três originaram-se (parece, por enquanto) na Suméria, como
“revelações”. Alguém repassou tais informações.
Para os hebreus, o princípio da QBL está no Livro do
Esplendor, ou Zohar. O que já lhe dá uma associação e, portanto,
um atributo, com a 8ª sefirá, Hod, conhecida como Esplendor, com
analogia ao planeta Mercúrio. Ali estava o conjunto de histórias que
Shimon ben Yochai, no séc. 2, contava a seus 11 ouvintes,
enquanto passeava. E que, no séc. 13 (1.290), descobriu-se que
Moises de Leon havia acrescentado uma compilação de antigos
conhecimentos. Esse “último” Zohar foi publicado após sua morte, já

33
que ele não o mostrava, nem comentava com ninguém. Sua mulher
descobriu-o e, ainda bem, divulgou-o. Logo, naturalmente, gerando
polêmicas e controvérsias, até hoje: qual o verdadeiro autor do
Zohar? Era, realmente, do séc. 2 ou foi lhe dado o famoso e
habitual “recurso da Antiguidade”. Não importa. Importa o
conhecimento.
O Sepher Yetzirah, ou Livro da Formação, foi escrito naquele
séc. 2 por Akiba, um Rav inteligente, inquieto, provocador, em
grande parte responsável pela incitação da revolta dos judeus
contra os romanos – angariando imensa mortandade. Akiba morreu
bem velho, em 135 DC. Parece que foi o criador das letras hebraicas
(mitos falam que foram oriundas da época de Moisés). Esse Sepher
trata dos princípios das Ciências Ocultas.
Abulafia (1.240 – 1.296) foi o primeiro judeu (depois
convertido ao cristianismo) que quebrou o sigilo das meditações qbl.
(Tal conversão, como outras, vinham pelas pressões da Inquisição,
ou para fugir de perseguições católicas. Alie-se ao inimigo, é uma
salvação).
Isaac Luria, séc. 16, é inesquecível. Porque deve-se a ele a
atual QBL Luriana, que resultou duma boa modernização do Zohar,
inclusive intelectualizando-o. Aprofundou a AV, como a estudamos
hoje. Conhecido com Ari (Leão), o Asquenazi (origem da Europa
Oriental), era vaidoso, inteligentíssimo, bipolar e ciumento dos seus
principais discípulos (aparecia-lhes depois de morto, cobrando
fidelidade mental). Durante séculos, foi o único qbl erudito e
polêmico que jamais foi perseguido pelos próprios judeus. Talvez
por ser bastante carismático. E não foi porque morreu cedo, porque
90% dos qbl eruditos morreram também cedo. Não escreveu nada e
sua QBL Luriana foi resultado de anotações de seus discípulos.
Baal Shem Tov (séc. 18), ou o Senhor do Bom Nome, fundou
o movimento Chassídico (derivado de Chesed ou Hesed, a 4ª
sefirá). E, também, desenvolveu exercícios de meditação. Foi
perseguido pelos rabinos e líderes judeus, principalmente porque
era de origem pobre, simples, sem cultura ou educação. Mas de
grande sensibilidade, compaixão, sabedoria e inteligência. Não dava
bola para o que comentavam sobre ele, mas tinha uma depressão
crônica, ou melancolia. O que não lhe impedia (ou talvez por isso)
de dizer umas gracinhas. E ser bem-amado pelos ouvintes. A partir
de 1.850, esse movimento se fortaleceu e continua até hoje
(provocou o popular filme francês do Rabi Jacó).

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 Meditação – é o pensamento controlado e direcionado,
com prática constante. Aumenta as percepções, seleciona
informações, elimina interferências inúteis, focaliza nas metas.
Pode-se fazer isso naturalmente, espontaneamente, 24hs/dia, num
estado de consciência, alerta.
 Contemplação – é mais envolvente que a meditação.
Como, por exemplo, você olhar uma paisagem e “tornar-se” a
paisagem. Uma espécie de “invasão”, incorporação, empatia,
identificação. E, assim, ao tornar-se naquilo, você compreende e
entende tudo sobre aquilo.
Antigamente, as técnicas de meditação eram secretas, como
os estudos da QBL. Seja pelo risco da Inquisição, seja pela falta de
bons professores ou pelo receio de que fossem usadas
indevidamente. Ou, provavelmente, por não quererem repassar
conhecimentos considerados mágicos e poderosos. (Lembro-me
quando, em 1.985, publiquei meu primeiro livro, “Conhecimento da
Astrologia”, alguns astrólogos questionaram: Por que você está
publicando, divulgando esses estudos? Assim, muita gente vai saber
(e nós perderemos o poder, pensaram). E olha que foi no séc. 20!).
As meditações originaram orações, ou petições da alma, desde a
Antiguidade (como quando os judeus foram levados para a
Babilônia, por tomarem partido contra Nabucodonosor).
O Padre Nosso parece ter origem aramaica, ou na Babilônia,
por aqueles exilados. Não é prerrogativa dos cristãos. Muçulmanos
rezam cinco vezes ao dia, tanto quanto certos monges ou monjas.
Talvez para não se esquecerem de seus compromissos religiosos. Os
judeus têm uma oração chamada Amidah (engraçado que o Buda
da Terra Pura (Japão) é chamado de Buda Amitaba ou Amidah).
Essa oração é rezada de pé, 3 vezes ao dia, repetindo-se 18 partes.
Leva algum tempo. Os qbl têm a Ana Becoach (A Força), composta
de 7 sequências das 6 letras de cada linha, tendo relação com as
sefirós. É uma oração que pede a limpeza e purificação espiritual,
bem como a comunicação com o antigo tempo de criação do
mundo. Deve ser recitada, também, de pé. Ei-la:
1. Ana Becoach Guedulah Yeminchad Tatir. Tserura (as 6
letras iniciais são: A B G Y T T);
2. Kabel Rinat Amecha Sagveinu Tahareinu Norah (K R A S
T N);
3. Na Gibor Dorshei Yichudechah Kevavat Shomrem (N G D
Y K S);

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4. Barchem Taharem Rachamei Tsidakatechah Tamid
Gomlem (B T R T T G);
5. Chassim Kadosh Berov Tuvcha Nahel Adatecha (C K B T
N A);
6. Yachid Gee Leamecha Penei Zochrei Kedushatechah (Y G
L P Z K);
7. Shavateinu Kabel Ushmah Tsakateinu Yodea Ta’Allumot
(S K U T Y T).
Completando-se em silêncio:
 Baruch Shem Kevod Malkut Olam Vaed.
(Obs.: sendo transliteração, a ortografia desta oração pode
estar incorreta, inclusive pela variedade de pronúncia, conforme
culturas sefaradista (Mediterrâneo) ou asquenazi (Europa Oriental).
Sugere-se conversar com judeus qbl).
No séc. 19, estudiosos europeus, a maioria da Fraternidade
Aurora Dourada (Golden Dawn), fizeram interessantes analogias das
22 letras hebraicas com os 22 Arcanos Maiores do Tarot e das 10
sefirós nos seus 4 mundos, com os 4 naipes dos Arcanos Menores.
(Ver “Tarot Cabalístico”, da autora).
As origens das Ciências Ocultas podem estar relacionadas
com as informações de seres estelares, ET, sejam os Anunaki de
Nibiru ou outros, como de Sírius (estrela de primeira grandeza, na
Constelação do Cão – Câncer).
O qbl Pitágoras é considerado o Pai da Numerologia e da
Matemática. Antes dele, Thot e Hermes Trismegistus já detinham
incríveis conhecimentos, que só foram descobertos e divulgados
após a decodificação dos hieróglifos e de certas descobertas dos
ingleses, no séc. 19, no Egito. Mas os sumérios e babilônios/caldeus
já conheciam essas ciências muitíssimo bem, relacionando, até, os
10 planetas (sendo que os 3 últimos só foram descobertos a partir
do telescópio, no séc. 17). Seus deuses eram conhecidos por
números. O deus supremo, Anu, tinha o número 60. Originou o
sistema sexagesimal.
O MN é uma mandala, sendo que você é o centro e os
demais planetas são seus “raios” irradiantes.
Jung disse que as mandalas, ou formas redondas, indicam
uma integridade natural. Mas as mandalas quadradas indicam uma
tomada de consciência natural.
Círculo - integração, união
Quadrado - consciência, alerta

36
A AV é uma espécie de mandala, o Ser Adam Kadmon,
homem universal.
Dinossauros e hominídeos, Neandhertais, já percebiam a
importância do Sol e da Lua, da luz e da sombra, do calor e do frio.
A agricultura ensinou os humanos a buscarem locais para se
estabelecerem e, portanto, um sentido de pertencimento. Com ele,
a posse, propriedades, conquistas de outros territórios, violações de
direitos, etc. As lições do mundo vegetal.
A caça ensinou, antes, os humanos a buscarem alimentação
e vestimentas para o frio. Portanto, o movimento, ir mais longe,
aventurar no desconhecido, desenvolver instintos de defesa e
ataque, a impermanência, as surpresas, etc. As lições do mundo
animal.
Se você se lembrar do seu passado ancestral e das diversas
experiências da alma, através das encarnações, você se lembrará:
- Do seu futuro.
Do mundo além, do que está por trás de tudo.
(Até por isso, venho trabalhando há anos com RM/VP como
tendências para o futuro e como escolhas da alma para decisões
atuais importantes. A alma sabe o que quer hoje, ou o que fará
agora, tanto quanto nos próximos anos. As RM/VP podem ser
esclarecedoras, para o bem ou para o mal: elas avisam).
Os nossos ancestrais perceberam que o Sol e a Lua influíam
no florescimento e na procriação (na super-antiguidade, de onde
hoje é a Palestina/Judeia, os povos antigos achavam que era a Lua
que engravidava as mulheres e não o intercurso sexual). E influíam
nos estados de ânimo, no físico: povos setentrionais/árticos têm
uma constituição física bem diferente dos meridionais/tropicais. Vê-
se a diferença, também, entre os habitantes das montanhas e das
praias.
Esses ancestrais concluíram que Sol e Lua podiam ser tanto
bons como maus, dependendo da situação (eram mais lúcidos do
que certas pessoas que acham que Saturno “é mau” e Júpiter “é
bom”. Precisariam aprender com os Neandhertais e Sapiens).
Passaram a temer e a adorar esses astros. Temor e adoração fazem
parte do mesmo pacote, é claro. E reverenciaram-lhes, chamando-
os de Pai/Homem e Mãe/Mulher.
Quando na Suméria, Egito, China, Índia, os demais planetas
foram percebidos, chamaram-nos de deuses, anjos planetários.
Atribuíram-lhes funções específicas, conforme observações e efeitos
(e revelações).

37
Os planetas viajantes do nosso Sistema Solar (há outros)
fazem um trajeto regular (como as linhas aéreas ou rodoviárias)
num caminho chamado Eclítica. Significando que há uma ordem
celeste no caos. Uma Ordem Regular.
Na antiga hierarquia celeste (ou calendário) havia uma época
para semear e para colher, com festivais comemorativos dos ciclos
de vida e morte (equinócios e solstícios). Ou seja: um Plano Celeste.
E daí surgiram os sistemas numérico e astrológico, com analogias
humanas e celestes.
No calendário judaico, os meses começam com a Lua Nova
(Rosh Chodesh), ao anoitecer. É um calendário, então, variável,
dependente das lunações (como em outras culturas asiáticas). O
momento do início da Lua Nova chama-se Molad. É para esse
instante que se fazem os mapas astrológicos das Luas Novas
mensais, quando Sol e Lua estão em graus e minutos exatos. Um
momento mágico para rituais.
O Ano Novo Judaico (Rosh Hashanah) começa na Lua Nova
mais próxima do equinócio de Outono, no Hemisfério Norte (e da
primavera, no sul).
O calendário judaico tem 12 meses de 28 dias, conforme o
período das lunações. Ocasionalmente, acrescenta-se outro mês,
dando um ano de 13 meses, chamado Ano Embolístico.
O melhor calendário era o egípcio, adotado por Júlio Cesar,
como calendário juliano, com 365 dias e 6 horas por ano. A Igreja
Católica, talvez para não copiar esse calendário pagão (egípcio e
antigo romano), apesar de ser o mais correto, adotou o calendário
gregoriano.
Para os qbl, cada mês tem a força energética do signo
daquela lunação e das consoantes daquele nome em hebraico, e
das letras do Tetragrammaton na Roda Celeste (RC) (ver em outro
capítulo), baseada no Sepher Yetzirah.
Essa RC contém 4 círculos concêntricos, contendo as 4 letras
YHVH, tanto na direção circular, de Áries para Peixes, como na
concêntrica, do círculo maior externo para o menor. E assim, cada
elemento terá um nome de Deus diferente:
YHVH - fogo
HVHY - terra
VHYH - ar
HYHV - água
Para a QBL, algo só existe quando tem um nome.
As letras do Tetra sugerem:

38
Yod - Y - oferta, renovação de vida
He - H - esperança, abertura de horizontes
Vau - V - compromisso, união.
Eis a Tabela de Signos/Meses:
Áries - Tle Nissan a partir 21 março
Touro - Shor Iyar
Gêmeos - Teomin Livan
Câncer - Sartan Tamuz
Leão - Arieh Av
Virgem - Betulah Eilul
Libra - Moznaim Tishrei
Escorpião - Akrav Chesvan
Sagitário - Keslet Kislev
Capricórnio - Guedi Tevet
Aquário - Deli Shvat
Peixes - Daguim Adar
Eis a Tabela dos Planetas/Letras:
Sol - Shamash, letra Tau
Lua - Levanah, letra Beth
Mercúrio - Kochav, letra Peh
Vênus - Noga, letra Caph
Marte - Maadim, letra Ghimel
Júpiter - Tsedek, letra Dalet
Saturno - Shabatai, letra Resh
O Sepher Yetzirah fez essa relação de letras, referindo-se às
7 letras-duplas. No entanto, há uma versão que troca as letras de:
Sol - Dalet
Júpiter - Tau
As 3 letras-mãe são consideradas forças da natureza (por
isso a, Terra não está incluída):
 Aleph – ar: mundo celestial, origem, respiração;
 Mem – água: mundo astral, dos instintos, psíquico,
fecundação/mãe de tudo;
 Shin – fogo: mundo físico, recebeu a centelha divina.
Os qbl também usam as 3 letras de cada um dos 72 Nomes
de Deus, com seus respectivos 72 anjos, associados aos dias e
horas de nascimento, a fim de alcançarem objetivos específicos.
(Por serem muito extensas, as relações desses nomes e anjos, com
suas datas e horas, estão no vol. 2 de “A Carruagem”, da autora,
portanto, complemento importante para a Astrologia QBL).

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É interessante saber um pouco sobre Pitágoras, um qbl
não judeu, mas que aprendeu QBL quando foi aprisionado e levado
para a Babilônia.
Ele nasceu na ilha grega de Samos, por volta de 580 AC. No
seu nascimento, o Oráculo de Delfos vaticinou:
- Eis um que será diferente dos outros. É o cara.
E que ninguém quisesse saber dos detalhes. Diferente como?
Quem vivesse, veria.
Seu pai era joalheiro e, quando viajava, levava o filho.
Depois, Pitágoras foi estudar no templo, onde aprendeu Astrologia –
Astronomia (andavam juntas), Meditação (estudar é meditar,
concentrado naquilo e alheio às interferências). Viveu 20 anos no
Egito, estudando nas Bibliotecas. Quando os persas invadiram o
Egito, ele foi levado para a Babilônia. Até que foi bom. Foi aí que
aprofundou diversas ciências e temas, incluindo a QBL. Foi libertado
em 520 AC, 5 anos após o aprisionamento.
Fundou a escola de Crotona, na Itália. A Escola Pitagórica era
organizadíssima e seletíssima. Tornou-se o centro do conhecimento
da época. Coisa raríssima, homens e mulheres estudavam juntos,
além de serem vegetarianos.
Os alunos eram selecionados por:
a) caráter e disposição
ambição direcionada ao conhecimento e à evolução
(fogo)
b) coragem e disciplina
condições pessoais econômicas suficientes para se
manterem e não ficarem sujeitos à corrupção (terra);
c) inteligência e dedução
mente elevada, exímia, neutra, a fim de maior e melhor
aprendizado (ar);
d) bondade e devoção
maturidade emocional, a fim de não tornar-se vulnerável
às frustrações da vida (água).
A Escola exigia 5 anos de silêncio (ou seja, não dar palpites,
já que ainda se sabia pouco), disciplina, meditação, exercícios de
cantos e danças sagradas para elevar o espírito e facilitar a
canalização.
Os alunos passavam por 3 etapas:
1. Catarse ou purificação
Limpeza dos problemas pessoais, tornar-se “puro” para
os ensinos superiores (não vir contaminado).

40
(No mito, Saturno passa por um rito de purificação, quando
lhe foi dada uma erva vomitória. Só depois de expurgar-se da mania
de controle, na Guerra dos Titãs, é que foi para a Terra dos Bem-
Aventurados – espécie de Paraíso);
2. Perfeição
Para melhor adequação ao ensino místico e à elevação
pessoal. Aperfeiçoamento de seus dons;
(Ou a subida da Kundalini, ou na AV, de Malkut para os
demais 32 caminhos);
3. Epifania ou revelação
Abertura ao Cosmos, percepção de Algo Maior: Visão.
 Pitágoras era alto, carismático, sério e bonitão. Casou-se
com uma mulher bem mais nova, talvez um 35 anos de diferença,
podia ser pai dela, chamada Teano. Tiveram dois filhos.
Num certo dia, um tal Cílon, membro da nobreza mas não de
sentimentos e pensamentos nobres, quis entrar para aquela escola.
Foi recusado por não preencher os requisitos. Acabou provando que
merecia a recusa: pois destruiu, incendiou a escola, matou a maioria
dos discípulos (como fazem hoje alguns tresloucados, atirando
mortalmente em escolas).
Pitágoras e família fugiram. Ele morreu com 80 anos (havia
se casado com 60 anos). Nada escreveu, até porque também não
queria que os alunos anotassem nada e focassem a atenção. Foi
pena. Mas, antigamente, por não ter laptop e Internet, a memória
era bem melhor e confiável. Mais tarde, alguns discípulos fizeram
registros.
Sócrates foi outro que nada escreveu. Nem havia gravador
naquela época. Platão foi seu aluno, fez registros, junto com outros.
O mesmo aconteceu com Luria, cujas aplicações da AV foram
registradas por Chaim Vital e outros alunos. Veja a importância dos
bons alunos.
Chama-se Zadik (ou Tsadic, Tzadik) ao mestre, sábio,
iniciado na QBL, acima das cobranças do mundo (está no mundo,
mas não pertence a ele). O justo. Se lhe interessa ser como um
Zadik, eis uma sugestões:
- constante atualização geral;
- capacidade de transmitir;
- aperfeiçoar-se, pesquisar, aprender sempre com tudo,
buscar descobertas, ter humildade perante o vasto;
- expandir o potencial, multiplicar-se;

41
- silêncio interior, observação: a fim de perceber o
invisível e ter mais intuição (excessos de envolvimentos externos
atrapalham o sutil, descompensam mental e emocionalmente. Será
que isso influiria na labirintite?).
Houve época em que pessoas com maior conhecimento,
inteligência, desenvolvimento psíquico, compaixão para a cura e a
limpeza, etc. eram consideradas feiticeiras, possuídas por demônios
e tal e coisa. Assim, lavar as mãos e limpar feridas, em vez de
esfregar-lhes esterco, era coisa demoníaca; às mulheres eram
vedadas certas coisas da área masculina, como curar, estudar, ser
artista, pintar quadros e qualquer outra coisa que não fossem os
serviços domésticos; ah, isso também é demoníaco, pecadoras do
orgulho ou da luxúria e sei lá mais o que. A mãe de Kepler foi
torturada pela Inquisição por querer ajudar os doentes. Foi
denunciada pelos próprios doentes, que não gostavam do seu
temperamento (fofoqueira). Mulheres não podiam estudar QBL.
A contrainformação é uma tática de repressão do
conhecimento, assim como informações confusas, enroladas,
tolamente complexas ou superficiais: propositadamente afastam
pessoas. Sabe-se que vários escravos africanos eram príncipes, reis,
nobres, sábios em suas terras. Tornaram-se produto de venda,
escravidão quando eram sequestrados por compatriotas, ou quando
perdiam guerras. Assim como os judeus exilados na Babilônia eram
os aristocratas, eruditos, grandes comerciantes. Ou como os filhos
de sheiks, raptados e escravizados por sultões; ou como os nobres
astecas, etc., etc. Bastava dar mole.
A escravatura brasileira foi péssima, embora nenhuma seja
ótima, mas o Brasil separou, propositadamente, as famílias e casais,
a fim de enfraquecê-los psiquicamente. E foi divulgado que os
negros escravos eram rudes, ignorantes, grosseiros. Nem todos:
basta ver o porte de alguns deles. Houve preconceito cultural e
religioso e, com isso, foram-se chances de conhecimento,
desenvolvimento e oportunidades. As conquistas espanholas nas
Américas foram terríveis (os astecas não suportavam o fedor dos
espanhóis que, por sua vez, não suportavam tomar banhos). As
histórias de colonização são bem tristes.
Também as questões de ET foram (ou são?) vistas com
preconceitos e, daí, perderam-se interessantes pesquisas dos
antigos japoneses, hindus, chineses, sumérios e caldeus; dos
kahunas do Havaí destruídos pelo sanguinário Capitão Cook, os
toltecas da Guatemala, os aborígenes da Austrália e Tasmânia que

42
se diziam descendentes de ETs, etc., etc. Orgulho e preconceito. Em
todo caso, alguns registros foram salvos.
Igualmente com os qbl, perseguidos pelos próprios judeus,
inclusive em pleno séc. 20, quando o Rav Ashlaq foi perseguido por
querer atualizar e modernizar a QBL. Os antigos rabinos devem
estar dando voltas nos túmulos ao descobrirem que Madonna e a
QBL são assim, ó, unha e carne.
Tudo é uma questão de tempo.
O mundo gira. I poi, si muove.
Teorias podem ser especulações, até serem praticadas,
aperfeiçoadas e, depois, sistematizadas. Assim foi com os
computadores. Ir contra isso seria não progredir. Reprimir ou
vilipendiar a educação só serve aos interesses de algum grupo.
Veja algumas antigas teorias, hoje aplicadas:
- O Tzim Tzum da QBL é o atual Big Bang.
- As 10 sefirós da AV são a atual Teoria das 10 Cordas, da
Física Quântica, ou as 10 Dimensões.
- Pitágoras já sabia que a Terra era redonda e não era o
centro do Universo. Galileu foi execrado pela Inquisição pelo mesmo
tema.
- Platão falou sobre a Atlântica (ou Poseidonia), conforme
relatos de Solon, quando ele retornou do Egito.
- Os 32 Caminhos da AV foram o balão de ensaio do
Coaching atual e da autoajuda.
- Bebês se lembram do que ouvem, no útero, a partir da
29ª semana de gestação, após o 7º mês, conforme pesquisa da
Universidade de Helsinque, em 2013. Ora, isso já se sabe, através
de Regressões de Memória, para o período de gestação, há muito
tempo ... (eu mesma já fiz diversas dessas RM que depois foram
comprovadas pelos pais dos clientes).
E por aí vai.
- A Astrologia foi o primeiro processo de
autoconhecimento e de previsões e, até hoje, é o mais completo
deles. Segue-se o dos orixás, de origem africana, mas na verdade,
bem antes: é um riquíssimo estudo de tipos psicológicos.
- O ciclo de precessão dos equinócios, que dura 25.920
anos, com suas 12 Eras, já era conhecido na Suméria, Babilônia,
Egito, Índia, China, há mais de 4.000 anos, quando não havia a
atual tecnologia (haviam outras).
A Física Quântica, a Astronomia, a Cosmologia não estão
mais engatinhando, mas não estão, também, em nenhuma

43
maratona. Dias virão... O Universo é um modelo para todos os
sistemas ali contidos. E, assim, meu bem, o seu corpo físico,
também é o seu universo pessoal, com suas respectivas leis, regras,
etc. E, quando uma parte dele não funciona, enguiça a máquina do
seu corpo.
Astrologia, Numerologia, Tarot, QBL, etc. têm seus universos
particulares e mostram que não há separação entre o micro e o
macro. A Astrologia tem seu universo composto de signos, planetas,
casas, aspectos. A Numerologia com os 9 números, a QBL com sua
AV; o Tarot com seus 78 arcanos, etc. São “tesouros” de
informações. É rico, milionário, quem os conhece. Estudar uma
dessas Ciências Ocultas é entrar num mundo de revelações e ter
uma epifania atrás das outras.
Daniel Quinn, no seu livro “Ishmael” diz, num enigmático
diálogo sobre os Takers (os que tomam) e os Leavers (os que
deixaram):
- Se você quer dominar o mundo precisa do conhecimento
dos Takers, é indispensável. Quando os missionários misturaram-se
aos Leavers espantaram-se deles não saberem, pois parecia
evidente.
- O que?
- O conhecimento necessário para reger o mundo. Quem,
além dos Takers, tinha esse conhecimento?
- Não sei.
- Os deuses, claro. E como eles o adquiriram? Bem, essa é
a história que lhe contarei: ao comerem o fruto da árvore do
conhecimento eles souberam quem deveria viver e quem deveria
morrer.
É um teste interessante e desafiador, unir as diversas partes
de qualquer uma das Ciências Ocultas, até chegar a um resultado
ou unidade. É como se fosse um daqueles jogos, como War, Banco
Imobiliário, quebra-cabeças e até a Batalha Naval ou o Xadrez.
Como nos mitos de Dionísio e Osiris, ambos despedaçados pela
concorrência e, depois, juntadas as partes de seus corpos.
Jodorowsky diz que quando você interpreta o Tarot, você junta as
partes do deus e ressuscita-o. É isso.
Interpretar Astrologia (ou AV, ou Tarot, ou Nomes) é
provocar uma ressurreição. O que deslumbra as pessoas.
O MN tem 4 direções, 4 pontos cardiais (ASC/DESC, MC/FC).
É como a suástica sânscrita. Pode-se fazer o mesmo com o jogo
Peladin do Tarot (4 cartas em cruz e mais 1 no centro, como um 5º

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elemento, ou como o próprio centro (da Terra, da pessoa, da
questão). Quando a suástica se movimenta em rotação, é como o
Universo atuando. O mesmo se dá com os 4 mundos da QBL.
A suástica é a Roda da Lei (Dharmachakra), para os antigos
hindus. Era um emblema tanto de Buda como do Cristo,
considerada como emanação das 4 direções vindas da Ursa Maior
(centro iluminador e diretor).
Interessante observar, sempre, os poderes ou
complementações ou polaridades em qualquer das Ciências Ocultas
(CO).
a) Na Astrologia, eixos de casas: c/1 e 7, c/2 e 6, etc.;
b) eixos de signos: Áries e Libra, Touro e Escorpião, etc.;
c) pares de planetas: Sol e Lua, Vênus e Marte, Júpiter e
Saturno;
d) na Numerologia, os números pares (2, 4, 6, 8) e os
ímpares (1, 3, 5, 7, 9);
e) no Tarot: cartas pares (F), colocadas à esquerda, e
ímpares (M), à direita;
f) no Tarot: naipes pares (F): copas e ouros; naipes
ímpares (M): paus e espadas;
g) na AV da QBL: coluna da direita (M), com suas sefirós, e
da esquerda (F), idem, complementando-se: Dar e Receber.
Até o séc. 20, ir à Lua era uma ideia absurda e ainda tem
gente que duvida. No entanto, séculos antes, até milênios, algumas
figuras judaicas (e outras), como Ezequiel, Enoch, Elias já tinham
feito tais viagens e, além da Lua (provavelmente Nibiru ou Pleiades
ou Sirius). Para eles, viajar pelo Universo era tão simples como hoje
ir a Miami. Usaram seus aviões moderníssimos, atravessando
buracos negros, nas fantásticas carruagens de fogo (ou Merkabah).
Até hospedaram-se em resorts celestiais. Enoch até ficou por lá e
mudou, claro, de nome: passou a ser Metraton, o arcanjo que fica
ao lado de Yaweh. Você já sabe: muda-se de nome quando se
muda o destino; antes, é balela. (Agora é que me toquei que os
nomes daqueles 3 começavam com a letra E que, na Numerologia
pitagórica, tem valor 5 e significa: aventurar, ora vejam só! A
propósito, Elias significa Deus (El) é eterno e Ezequiel, Deus
fortalece.
Vidas têm ciclos, encarnações e intervalos. A respiração
reflete isso:
- inspirar: entrar ou nascer
- leve intervalo: esperar

45
- expirar: sair ou morrer.
Intervalo é o momento de espera antes de algo começar, ou
antes de encarnar.
Um ciclo começa no instante em que você se interessa por
algo e põe-se em movimento para alcançar aquilo. Ou quando algo
se acabou, antes. O ASC é o início de um ciclo, assim como a 1ª
letra Aleph, ou a sefirá Kether, número 1, potencial. Ou vindo de
baixo, da sefirá Malkut, número 10, saindo do Reino.
Na Numerologia, um ciclo começa no número 1 e acaba com
o número 9. No Tarot, começa com os Ases (1) e acaba com o
número 10 (embora acabasse no número 9 e o número 10 fosse
apenas um exagero, uma ratificação, preparando para um novo
ciclo, outra dezena). Ou começa com o Mago (1) e acaba a 1ª fase
com a Roda da Fortuna (10), virando para uma nova etapa, em
outro nível, até o Julgamento (20), tudo se completando no Mundo
(21) e abrindo condições para o Louco (0 ou 22) se lançar na vida,
pleno de esperança e ingenuidade.
O Louco ou o Zero relaciona-se com o sagrado, já que o
Zero, por exemplo, é o Potencial, o Vazio que contém todas as
possibilidades, o manifesto. Quando se morre ou finaliza-se algo,
retorna-se ao Zero (e ao Louco).
Os qbl usam as energias dos anjos como canais condutores e
inteligentes, com atributos específicos. Só que você também pode
“criar” (como Prometeu) um anjo (uma anja, como Pandora, cujo
vaso que lhe foi presenteado continha todas as misérias do mundo.
E pasme, Pandora também era traduzida por Vagina. Ela não devia
abrir o vaso (fazer sexo). Claro que abriu (fez). Mas restou a
Esperança, quando as desgraças voaram (restou a Vida). Veja o
preconceito com as mulheres: Eva e Pandora). Voltando: você pode
criar um anjo (ou um demônio), ou até uma equipe deles (hostes).
E, também, pode “demiti-los” quando bem entender e “contratar”
novos. Como?
Pelos trânsitos. Os trânsitos criam anjos, demônios, avatares,
golens. Que são intermediários, agenciadores para aquilo que você
está criando, querendo, investindo. Antes, esses seres eram
chamados de Forças da Luz ou das Trevas (e ainda há uma boa
turma que usa e prega tais nomes). Eles, então, atuam sempre
pelos trânsitos ou pelos aspectos no MN.
Como se sabe, anjos revoltarem-se com a decisão de Deus
em que os homens seriam superiores a eles, pois não estavam
presos às suas funções, tinham livre arbítrio (e corpo físico com as

46
sensações variadas). Assim, os anjos teriam que obedecer aos
humanos. Aí, Deus disse:
- Oh, não se preocupem tanto: as sensações humanas
podem ser de prazer, mas também de dor; além disso, não terão
tanto livre arbítrio assim, pois estão condicionados ao seu Mapa
Astrológico.
*
É a sua força psíquica que comanda o anjo. Ou o demônio.
Assim fazem os magos.
*

47
2. NOÇÕES DE NUMEROLOGIA
(Ou Retornar ao Futuro)

Isto é: renascer. Ou investir num ideal/projeto que já está


determinado no seu MN.
Plutão é o planeta do futuro. O que morre e renasce, esse é
o destino.
Há enfoques diferentes para:
 Buda – um ser humano superior, consequentemente
indicando que qualquer outro ser humano pode se elevar. De
Sidarta Guatama para Buda e, daí, a transformação, o novo destino,
que lhe fez ser conhecido por outro nome. Qualquer um pode
tornar-se um Buda. Pois ele era um homem.
 Jesus Cristo é diferente. Não é hum homem, é um deus.
E supra-humano. Você não pode tornar-se igual a ele, pois você é
humano. Mas pode imitá-lo, tê-lo como modelo (exceto nos últimos
dias, quando foi torturado e morto. Embora haja quem aprecie).
O catolicismo é uma religião, absolutamente mágica:
- um ser divino
- um pai divino
- uma mãe vigem
- uma ressurreição
- milagres diversos
- cerimonial e rituais estonteantes
- um Papa soberano
- beleza, riqueza, santos.
Quem não aprecia reverenciar forças abstratas superiores e
de poder contar com uma autoridade divina também superior?
Divindade. Só essa palavra já tem carisma. Afinal, se você tornar-se
superior como Buda só vai poder contar é com você mesmo: não há
nenhum Pai acima de você. Mesmo que esse pai lhe abandone.
YHVH é o nome de Deus. O Alto, Supremo, Único. O
Tetragrammaton, ou palavra de 4 letras.
Para a QBL, letras e números são iguais, contêm-se.
Na Suméria, há mais de 5.000 ou 6.000 anos, os deuses
anunaki eram conhecidos por números, em vez de nomes. Claro que
tinham nomes, mas os números indicam seus atributos, alguns
deles secretos. Numerologia era um código. O número 60 referia-se
ao Supremo deles, Anu. Os qbl aprenderam numerologia quando a
elite judaica foi escravizada na Babilônia, no séc. 6 AC.

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A eclítica, a faixa celeste onde os planetas transitam, onde
está o zodíaco era chamada de Caminho de Anu.
Se você diz que uma pessoa é 10, significa que ela é o
máximo. Já o chefão, o capo, é 1. E quem nada vale é um 0 – à
esquerda.
O Tetra Ky, uma figura pitagórica quaternária, tem 4 linhas
com pontos, cujo significado é:
1ª linha: 1 ponto
Fonte de tudo
2ª linha: 2 pontos
Expansão de algo, ou parceria, dualidade
3ª linha: 3 pontos
Resultado da parceria, manifestação visível
4ª linha: 4 pontos
Base, alicerce, aquilo que dá sustento a algo.
Por essas e outras é que o quaternário é poderoso.
Na Astrologia, ele está nas cruzes: cardiais, fixas, mutáveis.
Cada uma composta por 4 elementos.
Na QBL, além do poderoso Tetragrammaton, o nome sagrado
e impronunciável de Deus, Yaweh (que hoje qualquer um fala. Já
não se fazem mais mistérios como antigamente. Exceto nas
finanças). Ele significa:
 Y (Yod ou Iud) – Pai
Arquétipo de tudo, emanação, potencial, gérmen, vontade,
impulso. Mão que se estende.
Fogo. Ou os Reis do Tarot. Paus.
 H (He ou Heh) – Mãe.
Arquétipo da criação conduz os impulsos emanados do Pai,
ou dos seus próprios sentimentos. Fecundidade, gestação. Uma
janela que se abre ao infinito. Matéria onde a obra será
estabelecida.
Água. Ou as Rainhas do Tarot. Copas.
 V (Vau ou Vav) – Filho.
Arquétipo das formas, dos modelos dos padrões, mente
funcionando após a criação. Faz um elo. Atuante e ativo, dá forma a
um potencial.
Ar ou os Cavaleiros do Tarot. Espadas.
 H (repetição do 1º He, mas em outro nível, já que
recebeu a influência de Vau, a letra anterior).
Todas as letras são influenciadas pelas letras anteriores. E
influirão nas posteriores. Como os números. O 1º He recebeu a

49
influência de Yod, que atua num mundo mais abstrato, de
emanações. Agora, o 2º He recebeu a influência de Vau, que atua
no mundo das formas e suas vinculações.
Filha. Que tem condições de abrir para outras potencialidades
(através das gestações, fazendo algo nascer concretamente).
Terra. Ou os Pajens do Tarot. Ouros. Ação que alterou as
condições existentes carrega a semente, o embrião, o futuro.
Automaticamente, esse 2º He leva o outro Yod, num nível
mais inferior e, assim, sucessivamente:
Y H V H. Y H V H. Y H V H etc.
Como o bisavô que leva ao avô, que leva ao pai, que leva ao
filho, etc. Do Neandhertal até você, um ser super-refinado.
Os 4 elementos acima relacionados manifestam-se nos
elementos dos signos.
 Fogo – Y – Yod
Áries Y, Leão H, Sagitário V
 Terra – H – He
Touro Y, Virgem H, Capricórnio V
 Ar – V – Vau
Gêmeos Y, Libra H, Aquário V
 Água – H – He
Câncer Y, Escorpião H, Peixes V
E nas quadruplicidades:
 Cardiais – Yod
Áries YY, Câncer YH, Libra YH, Capricórnio YH
 Fixos – He
Touro HY, Leão HH, Escorpião HH, Aquário HV
 Mutáveis – Vau
Gêmeos VY, Virgem VH, Sagitário VV, Peixes VV
Ou nas 4 estações:
Primavera: Yod
Verão: He
Outono: Vau
Inverno: He
Ou nas 4 fases da Lua:
Nova – Yod
Crescente – He
Cheia – Vau
Minguante – He
E em todas as 4 etapas de qualquer ciclo: nos 4 pontos
cardiais, nas 4 operações aritméticas, nas 4 paredes de sustentação

50
de uma casa, no ciclo de vida (infância, juventude, maturidade,
velhice), etc.
Os 4 pontos cardiais, com suas 4 subdivisões, criam a Rosa
dos Ventos e as 4 direções da suástica (ou Dharmachakra, as leis do
Destino, o dever concentrado nas rodas dos chakras). Ou Roda da
Lei.
Vale mencionar o Tetragrammaton (pentagrama) ou estrela
de 5 pontas ou pentáculo. Composto de 5 letras: as 4 do
Tetragrammaton e mais uma, que fica incorporada no centro do
Tetra:
- a letra Shin (Sh) que significa fogo, centelhas de luz, ou
os dentes que transformam ou destroem a matéria.
O Pentagrammaton incorpora o 5º elemento e foi daí que se
originou o nome de Jesus (com os 5 elementos):
Y H V H – Yaweh (ou Jeová)
Y H Sh V H – Yeshua (Jesus)
A QBL Hermética, ao reunir os conhecimentos hebraicos,
egípcios, cristãos, associar a letra Shin ao Espírito Santo. Seu
ideograma tem uma base, de onde saem 3 centelhas de fogo, ou 3
dentes:

Pentagrama Shin

O Pentagrama refere-se ao Homem. O Tetragrama refere-se


a Deus.
O número 5 é considerado o número do Homem porque tem:
1 cabeça, 2 braços, 2 pernas. Invertido, foi considerado, há séculos,
um símbolo diabólico: o Homem de cabeça para baixo que, em vez
de se elevar, preferiu descer. Ora, o Pendurado, carta 12 do Tarot,
também está invertido, e as moedas caem dos seus bolsos,
mostrando a despreocupação material. Interpretações sempre
dependem de quem interpreta. Na AV, a descida das sefirós, do 1
ao 10, representa o processo da encarnação; e a subida, do 10 ao
1, é o da elevação, isto é, desencarnar, largando o mundo.

51
O Zohar diz que Deus criou o Universo com a ajuda dos
números e letras. Começou recusando as letras que, também,
estavam em palavras que prejudicavam a vida na Terra. Pois as
letras carregam seus símbolos e influências para onde estiverem.
Mas, Deus aceitou duas letras que, ao criarem o mundo, tornaram-
se as primeiras do alfabeto:
- Aleph – que significa o 1º;
- Beth – pois está na palavra Benção (brachah, em
hebraico).
Portanto, iniciar a vida na Terra com bênçãos. Daí saiu Aleph-
Beth ou alfabeto, em hebraico; Alfa-Beta em grego, etc.
Letras, números, signos, planetas, cores, sons, etc. são
formas-pensamento da 4ª D e contêm ideias. Falar ou escrever é
evocar a manifestação daquilo, provocar a materialização. Daí, a
força da propaganda. E das pragas.
Estimular um símbolo é como uma espada de dois gumes:
ida e volta, curar e matar, construir ou destruir – como o caduceu
de Hermes e os dons do ferreiro Vulcano (Hefaistos).
Os números estão na AV através das sefirós, ou
vasos/receptáculos. Indicam um sistema evolutivo, ou expansão de
possibilidades.
0 – o vazio que é cheio, pois contém tudo e o Vir a Ser (ele
não aparece na AV, embora possa ser associado à sefirá oculta:
Daat. Algumas AV incluem-na, mas para manter as 10 sefirós,
retira-se Kether.
 1 – unidade, síntese, primeira manifestação de algo,
microponto. Impulso. Único – consequentemente, tem futuro,
quando algo nasce/começa, logo surge o 1 (Aleph) e, com ele, a
expectativa de futuro. Reencarnação, desenvolvimento, potencial
atuando.
Até que, um dia, o 1 retorna ao 0 ou Universo. Tudo que um
dia começa, um dia acaba. E recomeça, para acabar novamente.
Esse é o nosso destino: Retornar ao futuro.
Necessidade e fatalidade.
Foi daí que surgiu a poderosa e antiquíssima fórmula mágica,
hoje badalada na tecnologia. Há milênios, anunaki, pitagóricos, qbl,
chineses e sei lá mais quem já sabiam: do potencial alcança-se o
infinito (de qualquer coisa, situação, pessoa): 01 01 01 01.
Portanto, cada letra e número tem um potencial que vai do
seu 0 (situação incriada) até o seu 1 (situação criada e, daí, o céu
nem é o limite).

52
Os mitos dizem que os números são deuses, cada qual com
seu atributo e função específica (como los Angeles). Nenhum deus
jamais ousará interferir na área de outro deus. Como, também, não
querem que interfiram na sua. Até hoje não dá para um médico
interferir na engenharia, a não ser que faça esse outro curso. Essa a
importância dos cursos e diplomas: gabaritar. Ou do empirismo:
experiência própria a longo prazo. Pois cursos sem experiência
continuam no 0.
Quando o destino muda, muda-se o nome. Pois tarefas,
interesses, desafios, direções também mudam. E, sendo assim, é
preciso largar o passado e preparar-se para o futuro.
Mudar o destino é ter um caminho e uma disposição
completamente diferente, mas kármica. Nada a ver com
aperfeiçoamento de uma característica, pois aperfeiçoar deve ser
uma constância.
Só se deve alterar o nome quando, realmente, se altera a
vida. Você só ganha o título de Presidente quando é eleito e
empossado. Quando Enoch foi abduzido pelos anjos (ET) de Yaweh,
e não voltou mais à Terra, mudou seu nome para Metraton. Quando
a escola de Pitágoras foi destruída e ele emigrou, mudou seu nome
para Yarancharya. Quando Abraão deixou Ur, impulsionado por uma
ordem divina, passou a se chamar Abrahão (ganhou uma letra.
(Abrahão significa Pai dos Povos) e sua mulher, Sarai, passou a ser
Sara (perdeu uma letra, Sara significa Princesa).
E já que falamos nisso, veja, curiosamente, alguns
significados de nomes:
Aarão – montanhês (irmão de Moisés);
Adão – homem
Adonias – Deus é meu Senhor (vem de Adonai, Sr.)
Benjamim – filho dos meus dias
Daniel – Deus é meu juiz (El é também Deus; Din é justiça)
David – amado
Efraim – multiplicar
Elias – meu Deus é eterno
Eliezer – meu Deus é meu socorro
Ezequiel – Deus fortalece
Esdras – auxílio
Gabriel – Homem de Deus
Gerson – estrangeiro
Isaac – riso, satisfação
Isaías – salvação divina

53
Israel – ministro de Deus
Itamar – mencionado, lembrado
Jacob – segura o calcanhar
Jeremias – Deus elevará
Joel – Deus eterno
Jonas – meigo, pomba
José – aumentar
Miguel – quem é como Deus
Moisés – salvo das águas
Oseias – salvação
Rafael – curador de Deus
Rubens – veja meu filho
Salomão – pacífico
Samuel – Deus ouviu
Saul – desejado
Zacarias – lembrado.
Eis alguns nomes femininos:
Ana – graciosa
Abigail – pai alegre
Débora – laboriosa
Dinah – vingada, justa
Ester, Ethel – estrela, ocultar
Eva – existir, ter vida
Yonah – pomba
Judite – louvada, judia
Lea – olhos tristes
Miriam – estrela do mar, elevada
Naomi – amável
Raquel – calma, ovelha
Rebeca – laça com a sua beleza
Rute – amiga, bela
Salomé – pacífica
Suzana – flor, lírio
Tamara - palmeira
Mudar o nome implica, obriga a largar o passado. Eis porque
cai bem um ato mágico, iniciático, como se estivesse sendo
empossado num novo cargo, assinando um contrato. (Por isso, de
uns tempos para cá, sempre que faço Numerologia para alterar o
nome de alguém, principalmente em casamentos e profissões – e
até para bebês – passo um profundo ato mágico para a pessoa (no

54
caso de bebês, é com os pais). O ritual certamente atua no astral da
pessoa).
Mudar o nome também significa descartar características
inúteis, desnecessárias, prejudiciais à nova vida. Todo nome deve
ter dignidade, respeito, temor e reverência. (Certas alterações de
nome são ridículas ou parecem sopa de letrinhas ... não se ganha
nada importante com isso).
Vários povos antigos tinham dois alfabetos, como os
sumérios, hebreus, egípcios, hindus, astecas, etc.
- um para a vida e pessoas comuns, para o povo em geral
(no caso de judeus era o aramaico, língua falada em várias regiões,
como o atual inglês);
- outro para as questões sagradas e nobres, destinado aos
sacerdotes, eruditos, uma elite. Usavam um alfabeto hierogâmico,
com os hieróglifos egípcios, os ideogramas hebraicos, o sânscrito. A
língua hebraica, sacerdotal, nobre, era chamada de “lashon ha-
kodesh” (língua sagrada).
O alfabeto hebraico tem 22 letras, todas consoantes: que
formam as estruturas das palavras, sendo objetivas, visíveis,
externas. Não se usam vogais, que aparecem disfarçadas em traços,
pontos, etc. Pois as vogais, ao tornarem as palavras mais explícitas,
mostram intenções ocultas, sendo subjetivas e, no caso, invisíveis.
Consequentemente, uma palavra pode ter vários significados e
intenções, conforme as “vogais ocultas”.
Veja um exemplo, mas em português, para que todos
entendam: Amor.
Consoantes: MR (visíveis).
Essas letras podem aparecer em diferentes palavras,
conforme as vogais:
- Ramo, Remo, Rumo, Rima, Roma; Mar, Muro, Rim, etc.
Ou até em nomes: Moira, Maria, Maíra, etc.
A Guematria (no singular; no plural: Guematriot) é a
Numerologia Judaica (com valores diferentes da ocidental e
pitagórica), em que a soma das letras de várias pa lavras, sendo a
mesma, une a mesmo destino, tem o mesmo resultado da
expressão. Portanto, há uma analogia entre essas palavras, já que a
síntese, o final, é idêntico (ainda que em níveis diferentes). Como
em Amor e Roma (cuja soma pitagórica seria a mesma: 2).

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Eis a tabela Pitagórica

1 2 3 4 5 6 7 8 9
A B C D E F G H I
J K L M N O P Q R
S Y U V X Y Z

Eis a numeração das letras hebraicas:


1 - Aleph: A, ou a e i o u (Alef) letra-mãe
2 - Beth: B ou V (ou Beit) letra simples
3 - Guimel: Gh, letra dupla
4 - Dalet: D, Th (Daleth), dupla
5 - He: H (aspirado) (Heh) E, A, simples
6 - Vau: V o u w (Vav), simples
7 - Zain: Z, simples
8 - Chet: CH (como alemão) H, simples
9 - Tet: T (Teth), simples
10 - Yod: Y, I (Iud), simples
Seguem-se por dezenas:
20 - Kaph: Kh (aspirado), CH (Caf), dupla
30 - Lamed: L, simples
40 - Mem: M, mãe
50 - Nun: N, simples
60 - Samech: S, Ç (Samek), simples
70 - Ayin: Gh (gutural) e (Hain), simples
80 - Peh: P, F, Ph (Phe, Pe), dupla
90 - Tazde: Tz, Ts, simples
100 - Koph: Q, K (Cof), simples
Seguem-se outras centenas:
200 - Resh: R (Resch), dupla
300 - Shin: S, Sh, Ch, mãe
400 - Tau: T, Th, S, dupla
Algumas letras também têm valores de centenas, quando
estão no final de uma palavra, limitando-as. São os casos “Sofit”,
que aumentarão as letras, de 22 para 28:
500 - Kaph
600 - Mem
700 - Nun

56
800 - Peh
900 - Tzade
1000- Aleph
(Carlo Suares, e Sepher Yetzirah, 1968, diz que os sofit
representam aspectos de Energia Cósmica).
As grafias dos sofit são diferentes das suas letras normais.
Os judeus passaram a falar mais o idioma da Babilônia,
quando de sua escravidão (S. Halevi). Diz-se que Ezequiel (6 AC)
reconstruiu as letras hebraicas após a visão de Merkabah e que
Akiba (séc. 2) modernizou-as. Mas o idioma mais falado era o
aramaico. (Na Babilônia, falava-se o dialeto caldaico: siríaco-
aramaico).
Os qbl consideram a linguagem algo bem mais importante e
precioso do que simplesmente para falar, pois há uma forte
condição espiritual. Portanto, analisar, misticamente, a linguagem,
as letras, é aproximar-se do segredo da Criação.
O Sepher Yetzirah – ou Ietsirah, Yetsira, Yesira (este,
conforme Scholem) – é antigo, alguns dizem que veio do séc. 2,
escrito por Akiba, outros, de revelações a Abrahão. No entanto,
tornou-se conhecido na Europa, em 1.552, quando foi traduzido em
latim; depois, em 1.562, saiu um texto hebraico. E daí em diante.
Esse é o mais antigo texto hebraico conhecido, pelo menos até hoje.
Outros são os textos do Mar Morto.
Às vezes, o S.Y. é traduzido como Livro da Criação, mas o
correto é Livro da Formação (ou da estruturação da energia, em
referência ao 3º Mundo de Yetzirah. A Criação é o Tema do Genesis,
da Torah e da Bíblia. A formação é a continuação da criação.
Há diversas teorias sobre os verdadeiros autores tanto do
Zohar como do S.Y. Isso não é o mais importante para nós, embora
possa ser para os verdadeiros autores, que fizeram parte de outros
milênios.
O S.Y. descreve a formação do mundo através dos números,
letras hebraicas e sefirós, partindo da Origem (existência negativa,
passiva) para a Evolução (existência positiva, ativa), em que o
trabalho de Deus é como o do Grande Arquiteto, que fez algo do
Nada.
Os números e letras, incluindo as sefirós, são forças
transcendentais e basais. As palavras são combinações dessas
forças: os portões da sabedoria. E uma das chaves da QBL (K.
Sterring, em “The Book of Formation”, 1970, Publishing House, NY).

57
As 10 sefirós + as 22 letras formam os 32 caminhos da
sabedoria (Nativot – Pheliot). As 10 sefirós foram relacionadas no
Zohar, como os 10 primeiros caminhos da sabedoria, bem objetivos,
externos. As 22 letras são caminhos subjetivos, internos, oriundos
das ligações entre as sefirós, ou números.
Cada letra representa uma ideia, tem um significado visível e
outro oculto, este conforme o ideograma.
Assim, em letras ocidentais, a letra B (união, nº 2) e a letra I
(transcendência, nº 9), têm significados visíveis (como as sugestões
anteriores) e invisíveis, que viriam dos seus desenhos. Se você
observar o B, há 2 “andares”, mostrando que essa “união” tem uma
hierarquia; e o I é extremamente sensível às vibrações e caminha,
só, para o alto.
A QBL estuda e interpreta letras, números, sefirós, caminhos,
buscando ampliar os pensamentos e as percepções, levando às
intuições. Querer dar significados lineares à QBL (e a todas as
Ciências Ocultas) é limitá-la, reduzi-la a superficialidades. E, jamais,
alcançar a expansão de consciência. Essa é a grande diferença entre
os realmente estudiosos das Ciências Ocultas e os apressadinhos,
resumidos, ou reflexo de técnicas, mas com nenhuma observação e
intuição. Decorar é anular o conhecimento de qualquer Ciência
Oculta. Dos significados aprendidos – que são somente Pontos de
Partida – deve-se ir além, multiplicando o conhecimento e a
percepção.
O conhecimento linear é muitíssimo limitado e não leva ao
entendimento de Binah, nem à sabedoria de Hokmah. Esse
“pequeno” conhecimento é desprezado pelos ocultistas, que
procuram o “grande” conhecimento, de Daat (a sefirá oculta da AV),
pois ela não é alcançada por qualquer um, sendo a mais poderosa,
a partir das três primeiras.
1. Kether - Coroa, infinito potencial;
2. Hokmah - Sabedoria, reservatório de energia
cósmica, indiferenciada;
3. Binah - Entendimento, compreensão, matéria
primordial, indiferenciada;
0. Daat - Conhecimento profundo, que vê os dois
lados (representada por uma cabeça que
olha para o passado e o futuro, a esquerda
e a direita, como a figura do Janus
romano). Os serafins, os arcanjos

58
serpentes da inteligência são suas hostes
angélicas.
As sefirós são consideradas Seres Inteligentes, mas acima
dos humanos. São potências, princípios. A palavra Sephirah vem de
Saphar, que significa Contar. Daí sua associação aos números. Só
que não é contar no sentido de enumerar, mas sim contar os
princípios universais, os graus da criação do Universo (G. Scholem).
Isso faz parte do 1º Capítulo do S.Y. Já o 2º Capítulo trata
das 22 letras, principalmente das 3 letras-mãe, que trazem do nada
algo que passa a existir, portanto, comandam o surgimento das
formas:
Aleph - ar – sopro de ar que harmoniza e dá vida;
Mem - água – fértil e destruidora mantém ou tira a vida.
Shin - fogo – barulhento e estridente traz luz e calor, mas
também incendeia.
O 3º Capítulo, ao discutir essas 3 letras, mostra as diferenças
do Universo e o surgimento de M e F, a dualidade.
O 4º Capítulo discute as 7 letras duplas que, na sequência,
referem-se a: Vida, Paz, Sabedoria, Riqueza, Beleza, Frutificação e
Domínio. Aqui estão, também, os 7 planetas visíveis, que influem na
Astrologia QBL.
O 5º Capítulo discute as 12 letras simples, referindo-se aos
12 signos, aos órgãos dos sentidos, ao corpo humano, às
funções/atividades humanas e aos números. Também influem na
Astrologia QBL.
A propósito, veja algumas correspondências:
Heh - visão (H)
Vau - audição (V)
Zain - olfato (Z)
Chet - fala (CH)
Yod - relações sexuais (I)
Lamed - trabalho (L)
(Ver “A Carruagem”, da autora).
O 6º Capítulo continua a tratar de correspondências. (Este é
um pequeno livro, resumido, como base para o desenvolvimento
dos conhecimentos de letras, números, sefirós, signos, planetas,
aspectos (que são os caminhos)).
Já o Zohar é um texto obscuro, complicado, com diversos
tipos de traduções. Fala-se da autoria de Shimon ben Yochai (86 –
161 DC), através de revelações quando esteve escondido 13 anos
numa caverna, fugindo da perseguição do Imperador romano. Diz-

59
se que tais revelações vieram de Metraton (ex-Enoch). Ou o Zohar
foi escrito (ou desenvolvido) por Moises de Leon, espanhol do séc.
13. Provavelmente compilou antigos manuscritos e acrescentou suas
pesquisas. Até hoje discutem-se tais autorias. Arthur W. Waite
discorre bastante sobre o assunto. O Zohar é uma longa mistura de
ensinamentos importantes e elevados e elucubrações estapafúrdias,
o que parece ser oriundo de diversas fontes, requerendo
discernimento e erudição (Waite). Sua leitura depende, muitíssimo,
do leitor. Contém diversos comentários valiosos, a serem
identificados. Inclusive sobre o Pentateuco, os 5 livros da Torah. Ele
é composto de 21 livros (ed. Cremona, 1.560), com 2.400 páginas,
Numa tradução francesa (Jean Pauly), em 6 volumes, tem
1.250.000 palavras.
Outro livro (pequeno) importante para a QBL antiga é o
Bahir.
O que se usa mais hoje, sobre a QBL, é o que chama QBL
Tardia ou Posterior, originária da Escola de Safed, séc. 16, após a
expulsão dos judeus da Espanha. Apesar de vários eruditos dessa
escola (como Beruchim e Cordovero), o mais importante foi Isaac
Luria – o representante da nova QBL, conhecido como Leão de
Safed. O que se sabe de seus estudos foi divulgado pelo seu
discípulo mais proeminente (do qual Luria tinha bastantes ciúmes,
pois era possessivo), Chaim Vital (1.543 – 1.620). Vital compilou
esses ensinamentos em 5 volumes, como Schmona Schearim (8
Portões) e diversos outros trabalhos, o mais importante Etz Haim
(Árvore da Vida).
Luria é o representante principal dessa nova QBL, tendo
morrido cedíssimo, com 30 anos, em 1.572. Era uma figura
impressionante e vidente. Vem dele a Teoria do:
 TzimTzum – ou retração, concentração de Deus, a fim
de que o universo pudesse ser criado (ao contrário da emanação,
que se espalha indistintamente);
 Ruptura dos vasos (sefirós) – tipo destruição do mundo;
sefirós como atributos divinos/humanos que, na sua decomposição,
tornam-se qlipós ou vasos quebrados, cascas;
 Adam Kadmon – o ser primordial, do qual jorram as
luzes das sefirós, através de seus olhos, boca, ouvidos, nariz
(aberturas);
 Os 4 Mundos (adotados, a começar pelos qbl ingleses);
 Auk Anpin – Grande Semblante, resignado e
misericordioso;

60
 Zeir Anpin – Pequeno Semblante, impaciente e irritável;
Obs.: Esses dois Semblantes (Anpin) são representações
místicas do Cosmos.
 Tikun – ou conserto, processo de restauração, com a
importância da profunda intenção mística (Kevanah). É a volta a
Deus (ou a lei do Karma dos hindus), ou a volta de Shekinah, de
Malkut a Kether (do 10 ao 1);
 Guilgul – transmigração das almas, inter-relação de
almas (ou a reencarnação dos hindus). (O Zohar também fala disso,
no vol. 3).
*
A Guematria só deve ser usada para as palavras em
hebraico, por usar alfabeto e valores diferentes. Uns dizem que tais
valores foram repassados no Sinai, no mito de Moisés, junto com a
repetição de letras, num total de 304.805 letras da Torah, com seus
respectivos mistérios. Por isso que as letras deveriam ser bem
escritas (não errar, nem manchar), porque anularia a sequência do
texto, danificando seus mistérios.
Os números contêm informações.
Na Numerologia Pitagórica, usada no Ocidente e válida, útil
para nós, também estão as mesmas informações universais.
Usa-se a redução pitagórica. Ou seja, os números são
reduzidos a um só dígito, uma só unidade, um número simples
(tirando-se 9 fora, ou mais facilmente, somando-se e reduzindo-se
os algarismos. Ex.: 25 = 2 + 5 = 7; 1996 = 1 + 6 = 7 (nesse caso
dá para dispensar os 9 pois eles seriam eliminados de qualquer
jeito).
Se você verificar na Tabela Pitagórica, a soma das palavras
Brasil e Lua dá 7. Pelo menos para os brasileiros haveria uma
analogia entre o nosso país e a Lua. O número 7 é o resultado final
dessas palavras. No entanto, para se alcançar o significado do 7
(cujo um dos significados é “mistérios”), Brasil e Lua “usariam”
métodos diferentes: os métodos das letras/números que compõem
essas palavras. Veja:
Brasil: 2 + 9 + 1 + 1 + 9 + 3 = 7
Lua: 3 + 3 + 1 = 7
Letras e números influem nas sequências. No Brasil, o
número 2 (B) influi no número 9 (R). Ou seja, o 9 está “contagiado”
pelo 2. E assim, sucessivamente. (Ver “Conhecimento de
Numerologia”, da autora).

61
Conforme Cordovero, cada letra mostra que forças espirituais
existem nela e quantas forças, também espirituais, atuam. Ex.:
Letra B = 2, duas forças espirituais existentes e atuantes. A soma
das letras de um nome mostra quantas e quais dessas forças atuam
num nome.
A soma não reduzida do Brasil é 25 (redução 7). Ou seja, 25
forças atuantes ali que, concentradas, são sintetizadas no 7
(resultado das 25 forças).
Os meses (e signos) hebraicos são variáveis, começando na
Lua Nova. O ano novo judaico, 5.774, correspondente ao ano
universal 2.013, começou ao anoitecer da Lua Nova de setembro,
no dia 4, e foi até o anoitecer do dia 5. Esse anoitecer também é
variável. Tais variedades mostram a impermanência das coisas.
O nome de algo ou alguém mostra a sua força de vida, seu
caráter, a expressão de uma natureza interior, que influirá no seu
destino.
Para os qbl, nas situações de perigo é bom acrescentar um
novo nome. Assim, alguns acrescentavam ao seu real nome a
palavra Chaim (Vida), para que a vida durasse.
Kri - pronúncia de uma palavra
Ketiv - ortografia da palavra.
Escreva seu nome completo, faça a soma total (quantas e
quais forças espirituais atuam em você), depois reduza-a a um
número simples (qual o resultado de todas aquelas forças no seu
caminho de vida).
Os planetas sempre foram importantes para os qbl. O grande
qbl Luzzato (séc. 18) dizia que eles produziam eventos específicos,
influindo na Humanidade. Os qbl sempre estão conectados com algo
superior, invisível, além.
Cada planeta tinha uma correlação com 10 pontos, portanto,
7 planetas com 70 pontos. Cada povo tem um anjo supervisor
(Sarim) que influi em tudo dessa nação. E pode ser mudado, se o
povo mudar.
Os povos são regidos por uma 8ª estrela (além dos 7
planetas) ou esfera. Cada esfera tem 12 signos e sentidos. Os
sentidos dos meses e signos são:
Áries - sentido de falar
Touro - de pensar
Gêmeos - de movimentar
Câncer - da visão
Leão - da audição

62
Virgem - da ação
Libra - das relações conjugais
Escorpião - do olfato
Sagitário - do sono
Capricórnio - da raiva
Aquário - do paladar
Peixes - do riso
Os 4 Mundos também se encontram nos triângulos da AV:
1º Atzilut ou Emanação: sefirós 1, 2 e Daat
2º Briah ou Criação: sefirá 3
3º Yetzirah ou Formação: sefirós 4, 5, 6, 7, 8, 9
4º Assiah ou Manifestação: sefirá 10.
Veja algumas relações qbl com os números:
1 - único
2 - dualidade
3 - equilíbrio, evolução, fato
4 - humildade, 4 direções e 4 elementos
5 - geração de vida, alegria, força contra o negativo,
multiplicar
6 - conexão matéria e espírito, trabalho da criação em 6
dias
7 - descanso no 7º dia, emoção espiritual, sustento
8 - portal entre D, transcendência
9 - eternidade, união que traz nova alma (gravidez)
10 - número perfeito, 10 atributos divinos, poderes da
alma
20 - trabalho árduo, alma acabando o mal
30 - majestade através de 30 qualidades
40 - mudança de vida, saber
50 - entendimento, sabedoria divina
60 - grande família
70 - aplicação da justiça
80 - poder da fala ou verdadeira liberdade
90 - outras D
100 - perfeição mais elevada.
(Tais observações, conforme D. Zumerkorn).
Letras são logotipos, tanto quanto signos, planetas: imagens
de uma intenção. As intenções do F são diferentes das do Q. O F é
aberto ao desconhecido, ousando diferentes experiências, ainda que
com as “costas largas” (a linha vertical), sem base (nada em baixo).
É a linha vertical que permite a extensão dos diferentes contatos

63
(dela saem as duas linhas horizontais que avançam e socializam).
Conforme a intenção do número 6, que lhe corresponde. O Q é
fechado, mas ousa avançar fora do círculo, uma curiosidade ou
audácia. Esse avanço (o pequeno traço saindo do círculo, como uma
transgressão, uma autonomia), no entanto, é para algo profundo,
no interior de um contexto (o traço desce, enraíza). Não é uma letra
que socialize, pois fechada, na sua “máfia” (o círculo). Sai do círculo
somente para pesquisar, ou transgredir. Refere-se ao número 8
(Pitágoras).
Na Numerologia Pitagórica, com as reduções, cada coluna da
tabela tem 3 letras (exceto a do número 9, que tem 2). Então,
repare:
A, J, S – todas têm o valor 1.
Mas o modo de agir com o 1 varia para cada letra.
A = 1 (1)
J = 10 (1)
S = 19 (1)
O número 1 age com independência total.
O número 10 incorpora as experiências do passado (do 1 ao
9), iniciando um novo ciclo, potencializando esse 1, já que é 10.
O número 19 incorpora um maior conjunto de experiências
(está no 2º ciclo), o passado é mais forte, não tendo a autonomia
do 1. Pode-se dizer que o 1 é solteiraço, virginal; o 10 já conheceu
algumas pessoas, perdeu a “virgindade”; e o 19, que também já
teve outras relações, busca, agora, algo mais refinado ou espiritual,
ou mistura-se com muitos, não sendo tão autônomo, há muitas
lembranças do passado.
O A é mais prático, objetivo (linhas retas). O J é mais mental,
ligado a referências do passado (linha que se encurva para a
esquerda). O S é mais sensível, emotivo, adaptável às circunstâncias
(as linhas são curvas, para a direita e esquerda, captando o que
está na frente e atrás).
A soma dos números das letras do seu nome é o resultado
das suas experiências de vida. Tais experiências (cada letra e seu
respectivo número), apesar de fazerem parte constante da sua vida,
tornam-se mais fortes em alguns períodos, anos (chamam-se
trânsitos, neste caso, de letras e números).
Assim, se você tiver a letra M (valor 4) no seu nome, o
significado dela (organização, inclusão num sistema, etc.), essa
característica:

64
a) fará parte da sua vida, para alcançar o resultado final do
número total do seu nome;
b) será enfatizada por um período de 4 anos (trânsitos e
valor da letra), em algumas épocas da sua vida.
(Tais épocas fazem parte do Capítulo de Previsão do livro
“Conhecimento da Numerologia”).
 Veja o nome Maria cujas letras/números são:
4 + 1 + 9 + 9 + 1 = 24 = 6
 Esse nome tem 24 forças espirituais atuantes, que se
concentram em 6 forças.
 O número 6, resultado da soma, mostra intenções
grupais, familiares, inclusivas, protetoras, abnegando-se de certas
questões pessoais em prol de um ideal ou grupo particular.
 Por trás desse 6 está o 24. Ou seja: a) 2 – desejo de ser
aceito por alguém/algo, estar vinculado; b) 4 – desejo de
segurança, vida organizada, controle sobre suas coisas; c) 6 – tais
desejos (2 e 4) levaram à inclusão num grupo específico e busca de
um ideal de relações (6). (O que seria diferente se esse 6 fosse
originário de um 15 ou de um 33).
 Se o é nome Maria = 24, isso significa que, para cumprir
o objetivo de Maria (24/6) deverão ser necessários 24 anos, pois:
a) a letra M funcionará por 4 anos, a partir do nascimento
da pessoa, ou seja, de 0 anos (quando nasceu) até completar 3
anos: 0, 1, 2, 3;
b) Veja melhor numa tabela, supondo que a pessoa tivesse
nascido em 1950:

Idade Ano Letra Valor


0 1950 M 4
1 1951 M 4
2 1952 M 4
3 1953 M 4
4 1954 A 1
5 1955 R 9
6 1956 R 9
7 1957 R 9
8 1958 R 9
9 1959 R 9
10 1960 R 9
11 1961 R 9
12 1962 R 9

65
13 1963 R 9
14 1964 I 9
15 1965 I 9
16 1966 I 9
17 1967 I 9
18 1968 I 9
19 1969 I 9
20 1970 I 9
21 1971 I 9
22 1972 I 9
23 1973 A 1

Aos 24 anos recomeça com Maria e, assim, até o final da


vida.
Repare que o número 9 repete-se bastante, ou seja, vários
anos com as forças dele influindo.
(Maiores detalhes no livro da autora).
Número 1 ou unidade, ou arkhe, em grego.
Número 9 representa a culminação da criação, última etapa
na Terra.
Número 10 representa a transição para um novo ciclo, num
nível superior, como numa espiral.
Número 11, bem mais tarde incluído pelos ingleses como
número mestre, já que é a repetição da unidade – uma unidade
mais distinta, nem sempre acessível, em outras D. Talvez como
duas pessoas observando-se e percebendo suas diferenças; um par
com espaço pessoal entre si e para si. Chamo-o de “juntos e
separados”. Os contatos coletivos sem intimidade, quando não se
registra a cara dos outros.
Os números 22, 33, 44, etc. também são mestres, como
todos os que repetem seus dígitos. Sempre funcionando em nível
transpessoal e com distanciamento. Enfatizam o número repetido.
Assim, o número 22 enfatiza o 2. E todos podem ser reduzidos a um
só dígito. O 22 reduz-se a 4. E todos têm um anseio por Algo Mais.
Com a aceleração da Terra e a evolução planetária, alguns
desses números mestres ficam mais acessíveis. Quem nasce nos
dias 11 ou 22 têm tais identificações. E, também, quem tem as
letras K (11) e V (22) no nome.
O número 9 é composto de 3 trindades, representados por 3
triângulos, um em cima do outro, como num edifício. São os 3

66
princípios: ativo, passivo e neutro (ou intermediário). Ou seja, esse
número tem o poder de atuar nesses 3 níveis.
O nome completo de uma pessoa encaixa-se, perfeitamente,
no seu MN. Ao se alterar um nome, ele precisará, também, se
encaixar no MN, ainda que em outro nível – ou não será útil.
Platão disse que cada coisa tinha um nome que lhe era
conveniente e que identificava a propriedade dela.
Saber o nome de alguém é conhecê-lo, saber o que esperar
dele, perceber seu potencial. Cada nome é um título. E títulos
mostram a que se veio, quais são os deveres e responsabilidades.
Desde a antiguidade e, portanto, entre os qbl, era
imprescindível saber interpretar um nome.
No Tarot, o número 1 tanto é o Mago como todos os Ases e,
ainda, os 10 (incluindo a Roda da Fortuna), que fecham um ciclo e
preparam-se para outro, em outro patamar. Todos os 10 (como a
Roda) estão dispostos a por algo em andamento.
Na AV, o número 1 é Kether, a coroa, o potencial de um
desenvolvimento.
No MN é o ASC, um potencial irradiando-se, pondo a vida
para funcionar. Quando um planeta em trânsito atravessa o ASC,
algo está nascendo (conforme o atributo do planeta).
Também Áries é o primeiro signo zodiacal. Na casa do seu
MN, onde você tem Áries, sempre há a possibilidade e a motivação
para se começar algo, mais de uma vez.
Quando o número 10 completa um ciclo, não há mais nada a
fazer, exceto recomeçar. E por ser completo, inclui dentro de si
todas as experiências e consequências dos demais números. Como
se vê na sequência dos naipes do Tarot. Morrer também é
completar um ciclo de todas as experiências do seu MN,
preparando-se para recomeçar numa VF.
Todos os 9 dos naipes têm maturidade e experiência. Todos
os 1 têm leveza.
O signo de Áries, o Aleph, e qualquer unidade, sempre terá a
predisposição, a expectativa e até a ingenuidade de conhecer ou
iniciar algo novo. O mesmo sucede com a casa 1: sempre disposta a
perceber algo lá fora. Por isso que, no momento da morte,
geralmente, a casa 1 está sendo ativada, já que:
a) acabou a chance de recomeçar algo NESTA vida;
b) começa a viagem para outro plano, o astral, o Bardo
Thodol, ou intervalo entre vidas.

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O último número 9, ou o último signo, Peixes, até parecem
que já vieram com experiências de VP à flor da pele. Por isso olham
para longe, estão aqui e lá.
O logotipo de Áries é o chifre do carneiro, pronto a marretar,
abrindo caminhos, doa a quem doer. O logotipo de Peixes são dois
peixes virados para lados diferentes, como se estivessem grudados
nas costas. Como eram Adão e Eva antes do folclore do Pecado
Original. Androginia e compreensão estão implícitas. Assim também
sucede com o número 9, veem o que ninguém vê.
Os ideogramas das letras hebraicas têm intenções, assim
como os números e sefirós. Na Suméria e no Antigo Egito, palavras
eram emanações do poder dos deuses, portanto, os próprios
deuses. Seus poderes estendiam-se ao além, ou vinham de lá. Por
isso se diz: cuidado com o que você fala. Ou escreve. Ou digita.
Falar é tornar real, visível.
Escrever é imortalizar. Como uma estátua, um monumento. E
a Internet jamais acabará com esse poder. Ora, o que você escreve
no Facebook ou nos seus e-mails não são segredos, mas podem
desaparecer.
Hiero-glifo: figura-sagrada.
Ideo-grama: ideia contida numa letra.
Cartas do Tarot: idem. E, conforme suas disposições num
jogo, são como uma carta aberta, um e-mail enviado, um texto a
decodificar, uma criptografia. Uma leitura, como você agora está
lendo estas páginas. Deve-se ler o Tarot como se lesse um livro de
imagens. Uma HQ.
Os sacerdotes imantavam as palavras que escreviam, como
se fosse uma dinamização de florais de Bah ou remédios
homeopáticos. Magia manual. Depois colocavam esse texto num
líquido e bebiam. O líquido ficava imantado com aquelas palavras.
Ou colocavam essas palavras numa braçadeira, em colares,
amuletos, etc.
Você pode fazer o mesmo. De preferência, com palavras da
sua autoria, a não ser que uma frase alheia lhe fale muito ao
coração. Assim são os Nomes de qualquer pessoa, entidade, local
ou coisa: específicos e imantados para algo.
Não há magia genérica, como certos remédios. Embora
hajam magias para uma meta coletiva, como nos festivais,
comemorações, rituais; ou nos hinos e bandeiras. Ou nas grifes.
O seu nome e o seu MN são talismãs: servem para atrair o
que você JÁ tem e quer potencializar. Pois ali estão as ferramentas

68
para isso. É seu destino. Daí, também o cuidado ao se alterar um
nome, alterando um Destino. Só que esse Destino não será algo
inexistente no seu MN ou no seu nome de origem. Apenas estará
potencializando um aspecto do seu MN ou do seu nome que lhe
interesse.
Um nome novo precisa de investimento. Se você compra
uma roupa nova, não é para ficar oculta no armário. Tem que por o
bloco na rua.
Que aspecto do seu MN você quer potencializar? Escreva aí:
_______________________________________________________.
E não duvide. Você nasceu com isso e nada ou ninguém
pode lhe tirar. Ainda que você perca aquilo, aquilo retornará. É seu
Karma e também o seu Tikun. Tikun, ou conserto, é para usar
melhor, não é para descartar.
Seu MN é definitivo e determinante. Seu texto básico jamais
se apaga. SE você nasce com o Sol em Sagitário, jamais será um Sol
em Câncer. Até porque um é um centauro com uma seta apontando
para o futuro e o outro é um caranguejo que olha o passado e não
larga a carcaça. Assim como um Sol em Gêmeos é como um
passarinho ou um macaquinho e um Sol em Escorpião rasteja
ignobilmente ou ressuscita, sem deixar de usar o ferrão (ainda que
diplomaticamente).
Já os nomes não são definitivos. São provisórios. Você É o
seu MN e ESTÁ com um nome.
Alterar nome é alterar uma realidade, mudar um canal. Como
quando você altera a decoração de uma casa (mas a casa é a
mesma, como seu MN é o mesmo). No entanto, a nova decoração
(sob nova direção) depende do seu gosto natural. Mudar nome é
mudar a sua “decoração” pessoal, vestir-se diferente (no mesmo
corpo).
Para a QBL, cada letra da Torah á uma pessoa. Por isso,
todas as letras devem ser escritas cuidadosamente, a fim de que o
espírito que habita nelas não fique perturbado e provoque uma
desestruturação no texto. Já reparou como você pode se aborrecer
se alguém escrever seu nome errado?
O trabalho dos escribas egípcios era supervalorizado. Eles
registravam TUDO, até mesmo os espirros ou as migalhas do trigo
(por isso é que Moisés e a fuga de não me lembro quantos milhares
de judeus, do Egito, é um belo mito. Não há uma vírgula egípcia
sobre o assunto. Mas é um mito interessante e instrutivo, como
todos os mitos. E Tão poderoso como o de Afrodite ou Xangô).

69
(Aliás, um parêntesis: os belíssimos mitos e tipos psicológicos
incríveis do candomblé só são desprezados porque são africanos, de
gente que perdeu e foi escravizada. Os mitos gregos permanecem e
são estudados em universidades e na psicanálise porque os gregos
eram eruditos, intelectuais, refinados e deixaram o Parthenon, entre
outras coisas. Os chineses são sofisticados, os japoneses são
práticos e workaholics, os hindus são religiosos, os cristãos são
donos de grande riqueza e magia cerimonial, os astecas deixaram
belíssimas vestes, os egípcios têm monumentos incríveis e um
passado estrondoso... Por isso, esses mitos são respeitados e estão
expostos em museus luxuosos. É mais do que hora dos mitos dos
orixás ocuparem um lugar digno).
Bem, nos mitos e na QBL, o que importa é a mensagem. O
meio é a mensagem.
Olhe o seu MN. Coloque figuras, fotos no local de cada
planeta, conforme você “sinta” o que eles lhe “falam”. Pessoas
diferentes escolhem imagens diferentes. Ex.: uma aluna escolheu
uma mulher amarrada para Vênus, outra escolheu uma mulher
falando ao telefone (tem Vênus em Gêmeos), outra preferiu a foto
de um casal (Libra), etc.
Após colocar as diversas fotos (tire de revistas), seu MN
ficará uma obra prima. Certamente dará um belo quadro (e estará
falando de você, “dando bandeira”).
Se você colocar figuras no seu MN que representem o que
você quer (de coração, com profunda intenção e Kevanah), seu MN
virará um talismã em ação, pura magia (branca). Se você colocar
figuras no MN de uma pessoa que lhe incomoda e essas figuras
forem terríveis, será como vodu, magia (negra).
Arranje uma foto que representa a soma das letras/números
do seu nome e da sua data de nascimento.
A figura do nome representa a síntese do seu trajeto na vida;
a figura da data de nascimento representa seu destino. Seu nome
está aí para você cumprir o destino. E ambos formam um Par
Perfeito.
Os comerciantes da antiga Fenícia desenvolveram os
números e o alfabeto para fins comerciais e repassaram-nos aos
gregos e outros povos com os quais contatavam.
Talvez antes do séc. 24 AC os egípcios já tivessem seu
alfabeto. O alfabeto hebraico parece-se com o árabe. Já o grego era
mais fácil de entender, mais artístico e com curvas.

70
Quando você, meu bem, nasceu, O Destino colocou-se ao
lado de sua mãe e supervisionou o parto. E deu-lhe um único
Nome: o do seu MN. Factum. Dicte. A QBL colocou um anjo para
guardá-lo.
O número 7 era considerado sagrado também por se referir à
Terra, pois vindo de fora do nosso Sistema Solar e entrando nele, a
Terra seria o 7º planeta a ser transpassado.
O número 12 era o número do 12º planeta (Nibiru ou
Marduk), que trouxe o avanço, em diversos níveis, para a Terra.
Esse número foi imortalizado no sistema duo decimal. Nos 12
signos, nas 12 horas do dia/noite, nas 12 tribos de Israel, nos 12
apóstolos e nas dúzias de laranjas e bananas dos supermercados e
feiras.
Como Deus criou o mundo com letras e números, cada
número e cada nome tem seu anjo, com propósitos definidos. O
propósito do anjo do número 1 é diferente daquele do número 2.
Os números fortaleceram-se na Idade Média, pela influência
dos árabes (mais eruditos, estudiosos, científicos que os europeus
cristãos da época, até porque não tinham Inquisição (hoje os
costumes rígidos se inverteram)).
Trouxeram “modernidade” através das escolas de Córdoba e
Toledo, na Espanha, com os otomanos e com os judeus sefaraditas
do Mediterrâneo. Dalí, espalharam-se para a região dos Cátaros na
Provence, na França. E houveram duas grandes escolas de QBL
(rivais) naquela época (séc. 12 e 13) região: Narbonne, na França
(que não queria divulgar a QBL para os leigos) e Gerona (que
queria), na Catalunha. Houve um bom contato entre as
comunidades perto de Barcelona e o Languedoc, no sul da França
(onde surgiram os Cátaros, de grande inteligência mas tristes
destinos). Os adversários dessas escolas, entre si, eram Maimonides
e Nachmanides, ambos médicos; mas, o primeiro era mais
racionalista e filósofo e o segundo era mais místico e usava
simbologia.
Por trás dos estudos de Córdoba e Toledo estavam, também,
os sufis. Nessa época começa o desenvolvimento do misticismo e
das ciências, na Europa.
Os nomes, que revelam intenções dos pais, acabam por
tornarem-se decretos, desígnios. Os pais têm essa cumplicidade. Ou
interferência. Mas, de vez em quando, um escrivão de cartório troca
as letras. Talvez aquela pessoa precisasse de outra letra e número,
outra força espiritual.

71
Se você abomina seu nome é válido alterá-lo, ou omiti-lo
(ficando de reserva), usar outro. Pois se sua alma for “alérgica”
àquela vibração, você pode ficar desanimado, envergonhado,
deprimido, etc.: perde poder e alegria, perde mana.
Há pais que escolhem nomes estrangeiros adaptando-os à
sua cultura, numa transliteração esquisita. Como Deividi,
Uóchinguiton, etc. Há pais que juntam metades dos nomes de cada
um e criam híbridos. Enfim há de tudo. (Conheci uma família que
chamava seus descendentes por números: 15, 16, 17, 18). Ainda há
os que buscam nomes cuja soma seja igual a da data do
nascimento. Pode virar obsessão, overdose, enfare, mania, dom.
O número principal sempre será o da data do nascimento,
conhecido como número do Destino. Ex.: 7.12.1998 = 37 ou 10/1. É
um número imutável, ainda que você queira comemorar seu
aniversário radicalmente em outra data. Seria como hubris,
arrogância. Os deuses não gostarão.
Eis algumas rapidíssimas sugestões de significados de
números, não só para você verificar as letras e somas de seu nome
e data de nascimento mas para meditar e fazer deduções e
analogias sobre eles:
1 – letras A, J S
 foco, propósito definido
 assertivo, imperioso
 progresso, triunfo, supremacia
 repele interferências alheias
 inadaptação, arrogância, visão estreita
2 – B, K, T
 parceria, suscetível aos outros, agradar
 simetria, diplomacia, tato
 adaptação, complementação
 lento, passivo (espera outros)
 finge que não ouve, postergar
3 – C, L, U
 expansão social, afável, popular
 busca oportunidades, aproveita chances
 tolerante, liberal, comunicativo, alegre
 superficial, tolo, gafes, desentendimentos
4 – D, M, V
 força acumulada, centrífuga
 solidez, condensação, constância
 método, regulamentos, organização
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 executivo, esforçado, exigente, vence frustrações
 teimosia, rigidez, só se interessa pelo que é útil ou
vantajoso

5 – E, N, W
 expansão variável, aventurar, diversificar
 rapidez, vivacidade, entusiasmo
 prontidão, atua nas emergências, lida com o inesperado
 absorve características externas
 arrisca, experimenta, eloquência
 distração, consequências, irreflexão, interrupções, quer
agora
6 – F, O, X
 altruísmo, harmonia, simpatia com os frágeis
 melhorar situação, benevolência, ajudar
 familiar, aceitação, no/do grupo, curador
 desperdícios, fraquezas, autoindulgência, deixa-se ser
usado, ilude-se
 cansa-se quando o esforço é grande
7 – G, P, Y
 misterioso, indefinível, profundo, recato
 conhecimento: lida com o visível e o invisível,
plasticidade
 intuição, imaginação, dedução
 força psíquica: para o bem ou para o mal
 sério, imponente, solitário, distante
 estoico, coragem moral, silencioso
 sombrio, manipulador, pessimista, escorregadio
 desespero, infelicidade, incompreensão, intolerância
8 – H, Q, Z
 progresso na matéria, em qualquer nível
 ultrapassa obstáculos, ideia fixa e formada
 avaliação, análise, percepção
 realiza através de esforço contínuo
 determinação, contorna problemas
 hábil, executivo, ocupado, não descansa nem para de
trabalhar (ainda que com êxito na vida)
 regeneração, reconstrução, poder e controle, domínio
gradativo
 autoritário, corrupto, incomoda, antipatia, mau humor,
inimizades
73
9 – I, R
 atividade universal, animar o mundo
 transmitir, gerar, rejuvenescer
 empreendedor, confia no universo
 curador, espiritual, abstrato
 vai onde outros não conseguiram
 faz o que quer, como quer, quando quer, autonomia no
meio dos grupo
 explorar a vida, ir além
 transmutação, transcendência
 situações prejudiciais ou admiráveis
 vítima, sofrimento, violência, crueldade
 excessos, desejos, apetite, passionalidade
 quer fácil e vai adiando
 destrói o que ou quem vai contra suas ideias
*
A antiga função de um nome era atrair as bênçãos dos
deuses ou proteger-se da ira deles. Platão dizia que a escolha de
um nome era algo seríssimo.
A partir do séc. 14, os católicos começaram a dar nome de
santos na hora do batismo dos filhos (ou de si mesmos, se
batizados mais tarde, como hoje, em certas religiões), a fim de
atrair a proteção desses santos. A função dos padrinhos era a
mesma: proteger.
Os sobrenomes de família, no início, eram exclusividade da
nobreza. Pessoas comuns tinham prenomes, seguidos de uma
tarefa: José Carpinteiro, Paulinho da Viola, Carlinhos do Posto, etc.
Você vê isso, hoje, em várias listas eleitorais. A pessoa é a sua
função. Outrora, significava a não importância da identidade
pessoal, ausência de passado, sem lastros anteriores (e, portanto,
sem futuro, pois interromperia uma atividade).
No séc. 14, os sobrenomes popularizaram-se por causa dos
cadastros das propriedades, das heranças. Os sobrenomes foram
adaptados dos ofícios e tarefas: Coelho (criava coelhos), Pinheiro
(tinha árvores no seu terreno), Ferreira (trabalhava com ferro, etc.
Ou dos locais de origem: Ávila, Montecarlo, etc. Ou de locais da
natureza, como dos judeus convertidos: Costa, Roseira, Jardim, etc.
Esses sobrenomes eram repassados aos descendentes.
O prenome, ou nome pessoal, identificava a pessoa, dentro
de uma família ou grupo. Os nobres costumavam repetir os nomes
dos pais/mães: Cornélia (filha de Cornélio, Cláudia (filha de

74
Cláudio), Júlio (geralmente nascido em Julho, como foi o caso do
canceriano Júlio Cesar. Já Cesar Augusto era Capricórnio e durou
anos como imperador romano). Os nobres também acrescentavam
nomes de padrinhos, avós, etc. não só como continuidade de
gerações mas, também, de proteção para a criança. Inclusive,
acrescentavam-se algarismos romanos I, II, III (e não era só entre
reis/rainhas). Depois surgiram sobrenomes maiores, com epítetos,
para perpetuar parentes, homenagens, etc.
A nobreza sempre usou nomes compridos, na multiplicação
de homenagens e proteções.
Começaram a surgir adaptações de nomes estrangeiros (mas
não com a grafia da pronúncia, que fica ridículo, como já se viu):
João, John, Jean, Juan, Johann ...
Alguns nomes maternos, como na Inglaterra, ficaram só nas
iniciais, no meio dos nomes. Fulano P. Sicrano. Outras culturas
colocavam o nome da mãe no final, como último sobrenome: afinal,
sempre se tem certeza de quem é a mãe, o pai podia ser duvidoso.
Vários nomes eram acrescidos de preposições ou conjunções,
seja para identificar a origem ou para acrescentar famílias diferentes
(como nas sociedades comerciais). Ex: ben ou bar (filho de, em
hebraico. Von ou van, idem, em alemão e holandês, às vezes,
também para se referir a locais. Ou sufixos: itch ou ovna, em russo:
filho de: Ivanovitich, Ivanovna, etc.).
Nomes profissionais ou iniciáticos têm o objetivo de deixar
para trás a pessoa comum (morrer para a vida comum) e iniciá-la
numa nova vida, com outros deveres. Assim fazem os Papas. E
outros.
Os números mestres foram introduzidos pelos mais modernos
modelos anglo-saxões. Não fazem parte nem da Guematria, nem da
Numerologia Pitagórica.
A Numerologia de uma cidade ou país é sempre a do seu
nome real, original, e nunca a da tradução. Ex.: New York = 3
Mais tarde, adaptaram-se significados às letras ocidentais,
como os qbl já faziam.
Antigamente, usava-se de tudo para confeccionar pantáculos
(para obter o que você quer, mas ainda NÃO atem): cartas de
Tarot, símbolos de planetas, letras, números, plantas, ossos, etc. O
Ás de Copas, por exemplo, era para atrair o Amor (de alguém que
ainda não se conhece), pois Ases são promissores do naipe.

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ANJOS

A Angeologia relaciona nomes de anjos com seus atributos


específicos. Diz-se que o Livro do Anjo Ratziel contém 365 mil
nomes de anjos. Ou seja, mil anjos para cada dia do ano. Hajam
opções! Ele também inclui o Livro do Futuro, as “efemérides”.
Inúmeras culturas têm seus anjos, ainda que os chamem de
outros nomes, pois o mágico é inevitável, indispensável e
insuperável. A QBL tem seus anjos, como os assírios, egípcios,
hindus, chineses, cristãos, gnósticos, celtas, etc. No candomblé, eles
são os Exus, servidores e mensageiros. No Tarot, são os cavaleiros.
Dionísio, o Areopagita, cristão classificou os anjos em 3
grupos (a QBL também os classifica):
1. Serafins, querubins, tronos
2. Dominações, virtudes, potestades
3. Arcanjos, anjos, principados.
Ao todo, não 9 especialidades.
Agripa, séc. 16, relacionou gênios para as 24 horas, estações
do ano, dias da semana, planetas, elementos. Vários outros
estudiosos fizeram essas revelações, o que ocasionou algumas
contradições. Então, você decide que linha seguir. Lenain relacionou
os 72 anjos qbl para dias e horas, podendo ser usados no MN, para
o ASC e planetas. (Ver “A Carruagem”, vol. 2). Eliphas Levi também
fez suas relações.
Eis alguns exemplos para a semana, junto com planetas
diários:
Domingo - Miguel (ou Rafael, Anjo da Beleza) - Sol
2ª feira - Gabriel, protetor - Lua
3ª feira - Samael (ou Kamael, fonte de energia) - Marte
4ª feira - Rafael (ou Miguel, Anjo da Inteligência) -
Mercúrio
5ª feira - Tzakiel (ou Tzadikiel, Anjo da Riqueza) - Júpiter
6ª feira - Anael (ou Uriel, Anjo do Amor) - Vênus
Sábado - Cassiel (ou Tzaphkiel, Anjo da Sabedoria) –
Saturno
A escada de Jacó tem 72 degraus e, no seu alto, estão os
raios do Sol e da Lua. Por ali, os anjos sobrem e descem, bem como
outros seres celestiais ou até você, se for “abduzido”. Ou como no
conto de fadas em que o garotinho sobe no pé de ervilha (se não
me engano) e vai até o alto onde encontra um ... senhor. Essa

76
escada é um símbolo de entradas e saídas de naves, ET, através de
fachos de luzes (7ª D), uma energia condutora.
Yaweh engloba 72 atributos divinos (Marduk englobava 50,
Júpiter/Zeus tinha vários. Ou seja, monoteísmo mesmo é
impossível). E há 72 anjos que rodeiam o trono divino (seus
“seguranças” ou “tropa de elite”), enquanto que uma sinagoga é
formada por 72 anciãos.
El e Yah são sufixos dos nomes dos anjos, sílabas sagradas
que significam Senhor. A maioria dos anjos/arcanjos tem essas
sílabas no final do nome (como você viu nos dias da semana). Isso
significa que eles não são autônomos, que estão a serviço de Deus.
Para persas, egípcios e qbl, há 5 dias do ano
correspondentes aos 4 gênios dos 4 elementos e mais 1 gênio
ligado a Deus (como o 5º elemento). Essas 5 divindades eram
chamadas de Epagomenos ou Péntada Sagrada (semelhante aos
elementais). Tais dias correspondem de 15 a 20 de março de cada
ano. Nos anos bissextos havia o dia do Gênio do Homem.
O gênios planetários da QBL ou espíritos eram considerados
inteligências secundárias criadas para um objetivo. Nem todos qbl
se interessam por angeologia e meditações.
Na relação dos gênios há os que são:
a) fixos – espíritos puros ou muito puros, desligados da
matéria;
b) errantes – espíritos flutuantes e condutores, com certa
inconstância no astral;
c) mistos – espíritos errantes e trabalhadores, com uma
meta, podendo ser dominantes, dominados, militantes.
Eles têm hierarquias, atraem-se entre si, unem-se em
círculos, cadeias, coros. Entrar num círculo é conjurar ou conspirar
com os espíritos desse círculo. Ir até eles. Pois eles não virão até
você.
Os 72 Nomes de Deus foram retirados de versículos do
Exodus e decifrados por Shimon ben Yochai, no séc. 2, o suposto
autor de uma parte do Zohar (ou aquele que plantou a base do
Zohar).
Cada Nome tem seu número. São Nomes-chaves ou códigos-
cósmicos, para ajudar a pessoa a ter algum tipo de abundância ou
benefício (Shem Hammephorash). Quem não quer: (Ver “A
Carruagem”, vol 2).
D’us – código de consciência divina coletiva, nome muitas
vezes usado para se referir a Deus.

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Tetragrammaton YHVH – código do nome de Deus, como já
foi visto. Essas 4 letras podem ser escritas de 12 modos, trocando-
se suas posições. É uma dinamização do numero 12, dos 12 signos
e do 12º planeta.
Ex.: YHVH, YHHV, YVHH, etc.
Há outros poderosos nomes de Deus, com 4 letras e todos
com seus valores numerológicos (em hebraico):
 AHYH – Eheieh, ou Existência: princípio cósmico
imanifesto (como disse Yaweh ao ser apresentar a Moises: Eheieh
asher Eheieh (Sou o que Sou. Fui e serei);
 ADNY – Adonai ou Senhor: nome mais comum para se
referir a Deus. (Entenda o código desses nomes todos, vendo a
analogia, os significados das letras que os compõem. Neste caso:
Aleph, Dalet, Nun, Yod);
 AGLA – em português representam as iniciais de: És
Sempre Poderoso, Senhor. Formam um Notarikon (como ONU,
UNESCO, FMI, etc.).
Abulafia, séc. 13, através de intensíssimas meditações sobre
os 72 Nomes, repassou-os aos seus discípulos. Incluía movimentos
do corpo, cabeça e mãos, que imitavam o movimento da criação e
manutenção do Universo. Muitos qbl fazem esses gestos (aqueles
que se dedicam às meditações e ficam se “balançando”). O corpo,
em concentração, é como uma carruagem (merkabah) que, no
evocar a força da vida, faz com que essa força percorra a coluna
vertebral (como a Kundalini), levando a outras D.
Conduzir a carruagem é ter habilidade de controlar os 5
sentidos (como se vê na carta 7, O Carro).
Merkabah contém as forças espirituais das letras M K B:
Mem, Koph, Beth. Durante muito tempo, isso foi considerado um
segredo (de letras e de números; sabendo que os Nomes de Deus
têm 3 letras: Pai, Mãe, Resultado: ou O que dá, O que recebe e a
Consequência, ou Equilíbrio;
 Mem – água (letra-mãe: 40)
Água da vida, que dá consolo e esperança, mas também
pode ser a água da morte, que leva tudo, como num Tsunami.
Essa letra está em Mazal (Destino) e em Mazalot (Zodíaco) e
também em Mavet (Morte), ou em Chaim (Vida).
A QBL Hermética associou-a, no Tarot QBL, à carta da Morte,
nº 13.
 Koph – nuca ou ouvido (100)

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A nuca está atrás do pescoço, é a força nos bastidores. O
ouvido é aquele que ouve, não só indica o despertar, estar atento e
consciente, mas um forte mecanismo de defesa (pois ouve o perigo
antes dele chegar). A nuca é um ponto de mediunidade e o ouvido
de clariaudiência.
Essa letra está em Tikun, a correção, em Kidushin, o
casamento, em Kevanah (ou Kavanah), forte intenção. Mas também
está em Klipah, a casca, o vaso quebrado, a força maligna.
 Beth – casa, lar (2)
Ou local sagrado, aquilo que vem de cima e forma o teto,
consolidando-se com as paredes e os alicerces. O local dos deuses
na Terra ou no Céu.
Essa letra está em Bereshit (criação, Genesis), em Brachah
(bênçãos), em Ben (filho). Mas também em Bohu (o vasto,
potencial), em Bilbul (confusão).
E em Boret (O Criador).
Portanto, Merkabah contém essas forças espirituais.
- a água da vida e o alento de quem encontrou seu lar,
suas origens, junto ao Criador.

HIPERESPAÇO

O Ser Supremo estabeleceu as 10 sefirós referentes à 1ª


dezena, às 10 D, ao Hiperespaço. Que completam o ciclo dos
números da AV: ou Homem Celeste Arquetípico, Adam Kadmon. Ele
usou a AV como seu trono, como Carruagem, para descer até a
Humanidade. A AV é uma nave celestial, que vai da 10ª a 1ª D, que
lhe leva ao Hiperespaço através das 10 sefirós.
Ela pode ter diversas formas para facilitar a compreensão. A
Merkabah é uma nave, um UFO, composto das 10 D ou sefirós.
A propósito do Hiperespaço (conforme “Hyperspace”, Michio
Kaku, Oxford Univ. Press, 1994):
- Você conhece as 3 D, vive na 3ª D, num aparente
mundo tridimensional: comprimento, largura, profundidade;
- a 4ª D é o tempo, consciência do tempo, desde as horas
até o passado, presente e futuro. Espaço e Tempo;
- a Teoria do Hiperespaço afirma que há outras D (ou
Teoria Kaluza-KLein);
- a 5ª D é o Trajeto da Luz, propagando-se no espaço, no
vácuo;
- vários físicos atuais discutem a existência de outras D;

79
- existem 4 forças:
a) eletromagnética: como a que traz eletricidade às
cidades, TV, micro-ondas, os lasers, etc.;
b) nuclear forte: produzida pelas estrelas; sem ela o Sol
escureceria, portanto, ela dá e pode tirar a vida (como se fosse
liberada pela bomba de hidrogênio);
c) nuclear fraca: desintegração radioativa; aquece a rocha
radioativa entranhada no profundo da Terra; provoca também as
erupções dos vulcões (na visão mística, representa a 1ª D do cristal
no fundo da Terra. Ver “Astrologia dos 7 Raios e 9 D”, da autora).
Ela tanto pode curar (com o iodo radioativo), como destruir (como
Chernobyl, etc.);
d) gravitacional: mantém a Terra e os planetas em suas
órbitas, aglutina a galáxia;
- a teoria das supercordas: toda matéria tem minúsculas
cordas vibráteis, prevendo a existência de 10 D;
- viagens através do espaço-tempo podem ser feitas no
hiperespaço: feixes de luz mostram que a luz das estrelas é curva,
quando se move;
- buracos de minhoca são como “tubos” que ligam
universos paralelos, podendo-se ir de um espaço a outro, ou
viagens através do tempo;
- antes do Big Bang, o Cosmos tinha 10 D, podendo-se
fazer viagens interdimensionais. Mas era um “mundo” instável, que
se rachou em dois:
a) um com 4 D;
b) outro com 6 D;
- nosso universo se originou desse cataclisma cósmico. O
de 4 D se expandiu e o de 6 D se contraiu;
- daí a origem do Big Bang (ou Tzim Tzum) (e os mitos de
Tiamat e Tehon);
- se o universo parar de se expandir e começar a se
contrair, haverá outro cataclisma: Big Crunch (grande
esmigalhamento);
- o refúgio seria sair do nosso universo para outro (para o
de 6 D?), através dos buracos de minhoca;
- outras formas de vida inteligente do universo podem já
usar esses buracos;
- Riemann, matemático alemão, mostrou uma nova
geometria (10.6.1854, na Universidade de Gottingen), com a
descoberta do espaço multidimensional. Acabou com a geometria de

80
Euclides, em que todas as figuras geométricas seriam de 2 ou 3 D.
Foi um choque. Acabou também com a ideia de Ptolomeu (150 DC),
de que a 4ª D era impossível. Riemann morreu bem pobre, apesar
do sucesso (que não lhe dava dinheiro) e, por isso, sua saúde foi
muito prejudicada. Quando conseguiu um emprego naquela
Universidade, já era tarde. Morreu com 39 anos, de tuberculose;
- Riemann começou a pesquisar a teoria matemática do
hiperespaço, lançou sua base e antecipou temas importantes da
Física atual;
- e, assim, chegará o dia em que você poderá viajar no
espaço, como os fantasmas;
- em 1.877, aconteceu um escandaloso julgamento em
Londres: o médium Henry Slade realizava sessões de viagens no
tempo e da 4ª D. Foi julgado por charlatanismo, apesar de receber
o apoio e a defesa de físicos de renome mundial (alguns até
ganharam, depois, o premio Nobel de Física);
- Max Planck fundou a teoria da Física Quântica, em 1925;
- “Quanta” são pequenos pacotes de energia; podem
causar forças diferentes quando há troca de “quanta” diferentes
(como aspectos planetários: 2 planetas diferentes causam uma
situação; ou a influência de um número no outro causa um
resultado). Surge um “princípio unificador”;
- o princípio de incerteza de Heisenberg, como o nome
diz, indica que jamais se terá certeza onde um elétron está ou qual
é a sua velocidade. Só se sabem as probabilidades (e, assim com
tudo o mais na vida, inclusive com as interpretações de qualquer
coisa). Tudo é probabilidade;
- “quarks” são partículas minúsculas, com grande
variedade, são mantidos coesos por pequenos pacotes de energia,
os gluons. Daí que os quarks jamais conseguem se separar (como
em certos relacionamentos, como também não há separação entre
corpo e alma, etc.);
- Edward Witten, brilhante físico de Princeton, disse que a
Teoria das Cordas é a física do séc. 21;
- a molécula do DNA tem forma de corda, contém o
código da vida;
- nossos corpos têm bilhões de cordas de proteínas,
formadas de blocos de aminoácidos (que revestem os ossos);
- a teoria das cordas constrói a matéria a partir da
geometria (David Gross). (Na 6ª D de Sirius, que trata da Geometria
Sagrada, está a origem de algo futuro);

81
- essa teoria é definida, por enquanto, em 10 a 26 D;
- os raios cósmicos (não se sabe ainda de onde veem)
têm energias maiores do que qualquer coisa até hoje encontrada.
Eles são partículas subatômicas de alta energia, profundamente
entranhadas no Cosmos, além da nossa galáxia;
- os raios cósmicos foram descobertos no início do séc. 20
pelo padre jesuíta Theodor Walf, quando fazia experimentos no alto
da Torre Eiffel, em Paris;
- há um detector em Utah, USA, bastante sensível para
identificar pontos de origem desses raios. Quando um raio cósmico
atinge a nossa atmosfera, ele estilhaça os átomos, à sua passagem,
criando um chuveiro de átomos quebrados (íons). Identificou-se
poderosos pontos emissores em Cygnus X-3 e Hercules X-1. Podem
ser buracos negros.
Makapurana, séc. 9, Índia, perguntou:
- Se Deus criou o mundo, onde Ele estava antes? O
mundo é incriado, sem começo nem fim, como o tempo.
Ou então, como indagam as crianças:
- “Será que Deus teve mãe?”
- O Big Bang ocorreu entre 15 e 20 bilhões de anos atrás,
através de diversas provas científicas e comprovado em 1992, com
os resultados do satélite COBE (Cosmic Background Explorer), pelos
cientistas da Universidade da Califórnia.
- Buracos negros são passagens para um universo
alternativo, abrem túneis do tempo.
- Uma estrela é como uma fornalha nuclear, queimando
combustível, ela envelhece quando o combustível (hidrogênio)
acaba.
- Aí vira uma anã branca, uma miniatura, sem luz.
- Uma anã pode se fundir até chegar ao ferro, sem
energia;
- Aí, a gravidade esmaga a estrela, o núcleo de ferro
desmorona e a camada externa da anã explode num enormíssimo
estouro de energia: a supernova.
- Nosso corpo tem o ferro da estrela anã e da explosão de
uma supernova.
- O colapso final de uma estrela converte-se num buraco
negro, com grande densidade – a luz orbita ao seu redor – de
dentro do buraco negro nenhuma luz pode escapar; qualquer objeto
que se aproximar dele será tragado e esmagado.
- Mas do outro lado do espaço-tempo há outro universo.

82
- Há uma ponte que conecta dois universos diferentes.
Ponte Einstein-Rosen. Ou buraco de minhoca.
- O buraco de minhoca faz essa passagem através de uma
radiação eletromagnética que orbita o buraco negro, uma espécie
de “janela” que se abre.
Albert Einstein disse:
- Quem acredita em Física, sabe que não há distinção
entre passado, presente e futuro.
Einstein propôs a Linha do Mundo, composta de uma cruz. A
linha horizontal corresponde à Distância. A vertical corresponde ao
Tempo.
Exemplo: se você acordar cedo, mas não sair da cama até o
almoço, estará andando na linha do Tempo, em direção ao futuro.
Mas não percorreu nenhuma distância. Tudo é relativo.
Se você acordar e sair da cama e for para o trabalho, estará
se movendo no espaço e no tempo. Então, a cruz não ficará reta,
mas inclinada.
No entanto, há uma “região proibida” em que a linha do
mundo não funcionaria: se você se deslocar mais rapidamente que a
velocidade da luz.
Quando você morre, a linha do mundo de suas moléculas
continua. Ou seja, a Linha do Mundo não tem começo nem fim.
Existe. Na sua morte, essa sua linha se dispersa em bilhões de
linhas de mundo de suas moléculas.
“Tu és pó e ao pó retornarás. Revertere ad locum tuum”.
“Tu és Linhas do Mundo e às Linhas do Mundo retornarás.”
Retorno ao futuro. Reencarnações.
Tudo que já lhe aconteceu está na sua Linha do Mundo.
Se você entrar numa máquina do tempo, como em certos
filmes, poderá encontrar a sua mãe quando ela ainda era uma
criancinha.
Se você voltar ao passado, estará vivendo-o (nunca
destruindo-o), realizando-o, pois Einstein disse que nenhuma Linha
do Mundo pode ser cortada.
Você pode se encontrar com você mesmo, num passado.
Como nas RM/VP. São os laços no tempo.
Quando você tem acesso às suas VP, o que é perfeitamente
possível, pela sua Linha do Mundo, você conhece o seu currículo
cósmico, ou da alma.
- Kurt Godel, matemático austríaco, em Princeton, e
colega de Einstein, era conhecido como Desmancha Prazeres (devia

83
ser um uraniano), porque contrariava todas as expectativas da
aritmética.
- Godel demonstrou que há verdades que não podem ser
provadas pela aritmética (o que antes era impensável, pois a
matemática sempre foi considerada a ciência mais certa e precisa);
- Godel mostrou a possibilidade de certas viagens no
tempo. Você pode se encontrar com você mesmo no passado. Se
você viajar num foguete numa curva bastante larga poderá viajar
para o passado-presente-futuro e voltar.
- Em 1988, os físicos K. Thorne, M. Morris e U. Yurtsever
propuseram uma máquina do tempo, suplantando as diversas
objeções aos buracos de minhoca.
- Thorne havia se interessado pelo assunto em 1985,
quando Carl Sagan lhe enviou textos do seu futuro livro “Contato”
(que virou filme, depois). Sagan lhe perguntou: Pode-se,
cientificamente, escapar da barreira da luz?
- Thorne abordou a questão de “trás para a frente”, num
modo inusitado. De lá para cá. Pelas leis da Física, uma civilização
arbitrariamente avançada poderia construir e manter buracos de
minhoca para viagens interestelares?
- Esses cientistas criaram o Buraco de Minhoca
Transversivel. Uma viagem por ali seria bem confortável. Disseram,
inclusive, que deveria levar, aproximadamente, uns 200 dias.
- Há ainda muito o que pesquisar para isso, mas já se
sabe que não é impossível.
- S. Hawking diz que há infinitos universos paralelos, com
diferentes constantes físicas.
Quanto a Deus no Universo, há várias posturas entre os
cientistas:
a) deve haver uma consciência no Universo que pode-se
chamar de Deus, consciência cósmica universal, ...
b) ignoram a questão, beco sem saída
c) teoria dos muitos mundos (revivida pelo conceito de
ondas do universo, da Hawking):
- universo um dia se dividiu em vários, que estão
interligados, muitos mundos, todos cópias (vários mundos
quânticos, com diversas formas de vida). O primeiro a pensar a
respeito foi o filósofo Alberto Magno, contemporâneo de S. Tomás
de Aquino – mais inteligente e erudito que ele mas, por causa
desses tipos de questionamentos, nunca foi santo). A atual teoria é
do físico Hugh Everett. E cada universo ignora a existência do outro.

84
(Mas Hawking diz que pode haver comunicação entre eles pelos tais
buracos de minhocas).
E como analisar o progresso da civilização:
- as primeiras fontes de energia disponíveis para o ser
humano foram seus braços (astrologicamente são Mercúrio,
Gêmeos). E, assim, sempre será. Humanos caçadores usando seus
músculos, até, aproximadamente, uns 100 mil anos atrás;
- a invenção de ferramentas manuais, como lanças e
facas, aumentou as forças dos braços, punhos e até dos maxilares;
- o rendimento de energia aumentou após o fim da Idade
do Gelo, que vinha retardando o desenvolvimento humano;
- descobriu-se a agricultura, humanos fixaram-se,
domesticaram animais;
- com a vida agrária, o trabalho passou por divisões:
proprietários e uma multidão de escravos e a consequente
desumanização + civilização: construção de cidades, fortalezas,
monumentos, templos, pirâmides, etc.;
- Revolução Industrial, máquinas, ferrovias, navios a
vapor, comércio internacional moderno. Mais energia e grandes
mudanças na sociedade. Séc. 18 e 19 (Newton);
- séc. 19, domínio da força eletro magnética, eletricidade
(Maxwell);
- séc. 20, maior uso da força nuclear. E se você reparar,
durante milhões de anos, a energia terrestre era mínima, e do séc.
18 ao 19, acelerou, e do séc. 20 em diante, disparou enormemente.
Ou seja, estamos avançando loucamente em tecnologia;
- como será o amanhã?
- a futurologia é uma ciência que só parece ser arriscada e
sujeita a erros porque as pessoas atuais pensam linearmente, ou
seja, como pessoas atuais. Como disse um amigo, “se você quer
entender os ET, não pode pensar como formiga, tem que pensar
como abelha”;
- por isso, previsões feitas por fantásticos cientistas atuais
podem errar;
- o astrônomo N, Kardashev, russo, caracterizou as
civilizações futuras em tipos:
 Tipo 1 – controla os recursos energéticos do planeta. E,
daí, o clima, uso da terra e oceano profundos; exploração do
sistema solar. Energia do planeta;

85
 Tipo 2 – controla o poder do Sol, consome diretamente a
energia solar; colonização de sistemas estelares locais. Energia da
estrela;
 Tipo 3 – controla força da galáxia e explora bilhões de
sistemas estelares; manipula o espaço-tempo. Energia da galáxia.
Qualquer perspectiva de visão detalhada disso seria errada.
Nossa atual civilização seria:
 Tipo 0 – começando a explorar recursos planetários, mas
sem tecnologia e meios de controlá-los. Somos um bebê recém-
nascido.
A passagem de um tipo de civilização para outro vai
diminuindo gradativamente. Os filmes de ficção científica são
premonitórios. Não há cientista real que não seja fã deles.
O físico Freeman Dyson, bastante respeitado, enfrenta
questões desafiadoras:
a) nova direção na exploração espacial
b) natureza da vida extraterrestre
c) futuro da civilização.
Ele propõe a construção e uso de uma sonda espacial versátil
e leve, chamando-a de Astrochicken (astrogalo). Porque as atuais
são pesadas e não adiantam. Essa sonda precisaria de avanços da
inteligência artificial da propulsão solar-elétrica e na ruptura
tecnológica da engenharia genética. Ele espera, salvo orçamentos,
etc., que o Astrochicken esteja disponível em 2.016. Logo ali. E que
chegaremos à civilização Tipo 1 dentro de alguns ... séculos.
*
E por que essa conversa toda neste livro?
- para você aumentar sua curiosidade e conhecimento e
pesquisar outros textos muldisciplinares, expansão de consciência;
- para fazer analogias das informações científicas com as
esotéricas;
- para não ficar com visão estreita e ser um profissional de
maior qualidade (ou um estudante).
*
As Horas Planetárias começam ao amanhecer, ao raiar do
Sol. Sendo, portanto, variáveis.
Estão associadas aos dias da semana. Os qbl magos
costumam usá-las. Pois eram consideradas mágicas e adequadas a
certas situações e evitadas em outras. Seguem a ordem do
movimento dos planetas, do mais lento para o mais rápido: Saturno,
Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua. Recomeçando, após.

86
Exemplo: 6ª feira, dia de Vênus:
1ª hora do amanhecer – Hora de Vênus, planeta desse dia.
2ª hora – de Mercúrio (na sequência).
3ª hora – da Lua
4ª hora – recomeçando com Saturno.
5ª hora – de Júpiter, etc.
Os pantáculos eram feitos nessas horas, conforme
conveniência. Também se recolhiam, por exemplo, ervas de Marte
(urtiga) nas horas de Marte. Etc.
A QBH Hermética, como os rosacruzes, relacionaram ciclos de
meses e signos (originando o Inferno Astral, por exemplo). São
referências às 12 casas, ao movimento do Sol.
O popular Inferno Astral corresponderia ao mês antes do
nascimento, semelhante à “casa 12” do signo solar.
Você pode usar esse ciclo qbl partindo do ASC (c/1), ou do
mês do seu nascimento (quando o Sol “ficaria” na casa 1). Quando
não se sabe a hora do nascimento usa-se o Mapa Solar. Ou seja: o
grau do Sol do dia do nascimento corresponderia ao ASC. As demais
“casas” seriam iguais, com 30 graus, começando no mesmo grau do
Sol.
Exemplo: Mapa Solar – Sol em 20º Câncer
c/1 – 20º Câncer
c/2 – 20º Leão
c/3 – 20º Virgem, etc.
Outra forma, quando não se sabe a hora do nascimento,
seria usar o zodíaco natural, começando em 0º Áries. Colocam-se os
planetas nos signos, mas as “casas” também seriam fictícias.
Eis os significados simbólicos para esses períodos da
Astrologia da QBL Hermética (antes, escolha se você quer colocar
seu ASC normal, ou se quer começar pelo mês do nascimento, ou
ainda por Áries. Os Rosacruzes partem do mês do nascimento. Ou
faça os três modelos e investigue):
 ASC (ou mês do nascimento ou Áries) – Anjo Camael,
cujo atributo é ser e dar fonte de energia.
Período de desenvolvimento de projetos, novas atividades ou
interesses.
 c/2 (ou 2º mês do nascimento, ou Touro) – Anjo Anael,
cujo atributo é do amor, dando segurança e conforto.
Período de retorno ao trabalho, a fim de obter recursos, bens
e afetividade.

87
 c/3 (ou 3º mês do nascimento, ou Gêmeos) – Anjo
Miguel, atributo da inteligência.
Período de contatar pessoas, fazer relações, aprender,
movimentar, uso mental.
 c/4 (etc.) – Anjo Gabriel, atributo de proteção familiar.
Período de obter apoio, ajuda e agir com os sentimentos.
 c/5 (etc.) – Anjo Rafael, atributo do amor curador
Período de prazer e alegria, interessar-se por crianças, filhos
e comemorações.
 c/6 (etc.) – Anjo Miguel, uso da inteligência prática, a
serviço de algo maior e útil.
(É o mesmo Anjo da Casa 3, regida por Mercúrio. Pois aqui
só se usam os 7 planetas visíveis).
Período de prestação de serviços, uso das habilidades, cuidar
de si, resolver inadequações, ficar bem com o mundo.
 c/7 (etc.) – Anjo Anael (ou Uriel), de amor ao próximo.
(Mesmo da casa 2, regida por Vênus).
Período de parcerias, associações, avaliação de
concorrências.
 c/8 (etc.) – Anjo Camael, atributo da força.
(Mesmo regente da casa 1, pois Marte é co-regente de
Escorpião).
Período de transformar situações, eliminar o inútil, melhorar
a vida.
 c/9 (etc.) – Anjo Tzadikiel, atributo da riqueza.
Período de prosperidade, ir além, avançar, viajar.
 c/10 (etc.) – Anjo Tzaphkiel, atributo de maturidade e
sabedoria.
Período de êxito na carreira, prestígio e desenvolvimento
social.
 c/11 – Anjo Tzaphkiel. (O mesmo da c/10, pois Saturno
é co-regente de Aquário).
Período de participar de grupos, socializar de modo mais
amadurecido, pois nem todos os grupos e relações valem a pena.
Ter interesses na coletividade, progredir nas comunidades,
desenvolvendo a vida.
 c/12 (etc.) – Anjo Tzadkiel (O mesmo da c/9, pois
Júpiter é co-regente de Peixes). Considerado um dos anjos mais
poderosos do zodíaco.
Período de atrair benefícios, superando os obstáculos,
através do amor incondicional.

88
O melhor é usar tais períodos a partir do seu ASC (casa 1),
pois tem mais sentido, acompanhando a passagem do Sol
mensalmente. Nesse caso, os períodos são sempre os mesmos
todos os anos, em face do passo do Sol ser igual a 1º por dia. Você
pode fazer um roteiro e acrescentar mais sugestões para cada casa.
Observar também as lunações. Ou seja, em que casa cai a
Lua Nova (ela acontece, mensalmente, na conjunção Sol/Lua). Ver
em que casas cairá a Lua Cheia (oposição entre Sol/Lua).
Geralmente é na casa oposta onde caiu a Lua Nova, mas nem
sempre. Pode ser na casa oposta ao Sol, naquele dia.
Você deve usar esses períodos incluindo o significado do seu
Sol de nascimento, pois ele carregará essa motivação para qualquer
lugar em que o Sol em trânsito passar.
Exemplo: Sol em Sagitário, ASC Capricórnio.
Então c/1 – Capricórnio, ver quando o Sol entra aí, a
qualquer dia a partir de 23 de dezembro. Entrará nessa casa quando
o Sol estiver passando no mesmo grau do ASC (chama-se
“aniversário do ASC”).
Se o ASC for 17º Capricórnio, todo ano o Sol passará aí em 7
de janeiro. Aí começara um período patrocinado pelo Anjo Camael,
que dará energia para o início de novas atividades. É o anjo que
“rege” a casa 1.
No entanto, como o Sol da pessoa é em Sagitário, seu Anjo
patrocinador é Tzadikiel, com atributo da prosperidade (ou dos
desperdícios).
E, também, como o ASC é Capricórnio, cujo Anjo é Tzaphkiel,
de maturidade e sabedoria, devem-se juntar os 3, da seguinte
forma:
a) Camael para trazer novas energias para buscar seus
interesses;
b) Tzadikiel, que motiva a prosperidade, desejo inato da
pessoa (pois seu Sol é Sagitário);
c) Tzaphkiel, que motiva agir com maturidade e disciplina
(pois seu ASC é Capricórnio).
Se você quer simplificar, nas demais casas, use os anjos:
a) do período daquela casa (2, 3, etc.);
b) inclua o anjo solar de nascimento.
Não será tão difícil e você terá boas inspirações. O melhor é
fazer logo um roteiro dos períodos e seus anjos para o ano todo.
Valerá por toda a vida.
Assim fazem os qbl.

89
Repare que o anjo Tzadikiel é originário das palavras:
Tzadik – sábio, justo, está no mundo mas não se prende a
ele e, assim, atrai benefícios, pois sabe lidar com tranquilidade e
desapego.
El – Senhor.
Parece que se o Tzadik juntar as qualidades de Sagitário e
Peixes, poderá melhorar a vida pessoal e da Humanidade.
Sugiro avançar mais e ver que anjos se referem às posições
da Lua e dos planetas pessoais. (Seria bom juntar os anjos dos
dias/signos/horas, conforme os 72 relacionados no vol. 2 de “A
Carruagem”, da autora). E passar a investir nisso.
Mas, revendo os auspícios dos bons períodos anteriormente
citados, lembre-se que nem tudo são flores suaves. Existem
espinhos nas belas rosas. É só evitá-los para não se machucar.
Os períodos das fases lunares também são considerados
pelos qbl. Exemplo:
 Da Lua Nova para Crescente:
- período de começar algo, tomar atitudes e decisões, com
forte intenção e entusiasmo,
- para ficar mais saudável;
- ver em que casa cai e para qual casa está avançando.
 Da Lua Crescente para Cheia:
- período de crescimento, revendo atitudes para poder
desenvolver-se, pois a força cósmica dessa época é poderosa. Amar
a vida e as pessoas;
- ver em que casas caem e para onde avançam;
 Da Lua Cheia para a Minguante:
- período de revelações, aprendizado, ser mais inteligente
e perspicaz. Buscar esclarecimentos, saber persuadir;
- fase de encantamento e sedução, já que a luz da Lua vai
obscurecendo (e iludindo);
- ver em que casas caem e para onde vão;
 Da Lua Minguante para a Nova:
- última fase do ciclo, período de recolhimento, revendo
modo de pensar, podendo ter riqueza interior ou exterior (conforme
o que foi feito na fase Crescente, há 15 dias);
- resultado dos esforços;
- os qbl preferem não começar nada nesta fase (mas, hoje
nem sempre é fácil, a vida voa);
- ver em que casas caem e para onde avançam.

90
A Astrologia popularizou-se com essas fases, que eram
registradas nos almanaques.
No entanto, há um bom potencial do efeito dessas fases, nas
Lunações Progredidas, que acontecem num ciclo de 28 anos. (Ver
“Conhecimento do Futuro”, da autora).
*
A Geometria é a medida da Terra: percepção de uma ordem
espacial na relação entre as formas. Ou sustentação do Universo.
A consciência das células do corpo é a geometria da vida,
conforme sua distribuição nos tecidos do corpo. Ele reage às
diferenças geométricas e proporcionais dos estímulos recebidos.
Exemplo:
- quando você cheira uma rosa e uma salsa, logo percebe
a diferença dos cheiros – em face das diferenças de suas
geometrias;
- uma erva que tivesse a geometria semelhante à da salsa
teria cheiro semelhante.
O olfato é importante para os provadores de vinhos e
perfumistas. Ou para você se defender, percebendo o cheiro do
perigo. Questões de geometria. Assim, qualquer problema é um
problema geométrico.
Os 5 sentidos estão relacionados à geometria da percepção.
Eles percebem de modos diferentes porque suas frequências
vibratórias são diferentes.
Quando você tem PES (percepções-extra-sensoriais), está em
sintonia com outras frequências de vibrações, outras geometrias.
(Se isso fosse ensinado nas aulas de aritmética, os estudantes
adorariam geometria).
O eixo da Terra está inclinado 23º aproximadamente (não é
fixo, tremendos Tsunamis podem fazer oscilar os minutos de arco
desses graus). Por isso, no Hemisfério Norte há menos luz solar, em
certas partes. E no Sul há mais.
Por isso, existem os solstícios de inverno e verão, e no
Equador a temperatura é mais quente – já que recebe tanto a luz
do Norte como a do Sul.
Na Suméria já se sabia disso, em face das informações
trazidas de Nibiru. Sim, porque vistas do alto, certas coisas são mais
fáceis de perceber e entender.
Do alto você perceberia a inclinação do Eixo da Terra e suas
consequências, como bem sabem os cientistas especializados.

91
A 5ª D é a D da luz, ela permite entender as leis da luz e da
gravidade.
Quando as 10 D do Hiperespaço forem comprovadas
cientificamente, todas as leis da natureza estarão unidas em uma
só. Enquanto isso, os místicos e qbl já conhecem essas 10 D, de um
modo subjetivo, nas 10 sefirós da AV e nos ciclos de 10 números da
Numerologia.
No Hiperespaço, tudo é vibração, inclusive você e seu laptop.
E enquanto os cientistas pesquisam o “milagre” de se viajar através
do tempo-espaço pelos buracos de minhoca, os místicos e
facilitadores de RM/VP já fazem isso há muito tempo. As técnicas
xamânicas e certas terapias, como a CF já viajam no tempo
também.
Arthur Clarke disse:
- Mágica é qualquer tecnologia avançada.
Carl Sagan disse:
- Uma civilização avançada milhões de anos está tão
acima de nós como nós estamos dos macacos.
Einstein disse:
- Quero saber como Deus criou o mundo e os seus
pensamentos, o resto são detalhes.
Há séculos se tem curiosidade sobre as leis do mundo. No
séc. 15, na corte dos Médici, em Florença, estudava-se (na
Academia de Médici), o Quadrivium, que incluía 4 ciências:
Geometria, Aritmética, Astronomia/Astrologia e Harmonia/Música.
As leis da Harmonia definem as relações e intercâmbios entre
os acontecimentos celestes e sua ordem espacial no
desenvolvimento na Terra (como o efeito dos aspectos planetários e
a música das esferas, de Pitágoras).
O objetivo da educação do Quadrivium era capacitar a mente
para canalizar o abstrato, invisível e trazê-lo à Terra, ao visível.
Sempre houve o desafio de encontrar um canal de
comunicação e intercâmbio entre o celestial e o terreno. Isso já
está, inclusive, nos 7 chakras:
Terrenos:
1. raiz, origens, cristal dentro da Terra;
2. sacral, mundo vegetal, do amor à natureza, relações
com o meio;
3. plexo solar, força animal, presença firme;
4. intermediário entre os mundos inferior e superior:
cardíaco. O mais importante dos chakras, justamente por causa

92
desse ponto de encontro entre a Terra (1, 2, 3) e o Céu (5, 6, 7):
representa o Homem, a energia do coração;
5. laríngeo, por onde os anjos falam conosco;
6. frontal, energia da inteligência, através dos arcanjos-
serafins (serpentes do fogo celestial);
7. coronário, Ele, Deus, Fonte, Ain Soph.
A Matemática estimula o desenvolvimento da intuição, do
intelecto e do espírito. Platão disse que a Linguagem dos Números
era a ideal: concisa, essencial, filosófica.
Se você compreende os 7, você está conectado com algo
maior e se torna esse Algo Maior.
O triângulo ascendente busca o céu, a elevação, o espiritual
– como a linha vertical da cruz.
O triângulo descendente dedica-se à Terra, ao bem estar da
matéria, a ajudar os outros – como a linha horizontal da cruz.
No meio da cruz está o ponto de encontro Céu/Terra e esse é
o verdadeiro segredo da cruz: ponto de encontro de duas forças:

Fogo para cima

Terra
cruzando


PONTO DE ENCONTRO

A linha vertical, como na AV, desce, encarnando, e sobe,


refinando e, depois, desencarnando,
O caminho é pela vertical: descer ou subir. Para atravessá-lo,
encontrará a linha horizontal terrena, que é uma linha de
resistência. Ali estão os 3 testes da Terra: os demais elementos:

93
1. a própria Terra, matéria, forma, sobrevivência imediata.
Peso pesado;
2. água, os sentimentos, as emoções (que iludem). Peso
oscilante;
3. ar, os pensamentos, as ideias (que obcecam). Peso mais
leve, pois abstrato; no entanto, ainda pesa.
E, acima, o 4º elemento, a chama divina quando se eleva e
fica mais leve: fogo.
Veremos isso na AV, quando a força do raio celeste atravessa
essas resistências.
 Arquétipo – é um padrão, princípio. Tem poder que
impulsiona a fazer algo; desejo. Ex.: desejo de segurança;
 Éctipo – é uma ideia, modelo, projeto. Pré-realização.
Ex.: estilista desenhando uma roupa, arquiteto fazendo a planta de
um edifício;
 Tipo – manifestação, formatação visível. Ex.: roupa
pronta, edifício construído. Todas as formas são “envelopes” de algo
vindo do desejo e das ideias.
Os gregos chamavam de Lambda a uma tabela de números
Masculinos / Positivos / Ímpares e Femininos / Negativos / Pares.
Os ângulos geométricos são chamados de anjos (ou pedras
angulares, de sustentação), pois provocam pensamentos,
sensações, atuações que fazem algo acontecer.
Os aspectos planetários do MN resultam das angulações,
como os trígonos, quadraturas, etc. Anjos angulares de sustentação
do MN. Um dos segredos bíblicos.
A posição dos planetas em ângulos celestes (aspectos) influi
nas alterações na Terra, como ciclos planetários (ver “Conhecimento
de Astrologia Mundial, Empresarial, Vocacional, ed. Imperial, da
autora). Ex.: Plutão em Capricórnio quadratura celeste com Urano
em Áries. A “calma” só virá com Urano em Touro, fazendo trígono
celeste com Plutão ainda em Capricórnio (após 2018). Ao mesmo
tempo, Netuno ainda em Peixes, como a ponta de um triângulo
isósceles: um trígono e dois sextis:

Netuno/Peixes

Urano/Touro Plutão/Capricórnio

94
Uma geometria mais tranquila sem o stress dos ângulos
retos.
Mais tarde, esse triângulo continua, mas sai dos signos F,
mais receptivos, para os signos M, mais ativos, após 2.024: Plutão
em Aquário, Urano em Gêmeos, Netuno em Áries. Aguardem.
Aspectos alteram-se conforme angulações: outras vibrações.
É simples: observe um objeto da luz (angulação “A” e, depois, na
sombra, angulação “B”. O mesmo objeto passando outra vibração,
mensagem. Como você, sendo uma coisa de dia e outra de noite).
Platão dizia que o Fogo da Alma deve ser reativado pelo
esforço contínuo. Os místicos sabem disso. Os canais celestes
repetem isso. O fogo da alma é embriagar-se com o celestial. Agir
sempre.
Quando você deixa de ver uma coisa ou pessoa por muito
tempo, aquilo vai se desfazendo. Morte é ausência. Vida é presença.
Nascer e morrer são complementares, mas vida e morte são
antagônicas.
Você é feito de metade luz/espírito e metade matéria/corpo.
Portanto, você é meio-deus, feito à imagem e semelhança divina.
Por essa razão, meu bem, você é centelha divina. Não é Deus-
Contigo, é Deus-Você. Por essa razão, meu bem, você tem 3 dons
divinos:
1. A palavra, que tem poder;
2. O ato feito com alegria (pois sem ela, o ato não valeria
nada);
3. Tornar-se anjo, refinar, evoluir, ter asas para voar (elas
são a extensão das suas omoplatas).
Veja, agora, os primeiros 4 números:
1. Unidade, semente, princípio.
Ponto, círculo, conjunção.
Primeiro pensamento ou movimento.
Céu.
2. Dualidade, poder de multiplicação.
Linha, parceria, oposição.
Extensão da ideia.
3. Trindade, criação.
Superfície, canal, trígono, triângulo.
Transição do abstrato para o concreto.
Intenção manifestando-se.
4. Manifestação, produto, nascido.
Natureza, razão, concretização, quadratura, quadrado.

95
Imóvel, vontade realizada.
Terra.
O Quadrado pode se estender num retângulo, neste caso,
vira 8. Extensão da vontade, socializando. As extensões de algo
socializam. Uma palavra escrita estendendo-se para a direita
socializa. Uma palavra escrita em pé, sem inclinação, afirma sua
intenção com força. Uma palavra escrita inclinando-se para a
esquerda lembra-se do passado.
(Obs.: em hebraico, a escrita é da direita para a esquerda, ao
contrário da nossa).
O som é o máximo da contemplação, torna algo
compreensível, inclusive ao universo. OOMMM.
O som é mágico, sobrenatural, atua em espiral, conduz à
interiorização. Por isso, o encanto das músicas, desde os cânticos
religiosos, as músicas dos festivais e comemorações, ou os hinos de
guerra ou das torcidas esportivas. Essa magia é usada
propositadamente em algumas circunstâncias. Para elevar ou
prejudicar.
A mesma nota musical eleva ou abaixa, conforme suas
oitavas.
Plutão é a 8ª superior de Marte, Netuno é a de Vênus, Urano
é a de Mercúrio. Os humanos usam as linhas normais, pessoais,
terrenas. Os arcanjos usam as 8ªs superiores. Para eles não há
Vênus, o amor pessoal; há Netuno, o amor universal, impessoal, a
tudo e todos.
Na Numerologia também existem as 8ªs superiores. Veja a
sequência:
4 e 8 (múltiplo de 2)
6 e 9 (múltiplo de 3)
A luz é uma vibração da 5ª D, (onde estão os anjos, no
misticismo).
Para os físicos tem-se:
4ª D – tempo
5ª D – espacial
A luz se propaga no vácuo porque o vácuo tem ondas, que
estão/são a 5ª D.
O Nobel de Física (1.979, e olha que já foi no século
passado), Steven Weinberg, disse que a Física Teórica parecia estar
se tornando semelhante à Ficção científica.
O desafio da Física Teórica é unificar as quatro forças (eletro
magnética, nuclear forte e fraca, gravitacional) em uma só. Einstein

96
bem que tentou, mas não deu tempo. Há outros Einsteins que
talvez consigam com a Teoria do Hiperespaço. O que mantém a
coesão do universo são as diferentes vibrações (ou Dimensões) do
Hiperespaço. E isso é uma questão geométrica. (E espiritual).
Por que falar nisso aqui?
Porque o que antes era impossível, absurdo, loucura,
insanidade, megalomania, hoje é possível, normal, habitual.
Não duvide nunca do impossível.
Por isso, você pode começar a entender que você é um
instrumento divino: Você é como um piano, e quem o toca é ...
Deus? Luz? Cosmos? Infinito? Ele? Ela?
Então, seja feita a Tua Vontade.
E, assim, eu fico Inteiro.
*
Cientistas buscam comprovações físicas do que eles “sentem”
que existem. Os místicos, simplesmente, “sabem”, acreditam e
tornam essas crenças em realidades. E em ambos, cientistas e
mistos, essas coisas funcionam. No fundo, eles são um só, como
corpo e alma (os filmes de ficção científica, como Jornada nas
Estrelas, Contato, etc. são filmes premonitórios e místicos).
Religiosos dizem que Deus mora no Céu, ou seja, no
Hiperespaço.
O interesse por outras D sempre houve, mas desenvolveu-se,
cientificamente, no séc. 19 e não parou mais. Se você ler Oscar
Wilde, Dostoievsky, Proust, H. G. Wells, etc., etc., Lewis Carrol com
sua Alice no País das Maravilhas, etc., etc., então você vai encontrar
a 4ª D (Lenin interessou-se por ela, também).
Você vê semelhanças com a QBL:
- o nosso universo originou-se duma rachadura cósmica
das 10 D, e posicionou-se no universo das 4 D, expandindo-se,
explosivamente. E continua;
- o outro universo, onde estão as demais 6 D, contraiu-se,
violentamente;
- portanto, o nosso universo tem um xipófago (que
contraído virou anão) separado, um gêmeo encolhido;
- esse gêmeo encolhido, enroscadinho numa bolhinha de
6 D é difícil de ser observado. Mas é para lá que poderemos ir se o
nosso universo grandalhão acabar num grandissíssimo incêndio,
num Big Cruch (M. Kaku).
Os canais dizem os mesmo, com outra linguagem.

97
Você já pode viajar nas 10 D sem precisar do
esmigalhamento do Crunch. A nave de Resgate chama-se Buraco de
Minhoca.
Nem todo delírio é delírio. Apenas faltam algumas
comprovações científicas. E os mitos, bem, não são mitos, são
histórias reais romantizadas.
Vários cientistas físicos já falam de vida inteligente no
universo, que já aproveitam o Hiperespaço. Comentam que,
futuramente, as viagens espaciais serão tão comuns como ir a
Miami ou Paris, conforme o gosto e o paladar de cada um. Até se
poderá ter um belo “loft” por lá. Inscrições para Marte já estão
sendo feitas.
A terribilíssima 2ª Guerra Mundial provocou o avanço
científico e tecnológico do século 20. Será por isso que não há paz
no mundo? Será que as guerras e matanças servem para:
 progresso industrial
 redução da Humanidade excessiva
 aceleração espiritual
 consciência de que matéria é Maya
 descobertas, curas
 etc.
Georg Riemann, o grande cientista alemão (morreu à
míngua, perdeu saúde) do séc. 20 foi o primeiro a afirmar que há
uma Morada Natural na geometria do espaço de múltiplas D.
Nenhum ocultista, místico deve se envergonhar de suas
pesquisas e crenças. Mas continuar estudando e abrindo-se ao
mágico e fantástico, todavia sem cair em ridículos sentimentalismos
e superficialidades (não seriam místicos, mas misticóides), sem
viciar-se nas leis do menor esforço, nas tolices – pois é isso que
fazem-nos serem criticados e desprezados pela ciência e pela
erudição.
Você sabe que o Hemisfério Cerebral Direito percebe o lado
abstrato, sagrado, esotérico, funcional de, por exemplo, um
número, um signo, uma sefirá. E que o H. C. Esquerdo percebe o
lado concreto, quantitativo, enumerativo, astronômico, exotérico de
um número, planeta, etc.
Números e sefirós têm qualidades, funções, atributos. São
fontes de energia, ativos, influenciam-se entre si. Pitágoras dizia
que eram, também, andróginos e sexuados, procriadores e gerados,
generosos e avarentos, ativos e passivos, indefinidos e

98
individualizados, com atrações e repulsas. Que tinham famílias,
amigos, faziam contratos, etc. – pois são elementos da natureza.
Através dos números atingem-se outras D ou o Hiperespaço.
Qualquer técnica física-psíquica, como artes, ciências ocultas,
meditação, geometria sagrada, artesanato, etc., acelera as
faculdades mentais, os corpos sutis, desenvolve a visão e o H. C.
Direito, reconhece conjuntos, padrões, sequências do H. C.
Esquerdo (Jodorovsky). O H. C. Direito aumenta a visão. O H. C.
Esquerdo, a audição.
Os egípcios diziam que a Inteligência do Coração estava nas
qualidades de entendimento daqueles dois Hemisférios:
receptividade e análise.
Os hindus do séc. 8 já conheciam o Zero, assim como os
árabes. Anteriormente, no Ocidente, usavam-se os algarismos
romanos. Foram os árabes que divulgaram o Zero no Ocidente,
através das escolas de Toledo, Córdoba, etc., no séc. 12.
E então o sistema numérico arábico surgiu na Idade Média. E
os monges achavam que isso era uma invenção do diabo. O que
nem passou pela cabeça dos mercadores e comerciantes, que logo
o adotaram como uma invenção dos Deuses.
Daí surgiu outra lógica, como:
3+0=3 03 = 3
3–0=3 30 = 3 x 10
Os números relativos surgiram no séc. 16 com: - 3, - 5 etc.
Os números decimais levavam ao Infinito; os algébricos eram
irracionais, como a raiz quadrada ou cúbica e os logaritmos.
O Zero é pré-criação, ideia sem forma. Na Índia, era
considerado como Renúncia, Negação do Eu, ilusão. Chamavam-no
de Surya, ou Vazio. Em Roma, era Nulo, Nada.
O Zero antes de um número é nulo. Após um número ele
extrapola.
O Zero inexiste, como Ain (Nada) antes de Ain Soph
(Infinito). É, então, uma entidade mental, não existente, não
quantitativa.
A Física Nuclear diz que a matéria que não se distingue é um
campo de energia.
O Upanishad hindu dizia: só existe o que você percebe, ainda
que não veja.
Nos aspectos planetários fáceis ou entre os números pares
com pares e ímpares com ímpares (tendências semelhantes) há:
- igualdade, simetria, concordância, inércia.

99
Nos aspectos planetários difíceis ou entre os números pares
com ímpares (tendências opostas) há:
- desigualdade, assimetria, progressão, extensão,
dinamismo.
Daí que: duas pessoas semelhantes dificilmente crescem
quando estão juntas (a genética sabe disso, por isso, dois irmãos
não devem se casar entre si, ou acontece a decadência, como em
antigos reinados).
O progresso está na diferença, nas quadraturas e oposições
(salve elas!) ou nos números que não combinam, quando aparecem,
por exemplo:
- Dia do Nascimento: 7 (impar)
- Data Completa do Nascimento: 2 (par)
O que dá um Destino “junto e separado”, a dinamização do
paradoxo.
Ou então:
- Soma das Vogais do Nome Completo: 4
- Soma das Consoantes idem: 5
As motivações ocultas das Vogais entram em conflito ou
desafio com as demonstrações visíveis das Consoantes. Ou
paralisam ou fazem crescer o Caminho durante a vida.
A Progressão Áurea é a evolução para dentro, como uma
rosca se enroscando, uma espiral indo para o interior: exaltando,
portanto, as características e qualidades abstratas e idealizadas. E,
depois, ela repassa essas características para fora, outro nível de
evolução, vai para o concreto, exterior.
Pois a concretização de qualquer coisa, seja lá em que nível
for, é o resultado de uma ideia/imagem da divindade, uma
progressão áurea. A Coisa que é o Divino.
Você é Criado e Criador.
O Homem Criado está entre o começo e o fim, entre Aleph e
Tau, Alfa e Omega, A e Z. E no meio está o Tempo.
O Homem Criador está entre o fim e o começo, entre Tau e
Aleph, entre Omega e Alfa, Z e A. E no meio está a Eternidade.
O grande milagre, portanto, não acontece quando se começa
algo (pois caminha para o fim), mas quando se acaba algo (pois
caminha para um recomeço).
Devia-se festejar o Reveillon do dia 31 de dezembro como o
fim que proporciona o potencial de um começo.
Se você se preocupar com o tempo, as horas, os anos, só
pensará que está indo do presente para o futuro. E esquecerá o

100
importante: que foi o passado que levou a esse presente. O que
você tem hoje é consequência de ontem.
Por que as guerras de hoje? A corrupção de hoje? A
decadência das cidades de hoje? A educação de hoje? A saúde de
hoje?
Não adianta consertar, emendar.
Adianta agir.
Na medida certa.
Pois só acontece aquilo que você decidir. Você é que define e
delimita o que deve fazer. Você é o próprio Saturno. Mas também é
Geburah, é Din (a 5ª sefirá, associada a Marte). Delimitar NÃO é ter
um muro na sua frente, impedindo. É ter um muro nas suas costas,
marcando seu território, até onde quer fazer.
Se seu espírito vai além do tempo (não há passado-presente-
futuro, só o Continuum, disse Einstein), você está na Eternidade.
Mas, se você viver só no físico, só no que importa ao corpo, ao
visível, então, você segue a linha do tempo, como no Facebook, e
caminha para o fim, a morte.
A primeira manifestação de algo é a ideia, a fantasia, a
imaginação, o ideal.
A segunda é a realização, algo físico e com Volume: como
um cubo geométrico.
A Soma é um desenvolvimento deliberado, o crescimento de
qualquer coisa, expansão lógica. Como 4 + 4 = 8.
A Multiplicação é uma Soma Acelerada, uma transformação,
um salto. Como 4 x 4 = 16.
E, daí, o aforismo de Thot:
- Eu sou o 1 que se transforma em 2, criando polaridade.
- Eu sou o 2 que se transforma em 4, originando a
superfície: 22 = 4.
- Eu sou o 4 que se transforma em 8, produzindo o
volume: 2 = 8.
3

- E, no fim de tudo, eu sou o 1.


É o que a Física quer: que as quatro forças sejam uma.
Redenção: é o poder transformador da Soma, quando
acontece uma ressurreição da Multiplicação, um salto não
sequencial – embora no mesmo nível – mas para outro nível (ou
crescimento exponencial).
O ritmo do Cosmos é em espiral, representado,
esotericamente, pelo Amor Universal (da partícula à galáxia). Um
exemplo: as ramificações das plantas, numa série:

101
 Flores de 5 pétalas (ou seus múltiplos: 10, 15, etc.),
como as rosas e margaridas, são comestíveis – formas vivas;
 Flores com proporções 6 ou 8 – geometria dos minérios,
das formas inanimadas – podem ser venenosas, ou medicinais
(papoulas, tulipas, açucenas, etc.). (“O Oculto”, C. Wilson).
A percepção de algo produz uma criação. Assim como os pais
percebem-se a si e criam os filhos. Perceber é relacionar-se, não
perceber é não fazer contato. Não há extensão, não soma.
As relações numéricas sucessivas são semelhantes a formas
espaciais – como um quadrado e um retângulo.
O tempo é uma expansão de crescimentos sucessivos que vai
além da forma: bebê, criança, adolescente, adulto, velho
(diminuição). Mas se a consciência se expande é um aumento
(soma).
Um feto dentro do útero, a gestação do corpo humano, são
como um Gnomon. Gnomon é como uma sucessão de caixinhas ou
bonequinhas, que se reproduzem, umas dentro das outras. Ou seja,
por exemplo, um triângulo grande que contém triângulos menores,
um dentro do outro.
Ossos são duros, são imperecíveis, cresceram através de
acumulações.
A pele é um tecido macio, é perecível, substituível – como
todos os macios.
O reino mineral é duro e está relacionado ao quadrado, ao
número 4.
O reino humano é elástico, maleável e está relacionado ao
pentágono, ao número 5.
Chama-se quadratura do círculo a um grande quadrado
contendo um círculo dentro e que, por sua vez, contém um
pentágono menor dentro.
Desenhe essa figura. E coloque-se dentro do pentágono.
Todos conhecem o OM. Se você falar essa sílaba de modo
bem extenso, tipo OOOOOMMMMM... vai reparar que produziu um
som espiralado, de dentro para fora, centrífugo. Pois a frequência
sonora organizou partículas num esquema geométrico.
Fale o seu nome alto e veja que tipo de som ele produz...
Reage-se ao som do nome de qualquer pessoa ou coisa. O ouvido
sempre reage à forma do som. A criação cósmica, ela mesma,
resultou da vibração de sons cósmicos.
Portanto, não basta fazer a Numerologia de um nome: tem-
se que reparar as vibrações desse nome. Cuidado com os números

102
que quer colocar num nome, pois esse número tem uma letra que
tem um som. Antes de decidir por um nome, fale-o alto e veja a sua
reação.
Escrever, falar, pensar, no nome de algo ou alguém é dar
vida a isso ou esse. Essa é a força da publicidade.
Uma das metas da Yoga (ou união) e ouvir a música
inaudível, o som puro e imaterial: a natureza profunda das coisas, a
essência. A voz dos arcanjos.
Na AV, a descida do 1 ao 10, ou involução, representa a
encarnação, a profunda doação do espírito ao se materializar. Ou
comprovação científica. A grande generosidade, o eterno. Dar
E a ascensão na AV, do 10 ao 1, ou evolução, representa a
espiritualização da matéria, seu gradativo desapego, a “des-
encarnação”. Na medida certa, no tempo adequado. (Veja que a
sefirá 7, que trata das emoções e sentimentos, deve se refinar antes
da sefirá 4, que trata da bondade e misericórdia. Como haver
Bondade quando os sentimentos são pesados?).
Repare os órgãos sexuais dos vegetais e dos humanos. O
órgão sexual das plantas é a sua flor. Ela cresce para cima, para o
céu, empurrando a energia para o alto. As folhas são os pulmões
das plantas. Já o órgão sexual humano volta-se para baixo,
empurrando a energia para a materialização, para a Terra.
O mesmo acontece no rosto humano: do queixo até o nariz,
incluindo a boca, é a parte do rosto mais terrena. Em baixo:
firmeza. Do nariz para cima, incluindo olhos e testa, é a parte do
rosto mais celestial. Em cima: leveza. E Terra e Céu, no seu rosto,
fazem Um.
Platão relacionou 5 formas geométricas volumétricas
essenciais:
1. Tetraedro: forma uma pirâmide triangular, associado ao
elemento Fogo. (Forma mais refinada indo para o alto);
2. Octaedro: forma uma pirâmide de base quadrada,
associada ao Ar. (Forma mais soída, que ainda se eleva);
3. Cubo: mostra o volume de um quadrado, associado à
Terra. (Forma bem sólida, com boa base);
4. Icosaedro: forma uma bola com pontas e com um
pentágono saindo de cada lado, formando pirâmides, associado à
Água (Forma ondulatória);
5. Dodecaedro: forma uma bola com as pontas de um
pentágono, como as linhas de costura de certas bolas de futebol,
associada ao Éter (forma leve).

103
Os demais volumes originaram-se desses 5. A cama ou a
mesa, por exemplo, saiu dos cubos. As pirâmides egípcias, do
octaedro. Esses básicos poliedros já existiam, pelo menos, há uns
1.000 anos antes de Platão, na Inglaterra. À época de Stonehenge,
há bem mais de 3.000 anos, conhecia-se Matemática e Geometria.
A mente e o espírito são extensões do corpo. E o corpo é a
expressão de ambos.
A forma geométrica pura dos minerais e cristais só existe no
mundo metafísico da 6ª D: pois é uma concepção, ideia captada
pela mente (através da geometria).
A Geometria Sagrada era ensinada na Renascença (Frei Luca
Paccioli). Dava-se um exercício para os alunos, a fim de ajudar na
concentração mental:
- Construir formas diferentes, feitas de material
transparente (sólidos transparentes), e colocá-las umas dentro das
outras.
- Assim é o corpo humano: diversas formas geométricas
organizadas dentro de algo limitado por pele e ossos.
Ok. Não se preocupe se você for criticado ou até errar
algumas vezes. Durante séculos os matemáticos e outros cientistas
erraram assombrosamente. Faz parte. Achavam, até, que a 4ª D
não existia porque não podia ser figurada na mente (o espírito).
Como figurar o tempo, as horas? Ora, se você sabe que sua aula
começa às 15 ou às 20 horas, esse tempo está na sua mente, no
seu espírito. E no relógio.
No mundo multidimensional do Hiperespaço, um dia você
poderá fazer como os anjos: aparecer e desaparecer, atravessar
paredes ou montanhas, voar, materializar e desmaterializar coisas,
etc. Os fantasmas fazem isso. Qualquer médium sabe disso,
qualquer canal.
A 4ª D mostra a perspectiva das pinturas. Antigas figuras
achatadas, como nas pinturas egípcias ou na arte da Idade Média
não tinham senso de perspectiva: era tudo plano. Já é diferente na
Gioconda, na Ceia de Leonardo da Vinci, na Vênus de Boticelli, etc.
O místico erudito Ouspensky foi um que introduziu a 4ª D na
Rússia, no séc. 19 e início do séc. 20.
Veja um tremendo erro de um tremendo matemático: Isaac
Newton (séc. 17, Capricórnio) achava que o tempo era igual em
todos os locais da Terra e, pasme! Até mesmo em outros planetras!
Newtinho achava que a hora no relógio de Londres era igual ao do
“relógio” de Marte... Pode?

104
O físico R. Feynman disse:
- A verdade é bela e simples. O que está fora disso não é
verdade.
E. Witten (Princeton) é defensor da Teoria das Supercordas.
Pesquisou-a para explicar o instante da Criação (Bereshit). Nela está
uma geometria inusitada: as cordas só vibram constantemente em
10 ou 26 D.
A Teoria das Supercordas explica a natureza da matéria e do
espaço-tempo.
Ou somos todos um.
A molécula do DNA tem forma de corda, e o código da Vida.
Aquela Teoria foi descoberta, acidentalmente, em 1968,
pelos físicos teóricos Veneziano e Suzuki. Ainda está em estudos
(pesquisa caríssima).
Os Raios Cósmicos têm energias bem maiores do que
qualquer coisa já pesquisada nos laboratórios. Não se sabe de onde
vêm. Suas energias são imprevisíveis. Foram descobertos no séc.
20, através de experiências feitas no alto da Torre Eiffel, em Paris,
pelo Padre Theodor Wulf, um jesuíta – a propósito.
Quando um Raio Cósmico de alta energia atinge a atmosfera,
ele estilhaça os átomos durante seu caminho. Esses fragmentos
criam os Íons, ou átomos quebrados (ou Klipot, na Av?).
Tais Raios geram energia incrível. Um detector em Utah,
USA, identificou a origem de alguns desses Raios (Cygnus X-3 e
Hércules X-1), provavelmente oriundos de estrelas de neutrons
grandes e giratórias, ou de buracos negros (a Via Láctea é uma
grande fonte de energia).
Talvez a visão dos 7 Raios, esotéricos, oriundos das 3
Grandes Constelações Ursa Maior, Plêiades, Sirius, não seja apenas
um mito... mas uma verdade “romantizada”?... (Ver “Conhecimento
da Astrologia dos 7 Raios e das 9 D”, da autora).
No séc. 9, na Índia, o místico e estudioso Mahapurana
indagou:
- Se Deus criou o mundo, onde Ele estava antes da
Criação? Ora, o mundo é incriado, como o próprio tempo: sem
começo nem fim.
Eternidade.
S. Tomás de Aquino, séc 13, sintetizou as provas da
existência de Deus, como:
- Há um Móvel Primeiro que põe as coisas em movimento.
- Há uma Causa Primeira que causa as coisas.

105
- Há um Criador, porque existem coisas.
- Há uma Fonte, pois há a bondade perfeita.
- As coisas são planejadas porque servem a um propósito.
Então, Deus é o Primeiro Móvel e o Primeiro Criador. Sim, e
antes?
*

106
3. A VERDADE É O QUE É ÚTIL

Assim disse o Buda.


Eis o Karma: atitude e reação são inseparáveis, como as
bolinhas, favas das ervilhas. Algumas reações são invisíveis: como
os pensamentos: tomara que morra; ou como os sentimentos:
queria transar com essa pessoa. Sabidamente, a Igreja Católica
decretou:
- Peca-se até em pensamento.
Eis o Tikun: ok, espera-se que você corrija seu erro. Ora,
você o corrige quando fica indiferente àquilo que provocou o erro.
Aí você faz suas compensações. E justiça. Din, da 5ª sefirá, fica
equilibrada. Enquanto há elos com o objeto do erro, repetem-se os
erros.
Impossível não haver Karma ou Tikun. Basta estar vivo. Daí,
para de se preocupar se você não é perfeito. Jamais será. E
sentimento de culpa, dear best, é como vitríolo.
A vida não é só música romântica, cantada baixinho no seu
ouvido. A vida também é rock progressivo. Prog.
Para passar no vestibular é simples: ser consciente,
interessado e corrigir os erros. É fácil? Depende da pessoa, de suas
motivações e expansão de consciência.
Observe os movimentos, atitudes ou reações, após o início de
qualquer coisa. Quando começou a estudar, a trabalhar, a namorar,
a se exercitar, a pesquisar, a se encantar... Pois é aí, entre o
começo e o fim, ou entre o fim e o novo começo, que acontece a
Vida, ou o mais importante.
O que fará DURANTE?
É isso que vale e valerá.
O Karma é anulado pela indiferença. Se você tem Marte com
Saturno (ou Geburah a serviço de Binah), ou a pedra no meio do
caminho, enquanto continuar se preocupando com isso, o Karma
não acaba. Consertos têm que ser feitos. Vai que um dia você não
se aborrece mais com a pedra, sabe que faz parte do caminho e
segue adiante, não deixa de dormir por causa disso. Aí, com a
indiferença, na próxima VF, você não vem mais com esse aspecto.
Talvez tenha que se exercitar com Marte com Urano (rock
progressivo).
O futuro depende de decisões e permissões. Escreva aí, o
que vem permitindo ultimamente: ___________________________.

107
Você é herdeiro da sua casa 4, do seu passado ancestral e do
mês/ano passados. A metabolização desse passado transforma-se
em habilidades. Ou manias.
Tudo que você criar não é resultado só da sua criatividade
(que é Sol). É resultado do que você fez. Como um filho é
consequência dos pais.
Herança deixada tem a ver com metabolismos. Não é só a
sua história pessoal que está em jogo, é a própria Vida. Ou seja, de
algo que existiu antes de você nascer e de tudo que existirá após a
sua morte (Atotô!).
Desde a antiguidade integrava-se Religião e Astrologia +
Magia + Empirismo (experiências). Os sacerdotes egípcios, hebreus,
caldeus, etc., etc. eram, também, curadores e conhecedores da
Cosmologia. Isso era tão respeitado quanto Osiris, Thot, Isis,
Ratziel, Micael, Marduk, Ninmah, etc.
Cada parte do corpo era/pertencia a um deus. E ainda é. E
está representada num signo, planeta, sefirá.
Alexandre Magno levou o conhecimento egípcio, babilônico,
etc. para a Grécia. Além de conquistador e guerreiro, ele era um
desenvolvimentista. Pudera, estudou com Aristóteles, a velha
raposa.
Naquelas culturas, os pacientes eram observados
atentamente. E o primeiro Pai da Medicina, Esculápio (Asclépio),
filho de Apolo, ensinava no seu templo-clínica, em Epidauro,
medicina/saúde e leis cósmicas. Ou seja, viver em harmonia com as
leis da natureza.
Usava-se fonoterapia na recuperação da harmonia. A
importância da palavra e do seu som (por isso, Numerologia e
Fonoaudiologia são irmãs). Os cantos, as orações eram usadas para
a cura. (Sabe-se que ratos com câncer recuperam-se melhor
ouvindo música clássica. Conforme o tipo de música que se coloca
no quarto de um doente, ele se recupera mais facilmente ou parte
desta para melhor...). Som mata ou cura.
Pitágoras fez uma correspondência entre um planeta ou
número com uma nota musical curadora, específica para cada parte
do corpo: essa é a música das esferas.
Magia branca é o uso produtivo das ciências; Black é o uso
destrutivo delas.
Dizia-se que as leis fixas dos planetas (atributos e órbitas)
regiam os Destinos humanos.

108
Quando você for se encontrar com o Ancião dos últimos Dias,
seu Testamento será:
- Em que você foi útil.
O útil é tão sério que no seu MN há uma casa para isso – a
6; e no zodíaco há um signo – Virgem.
Somente após a Iniciação da passagem de um planeta por
essa casa 6 é que se está apto para atravessar a ponte para a
Sociedade, para o contato direto com os outros, através da casa 7.
Houve tempo em que as pessoas só deviam se casar se:
- Meninas: soubessem práticas domésticas.
- Meninos: tivessem um trabalho, emprego.
Quando você tem uma tarefa, você se sente útil, necessário,
inteiro.
Todos têm uma tarefa que lhes foi destinada. Trate de
descobri-la, para crescer e aparecer na vida adulta. Aí, poderá dizer
que, realmente, está encarnado.
Não há falta de trabalho, há falta de empenho, atitude,
envolvimento, dedicação. Falta da 6ª sefirá, Tifferet.
As casas pessoais, de 1 a 6, são preparatórias, como os
cursos de vestibular, como os alicerces de uma construção, para o
Mercado, a Vida Pública, as casas sociais de 7 a 12.
Dia a Roda da Fortuna, carta 10 do Tarot:
- Permanência é ilusão, impermanência é a constância.
Se você marca uma data de casamento para o próximo ano,
quando aquele dia chegar, nem você, nem o futuro cônjuge será
mais a mesma pessoa. No ano que vem ou na próxima década
todos nós seremos estranhos ao que somos hoje. No próximo
Reveillon, não será Você-Hoje que estará lá. Nem Eu-Hoje serei a
professora de amanhã ou a que escreverá o próximo capítulo deste
livro.
- Quem será?
Reencarnar é fazer uma ligação entre duas vidas: VP e VA.
Conhecer VP é como ler bula de remédio: para que serve. E
também pode ser usada na dosagem correta. Suas VP mostram,
claramente, Ontem influindo Hoje. E daí, uma excelente perspectiva
para Amanhã.
Toda VP é um sinal para o futuro. Há décadas venho
registrando isso, com milhares de RM/VP. Decididamente uma VP
não é um passado. E você percebe muito bem isso, quando avalia o
quanto seu passado atual está influindo no presente. Claro, seu

109
presente também influirá no seu futuro. Para isso, pais costumam
educar os filhos.
Quem viver após você, sejam seus filhos, amores, colegas,
inimigos, recebará um pedaço seu (você é como uma torta fatiada).
A sua herança se espalha. E vai acrescentando outros ingredientes.
O Homo Sapiens de ontem ainda ocupa um lugarzinho no
nosso DNA. Memória é a parte que você deixa nos outros. Como
meus livros e aulas ocuparão uma parte de vocês.
Pessoas que trabalham com público repassam mais partes
delas para um maior número de pessoas. Por isso, você não é Um,
é Muitos. Mas também é Um. Como sabia Hermes Trismegistus.
Quem é você?
- Você é Aquele que provoca?
- Você é Aquele que ajuda?
- Você é Aquele que transforma?
- Você é Aquele que alegra?
- Você é Aquele que ...
Todo nascimento tem um pouco de Áries, de casa 1, do ASC.
Ou de Kether, a 1ª sefirá: o potencial que vai coroar tudo o que
virá. E já se estará caminhando para a casa 12, para Peixes, para o
Oceano onde está tudo junto e misturado. Ou para Malkut, a 10ª
sefirá: o reino das encarnações onde tudo (tudo) pode acontecer.
A casa 12, coitada, tão mal entendida, é uma das mais
importantes do seu MN. Pois é o fim, que prepara um novo começo.
Nas Casas Derivadas, toda casa seguinte de outra casa (ou a
2 daquela anterior) indica uma consequência, um recurso que foi
testado na tal casa anterior. Ou seja, o lucro de sua casa 2
dependerá do seu ASC. Ou o seu casamento/parceria da casa 7
dependerá dos ajustamentos e aperfeiçoamentos feitos na casa 6 (a
7 é a 2 da 6).
O investimento na sua carreira ou no mundo externo, da
casa 10, mostrará o lucro das participações grupais/coletivas da
casa 11. E essas participações dependerão do seu empenho na casa
10.
Por outro lado e talvez mais importante são as casas 12
derivadas, isto é, a casa que veio antes de outra casa. A casa 9 é a
casa 12 derivada da casa 10. Ou seja, sua posição social dependerá
dos bastidores de sua filosofia de vida, naquilo que você acredita,
na sua cultura e em saber lidar... com as distâncias.
Os bastidores (casa 12) estão por trás de todos os inícios,
mostram o que provocou um começo. O fim indica o que trouxe um

110
início. O fim de um casamento provoca uma nova vida, o fim da
solteirice provoca uma nova vida. O fim de uma ilusão faz você
recomeçar em outro nível existencial.
A casa 12 faz TODA a diferença em qualquer coisa. Ela é o
Grande Mistério, o Grande Segredo dos Ocultistas – talvez
propositadamente mal falada (contrainformação), para “enganar os
tolos” (como dizia aquele imperador chinês ao se referir ao tipo de I
Ching divulgado).
Paracelso, na Lei das Assinaturas, dizia:
- Quando se vê a essência de uma coisa, percebe-se tudo:
O vermelho é calor, é sangue, é vital, é direção, é centrífugo,
é paixão, é agressor, é músculo, é Marte. E corresponde às funções
destrutivas no corpo, como os processos catabólicos, a mastigação,
as enzimas digestivas. A vesícula biliar. E as inflamações,
hemorragias, feridas, anemias de ferro, vegetais vermelhos, à
arnica, etc.
A Adão. Que significa movimento para fora, Humanidade.
Admoni é vermelho, adamah é Terra. Adão = Adam.
O primeiro homem, do qual descendemos, é sangue
vermelho. Todo ASC é vermelho. O signo do ASC vermelhiza-se.
A essência é o principal. O resto são derivados.
Acrescente suas ideias nos signos:
 Áries:
- princípio, urgência, cabeça;
- ir sem ter aprendido;
- conquista o que deseja (comida, dinheiro, sexo, tablets,
etc.);
- ataque frontal, eu no seu posto, ganhar troféus;
- aves de rapina, vegetais espinhosos e picantes, alho,
cebola, gengibre;
 Touro:
- fecundação, incorporação;
- nuca, base do crânio, sustento, jugular;
- fase oral + afeto = inocência
- guardar, zona de controle, pescoço que gira para a
melhor direção;
- apropriar-se com prazer;
- regride com frustrações;
- decide o que pode deixar passar ou não, garganta;
- iodo, cobre, búfalo, ocre, tartaruga, brionia, musgos,
natrum sulfuricum;

111
 Gêmeos:
- qualquer coisa pode ser ou não;
- polaridades, mutações, androginia;
- contato e intercâmbio, pulmões, ombros, sistema
nervoso, bíceps;
- samambaia, centopeia, azaleia, passarinho, macaco,
rato;
- antimônio, Kalium muriaticum;
 Câncer:
- vida intrauterina, cálice, círculo;
- processo primário de desenvolvimento da personalidade,
conforme nutrição e proteção, depende de vínculos;
- busca do paraíso perdido;
- apoio, cuidados, cobertura (inclusive de glacê);
- repetição, reprodução, reflexo, impregnação,
multiplicação;
- caracol, crustáceos, pato, cisne, foca, vegetais aquáticos,
salsa;
- emoção inconsciente: abdômen (Lua);
- emoção consciente: tórax (Leão);
- portanto: barriga grande como reduto de emoções, a
mochila que você carrega na frente. E dores nas costas,
vértebras dorsais como impacto emocional traumático;
 Leão:
- centrífugo, radiação, produz brilho;
- incorporação da figura paternal ou autoridade (Leão olha
para o pai, Câncer olha para a mãe);
- eixo, vértebras dorsais, energia vital global solar
curativa;
- centro, rei, luz, pai e filho, cenário em que atua;
- consciência de si conforme se vê, espelho, ser visto;
- camomila, cânfora, fósforo, magnésio;
 Virgem:
- seleção e absorção de substâncias, processo digestivo,
intestino delgado, diafragma;
- peneira, purificador, discernimento, investigação;
- o que é próprio e adequado;
- sente-se separado do meio e fecha-se (rabinho para
dentro);
- todas as partes do corpo que separam de algo,
membranas, etc.;

112
- cereais, abelha, formiga, colibri;
- minúcia, controle;
 Libra:
- filtro, aparelho urinário, destilação;
- normas sociais, evitar conflitos;
- ter que decidir pode desequilibrar;
- equilíbrio, sublimação, suprarrenais;
- rins eliminam o inútil e restauram o equilíbrio do
organismo;
- sócio: compõe uma situação;
- reconhece o outro e a si, como iguais e diferentes;
- medida certa, justa;
- pomba, faisão, cobre, uva, galgo (estético), mariposa;
 Escorpião:
- órgãos genitais externos, aparelho urinário (como Libra,
mas é a excreção), esfíncter, parto;
- destruir para renovar, metamorfose;
- fase anal, sentimento de perda;
- reter ou expulsar, atração ou repulsão (afetro bipolar),
culpa e reparação;
- imã, cloro, lava vulcânica;
- verdugo, estrategista, dominação;
- vergonha, ocultação;
- tabaco, aranha, répteis, aracnídeos, morcego, águia,
cobra venenosa, dália, lachesis;
 Sagitário:
- vias respiratórias (com Gêmeos), sistema motor (ir
longe), fígado, glúteos, região ilíaca, caminhar, sartório,
deslocamentos;
- pensamento abstrato, movimento mental, lógica pura,
valores éticos e culturais (face sublimação da energia
vital);
- universitário, erudito, religiosidade;
- zebra, elefante, hipopótamo;
- jasmim, silício, estanho, noz moscada, licopodium;
- esforço para seguir e elevar-se, faro;
 Capricórnio:
- esqueleto, articulações;
- processo de limitações e definições;
- tempo, nível de durabilidade, mortalidade, organização
de tempo e espaço, ritmo pessoal;

113
- eficácia, fortaleza, ossos (que são duros e flexíveis);
- carvão, cimento, chumbo, cinza, cipreste, camelo, girafa;
- rígido e fraturável;
- calcarea phosphorica, arsenicum album;
 Aquário:
- circulação periférica do sangue;
- oxigênio do corpo, elimina carbônico;
- panturrilha, tornozelo, tendão de Aquiles;
- libertador, iconoclasta;
- libera forma adquirida ao socializar, corta peso social;
- rebeldia contra autoridade externa, a fim de assumir sua
própria autoridade;
- salto, prevê, vê longe (como Sagitário), inventa a partir
do velho;
- ignatia, zincum, noz vomica, incenso, anil, causticum;
 Peixes:
- sistemas imunológico e linfático, mucos, serosidade;
- experiências intrauterinas (junto com Câncer e por
associação às casas 12 e 4), experiências/sensações pré,
sentimento arcaico e oceânico;
- fusão, transcendência de limites físicos;
- empatia, sintonia, histeria coletiva, massa enlouquecida;
- bode expiatório, messias, ungido, médium, ator, místico;
- renúncia, anulação do desejo;
- pés: contato com a terra, carrega o corpo, humildade;
- encantamento, narcóticos;
- prisioneiro, escondido, internado;
- coral musical religioso;
- platina, selenium, ópio, baleia, aves marítimas, Amapola,
papoula, belladona.
*
Quanto às pedras preciosas:
São resultados de longos processos geológicos (1ª D), que
lhes deram vibrações específicas – energia acumulada da Terra.
São terapêuticas, fonte de raios cósmicos, em face de:
a) estrutura cristalina, perfeição e simetria, que atrai
estabilização;
b) vibração cromática, através dos seus raios;
c) capacidade de radiação de energia e luz;
d) componentes minerais terapêuticos.

114
Elas podem ser colocadas no corpo, transmitindo vibrações
ou em bebidas. Também usadas como joias para reforçar
autoridade e identidade.
Os Grandes Sacerdotes, os Hierofantes usavam um colar com
12 pedras preciosas, representando o Zodíaco (o destino humano) e
as 12 tribos de Israel. (O primeiro foi Aarão, irmão de Moisés).
Eis algumas ideias sobre as pedras:
 Diamante – limpador energético, potencializa terapias,
tira bloqueios. Como brilhante, é pedra de Vênus (astrologia
védica);
 Safira – imaginação positiva e prática, equilíbrio
emocional, antidepressiva, melhora relações, atua na pele e na
tiroide. Saturno;
 Esmeralda – protetor astral, melhora a comunicação e o
entendimento, tira o medo de socializar, ajuda na timidez. Mercúrio;
 Rubi – estimulante, energético, concretizações, maior
decisão e menos apatia. Atua na anemia e no sistema imunológico.
Pedra de reis. Sol (védica);
 Topázio (principalmente o Imperial, mais escuro) –
equilíbrio emocional, ajuda nos acidentes e choques, antioxidante,
neutraliza negatividade e ressentimentos. Júpiter;
 Coral vermelho – ativa sucos digestivos, absorve
nutrientes, elimina toxinas, rejuvenesce a pele, facilita rins, melhora
a melancolia, desapego do passado. Marte;
 Pérola – ansiolítica, regeneradora, melhora o sono,
estabiliza emoções. Lua.
*
E então, começar é ir para o fim. Quando você está numa
fase difícil, as coisas não vão bem, você está cansado. Aí, surge
uma oportunidade, algo novo. Acabou a fase ruim e o cansaço logo
passa. Ressuscitou.
Nascer é dirigir-se para a morte. Por isso é que certos povos
choravam quando uma criança nascia e comemorava, quando
alguém morria. Passou desta para melhor, sorria no funeral.
Morrer e não ser mais visto, virou a esquina, sumiu na
Croisette. O suicida em potencial sente que está ficando invisível
para os outros (é Netuno). A morte natural acontece quando não há
nada mais a ser visto.
Veja o nunca visto!
Ouça o nunca ouvido!

115
Todos nós temos um Buda iluminado dentro de nós. Quando
você contatar com alguém, dirija-se a esse Buda interior da pessoa.
Interessante:
Buda é aquele que se iluminou. (Descobriu que em certas
situações não há nada a fazer, além de aceitar).
Cristo é o messias, ou o ungido. Alguém lhe deu um poder,
sacralizou-se.
A QBL estimula a se ver a centelha divina dentro de cada
pessoa. Ver “a coroa” dela.
Quando um planeta transpessoal, como Urano, Netuno e
Plutão (com certas semelhanças às 3 sefirós superiores (não iguais,
nem correspondentes), e aí incluindo a 4ª oculta: Daat, que se
debruça sobre o Abismo (daquele que sabe, que conhece), passa
por um signo: mostra um plano cósmico ou um Karma coletivo.
Os verdadeiros testes evolucionários estão nos
relacionamentos. Em qualquer tipo de relação.
Vênus – relação próxima, direta, com uma pessoa.
Júpiter – relação geral, com distância pessoal, pessoas
conhecidas socialmente, profissionalmente.
Nodos Lunares – contatos que atuam em algo interno,
emocional, grupos convenientes.
Mercúrio – troca descompromissada ou didática, negociação.
Eremitas estacionam. Ausentes de relações. Na carta 9 do
Tarot, ele caminha lentamente num local árido. Sem desafios, que
ficaram para trás.
A carta 7 ou DESC é o Grande Desafiador ou Estimulador: o
concorrente ou o parceiro. Aliado ou rival.
A casa 9 é o Mestre, guru, profeta ou grande inquisidor,
aquele que sabe tudo e não lhe ouve.
Os aspectos planetários determinam o destino. Como num
jogo em que você já sabe o placar final, o resultado. O tal livre
arbítrio, ou intervalo entre o primeiro e o último apito do jogo
(nascimento e morte), são apenas as suas opções de: Como Vai
Preferir Chegar ao Resultado Final.
É como se estivesse decretado, determinado, assinado em
baixo, que você vai do Rio de Janeiro para Vancouver. E como você
chega lá é que é o seu livre arbítrio. E a QBL sabe muito bem disso.
Daí que, conhecer o MN é:
I - saber seu destino, mazal;
II - escolher como é vivê-lo;

116
III - sabendo o resultado pode apostar melhor e com
mais determinação (cara! esse é o grande segredo do MN e parece
que nem todos sacaram! Pois aí está).
Aceitar o destino, aquilo que a vida lhe traz, aumenta a
confiança.
A Lua (patrocinando Yesod, 9ª sefirá), permitiu que você
tivesse uma forma para se materializar na Terra, o Reino de Malkut.
Antes de você nascer, durante a gestação, o seu corpo foi se
formando e adquirindo o potencial dos planetas e dos sefirós. No
entanto, nenhum nascimento é garantido, a não ser quando o ASC
se manifesta em Malkuk (na Terra).
E, depois, que será, será. Conforme MN. Nada é feio ou
errado, nem as dificuldades, crises, quedas. É a tal vida sendo
vivida, ou a espada flamejante descendo ou subindo na AV de sua
vida. Cortando resistências.
Você veio da Luz Infinita, também chamada de Eternidade: o
raio de luz eterna. Lembre-se disso quando as coisas ficarem
difíceis, abra um buraquinho, uma janelinha para a luz entrar, um
fiozinho só é suficiente.
Essa é a razão de ser das letras:
Dalet - porta (nº 4)
Heeh - janela (nº 5)
A porta está no nome divino: Adonai (ADN – que, invertido, é
DNA).
A janela está no Tetragrammaton.
Para se acessar a Luz Infinita é preciso abrir portas e janelas
para que as coisas inúteis ou pesadas saiam por elas.
E Urano é o agente, a chave de cadeia. O TzimTzum.
O que lhe prende ou pesa?
O que saiu do equilíbrio, perdeu a medida, a proporção:
Libra, ou a Temperança, carta 14.
Uma das metas evolucionárias da sua centelha divina,
entrada nesta encarnação pelo ASC, foi:
- Relacionar-se.
Numa relação você se dá conforme você é. Sua família lhe
deu o que sua família era. Agradeça. Já que, de qualquer jeito, ela
contribuiu para você agora estar lendo este livro.
O pai biológico é Hesed, a 4ª sefirá. Aquele que dá. Ou
Júpiter.
A mãe biológica e Geburah, a 5ª sefirá. Aquela que recebe.
Ou Marte (surpresa?).

117
Misericordiosamente, o pai Hesed deu seu sêmen. E a mãe
Geburah enfrentou uma dificílima luta para que o filho Tifferet
nascesse (a 6ª). Ele que é a Beleza da Criação. Ou Sol.
No MN, o Pai pode ser a c/10 ou MC. Aquele que veio do alto
e de fora com a luz inseminadora do meio-dia. A forte luz que não
dá para você encarar de frente. A Mãe pode ser a casa 4 ou FC,
aquela que deu a escura morada da meia-noite, acolhendo,
recebendo o sêmen do pai e deixou-o ficar lá 9 meses, até você se
formar. Duríssima luta plutoniana: o corpo de mãe se transforma e
depois se dilacera no parto. Bem, hoje em dia pode ser mais
confortável, Plutão, séc. 21. Mesmo assim, é Plutão. A criança
atravessa o Abismo. No MN, o filho está ao lado da mãe, na casa 5,
ao lado da casa 4 e o pai, distante e elevado.
A AV representa o Homem. E o Dar e Receber, M e F. Repare
que Netzah (a 7ª), que se refere ao vitorioso domínio sobre as
emoções, está na coluna do Dar. Dê seus sentimentos, seu amor. O
complemento dela é Hod (a 8ª), que se refere ao esplendor da
inteligência, o raciocínio – e está na coluna do Receber. Receba a
mente divina, seja um canal.
Avalie as posições da AV:

118
COLUNA RECEBER COLUNA EQUILIBRAR COLUNA DAR

1. Kether
Coroa

3. Binah 2. Hohmah
Entendimento/Saturno Sabedoria/Urano

0. Daat
Conhecimento/Plutão

5. Geburah 4. Hesed
Luta Justa, Marte Benevolência, Júpiter

6. Tifferet
Beleza, Sol
8. Hod 7. Netzah
Esplendor, Mercúrio Vitória, Vênus

9. Yesod
Base, Lua

10. Malkut
Reino, Terra

A vida na Terra passa pelas sefirós 4 a 10: situações visíveis


no corpo físico. Mas a alma e o espírito contatam as sefirós
superiores 1 a 3.
Então, você é 10 em 1, sendo 1. O 10 está dentro do 1.
O mito do Pecado Original representado por Daat –
Conhecimento, Transgressão, significa, também, que:
 Você vivia numa eterna morada luminosa, cujo nome
era: DAR;
 Dar é o único princípio existente, que provocou tudo que
existe, houve e haverá. (Sou o que sou, fui e serei: Eiheh asher
Eiheh);
 DAR é a pátria, já que você nasceu do que foi dado. Ali
moram as almas (ou no FC);

119
 No entanto, não se podia ficar preso no Dar. Era
necessária uma saída. Ou grande mudança, revelação. Pois o
sentido das mudanças e ressurreições é:
- Revelar algo. Daat
 Foi, então, que veio a Separação ou Distanciamento. A
necessidade de cortar o cordão umbilical. Desenraizar.
Isso é ruim? Não.
Quando você se distancia do Paraíso (dos Pais Supremos,
Hokmah e Binah) e atravessa o Abismo (Daat), ganha, ora pois,
uma in-crí-vel-for-ça.
 A força de fazer algo na vida com autonomia;
 A independência de amadurecer e crescer coenquistando
seu lugar no Reino.
Sem Daat, a serpente (que mata ou cura), você seria
apenasmente um embrião, uma minhoquinha.
Agora medite:
- Se você andar para a frente ou para trás, sempre irá se
distanciar de alguma coisa, não tem jeito. O que lhe obrigará a se
fortalecer.
Se você se imobilizar, só há uma opção: Dar. Pois o que está
imóvel não tem nada a receber, mas sempre tem o que dar.
A Luz Infinita eterna é imóvel nessa eternidade. É por isso
que ela irradia. Ou dá. Irradiar é dar.
Já você, que é humano, movimenta-se no tempo. Os
humanos mexem-se. Por isso, precisam receber. E, depois,
repassar. O movimento recebe e repassa, ou seja:
- Agora, ação.
Para você dar, precisa saber qual é a sua Tarefa ou Dom.
E, sabendo, você precisa incorporá-la. Jamais se deve se
separar de um Dom. Após a incorporação, tem que repassar o Dom.
Esqueça os sacrifícios. Isso não é saudável, pois implica
numa renúncia. A única renúncia válida e quando se joga fora os
pesos carregados desnecessariamente.
Tudo que você faz por obrigação pesa e encurva a coluna.
Tudo que você faz com alegria, “dando”, não tem peso nenhum. É
nesse ponto que você alcança Júpiter ou Hesed: beneficiar e ser
beneficiado. Essa é a Misericórdia, a Benevolência.
Analise a posição de Júpiter no seu MN. Ali está o ponto de
partida para começar a Dar. Ou a ligação com o Divino.
Analise a posição de Plutão. Ali está o Teste do Abismo, o
momento da tremenda transgressão, transformação, ultrapassagem.

120
O começo da ressurreição ainda em vida. A decisão: viver ou
morrer. Aliás, a única decisão perante qualquer dúvida que tiver.
Exemplo: Fico com Isso ou com Aquilo?
É só ver qual dos dois lhe trará a Vida e qual a Morte.
Diz o budista Amitaba:
- Quando você perder algo, pense: Que bom! Afinal, o que
já está perdido mesmo, não tem jeito. E lamentar é infantil, é
deprimir-se, é preferir a infelicidade.
Perdas fazem parte do caminho pela vida. Perde-se a cada
uma das 12 casas do MN. Começar é caminhar para o fim. Ora, diz
o Buda Amitaba e todos os anjos celestiais:
- Não há mérito no sofrimento.
O melhor modo de superar o sofrimento é fazer tudo com
boas intenções.
Sofrer é ter o que você não quer, ou estar com quem você
não queria estar. E desejar fazer parte da encarnação. Nada desejar
é estar pronto (ou prestes) para morrer.
Quando você quer uma coisa, o que está por trás do desejo?
Se for uma boa intenção, é bom. Se não for, bem, o Tikun
será seu algum dia.
Uma das metas da QBL é essa da AV:
- Dar, compartilhar.
- Ter para poder dar.
Ou Desapego Evolutivo. Ter algo para, através disso,
beneficiar alguém ou o ambiente.
E segue a QBL, na AV:
- Não se canse de pedir.
- Você precisa receber. Muito.
Claro, para repassar. Sempre.
Qualquer pessoa péssima, horrorosa, insuportável (ops!)
também pode dar. Não há quem não se alegre quando dá. Pois foi o
impulso de um boomerang: deu algo e o retorno foi a alegria.
Movimente e alegre-se.
Dar é abençoado por Júpiter, por Hesed, a Misericórdia.
Comer a ta. Maçã (ou será que seria uva, figo, româ?)
simboliza só Receber e não repassar. Foi só por isso (e que é o
bastante) que Adão e Eva foram obrigados a se virarem por si na
vida, sem paternalismo celestial. Aprenderam e repassaram. Ao
comerem a maçã, ficaram mais inteligentes, dinâmicos, evolutivos e
com expansão de consciência. Por que ganharam quadraturas.

121
No momento que você dá você se torna um deus, pode crer.
Tornou-se igual à Fonte. Claro, quando dá de boa vontade,
espontaneamente. Pois dar de cara feia não vale nada.
Há sete alegrias na vida que são repassadas a cada dia da
semana. Eis um belo exercício para você: a cada dia, faça algo
dadivoso, doador, misericordioso, conforme o espírito planetário
daquele dia, e receba alegria:
2ª feira: Lua. Acolha, fique receptivo;
3ª feira: Marte. Decida, tome uma atitude;
4ª feira: Mercúrio. Comunique, informe;
5ª feira: Júpiter. Amplie, espalhe, seja bondoso;
6ª feira: Vênus. Veja o belo em tudo e em todos;
Sábado: Saturno. Faça na medida certa.
Domingo: Sol. Alegre os outros, estimule-os a irradiar.
Qualquer mínima coisa que possa ajudar é uma arte
curadora: curar é recuperar o fluxo de energia que estava
interrompido. Ou recuperar o Tao, o Caminho.
Interessante que a habilidade de ajudar ou de curar,
recuperando o Caminho, está no eixo das transições (testes
iniciáticos) para as casas do ASC e DESC: eixo das casas 6 e 12, ou
dos signos Virgem e Peixes. Ou nos planetas Mercúrio e Netuno.
Todas as Ciências Ocultas, bem como os mitos, são artes de
cura, de fluição; outras formas de psicanálise.
No antigo Japão, a linha reta era considerada demoníaca; a
simetria era algo profano. Não se vê uma linha reta nas artes
japonesas.
O corpo humano, ele mesmo, não é simétrico: O lado direito,
solar, do Dar, é diferente do lado esquerdo, lunar, do Receber. O
que parece simétrico está apenas disfarçando.
Você vê e percebe conforme seu tipo de atenção, só não vê
quem não quer. Todas a Ciências Ocultas ensinam a Ver, a
Descobrir o Oculto, e fazer Conexões.
No Tarot de Marseille, ou Waite, por exemplo, os 4 pajens
dos 4 naipes têm semelhanças (jovens), mas uns usam chapéus,
outros não. Já no Tarot Marseille Todas as 4 cartas do mesmo
número, nos naipes, mostram que 3 delas são parecidas e uma é
diferente. Pegue seu baralho e observe. Qual é a diferença de 1
entre os 3: 5, 6, 7, etc.? Onde está essa diferença?
Quando você aprende a ver e conectar, inclusive na QBL e
Astrologia, abrem-se as portas e janelas. Diminui a miopia.

122
Nos 4 mundos da QBL, 3 são abstratos/imateriais/intocáveis.
E um é concreto/material/ tocável: o último, Assiah – considerado A
Noiva. Os outros 3, abstratos, são nutrientes do concreto. Fogo,
água e ar alimentam a terra, quanto aos elementos. Emanação,
Criação e Formação alimentam a Manifestação, quanto aos mundos.
- Inspiração e ardor: fogo celestial;
- Embriaguez e plenitude interior: água da vida ou
celestial;
- Movimento, ar celestial.
O seu rosto tem 7 aberturas: 2 olhos, 2 ouvidos, 2 fossas
nasais, 1 boca. Aí, também, está o Setenário Sagrado: 4 elementos
e 3 modalidades, ou 4 mundos e 3 pilares/colunas (Dar, Receber,
Equilibrar), (Tese Antítese, Síntese).
Os números pares são F: receptivos.
Os números ímpares são M. Ativos.
No entanto, todos são andróginos, pois F pode ser feminino-
ativo e M pode ser masculino-receptivo. Basta olhar os homens e
mulheres que você conhece. Homens com Sol, Lua, ASC em signos
F são mais receptivos. Mulheres com esses em signos M são mais
ativas. Qual é o seu caso?
Cada planeta ou sefirá é um Ser. Um deus com
características pessoais e intransferíveis. Inigualáveis. Como os
anjos e arcanjos. Todas as Ciências Ocultas têm a sua estrutura e
organização intransferíveis e inigualáveis. Mas se você preferir a lei
do menor esforço acabará cometendo erros. Aprenda a técnica, o
estudo que você quiser; observe, pratique e descobrirá a sua
organização.
Os 72 anjos ou gênios da QBL são considerados guardiães.
Originaram-se do Nome (Shen), Tetragrammaton YHVH, das 72
partes do corpo, das 72 Nações, dos 72 Anciãos das sinagogas. E 72
= 7 + 2 + 9: completo.
Cada gênio rege 5 dias (5 x 72 = 360) e ficam sobrando 5
dias para completar o ano, além do ano bissexto. Esses 5 dias que
sobram são consagrados à Humanidade (ou Adão, Adam), à
encarnação do Divino. (Foi daí que o cristianismo chamou Cristo de
Filho de Deus, o humano encarnado, na obra visível. Todos nós
somos deuses encarnados, como feitos à semelhança de Deus, a
obra Dele).
Os 5 dias da Humanidade são: 18 janeiro, 1 abril, 13 junho,
25 agosto, 6 novembro.

123
Os gênios da Humanidade também estão em 5 dias, que são:
5 janeiro, 19 março, 31 maio, 12 agosto, 24 outubro.
Os qbl usam, no MN, os decanatos da posição dos 7 planetas
visíveis, dos ASC e MC, para um maior detalha da motivação e
missão de cada signo.
Reveja as ideias dos signos neste mesmo capítulo e
complemente com os decanatos principais do seu MN.

DECANATOS

0-9 10 - 19 20 - 29
Áries Marte Sol Júpiter
Touro Vênus Mercúrio Saturno
Gêmeos Mercúrio Vênus Urano
Câncer Lua Plutão Netuno
Leão Sol Júpiter Marte
Virgem Mercúrio Saturno Vênus
Libra Vênus Urano Mercúrio
Escorpião Plutão Netuno Lua
Sagitário Júpiter Marte Sol
Capricórnio Saturno Vênus Mercúrio
Aquário Urano Mercúrio Vênus
Peixes Netuno Lua. Plutão

Veja um exemplo: Marte em 10º Libra


- Marte: direção, assertividade
- Libra: consciência dos costumes sociais
- 2º decanato, regido por Urano: prever a atitude do outro
e agir.
Portanto:
- Direcionar conforme percepção das regras sociais
vigentes, antecipando as reações dos outros.
Outro exemplo: Júpiter em 19º Peixes.
- Júpiter: crescimento social
- Peixes: transcendência dos limites, sintonia com o
invisível.
- 2º decanato de Peixes, regido pela Lua: atraindo apoio,
formando vínculos para ser incluído.
Portanto:

124
- Expandir socialmente captando o ambiente e a situação
vigente, em sintonia com o que pode lhe proteger e apoiar.
Mas, se esse Júpiter estivesse no 3º decanato de Peixes, a
expansão social teria a influência sutil de Plutão, ou seja, em
sintonia com os obstáculos, a fim de ultrapassá-los.
O que daria uma grande diferença.
Veja os decanatos no seu MN. E aplique-os, imediatamente,
sem tempo a perder (pois já se está caminhando para um fim e um
começo de algo).
Já se sabe que letras são forças criadoras, símbolos de
poder, com dinamismo próprio. Elas vieram do 3º mundo da
Formação, ou Yetzirah.
As 22 letras hebraicas formam 22 caminhos, ou pastsufim, na
AV. Esses caminhos, pode-se dizer, foram as primeiras técnicas de
Coaching para os qbl. Diga-se de passagem que Koach (ou Coach)
em hebraico significa Força (se você quer saber como usá-los veja
em Tarot Cabalístico, 3º vol. de “A Carruagem”, da autora).
Cada palavra, falada ou escrita, era um Decreto.
Quando se pergunta algo é porque esse algo está faltando. A
resposta preenche esse vazio e acaba com a “separação”, pois a
pergunta encontrou seu par. Pessoas que não encontram respostas
sentem-se vazias ou separadas de uma corrente.
Letras também delimitam, já que têm intenções específicas.
Quando você usa uma letra, coloca um limite – pois é aquela
característica e não outra. A letra provocará um acontecimento, uma
alínea ou item de um decreto, de uma exposição de motivos. A
palavra completa ou o nome é um decreto composto de vários itens
(rever cap. 2).
As 22 letras hebraicas formam os 72 Nomes de Deus, cada
um com 3 letras, como a Santíssima Trindade do seu MN: Sol, Lua,
ASC. (Interessante notar que nesses 72 não são usadas todas as
letras do alfabeto: faltou Guimel, uma letra que foi derivada de
outras, mais tarde).
A primeira letra do Nome Divino refere-se à:
- força impositiva, invocação afirmativa e positiva.
Masculina. Tese. Sol, aquele que quer.
A segunda letra refere-se a:
- força reativa, interferência ou acolhimento, restritiva
(acolher é selecionar, de certa forma). Feminina. Antítese. Lua,
aquela que precisa e teme.
A terceira letra refere-se a:

125
- criação ou resultado de uma energia, dinamização da
invocação da primeira letra. Síntese, aquilo que se está esperando
ou ansiando, ASC ou aquele que faz.
Esse é o mesmo esquema do mais simples e tradicional jogo
de Tarot, o tripé básico:
1. Proposta, questão invocada, aquilo que está aparecendo.
Sol;
2. Reação do desejo, preocupação psíquica, oculta, procura
disfarçar. Lua;
3. Vida, consequência do desejo ou invocação, movimento.
ASC.
Ou, ainda, no MN:
1. Sol – principal meta da vida, conforme signo, casa,
aspectos. Afirmação da identidade. O Pai. Dá;
2. Lua – necessidade da alma, idem. Apelo, anseio ou
temor. A Mãe. Recebe;
3. ASC - tática ou ferramenta para realização do Sol e da
Lua, consequentemente filtrando o que interessa e afastando o que
atrapalha. Ver o regente desse signo e seu decanato. O Filho. Atua,
mas também equilibra Sol e Lua, Pai e Mãe.
Pois esses 3 signos são o seu poderoso e verdadeiro Nome
de Deus, inesquecível 24hs/dia.
Veja um exemplo desse Nome-Poder, para uma pessoa que
tenha:
1. Sol em Sagitário na c/11.
Meta de abrir horizontes através de grupos ou na
coletividade.
2. Lua em Aquário na c/2.
Anseio por liberdade e novas experiências, preocupando-se
pelas condições econômicas para isso.
3. ASC em Capricórnio, Saturno na c/3.
Obtendo informações para construir o futuro.
Portanto, as 3 palavras desse Nome seriam: Avançar,
experimentar, aprender.
Ou: Perceber longe e na sociedade, alcançar liberdade
econômica, construir uma rede de informações. Como fazer isso, ver
os aspectos.
Esse “nome”, ou Sol/Lua/ASC são talismãs, escudos
protetores. Antigos hebreus, celtas, druidas, vikings, caldeus,
astecas, aborígenes, etc. tinham “escudos” de proteção e alguns
eram escudos mesmo, como na Guerra de Tróia. O colar de 12

126
pedras preciosas do Sumo Sacerdote Hebreu era um escudo
protetor, um talismã. Foram os judeus do Êxodo que
voluntariamente (por exigência de Moisés) doaram as joias. Colares,
echarpes, gravatas, gargantilhas, etc. funcionam como escudos
protetores ou sinais de poder. A gravata e a gargantilha atuam no
chakra laríngeo; o xale e os longos colares atuam no chakra
cardíaco.
O escudo protetor da QBL chama-se Magen David, ou escudo
de David: com o qual David venceu o gigante Golias, descendente
dos Nefilim. Esse escudo é a conhecida Estrela de David, composta
das 7 sefirós inferiores e necessárias à vida concreta e imediata,
formando um hexagrama:
6
Tifferet

5 4
Geburah Hesed

Malkut
10
8 7
Hod Netzah

Yesod
9

Uma mini AV.


O triângulo descendente dessa Estrela de David tem por
meta a materialização, a realização e a encarnação na vida terrena.
Ou a cor vermelha, de energia física, terrestre. Ele é composto de:
4. Hesed, Júpiter.
Benefícios e grandeza.
5. Geburah, Marte.
Audácia e temor.
9 Yesod, Lua.
Ponto de apoio, fundação.
O triângulo ascendente, com a meta de evolução e
refinamento, busca o mundo celestial, o reencontro com a Fonte.
Ou a cor azul, de abstrato, celeste. Ele é composto de:

127
6. Tifferet, Sol.
Beleza da devoção ao ideal.
7. Netzah, Vênus.
Vitória sobre os sentimentos pessoais.
8. Hod, Mercúrio.
O esplendor do uso mental evolutivo.
Os qbl também usam o planeta que rege a hora planetária do
instante do nascimento, como um espírito protetor. E também para
outras coisas que considerem valiosas.
Bem mais tarde, bem mais tarde, as letras foram associadas
aos Arcanos Maiores do Tarot, através da QBL Hermética. (Também
eram vinculadas aos elementos, planetas e signos, no Sepher
Yetzirah). Ei-las:
1. Aleph - Boi. Ar.
Iniciativa, alento, criador, Pai.
2. Beth - Casa. Saturno
Aquilo que contém algo, santuário, Mãe.
3. Guimel - Camelo. Júpiter.
Aquele que atravessa o deserto cuidadosamente e com
precaução, pois carrega água dentro de si. Segurança e
riqueza.
4. Dalet - Porta. Marte.
Aquilo que dá acesso a algo, com vontade e decisão.
5. Heh - Janela. Áries.
Aquilo que traz claridade, transparência e calor. Vai
além.
6. Vau - Prego. Touro.
Aquilo que une, relaciona, encadeia, como “e ...”.
Fertilidade.
7. Zain - Espada. Gêmeos.
Aquilo que lança; seta, arma, vai ao fim com
determinação; penetração.
8. Chet - Cerca. Câncer.
Ou sebe, recinto, aquilo que faz parar. Luz e sombra.
(No Tarot Waite, a Força recebeu o nº 8, sendo que no
Tarot Marseille é a Justiça que tem esse numero. Waite
trocou o número dessa carta para adequá-la à letra:
impedir o avanço de algo).
9. Teth - Serpente. Leão
Mistério, sabedoria, conservar e ocultar, renovação.

128
10. Yod - Mão. Virgem.
Princípio de tudo, causa. (Todas as letras hebraicas têm
o glifo dessa letra, que parece uma pequena vírgula. É a
menor e a mais importante letra). Regeneração, dá ou
tira.
11. Kaph - Punho. Sol
Mas o valor dessa letra é 20, pois trata de outra dezena,
num nível mais amplo. As demais seguirão outras
dezenas. Neste caso: 11 é 1 + 1 = 2, ou 20, pois na 2ª
dezena.
Aquilo que contém algo, matriz, tomar e reter, podendo
adaptar.
(No Tarot Waite, a Justiça recebeu o nº 11, sendo que no
Tarot Marseille tem o nº 8. Portanto, houve uma inversão da
numeração no Tarot para adequação da letra. É a Justiça, conforme
Waite, que tem o punho da decisão, que toma e retém, que faz
pesar).
12. Lamed - Aguilhão. Libra.
A letra tem o valor 30. É a letra mais alta, elevando-se.
O ferrão que empurra o boi provoca um acontecimento,
faz andar, coloca a ideia em ação.
13. Mem - Mar. Água.
Tem o valor 40.
Aquilo que fecunda, multipica ou dissolve.
14. Nun - Peixe. Escorpião.
Tem o valor 50.
Vida que cresce, criança desenvolvendo; fertilidade,
anda em conjunto, não só.
15. Samek - Esteio. Sagitário.
Tem o valor 60.
Aquilo que sustenta, apoia, dá base.
16. Ayin - Olho. Capricórnio.
Tem o valor 70.
Aparência, brilho, extensão. Ou nada.
17. Peh - Boca. Vênus.
Tem o valor 80.
Palavra, linguagem, expressão do que conhece, entrar e
sair.

129
18. Tzade - Anzol. Aquário.
Tem o valor 90.
O gancho que pesca ou laça algo tira do fundo e traz
para fora, liberta.
19. Koph (ou Qoph) – Nuca. Peixes.
Tem o valor 100. Passou para a centena, outro nível,
mais além. Como as demais letras.
Considerada letra mística da QBL, já que está em
Kabalah (Cabala) e Kadosh (Sagrado).
Cabeça e pescoço, cérebro que domina a situação,
sensibilidade, faculdades pessoais.
20. Resh - Alto da cabeça. Mercúrio.
Tem o valor 200.
Mentalidade, pensamento. Refere-se ao 6º dia da
Criação, quando o Homem pensante foi criado. Também
o fim, a pobreza ou inteligência.
21. Shin - Dente. Fogo.
Tem o valor 300.
Aquilo que transforma, renovação e mutação. Também
destrói.
22. Tav (ou Tau) – Cruz. Terra, Lua.
Tem o valor 400.
A marca, o sinal, a orientação pelos 4 pontos cardiais.
Selo.
Todas as Ciências Ocultas usam imagens e símbolos. A
pictografia será uma linguagem futura.
Helena Rubinstein, que não sei se era qbl, investia em fotos e
quadros com sua imagem, colocando-os em todos os locais que lhe
interessavam. Além de trabalhar com a imagem das pessoas.
Aristóteles, nascido na Macedônia (antiga Yugoslávia), foi
professor de Alexandre, o Grande e incutiu-lhe (e à sua turma, que
chamava-se entre si de Companheiros e ficaram juntos toda a vida)
imagens de estratégia, política, táticas de conquistas, etc.
Alex nasceu em 26.7.356 AC, um leonino. Morreu aos 33
anos, na saga de Aquiles (Akhillleus), o mais bravo guerreiro grego,
que preferiu morrer cedo e famoso do que velho aposentado.
(Certas profissões não dá para você continuar depois de certa idade,
tem que passar para outra coisa. Você imagina Ayrton Senna aos 90
anos?).

130
O pai de Alex foi Felipe II, rei da Macedônia, um tremendo
guerreiro com expansão de consciência (e com várias uniões
casamenteiras de interesse para o reino). Uma das principais foi
com a brava mãe de Alex, Olímpia. Quando o filho nasceu, Felipe
tinha 27 anos. Morreu 20 anos depois, assassinado pelo seu guarda
pessoal, com uma adaga no peito, quando levava sua filha ao altar,
para se casar (com seu tio, irmão de Olímpia).
Com 16 anos, Alexandre já tinha prática de guerra, junto com
o pai. Há boatos de que ele foi o mandante do assassinato – o pai
(com o qual se dava bem, aliás) já estava bastante alquebrado das
feridas de guerra. Mal podia andar e estava com 46 anos. Ou talvez
tivesse sido a própria Olímpia.
Bem, antes disso, Felipe mandou construir para o filho e seus
Companheiros, e para Aristóteles, uma escola super-especial em
Mieza.
Era uma escola militar, com ensino cultural e filosófico, cujo
objetivo era preparar a futura elite guerreira e governante. Felipe
sabia que sem uma boa educação perdia-se poder.
Os estudantes eram muito bem treinados e cobrados, não
importava filhos de quem fossem. Quando adultos, formaram uma
turma que funcionava em perfeita sintonia entre si e com Alexandre.
Isso foi decisivo para o sucesso das conquistas.
Durante 20 anos, Aristóteles havia estudado e ensinado na
Academia de Platão. Seus pontos de vista, no entanto, eram bem
diferentes.
 Platão: especializado, fixado numa coisa, ideia única – o
governo através de reis-filósofos. O ideal de Atlântida, ou Posidonia;
 Aristóteles: multidisciplinar, abrangente; unia tudo o que
sabia e direcionava-as para um objetivo. Era como uma raposa
esperta.
Os principais pontos da Escola de Mieza, aristotélica, podem
ser aplicados hoje. Alguns eram:
a) ensinar a pensar, obter várias informações e integrá-las;
b) formação de caráter, autoanálise, reflexão sobre as
implicações morais das decisões;
c) lidar com o inesperado;
d) autocrítica, raciocínio analítico, honestidade intelectual,
questionar e ser questionado;
e) saber perguntar adequadamente, saber escutar e
diferenciar, analisar as respostas, ver suas implicações, percepção
de gestos e entonação de voz;

131
f) socialização entre os alunos, pois faziam parte da
construção do futuro e tinham que saber lidar uns com outros – pois
o foco constante era governamental. O que se fazia após as aulas
era tão importante como o que se fazia durante.
Alexandre estudou intensivamente em Mieza durante 3 anos,
até estar pronto para ajudar o pai, aos 16 anos. No final da vida ele
se desentendeu com o mestre, face ao item “b” acima (implicações
morais nas decisões). Após a morte de Alex, o mestre retirou-se
para sua terra natal, onde morreu com 62 anos.
As táticas de guerra alexandrinas podem ser, também,
usadas hoje. Originaram-se do aprendizado em Mieza. Algumas são:
a) ser eficiente, não improvisar;
b) estratégia também é decidir quando NADA fazer, saber
quando entrar ou sair;
c) focar na meta, ter clareza;
d) observar os detalhes, a fim de ter o menor prejuízo
pessoal;
e) resolver dúvidas e incertezas;
f) rodear-se somente de pessoas competentes (para
manter controle e respeito);
g) mostrar a que veio, definição rápida dos projetos,
solucionar logo os problemas;
h) surpreender, inovar, diferenciar;
i) como líder:
- confiar nos outros e desfazer-se de quem não lhe
respeita. Sol;
- inspirar subordinados e manter contato com eles,
comunicar-se. Júpiter e Mercúrio;
- tomar a frente, agir. Marte;
- magnânimo na vitória, humanitário. Júpiter e Urano;
- preservar recursos, não prolongar atritos. Vênus;
- expansão e globalização, pluralidade, desenvolvimento
cultural. Júpiter;
- aproveitar os talentos locais, incluí-los. Lua;
- simplificar, suprir, planejar, delegar, mas tendo a última
palavra. Mercúrio e Lua, Saturno e Sol;
- etc.
Alexandre foi isso que se sabe: Grande. Cujo currículo e
histórico até hoje são de espantar. Tinha o dom e um grande
mestre que o desenvolveu.

132
No final da vida ficou paranoico, inseguro, déspota e
presunçoso, além de matar civis. Os defeitos, o lado negro do Leão.
Foi quando começaram as tais divergências com Aristóteles.
Perda de liderança, quando o chefão morre: eis o problema.
O Grande não deixou sucessor. Quem poderia substituí-lo? E então
o seu império dissolveu-se. No final, os Companheiros esqueceram-
se das lições de Mazia e não contestavam o comportamento público
cada vez pior do líder – que já não aceitava críticas, ficava cada vez
mais violento, sem limites. E isso foi afetando o que havia
construído.
Todos os Companheiros e os que se associaram a ele ficaram
bilionários. Só que houve má gestão. Nem Alexandre, nem seus
diversos sucessores aprimoraram as instituições criadas por ele e
por seu pai. Ou seja, não fortaleceram o que lhes deu a vitória.
Subiu, cresceu, desmoronou.
Morreu com 33 anos. Foi assim:
O centro do império ficava na Babilônia (atual Iraque), antigo
centro de outro grande rei, Marduk, o anunaki, cujo número era 50
(tinha 50 atributos e títulos). Lá ficava a burocracia da Macedônia e
a Casa da Moeda.
Em 325 AC, em vez de voltar para lá, sua casa, decidiu tomar
o caminho do Paquistão e atravessar um terrível deserto com seus
75 mil subordinados. Pode-se imaginar a dificuldade de
suprimentos. Foram 60 dias terríveis e Alexandre mostrou, como
sempre, grande liderança. Não quis nenhuma regalia para si,
levantando o ânimo. Essa travessia foi semelhante à de Napoleão na
Rússia, com tremendos prejuízos.
Então, decidiu cumprir o ritual nobre de visitar o mausoléu de
Ciro, fundador do império persa (hoje Irã), em Pasárgada. Foi Ciro
que libertou, anteriormente, os judeus escravizados na Babilônia
(disse que era mais barato libertá-los do que sustentá-los). Nessa
época, Alexandre regia toda a Ásia, inclusive os persas. Ele adotou a
cultura e costumes persas (que endeusavam os reis, prostrando-se
diante deles (porkynesis), o que chocava os gregos e macedônios.
Apesar de grandes recompensas para os chefes e
subordinados, o imenso exército de Alexandre começou a ter
problemas. Porque:
a) 10 anos de inesgotáveis lutas;

133
b) sujeição às ordens e costumes persas, que eram os
antigos inimigos contra os quais lutaram sempre. E Alexandre havia
sido encantado pelos persas. Até só se vestia como persa, inclusive
na Babilônia;
c) Alex tornou-se autocrático, arrogante, os mesmos
defeitos que fizeram cair vários líderes (de Oliver Cromwell a
Margaret Thatcher, etc.): perda de contato com o povo;
d) não separava situação pessoal do papel público: faça o
que eu digo, mas não o que faço. (Isso no final, porque até então,
Alexandre igualava-se a todos, uma das razões de suas vitórias).
Nessa época, dizia-se filho direto de Zeus-Amon, e não
“descendente”.
Seus comandantes e comandados começaram a desrespeitá-
lo. Então, Alexandre, inspirado e possesso, fez um hipnótico e
contundente discurso para eles. E recolheu-se à sua tenda por dois
dias.
Na verdade, o motivo principal da anterior insurgência era,
conforme lhe disse um Companheiro:
- O que mais nos entristece é que você tornou os persas
seus parentes, que podem até lhe saudar com um beijo e nenhum
de nós gozou dessa honra.
O que é a humanidade.
Então, Alexandre declarou-os também seus parentes e
abraçaram-se.
E morreu de febre (malária?) pouco depois, em 11.6.323 AC,
com 33 anos incompletos. No leito de morte, mal podendo falar,
perguntaram-lhe:
- Quem será teu sucessor?
- O mais forte.
*
Ciências Ocultas também é cultura.
*

134
4. NOÇÕES DO TAROT

Ou aprendendo a ver.
Ou aprendendo uma língua estrangeira, espécie de Esperanto
– que um dia quis ser universal. O Tarot (T) é que é universal.
Diz o Zohar:
- Tudo foi criado de uma imagem, tudo é reflexo; veja
além das aparências;
- Deus criou o mundo a partir das letras e quando elas se
apresentaram perante Ele, foram recusadas, porque: “Ainda que
vocês estejam em belas palavras, também estão em palavras
perturbadoras”.
Letras são canais para outras D, pois suas energias, umas ao
lado das outras, desencadeiam outras energias nos nomes e
palavras.
O mesmo acontece com as cartas do T.
Os Arcanos Maiores (AM), ao serem associados pela QBL
Hermética, com as 22 letras hebraicas, mostram como isso pode
acontecer. Ex.:
Carta 3 – Imperatriz: mulher criativa e sedutora;
Carta 1 – Mago: jovem entusiasmado;
Carta 15 – Diabo: tentações humanas;
Carta 16 – Torre: explosão sexual.
Agora faça uma frase com essas (sugestões) cartas: 3 + 1 +
15 + 16.
- Mulher sedutora, experiente e um jovem curioso e
entusiasta entram numa troca de tentações físicas e ocorre uma
explosão sexual.
Essas mesmas cartas podem ter, claro, outras interpretações.
Depende do que se quer ver ou saber.
Escreva frases com os AM que desejar. Pegue seu T,
estenda-o numa mesa, escolha atentamente as cartas com as quais
deseja escrever uma frase. Ei-la: ___________________________.
O T mostra uma organização social universal. É uma
consequência dos hábitos humanos de conversas com os deuses, de
conseguir prognósticos. Quem não se interessa?
“Joga-se Tarot” quando se vai a um templo, igreja, ou até
museus, para invocar ajuda de anjos (ou demônios), de santos,
orixás, etc. Pois se existe até o T dos Gatos, para quem quer
conversar com os gatos...

135
Saiba que o jogo de poker é ensinado em Harvard e no
MIT/USA como matéria opcional, para treinar encontrar soluções
rápidas na vida, desenvolver rapidez mental, saber lidar com o
inesperado. Inteligentes, eles. Estão jogando com os mistérios
universais.
As cartas do Tarot foram adaptadas a cada época e cultura.
Os Arcanos Menores (am) são compostos de 40 cartas, sendo 10
para cada um dos 4 naipes. Esses naipes são chamados de:
- Paus ou Bastões (fogo)
- Copas ou Taças (água)
- Espadas ou Gládios (ar)
- Ouros ou Pentagramas/Moedas (terra)
Os nomes dos Arcanos Maiores (AM) variam conforme
modelos e já houveram algumas mudanças, conforme a cultura.
Então, você pode “falar” T, como fala inglês, chinês,
português, etc. E como ele é composto de figuras, pode ser
entendido até pelos esquimós. Basta olhar.
O que, aliás, não é tão fácil. Por que o pessoal olha, mas não
vê.
- Tudo é visível, se você souber olhar. O oculto só é oculto
para o distraído, desinteressado, apressadinho ou tutelado.
Cada carta tem uma ideia que é apresentada conforme a
personalidade de cada autor. E acredite, todos eles, é claro,
insistem em deixar suas marcas nos baralhos – como eu deixo as
minhas nos meus livros.
Há dois tipos de baralhos de T, com 78 cartas: 22 AM + 56
am:
a) com figuras somente nos AM e nas pessoas da corte
(Marseille);
b) com figuras em todos os AM + am (Waite).
E os demais são variações desses dois tipos.
O pessoal da Corte pertence aos am, ainda que não tenham
números. São personalidades com enfoques diferentes, conforme o
naipe. São 4 personagens para cada naipe: 4 x 4 = 16 cartas.
O grande e polêmico Jodorowsky, mestre em Tarot, criou o
termo:
- Tarologia – como uma nova forma de psicanálise.
Sendo que o Tarólogo (astrólogo, qbl, etc.) é um canal.
O Tarot surgiu através da Numerologia. E a QBL usou-o,
adequando-o à sua estrutura. É fundamental conhecer Numerologia

136
(e falo da pitagórica) para um melhor entendimento das cartas.
Seus números indicam seus atributos.
Para compreender o Tarot:
a) olhe-o, atentamente, de-va-gar, percebendo cores,
detalhes, nuances, posições, gestos, complementos, enfim: TUDO;
b) qualquer sugestão de interpretação é somente um ponto
de partida para melhor atenção, não há interpretação única, fixa,
linear. Apenas ideias. Cartas são Seres, comportam-se conforme
certos ambientes e situações;
c) toda carta pertence ao Tarot inteiro, como seu dedo
polegar pertence ao seu corpo e como um planeta do seu MN está
vinculado ao MN in-tei-ro. E se nenhum planeta é autônomo, pois
estão no Zodíaco, a Terra também não é;
d) todas as cartas conversam entre si; uma carta sozinha é
um monólogo teatral. Imagine uma casa que só tem UM quadro na
parede. Ele ganha todíssima atenção, é como um filho único. Fica
poderoso, narcisista, sem trocas, obcecado. Só ele “fala”. Sem
percepções externas, egocentrado;
e) duas cartas juntas conversam, discutem, trocam ideias,
amam-se ou odeiam-se. Vida sendo vivida. Ás vezes, são um casal,
como Imperador e Imperatriz, cúmplices. Outras vezes são
antagônicas, como a rígida Justiça e a desnuda Estrela: como seria
o diálogo delas?
f) faça pares com os AM, é um bom treinamento para
interpretação. Vá com paciência e determinação: são 231
possibilidades de pares;
g) alguns são masculinos (M) e femininos (F), como Papa e
Papisa, Sol e Lua (que também são luz e sombra, dia e noite).
Outros pares são só M ou F, como a Justiça e a Papisa, que não
são pares entre si, mas formam duplas;
i) nenhuma carta é M ou F, no sentido de gênero ou sexo.
São metafísicas, como anima e animus, yang e yin. Ou seja, têm a
alma F ou M, independente do sexo;
j) a melhor forma de interpretar é pelas figuras, inclusive
no T Marseille, observando a geometria, cores, símbolos, etc.;
k) as posições no jogo podem ser:
- em jogos tradicionais (3 cartas, Peladin, Cruz Celta,
etc.);
- em jogos inventados por você, conforme questão do
consulente;
- em posições aleatórias escolhidas pelo consulente;

137
- cada carta numa posição específica do jogo terá uma
interpretação específica para isso. Se estiver numa posição de
“interferência” será vista como interferência;
- em jogos inventados por você, num sentido geral ou
específico. Afinal, eles também foram inventados por alguém. (Veja:
“105 Jogos de Tarot”, da autora);
l) o consulente expõe a questão e tira as cartas, não
embaralha o T (só o “dono”);
m) observar a pessoa, desde que ela entrar, seu jeito de ser
e de se apresentar, como fala, gesticula, olha, etc. O que seu
discurso sugere? E saber ouvir (tem gente, também, que ouve, mas
não escuta);
n) indagar sobre a história da vida da pessoa e dos seus
antepassados. O Karma dos pais pode acompanhar o dos filhos;
o) consultas subjetivas não dão solução ou informação,
você não é Deus, nem o pai/mãe do cliente. E está, também, sendo
avaliado pelo consulente, podes crer. Dê as informações e o outro
decide o que fazer. A cada um o seu Karma;
p) os gestos do cliente e os do tarólogo são decretos. Os do
consultor até podem salvar ou arrasar o cliente. Tudo conta ponto;
q) o passado sempre está presente, consequentemente,
influirá no futuro. Isso serve, claramente, nas RM/VP. Cortar o
passado não é para qualquer um;
r) o consultor é um canal, repito: CANAL. Portanto,
concentração, inteireza, objetividade, abertura, neutralidade. Ver,
ver, ver. Só falar sobre o que sabe, e até onde puder; nem Deus é
infalível..., aceitar que o cliente é o que é e não o que você quer
que ele seja;
s) - 1 carta só é uma palavra solta no espaço, como um
planeta sem aspecto;
- 2 cartas juntas são como uma conjunção, unidas
para o bem ou para o mal;
- 3 cartas juntas são como uma frase num texto,
deixam sua marca. Pode ser como um Grande Trígono ou uma Cruz
com seu planeta focal ou como um texto duma história em
quadrinhos;
- 4 cartas ou mais juntas são como o capítulo de um
livro ou até o próprio livro ou o MN inteiro;
t) observe: as sequências dos números das cartas, quando
estiverem juntas, ou seja, quem está antes ou depois: a de número
maior ou menor? Sabendo que a da esquerda caminha para a

138
direita (aplicativa) e a da direita afasta-se da esquerda (separativa).
Ex.:
0 e 5 – viajar (0) e transmitir (5)
5 e 0 – ensinar (5) e enlouquecer (0)
17 e 13 – deu (17) e morreu (13)
13 e 17 – morreu (13) e foi para o paraíso (17);
u) chamam-se constelações às cartas com o mesmo
somatório (como numa Guematria). Ex.: 1, 10, 19 e todos os Ases.
São diferentes níveis ou sofisticação, do mais simples, concreto ao
mais complexo, abstrato. Ex.:
2, 11, 20 e todos os 2 dos naipes
2 – Papisa: fechada e virgem
11 – Força (no T Marseille): domina instintos sexuais
20 – Julgamento: sai da toca, reviver
Os 2 dos naipes: concentram forças para o futuro;
- tenha uma ideia dos números, em face de seus atributos
numerológicos/pitagóricos. Eles devem ser aplicados ao Tarot, pois
eles são os verdadeiros Arcanos. Compare-os nos naipes e AM:
1. Possibilidade, inexperiência, chance, potência: pronto,
disposto.
Tudo pode acontecer. Ou não, fica no virtual. Está nos
Ases e no Mago.
2. Junta, une, acumula, prepara-se para o futuro,
envolvimento abstrato, buscando um vínculo (conforme naipe).
Ou fica por isso mesmo. Está na Papisa e em todos os 2.
3. Criatividade, expressão externa, extravaza o naipe,
finalmente! 1ª atitude, não define.
Ou se decepciona, angustia-se. Está na Imperatriz e em
todos os 3.
4. Estabiliza, rotina, firmeza, domínio, autossuficiência,
passivo, tranquilo.
Ou paradão, entediado. Está no Imperador e nos 4 dos
naipes.
5. Gesto, movimento, novidade, desequilibra, muda o nível
de vida, surpresa!
Ou susto, preocupação, conflito aberto. Está no Papa e
nos 5 dos naipes.
6. A vida é bela, fazer o que gosta, usufruir, ter prazer,
encontro.
Ou narcisista, o resto é o resto. Está nos Namorados e
nos 6 dos naipes.

139
7. Número bem forte, pois mais experiente, ir lá fora,
buscar, atuar, uso da mente para sua meta.
Ou destrói, apropria-se. Está no Carro e nos 7 dos
naipes.
8. Número da perfeição terrena, a plenitude de quem já
conhece bastante da vida, equilíbrio, nada a melhorar, cabeça feita,
energia concentrada.
Ou rigidez por causa das experiências dolorosas, fecha-
se. Está na Justiça (no T Marseille ou na Força, no T Waite) e em
todos os 8.
7. Crise de passagem, vendo que já completou um ciclo, e
agora? Sabe que irá ao desconhecido, se quiser viver. Busca
evolução.
Ou empaca, crise eterna, apego. Está no Eremita e em
todos os 9. Todos os 9 são cartas solitárias. Pois é a sua história, o
seu currículo pessoal. Só você sabe o que passou.
10. Fechou o ciclo totalmente, sem apelação. Os números
simples vão até o 9, e o número 10 abre para outra D. Sabe que o
fim é um novo começo. E o 1 sabe que caminha para o fim.
Totalidade e fatalidade. Missão cumprida. Fim irrevogável, que até
pode ser um alívio. Acabou chorare. Prestes a renascer
(madrugada).
Ou bloqueia-se. Fica no zero do 10, não aceita o novo que
vem dos Ases. Está na Roda da fortuna e em todos os 10.
Observe essa sequência no Retângulo desenvolvido por
Jodorowsky: O Homem:

140
 Os números 1 e 10 estão sós, separados do conjunto,
pois:
1 – potencial, começo
10 – fim.
O número 1 é a base do quadrado da Terra, a parte de baixo
do retângulo. (Corresponde a Malkut, a 10ª sefirá, ou o Reino, na
AV, ou ao ASC no MN).
O número 10 está no alto do quadrado do Céu, a parte
elevada. (Corresponde a Kether, a 1ª sefirá da AV, ou a Coroa, ou
ao MC do MN).
(Reparar que na AV, Kether tem o número 1, está em cima, e
Malkut tem o numero 10, está em baixo. Mas aqui é apenas uma
analogia).
 Há 2 quadrados formando o retângulo: o quadrado
debaixo corresponde à Terra, à matéria indispensável para firmar a
vida, situações pessoais, é composto dos números 2, 3, 4, 5 dos
naipes. (Corresponde às casas pessoais do MN, de 1 a 6); o
quadrado de cima corresponde ao Céu, à vida social ou espiritual, à
coletividade, situações transpessoais, é composto dos números 6, 7,
8 e 9 dos naipes. (Correspondem às casas sociais do MN, de 7 a
12).
 Do lado esquerdo estão os números pares, F, do lado
direito estão os números ímpares, M.
 Os números pares são mais estáveis, quietos, receptivos.
Ou torturadores, chantagistas.
 Os números ímpares são mais ativos, inquietos,
dinâmicos. Ou tirânicos, dominadores, impositivos.
 Observe-os bem, fazendo 4 retângulos, um para cada
naipe.
 Os ganchos que unem os quadrados, pelas cartas do
meio, unem a Terra e o Céu. As cartas dessas passagens, da Terra
para o Céu, são:
- nº 5, muda o nível com uma situação impactante, no
lado M. Ritual iniciático de passagem;
- nº 4, cai na rotina da Terra, consolidando a matéria, no
lado F.
Os dois quadrados formam o octógono, geometria da
perfeição.

141
O primeiro quadrado terreno é como os andares de baixo de
um prédio, mais próximo aos acontecimentos comuns.
O segundo quadrado celeste é como os andares de cima de
um prédio, mais próximo dos deuses, da vida político-social, vendo
tudo de modo mais panorâmico.
Você pode fazer um jogo com esse retângulo ou seguir as
situações humanas, conforme naipes/elementos. Ex.:
1. perspectiva de algo, questão (neutro);
2. gestação, acumulando energia ou anseios, passivo (F);
3. 1ª ação terrestre, palpável, visível, mas inexperiente e
sem meta, apenas explodindo ou descarregando (M);
4. comportamento calmo, dominando a situação pessoal,
clareza da situação e, daí, a tranquilidade ou apatia (F);
5. rito de passagem, sacudida, para ter condições de
passar para outra D, batismo de fogo, tira do sossego, quebra um
paradigma (como uma quadratura). Carta-ponte, iniciática. Para
ganhar força e enfrentar o mundo celestial. (M);
6. 1º movimento no quadrado celeste, no mundo externo,
conforme as vivências anteriores. Atingiu a maioridade civil, pode
fazer o que gosta, além das convenções e preocupações terrenas.
Descobre o prazer (F);
7. já amadurecido, até com mestrado, fica mais forte,
confiante, dinâmico. Consegue atuar energicamente no mundo,
ousa ir. Até porque tem um objetivo (M);
8. equilibrado, conhece os macetes da vida e continua
receptivo à ela, aceita o mundo e o que ele traz de fácil ou difícil.
Com plenitude interior, fez o que tinha que fazer, conheceu o que
tinha que conhecer. Diplomado. O quadrado celeste perfeito (F);
9. extensão, evolução da perfeição ou crise de largar o que
construiu e ir ao desconhecido. Tem que fechar o ciclo, “assinar em
baixo”, largar o conhecido, sem ter a mínima ideia do que poderá
acontecer ou onde irá chegar (M);
10. carta à parte, pois o fim do fim, nada a dizer, sem
comentários. Destino feito, Factum. Todas as etapas foram
cumpridas, por bem ou por mal. Ufa! Se a jornada foi péssima,
graças a Deus que acabou. Se tudo foi bem, recomeçar, com mais
visão e experiência (F).
Assim, num jogo (como se fosse um filme):
a) ver o mais que puder da carta;
b) qual sua numeração;

142
c) qual a correspondência do naipe:
criatividade/sexualidade (paus), sentimentos/relações (copas),
ideias/preocupações (espadas), ambição material/saúde e magia
(ouros);
d) posição no jogo, quem vem antes e depois, quem está
em cima e em baixo;
e) essência do jogo (total);
f) questão a ser analisada.
Ainda naquele retângulo, compare:
- carta 2: 1º passo na Terra, com receptividade;
- carta 6: 1º passo no Céu, na sociedade, também
receptiva;
Ambas nutrem e alimentam o naipe (ou o jogo);
- carta 3: 2º passo na Terra, atuante, conhecendo
consequências boas ou más;
- carta 7: 2º passo no Céu, de modo consciente, decidido,
para o que der e vier;
Ambas são demonstrativas, dão visibilidade a algo,
geralmente na vida externa;
- carta 4: ordem e segurança na Terra, estruturando-se
para passar para o Céu, outra D;
- carta 8: ordem no Céu, visão da missão, aceitação do
Destino, perfeição espiritual (o símbolo do infinito é um 8 horizontal,
lemniscata).
Ambas complementam parte das suas missões, sabem para
que reencarnaram.
- carta 5: anseio por algo mais, descontentamento
terreno, provoca alteração;
- carta 9: sabedoria de vida e consequente solidão
interior, viu tudo e anseia pela reencarnação.
Ambas completam a outra parte de suas missões, podem
ficar em paz. Basta.
Observe que as cartas mais humanizadas estão na passagem
da Terra para o Céu, como se já fizessem parte do outro quadrado.

6 7 Céu
4 5 Terra

Por isso, nelas:


4 - ganhou autonomia, aval;

143
5 - e encontrou desafios, pagar o preço;
6 - devoção a um ideal para aperfeiçoamento humano;
7 - passagem sacudida para outra D, teste existencial.
Acompanhe as figuras dos Arcanos. Não basta a teoria. Seria
como ter um diploma sem ter feito estágio.
Os am são fundamentais à vida e por isso os qbl associaram-
nos às sefirós da AV e aos 4 mundos. Neles estão os “presentes”
dos deuses: eles lhe deram quando você nasceu. Estar encarnado é
passar por alegrias e tristezas, como se dizia nos votos conjugais:
também por isso os am são os principais e quem diz ao contrário
está dando contrainformação, manipulando os antigos segredos.
A vida está nos numerais.
Valorizar só os AM é distanciar-se da vida, ficar só no Olimpo
ou no Éden. É não viver a meta da encarnação.
Conviva com o T, até que ele faça parte de você ou vice-
versa. Como deve fazer com seu MN. Não há separação.
Viva. Seja. Atue.
Obs.: O T Waite é mais explícito. No T Marseille, as Espadas
têm um desenho curvo, indicando que o mental é flexível. Os Paus
têm desenhos retos, indicando que a energia deve ser focada.
Nesse tipo de T, geralmente as cartas pares têm algum símbolo F,
como flores, e são mais rebuscadas; as cartas ímpares têm símbolos
M, como folhas e são menos rebuscadas.
Diz o I Ching:
- Atue na Terra e seja receptivo ao Céu. Extraia a energia
da Terra e receba as influências do Céu.
Os Paus representam energia criativa e sexual, atitudes
humanas ou manifestações do espírito (ou luz pessoal).
Eles caminham para a androginia mental das Espadas.
As Copas representam emoções e sentimentos humanos, os
anseios dos relacionamentos.
Elas caminham para a vida real e concreta dos Ouros.
As Espadas representam o intelecto humano, a influência do
mundo astral, as formas-pensamento: que podem provocar conflitos
e espertezas.
Elas caminham para os sentimentos das Copas, quando
descobrem que existem Os Outros.
Os Ouros representam a matéria, a forma viva e visível, a
luta pela sobrevivência física e a prosperidade humana.
Eles caminham para a transformação e, por isso, necessitam
da energia dos Paus.

144
Paus – Espadas – Copas – Ouros – Paus
Esse é o oroborus, o ciclo eterno que aparece na carta 21, O
Mundo. Ali estão as figuras dos 4 elementos. Vendo de cima, à
direita, lado M, está a Águia (espadas), ela vai para a outra parte de
cima, à esquerda, lado F, onde está o Anjo (copas). Este vai para a
parte de baixo, à esquerda, lado F, onde está o Touro (ouros), que,
por sua vez, vai para a outra parte de baixo, à direita, lado M, onde
está o Leão (paus).
Repare que os símbolos M sempre ficam à direita (Dar) e os
F à esquerda (Receber). (Alguns T, não sabendo disso, invertem a
ordem e interferem nos mistérios).
Repare nos AM:
- que cartas têm água? ou anjos?
- que cartas têm as pernas cruzadas, formando um 4?
Nisso, há uma semelhança. Descubra qual é.
- que carta pode ser uma mãe durona, autoritária,
controladora e qual pode ser uma mãe aberta, bonita, simpática?
- onde está um pai mais velho, sábio, porém ausente?
- etc.
Gente! O Tarot é como um jogo de Paciência! Você tem
muito o que fazer, não precisa reclamar de tédio ou solidão!
Veja a Grande Mandala do T, também desenvolvida pelo
mestre Jodorowsky, baseada na cruz suástica ou Movimento
Cósmico:

145
Agora, observe bem. Vamos lá:
- Na coluna do meio, vertical, estão os AM. Sendo que, no
centro, estão: Louco, (esquerda) e Mundo (direita).
- No alto, vertical, começando a subir, a partir do centro,
estão os AM de 1 a 10. Sendo que os números 1 e 10 estão
separados, sozinhos, pois: o 1 – Mago: início, imenso potencial de
algo, tudo ao seu dispor. O 10 – Roda da Fortuna: final de um ciclo,
começo de outro, a Roda vai girar (a não ser que você queira
paralisar no tempo, aí ela empena).
- Na parte de baixo, vertical, começando a descer, a partir
do centro, estão os AM de 11 a 20. Sendo que, também, os
números 11 e 20 estão sozinhos, pois o 11 é o início de um novo
ciclo em outro nível, após as experiências anteriores, e o 20 é o final
desse ciclo.
146
- A Roda da Fortuna (10) mostra a virada de quem já
chegou ao Céu (Alto). Ela está solta no espaço.
- As cartas até o número 10 representam pessoas,
possibilidades concretas e materiais, situações visíveis, conhecidas,
às claras, ou comuns a todos. Vida consciente.
- O Julgamento (20) em baixo, no subterrâneo, mostra a
base, o chão da Terra, o mundo oculto. E vem uma nova virada, a
saída do túmulo, do ostracismo, do sono: a ressurreição ou
reencarnação.
- As cartas de 11 a 20 mostram seres míticos,
sobrenaturais, fantásticos, arquétipos, situações abstratas ou
espirituais (que se concretizam nos acontecimentos, interesses e
preocupações humanas). Vida inconsciente. (Neste caso, a carta 11
é a Força. Se usar o T Waite, coloque a Força nessa posição, a fim
de que ela seja vista com algo fantástico: mulher segurando boca
de leão). (Claro, a Justiça, também, nesse caso, teria que ficar na
posição 8, como situação da vida real).
- Os naipes M, paus e espadas, ficam à direita, na
mandala. Semelhante à AV, esse é o lado do Dar, Expor, Atuar fora,
extroverter, Ativo.
- Os naipes F, copas e ouros, ficam à esquerda.
Semelhante à AV, esse é o lado do Receber, Tomar, Levar para
dentro, introverter, Passivo.
- Os 4 naipes, na mandala, formam um X, como num
antigo moinho de vento. A primeira carta, o Ás de cada naipe, fica
só, no lado interno, perto do centro. Ali também está a imensa
chance do naipe, próximo aos AM 1 e 11.
- A última carta do naipe, número 10, na extensão dos
braços da mandala, também está só, virada na direção dos
ponteiros do relógio, no movimento cósmico natural. Em o lado
direito inclina-se para Dar e o esquerdo para Receber. Ou seja, a
“mão” direita voltada para baixo, dando, e a “mão” esquerda
voltada para cima, recebendo. (Se você inverter a suástica hindu,
tornando-a a cruz nazista, a “mão” direita recolhe, toma e a
esquerda distribui para quem bem entender. Questões de pontos de
vista).
- A coluna vertical do meio é semelhante ao Pilar do Meio
da AV, zona de equilíbrio.
- A coluna horizontal, formando uma cruz, é composta do
pessoal da Corte, ou personagens da história da vida. São 4 para
cada naipe, como os 4 mundos da QBL.

147
- Nessa mandala foi alterada a ordem natural da Corte,
que seria – por idade física, mental e emocional – Pajem (criança,
filho, adolescente), Cavaleiro (jovem adulto, filho primogênito),
Rainha (mãe, senhora, madura, responsável), Rei (pai, senhor,
maduro, responsável).
- A ordem aí passou a ser: Pajens (principiante,
trabalhador, pondo a mão na massa, base da pirâmide social),
Rainha (autoridade feminina, senhora poderosa: em alguns T,
carrega o símbolo do naipe em tamanho maior e com firmeza,
envolvimento forte), Rei (autoridade masculina, senhor poderoso,
sólido, olhando o horizonte com controle), Cavaleiro (adulto
responsável pela transmissão das ordens do casal real, consciente e
ligado à sua tarefa).
- Essa linha horizontal é totalmente real, concreta, óbvia.
Pessoas com seus deveres. O ser humano em diversas fases da
vida, entre o pessoal e o social, a Terra e o Céu.
- Nessa mandala, na horizontal, os Pajens estão em
contato (na diagonal) com as cartas 2 e 3 dos seus naipes, as de
números menores.
- As Rainhas estão em contato com as cartas 4 e 5,
números intermediários dos seus naipes.
- Os Reis contatam as cartas 6 e 7, números também
intermediários, no entanto, mais perto do Céu, mais elevados.
- Os Cavaleiros contatam as cartas 8, 9 e 10, de números
mais elevados e transpessoais: porque transmitem as mensagens
reais para objetivos coletivos, macro, para o funcionamento do
sistema. Quanto maior for um número, mais impessoal, mais
voltado para a comunidade, o mundo, do que para si próprio
(semelhante aos planetas transpessoais). A vida para a vida.
- Na linha vertical, ainda, os AM 1 a 10 buscam o Céu, o
refinamento, a ascensão, a perfeição, caminhando ara a Luz. Como
as sefirós do alto da AV.
- Enquanto que os AM de 11 a 20 buscam a Terra, a
materialização, a ambição, sendo de figuras menos humanas,
normais, partindo da ideia de que estão mais ligados à T, alguns são
animalescos e outros são como deuses e demônios. Nada disso é
bom ou mal, mas complementações da vida, como corpo e alma.
- E, finalmente, tudo que sobe desce e tudo que desce
sobe. Renascer e viver.
- Esta é uma mandala octogonal, considerando-se o
numero 8 de perfeição, registrado no infinito, horizontal. Na

148
Numerologia, ele está associado ao Poder Material e suas lutas,
trazendo experiência e conhecimento de vida e, assim, ganhando
força, ao ultrapassar os obstáculos da vida. O autodomínio.
- O octógono forma a Rosa dos Ventos, com as principais
direções em todos os quadrantes da Terra. Ela é considerada o
símbolo da vida eterna, da ressurreição. Ei-la:

Antigamente, faziam-se MN com 8 casas.


Para os hindus, as mandalas são espaços sagrados, cujo
centro irradia-se para as bordas: como se fosse o Sol. E os raios
solares, como os raios cósmicos, trazem vida ou morte – e esse
também é um princípio da mandala (ainda que só se comente o seu
lado “positivo”. Mas, tudo tem sua polaridade).
As figuras que compõem as mandalas tibetanas (e outras)
estão ali para colaborar ou atrapalhar o propósito do centro. Assim
como a distribuição dos planetas no seu MN (ou num jogo de Tarot)
podem lhe desenvolver ou destruir. As figuras são como os raios
cósmicos ou como o povo de um país: que o destrói ou eleva, ou os
membros de uma empresa, sociedade, partido, família, etc., que...
idem. Unidos venceremos ou nos arrasaremos.
Os Mundos foram associados aos naipes:
1. Mundo da Emanação (Atzilut)
 Onde tudo é gerado. Fonte.
 Irradiação, Luz Infinita.
 Plano celestial.

149
 De onde você veio e para onde retornará (revertere ad
locum tuum, ou, nós que aqui estamos por ti esperamos).
 De onde tudo foi dado. Origem do Dar (nesse mundo só
se pode dar).
 Imenso amor e compaixão, Luz incondicional (Luz é a 1ª
Causa. A força infinita de energia, sem tempo/espaço/movimento
(como sabia Einstein).
 Se você colocar a Esperança na Fonte, não se
decepcionará. Pois ela é a fonte doadora.
 Local da morada dos deuses.
 Fogo celestial, Naipe de paus: emanação, doação de
energia – força da natureza, criativa e sexual. Faz crescer, desejo
que impulsiona a superar os obstáculos. Órgão sexual M.
 Instinto de vida.
 Equivale aos Reis: que dão.
2. Mundo da Criação (Briah ou Beriah)
 Centro do Universo.
 Onde acontecem os milagres, o impensável. Onde as
orações são ouvidas.
 Plano espiritual.
 Onde está a Alma Gêmea: que não é uma pessoa – mas
a reprodução de um anseio, a Xerox do seu desejo.
 Se os anseios forem fortes, todos poderão ser realizados.
Criados pelo amor com que se deseja aquilo ou, simplesmente, pelo
amor de criar.
 A imagem do que você deseja sempre vem antes da
realização. Sem essa imagem, nada acontece. O visível origina-se do
invisível.
 Pense bem no que você quer, pois há o risco de
conseguir. O “gêmeo” do que você quer existe em Briah. Aguarde e
verá a materialização do desejo – desde que você não o esqueça.
 Portanto, é saudável ter sonhos, ideais, desejos, anseios.
É a garantia de que você está vivo.
 Pede e receberás – dizem as 3 religiões monoteístas.
Mas peça com “fome verdadeira” a fim de não haverem
desperdícios.
 Não se brinca com o Mundo da Criação, pois aí estão os
sentimentos.
 Esse é o mundo dos Sábios e Justos (Tzadikim), dos
mestre ascencionados, do Cristo Cósmico. É daí que são
implantados os ideais (como fazia Aristóteles).
150
Água celestial. Naipe de Copas: a criação através do amor
incondicional. Receptividade como um cálice, um vaso. Energia
emocional, aceitar, compreender, perdoar, compaixão,
generosidade. Coração. Amar.
Equivale às Rainhas, que recebem.
Mundo dos Arcanjos.
3. Mundo da Formação (Yetzirah).
 Área dos pensamentos, direção dos sentimentos que
vieram da Criação.
 Plano Astral.
 Geometria sagrada. Canal para futuras realizações.
Condutor.
 Produz formas. Onde as ideias começam a caminhar,
onde está o espírito das coisas (ruach).
 Mundo pré-realização, como nos movimentos dos
bastidores.
 Não basta você ter fé, também deve Dar Fé. Não basta
amar, precisa Dar Amor. Não basta ter conhecimento e erudição,
deve Dar Conhecimento.
 Dê o que você tem, pois seria muito pesado carregar
sozinho tudo o que você tem. Seria muito pesado você ser só
aquele que é amado, aquele em que todos confiam e esperam:
ame, confie, espere. Aí ficará mais leve e sem queixas.
 No mundo da Formação o peso de algo é perigoso.
Acaba tomando formas esquisitas, doentias. Antes das doenças,
houve um peso.
 E com peso não há nem emanação, nem criação: o
celeste afasta-se, porque ele é leveza.
 Se semelhante atrai semelhante, tudo que você invocar
ou evocar, que seja com alegria. Perversões, corrupções,
vandalismo guerras, etc. acontecem porque foram evocadas por
pessoas que estavam muito pesadas pela falta de algo. A falta pesa.
 Faltas acabam quando se encontra uma tarefa, uma
vocação e se dá forma a ela. Formatar a tarefa para a qual você
nasceu.
- Para que você nasceu?
 Ar celestial, respiração divina. Naipe de espadas:
preocupações, conflitos, ideias. O Verbo. Que é uma arma que vai
se afiando com o tempo, energia mental se formando. Ser e pensar.
Área da cabeça.

151
Equivale aos Cavaleiros, que se movimentam levando as
ideias.
 Mundo dos Anjos.
4. Mundo da Ação (Assiah).
 Área de visibilidade, onde as coisas se concretizam,
manifestação óbvia. Solidez. Resultados, consequências. Karma.
Palpável. Os 5 sentidos.
 Plano físico.
 É onde está o peso. Só que ele não precisa ser tão-tão
pesado.
 Incorporação da alma (nefesh) no momento do
nascimento.
 É aqui que você deve agir! Atuar! Ser! É aqui onde você
deve realizar a sua tarefa.
 Tudo que está no seu devido lugar é bom. O mal surge
quando algo fica deslocado. Assim bem sabem os decoradores e
urbanistas. Uma cidade relaxada e suja atrai vandalismo.
 Deslocado é quem ainda não encontrou seu Serviço.
 Qualquer transição é um teste. Não tenha medo, não
coloque um muro entre você e a vida. Sabe por quê? Logo aparece
uma tentação. Aí, ela vai se infiltrando, infiltrando no seu muro. E
fica como a muralha da China, que desabou em muitas partes.
 Quem não é rígido não sofre tentações.
 Um dia, você acaba aprendendo que as perdas não são
ruins: pois TUDO veio da Fonte. Inclusive você.
 A mão direita dá, por isso é leve: a generosidade é leve,
esvazia armários. A mão esquerda guarda o que recebe, e quer
continuar recebendo. Por isso, é mais pesada e lenta. Se for
gananciosa ou avarenta, pode ficar pesadíssima. Mas, também, fica
mais leve se for dando um pouco.
 As perdas ficam mais pesadas quando se quer reter o
que já está perdido. E isso faz parte de Assiah.
 Nesse Mundo, nada fica oculto, nem adianta esconder
suas fraquezas. Trate suas vulnerabilidades com naturalidade, para
não ficar perdido, vagando por aí como um golem, um fantasma.
Esconder as fraquezas atrapalha e lhe afasta das suas tarefas
verdadeiras.
 Você encontra a Luz Infinita quando encontra seu
Serviço. Aí, você está no céu.

152
 Só vai para o céu quem tem um foco, uma meta. E vai
para o Inferno quem não sabe o que quer: pois o Inferno é a
ausência de definições.
 Defina-se. E ocupe seu lugar na terra, com as bênçãos
do Céu, até que você volte para lá.
 Terra primordial, Naipe de ouros: concretizar, ser mago.
Viver. O ouro é o mineral da Terra, que você recebe em moedas. É
o trabalho, a energia material, as necessidades físicas, a saúde.
Marcar território: estive aqui. Daí, ser a área dos pés, pois pisou na
Terra.
Equivale aos Pajens, que põem a mão na massa.
Mundo dos humanos e de influência do zodíaco.
*
Já os AM são o 5º elemento. Ou éter. Arquétipos.
Você é humano, mas também pode ser éter, como é um
anjo.
Os Anjos (de Yewtzirah) tocam os pontos sensíveis das
pessoas, mostrando o melhor lado delas, elevando-as. Eles são
comoa os Cavaleiros, com suas mensagens de ordens superiores.
Os anjos também estão em evolução, já que seus atributos
estão ligados às formas. Eles descem do Ar para a Terra.
Você tem seu anjo particular, e o nome dele tem a ver com a
tarefa para a qual você encarnou (independentemente dos anjos qbl
dos dias e horas dos nascimentos). Assim, se você encarnou para
ser:
- Aquele que faz os outros crescerem.
Esse será o seu nome celestial e, portanto, o nome do seu
anjo da guarda (o que não impede que outros anjos venham lhe
ajudar). Lembra que, antigamente, as pessoas eram conhecidas
pelas suas tarefas? (ver capítulo anterior. Ex.: Antonio, o ferreiro; e
esse ficou sendo um sobrenome).
Quando seu anjo desce à Terra, ele “entra” (incorpora, walk-
in, um avatar) dentro de você. Mas só se você derrubou aquele tal
muro e deixou entrar nem que fosse uma luzinha que estava ali, a
postos, aguardando uma chance.
Abra a porta! Dalet!
Então:

153
a) no 1º mundo (paus está o potencial daquilo que se quer.
Paus estão perto do Céu.
Se você quer ter êxito profissional ou nos relacionamentos,
esse potencial-virtual já está no 1º mundo. Agora, é você ter
energia criativa para dar a partida.
O Ás de Paus é uma força geradora, energia de inspiração.
Ele tem o desenho de uma Mão, que vai num impulso para a frente
e para cima.
- Também é uma energia expansiva, de vibração sexual, a
fim de povoar o Cosmos, com pessoas ou com obras.
- Potência. A partida para o futuro.
- Meios de criar e reproduzir qualquer coisa. Mas, ainda
tem que lutar para isso.
b) No 2º mundo (copas), começa a se acumular forças,
através do envolvimento emocional, pelo desejo de algo. Como o
desejo de crescimento profissional, ou de ter uma parceria, um
filho, etc. Esse desejo vai, gradativamente, preenchendo o seu
coração e sentimentos. O anseio cresce e ele impregna você.
Nesse mundo começam todas as criações, desde que se
esteja envolvido psiquicamente. Copas estão perto da Terra.
O Ás de Copas é seu representante, como a súplica do
desejo. Por isso, está disponível e sua taça é aberta e enorme. Sua
Mão oferece a grande taça, o potencial do emocional, que torna
tudo possível: nascer e permanecer. E, claro, também ocasiona
alguns sofrimentos.
- O amor a si mesmo, a autoestima projeta desejos de
coisas/situações que lhe completem (para encher a taça).
- Isso pode ser projetado nos relacionamentos pessoais e
sociais.
- Se você não se amar, sua taça ficará vazia e, em vez de
avançar na vida, avançará na morte. (No Tarot Waite, o Cavaleiro
de Copas tem a mesma posição da Morte, carta 13).
- Capacidade de se envolver, de amar, de receber amor,
de acolher os sentimentos, de unir-se. Místico.
- O amor divino é o único inesgotável, esse é o Santo
Graal.
- A criação sempre espera uma continuação.
c) No 3º mundo (espadas), está a capacidade de decidir.
Toma-se uma atitude para o desenvolvimento de um trabalho, de
um relacionamento, de um estudo, etc. Situações começam a
tomar forma, preparam-se as condições. Firma-se uma forma-

154
pensamento (na 4ª D): que é indispensável para se obter o que se
quer. Plasmar. Então, os anjos lhe auxiliarão. Espadas também
estão perto do Céu.
O Ás de Espadas representa a incrível potência do mundo das
ideias. Uma energia de mobilização, da precipitação de algo: a
energia mental formatada se une ao Universo, através da
concentração, do foco. Muitas vezes é uma força que veio do
passado, de outras VP.
- Potência mental, inteligência disponível, discernimento,
astúcia, capacidade de decidir, persuadir e deduzir.
Numa comparação:
- O Ás de Paus vai para o futuro, abre-se e expande-se.
- O Ás de Espadas tira energia do passado e focaliza-a (os
gumes das espadas vão se afinando, elas são mais largas nas suas
bases e mais estreitas nas pontas), aponta para o alvo. Tem um
objetivo.
- A mão do Ás de espadas mostra o punho, segurando a
espada com muita disposição (em alguns Tarots até atravessa uma
coroa, para dar forma mental).
d) No 4º mundo (ouros), você já está pronto para realizar
suas escolhas, seja sua profissão, relacionamento, um esporte, uma
pesquisa, etc. Enfrentando o que der e vier, pois nesse mundo isso
sempre acontece. Afinal, você está encarnado. Ajoelhou tem que
rezar. Os ouros estão, claro, perto da Terra.
O Ás de Ouros representa a matéria visível. A sorte foi
lançada. A mão do Ás segura o tesouro da encarnação. A matéria é
bela, pois representa a divindade encarnada. Estar no mundo, não
escapar dele, honrar a matéria.
- Receber e repartir, trabalhar e tornar-se útil. O paraíso é
aqui. Com suas serpentes, é claro.
- A moeda do Ás é grande porque contém o imenso
potencial do naipe, onde estão todas as riquezas (todo Ás tem seu
símbolo aumentado), inclusive a saúde e a magia.
- Afinal, a grande magia é ter saúde e sobreviver
materialmente. Negar a matéria é anorexia de corpo e alma.
Todos os Ases estão associados a Kether, ou Coroa (até
aparece uma coroa no Ás Espadas), a 1ª sefirá, aos turbilhões
celestiais, ao potencial de tudo o que ainda não se manifestou no
imediato presente, mas que pode acontecer a qualquer instante –
desde que seja dada a partida, o apito do juiz: que é você.

155
A mão que aparece nos Ases do Tarot Waite também
representa a letra Yod. A menorzinha de todas as letras, mas que
está presente na formação de todas as demais grandes letras. O
menor que é o Imenso Potencial.
Se você der a partida, atrairá:
- O Poder Transformador.
Que está nos Ases, na Coroa, no Mago, no nº 1, no ASC, em
Marte. (Você pensou que eu ia dizer Plutão? Pois não. Marte tem o
Poder Transformador de dar o salto para o futuro, de iniciar. Plutão
é outro Poder Transformador, mas das finalizações. Se algo não
acaba, como recomeçar?).
Tudo que está nas cartas nº 10, dos naipes, está no reino de
Malkut (a 10ª sefirá) e, sem dúvida, está, em potencial, nos Ases,
na coroa de Kether.
Por isso, 1 e 10, Kether e Malkut, são os pares celestes e
terrenos: ele é o divino, ela é a noiva terrena. O 10 não existe sem
o 1. O 10 realiza o potencial do 1.
Você foi destinado para algo que já está no seu MN.
Determinismo cósmico, não dá para negar. Maktub. Fatcum. Dite.
Amen. Que Assim Seja. Agora, como você fará isso, como cumprirá
seu destino, aí sim, é seu livre arbítrio – mas DENTRO do esquema
do MN.
Portanto, MN: destino decretado, resultado da vida. Livre
arbítrio: como você chega a esse resultado, ou seja, a “sorte”. A
sorte pode ser mudada, o destino não.
Quando você descobre o verdadeiro nome (pessoal,
intransferível) do seu anjo (e não o das tabelas genéricas), ou seja,
o seu clone, seu corpo etérico, aí você sabe a que veio. E pronto!
Lance seu coração! Abra a janela! Hel!
Nada anda sem o coração, Paralisar algo significa que seu
coração congelou numa área. E essa área morreu na praia, porque
seu coração estava alhures.
O coração é a sua mais valiosa moeda de investimento.
Onde está seu coração? ____________________________.
- Qual é o nome do seu anjo? ____________________.
Sorria com o coração – essa é a melhor ginástica, o melhor
botox ou sei lá o que inventaram. Sorrir é rejuvenescimento. Além
de emagrecer: pois atira longe o que lhe pesava.
Aconselho a quem quer emagrecer substituir plásticas:
- Sorrir 4 vezes ao dia, como se fosse um antibiótico. É
melhor que Prozac ou arnica.

156
Sorrir com o Coração, claro. Sorrir no Mundo da Ação, na
vida terrena, no naipe de Ouros. O 10 de Ouros é uma carta linda:
os benefícios da encarnação na Terra, no Reino. Onde você
incorpora a centelha divina que veio do Ás. Onde você encontra o
caminho para o Céu. Ou para os Campos Elíseos.
Em Ur, na Babilônia, Abraão, antes de ser Abrahão, já
conhecia todos os 10 planetas, inclusive Plutão (ou Gaga, para os
caldeus) – que os atuais astrônomos não chamam mais de planeta.
Mas Astronomia é uma coisa e Astrologia é outra. Plutão continua
influindo firme e forte nos MN e nos trânsitos.
Pois é Daat em ação, a sefirá sem número, que sinaliza o
Abismo na AV. Pois Abraão já sabia que a órbita de Plutão era de
248 anos. Quem lhe disse isso? Não fui eu. Foi o povo de Nibiru,
que já tinha as tábuas celestiais e repassou-as a Adão, como o Livro
de Ratziel, o Livro do Futuro.
O Sepher Yetzirah originou o Zohar e deles surgiu a QBL, que
fez o casamento entre os mundos invisível e visível: em cima como
em baixo, o espiritual com o material. Como Thot e Hermes
Trismegistus também já sabiam. Foi daí o desejo de Receber. E,
também, daí, que a meta humana é:
- Realizar desejos.
E, depois de realizados, desapegar-se deles. Resolver o
assunto de uma vez por todas. Desejo não realizado atrapalha o
desenvolvimento, ficam invadindo seu espaço, como cupins. A vida
é assim: comer, digerir, evacuar.
O desapego só vem depois que você concretiza algo. Senão,
aquilo é que vira o tal “demônio”: atazanando sua vida, como
forma-pensamento no astral.
Após o desapego você descobre que tudo é Maya, ilusão,
como dizem os budistas. Mas, até lá, tem que desejar e ter. Para
isso você se deu ao trabalho (e à sua mãe) de encarnar.
A Luz quis Dar, Compartilhar seu excesso de luz. Para isso,
criou um Receptor. Simples Assim. Depois que o Receptor se
locupletou, pensou: Que vou fazer com tudo isso? Não tem lugar no
armário para guardar tudo isso; não tenho tempo ou condições de
gastar tudo que minha grana pode comprar. Então, quero ser como
Deus: dar, compartilhar, iluminar, fazer acontecer. Causar – você já
percebeu que o Facebook é qbl? É sério: compartilhar, curtir,
causar. Ou deletar.

157
Daí que o Receptor concentrou-se, concentrou-se e...
TzimTzum! Big Bang! Explodiu em um montão de pedaços que
criaram as formas do que existe (olha nós aqui!) e a AV.
É por isso que se você quiser receber (copas e ouros) irá,
certamente, avançar e se desenvolver na vida (paus e espadas).
Receber empurra a vida, une corpo e alma, Céu e Terra. Este
é o elo. Aquém dá, recebe. Este foi o motivo do seu nascimento. Só
que a Humanidade nem sempre é flor que se cheire, e criou a
corrupção, com o livre arbítrio.
Chamam-se qlipós as sefirás que se corromperam. Um
corruptor, por exemplo, é um sujeito qlipótico. Você deve conhecer
algum.
Qualquer acontecimento na sua vida é uma Causa, ou
aspecto planetário. A sua reação a esse acontecimento é um Efeito,
ou trânsito. E isso é o que determina o nível do seu futuro.
Ou seja: você pode fazer o que quiser com o que receber e
aguentar as consequências boas ou mas. Esse é o livre arbítrio. O
determinismo é que, de um modo ou de outro, você receba TUDO
que está no seu MN. Por direito de nascimento.
Há o seu DNA físico e genético. E há o da sua alma, que é o
MN. O resultado de um tema zodiacal irrevogável. Goste ou não
goste e é melhor gostar.
O Tarot não é destino, nem decreto. Pois é aleatório. Está aí
para lhe ensinar a Olhar e Ver.
De onde ele veio? Sei lá. Há milhares de suposições. Eis
algumas, nem todas sobre o Tarot, mas sobre as cartas em geral:
- 1.740 AC: Egito: esculturas em Beni Hassan, com
pinturas; no túmulo de Tutankamon, jogos de cartas de marfim;
- Exodus, Torah: O Senhor disse para que Moisés e Aarão
(futuro Primeiro Grande Sacerdote, irmão de Moisés) jogassem,
para ver qual bode deveria ser escalpelado. Depois, na Terra
Prometida, Josué também fez seus joguinhos.
- Gregos: Trouxeram jogos para Herodes. Heródoto e
Plutarco comentaram sobre jogos de dados, tanto na Grécia como
em Roma;
- Índia, 500 DC, e também China e Pérsia. Jogavam
xadrez e outros jogos com temas da Guerra de Troia (Jogo Petteia).
Tais jogos foram se desenvolvendo.
Também falou-se de ciganos da Índia, que adivinhavam,
usando cartas redondas, em laca, madeira, marfim ou fibra de
algodão. O jogo chamava-se Gangifa.

158
Nunca se soube como as cartas e os jogos começaram; os
ovos primitivos da Ásia e América conheciam-nos. Faziam
adivinhações atirando arcos e flechas nas 4 direções (N, S, L. O). As
cartas sobreviveram, não só pela magia e encantamento das
adivinhações (hoje usadas até para psicologia), mas por lidarem
com a natureza humana e a eterna curiosidade das possíveis
chances na vida. Inúmeros artistas e pintores fizerem cartas para
jogar (e estudar, como facilitação do aprendizado nas escolas), de
vários materiais, inclusive couro, metal, pedra e, bem mais tarde,
pela impressão em papéis.
- Coréia: Tinha seu antiquíssimo jogo nacional, o Nyout.
Colocavam objetos num círculo, representando pessoas e atiravam
paus, como se fossem dados, para ver as probabilidades. Faziam
isso todo dia 15 de cada mês.
Mas, as cartas, jogos, adivinhações coreanas, provavelmente,
vieram da Mongólia. Mongóis ou índios americanos costumavam
atirar flechas num círculo e analisar onde elas caíam. Os índios
americanos usavam também varas com penas numa ponta.
- China: Bem antes do séc. 12, usavam cartas com naipes,
como as da Coréia. Eram cartas estreitas e compridas. Na dinastia
Tang (618 – 908) jogavam-se cartas, desenhadas em papel de
dinheiro. Havia um baralho com 120 cartas, sendo 30 para cada
naipe.
Os naipes são muito antigos, associados desde aquelas
épocas às 4 direções e elementos da natureza. Cartas de dominó
também usadas para adivinhação.
Marco Polo, ao andar pela China, levou as cartas para a
Europa; também os mercadores da Rota da Seda iniciaram os
europeus nos interessantes jogos.
- No Japão havia o baralho das Flores, que era usado
como calendário: 4 flores para cada mês, representando as
semanas.
No Japão e na China, os jogos para adivinhar ou para se
distrair eram bastante antigos, sem condição de identificar o
começo. Usavam as cartas constantemente, na vida diária.
- Europa: Quando Godofredo de Bouillon, francês, retorna
da Primeira Cruzada, traz cartas que havia encontrado na Índia e
Palestina.
E naqueles países, junto com os naipes, haviam cartas “da
corte”. Na Índia, por exemplo, haviam jogos com 10 cartas, cada
uma de uma cor e bela pintura, representando as 10 encarnações

159
de Vishnu, seus avatares e a penúltima delas era de Buda. E, como
se sabe, Buda nasceu uns 500 anos antes de Cristo. Haviam, ainda,
jogos com vários animais, sendo que cada um representava um
naipe, como: tartaruga, peixe, búfalo, etc.
A última encarnação de Vishnu, seu último avatar, que ainda
não apareceu, seria do Cavalo Branco, representando Kalki: a futura
encarnação de Vishnu que destruiria com sua espada as sombras
terríveis (já li um romance, Kalki, que fazia uma adaptação para
esse tema, no séc. 20). É semelhante às histórias de Nostradamus,
com o Homem que virá do Oriente para destruir o mundo vigente.
- Pérsia: Muitos jogos, em marfim, com diversos desenhos
e tipos coloridos, mas não se sabe a época que surgiram em Bagdá.
- Europa, novamente:
 No séc. 11, no Sul da França e Norte da Espanha,
judeus, árabes e cristãos eram bons amigos e reuniam-se trocando
conhecimentos de seus misticismos. Vários desses conhecimentos
foram registrados nas cartas de Tarot, antes da Inquisição (a Jihada
cristã, quando houve a separação entre os membros das 3 religiões
monoteístas, face às perseguições dos superiores fanáticos).
Você vê a influência deles nos AM. Por exemplo:
- Papisa ou Sacerdotisa: origem cristã e egípcia (como
Isis, a deusa negra);
- Papa ou Hierofante: origem cristã e judaica, Suméria;
- Diabo, Temperança, Julgamento: idem, sendo que a
Temperança é um arcanjo, representando o anjo da guarda (ou um
ET);
- Justiça: egípcia (Maat) e grega (Themis);
- Pendurado ou Enforcado: semelhante à AV e ao Cristo
Crucificado;
- Morte ou Arcano sem Nome: continha o YHVH, nome
impronunciável, como também Daat, uma sefirá sem número,
impronunciável durante séculos. Daat também tem 4 letras, como o
Tetragrammaton.
Os am foram introduzidos pelos árabes, em face do seu
sistema matemático de 1 a 10.
- França: 1392, Carlos VI, rei, contratou o pintor
Jacquemin Gringonneur para fazer um baralho baseado nas diversas
cartas existentes, a fim de divertir a corte. Naquela época, essas
cartas chamavam-se os Tarots e dizia-se terem vindo da Índia,
Pérsia, Arábia, Egito e até da Itália. (Impossível terem sido trazidas

160
pelos ciganos, pois eles só apareceram na Europa muitos anos
depois).
A maioria dos diversos Tarots europeus era de 52 cartas e os
4 cavaleiros.
Os nomes das cartas eram escritos em francês, inclusive na
Itália e Alemanha. A pronúncia era um espanto.
Logo, logo (1397), houve um decreto em Paris proibindo de
se jogar cargas, dados, tênis, etc. nos dias de trabalho.
1423 - cartas começaram a ser feitas com stencil;
1459 - criaram-se cartas na Itália para ultrapassar o tédio do
Conselho Eclesiástico de Mantua, que durou sete meses;
1440 - as cartas do pessoal da corte apareceram, embora na
Provence já fossem usadas há mais tempo. Lancelot era o Pajem de
Paus. Ficou famoso e meme de François Arnoux e seu baralho: Viva
as boas pessoas que jogavam bastante;
- séc. 15 - surge o Tarot de Marseille, desenhado por
Grimaud, bastante objetivo e simples;
- 1643 - o Cardeal Mazarin ensinou ao jovem rei Luis XIV
um jogo de cartas para completar sua educação e interessá-lo nos
estudos. Esses jogos eram de cartas que ensinavam geografia,
fábulas, história, mitologia, brasões, etc., contendo figuras e
descrições. Quem preparou essas cartas foi Desmarets, membro da
Academia da França.
E, daí para frente, os jogos foram usados para educação da
nobreza. Imagine que essas cartas tinham as frases explicativas em
francês, alemão, italiano, russo, polonês, espanhol, holandês e,
claro, em português.
(Também oriento meus alunos a fazerem Tarots astrológico,
numerológico, qbl, etc. São bastante úteis para o aprendizado).
- séc. 18 – alteraram os nomes de Papa e Papisa para
Grandes Sacerdote e Sacerdotisa. A Prudência virou Enforcado (era
um jovem numa posição normal, fazendo um 4 com a perna – como
fazem o Imperador, em alguns Tarots, e a mulher do Mundo).
Colocaram, também, letras hebraicas nos AM, na Itália.
- 1634 – em Paris, surge baralho com figuras e com
zodíaco, com 78 cartas. Surgem, também, cartas divididas em
diagonal; cartas com cabeças voltadas para cima e para baixo,
podendo ser olhadas de qualquer lado (eram as Binettes);
- 1693 – o Hospício de Montpellier, no Languedoc, faz
jogos de cartas para conseguir dinheiro para ele e para a diocese;

161
- 1792 – surgem dicionários com diversos jogos
educacionais.
No séc. 18, o Baralho/Tarot Etfeilla ficou famoso para
adivinhações (tipo Marseille). Foi obra do peruqueiro Alliette, que
usou seu nome invertido como pseudônimo, baseado no livro de
Court de Gebelin sobre os antigos Tarots. Colocou seu nome nas
cartas (direitos autorais). Teve tremendo sucesso. Se lidas de cima
para baixo, eram consideradas de Força Maior; se invertidas, como
Força Menor. Ex.: para cima (6): Casamento; para baixo (6): União.
Napoleão interessava-se pelo Tarot.
Haviam baralhos de 21, 34, 40, 50, 52, 78 cartas, etc. Os de
História e Geografia chegaram a ter 480 cartas, cada um.
Court de Gebelin era um pastor protestante, maçon e
arqueólogo. Acrescentou, por isso, questões esotéricas aos AM.
Inventou que o Tarot era originário do Egito, para valorizar sua obra
de 9 volumes sobre a Teoria do Tarot (recurso de antiguidade).
A partir daí, o Tarot ficou. Até hoje. Indispensável para a QBL
Hermética e para ocultistas, como mistérios universais.
- séc. 19 – O Tarot Besançon substituiu o Papa e a Papisa
por Júpiter e Juno e o Ermitão foi chamado de Capuchinho.
Os baralhos incluíam a corte. Napoleão distribuiu as cartas
entre seus soldados, para mantê-los unidos e mais calmos durante
os descansos.
A indústria de cartas na França era bastante produtiva (aliás,
desde o séc. 17) e cada vez tinha mais encomendas, para a
Espanha (cliente principal), Inglaterra, Turquia, Alemanha, Áustria,
América, etc. Cada baralho seguia os costumes locais. Muitos deles
ainda eram em blocos coloridos de madeira. Seriam lindos quadros!
1830 – cartas com alfabetos, para ensinar a ler/escrever;
cartas musicais, com partituras;
1848 – cartas com modelos de roupa de época, junto com o
endereço das costureiras e alfaiates;
1870 – surgem figuras decorativas nos ases.
Nesse século aparecem Eliphas Levi, Papus, etc., que
relacionaram as 22 letras hebraicas com os AM (cada qual de seu
jeito e personalidade). Papus incluiu personagens egípcias.
A. E. Waite facilitou a vida dos tarólogos, como o Rav Ashlag
facilitou o estudo da QBL, para um maior número de pessoas. E,
antes, Isaac Luria, com sua AV. O Tarot Rider-Waite tem figuras
elucidativas nas 78 cartas. É o melhor para o aprendizado. Mas

162
trocou a numeração de alguns AM (como se viu, vários autores
faziam modificações, marcando suas características).
A Justiça, que era 8, passou para 11.
A Força, que era 11, passou para 8.
Dizia que era para fazer uma melhor adaptação às tradições
qbl. Hoje, então, há dois tipos de numeração: a moderna, de Waite,
e a tradicional, usada no Marseille e semelhantes. O Tarot de Paul
Marteau é um dos melhores nessa linha, face aos símbolos bem
esotéricos e numerológicos.
A. Crowley era rival de Waite, o que sempre dá uma
dinâmica ao conhecimento, um tentando superar o outro. Nada
melhor que a concorrência para haver mais competência e
eficiência. Seu Tarot chama-se Thot e há várias mudanças de nome
dos AM e do pessoal da corte. Por exemplo, ele chama os Pajens de
Princesas. E colocou seu retrato numa das cartas. Waite também
deixou sua marca no seu T. No Ás de Copas e na Torro está a letra
W, do seu nome.
- Alemanha: 1440: as cartas de Stuttgart eram bem
grandes e impressas. Desenhadas com detalhes, capricho,
perfeição.
As cartas chegaram na Alemanha no século anterior, trazidas
pelos soldados que retornavam de guerras. Já eram mencionadas,
em 1580, no arquivo de Nuremberg. Os monges eram grandes
fabricantes de cartas. Inclusive colocaram S. João Batista numa das
cartas. Haviam, também, jogos em blocos de madeira, com animais.
As cartas eram feitas conforme os desejos dos compradores,
sob encomenda. Muitas tinham patos, estandartes (nas cartas nº
10), falcões, flores, etc. Alguns baralhos eram belíssimos, como os
de Israel Von Meckenen e de Schongauer (1500). Trocavam-se
cartas por mercadorias de outros países, como Itália e Sicília.
Havia uma competição e rivalidade de classes entre os:
fazedores e os pintores de cartas, estes mais prestigiados. Como a
diferença entre barbeiros e cirurgiões.
1685 – belo baralho em Augsburg, contendo filósofos,
guerreiros, poetas, celebridades, heráldica. Carlos Magno aparecia
como Rei. Eram cartas bem grandes.
A segunda mulher (alemã) de Napoleão, Maria Luiza, tinha
seu baralho com bichos: camelo, raposa, lobo, crocodilo, etc.

163
Os alemães foram os primeiros a fazerem transformações
(1805), colocando poemas, anedotas, fazendo almanaques,
mostrando cartas sentimentais, cômicas, caricaturas, pierrot e
arlequim, etc.
Itália: os sarracenos e chineses introduzem ali as cartas com
os números, principalmente em Veneza.
A palavra “naipe” foi derivada do hebraico “naibi”, ou
feiticeiro (começou na Espanha).
No séc. 15, usavam-se os 22 AM. Em Bologna, séc. 17,
começaram a chamar as cartas de Tarocchini.
Espanha: os sarracenos e mouros, séc. 7, levaram as cartas
para lá. Desde 710 eles estavam na Itália e França e conquistaram a
Sicília em 832.
Suíça: há um relato de um baralho em 1377, feito por
Joannes, do Monastério de Brefeld. Era bem lúdico, continha 4 Reis
e 2 Marechais.
Na Dinamarca e Suécia haviam baralhos com 52 cartas; os da
Rússia eram coloridos e bem ricos.
Na Bélgica e Holanda (Flandres), já haviam baralhos desde o
séc. 14. Mas, na Inglaterra, desde o séc. 12, através dos cruzados.
Ricardo Coração de Leão jogava bastante e chegou a lançar
um edito: nenhum soldado poderia jogar apor dinheiro, mas os
cavaleiros e clérigos podiam (até 20 shillings). Já os reis podiam
jogar por quando dinheiro quisessem.
Os jogos de adivinhação são comentados desde o séc. 17.
América: haviam os jogos indígenas, com as varas,
semelhantes aos do Japão/Coréia, que eram atiradas nas direções
dos pontos cardiais.
As cartas foram trazidas pela turma de Cristóvão Colombo,
cujos marinheiros eram viciados. Eram cartas de couro.
Os jogos de baralhos mexicanos eram chamados de
Amapatolli, ou jogos de papel. Colocaram figuras europeias e de
Montezuma.
Os portugueses também levaram as cartas para o Brasil.
Nos EEUU, foram os ingleses que levaram as cartas para a
Virginia, Plymouth, inclusive os puritanos as conheciam, mas haviam
penalidades para os que jogassem. Os holandeses levaram-nas para
Nova Amsterdã. Eram bem mais luxuosas (e moravam nas melhores
casas).
Em 1624, na Virginia, houve um edito: os ministros não
deviam se exceder em jogos e bebidas.

164
Os ingleses também introduziram as corridas de cavalo (séc.
17, em Nova York).
James Franklyn, irmão do Benjamin, imprimiu cartas com os
versos de Benjamin.
Em 1916, o Tarot Waite-Rider foi publicado na América.
Ora, por aí você vê que as cartas são irresistíveis, de
soldados a reis, do povo aos eruditos e nobres. E os jogos de
infância, com cartas de flores, pássaros, bichos ou cidades, etc.,
todos eles se originaram nos Tarots.
Claro, você também pode inventar o seu Tarot, usando a
essência dos AM e am, junto com os números. Sempre que você
criar algo, modificar, recuperar, eliminar, estará imitando seus
ancestrais: os deuses.
Não há interpretação linear de um Arcano. Pois ele é uma
abertura para a sua imaginação, intuição, inspiração e para o
Hemisfério Cerebral Direito (como recomendam alguns cientistas).
Se você quiser decorar os significados dos 78 arcanos, será
bom para sua memória. Mas, vá além:
- Veja o não visto.
- Ouça o não ouvido.
- Prove o não provado. Etc.
Experimentar é expandir a consciência. O Mago é
eternamente jovem porque experimenta. Já o Eremita não
experimenta mais, é velho. E isso tudo nada tem a ver com a idade
cronológica.
- Vá além do ensinado e discutido.
Pegue uma carta e desconstrua-a. Ex.:
 Vista a Estrela.
 Dispa a Papisa.
 Arrebente as correntes do casal do Diabo.
 Fecha a tampa dos túmulos da família do Julgamento.
 Corte o laço do pé do Pendurado.
 Etc.
E aí, como essas cartas ficariam? (foi Jodorowsky que deu
essa ideia).
Dizem os budistas e os qbl.
- Ouça os mestres, eles lhe lembrarão do que você
sempre soube. O sábio ouve, o rico tem conhecimento.
Imagine uma conversa entre as cartas. Isso ajudará nas
interpretações de duplas ou mais.

165
 Como a Papisa se comportaria ao lado da Torre ou da
Temperança?
 Como a Justiça agiria com o Carro ou a Roda da
Fortuna?
 (Nas minhas aulas de Tarot representam-se as cartas,
fazem-se “cartas”, etc.).
Seja o Louco de vez em quando.
Tarot, MN e AV são Seres.
Observe os 32 caminhos (partsufim) da AV: 22 + 10. Ou o
MN com seus 12 signos + 10 planetas + 12 casas. Sem falar nos
aspectos e nas 144 Casas Derivadas.
Falamos sobre os Ases, o número 1. Uma abstração, pois é
um potencial. Então, vamos falar dos 10, outra abstração. Pois 1 e
10 são reflexos uma da outra: o começo de qualquer coisa leva,
inevitavelmente, a um fim. E o fim de algo conduz a um outro
começo, com maior amadurecimento e experiência.
Inevitavelmente. Pois, se assim não fosse, nem você, nem eu,
estaríamos aqui. E, quando nos formos, retornaremos. I Will
survive.
Assim, também, nos AM. E a carta 11 terá seu reflexo na 20,
quando acabar esse ciclo.
É um interessante exercício de Ver, colocar duplas de cartas
complementares num nível do ciclo (com os AM) e olhá-las, fazendo
essas correlações. Ex.:
1 e 10 - começo e fim de tudo.
11 e 20 - idem, em outro nível, com as figuras
“sobrenaturais” (refiro-me à Força, como número 11, na antiga
tradição, explicitado no T Marseille, Marteau, e similares. Se quiser
seguir o ciclo numerológico, faça assim. Mas se preferir a visão de
A. Waite, nada a opor).
Outros tipos de duplas, nos AM, que você poderia relacionar
e comparar:
2 e 12 – sabendo que o número 2, Papisa, acumula
conhecimento (tem o livro) e tem uma certa soberba. E o número
12, Pendurado, desfaz-se de qualquer coisa e tem uma certa apatia.
Olhe as cartas. Perceba isso e acrescente outras percepções:
_______________________________________________________.
3 e 13 – a Imperatriz extravaza criatividade, vida. Pode levar
à “primatemaia disseminada” ou praga de gente. A Morte destrói o
que foi criado, num processo de transformação ou esterilidade. Olhe
e veja. Acrescente mais: __________________________________.

166
4 e 14 – O Imperador (4) tem responsabilidade sociopolítica,
consciente da vida material. A Temperança (14) tem espiritualidade
(é um arcanjo), representa proteção espiritual ou ET. O contraste
dessa dupla: Terra e Céu.
5 e 15 – O Papa ensina, comunica aquilo que acredita, tem
valores elevados, é um mediador, um pastor. O Diabo mostra as
tentações, os desejos obsessivos, amarra a vida pelas posses de
algo.
6 e 16 – Relações emocionais, amizades, elos ou simbiose,
nos Namorados. Mas a Torre livra-se dos laços, vai à vida, eufórica
na liberdade ou separação.
7 e 17 – O Carro avança na sua Guerra Santa, movimento
decidido, sai de onde está. Enquanto que a Estrela cria raízes num
local, rega-o, investe ali, dá de si.
8 e 18 – Neste caso, usando a Justiça como número 8: a
perfeição, as leis universais na Terra, rígida, implacável, corta o
inútil. E a Lua, a perfeição cósmica, receptiva às fantasias, à
melancolia, às fases.
9 e 19 – O Eremita afasta-se do mundo, tem experiência e
sabedoria, não fala com qualquer um (só aos eleitos), pode ter
avareza espiritual. O Sol aproxima-se do mundo, oferece sua luz, é
pródigo, aceita todos, fala com todos, espalha-se sem limites na
coletividade.
10 e 20 – A Roda da Fortuna espera que alguém a gire para
começar um novo ciclo: o destino com seu fim e recomeço, no
processo de reencarnação. Mas também um círculo vicioso, rodando
sem parar e sem meta. O Julgamento busca outras D, um canal
com outro nível de consciência, um recomeço espiritual ou a fuga do
mundo. Espera o chamado do ET, de alguém idealizado (ou talvez,
por problemas familiares, entra em outros mundos).
0 e 21 – O Louco é a pura energia, indefinida e ilimitada. E o
Mundo é o resultado dessa energia, que concretiza situações. Do
abstrato para o concreto. Tais cartas são transpessoais, fazem parte
do Universo: a energia que caminha para uma realização material,
formatada, com um limite (toda forma é limitada, por isso, a figura
do Mundo está dentro de um ovo). O Louco é M e leva sua energia
à carta que lhe segue. O Mundo é F, receptivo à carta que lhe
segue, mas, muito mais provavelmente, fechado para o resto,
frustrando a carta que lhe segue, como se dissesse: Eu me basto.
E antes de irmos aos 10, umas observações:

167
- alguns tarólogos jogam com cartas invertidas, o que
parece ser uma postura de achar que a vida ou as pessoas podem
ser “ruins”. Isso já “chama” negatividade;
- prefiro a postura consciente, de encarar a carta e ver o
que ela tem de aproveitável. Assim pode-se orientar melhor,
esclarecer e elevar o consulente, sem sair do real. Além do que, a
carta está vinculada à sua posição no jogo. Nunca jogo com cartas
invertidas, mesmo porque o Cosmos não é invertido. Ele contém em
si o potencial do bem e do mal, da luz e da sombra.
Você pode fazer uma jogada assim:
Carta 1 – vantagem de uma situação;
Carta 2 – o inconveniente disso.
E você, com esse esclarecimento, decide o que fazer. Se
quiser, pode tirar uma carta 3, para funcionar como seu ajudante,
para a questão perguntada. É um auxiliar, mas a decisão é sua.
Então:
Carta 3 – o que pode ajudar nessa situação.
Outra ideia: quando estiver com uma parte do seu corpo lhe
incomodando, indisposta, doente, tire uma carta aleatoriamente,
encoste-a nessa parte do corpo, perguntando, como se fosse um
médico:
- Como está a situação aí?
*
Nos am, todos os 10 indicam:
- algo que já estava finalizado antes (nos 9) e que agora
mostra que não há mais dúvida. Situação sem volta. Desapareceu
antigo estilo de vida. Se houver necessidade de ratificar, assinalar o
fim, que seja feito. Mas, de qualquer forma, só há um jeito: seguir
adiante. Rei morto, rei posto. A Roda da vida está girando. O show
deve continuar;
- fim total daquilo: como uma morte, demissão, divórcio.
Ou como um apogeu, culminação, diplomação;
- associados a Malkut, a 10ª sefirá, ou ao Reino. Ou seja,
o máximo daquele tema, numa encarnação.
E lembre-se: nenhuma carta é interpretada sozinha, como o
seu braço não pode ser interpretado sem considerar o resto do
corpo. Elas estão “amarradas” entre si, dentro de um jogo. Como
estão “amarradas” dentro do próprio naipe. Todo 10 está vinculado
às outras 9 cartas do seu naipe, já que é a consequência final de
alguma coisa, e do potencial do seu Ás.
Portanto:

168
 10 Paus (P) – a energia parou de fluir, esgotou-se,
perdeu a potência.
- obstáculos foram ultrapassados com bastante
esforço, exaustão; quando a situação é terrível demais, a morte é
um alivio;
- fim total de uma questão, aceitar esse destino. Ou
aliviar-se com o que já acabou;
- acrescente outras ideias, conforme a figura da carta
lhe sugerir. Ex.: no T Waite, a pessoa carrega o fardo dos 10 paus,
mostrando o acúmulo de suas responsabilidades criativas, ou o total
esgotamento sexual. E não há Viagra que resolva – a realidade é
essa: fim. Melhor investir nas coisas do intelecto, etc.
 10 Copas (C) - já realizou tudo, por bem ou por mal, nas
questões emocionais ou de relacionamentos. Nada a acrescentar na
vida pessoal;
- agora é servir à Humanidade, amor aos seres
viventes, pessoas, animais, naturezas, seres celestiais, etc., além do
pessoal;
- servir ao mundo, à comunidade a que pertence,
cidadania;
- acrescente outras: __________________________.
 10 Espadas (E) – repare que as espadas vão se afinando
desde a sua base, para focar ou cutucar algo. Todas as E
representam diferentes níveis mentais, dos conflitos e preocupações
à paz. As E têm dois gumes: cortam o inútil ou destroem
aleatoriamente; fazem uma cirurgia ou um vandalismo;
- no caso do 10 E: fim das preocupações, das
angústias, dos conflitos. Ou das mudanças. Parou;
- amadurecimento mental, torna-se neutro, não toma
partido: androginia;
- inatividade mental, bloqueio, amnésia, ferimento
mental;
- aflição com o futuro se ficar pensando no passado
pesado;
- recomeçar sozinho, há uma luz surgindo no final da
madrugada;
- acrescente outras: __________________________.
 10 Ouros (O) – ultrapassou as diversas experiências
materiais e sobreviveu saudavelmente;
- grande magia, realizações na Terra, na vida física.
Tem tudo, nada lhe falta;

169
- propriedades, posses estáveis, irretocáveis, currículo
de vida;
- fim da construção; agora é buscar outro caminho,
outra D material;
- ou desapego do mundo, exílio, monastério;
- fartura e farto de tudo;
- acrescente outras: __________________________.
*
Cada carta é uma atitude. Ao estudá-la, obedeça-a. Estude e
obedeça uma por dia, ou na sequência dos AM e am, ou tirando
uma, aleatoriamente, por dia. Siga-a: Como disse Cristo:
- Deixe tudo e siga-me.
Como se fosse um trânsito planetário: siga-o. Ou ele lhe
devorará. Toda carta e todo trânsito é como a Esfinge:
- Decifra-me ou te devorarei.
1) Escolha o AM que você gosta mais. Escolha uma Carta
de cada naipe, dos am, que você gosta mais. Coloque-as numa fila.
Fila A.
Escolha o AM que lhe incomoda mais, que tem certa aversão,
ojeriza. Escolha uma carta de cada naipe que você considera um
horror, uma tremenda chateação. Coloque-as numa outra fila. Fila
B.
Tenha a paciência de analisá-las, uma por uma. Veja. Veja.
Perceba mais sobre você através dessas 10 cartas.
Agora, tire, aleatoriamente, uma carta do baralho, para
complementar cada uma das 10 cartas escolhidas.
Exemplo: Coluna/Fila A (carta que aprecia).
Carta 16, Torre – gosto de fazer mudanças na vida, celebrar
a saída do passado.
Carta aleatória: Por que ou Para que? Tirar outro AM, para
aprofundar a celebração dos rompimentos que lhe libertam de
situações inúteis, que já deram o que tinham que dar (16). Sai a
Justiça:
- porque não suporto rigidez, regras que impedem o
progresso, em face de uma educação repressora, de quem se
achava dono da verdade.
Exemplo: Coluna/Fila B (carta que incomoda).
Carta 21, o Mundo – incomoda-me ficar preso num sistema,
incomoda-me realizar algo e ficar só, sem poder compartilhar. E ter
pessoas me vigiando de fora (os símbolos dos 4 elementos em cada
canto da carta).

170
Carta aleatória, outro AM. Sai o Sol.
- porque preciso ter liberdade para brilhar, irradiar a todos
e a qualquer instante, ter alegria compartilhada. Talvez como meu
pai fazia ou me estimulava.
Veja que nesses exemplos foram escolhidas cartas
aparentemente contraditórias ao tema. Pois NADA é linear, fixo, a
vida é fixa, tudo é dinâmico. A Torre pode ser os jogos do Reveillon;
o Mundo pode ser uma cadeia.
2) Outro jogo: aprofundando uma carta qualquer, AM ou
am.
Carta 1 – qualquer carta. Exemplo: Força.
Indagar:
- o que a Força quer transformar?
- tirar uma carta para a resposta Carta 2,
complementando;
- quem está sendo pressionado pela Força?
- tirar outra carta, a 3ª, complementando;
- o que motiva a sexualidade da Força?
- tirar a 4ª carta, complementar.
E, assim, com qualquer carta. É um bom modo de você
aprofundar o conhecimento do T e, depois, jogar para os outros.
Você já viu que até os religiosos adoravam manipular as
cartas. E se proibiam as adivinhações era para que as outras
pessoas não tivessem esse poder, esse consolo. Mas eles, ah! Não
dispensavam. A mente não dispensa o crescimento, o
esclarecimento, o conhecimento.
Continue aprofundando o Tarot. Observe qualquer dupla ou
trio de cartas, registrando semelhanças e diferenças. Ex.: Todas têm
água nas figuras? Têm pessoas ou animais? O céu está claro ou
escuro? Uma está avançando e outra está retrocedendo? Uma é
rica, outra é pobre? Etc.
3) Outro jogo (pessoal ou em dupla com outra pessoa):
- tirar 5 cartas, perguntando qualquer coisa a cada carta;
- tirar outras 5 cartas, que interferirão nas outras, seja
com respostas, seja com contestações, conforme o que foi
indagado;
- coloque essas cartas em duas colunas, paralelas e
analise as informações. Exemplo:
Coluna A, pergunta:
 Carta 12 – o que devo sacrificar?
Coluna B, responde:

171
 Carta 7 – a sua pessoa.
4) Outra jogada. Sabendo que os jogos, além de
esclarecerem, podem ser terapêuticos, podem funcionar como uma
conversa. Muitas perguntas de adivinhações podem ser
transformadas em algo que lhe dê o poder de direcionar sua vida,
em vez de ficar dependente do astral.
Exemplo: Vou arranjar um amor?
Converter para:
a) O que fazer para conseguir alguém?
Ou converter para:
b) Qual será a evolução, a estratégia a fazer para encontrar
alguém?
No caso “a”, basta uma carta. Suponha que saia a Morte:
- você tem que fazer uma transformação radical.
Mas, aí, você fica em dúvida. Transformar o que? Pode tirar
outra carta para complementar essa.
Suponha que saia a Roda da Fortuna:
- você não deve ficar esperando que os outros façam
mudanças na sua vida; você mesmo deve girar a manivela da Roda.
No caso “b”, você constrói uma frase, como resposta à
pergunta. A frase tem: sujeito (você; carta 1), verbo (atitude, carta
2) e objeto (complemento, o que, carta 3).
O mesmo jogo pode ter diversas interpretações, tanto pelo
intérprete como por diferentes formas de ver uma carta. O 10 de
Espadas tanto pode ser uma traição como um exame médico, cheio
de tubinhos, ou uma seção de acupuntura, ou o final de um
problema que lhe preocupava. Ou tudo junto, até.
Com o Tarot, você pode:
- adivinhar, prever;
- aconselhar, ajudar;
- conversar, abrir a mente;
- desenvolver, psicologizar;
- e até jogar biriba, fazer canastra;
- e até inspirar-se para fazer obras de arte, como os
antigos pintores reais.
Sabendo que, se vida é movimento, hoje seu humor é um,
amanhã será outro, hoje você e uma pessoa, no mês que vem será
outra. Se hoje você planeja um cruzeiro ao Caribe, para daqui a 6
meses, quem irá ao Caribe será outra pessoa ... pois você não será
mais o mesmo de hoje.

172
5) Jogo simples (os jogos de 3 cartas são para questões
diretas, para maior profundidade ou complexidade, fazer jogos
maiores. Mas... para que complicar? A essência é o que importa).
Carta 1: o que você quer;
Carta 2: o que você não quer ou não tem condições.
Carta 3: encontrar o meio-termo, pois todas as situações da
vida têm suas polaridades; a androginia, o neutro, o que satisfaz
ambos os lados, é o que se encontra de melhor paz na alma.
Ou quando há duas situações se conflitando.
1 – 1ª situação ou você
2 – 2ª situação ou o outro, rival, parceiro com outras ideias
3 – mediador, conciliação.
Alguns jogadores olham, após a tirada, a carta que ficou
oculta, no fundo do baralho (a que está na frente das demais, mas
não foi tirada). Geralmente, ela dá um sinal, um fator oculto, uma
mensagem.
Outros tarólogos, quando jogam só com os AM, fazem a
soma de todas as cartas, reduzindo a um só arcano.
Algumas vezes você não tem nenhuma pergunta, mas quer
conversar ou se distrair com o T. Claro, se não há pergunta, não há
resposta. Então, você tira algumas cartas, por exemplo, 3 e vai
dizendo o que quiser, conforme as figuras e os números. Pode ser
uma abertura de canal.
A Temperança, por exemplo, pode ser um canal celeste, seu
anjo falando com você. Ou alguém que não se comunica com
ninguém, só consigo, fala sozinho. Voluntariamente prefere o
mundo espiritual que o material, distancia-se do Reino de Malkut,
não se interessa pela vida sexual. Afinal, anjos são assexuais... Foi
associada à letra hebraica Nun: peixes. Não o signo de Peixes, mas
os bichos aquáticos. Que se reproduzem aos montes, simbolizando
fertilidade ou excessos; a fecundação entre Céu e Terra,
combinações entre M e F, ou entre o bem e o mal – porque eles
fazem parte da mesma moeda, como cara e coroa. E o anjo da
Temperança mistura a água dos dois vasos.
Também, dentro dos am, mas fora deles, estão os
Personagens da Corte. Eles nem sempre estiveram ligados aos jogos
de cartas, sendo introduzidos bem depois, quando havia uma corte
estruturada.
Os Cavaleiros (abreviarei com a letra K, para facilitar. Adoro
abreviar. Assim escrevo mais) surgiram antes dos outros
personagens, inspirados nos Templários.

173
No séc. 17, a Corte ficou mais popular, por assim dizer.
Começou a aparecer em diversos Tarots, agora com 78 cartas.
Também associadas aos 4 mundos da QBL Hermética e aos 4
elementos.
São 16 cartas, 4 para cada naipe. Associadas a:
- pessoas e suas influências, mentalidades;
- diferentes níveis de relações e idades (metafísicas),
funções hierárquicas;
- níveis de experiências;
- apode indicar “tempo”. Ex.:
 Pajem (Pj) – tempo incerto, principiando, há dúvidas;
 Cavaleiro (K) – alteração rápida, ou mais devagar, no
que se refere ao K Ouros (está parado);
 Rainha (Q, da letra de Queen) – estável, contemplando a
situação, até pode estar parado. Tendência a durabilidade;
 Rei (R) – mudança com maturidade, sabe avaliar bem as
situações, não se envolve, vai com certo distanciamento nas
mudanças, já que tem bastante experiência de vida.
Ora, qualquer interpretação é “falsa”, pois, como toda
testemunha, é tendenciosa. As figuras da Corte são Pessoas: têm
vida, humores, propósitos. Também são instituições, empresas –
elas também têm vidas: nascem, oscilam, fecham.
Interessante saber que, no Japão, a linha reta era
considerada demoníaca. A simetria de qualquer coisa seria profana.
Em nenhuma arte sagrada japonesa há linhas retas. O próprio corpo
humano é assimétrico. Seu lado esquerdo é diferente do direito.
(Por isso, é um risco fazer uma plástica de olhos: é uma sorte se
ambos ficarem simétricos. Se o ASC for Aquário, então, o risco é
maior...).
Observe os detalhes dos naipes no T Marseille ou T Marteau,
em que não há figuras nos naipes. Observe o pessoal da Corte. Os 4
Pajens não são iguais, nem os 4 K, Q ou R. No T Waite, os 4 K
estão a cavalo, mas um está parado, outro vai mais devagar,
enquanto que dois disparam. As 4 Q, uma está de lado (Espadas),
etc.
Nos 4 mundos da QBL, 3 são abstratos, um é concreto (de
Ação ou Assiah). Dos 4 elementos, 3 são voláteis, não são
“seguráveis”, só um é sólido, você pode “segurar” (Terra). As
pessoas daqueles elementos voláteis também são voláteis. Você
pensa que elas estão aqui e, de repente, foram-se. Tente “segurar”

174
um Sagitário, um Aquário, um Peixes. Mas, o Capricórnio você
“segura”.
Os AM são arquétipos, as formas de bolo de onde os bolos
(am) se originam. São modelos universais que originam tudo que
existe. São, portanto, impessoais, transpessoais, abstratos. Como o
Dia das Mães. Já a sua mãe biológica é uma am, uma Q de algum
naipe. Qual delas seria? ___________________________________.
Vários AM podem representar sua mãe, como as cartas 2, 3,
8, 18. Mas são abstrações da sua mãe, imagem que você tem dela,
seus conceitos maternais.
O Tarot foi adaptado para o baralho comum e, então:
- foram-se os K;
- e o Louco virou Coringa.
Então, vamos lá:

REIS (R)

- Mundo de Emanação, irradiam o naipe;


- conhecem o mundo, a vida, pois mais velhos e
experientes;
- agora vivem no seu castelo, distanciados do mundo
externo, mas atentos e dispostos a usar sua autoridade (do naipe)
quando se fizer necessária;
- olham de longe, não se metem, têm desprendimento,
“na Torre de Marfim”;
- portadores do potencial do naipe, portanto, podem Dar.
Têm tudo;
- ajudam ou arrasam quando é preciso, atitude ampla,
para o bem-estar da coletividade (quando é preciso que um morra
para o grupo ser salvo, por exemplo), benfeitores ou tiranos;
- têm uma causa (do naipe) e domínio sobre ela;
- poder decisivo, última instância, sem apelação;
- M. Embora uns possam ser mais M, como Paus e
Espadas, como se vê pelos símbolos que carregam: representam os
órgãos M, são pontudos. Outros podem ser mais F, como Copas e
Ouros, como também se vê por seus símbolos: que são
arredondados, receptivos. São pessoas M com alma F;
- ainda que distantes e desprendidos, os R usam,
aproveitam, usufruem os naipes, em vista de sua consciência do
mundo, sabem o que acontece, têm informantes (os K), leem
jornais e assistem aos noticiários da TV.

175
 R Paus – representa uma coletividade, um sistema
social;
- administra situações, pode ser um poderoso mediador;
- manipula o poder: está armado como um
guerreiro/conquistador, tendo direito de “vida ou morte” de algo, de
manter ou destruir;
- maestria na energia criativa e da sexualidade.
 R Copas – representa o amor universal;
- protetor e beneficiador poderoso, ou manipulador;
- suave, receptivo, ouve, envolvente, sedutor;
- generoso (Dar, como todos R), curador, ama (ou odeia)
o mundo;
- maturidade emocional e afetiva, bondade do amor
universal (não pessoal).
 R Espadas – representa a sociedade civil ou militar;
- organizador, determina regras, medidas, aquilo que
pode e o que não pode;
- sabe administrar conflitos e situações difíceis, pode ser
cruel, frio, insistente;
- estrategista, divide para ganhar, maquiavélico, irônico;
- corta sem estraçalhar (dividir), dualidade (das espadas);
- elegante, inteligente (para o bem ou para o mal),
refinado.
 R Ouros – representante do bem-estar material,
felicidade material;
- portador de riquezas, em geral;
- poder da matéria, atua no mundo, usa os bens
materiais;
- consciente do presente e da vida, conhece a realidade,
experimentou tudo;
- sabe quando não agir, aguarda o melhor momento;
- trabalha mesmo sem precisar, quer estar atuante na
sociedade, mesmo distanciado;
- explorador, corruptor, abusos econômicos, negócios
escusos.

R A I N H A S (Q)

- Mundo da Criação, força da coesão e união do naipe;


- acolhem, recebem, estabilizam. Receptividade;

176
- habitam seus palácios, distantes do exterior, até com um
certo desdém (sua Torre de Marfim);
- poder de criar ou de impedir a Criação, proteger ou
rejeitar;
- identificam-se com uma causa (do naipe), obcecadas,
fixadas;
- em elevação: mantenedoras, mas sem intimidade;
- proprietárias, comandam, cuidam;
- atuam nos sentimentos (do naipe), conhecem a
psicologia das pessoas e coisas, induzem, são terapêuticas ou
manipuladas;
- Q são F, mas umas são mais do que as outras (como
Copas e Ouros), conforme os símbolos que levam (órgãos
femininos, ovais). Outras são menos F (como Paus e Espadas),
conforme os símbolos que carregam (mais pontudos). Ainda assim,
são F, com almas M;
- criam laços, elos; concentram;
- passivas, comodistas, alheias;
- ou desejo de ir além (criar).
 Q Paus – representa a autonomia feminina,
independência social e criatividade;
- empresarial, vencedora que acolhe os vencidos, aberta
às oportunidades;
- cria condições de superação de obstáculos, para que
haja sucesso;
- exuberante, desejo forte, inclusive sexual; inseminadora,
abrir e florescer, sensual;
- quer ser fecundada (para que possa criar) e, por isso,
seduz;
- aplica os instintos, faz acontecer;
- tirana, agressiva, venal, obcecada pelo poder ou por
sexo.
 Q Copas – representa os profundos envolvimentos
emocionais, vinculada a algo maior que si mesma;
- conselheira, compassiva, compreensiva, acolhedora;
- romântica, idealista, consciente e fixada nos seus
sentimentos e desejos, atrai condições para preenchê-los;
- a mais F de todas as cartas;
- ser conquistada ou assediada em seu castelo, no templo
F;

177
- vulnerável, sensível emocionalmente, sedutora,
manipuladora, intrometida, mártir ou vampira, desconfiada e
vingativa.
 Q Espadas – representa a ética, os princípios sociais, a
cultura;
- ativista, independente, assertiva, individualista (como a
mente);
- distante, não quer intimidades, não dá satisfações,
mentalidade de solteira;
- mente poderosa e eficaz (como a dos serafins), seráfica,
racional, fria;
- androginia: a mente é imparcial e impermanente,
reconhecimento da inteligência, orgulho mental;
- autoritária, voluntariosa, crueldade mental,
contestadora, polêmica.
 Q Ouros – representa a sobrevivência material, riquezas
da Terra, poder material feminino;
- opulência, receptiva ao físico e à matéria, à realidade;
- usa e cuida da matéria, inclusive da saúde;
- Grande Maga, médica física ou de almas, focaliza sua
força naquilo que quer;
- superando-se sempre, profissional, torna-se naquilo que
quer;
- imanente, não se deixa dominar, não se distrai, não
aceita interferências;
- segura, retém, mantém, guarda e defende seu tesouro;
- todos os processos de saúde e economia (reparar como
esses temas estão ligados: quando a economia vai mal, a saúde
idem. E vice-versa);
- avarenta, obcessão material.
Obs.: algumas vezes os R e Q representam pessoas,
situações, questões vindas do passado (porque são mais velhos) e
que agora surgem para resolver esse passado, ou para facilitar algo.
(Eles não são iniciadores, são terminais).

C A V A L E I R O S (K)

- Mundo da Formação, porta-vozes dos superiores,


canais, ouvidores, carregam as mensagens do casal real para que
elas ganhem forma;

178
- batalhadores, competitivos, missionários, direcionados
por um ideal ou missão;
- carregam algo (os símbolos dos naipes estão bem
empunhados), têm condições de Dar, já que são intermediários e
levam algo;
- relações públicas; portanto, mais próximos das pessoas
e do mundo (fora dos castelos, na rua, nas estradas);
- estão de passagem (cavalgando), não permanecem,
viajam;
- chegada de uma ajuda ou de um oponente, de um
transtorno;
- vencem demandas ou são rivais, concorrentes;
- conhecem suas competências, diplomados;
- sem laços ou compromissos profundos, já que estão a
serviço de algo impessoal, servem aos ideais (como os anjos);
- vassalos, emissários, profetas, transmissores,
conquistadores, professores (são intermediários);
- ir, avançar, ultrapassar, superar;
- fase adulta, mas ainda em formação (não são mais
velhos); sabem que existem outras pessoas e obstáculos (saíram de
casa);
- atuam, comunicam, livram-se do que atrapalha;
- testes, enfrentamentos, desafios, ritos de passagem;
- domínio dos instintos, representantes da perfeição real,
vida pessoal sujeita ao social;
- podem representar homens ou mulheres, geralmente os
K de Paus e Espadas são M e os de Copas e Ouros são F:
metafisicamente falando.
 K Paus – a mais M de todas as cartas, órgão masculino
de prontidão;
- mudança, saída, emigração, deslocamento;
- assertividade, afirmação;
- interrupção, ruptura, transportes e transplantes, evasão,
ausência imediata (veloz);
- a vara, seu símbolo, está elevada, apontando para cima,
atuando com determinação e vontade, desenvolvendo a tarefa;
- confiante na vida, energia sexual e criativa;
- livra-se das energias destrutivas, atacante, direcionado;
- ou destrói, larga algo (ou a vida), impiedoso,
voluntarioso;

179
- alguém surgindo (ver para onde o K está virado, pois
também pode estar saindo).
 K Copas – alma feminina em ação, buscando um ideal ou
tarefa;
- gracioso, sensível ao externo, sedutor, comove-se,
compreende, sonhador;
- movimento mais lento, face ao envolvimento emocional,
dá forma às emoções;
- estado de graça, tranquilo, obedece ao coração, deixa-se
guiar pelo amor aos outros;
- a serviço, doador universal, leva benefícios, anonimato;
- sincero, humanitário, receptivo aos sentimentos dos
outros, persuasivo;
- drogas, intoxicações, artifícios;
- astucioso, abuso de confiança, induz outros, influências
perniciosas;
- ver para onde olha ou vai (outra carta).
 K Espadas – M, no entanto, a espada tem dois gumes,
havendo alguma ambivalência, ou conveniência;
- a mente não tem sexo específico, pois depende do
interesse, do momento; para onde se dirige;
- enfrentamento, pronto para o combate, a discussão, a
valentia;
- ataque ou defesa, leis de combate;
- rapidez, clareza, acidente, incidentes, agilidade;
- autonomia, vida externa, fora;
- sem preconceitos ou pressupostos, intelectual, visão
avançada, faro, profecia;
- soluciona rapidamente, traz o novo;
- armado mentalmente, pode ofender;
- raiva, explosão, imprudência, inimizade, luta difícil;
- ver para que carta está voltado.
 K Ouros – alma F, que busca segurança;
- situação prática e proveitosa;
- trabalhador incansável, resistente;
- é o mais lento dos K, até parado (conforme o T),
mostrando paciência e persistência, firmeza e solidez (mesmo
porque, nas questões materiais, as coisas são mais lentas);
- espera o melhor momento;
- fértil, descobre as vantagens e chances, traz ou leva
dinheiro;

180
- avança com segurança e cautela;
- consegue recursos (ou pede-os);
- pode superar a forma, conhece os benefícios e as
frustrações da matéria;
- imutabilidade interior, mas esperto por fora;
- inércia, indolência, venal, corrupto, tira proveito
duvidoso, sem ética;
- ver para qual carta olha e para qual dá as costas.

P A J E N S (Pj)

- Mundo da Ação, trabalhadores dos naipes, põem a mão


na massa, ou “sujam-se”, operários;
- estagiários, aprendendo algo, iniciantes;
- filhos, adolescentes, crianças ou mentalidade jovem; ou
não querem, não conseguem crescer;
- incerteza do futuro, ainda com dúvidas, dualismo
interior, algo em gestação, começando;
- perto das pessoas, pois estão na rua, fora do seu
ambiente, fazendo algo para os outros, prestando serviços;
- ocupados, fortalecendo a encarnação, conhecendo
coisas, pessoas e situações;
- M: os Pj de Paus e Espadas; F: os de Copas e Ouros,
metafisicamente falando;
- introdutórios;
- ou sem iniciativa, inexperientes, imaturos.
 Pj Paus – estrangeiro a algo, começando a investir sua
energia;
- início da vida sexual;
- otimista com o desconhecido;
- empolgado com a nova tarefa, ou procurando serviço,
age com entusiasmo;
- prodígio, disposto, enérgico;
- advertência, aviso, anúncio;
- mensagem espiritual (fogo);
- indecisão sexual, inseguro;
- imaturidade, age à toa, inconsequente, ingênuo
exuberante.
 Pj Copas – envolvido com a tarefa, seduzido por ela,
atração por algo;
- observador quieto;

181
- mensagem de afeto ou de apoio;
- absorvido, contemplativo, aplicado;
- coração sensível e ambíguo;
- romântico ingênuo, idealista, devotado, mas com alguma
indecisão para entregar-se totalmente;
- interesse em artes e mistérios;
- quer amor, mas tem medo, evita magoar-se ou medo de
sair da infância ou da proteção familiar;
- tropeços emocionais, medo de rejeição;
- ou homossexualidade M;
- atrai-se pelo que imagina, pelo irreal.
 Pj Espadas – mente rápida e aguda;
- curioso, esperto, alerta;
- treinamento social, aprendendo a ser político,
estrategista;
- preparação intelectual, aguçando a mente; inteligente,
mas ainda inseguro;
- não se compromete, quer saber e ver muito mais;
- mental agressivo, ferino, desaforado;
- vigia, espia, suspeitas, hipocrisia;
- improvisa, safa-se, faz seu lobby;
- calúnias, mentiras, delinquência, mal-educado;
- ou homossexualidade F.
 Pj Ouros – interesse no futuro;
- aprendendo a trabalhar e a negociar;
- primeiro emprego, treinando-se, estagiando, dedicando-
se;
- buscando tornar-se útil e indispensável, aperfeiçoando-
se;
- aprecia a natureza, cuida dela;
- procura seu lugar no sistema;
- dependente, parasita, improdutivo, chantagista;
- rico que parece pobre (R pode ser ao contrário: pobre
que parece rico);
- preocupação material, quer segurança;
- superficial, luxo e supérfluos, interessado nas
grifes/etiquetas;
- não sabe lidar com a matéria, não sabe qual é o seu
lugar.
Obs.: a direção dos pés dos Pj é sugestiva, mostra seu
ânimo.

182
*
Sempre achei importante treinar os jogos de T antes de
conhecer os possíveis significados – para ganhar autoconfiança e
aprender mais a olhar.
Os am são superimportantes por tratarem das questões
humanas, da vida sendo vivida.
O Tarot partiu da Numerologia e depois incluiu a QBL. Os
números foram associados às 10 sefirós da AV, mas também têm os
significados da Numerologia pitagórica.
Sabe-se que (os Ases e os 10 já foram vistos, associados a
Keher/Coroa e a Malkut/Reino):
 Todos os 2 dos naipes representam:
- Hokmah, a força da sabedoria do naipe;
- que prepara o futuro, toma providências, acumula
forças;
- são passivos, energia F, receptivos, introspectivos;
- atraem elos com o naipe.
 Todos os 3 dos naipes:
- Binah, a força da compreensão e entendimento da
situação;
- expressam o naipe, por bem ou por mal, pois a energia
precisa sair;
- ação comprometida, que de algum modo limita outras
possibilidades (todo compromisso é uma escolha, que aceita algo e
rejeita o que não tem a ver com o assunto);
- ativos, energia M e jovem, os primeiros resultados de
um investimento.
 Todos os 4 dos naipes:
- Hesed, a força da abundância, dos benefícios;
- têm uma meta (do naipe), por isso, são concentrados e
organizados, fixados no objetivo;
- consolidam e, assim, se acalmam. Por enquanto. Rotina;
- o número 4 fecha um quadrado geométrico.
 Todos os 5:
- Geburah a força dos ajustes da vida, a luta pela vida e
pela justiça;
- estão sob perigo, ameaças, treinando-se para os
desafios da vida;
- encaram os golpes, a realidade que tira da mesmice,
empurra para o mundo;

183
- aspirações por algo maior, tentações, sair da zona de
conforto.
 Todos os 6:
- Tifferet, força da harmonia, pois é ela que embeleza a
vida;
- querem o prazer pessoal, sem preocupação com outras
questões, a felicidade pessoal, seja lá como for (pois só assim a vida
é bela, e se não é, tem-se que fazer com que seja);
- superar os golpes anteriores e pensar em si, preencher-
se, ainda que momentaneamente.
 Todos os 7:
- Netzah, a força dos sentimentos humanos e obter vitória
sobre eles;
- cartas inquietas, atuantes, potentes, ousadas;
- buscam desafios no mundo; ousam mesmo sabendo que
há riscos e perigos. Faz parte da vida;
- fazem currículo, já são mais experientes e provocadores,
não aceitam imposições, pois as emoções pessoais falam alto,
sentem-se “puxados” para algo mais.
 Todos os 8:
- Hod, a força da razão, do trabalho interior, o brilho da
inteligência;
- matéria que se aperfeiçoa, espírito que evolui com as
experiências de vida: já viu muito e agora tem o poder interior que
se afirma no exterior;
- nada cai do Céu, enfrenta as situações críticas usando a
força mental, enfrenta a realidade.
 Todos os 9:
- Yesod, a força dos alicerces, das fundações de uma vida.
A base de um edifício é que permite a construção sólida do edifício;
- já chegou onde podia chegar, encontrou o limite de sua
competência;
- andrógino, pois ativo e passivo, conforme as crises
naturais de quando se fecha um livro. E agora?
Agora, os naipes, com seus números, exceto os 1 e 10, já
discutidos. Os números 2 a 9 são situações concretas, reais.

P A U S (p)

- tratam de diferentes tipos e níveis de energia, incluindo


atividades criativas externas e sexualidade.

184
 2p – acumula suas energias, preparando-se para o
futuro; é uma promessa, inexperiente;
- ou medo ou encantamento do futuro.
 3p – viver, estar no mundo, externalizar sua energia,
empreender, ousar; sente um campo forte de energia ao seu redor
e dentro de si;
- ou atento, observando sem agir.
 4p – confiança e segurança pessoal, contentamento da
realização, energia estável e saudável, conseguiu criar junto com
alguém, fez aliança;
- ou rotina, sossego, descanso do (quase) guerreiro.
 5p – energia desafiadora, contrariedades e diferenças
externas, litígio face descobertas ou tentações; luta por uma
posição, dinamismo;
- ou esgotamento, terrorismo.
 6p – sucesso, prazer da conquista, animação e felicidade
interior, expansão pessoal, junto com outros;
- ou narcisismo, auto glorificação, suntuosidade.
 7p – atitude incontrolável, passional, sente energia
gloriosa, pois já tem experiência de vida; situação pública,
distribuição, entrevistas, comércio;
- ou inconstância, sadismo, tráfico, abusos sexuais.
 8p – foco, concentração de energia; habilidade marcial,
que combate sem agredir. Atuante incansável, resoluto;
- ou desgaste sexual, de energias, desperdício da
criatividade.
 9p – situação extrema: vencer ou perder; capacidade,
pois tem autodomínio e experiencial último obstáculo vencido. Crise
de encerramento dos projetos. Vitória moral;
- ou suspensão perto do final.

C O P A S (c)

A partir desse naipe, você pode ir treinando duplas de cartas.


Exemplo: 2 p + 2 c, ou 2 p + 3 c, 3 p + 4 c, etc. Seria interessante
fazer isso com todas as cartas já aprendidas. Inclusive, de trás para
a frente, como: 2 c + 2 p, 3 c + 2 p, 4 c + 3 p, etc. Encontrará uma
imensidão de possibilidades, tendo em vista que cada naipe contém
10 cartas.

185
- As Copas tratam dos diferentes níveis de
relacionamentos, com suas etapas agradáveis e frustrantes, as
oscilações emocionais, alterações de sentimentos.
- Você pode fazer uma analogia dos 4 naipes com os 4
elementos, em Astrologia, vendo esses diferentes níveis e
oscilações, conforme os planetas nos elementos. Exemplo: elemento
água, signos de Câncer, Escorpião, Peixes. As diferenças estão,
conforme os planetas nesses signos, como: Sol em Câncer, Lua em
Câncer, Mercúrio em Câncer, etc.
- Afetividade e sentimentos não são só para com pessoas,
mas com situações, locais, coisas, ideias, animais. Etc. Qualquer
coisa que se ame ou odeie.
 2c – escolher com o coração, antes, amar a si próprio,
para poder amar ao outro, ou a algo. Encontro, simpatia, afinidade.
Ainda nas preliminares;
- ou imaturidade emocional, medo do encontro;
- reparar se tem a figura de um anjo ou ser sobrenatural,
no alto dessa carta, como acontece nos AM 6 e 20. Significa
proteção e atenção divina, o cosmos atuando para que os
sentimentos possam se desenvolver;
- ou interferência de algo, alguém nos sentimentos,
relacionamentos.
 3c – entusiasmo do primeiro amor, despertar dos
sentimentos, idealiza, êxtase, alívio, e cura emocional;
- ou delírio, confusão emocional.
 4c – estabilidade emocional, tem o que quer e basta,
alheio ao resto, preenchido;
- ou tédio, nojo, ou queria mais e não encontra.
 5c - choque emocional, coração oprimido, desequilíbrio
dos sentimentos, sente-se traído;
- ou fanático, amor maníaco e submisso, mal-amado (será
que é consequência de relações/identificações prejudiciais do
passado?).
 6c – prazer dos relacionamentos, nobreza de
sentimentos, autoestima, aberto ao outro (conforme boas
lembranças do passado?), novas chances afetivas;
- ou fixado numa relação e esquecendo o resto à sua
volta, autoindulgente.
 7c – caridade, compartilhar, forte imaginação ativa,
envolvido com vários desejos e projetos;

186
- ou inquieto com os vários problemas dos outros,
imaginação improdutiva.
 8c – já sentiu tudo, desejou tudo, agora o coração se
esvaziou do passado, pode dedicar-se à Humanidade, à perfeição do
amor impessoal ou incondicional;
- ou não quer mais envolver-se com nada ou ninguém,
retira-se do social.
 9c – fim dum ciclo emocional, preencheu todos os
níveis de afeto, sente-se pleno e rico por isso. Agora, é o amor
universal, não precisa de ninguém a nível pessoal;
- ou crise de solidão, não aceita o final, quer mais de onde
não pode sair mais nada; refugia-se na luxúria.

E S P A D A S (e)

- Tratam dos diversos níveis de preocupações, da


complexidade mental, as oscilações da mente. As espadas, como
você sabe, têm dois gumes: atacar ou defender, separar o que deve
ser separado ou destruir violentamente. A lógica e a razão elevam a
pessoa ou são cruéis. As espadas precisam ter um foco para
apontarem suas pontas.
 2e – preparação para futuros projetos, precisa de paz e
inatividade para acumular forças mentais; convergência (as espadas
se cruzam);
- ou passando de um assunto a outro, desgastando-se.
 3e – explosão mental, fere sem dó, não ouve os outros
opinião fanática e incisiva, obcessão, passional, foco intenso e
profundo;
- ou confusão mental, pensamento negativo obsessivo,
aversões, antipatias.
 4 e – maturidade mental, uso paciente e concentrado da
mente ou do projeto, segurança do que conhece, recesso,
precaução, quietude mental, não se abala;
- ou calculista, obtuso, prefere manter ignorância.
 5e – novas percepções de vida, ousadia mental, quebra
paradigmas, confronta o externo, consciente dos outros;
- ou cinismo, insensatez, diminui a mente, infâmia,
desentendimento.
 6e – longe do mundo, interiorização mental,
autoconhecimento, refinamento mental, paz com a companhia dos
outros, diálogo sensível;

187
- ou fora do ar, distanciamento mental, não se interessa
por nada que esteja perto ou que já conheça.
 7e – potência mental, alto nível de inteligência, atuação
mental no mundo, uso prático da mente, ousadia;
- ou caprichos mentais, esperteza, plágio.
 8e – perfeição mental: sem nenhum preconceito,
conceito ou pressupostos; mente vazia porque já conheceu tudo,
energia mental impessoal, transe;
- ou bloqueio mental, amnésia, afasia, censura, resistência
mental.
 9e – crise mental ao ver que os projetos acabaram, a
aposentadoria chegou; ideias obsessivas atrapalham o futuro;
romper hábitos e compreender que a vida é feita de etapas, quando
já se conhece tudo de algo, a solidão aparece, celibatário mental;
- ou excluído, com suspeitas, incertezas, senilidade, lesão
cerebral, depressão.

OUROS (o)

- Tratam das diversas questões da vida material,


sobreviver e realizar ambições, essa é a grande magia.
 2o – preparação para futuro trabalho, acumulando
forças físicas, transformar a vida indo adiante, troca de energia
material e de bens pessoais;
- ou insegurança material, sem trocas, vendas, sem meios
de realizar.
 3o – primeiros benefícios e recompensas materiais,
construindo vida material, aprofundando habilidades, o “tesouro
oculto” começa a aparecer, visibilidade dos talentos, o poder de ter
sido aceito (1ª magia);
- ou mediocridade, aborto, situação incerta, promessas
vãs.
 4o – estabilidade material, marcando território,
manutenção do eu tem, constância, benfeitoria;
- ou avareza, não avançar é retroceder; excessos,
gordura, rotina.
 5o – reviravolta material, revezes na saúde, buscar
outros meios de sobrevivência, recuperar a magia enfrentando a
realidade;
- ou recaída, relações só por interesse material, acordos
corruptos ou prejudiciais.

188
 6o – generosidade, compartilhar, prazer físico e material,
harmonizar situações, renda estável;
- ou corrupção, culpa, não sabe lidar com a matéria,
dívidas.
 7o – persistência na matéria, apesar das frustrações
ocasionais, preocupação material faz pensar nas questões
espirituais, calejado de vida; matéria em gestação, à espera do
melhor momento, fontes de reserva;
- ou escravidão material, purgação, desconfiança material,
stress.
 8o – perfeição material é quando já se conheceu todos
os trâmites materiais, do sucesso às frustrações. Agora, tem
inteligência material: é prático, sabe que a persistência leva à
prosperidade, resolve suas necessidades, assegura a sobrevivência
pela experiência, economiza, prudente;
- ou precisa recomeçar de baixo, mas já tem currículo,
corrigir os erros.
 9o - fim de um caminho material, pleno na
encarnação, rico de bens e de experiências materiais, outra vida e
outro nível material de agora em diante, encarar o futuro sozinho,
pois você é que sabe o que quer e precisa;
- ou crise material, porque não aceita a aposentadoria, o
final de algo; materialismo excessivo, dinheiro que leva ao
isolamento.
*
Considere as cartas num jogo como os aspectos planetários
no MN ou num trânsito: misturas de energias.
Cada Ciência Oculta é um Ser Completo, com sua estrutura
específica, mesmo que tenham algumas semelhanças entre si: todas
juntas, mas separadas.
As 22 letras hebraicas mostram diversos aspectos da Criação,
a genética universal, oriunda do plano espiritual de Atzilut. No
mundo dos arcanjos, em Briah, cada arcanjo tem sua função e
consequente prestação de serviços, “comandando” as hostes
angélicas em Yetzirah. Isso lhes dá uma poderosa capacidade de
realização e, portanto, de magia.
E, como uma torneira serve para abrir ou fechar a corrente
de água, cada letra serve para algo e é devotada a isso, como se
fosse um arcanjo ou um anjo. A letra-arcanjo está no mundo da
Criação (Briah), ainda em abstração, mas começando a se envolver
com algo, a fim de formar uma palavra, um nome, uma frase. A

189
letra-anjo está no mundo da Formação (Yetzirah), portanto, já está
na palavra falada ou escrita. O resultado disso se reflete no mundo
da Ação (Assiah). Por isso é que se diz:
- Atenção com o que você fala. O Céu (ou o Inferno)
ouvirá.
No mundo da Criação, 12 letras criaram os 12 signos:
Heh (ou He) - criou Áries
Vau (ou Vav) - criou Touro
Zain - criou Gêmeos
Chet (ou Heth) - criou Câncer
Teth (ou Tet) - criou Leão
Yod (ou Iud) - criou Virgem
Lamed - criou Libra
Nun - criou Escorpião
Samek (ou Samech) - criou Sagitário
Ayin (ou Ain) - criou Capricórnio
Tzade (ou Tsade) - criou Aquário
Koph (ou Kuf, Qoph) -criou Peixes
(Sugiro estudar as leras em “A Carruagem”, vol. 2, da autora,
para compreender a relação delas com os signos e planetas).
Outras 7 letras criaram os planetas:
Caph (ou Kaf) - criou Sol
Tau (ou Tav) - criou Lua
Resh - criou Mercúrio
Peh (ou Pe, Pei) - criou Vênus
Dalet - criou Marte
Ghimel (ou Guimel) - criou Júpiter
Beth (ou Bet, Beit) - criou Saturno
(Essas correlações foram tiradas do Sepher Yetzirah, já vi
outras correlações que não especificam a origem – e não seriam
consideradas por não serem as de um dos mais tradicionais livros da
QBL).
Além disso, cada mesa tem duas letras:
a) letra do signo, conforme visto;
b) letra do planeta que rege esse signo (inclui somente os 7
planetas visíveis, apesar dos outros já serem conhecidos na Suméria
e Babilônia).
Por exemplo: Virgem – letras Yod (signo) e Resh (Mercúrio,
seu regente).
Yod – princípio de tudo; que começa com uma oferta;

190
Resh – o alto da cabeça, mente elevada a serviço de algo,
portanto, humilde;
Virgem – inclui em si, consequentemente, a mente
oferecendo-se ao serviço de algo maior.
As letras, então, unem-se às energias cósmicas (criativas e
formativas) de um período mensal. Seriam como Senhas,
Passaportes, Vouchers.
Daí que a QBL Hermética fez uma associação dessas letras
com os 22 AM. Você pode, ou não, associá-las ou conferir.
Na AV, há 22 energias primordiais, associadas a:
 12 signos + 10 sefirós = 22 letras, 22 caminhos;
 os AM, sendo arquétipos universais, foram associados às
letras, que também têm seus modelos arquetípicos;
 tudo que é um modelo não tem definição EXASTA, pois
pode ser “customizado”. Arquétipos são autônomos.
Você compreenderá melhor os símbolos das Ciências Ocultas
se “mergulhar” nelas, estando a serviço delas. Se você mergulhar
no Tarot, será um servidor dele, como um K ou Pj. Até que, um dia,
eles ficarão ao seu serviço. Aí, você será um R ou Q.
A teoria, na prática, é outra – já se sabe. Nenhum ocultista
verdadeiro se limita a estudar. Ele pratica. E a experiência pessoal
enriquece o conhecimento.
O Pequeno Conhecimento é a Teoria.
O Grande Conhecimento é a prática.
E um não existe sem o outro, pois seria como atirar no
escuro.
Que o Vasto lhe chame e que você o siga. É o que lhe
desejo.
Nas consultas:
- saiba observar e ouvir, como Hod, o Esplendor;
- entregue-se, de modo neutro e impessoal, como Tifferet,
a Beleza;
- incorpore Hesed, a Bondade;
- atue dentro da realidade, tanto a sua como a do outro –
essa será uma forma de Justiça, de Geburah/Din.
Várias cores aparecem em vários T. As mais comuns são:
- preto: profundidade, regressão, essência;
- branco: futuro, unidade, êxtase, medo;
- vermelho: terreno, atuante, sexual, sangue da vida ou
da morte, perigo, violência, atenção, quente;
- azul: celeste, receptivo, lento, calmo, distante, frio;

191
- verde: vitalidade, eternidade, natureza, arraigado, seu
lugar;
- amarelo: clareza, riqueza mental e material, consciência,
loucura;
- creme (cor de carne): presença, humano, físico;
- violeta, lilás, roxo: impessoal, ambíguo, androginia,
abnegação, elevação.
Outras cores são variações das cores do arco-íris, como o
laranja, o marrom, etc.
O conhecimento antigo foi condensado no Tarot, sendo que,
na Europa, veio da reunião dos conhecimentos dos eruditos das 3
religiões monoteístas, naquele início do ano 1.000, como já dito.
Provavelmente, nos outros locais, como Ásia, América, África,
tiveram o mesmo ponto de partida (os africanos, por exemplo, têm
os búzios, que é o Tarot deles).
No MIT e em Harvard, o ensino de Poker é uma matéria
opcional – cujo objetivo é desenvolver a rapidez mental e saber lidar
com o inesperado. Isso deveria ser suficiente para você conhecer e
usar o T. E veja só: aquele pessoal das Universidades talvez nem
desconfie que está jogando com os mistérios da vida...
Eis os nomes dos AM em alguns T:
EUROPEUS EGÍPCIO
0. Louco Crocodilo
(arrastado pelos impulsos, ousadia).
1. Mago Aleph
(vontade humana, habilidade em lidar com situações
diferentes – os 4 naipes).
2. Papisa, Grande Sacerdotisa Porta do Santuário
(sabedoria (tem o livro) e discrição).
3. Imperatriz Isis
(fertilizadora)
4. Imperador Pedra Cúbica
(firmeza para concretizar)
5. Papa, Grande Sacerdote Senhor dos Arcanos
Ou Hierofante /Mistérios
(guiado pela intuição e avaliando)
6. Namorados Os 2 Caminhos
(testes universais de relacionamentos)
7. Carro Carro de Osíris
(avanço, vitória)

192
8. Justiça Themis, Maat
(equilíbrio – no T Waite ganhou o nº 11)
9. Eremita, Ermitão Lâmpada Velada
(prudência)
10. Roda da Fortuna Esfinge
(oscilações da vida, roda das encarnações)
11. Força, Feiticeira Leão Dourado
(domínio, no T Waite recebeu o nº 8)
12. Enforcado, Pendurado Sacrifício
(purificação pelo sacrifício voluntário)
13. Arcano sem Nome, Morte Morte
(vence a morte quem faz transformações)
14. Temperança, Arte Gênio Solar
(progresso constante)
15. Diabo Tiphon
(tentações do Destino)
16. Torre, Casa de Deus Torre Fulminada
(quedas da vida)
17. Estrela Estrela dos Magos
(percepção da luz e da esperança)
18. Lua Crepúsculo
(receptividade, buscar o que lhe foge)
19. Sol Luz
(felicidade)
20. Julgamento, Aeon Despertar dos
Mortos
(renovação, abertura de novo campo de ação)
21. Mundo Coroa dos Magos
(recompensas no mundo)
Há outros nomes também. E outras sugestões de
significados, como já veremos. Além disso, para alguns qbl, O
Mundo tem o número 22 e O Louco o número 21, adaptando às
letras. No entanto, não faz sentido, não usaremos essa numeração.
Os signos são determinados pela alma, pelo Karma, pela
Hierarquia ou pelo Destino, o que lhe foi decretado. A própria vida.
As cartas do T são representações da vida (não são A Vida),
situações aleatórias dentro do jogo da vida.
O Tetragrammaton, o poderoso nome hebraico de Deus,
Yaweh, Jeová ou Ieve – representa a força externa, atuante, visível
que manifesta a força interna, abstrata, invisível. Essa força atua
pelo quaternário: 4 elementos, 4 mundos, 4 direções dos pontos

193
cardiais, etc. E as 4 casas cardiais do MN: ASC – DESC, MC – FC.
Semelhante ao Tetractys de Pitágoras (4 linhas formadas por 10
pontos, numa pirâmide), referentes às leis do Universo.
No entanto, o Tetragrammaton é apenas um nome substituto
do original, que era muitíssimo mais poderoso e impronunciável
(conforme a tradição).
O Templo de Salomão ou de Jerusalém foi destruído duas
vezes. Na primeira vez, por Nabucodonosor; na segunda, por Tito.
O nome poderoso há havia sido perdido desde a primeira vez (AC).
Na segunda vez, o que desapareceu foi a Arca da Aliança, guardada
por dois querubins dourados e armados (não há querubins sem
espadas, elas são como uma extensão dos braços deles). E, a
propósito, nenhum arcanjo ou anjo em asas; as asas apenas
representam suas qualidades celestiais, a travessia pelo espaço
celeste seria impossível voar com aquele peso (Ícaro tentou e
espatifou-se). Ora, ou os querubins não serviram de nada, não
resistiram aos exércitos romanos, ainda que fossem ET celestes, ou
foram eles mesmos que esconderam a Arca até hoje, sabe-se lá
porque. Ou é lenda urbana. O fato é que já deu alguns filmes. E
mito é mito, deve ser respeitado, pois esconde fatos históricos e
levam à expansão de consciência.
Diz-se que o verdadeiro, poderoso e primeiro nome divino
era um nome sagrado, herdado dos egípcios. Pois os judeus ficaram
a-nos na Babilônia e no Egito. Certamente aprenderam bastante
nesses dois lugares.
O nome só era conhecido pelo Hierofante, que o pronunciava
baixíssimo, uma vez por ano, no recinto do templo, conhecido como
Santo dos Santos. Enquanto isso, lá fora, a um sinal, o povo
aplaudia e se extasiava pela sensação do poder misterioso. Ora, se
só o Hierofante sabia e ele morreu, como alguém poderia ter sabido
o nome? (Supõe-se que era o nome do Supremo dos anunaki, esse
sim, com verdadeiro poder extraterreno).
(A História, a Antropologia e similares avançarão bastante
neste séc. 21, agora que poderosos instrumentos tecnológicos,
colocados em aviões, têm condição de registrar resquícios de
antigas civilizações que foram submersas por terra ou água. Os
locais onde elas estão já se está sabendo, falta o orçamento para as
perfurações, etc.).
Bem, as bacantes dos cortejos do deus grego Dionísio (ou
Baco) conheciam o Tetra YHVH e o falavam aos berros. Só que o
pronunciavam à sua maneira, distorcido, como estrangeiros falando

194
outros idiomas. Ainda assim, entravam em êxtase. Afinal, poder
divino é sempre poder, ainda que mal pronunciado. Porque o que
leva ao êxtase, ao ponto de contato, não é a palavra falada, mas a
Intenção e Envolvimento Emocional Interior. Ora, pois. Deus não se
importa com pronuncias, mas com sentimentos e intenções fortes
(Kevanah). E isso também é semelhante aos gritos de guerra nas
batalhas, invocando forças e energias, inclusive nos campeonatos e
nas torcidas organizadas (ou não) de diversas civilizações: desde os
celtas, druidas, vikings, japoneses, índios e até hoje, em qualquer
crise ou disputa. Yaweh! Hurra! Rá! Evoé! Sangue de Cristo tem
poder! Etc. e tal.
(O primeiro nome poderoso, do Supremo anunaki não foi o
do grande e distante deus, rei de Nibiru, Anu. Foi o do realmente
poderoso anunaki, reinando na Terra, após a vitória com os
concorrentes: MARDUK. Que tinha, a seu dispor, 50 atributos
divinos! 50!).
OK. Hora de irmos aos AM, com suas respectivas letras
hebraicas, caso você queira incorporá-las. Será seguida a ordem do
Tarot Marteau, Marseille, mais antigos (e a numeração do Tarot e
não das letras).

0. L O U C O
Talvez Tau. Marca, sinal. Sem número (único sem número).
- liberdade, chegada de energia, impulso criador, não se
identifica com nada, coringa, desprendido;
- olha para cima, visionário;
- sem concepção de espaço: é o espaço;
- sem vínculos ou complexos, sem regras, força que vai,
está indo, em transe;
- onde coloca sua energia, qualquer caminho ou
possibilidade, travessia;
- peregrino, nômade, viajante, buscador, intuição; a
qualquer instante, qualquer coisa;
- loucura, inconsequência, caos, sem terra, à margem,
renúncia, fuga, desencarnado;
- cão: algum colaborador.

1. MAGO
Aleph, Gerar. Puxar a Vida (Boi).
- potencial de tudo, força de energia já encarnada, força
da criatividade ou movido por força inconsciente;

195
- jovem (vai começar, ainda não começou, não usou os
naipes);
- futuro depende de hoje;
- saber escolher (os naipes à disposição), dar o primeiro
passo, decidir;
- andrógino (energia), mas fiel a si;
- tudo é possível, pois tem todos os meios (naipes),
multidisciplinar;
- raciocínio rápido e atual, consciente (sem passado ou
futuro);
- acaba e começa (pode não acabar o que começou,
depende das demais situações);
- hábil, astuto, atento, inteligente, malabarista, consciente
do momento, talento;
- principiante com potencial, pode preferir o potencial do
que a realização (que exige comprometimentos); energia
inexperiente;
- a mão direita, M, segura Paus;
- a mão esquerda, F, aponta ou segura Ouros;
- está perto do que possui (os naipes), junto com o que
lhe rodeia, consciente do ambiente;
- algo oculto (em alguns T, um dos pés da mesa não
aparece);
- observe bem a carta e veja mais detalhes, acrescente-os
à interpretação (fazer o mesmo com todas as cartas).

2. PAPISA
Ou Grande Sacerdotisa.
Beth. Casa: interiorização. Morada primordial.
- oculto, segredo, interesse nos mistérios;
- introspecção, energia interior, concentração e
condensação;
- passiva, recebe, espera, observa, reservada,
enclausurada, gestação, paciente;
- acumula (2), intacta, pura, virgem;
- maga, fé, conhecimento (livro), fiel ao ideal, aliança com
o divino/além;
- silêncio, estudos, pesquisas;
- incorruptível, intransigente, distanciada;
- sublimação, resignação, não se desvia;

196
- fonte do potencial, a serviço da vontade divina enquanto
estiver na Terra;
- nada quer, mas é exigente, rigorosa;
- terapeuta, ouve;
- constância, meditação, monja;
- retiro, convento, claustro, ashram, bastidores, sempre
aprendendo;
- ver para onde olha, em alguns T é para a frente, encara;
em outros, olha à esquerda: passado;
- ou vacila, não atua, incuba, guarda;
- e também livro de contabilidade, registros, agenda,
escritora, leitora;
- um dos símbolos da mãe: distante;
- se não olha para o livro é porque está oferecendo-o;
- observe mais a carta.

3. IMPERATRIZ
Ghimel. Riqueza (Camelo: tem provisões).
- fecundidade, fertilidade, criatividade social, externaliza,
vida;
- gravidez, algo cresce dentro de si e logo será mostrado,
florescimento;
- germinação, atuante, executora;
- tem projetos e recursos;
- se olha para a direita: vê o futuro;
- em alguns T tem o símbolo de Vênus, indicando
relacionamentos, sociabilidade e não virgem;
- despertar da natureza, em qualquer sentido;
- no triângulo maçon há uma letra G (Ghimel) interna, ou
olho com raios. A criação na Terra, ou criação divina;
- encarnação, manifestação;
- mulher sedutora, prazer de ser;
- outro símbolo de mãe, mais próxima e encantadora,
doadora, jovem;
- se está com pernas abertas: parto, portas e janelas
abertas;
- carta F, mas com algo M, pois dá, e tem número ímpar;
- maternal, criar, produzir, transformar para desenvolver,
novo nível, mostra a obra;
- harmoniza e traz beleza;
- observar e acrescentar o que viu.

197
4. IMPERADOR
Dalet: Porta que abre perspectivas, que dá forma externa;
- realização estável, poder e ordem, resultado visível,
materialização;
- vontade firme, capaz de lutar pelo desejo, vida material,
solidez, fixado, certezas;
- pai, paternal, gestor, regulador, provedor, construtor. O
poder do pai, potência;
- autoestima e autosseguro;
- autoridade, carta M com algo F (é número par), pois
repousa, protege, responsabilidade;
- dominador, racional, tirano;
- ver para onde olha;
- observar mais e acrescentar detalhes.

5. PAPA
Ou Hierofante, Grande Sacerdote.
Heh: a janela que mostra o eterno, ver além, transparecer;
- saber o que deve fazer ou ser e transmite com fé, não
se isola (tem público);
- mediador entre dois mundos (Céu e Terra);
- irrompe força divina, indestrutível;
- constrói pontes (Pontifex);
- conselheiro, sábio, ensina, transmite (tem ouvintes),
professor, guia, mestre: é seu serviço;
- outra D (religião, Céu);
- comunica e promove união (em qualquer nível), casar,
conciliar;
- revelar, abençoar, espiritual;
- última fronteira;
- transmite de cima para baixo (do Céu para a Terra),
dogma, lei, tradição;
- jovens, filhos, alunos;
- ou questionar religião e leis, guarda uma parte do
segredo, além das palavras;
- observar mais.

6. NAMORADOS
Vau: gancho, prego, aquilo que une.
- laços, relacionamentos e suas escolhas;

198
- prazer, além das considerações materiais;
- união entre humanos (a Força une um animal e um
humano; idem com o Diabo);
- libido, sensualidade, vida social, alegria social;
- encruzilhada se tiver que escolher;
- amar o outro como ele é;
- preferências emocionais, atração ou repulsão;
- ou complacência, relações ambíguas;
- observar mais.

7. CARRO
Zain: espada que corta e afunda, esforço penetrante.
- triunfo, conquista, flecha disparada, rapidez, avançando,
sucesso, agora ou nunca;
- ação pura no mundo, une espírito e matéria (há
símbolos celestes na figura);
- faz as correções necessárias (rédeas);
- tem poder de decisão (segura um bastão);
- qualquer tipo de atitude externa;
- o número 7 é o número primo mais alto, indivisível,
portanto, concentra uma dinâmica e força pessoal;
- poder guerreiro de conquistar, ativo;
- viagem, avança nos territórios, sabe onde vai, notícias,
auxílio, veículos;
- dominar, colonizar, atua no mundo externo, destrói
inimigos;
- na figura, usa dragonas em cada ombro: M e F, vem do
passado para atuar no presente ou no futuro;
- obsevar mais.

8. JUSTIÇA
Chet: cerca que coloca limite, bloqueia.
A. E. Waite colocou a Força no número 8, achando que a
mulher, ao domar o leão, bloqueia-o.
Nos demais T, aí se encontra a Justiça, que também pode
limitar, colocar uma restrição.
De qualquer forma, o número 8 sabe lidar com qualquer luta
de poder e ultrapassar obstáculos.
- receptiva à perfeição, ao equilíbrio: pesa e tira o
supérfluo, deixa os verdadeiros valores;
- juiz implacável, ou mãe rígida, repressora, normativa;

199
- decisão, autorização ou proibição, excelência, legaliza;
- nada tira ou acrescenta, mede: balança, senso de
medida justa;
- carta F e M, tem a espada, que é ativa e corta (M) e a
balança, que pesa a avalia até deixar equilibrada, imóvel (F);
- instituições governamentais, decretos, leis;
- seu gesto é sagrado (como um mudra);
- toma a frente com frieza e lógica;
- discernimento, racionalização;
- leis sociais e celestiais, tudo tem o seu lugar no
universo;
- ou castigo, ilegalidade, toma a justiça em suas próprias
mãos, separa;
- o que está fora do lugar é que é o mal;
- observar mais.

9. EREMITA
Thet: serpente que tem sabedoria e renovação, mas também
conhece os mistérios, o oculto.
- experiente, desprendido, asceta, antigo, velho, pobre,
não precisa de nada, desapego, altruísta;
- frieza de quem viu tudo (velho), final do caminho;
- olha o passado (lado esquerdo), retira algo do passado,
retroceder para avançar (ou não), terapeuta;
- longe, isolado, solidão voluntária (todos os 9 têm
solidão, mesmo no meio de pessoas);
- ativo (M), número impar e receptivo (divide por 3), ou
ativo no passado e receptivo ao futuro (lanterna);
- paciência infinita;
- procura quem lhe entenda, seleciona ouvintes, não fala
com qualquer um;
- crise de largar o passado, final e começo;
- introvertido, sem intimidades (capa lhe esconde, desfaz
o que lhe ata (desata);
- ainda vê e procura (farol), transitando, sem casa, ou
renúncia;
- frágil, alcoolismo, senil, verrugas, entre a vida e a morte;
- cumprindo o prometido;
- observar mais.

200
10. RODA DA FORTUNA
Yod. Mão, que oferece ou nega, abre e fecha.
- movimento constante, impermanência, ciclos, de uma
fase para outra, evolução;
- ou andando em ciclos, dando voltas no mesmo lugar;
- ou a roda paralisada, precisa de algo ou alguém que gire
a manivela para que comece a andar;
- retorno, reencarnação, subir e descer;
- força interior, incorpora experiências a cada volta, já viu
de tudo;
- renovação, solução, mudança, manobras;
- sorte ou azar, roleta, destino;
- altera valores, ciclos hormonais e outros, estações do
ano, alternâncias;
- ajuda externa para começar;
- inventar, descobrir conforme vai experimentando, quer
mais;
- tudo que começa acaba, e o que acaba, recomeça;
- observar mais; inclusive a carta 10 no início de um jogo,
mostra o fim de algo; se estiver no final do jogo, indica um começo
de algo; se estiver no meio do jogo, algo a ultrapassar, superar.

11. FORÇA
Kaph. Punho, que pega e retém, pode moldar ou assimilar,
estende-se.
A. E. Waite colocou a Justiça nessa posição, porque a mulher
sabe usar seu punho, retém a boca do leão;
- vencer o medo (encarando-o);
- força e energia criadoras brotando de dentro de si, nada
lhe assusta;
- encontrar a sua força e energia sexual (cabeça do leão
perto do sexo);
- despertar dos instintos (figura de animal);
- relação humana + animal, personalidades bem
diferentes, fera; relação com sua própria animalidade;
- lutas de poder, apertar ou devorar, abuso de força ou
abuso sexual;
- estratégia para transformar situação;
- meta declarada, absorver isso e ir;
- mulher dominadora, sem esforço;

201
- trabalho da cintura para baixo: abaixa-se para segurar o
leão = trabalha com os instintos (Mago trabalha da cintura para
cima, aponta o bastão para o alto);
- apoia-se no chão, terra é vitalidade, saúde, saída de
energia;
- intromete-se nas situações, dá sua opinião, meta
declarada;
- observar mais.

12. PENDURADO
Ou Enforcado. Na verdade, ele está é pendurado mesmo,
pelo pé.
Lamed: aguilhão ou ferrão, que ensina a ir, aprender através
das dificuldades.
- atado, não pode decidir, preso a algo ou alguém,
compromisso;
- castigo, parado, separado do mundo (O Mundo tem a
mulher de pé, posição correta, sua perna também faz um 4);
- ver de outro modo, mudar-se a si;
- doa seu dom (moedas caem);
- atração para baixo, descendo;
- feto, incubado, estado fetal;
- segredo (mãos cruzadas atrás, escondidas e decidindo
nada fazer);
- abnegação, sacrifício, dar de si;
- culpa, doença, bloqueio;
- inversão de uma situação;
- situação suspensa, parada para aprofundar, ver por
dentro, busca interior;
- árvore genealógica;
- projeta seu dom na Terra, para os humildes, provações;
- mas está ouvindo (aparece sua orelha, geralmente não
se vê as orelhas dos AM);
- observar mais.

13. MORTE
Ou Arcano Sem Nome. Única carta sem nome.
Mem: água da vida ou da morte, inundação, dissolução.
- demolição, câmbio, ação violenta renovadora, mutação,
transformação, destruição;
- só deixa o essencial (esqueleto);

202
- ira, agressividade, não tolera o inútil (foice), cirurgia,
situação radical;
- resolução interior, fim de fase ou da juventude,
purificação;
- a primeira e a ultima forma humana: esqueleto;
- encontro fatal;
- situação transitória, precária, sem luz;
- limpeza, faxina, deixar ir;
- A Morte diz: “se você se apressar vai me alcançar; se
você se atrasar eu lhe alcançarei, nosso encontro é inevitável”;
- voraz: tudo que é teu um dia será meu;
- observar mais.

14. TEMPERANÇA
Nun: peixe, que é vida e fertilidade, regeneração,
germinação.
- metade do caminho: água sendo transferida de um vaso
ao outro;
- espiritual que busca o material; material que busca o
espiritual;
- anjo, ser assexual, ET, ser sobrenatural, fantástico,
abstrato, olhar sobre-humano (do anjo);
- proteção espiritual, anjo da guarda, guardião, salvação,
vigilância;
- superou a matéria, o sexo, sublimação;
- circulação, harmonização, repassar, melhorar, curar,
reconciliar;
- sobriedade, moderação, fluir, atenuar;
- você verá seu anjo quando começar a imaginá-lo; você
nunca está só, reconheça-o;
- pisa na água (por onde andam os peixes, que são
muitos, mas também escapam), não se segura a água;
- o olhar do anjo pode ser terrível;
- acumulando experiência;
- observar mais.

203
15. DIABO
Lamek: esteio, apoio que sustenta a matéria.
- riqueza, bens materiais; sexualidade, paixão, potência,
apego, transações materiais;
- transações que levam à criatividade, desejo forte, preso
ao desejo (correntes);
- não ser limitado, amoral;
- ou dependência, atadura, corrente;
- destrói teorias e dogmas, sem pudor, descrente;
- descobre segredos, sente a força superior vindo, o outro
poder, fatalidade;
- preso a compromissos materiais, contrato;
- não quer envelhecer;
- a sombra pertence à luz, e vice-versa, não há luz sem
sombra; tocha: quer subir mais;
- trio: casal e ser sobrenatural (no T Waite há grande
semelhança com Os Namorados);
- adoração a algo físico;
- relações sombrias, manipulação;
- sem preconceitos, transgressão;
- observar mais.

16. TORRE
Ayin: olho, que vê apenas a aparência ou o brilho.
- abandonar tudo, largar, sair, vomitar, abortar, afastar-se
do que tem;
- o alto veio para baixo e o baixo subiu, reconstrução de
vida;
- fogos de artifício, festa de arromba, Reveillon;
- parto, cometa, estouro, explosão;
- alívio, transbordar, solucionar;
- coluna, pescoço, ejaculação, acrobacia, destampar,
champagne estourando;
- saída da prisão, separação, libertação;
- procurar Deus na Terra;
- observar mais.

17. ESTRELA
Peh: boca que fala, que expressa algo.
- verbo, despeja os desejos no chão;
- encontrou seu lugar, marcando território;

204
- dom celestial repassado para o humano, quando ele se
desapega de suas “roupagens” sociais, limpar terreno;
- estar e atuar no mundo, separada (despida), mas unida
(os dois vasos);
- doação infinita (despeja dos dois vasos), excessos;
colaborar, repartir, dar;
- sem projetos (nua);
- embelezar a vida, fazer algo, ser espontânea e total,
aquilo que é;
- nada oculto (nua);
- irrigação, nutrir e estar unida ao mundo, à Terra,
colaborar;
- casal infinito, dá sem pedir nada em troca,
generosidade, altruísta;
- ou dilapidar, desperdiçar, sem princípios, poço sem
fundos;
- vedete, amante, amor que se escraviza, descaramento;
- observar mais.

18. LUA
Tzade: anzol que segura, pega e puxa, laço, vínculo.
- imaginação, visões, intuição reflexão;
- mãe cósmica, feminino misterioso;
- noite, sombras, mistérios, vida oculta;
- magnetismo, receptividade, instintiva;
- ritmo biológico, ancestralidade;
- irracional, situação inexplicável, adivinhar, inconsciente;
- loucura, incerteza, aspira algo indizível, sem forma
humana, vampirismo;
- sem palavras ou provas;
- segredos, indefinições (tem tudo, a Lua olha tudo o que
acontece de noite, vê o invisível);
- medo, temor inexplicável;
- observar mais.

10. SOL
Kaph: nuca, que dá domínio ao corpo e à cabeça, faculdades
cerebrais; mas também pode descansar;
- força expansiva, dar a todos, iluminar, pai gerador;
- fraternidade, volta à infância/inocência, confia no
desconhecido, criança interior;

205
- calor, nova vida, êxito, descoberta, claridade;
- reconhecimento, filho, amor incondicional (da luz do
Sol);
- alegria, euforia, riqueza, multiplicação;
- pedofilia, pai distante ou idealizado;
- constante renovação, consumo;
- tem todos os direitos: o sol é ilimitado, com seus raios
cósmicos, é imortal, visível (até um cego pode percebê-lo, só não
lhe percebe quem está morto);
- observar mais.

20. JULGAMENTO
Resh: cabeça, aquilo que está em cima.
- local de reflexão, mudança de valores;
- ressurreição, renascimento, outro nível de vida,
vitalidade, renovação;
- emergência de algo, despertar;
- atender ao chamado, vocação;
- emissário divino, ET (ele e a Temperança, só que ela
pisa na Terra e ele chama do Céu);
- família unida, no sucesso e na desgraça, máfia;
- projeto para o futuro;
- êxtase, milagre, inesperado, surpresa;
- barulho (trombeta), anúncio, revelação;
- evolução (sair do caixão);
- desejo irresistível de sair, realizar, acompanhar,
transcender, responder;
- CTI, unidade intensiva, Pronto Socorro, emergência,
terapia de choque/direta e breve;
- lembranças do parto ou de questões familiares, fundar
uma família ou grupo;
- fazer algo junto, em equipe;
- obedecer à autoridade;
- mudança de lugar ou de posição;
- observar mais.

21. MUNDO
Shin: dente, transformação, trocar, fogo primordial.
- realização final e total;
- profunda transformação: do Louco ao Mundo;

206
- preso ao que realizou (dentro do círculo), resultado de
algo, completo, pleno;
- internacional (mundo), viagem;
- encerrado, fechado, na casca;
- vida intrauterina;
- dançar, prazer de viver e realizar;
- alma humana e anima mundi, que está em tudo;
- fama, acordo, desenlace;
- oval rodeado pelas figuras dos 4 elementos, em cima
dois seres alados (Céu), em baixo, dois animais (Terra).
Obs.: alguns qbl referem-se ao Mundo com a letra Tau, que é
um sinal de encerramento, e ao Louco com a letra Shin, o fogo
celestial. Neste caso, o Louco estaria na posição do Julgamento,
mas não com o número 20, que é do Julgamento, mas sem número
(0), antes do Mundo (21).
O Louco é a energia do universo, daí não ter número; o
Mundo é o mundo visível. Se você colocar essas duas cartas juntas,
parece que a mulher do Mundo olha para o Louco.
O Louco é que faz o Mundo, ele é que é O Grande Arquiteto
do Universo – que um dia também pode enlouquecer, embriagado
com o Potencial.
Reveja esses significados e faça duplas com as cartas. O
Louco como primeira carta é um começo; o Mundo como última é a
realização final. Se o Mundo estiver no meio de um jogo, algo
deverá ser completado antes de chegar ao final da questão. Ver
para onde se dirige o olhar da mulher.
No Mundo, os dois animais predadores, de energia M, estão
do lado direito da carta: a águia em cima, o leão em baixo. Ativos. E
os dois seres dedicados a um serviço, F, estão do lado esquerdo da
carta: o anjo em cima, o boi em baixo. Receptivos. No centro, a
mulher, ou anima mundi, a essência da vida, a alma. E ela segura
um bastão de comando com a mão direita.
*
Jogo: Coloque os AM numa coluna vertical, na sua ordem e
vá tirando um am, aleatoriamente, para “resposta” a cada pergunta
do AM. Exemplo:
0 – Qual meu caminho?
Tirar uma carta dos am, incluindo a corte.
1 - Qual minha possibilidade de começar...?
Tirar uma carta dos am.
2 - O que devo estudar/ou ocultar? Idem.

207
3 - O que está florescendo em mim, ou qual é a minha
riqueza? Idem.
4 – etc.
*
O Tarot ensina a ultrapassar simpatias e antipatias (através
das cartas “bonitas e feias”).
O tarólogo vai interpretando o jogo pelas figuras e pelo
potencial numerológico, principalmente nos am. Ele interpreta
conforme sua personalidade, época e cultura. E deve ir falando o
que vê, mesmo que não entenda (o outro pode entender). O valor,
a importância da pergunta depende: da importância que o
consulente dá à ela e do teor da resposta.
Não há certeza de nada. Até o serviço de meteorologia,
altamente técnico, e os economistas, altamente especializados,
erram. Sem falar nos médicos e outras profissões. Mas uma coisa é
não ter certezas, porque a vida e o cliente estão em constante
mutação, e outra coisa é dizer bobagens, querer impor ou ter
preconceitos.
Não adianta generalizar (com as palavras-chaves ou as
sugestões básicas), seja em Astrologia, Tarot, Numerologia, QBL.
Isso é ilusão, lei do menor esforço, pois ninguém é igual. Todos são
diferentes: essa é a única generalidade que vale.
*

208
5. VEJA O NUNCA VISTO

Para, em princípio, ampliar seus interesses. Ou crescei e


multiplicai-vos. Mas, principalmente, para maravilhar-se. Pois o
infinito, o divino, é embriagador.
Você foi criado e educado dentro de um sistema de Júpiter-
Saturno, civilizado, esquematizado, respeitado, reconhecido
socialmente.
OK. OK.
Mas, há muito mais que isso.
O sistema social habitual fala do livre arbítrio com frequência,
ainda que os c
ientistas e eruditos saibam que, tecnicamente, isso não
existe. Como o dia e a noite não têm livre arbítrio. No macro só há
determinismo, no micro é que você pode ter. E, nesse micro, a força
maior não é você escolher o que fazer, mas O QUE NÃO FAZER.
Socialmente, culturalmente, você se encaixa num padrão
aceitável. Questão de sobrevivência, imediata ou não. E se ficar
toda sua vida nisso:
- Jamais verá o nunca visto.
Como muita gente não vê. OK, cada qual com seu cada qual.
Aí é livre arbítrio. Eu, pessoalmente, não tenho livre arbítrio.
Determinantemente, há anos que me submeto ao objetivo da
Criação:
- experimentar
- evoluir
- e o resto é o resto
- e, nessas experiências, estão o jamais visto, ouvido, etc.,
etc.
É bem melhor atravessar a vida ficando-se estupefato
algumas vezes. Estupefar-se com o fantástico e com o absurdo, com
as luzes e as sombras.
Nilton Bonder (“Segundas Intenções”, ed. Rocco, 2011) até
disse: sem segundas intenções nada se faz. Elas movem a Roda da
Fortuna, digo eu: elas são as mãos que giram a manivela da Roda.
Você se casa, descasa, entra num negócio, sai dum negócio,
conversa com o chefe, com os colegas, etc., geralmente por alguma
segunda intenção. Ou você acha que a sociedade, a política, a
saúde, a educação, etc., etc. não atuam com segundas intenções?
Isso é ruim? Nem sempre.

209
As segundas intenções animam a vida, até prolongam-na.
Santo remédio para vitalidade e longevidade.
Bonder diz:
- A primeira intenção tem a ver com o que você deseja
(exemplo: comprar um carro); a segunda interessa-se mais pelo
resultado, por uma consequência (o carro dá status).
Lógico que o invisível (segunda intenção) é bem mais
poderoso que o visível (primeira). Sem o invisível muitas coisas
empacariam.
O MN está cheio das tais segundas. Exemplo: escolha uma
casa qualquer do seu MN. Como a casa 5: filhos. Ou obras,
prazeres, entertainement, desejo de eternizar-se (nas obras, filhos,
etc.), estilo sexual, ter domínio e reconhecimento sobre algo, etc.
Mas, essa casa pode estar vazia, sem planetas. E você quer ter, pelo
menos, um filho. E por que? Para propagação da espécie (que não é
um desejo divino, mas uma consequência)? Com essa Terra
superlotada?
Bem, você tem seus motivos para ter filhos e que,
geralmente, não são os que todos imaginam. Normalmente, o
pessoal acha, diz e até cobra: é bom ter filhos, você não tem filhos?
Intervenções e cobranças sociais. Faz parte. Só que você quer ter
filhos em face das questões da CASA onde está o planeta regente
da casa 5. Essa é a segunda intenção. Nenhum problema, siga o
MN. Ainda que os outros pudessem se espantar com o Real Motivo
pelo qual você quer ter filhos.
As segundas intenções referem-se às casas onde estão os
regentes de uma casa, ou a seus dispositores. Só quando os
planetas estão em domicílio é que as intenções são claras.
As verdades de cada um podem ser bem mais fantásticas e
interessantes do que as novelas da TV.
Você acredita, realmente, no mito do Big Bang? Que houve a
tal indescritível explosão e TzimTzum! O Universo começou a ser
criado pelo Amor! E que da primeira molécula originaram-se outras
e depois os minerais, vegetais, peixes, mamíferos, diversos animais
como você vê nos jardins zoológicos (um horror!) ou na TV? E,
finalmente, o Homem.
O mundo foi criado Para o Homem. Por isso, Deus
“descansou” quando essa tarefa ficou completa. E descansa até
hoje (de vez em quando Yaweh conversa com Leviatã, recordando
os velhos tempos. E por que não?

210
Bem, então, se o mundo foi criado Para o Homem, o Homem
é super-super poderoso. E pode fazer O Que Quiser com o mundo,
com a Terra. Porque a Terra existiria, nesse caso, por um único
motivo: para dar um Lar ao Homem.
O Homem seria, então, completo. Está lá na carta 21, o
Mundo: um ser humano (andrógino?) Dentro do Mundo, Dentro da
Terra. E essa carta é chamada de Completo, Plenitude, Perfeição.
Em volta da figura humana estão os 4 elementos, as 4 letras do
Shem, do nome poderoso, para Servir ao Homem. Que tal esse
mito? Ou você prefere o outro?
Será que Deus (Ele) criou tudo que existe, exclusivamente,
para compor um cenário adequado (como quem decora uma casa
ou faz projetos de urbanismo para uma cidade, etc.), a fim de
colocar O Homem (Adam Kadmon?) nesse local aprazível? Será o
mundo, a Terra, uma casa 5, um brinquedo para o Homem?
Então, quem é o Máximo, o Absoluto, o Tudo é... o Homem?
Cara, é demais! Estupefatizou-se?
Bem, eu não sei de nada disso. Na vida, sabe-se, nada é
impossível. Continuo estupefatizando-me continuamente.
Diz o Baal Shem Tov, que também era um Tzadik, um sábio
justo – o que não impediu-lhe de ser profundamente criticado
porque não era “bem-nascido” (humilde):
- Se você tem problemas com seus empregados é porque
você agiu inadequadamente. Se tem problemas com seu cônjuge é
porque não controlou a língua. Se tem problemas com seus filhos é
porque andou se perdendo com pensamentos estranhos.
Não é interessante?
Bem, o mundo como você vive a sua vida depende do
invisível que está dentro de você.
Os qbl dizem que a maioria dos problemas acontece por
causa do que você fala.
Se falar é importante, Mercúrio e a casa 3 são
importantíssimos. O signo onde Mercúrio está mostra Porque você
fala, suas óbvias intenções. Mas seu dispositor indica as verdadeiras
motivações do seu discurso. Os aspectos de Mercury mostram Como
você fala.
Lembre-se que Mercúrio, o intermediário, une os dois
Hemisférios Cerebrais (HC), como se fosse o corpo de uma
borboleta, cujas asas são os dois HC. Ele une Sol e Lua.
Exemplo: Mercúrio em Leão fala para receber ou impor
atenção, de tal modo que as palavras parecem ser “sublinhadas”, a

211
fim de ficarem “visíveis” na mente dos outros. E se ele tiver um
aspecto com Urano, falará coisas estupefatas. E se o dispositor de
Mercúrio (no caso o Sol, regente de Leão) estiver em Virgem, ainda
que a intenção óbvia seja ser ouvido, a verdadeira intenção será
ser selecionado pela sua utilidade, tornando as informações
indispensáveis. Seria isso que motivaria essa pessoa a falar,
informar, escrever. Caso contrário, calar-se-ia. Como eu.
E vivam as segundas intenções.
Ascensão ou psicoterapia é ver o que antes não via (ou
ressignificar).
Quando você briga com alguém, destempera-se, fica
apropriado pela raiva, orgulho, ressentimento, sei lá o que (a QBL
chama isso de Satã). De repente, você para de brigar, contém-se.
Porque se lembrou de que sua segunda intenção não é brigar, mas
ficar quieto para alcançar outros objetivos mais importantes. E
talvez ganhar apoio do outro numa eleição... O outro pode até
pensar que você se recolheu, ficou mais civilizado, etc. Não foi nada
disso.
Foram as vitoriosas segundas intenções.
Queixas ou desaforos constantes viciam. Mas constantes
apoio e afetos também. Ouça o desaforo ou o elogio e delete
ambos. Vícios comportamentais não trazem nenhuma vantagem
grandiosa. Nem abrem condições para o seu progresso.
Quem para ou se repete fica para trás.
Uma vez, uma “pessoa” disse:
- Ah, já conheço Astrologia, não preciso ler nem estudar
mais.
Parou na vida! Como um zumbi zumbindo por aí. E não só
para a Astrologia, mas para tudo na vida – já que essa era a sua
forma de pensar.
Porque você precisa, constantemente, ir subindo e descendo
na AV.
Eis uma síntese das sefirós na AV, para aplicá-las na sua vida
e no seu MN:

1. Kether
- A Coroa;
- ou potencial de qualquer coisa;
- primeiro movimento, origem;
- despertar para algo;
- uso da vontade, a fim de sair da inércia ou do vazio;

212
- para isso, precisará de tolerância;
- Kether veio do Infinito (Ain Soph). Alguns qbl dizem que
corresponde ao Tetragrammaton YHVH, outros, a Eheieh (Eu Sou).
Outros relacionam-na a Urano. Outros...
- e aos 4 ases do Tarot;
- chamado de Grande Semblante (Arik Anpin), ou seja, a
Coroa é todo o semblante de Adam Kadmon (o homem arquetípico);
- coluna do Meio.

2. Hokmah
- A Sabedoria;
- ou Expansão, revelação, visão, o que vai para o futuro;
- chamado de Pai Supremo (Abba), o lado masculino de
Deus;
- embora, para os antigos, seja uma figura de
Sabedoria/Sapiência, o brinquedo e o deleite a Deus (Provérbios, 8).
Seria a “sabedoria inferior” ou de Salomão, ou Terra Santa. A
tradição da Sabedoria está por trás da noção da Torah primordial
(outra figura F). (Filo fala da Sabedoria copulando com o Pai e
dando nascimento ao Universo visível. Daí, Filo designa o pai
primordial como Razão e Instrução, mais tarde ligado ao M Hokmah
e à F Binah);
- sabedoria de ver dentro das coisas e pessoas,
permitindo, então, que algo se desenvolva, fazendo acontecer;
- criatividade latente, pura intuição;
- gerar, avançar;
- uns dizem que corresponde a YHVH ou Yah ou, ainda, a
Adonai (o nome mais comum de se referir a Deus) (Yah ou Aquele
que foi, é e será);
- e ao Zodíaco, onde estão os destinos, o futuro da
Humanidade;
- indiretamente, influi no modo de vida;
- e nas cartas 2 de todos os naipes do Tarot (T). (Sendo
2: ação concentrada para se unir a um objetivo);
- coluna do Dar.

3. Binah (ou Biná)


- A compreensão;
- ou entendimento da Humanidade, a percepção do
momento, do invisível (quem não percebe o oculto das coisas não
poderá entendê-las completamente);

213
- chamada de Mãe Suprema. Ou o que se considera a
Mãe. Ou Marah (o Grande Mar). (A Grande Mãe tem diversas visões
e perspectivas, como bem desenvolve Gershom Scholem, a partir da
QBL do séc. 12.) Essa Grande Mãe também aparece em Malkut, no
que se refere a Shekinah. O feminino divino emergiu no judaísmo
medieval. Arthur Green acha que o divino F da Idade Média surgiu
em paralelo com a força Mariana, da Igreja do séc. 12. Cristãos e
judeus sentiam fortes necessidades espirituais e psicológicas da
figura feminina divina. Daí: Virgem Maria e Shekinah (na 10ª sefirá);
- Mãe, Marah, Mar. O mar e as águas sempre foram
importantes na QBL (e no Cristianismo). A letra Mem é uma das
letras-mãe e trata da importância das águas. (No Tarot, as águas
são marcantes na Temperança e na Estrela, embora apareçam em
outras cartas).
Para entender as águas, Marah.
O feminino é inundado e transborda, em face do amor
masculino e, daí, o nascimento de um filho. Esse é um dos símbolos
ocultos do Mar (fecundado e fecundador).
As 3 sefirós superiores (1. 2. 3.) são rios que correm para o
único Mar, mas o mar não fica cheio, tudo continua fluindo. Israel
(e, também, os cristãos) com a força das orações eleva Shekinah à
sua fonte e as águas renovam seu fluxo. Todas as orações do Pai
devem ser encaminhadas pela Mãe. O Zohar também fala assim;
- aqui começa o sentido da matéria primordial;
- organizadora;
- Binah, traduzida por Entendimento, também se refere a
ventre, palácio, fonte, jubileu, arrependimento, Éden Superior. Ou
seja: Binah como uma fonte profunda e primária do amor dentro da
Divindade, para a qual tudo retorna (A. Greer, G. Scholem);
- fé naquilo que compreende e entende (que é invisível);
- gestação: aceitar e demonstrar;
- selecionar, como uma forma de limitar.
Todas as sefirós da Coluna de Receber, à esquerda, feminina
e passiva, limitam de alguma forma. Aquele que recebe não
consegue carregar além do que pode: precisa selecionar o que é
mais importante e receber o que pode (vê-se isso na carta 7 de
espadas do T);
- corresponde ao lado F de Deus (ou Shekinah, em
comparação à Virgem Maria cristã, ou ao Espírito Santo - que
substitui a figura de Maria);

214
- e aos 3 de todos os naipes: em que algo está sendo
mostrado, já que uniu M + F. Algo foi criado e formado;
- o Grande Semblante contém essas 3 primeiras sefirós
superiores e nessa trindade é chamado de Macroprósopo;
- corresponde a Saturno;
- Coluna de Receber.
Quando a Sabedoria e o Entendimento se encontram, há a
materialização (“filho”) de algo. Neste caso, surge a sefirá sem
número, invisível na AV. No entanto, ela está lá, firme e forte, na
Av. Ela é:

 Daat.
- Conhecimento;
- experiência marcante, conhecimento profundo, pois
entrou em área até então desconhecida;
- currículo, desafio, rito de passagem, questões sexuais.
Na Torah e na Bíblia a importância das questões sexuais
aparece em diversos tópicos, mas, principalmente, no inspiradíssimo
Cântico dos Cânticos (outrora referindo-se ao Deus amante.) As
religiões judaico-cristã (em total afinidade através dos eruditos dos
séc. 11, 12 e 13, os quais trocavam conhecimentos) diziam que esse
cântico de Salomão era a relação de Deus com a comunidade de
Israel (Knesset Israel, ou seja, os fieis – nada a ver com o povo de
Israel), ou a relação de Deus com a Ecclesia (Igreja). Era o amor do
Rei por sua donzela eleita, seja lá quem for ela. Não se sabe
exatamente quem foi o autor desses Cânticos. É uma bela literatura
erótica-religiosa. Akiba dizia que o Cântico dos Cânticos era o Santo
dos Santos e que o mundo inteiro não valia tanto quanto o dia em
que esse cântico foi revelado a Israel. Akiba dizia que esse Cântico
foi revelado por um diálogo vivo entre Deus, os anjos e a
comunidade de Israel, no Sinai. Isso foi, depois, descrito por
Salomão. Era terminantemente proibido entoá-lo em local profano.
Salomão compôs a obra como um hino ao amor divino (a donzela
amada poderia ser alguém da raça humana). Mais tarde, a força
desse cântico, ao apregoar o amor de Deus à Israel, também foi
uma reação à nova religião judaica que surgia: o cristianismo.
- Daat ganha força após crises e decisões importantes;
- era representada por uma cabeça com duas faces, uma
virada para a esquerda (passado, lado F), outra para direita (futuro,
lado M). Portanto, sefirá andrógina. (Há algumas figuras da AV com
10 sefirós, incluindo Daat, mas sem Kether);

215
- aquele que conhece acaba largando o passado e indo
para o futuro;
- alguns qbl associavam-na a Plutão. No entanto, houve
tempo em que era associada a Sirius (ou Sotis, para os egípcios) – o
que é um caso interessante a meditar...
A partir daí, as outras 7 sefirós correspondem a atributos
humanos, acessíveis a todos, de uso mais prático. Alguns dizem que
elas foram repassadas à Humanidade, através da engenharia
genética divina.
Na história da QBL, há várias referências aos conhecimentos
recebidos por revelações de Elias, do Santo Espírito, etc.
A palavra QBL deriva de Receber, recepção (em hebraico
moderno é um “recibo”). QBL é o conhecimento de doutrinas
secretas. Os qbl eram chamados de Mekubalim.
Desde o séc. 10, há o conhecimento esotérico judaico, dito
como recebido oralmente. No entanto, foi a partir do séc. 13 que a
QBL ficou mais conhecida por textos escritos.
O erudito Lawrence Fine, estudioso de Isaac Luria (séc. 16),
relata que o Zohar, supostamente escrito por Simon ben Yochai, no
séc. 2, através de revelações do profeta Elias (que viveu no séc. 9
AC, no norte de Israel), considerado fazedor de milagres e de ter
subido aos céus numa carruagem de fogo (Merkabah). A literatura
rabínica fala dele como precursor e arauto do Messias, etc. Para a
QBL, Elias servia de mestre vindo do alto e intermediário entre o
Céu e a Terra, transmitindo mensagens. Comunicar-se com Elias era
o máximo, para os qbl. Daí, a história do Zohar ter sido transmitida
por Elias, duas vezes por dia, durante mais de 10 anos.
No entanto, o que parece é que isso foi um “recurso da
antiguidade”, e o Zohar teria sido obra de Moises de Leon, já que o
textos tinham bem a característica dele, bastante inventivo,
imaginativo e desinibido. Seus insights e intuição, sua capacidade de
lidar com os símbolos da divindade foram impressos no Zohar. Ele
teria inventado a história de ben Yochai – que acabou se tornando
um dos mais reais professores místicos, influindo bastante no
grande Luria.
De qualquer modo, todas as revelações da QBL são ditas
como originárias das revelações no Sinai.
Há um confronto entre as autoridades carismáticas,
revelações, inspirações da escola de Luria e as tradições rabínicas
de longos processos de estudos intelectuais dos textos sagrados, a

216
fim de interpretá-los: ali estavam os segredos que deviam ser
descobertos (Talmud).
As 7 sefirós inferiores foram associadas aos 7 patriarca dos
mitos hebraicos, por ordem de descendência.
Os qbl da Idade Média registraram seus conhecimentos de
Astrologia através dos estudos da Suméria, Egito, Grécia. Na Torah
e no Talmud (leis civis e religiosas) já se falava dos caldeus
(Babilônia/Caldeia/Suméria).

4. Hesed (ou Chessed).


- Misericórdia;
- beneficiar ao mundo e aos outros, generosidade, amor
incondicional;
- ou Grandeza, Majestade (Guedulah);
- compaixão;
- atuante e produtivo;
- compartilhar, liberar algo para outro algo;
- transmitir;
- representa o Pai Real, a potencialidade da natureza,
capaz de materializar e desenvolver;
- aqui chamada de El, outro nome comum de Deus. E que
os árabes chamam de Allah (oriundo de El ou Al): o Todo Poderoso;
- houve época que era chamada de rakhamin, ou lado
direito de Deus;
- associado a Júpiter;
- e às cartas 4 dos naipes: a materialização, que traz a
calma e a estabilidade;
- e ao primeiro patriarca: Abrahão;
- Coluna de Dar.

5. Geburah
- A Justiça ou Severidade;
- ou o Poder, o Temor Divino (Pachad) e, daí, a reverência
por algo maior;
- forma o par com Hesed, são: o Amor e o Poder.
Entre elas, nesse triângulo inferior, está Tifferet. Portanto:
Hesed-Geburah-Tifferet, como o Santíssimo. À direita de Tifferet
está Hesed e à sua esquerda Geburah, sendo antigas figuras
judaicas talmúdicas. (Bem semelhantes à trindade cristã, em que o
Filho está à direita do Pai e o Espírito Santo à sua esquerda);

217
- representa a Mãe Real, aquela que sabe defender e
colocar limites;
- o vingador, o combate com disciplina e forte decisão; o
transformador, que ultrapassa obstáculos;
- força de luta: física, psíquica, espiritual;
- faz justiça conforme o mérito, capacidade de avaliar e
julgar, consertar o que for preciso;
- associado ao Deus das Batalhas, Aquele que pune os
Erros (Elohim Gibor);
- rigor, resistência, controle, domínio dos impulsos: a fim
de atingir uma meta ou enfrentar uma crise;
- houve época que era chamada de Din, ou lado esquerdo
de Deus;
- associada a Marte;
- e às cartas 5 dos naipes, que apresentam alguma
espécie de luta, de enfrentamento de situações difíceis;
- e ao segundo patriarcas, Isaac;
- Coluna de Receber.

6. Tifferet
- Ou Beleza;
- a harmonia e o equilíbrio que tornam as coisas mais
belas, ou que estão nas coisas belas. Belo é o que tem harmonia;
- dedicação à obra, identificação com o ideal, ética, senso
de missão, a serviço;
- representa o abençoado Santíssimo Um. Uns chamam de
Deus Pai, outros de Filho Divino.
A estrutura da QBL desenvolveu-se no séc. 13, a partir
também dessas demais sefirós. Essas últimas 3 representam os 3
primeiros patriarcas;
- compromisso, conciliador, mediador, abnegação para o
bem coletivo, desprendimento – e essa é a beleza e o magnetismo;
- filhos, jovens, questões filiais, relações entre diferentes
hierarquias;
- associado ao terceiro patriarca, Jacob;
- e às cartas 6 dos naipes: o prazer e a alegria de fazer o
bem ou o que gosta;
- Sol;
- na mitologia, aí fica o Anjo da Guarda;
- Coluna do Meio.

218
- Acima de Tifferet está o Véu de Paro Keth (Dion
Fortune) – que enfrenta Daat: o Abismo, o obstáculo, a capacidade
de evoluir e alcançar o divino. Abaixo de Tifferet está o Véu de
Keshet (como um arco-íris). Para quem vem de baixo, das outras
sefirós mais inferiores, encontra esse Véu. E, aí, deve assumir as
qualidades de Tifferet, o desprendimento pessoal em prol da
coletividade ou de algo maior, a plena identificação com o serviço.
Nesse caso, poderá ultrapassar Keshet e entrar, verdadeiramente,
no caminho de ascensão espiritual.
- Tifferet é considerada a esfera humana mais elevada.
Como o Sol também é.

7. Netzah
- Vitória;
- a vitória sobre as emoções, que confere criatividade e
prazer de viver, de encontrar a paz nos relacionamentos em geral;
- pois o descontrole emocional traz sofrimento e
descontentamento nas relações: perde-se a capacidade de usufruir
o melhor dos outros e da vida;
- é onde acontecem as doenças ou as curas (Raphael é
seu arcanjo, pois é quem comanda as curas);
- vencer as frustrações pessoais e, consequentemente,
vencer o Anjo da Morte (que se apresenta nos ressentimentos,
mágoas, frustrações cristalizadas);
- o amor pessoal pode acontecer e durar para quem
domina as emoções negativas;
- fazer elos, retificar, conseguir, parcerias, vida social,
inclusão;
- sensualidade;
- associada a Vênus;
- e às cartas 7 dos naipes: a força que se tem quando se
integram as emoções, podendo-se, então, ir ao mundo;
- e ao quarto patriarca, Moisés;
- Coluna de Dar.

8. Hod
- Esplendor;
- a palavra, a inteligência em toda a sua glória e
esplendor, o esclarecimento, a revelação: aquilo que ilumina (quem
sabe usar a inteligência é um ser iluminado);
- saber lidar com pessoas, reconhecê-las, aceitá-las;

219
- saber comunicar é algo glorioso e esplendoroso, mas
pode, também, destruir;
- intelecto, imaginação mental, pensamento concreto
atuante;
- deduzir, informar, racionalizar;
- consciência, estado de alerta, direciona a inteligência,
busca o progresso;
- aprende a ensinar, expressar-se;
- a mente é andrógina;
- Ciências Ocultas;
- associada às cartas 8 dos naipes; à perfeição das
habilidades, o máximo esperado na Terra;
- Mercúrio;
- quinto patriarca, Aarão (que também foi o primeiro
Sumo Sacerdote na Terra Prometida, irmão de Moisés);
- Coluna de Receber.

9. Yesod (ou Iessod)


- Fundação;
- ou alicerce, Base;
- alianças, pactos sagrados que formam a base das coisas;
- fazer funcionar, gestação, concepção;
- matéria, sexo como reprodução, união sexual divina (no
fim do séc. 13, os qbl de Castela, Espanha, tinham fixação pela
sexualidade divina, com vários escritos de descrições detalhadas do
ato sexual até seu clímax no interior da Divindade.) Diziam da
necessidade da devoção humana, ou “águas femininas” a fim de se
provocar o tazdik (que está em Yesod e é o “justo” dentro de Deus
– que, quando excitado, torna-se no falo cósmico, pronto a inundar
a noiva, a mansão, a cidade santa, o grande mar).
Para os judeus, M e F existem dentro de Deus e os qbl
valorizam muito mais a união sexual e a fecundidade do que a
virgindade, chamando a união M + F de “retorno do oprimido”. A
vida sexual humana seria a reprodução da sexualidade divina (razão
pela qual seria impossível Jesus, que era rabino, não ter se casado).
Os qbl vivem essa união sagrada, mas dentro das leis e da moral
(fora disso, seria pecado).
- casa, abrigo, pertencimento;
- sonhos, revelações, feitiços, beijos e abraços;

220
- percepção das marés (lembrando que as águas estão
associadas ao ato sexual), arquivos, VP (passado que dá indicação
do futuro);
- inconsciente, intuição, psiquismo, percepção do astral (e
da excitação sexual);
- Eros;
- Lua;
- área dos querubins (ou poderosos), sob o comando de
Gabriel, o arcanjo mensageiro de Deus, o forte porque luta por Deus
– mas que também se encantou pelas mulheres da Terra, talvez até
por Maria;
- associada ao sexto patriarca, José;
- Coluna do Meio.

10. Malkut
- Reino;
- formas concretas, acontecimentos na Terra e na vida,
situações visíveis;
- vida diária, estar vivo;
- domínio sobre a matéria, concretizações, magia,
resultados;
- desejos, sensações físicas, produtividade, trabalho,
administração da forma;
- Shekinah ou a face feminina de Deus, Matrona, a noiva.
Poetas qbl da Espanha, da Idade do Ouro, baseados em
modelos árabes, escreveram inúmeros poemas religiosos eróticos,
inspirados no Cântico dos Cânticos, como Gabirol, Y. Halevi, etc. A
amada era uma forma de se referir à Comunidade de Israel. O
anseio pelo relacionamento com Deus também fazia com que O
chamassem de Amada.
O livro (pequeno) Sepher ha-Bahir (séc. 12) é o documento
que fundamenta as sefirós, escrito de modo obscuro (intencional).
Boa parte do seu material deve ser de origem bizantina antiga.
Os primeiros qbl viviam na França, no Languedoc (região dos
cátaros) e na Espanha, na Catalunha e em Castela. A literatura qbl
mais antiga é mais franco-germânica e, depois, sefarditas (Scholem,
“Origins of Kabbalah”, 1987). A QBL da Espanha, no séc. 13,
também tinha material askenazi (Europa Oriental).
E, aí, surge a Mulher Divina, a consorte do Santíssimo, Deus
de Israel.

221
Foi o monoteísmo que colocou Deus como expressão
masculina; o monoteísmo foi forjado pelos antigos profetas de
Israel. Mas, no culto antigo e popular de Israel, havia um elemento
de adoração à deusa. Em face do monoteísmo, que afirma que a
única parceira feminina de Deus é o povo de Israel, a 10ª sefirá,
Malkut, foi colocada separada das outras na AV. A separação da
Noiva/Rainha do seu Rei, tornando-a exilada. O que incomoda aos
qbl.
O Bahir deixa obscuro os limites entre a amada divina e
humana de Deus. O livro foi publicado em 1.150, mas já vinha
sendo escrito talvez há uns 100 antes. Ali, a figura feminina é a 7ª
ou 8ª sefirá. Só no Zohar do séc. 13 é que essa figura aparece na
10ª sefirá.
O Bahir (antiga QBL) valoriza mais a origem divina da alma
do que o seu local de origem. Diz que as almas saem voando da
árvore cósmica (AV).
Isaac, o Cego (Provence, França, em Narbonne) identifica a
fonte da alma como Binah, a mãe-ventre. Que sai dela e segue pela
AV até chegar a Malkut e entrar no corpo humano.
No séc. 13, a partir de Gerona, na Espanha, os qbl ligam a
alma às tradições gregas (Platão e Aristóteles) de divisão da alma
em 3: neshamah, a alma superior vem da AV, das sefirós, talvez da
união entre Tifferet e Malkut, os princípios M e F (“Wisdom of the
Zohar”, Oxford Press, 1989).
Nos textos antigos, Shekinah é M, o Deus no exílio, amante
de Israel (Knesset Israel, a corporificação do povo, a noiva de
Deus);
- aparecem figuras, imagens para as sefirós no séc. 12 (o
poder das imagens mostrou-se mais forte do que a intenção dos
seus autores, disse Scholem);
- representa a Mãe Inferior, a Rainha, a Noiva do
Microprósopo, ou, ainda, Eva;
- Terra;
- domínio sobre os elementos;
- última sefirá, recebe tudo e nada dá – ao contrário de
Kether, que tudo dá e nada recebe. Ambos são completos: seja no
Vazio/Potencial, seja na Vida Terrena;
- todos os 10 dos naipes: completo, nada a acrescentar.
(Enfim a encarnação);
- Coluna do Meio;
- o sétimo patriarca: David.

222
Abaixo da AV está uma árvore inversa, caótica, resultado dos
“vasos quebrados” ou qlipós (Klipós). Ou as experiências que não
deram certo, nas tentativas de acerto e erro, na criação do mundo:
como os minotauros, centauros, medusas, etc.
Chama-se Árvore Qlipótica (AQ). Antigos qbl consideravam
perigoso até mesmo pensar nela, já que: pensar no mal é atrair o
mal (como os pecados). Achavam que essa AQ estava sob o
comando dos Reis de Edom, considerados inimigos da Knesset
Israel. Por isso, os vasos foram chamados de cascas (qlipós), ou
restos do mundo desorganizado. Chamou-se, então, de:
 Mal Ativo: corrupção e seus males, excessos em geral
(os gregos diziam que eram hubris, arrogância), violência e suas
consequências;
 Mal Passivo: inércia ou resistência à evolução, visão
estreita, ignorância consentida e suas consequências.
Na verdade, é a polarização, a oposição natural entre metas
diferentes, buscando um equilíbrio. Ou Deus e o Diabo, o Bem e o
Mal, etc. A Antiga Astrologia chamava de: Maus Aspectos.
A AQ também é composta de 10 números, sendo suas qlipós
correspondentes às 10 sefirós. Exemplo:
8. Hod – inteligência que leva ao esclarecimento (como
sefirá), ou inteligência que manipula e corrompe (como qlipá).
Outra coisa:
Na AV, você pode subir da sefirá 10 a 1 ou descer da 1 a 10.
Supondo que você esteja empacado em Netzah, nº 7: sem o
domínio dos seus sentimentos. Para subir na AV, deverá ir para
Tifferet, nº 6, desprendimento e devoção a um ideal. Ou de Vênus
ao Sol. E, daí, para as demais sefirós: 5, 4, 3, 2, 1. É o caminho de
ascensão, que tanto é o refinamento da alma como da preparação
para a morte.
No MN, a ascensão começaria com o ASC, a encarnação na
Terra, e “subindo”, pela maestria dos planetas, na sua ordem
crescente de movimento. Da Lua para Mercúrio, depois Vênus, Sol,
Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão (o desencarne). Os
antigos qbl não usavam os planetas transpessoais (embora já
fossem conhecidos desde a Babilônia), consideravam-nos mais da
esfera do divino, inalcançáveis para as pessoas comuns. Os qbl mais
recentes associaram: Plutão a Daat, Netuno a Hokmah e Urano a
Kether (eu, pessoalmente, não associo a nada. Na medida da
compreensão, Kether é Kether, Hokmah é Hokmah, Daat é Daat e ai
isso basta. Até porque, respeitáveis eruditos (inclusive da

223
Universidade Hebraica de Jerusalém) ainda estudam, meditam,
pesquisam sobre o misticismo judaico). Num suplemento do Zohar,
registram-se ideias e conhecimentos repassados pelo profeta Elias
(todos os qbl mais contemplativos, dos quais Abuláfia foi um dos
principais ansiavam por canalizações de Elias, repetindo
incansavelmente os Nomes de Deus), tais como:
- O Senhor único, supremo e sublime produziu 10 formas
que foram chamadas de sefirós. E, assim, tornou o invisível visível.
O Senhor permeia-as com sua presença, pois elas são o
desmembramento da Unidade (como na teoria quântica das 10
cordas).
- Elas desenvolveram-se, gradativamente, uma é longa,
uma é curta, uma é intermediária. Foram vestidas, são como os
membros humanos. Cada sefirá tem um nome pelo qual clamam os
anjos, e todas são atributos divinos.
As sefirós são manifestações divinas que vieram de Ain Soph,
o divino mundo invisível, e manifestaram-se nos 4 mundos (olamot).
No Mundo da Emanação, sem separação, irradiação, “ficam” as
sefirós 1, 2, 3. No da Criação, onde Shekinah é formada e, daí,
impregnando a Coluna do Meio, “ficam” as sefirós 4, 5, 6, como
Inteligências Criativas. No Mundo da Formação, onde estão os
arquétipos, “ficam” as 7, 8, 9. E no da Ação, mundo visível e
material, “fica” a 10ª.
As sefirós conectam-se por 22 caminhos. Que, mais tarde,
foram associados às 22 letras hebraicas e, mais tarde ainda, alguns
qbl associaram aos 22 AM.
Todos os 22 caminhos são chamados de Inteligências e
funcionam como “aspectos planetários” (em analogia) e até como
meditação de autoajuda e elevação. São caminhos subjetivos. As 10
sefirós são consideradas caminhos objetivos. No total: 32 caminhos
(ver detalhes no livro da autora, “A Carruagem”, vols. 1 e 2). Todos
mostram a Evolução descendente (do 1 ao 10), ou da criação e
formação do Universo (e da pessoa), e a Evolução ascendente (do
10 ao 1), ou da ida do homem até Deus.
Esses caminhos não têm relação direta com a linha que
atravessa a AV, como um raio em zig-zag, oriundo da chamada
Espada Flamejante (vindo de cima), ou da Serpente
Nechushtan/Sabedoria, que faz o zig-zag, a partir de baixo.
Semelhante à ascensão da Kundalini.

224
As 10 sefirós são experiências objetivas (como as
experiências dos 10 planetas no MN), comuns à Humanidade. Os 22
caminhos subjetivos são os meios de experimentar as sefirós
(objetivas), como são os aspectos entre planetas, levando à
expansão da consciência ou perda da inocência. (A consciência
cósmica, ou Satori, Nirvana, para os hindus; ou Samachi, que leva a
uma vasta expansão da consciência, já é estudada e trabalhada
modernamente, como na Psicologia Transpessoal – sem falar nas
áreas místicas).
Na meditação dos caminhos, começa-se por Aleph e acaba-se
por Tau (ou Tav, Thô), ou seja, do 11º caminho ao 32º.
Na AV original e na QBL luriana não há tais correlações.
Somente há os Nomes Divinos das sefirós.
Já foram dados os nomes até a 5ª sefirá. Os demais nomes
divinos das sefirós são:
6. Tifferet – Yaweh (ou Jeovah) Eloah Va Daat (Deus
manifestado na Inteligência);
7. Netzah – Jeovah Tzabaoth (Deus dos Exércitos);
8. Hod – Elohim Tzabaoth (Deus das legiões do bem e da
concórdia);
9. Yesod – Shaddai El Shai (Deus vivo e todo-poderoso);
10. Malkut – Adonai ha Aretz (Deus manifestado na
Natureza).
Um exemplo pelos 10 caminhos da AV: supondo uma
questão de Relacionamentos. Considere uma relação que ache ser
importante. Siga as sefirós, a começar de baixo, pela 10ª,
observando se tem um ponto fraco em alguma delas.
10. Reino – trata da relação já existente, materializada,
visível. Simbolizada pelo ASC: o que é visto.
9. Fundação – aliança, compromisso entre as duas pessoas,
a base da relação. Sem essa cumplicidade, sacralidade, a relação
começa a se fragilizar. Com a aliança sagrada, ela se fortalece. Lua.
8. Esplendor – a glória da boa comunicação, sabendo ouvir.
Ou começa um distanciamento. Ou o diálogo abre portas. Mercúrio.
7. Vitória – sobre os sentimentos que possam perturbar a
relação e, daí, o crescimento do amor. Caso contrário,
desintegração do relacionamento. Vênus.
6. Beleza – que vem do envolvimento da alma na relação,
identifica-se com o outro e os laços se fortalecem, a união irradia
luz. Ou, ao contrário, ensombrece-se, porque o espírito está longe.
Sol.

225
5. Justiça – pois sabe fazer trocas equilibradas, e o temor
de perder a relação ajuda a lutar perante os desafios. Caso
contrário, implanta-se o desinteresse e surgem conflitos. Marte.
4. Bondade – ou desejo de beneficiar o outro, expandindo
a relação. Compartilha e ambos evoluem. Mas, ao contrário, o
egoísmo, a falta de generosidade, fecha a relação. Júpiter.
3. Entendimento – aceita o outro como ele é, compreende
e acolhe. Sem isso, a relação está de braços e pernas cruzadas:
fechada. Saturno.
2. Sabedoria – sabe o que fazer, no momento certo, ajuda
a solucionar e há futuro na relação. Sem isso, o relacionamento vai
sendo abandonado, tudo foi uma ilusão. Netuno (?).
1. Aqui se alcança o sagrado, a consciência da divindade
dentro da união. A relação torna-se a fonte de tudo de bom e do
que pode ser feito na vida. Não há separação, são 2 em 1. Urano?
Então, nesses caminhos, onde está a fortaleza ou a
vulnerabilidade do relacionamento?
Mas, no caminho contrário, da descida na AV, do 1 ao 10:
quando não há nenhum relacionamento, mas deseja-se encontrar
alguém e formar um par. Buscar uma concretização (pode ser para
qualquer meta, como a vida profissional, a saúde, uma busca
espiritual, etc.). Mas, vamos à relação:
1. Potencial – de ter um relacionamento, encontrar alguém.
Está aberto a isso, sinceramente? Comece semeando “dentro de si”,
para que surjam condições. Urano?
2. Sabedoria – de usar sua intuição ao encontrar as
pessoas, abrindo-se a elas, dando um pouco de si (é dando que se
recebe). Netuno?
3. Entendimento – compreender como os outros
funcionam, começo da receptividade, aprendendo a receber.
Saturno.
4. Beneficiar, Expansão – investir na relação para ela
crescer, dispor-se a compartilhar, sabendo ter misericórdia quando
for necessário. Júpiter.
5. Severidade – consciência dos limites do relacionamento,
nem tudo é permitido, senso de justiça. Marte.
6. Harmonia e devoção – para que o relacionamento se
torne parte de sua missão na Terra e torne tudo belo, mesmo
quando não for. Pois tudo tem uma beleza, é só prestar atenção.
Sol.

226
7. Vitória do amor – e não dos sentimentos pessoais, dá
afeto, retifica situações com boa vontade. (Retificação é uma das
características desta sefirá). Vênus.
8. Esplendor mental – ouve o outro, troca ideias, aprende
mais sobre a própria relação e vai ganhando confiança. Não fica de
mau-humor. Mercúrio.
9. Alicerce – a relação se solidifica com a cumplicidade, o
compromisso, a integração sexual, assume responsabilidades do
relacionamento e solidifica ao futuro.
10. Materialização visível – união consagrada pelas leis
universais e do mundo em que vive. “Contrato assinado”.
Então, onde estão os seus pontos sensíveis que podem
ajudar ou prejudicar o encontro com o par?
Esses 10 caminhos, ao serem cruzados entre si e formarem
outros 22, podem ir dando mais informações e ajudas. Por exemplo:
Cruzamento de uma sefirá que você considera vulnerável
numa relação já existente:
8. Dificuldade de comunicação. Em primeiro lugar: você
ouve o outro? Nenhuma comunicação funciona adequadamente
quando não há essa disponibilidade. Mas, aprofundando o
“conserto” dela:
O nº 8 está ligado a outras sefirós (veja o desenho da AV):
 com o nº 7 – equilíbrio emocional, Vênus;
 com o nº 9 – querer solidificar algo, Lua;
 com o nº 10 – resultado concreto, ASC;
 com o nº 6 – dedicação ao ideal, Sol;
 com o nº 5 – observar a justiça, Marte.
Um caminho que se desdobrou em 5. Se você estudar e
compreender bem os planetas e as sefirós irá descobrir muita coisa
para si ou para ajudar os outros, se eles quiserem.
Da mesma forma, as 12 casas do MN podem ser cruzadas
pelos aspectos naturais. Ex.: casa 3, comunicação ou primeiro
contato com algo externo a si, treinamento da concorrência.
Toda casa 3 está em:
 Oposição à c/9 – expansão, ver mais longe aquilo que é
desconhecido a si (estrangeiro);
 Quadratura às casas:
- c/6 – aperfeiçoamento pessoal, tornar-se útil aos outros
e à vida;
- c/12 – percepção dos bastidores, do não óbvio,
capacidade de desligamento pessoal;

227
 Trígono às casas:
- c/7 – parcerias e rivalidades;
- c/11 – coletividade, grupos sociais;
 Sextil às casas:
- c/5 – criatividade, deixar sua marca;
- c/1 – abrir chances na vida.
Uma casa que se desdobrou em 7 (sem contar se houver
uma conjunção com outro planeta nessa mesma casa 3).
Olha: há muito o que descobrir num MN se você se dispuser
a observar e meditar. Faça como Abuláfia, o qbl espanhol do séc. 13
(foi discípulo de Maimonides, escreveu 22 obras proféticas e 26
tratados cabalistas): meditava e entrava em transe dias inteiros,
contemplando as letras hebraicas. O resultado foi uma grande abra
e muita perseguição pelos colegas).
Se quiser ir além, veja ainda as Casas Derivadas
(“Conhecimento da Astrologia Vocacional, Empresarial e Mundial”,
da autora, ed. Imperial). Pois uma Casa Derivada (CD) “forma
aspectos”, tanto com a casa original como com outras.
Exemplo de aspecto de CD com a casa original. Casa 8:
- a c/8 mostra a força emocional perante as crises e
ameaças da vida, as perdas e ganhos;
- a c/8 é a c/2, CD da c/7. Se você tomar a c/7 como o
“ASC” ou c/1, dos relacionamentos e parcerias e, a partir daí, fizer
CD das demais casas, mas sempre em referência à c/7 (que é o
tema a estudar), terá:
c/7 – CD 1 da 7;
c/8 – CD 2 da 7;
c/9 – CD 3 da 7, etc.
Portanto, c/8 como CD 2 da 7 – os recursos, o lucro dos
relacionamentos e parcerias (tipo conta conjunta: uma maravilha ou
uma tragédia).
No entanto, como a c/8 mostra sua atitude perante os
desafios, então ela, também, indicará como se refletirão em você os
resultados dos recursos da outra pessoa. Até mesmo os recursos
dos clientes, já que a c/7 também trata da sua clientela imediata.
Ou seja, na c/8 há uma “conjunção” entre os desafios da vida
e os recursos alheios.
Em qualquer trabalho de magia, de concretização de um
desejo, é comum haverem frustrações, demoras, testes, etc. Assim
é a vida na 3ª D. E o maior teste é o Medo de Fracassar. Afinal, faz
parte do jogo de poker da vida perder uma rodada. Nas mesas de

228
bar também se paga uma rodada para os outros. Cada um na sua
vez.
Isso sem falar no Tikun (tão discutido por I. Luria): defeitos a
serem corrigidos.
Tikun significa que, no passado, você pisou na bola ou
perdeu o penalty. Você só pode corrigir algo se tiver consciência
que errou. Sem considerar algo como erro, nada se fará, nem uma
compensação.
Alguns qbl consideram o Nodo Sul Lunar como uma questão
de VP e que o Nodo Norte Lunar seria a forma de compensar aquela
questão. Essa ideia é a da Astrologia Védica, hindu. (Não é a minha
opinião, mas pode-se ter qualquer opinião. Além do que, posso
mudar de opinião, pois tudo é impermanente. No entanto, em face
de minhas pesquisas e trabalhos diretos com mais de, atualmente,
10 mil casos de RM/VP (não são 10, são 10 mil), foi constatado: a)
em nenhum desses casos apareceu referências aos Nodos Lunares;
b) questões de VP referem-se a planetas e seus aspectos (ver
“Conhecimento da Astrologia Kármica e Viver é para Sempre”, da
autora).
A propósito, quanto aos Nodos:
- não sendo planetas, mas pontos de interseção da Lua na
eclítica (e todos os planetas têm seus respectivos Nodos), seu efeito
é analisado:
 pela posição da Lua no MN;
 pelo signo em que os Nodos estão;
 pelo planeta dispositor de cada Nodo.
Exemplo: Lua em Aquário, na casa 2. Ver aspectos: Nodos N
e S, respectivamente, nas casas 4 e 10, em Áries e Libra; dispositor
do Nodo N: Marte e do Nodo S: Vênus. Ver aspectos e casas dos
dispositores. Para analisá-los, integrados com a posição da Lua.
Portanto, as informações sobre esses Nodos devem ser analisadas
como um conjunto, como um ramalhete florido à sua disposição:
 Lua Aquário + casa e aspectos;
 N Norte Áries + c/4, ver casa e aspectos de Marte;
 N Sul Libra + c/10, ver casa e aspectos de Vênus.
Aí, sim, dos aspectos da Lua, Marte e Vênus pode-se avaliar
um Karma, um Tikun. Acrescentar-se-ia, ainda, Urano, como
regente de Aquário, para avaliar a Lua mais profundamente.
- Sob o ponto de vista evolucionário, qualquer coisa deve
ser constantemente aperfeiçoada e corrigida, quando for o caso.
Não aperfeiçoar é regredir, ficar para trás.

229
Aliás, é uma perda de tempo pensar em fracassos, etc. Se
você não for míope (mas pode usar óculos ou lentes), logo verá o
quanto se cresce, amadurece, faz-se currículo, com os fracassos,
gafes, defeitos, penalties perdidos: desde que sejam capitalizados.
Só ganha musculatura quem se exercita.
Você se fortalece e perde a ingenuidade nas quadraturas e
oposições. Você descansa e contempla o luar nos trígonos e sextis.
Juntar ambos é uma maravilha. Os planetas mais produtivos do MN
são os que têm aspectos difíceis. Se também viverem aspectos
fáceis, melhor ainda: uma difícil manobra (quadratura), mas acaba
entrando na vaga (tríogono), sucesso ao estacionar seu carro.
O mago, o sujeito alerta, sabe que oportunidades sempre
surgem, porque a vida avança. Além disso, o mago tem bom humor,
ainda que seja um cara sério. Bom humor é como Tikun Clali:
remédio para qualquer coisa.
Magnetismo é como imã: atrai e repele. E está em tudo que
existe, inclusive no MN. Como o Sol se atrai pela Lua e Vênus por
Marte, como Hokmah por Binah, etc.
A QBL usa anjos, como você sabe. O qbl francês, Lenain, séc.
19, registrou os 72 nomes de anjos associados aos 72 Nomes de
Deus e datas/horas de nascimento (“La Science Cabalistique”,
1972). Toda a Torah tem informações ocultas que os talmudistas
tentavam decifrar, inclusive pela Guematria, pelo Notarikon e pela
Temurah, que são três processos da QBL literal. É um estudo
antigo, mas a precipitação e a superstição dos números, letras,
nomes afasta o real sentido oculto. São contrainformações. O
Tetragrammaton, você sabe, ele contém o: Em cima, em baixo, os
lados nos 4 pontos cardiais.
Certas ideias e posturas, pó outro lado, também depreciam o
verdadeiro conhecimento. aG. Scholem disse:
- Certas práticas cabalísticas não têm nada a ver com a
QBL.
Pois tudo depende da pessoa.
O Zohar diz:
- Cada palavra tem um sentido sublime e um mistério
celestial. (Guemataria).
O valor numérico de uma palavra mostra uma intenção e
sentido internos. Exemplo: em hebraico, a letra Shin tem o valor
300. Ela é uma letra-mãe, associada ao fogo e seu logotipo parece 3
chamas subindo aos céus (ou uma parte de uma dentadura). Esses
300 equivalem ao mesmo valor de Ruach Elohim, ou seja, o Espírito

230
de Elohim (deuses). Portanto, Shin simboliza a manifestação do
espírito dos deuses.
Os nomes têm dois valores, um menor e um maior. O valor
menor é o número reduzido (um só numeral) de um nome. O valor
maior é o número composto desse nome (a soma sem redução).
No Notarikon formam-se palavras com as letras iniciais ou
finais de uma frase. Assim é com a palavra superconhecida Amen,
que significa Senhor e Rei Fiel (Adonai Melekh Namen, AMN, sem as
vogais). O suposto autor do Zohar, Rabi Schimon bar Iochai (ou
Simon ben Yochai) era chamado de Raschbi:
Ra - de Rabi (rabino)
Sch - de Schimon
b - de bar (filho)
i - de Iochai
Quando se abrevia QBL, tem-se um notarikon. Tanto quanto
UNESCO, JK. (Sou adepta).
A Temurah é para os criptógrafos de carteirinha:
transposição de letras de uma palavra, conforme certas regras. Seus
detalhes estão no texto: Doutrina da Combinação (Hochmat Ha-
Tzery). Abuláfia dizia que a Temurah era a chave dos mistérios da
Divindade (meditou no Tetra) e da iniciação dos poderes mágicos.
Ele fazia inúmeras combinações das letras através de profunda
contemplação mística e técnicas respiratórias (tipo yoga). Chamava
a isso de “lógica mística”.
Toda palavra é uma Temurah, pois composta de letras e suas
combinações, separações e junções, que revelam mistérios.
A QBL Prática trata de Magia Cerimonial ou Ritualística (como
numa afinidade com o 7º Raio: Magia e Cerimonial), e também de
talismãs, uso da Astrologia, Tarot.
A QBL Literal trata do uso da Guematria, Notarikon e
Temurah, numa sintonia com a QBL Prática.
Há ainda:
A QBL Dogmática ou Doutrinária, com o estudo da Teoria,
através de livros.
A QBL Oculta, passada de mestre para aluno, via oral, não
escrita.
Os antigos qbl meditavam sobre as sefirós na AV, usando
roupas especiais, jejum, orações, contemplação. Essa AV era
chamada de Árvore Sefirótica.

231
Diziam que o Paraíso, o Eden era toda a Terra, e não um
local da Terra. Que foi-se, com o Pecado Original. Ou seja, com a
polêmica rebeldia aos costumes.
A meditação da AV servia para o desenvolvimento espiritual e
não para o conhecimento curioso. A AV seria como um diagrama
das forças/energias (nada a ver com coisas, pessoas, objetos, etc.,
como é de hábito fazer).
Para os antigos qbl, a AV não era essa que se usa, mas a
Torah. A atual resulta das concepções do Zohar e aprofundada por
Isaac Luria. A atual seria, por isso, Árvore Sefirótica. Mas,
tradicional ou popularmente, é conhecida comoa AV. Tudo bem,
continuaremos usando o termo AV, mas sabendo, também ou
principalmente, que AV são os textos da Torah. Que não devem ser
entendidos literalmente. O mesmo com a Bíblia.
Alguns estudiosos da Golden Dawn (Waite, Wescott, Crowley,
etc.) até discutem em mudar a posição das sefirós do lado direito
para o esquerdo. Mas a AV é muitíssimo mais antiga que eles.
Os qbl ortodoxos repelem a Árvore Sefirótica, por acharem
que ela se afasta do Zohar e do Sepher Yetzirah. Bem, nunca houve
concordância em coisa nenhuma. Mas num ponto concordo com
eles, quando dizem: É insensato e inútil ligar o Tarot à AV (La
Qabbale Devoilé). Os rabinos ortodoxos descartam a AV.
A questão é: há diversas maneiras de se discutir a QBL e,
desde os últimos 9, 8 séctulos, não se chegou a uma unanimidade.
Como não se chegou para muita coisa e isso nem siquer é
importante.
Conforme diversos autores, épocas, culturas, há inúmeros
pontos de vista. O mesmo se dá na Astrologia. Então, não há teoria
unificadora da QBL, até mesmo pelos momentos históricos e os
interesses religiosos.
Um exemplo está nessa questão dos Nodos Lunares, em que
os qbl magos faziam meditações e usavam amuletos para corrigir.
Deviam fazer para todos os planetas e sefirós, ora essa... Os hindus
usam pedras preciosas para combater os “maus aspectos” do MN.
Por que não usar um rubi para enaltecer o seu Sol, uma esmeralda
para desenvolver a inteligência e esperteza de Mercúrio, uma safira
para os bons auspícios de Saturno, um brilhante para arranjar um
casamento para Vênus... não é uma boa? Sim, para quem pode.
Quem não pode vai na meditação mesmo. E não estou brincando.

232
MAGNETISMO

A imaginação – Lua, Yesod – leva a qualquer lugar. Ela é um


espelho por onde desfilam todas as coisas e pessoas. Eliphas Levy
chamava a “luz astral” de luz ódica do Cavaleiro Reichenbach. Os
qbl chamam de luz de Ob, Aur ou Od.
Od é quando você magnetiza (dá) alguém, como um
facilitador fazendo uma RM/VP, quando você encanta alguém. Luz
ativa.
Ob é a pessoa magnetizada (recebendo), como o cliente na
RM/VP ou talvez você lendo este livro. Luz passiva
A Luz Astral é aquilo que liga todas as almas pelas memórias
dos antigos tempos. Isso liga todas as pessoas, pois vieram da
mesma fonte ou luz.
Os gregos chamavam-nas de Python, relacionando-as à
incorporação da pitonisa. Python era a serpente sagrada, no
subterrâneo de Delfos. Ela foi morta por Apolo, ou Luz Solar.
(Hércules também anulou as forças perturbadoras das Hidra de
Lerna, fazendo come que suas 9 cabeças vissem a luz – menos
uma, que ficou de sobreaviso, para quando houvesse uma brecha
saísse por aí perturbando. O que acontece, mais ou amenos,
frequentemente.)
A Luz Astral, Aur, tem sua polaridade representada no
caduceu de Mercúrio (Hermes) e nas ferramentas de Vulcano
(Hefaistos). Curar e matar, forjar ou destruir. Esse é o Grande
Poder: daqueles que têm o poder de decidir quem vai viver e quem
vai morrer; quem vai ficar e quem vai cair afora (que Daniel Quinn
chamou de Takers – os que pegam. E chamou de Leavers – os que
permitem, deixam).
No caduceu, a serpente da direita, M, representa Od. Como
no Pilar da Direita da AV (ou Sefirótica): Dar. A serpente da
Esquerda, F, representa Ob. Como no Pilar da Esquerda: Receber.
Ambas cruzam-se na haste do caduceu, como os pares de qualquer
coisa se cruzam, como as sefirós se cruzam. No alto da haste do
caduceu está um globo dourado: representando Aur, ou Luz
Equilibrada. Como o Pilar do Meio ou do Equilíbrio, na Av. O
equilíbrio entre dar e receber, falar e calar, pegar ou deixar, avançar
ou retroceder, etc., etc.
Qbl ou não, as pessoas costumam polarizar entre o Bem e o
Mal. Antigos qbl diziam:

233
- Infelizes os que adivinham por Ob (ou seja, só para
receber), pois provocam a fatalidade e tiram a liberdade do Homem.
As duas serpentes também podem ser associadas à Água de
Vida, do signo de Aquário, com suas duas linhas paralelas que
sobem e descem. Essa Água de Vida é o Conhecimento, que leva ao
progresso ou evolução.
O magnetismo pessoal é o equilíbrio entre Dar e Receber,
entre Od e Ob. Que leva ao equilíbrio de Aur.
Ain Soph (Ou En Sof) – Luz Infinita (ou Deus).
Ain Soph Aur – Luz Infinita Equilibrada.
Se você dá consulta seduzindo o cliente, falando o que ele
quer ouvir de bom ou impondo uma atitude, provavelmente terá
sucesso com muitas pessoas. Estaria atuando com a serpente da
esquerda, Ob. Se busca integridade no seu trabalho, falando aquilo
que pode ajudar ou fazer crescer, provavelmente terá menos
clientes, mas estaria agindo sob o patrocínio da serpente da direita,
Od. Essas duas serpentes ou luzes (aquilo que clareia) estão sob a
mão de Mercúrio e de Hod, o Esplendor: ou O Verbo, aquele que
ilumina.
Essas serpentes-luzes também estão no bastão do filho de
Apolo, Esculápio (Asclépio), o Grande Médico de Almas e de Corpo.
E naquelas varas que Moises transformou em serpentes, para
advertir o faraó (só pode ser uma alegoria, pois nenhum faraó
permitiria esse tipo de acesso. Bom, mito sempre é bom para
educar e esclarecer). Outro que usa a luz para magnetizar é o
Tzadik.
Aliás, o Tzadik – apreciado pelos eruditos Talmudistas, que
pesquisam os segredos da Torah – era considerado O Justo, ou
aquele que sustenta o mundo e está no centro do Cosmos, em face
de sua virtude moral (A. Green). (É o Ermitão do Tarot). Durante
muito, muito tempo, os rabinos foram valorizados, ganhando força e
poder, pela sua erudição e não pela sua personalidade. O que valia
era Hod, o intelecto. Ou a letra Resh, a cabeça. Mas isso não deu
muito certo. A personalidade forte, hipnótica e fascinante de Isaac
Luria (e outros) – totalmente à parte do comércio do sagrado, mas
envolvido nas revelações diretas – já atraía muito mais adeptos. O
conhecimento carismático (pelas revelações) sempre atraiu gente,
como os profetas, os navi.
Eliphas Levy dizia que os loucos são magnetizadores,
fascinadores (Netuno) e que é isso que torna a loucura contagiosa:
o fascínio pelo estranho. Netuno, o grande sedutor, aquele que traz

234
o maravilhamento, que abre os canais – para o céu ou para o
inferno. Por isso que, nas grandes crises, chamem os loucos: eles
terão soluções.
Apenas a incapacidade de usufruir, de ter verdadeiro prazer
(a Vitoria de Netzah), ou Vênus, é que leva a um comportamento
sem noção de limite. O incapaz de usufruir talvez sonhe com algo
eeenoooorrrrmeeee. E produzem vandalismos, guerras, exigências
impossíveis, etc. – tudo coisa grande. O viciado em crack ou o
viciado em delírios espirituais tem dificuldade de sentir o prazer de
viver, busca o Paraíso. E o Paraíso, as you know, está no útero
(materno ou divino): um dia, todos estaremos lá. Só que lá, a única
coisa a fazer é Esperar. Tudo o que lhe resta, agora, é Viver.
Quem fala mal da Terra, deste planeta, é outro que delira.
Afinal, a Terra também faz parte do Céu, ela é o Céu. Sonhar só
pode ser um meio de preencher o vazio interior. OK. Melhor
preencher com belos sonhos do que com pesadelos.
O verdadeiro amor, o amor natural de Netzah/Vitoria vem do
magnetismo, de um imã. Levy dizia que o amor absurdo levava ao
suicídio.
Nem a velhice, nem a morte são más. Nada do que é
inevitável pode ser mau.
Mas tem gente que prefere analisar sefirós como qlipós e
aspectos dinâmicos como maus ou negativos. É o pessoal que vive
achando que o mundo tem que ser mudado, mas que pouco faz
para melhorá-lo.
Na minha opinião NÃO há aspectos negativos, nem qlipos. Há
excessos ou carências. E daí? Não pretendo ser um Tzadik que
sustenta o mundo. Mas poderia ser o que tenta iluminar quem se
aproxima. (O Eremita leva uma lanterna, o que significa que não
quer iluminar a todos, como o Sol).
Bem, o mundo pode ser mudado. Mas é uma missão
impossível: precisaria que os tolos fossem desiludidos. E eles se
acham os maiores. A Humanidade aprecia a desordem. Exceto a
Suiça.
A maldade existe quando ela é permitida, consentida,
desejada (pelos tais Takers, os que tomam, pegam). A luz não
precisa estar no dia, nos palácios, no céu. Tem gente que anda na
luz do dia e só vê as sombras. Portanto, a luz está em quem tem
interesse, disposição em vê-la. E perguntaram ao sábio:
- E os cegos, como verão a luz?
- Poderão ser guiados.

235
- E se não quiserem ser guiados?
- Ponham-lhes barreiras.
- E se eles derrubarem as barreiras?
Respondeu o Tzadik:
- Então, eles não são apenas cegos, são alienados
perigosos e devem ser presos.
*
No séc. 1 AC, os judeus de Alexandria escreveram, em
aramaico, o livro “Tratado de Shem”. Que continha 12 capítulos, um
para cada signo, junto com previsões fatalistas. Bem ao gosto da
época. Da época? A partir do séc. 4 DC, os signos foram sendo
pintados nas sinagogas do Oriente Médio.
Unia-se a vida espiritual com a social. Você sabe que o
calendário judaico, soli-lunar (como o chinês e o hindu), começou
em 3.761 AC, quando houve a criação de Adam Kadmon (ou
homem primordial, resultado de estudos e experiências genéticas da
Suméria, em busca do aperfeiçoamento humano). Essa mesma data
marcou a glória, também, de Marduk. O Hino Enuma Elish e o
nascimento de Adam Kadmon eram comemorados nos festivais de
Ano Novo, em homenagem a Marduk.
Conforme a Torah, os signos tinham analogias com as 12
tribos de Israel, (cujo número reduzido, em hebraico, é 1), os 12
filhos de Jacob. Acrescentavam a influência dos 7 arcanjos,
associados aos 7 planetas visíveis; as influências dos planetas nos 7
dias da semana; e tudo com visões supersticiosas, conforme a
época. Exemplo:
Se você nasceu num dia de Saturno (sábado) vai morrer
também num sábado, porque profanou o santo dia do Shabat.
- Mas se nasceu num dia da Lua (Segunda-Feira), terá
oscilações de mau humor.
As partes arábicas, como o nome diz, foram desenvolvidas
pelos árabes. Sabe-se que Abraham bin Ezra, no séc. 11, chegou a
ser condenado pelo uso excessivo dessas partes – consideradas
adivinhações inconsistentes com a espiritualidade e com os
propósitos superiores da Astrologia Judaica (voltada para a elevação
espiritual e discutida pelos Tzadikim). Então, descartaram-nas.
A Astrologia QBL é bem semelhante à Ocidental, apenas
mantendo e incentivando os princípios da Torah e do Talmud (o que
mudou um pouco a partir do séc. 16 – não a elevação espiritual,
mas os estados talmúdicos; principalmente pelas revelações
carismáticas. Assim, quando Abraão e Sarai mudaram seus nomes

236
para Abrahão e Sara, ao saírem de Ur, tiveram um renascimento
simbólico, passando a ter um novo destino. (Abrahão, versado em
Astrologia, até fez um novo MN para eles). Essa mudança de nome
não foi só pela saída da Babilônia (em Ur), mas, principalmente,
porque passaram a ter condições de terem filhos. (Ele já tinha um
filho com a concubina, o que era comum e politicamente correto. O
problema é que Sarai não conseguia engravidar. E a herança
sempre ia para o primogênito do casal (aliás, o problema do grande
Enki, da Suméria, que tratou de rivalizar com o meio-irmão Enlil,
filho do casamento. E Enki, filho da concubina). Mais tarde, isso
levou à Grande Guerra entre os anunaki, com a vitória de Marduk,
descendente de Enki. Entre os judeus, levou ao ainda atual
problema com a Palestina, pois o filho da concubina, Ismael,
bandeou-se para o outro lado. (Sara expulsou a concubina com o
filho). E até hoje essa novela continua: briga entre irmãos, judeus e
palestinos. A Humanidade continua a mesma: incapaz de usufruir o
prazer.
O seu MN é eterno enquanto você viver. Mas, se quiser
seguir o exemplo de Abrahão:
- faça um novo MN para o momento em que você mudou
de nome e vida (como é o caso do mapa do casamento, mas que se
refere ao casal);
– é semelhante ao MN de relocação, feito para a cidade para
a qual você se mudou, corrigindo a sua hora de nascimento para
aquele local. Certamente você não deveria basear sua vida nesse
mapa de relocação. Use-o como uma visão, perspectiva para a nova
vida e local. E se você fizer o mapa para a mudança do seu nome (e
consequente e obrigatória alteração de vida), ele também será um
complemento (como o tal Mapa de Casamento). Mas nenhum deles
deve substituir o MN, nem ser sujeito a trânsitos, para o caso de
decisões importantes.
Os planetas atuam no Mundo da Formação, onde pairam os
anjos, mas afetam o Mundo da Ação.
Seu MN mostra seu trajeto na Terra, nesta encarnação. Nele,
o Sol é o seu atual destino espiritual. As várias encarnações são as
subidas e descidas na Árvore Sefirótica. Mas a vida originou-se no
Mundo da Criação, onde transitam aos arcanjos (chefes dos anjos);
no entanto, inspirada no Mundo da Emanação, dos arquétipos.
Quando você nasce no Mundo da Ação ou Manifestação, manifesta-
se o zodíaco, com seus signos e planetas, e os chakras. Nesse caso,
você recebe um guardião, espécie de administrador ou supervisor,

237
mais conhecido como Anjo da Guarda – referente àqueles 72 Nomes
de Gênios/Anjos relacionados por Levain, séc. 19. Esses tipos de
anjos são chamados de Irim ou Ashim (almas de fogo). Quem os
valoriza é a QBL Mágica ou Carismástica.
Os tibetanos dizem que quando alguém morre, continua
vendo tudo e podendo ir para onde quiser, através do Corpo Mental,
nas primeiras 7 semanas (quase dois meses após a morte). E os
vivos poderiam falar com o morto durante esse período,
principalmente se ficarem próximos dos lugares em que o morto
costumava ficar. (Quando um vizinho do condomínio em Teresópolis
morreu, eu o vi, na semana seguinte, “andando” pelo jardim).
Os tibetanos dizem que, nesse período, se você dormir na
mesma cama do morto (ou vestir as roupas preferidas dele), pegará
a energia dele. Se não lhe interessar, deixe o quarto ficar arejado,
troque o colchão, pinte as paredes, dê as roupas. Certamente você
já ouviu histórias de “fantasmas”, energias de mortos que se
apegaram aos locais em que moravam ou trabalhavam, por um bom
tempo. Não são lendas.
Quanto mais evoluído tiver sido o morto (falecido é uma
palavra feia) mais depressa ele se desapega, desliga-se da antiga
encarnação. Afinal, é durante a vida que deve-se fazer o que se tem
que fazer. Não espere a morte para corrigir seu Tikun, assustando
os outros.
Ninguém morre na hora errada. Estão aí os trânsitos do seu
MN para atestar isso.
Diversas culturas têm suas ideias e mitos sobre as passagens
para O Outro Lado. Os atlantes encaravam com naturalidade os
ciclos de nascer – morrer – renascer. Consideravam o Outro Lado
como a verdadeira morada original. Celtas, e druidas, quando
percebiam que os doentes eram irrecuperáveis, jamais retinham a
vida. Relaxavam e meditavam para deixar o corpo físico: nem
pensar em ficarem ligados à indignidade de tubos e aparelhos de
UTI, que só trazem vantagens para a administração hospitalar (em
VP, fui druida). Os cátaros e albigenses (da Provence, onde os qbl
tiveram a escola da QBL, em Narbonne) também meditavam e
purificavam-se para abrirem a “porta” para a entrada do Espírito
Santo (ou de Shekinah, em sua bela carruagem puxada por
querubins, como nas de Yaweh, seu consorte). Assim fizeram
quando o Duque de Monfort, preposto da (Santa) Inquisição,
matou-os aos mi-lha-res. Os cátaros eram treinados para saídas fora
do corpo. Eram pessoas incomuns à época (séc. 12), alfabetizados

238
(uma raridade), ricos, generosos e com desinteresse material,
vegetarianos, silenciosos, respeitadores da natureza e dos animais,
não mentiam. A nobreza participava bastante dos cultos, os
instrutores faziam as iniciações com gestos, luzes e poucas palavras.
Eram bem desenvolvidos e civilizados. Por isso, foram exterminados.
Muitos conheciam uma QBL cristã.
Pessoas com mais expansão de consciência, geralmente,
morrem com mais facilidade e logo “vão para a luz”. Isso se viu,
inclusive, com algumas pessoas que sofreram o holocausto.
Quem “vê a luz”, enquanto vivo, sabe que acessou Algo Mais
e Maior (independentemente das explicações científicas). Nunca
mais será o mesmo, a não ser que negue-se transformações. Ai,
acabará esquecendo “a luz”. Essa luz surge nos trânsitos de Netuno
com planetas pessoais e importantes no MN, ou nas cúspides das
casas cardiais. É Aur.
Os Iniciados, qbl ou não, Tzadikim ou não, estão no mundo,
mas sem apego. Precisam tanto dos momentos de solidão (para não
se prender a relacionamentos), como de ocasionais e produtivos
contatos com pessoas (a fim de transmitirem algo transformador ou
facilitador). Um dos lemas deles é: Vive melhor quem aprende a
morrer.
E isso se aprende durante os fortes trânsitos de Netuno ou
Plutão (independente das casas onde passam) ou de planetas
contatando a c/8 de algum modo.
Jung teve uma EQM (experiência de quase morte) quando
teve um ataque cardíaco. Ao retornar da EQM, disse que havia tido
uma sensação de eterna felicidade.
Você se torna num tipo de pessoa conforme o uso que faz do
seu MN (e do seu nome). Para os qbl, só há um caminho: o
espiritual; e toda interpretação do MN é voltada para esse objetivo.
Pois o nunca visto, o nunca ouvido, o nunca provado, o
nunca sentido, o nunca aromatizado lhe esperam.
Se você for um místico.
Mas, o que é ser místico?
*

239
6. MISTICISMO E QBL

O que é misticismo?
Eis algo complexo. Escreva aí a sua versão: _____________.
Até o séc. 20 (até Einstein, que era pisciano), Ciência e
Espiritualidade andaram aos trancos. Depois, elas começaram a
ensaiar “un pas de deux”. Seria pela Era de Aquário, por uma
Consciência Mística?
Eis algumas definições de Misticismo (Mattew Fox, “A Vinda
do Cristo Cósmico”, ed. Nova Era, 1998):
a) Misticismo é experimentar, ver por si, saber por si, em
vez de pelos outros:
 experimentar o divino (não há místico por procuração);
 passar por profunda transformação interior (como pelos
atos mágicos, a psicomagia);
 fé em algo que lhe toca, que lhe interessa. M. Eckhart
(leitura imperdível, da época de S. Tomás de Aquino) dizia que falta
de êxito é falta de fé naquilo ou em você;
b) É sentir a não separação, em qualquer nível. Comungar:
ser um com tudo. E isso é uma abertura para a criatividade;
 juntando as percepções das diferenças, mas mantendo a
individualidade. Ou identificação: a unidade na diversidade;
 outra unidade é a compaixão, a percepção de que tudo
está interligado (o que aconteceu com o outro poderá acontecer
com você um dia), o envolvimento com o outro (vestir as sandálias,
mas andar no seu próprio caminho). Deus dentro e em tudo
(panteísmo). Hesed, a Bondade.
c) É restabelecer conexões, já que as experiências pessoais
estão conectadas às das outras pessoas (através dos arquétipos,
dos rituais, cores, músicas, etc. Ou a borboleta que bate asas na
Indonésia e afeta o Obama, em Washington);
 consequentemente, artistas, escritores, cabalistas,
psicólogos, astrólogos, etc. são místicos (criadores de conexões
entre humanos e não humanos; aliás, todas as pessoas são
místicas, ainda que algumas não se tenham tocado).
d) É assombrar-se, maravilhar-se, espantar-se – o
maravilhamento precede à fé (assim como o louvor, conforme o
misticismo judaico);

240
 arrebatar-se pela admiração, ser surpreendido e
provocar arrebatamento (a missão do místico): pois o além, o vasto
lhe chama;
 o assombro contém o princípio da Sabedoria (Hokmah) e
algo do Temor (Pachad, ou Geburah). O Temor reverencial, quando
se percebe a grandeza da vida e do universo.
e) Não é neutralidade (até mesmo porque já houve o
espanto), pois o mundo é totalidade, cosmologia – o que lhe ajuda
perante os desafios.
(Dr. A. Weil: o paranoico acha que o universo conspirou
contra ele, o místico acha que conspira a seu favor);
 confia na experiência do coração, na sua chama interior,
que lhe guia; não se afasta do seu corpo, conhece-o e usa-o (afinal,
o coração faz parte do corpo). Une os dois Hemisférios Cerebrais
(HC) Direito (D) e Esquerdo (E): fé e ciência (essa percepção valeu
a S. Tomás de Aquino, séc. 13, críticas da Igreja. (Assim também
pensava Aristóteles e o inteligente místico Alberto Magno);
 a vida é mística e irracional, não se pode reprimir esse
lado pessoal, pois provocaria neuroses e violência (Otto Rank,
psiquiatra: os humanos são racionais, mas vivem irracionalmente.
Quando se aceita o irracional humano, encontra-se soluções).
f) Autoconhecimento, autocrítica (são alicerces: Yesod).
Nada de transferências ou projeções, nem culpas ou opressões;
 é co-criador, tem autoestima e amor ao universo (as
religiões organizadas costumam olhar o místico com certa
desconfiança. Aliás, muitos rabinos criticam a QBL). (Jung: o místico
criativo é o que há de melhor na Humanidade);
 vai à essência, o retorno à origem de algo. E isso
fortalece, pois é o contato com a Fonte. Na origem das coisas você
pode se maravilhar, ainda que em situações difíceis;
 a linguagem mística ajuda mais que a psicologia ou a
teologia, pois tem consciência emocional (Eckhart, ao referir-se ao
Deus preconizado pelos religiosos: Deus me ajude a livrar-me de
Deus. Nietszche, idem: Deus está morto. Ambos referiam-se ao
enfoque religioso que tirava a liberdade pessoal e a divindade). Os
místicos não costumam usar a palavra Deus. Usam Ente Supremo,
Ain Soph, Absoluto, Aquele que é (Eheieh). Um Ser quieto e
Silencioso, que apenas É;
 usam a linguagem do outro, a fim de serem entendidos,
não enrolam, não usam textos complicados (o essencial é simples,
disse B. Hellinger). (Eckhart e Paracelso sabiam latim muito bem,

241
mas ensinavam em alemão, para que todos entendessem e, por
isso, até foram perseguidos, como, aliás, muitos qbl que tornaram a
QBL mais acessível. Também Dante e S. Francisco de Assis usavam
o italiano, para atingirem melhor as pessoas em vez do latim).
Portanto, tocar o Eu Interior das pessoas, sem elitismo;
 descubra o seu dom (todos têm) e, através dele, as
pessoas se aproximarão de você e da sua obra. Escolas deveriam
estimular o dom criativo dos jovens (isso seria, realmente, educar
(em latim, educare é estimular), preparar para a vida. As tradições
nativas estimulam o dom desde cedo (nas minhas aulas atuais
invisto muito mais no desenvolvimento criativo dos alunos do que
em fórmulas – que são duvidosas, pois cada caso é um caso);
 é a Visão que Fala à Alma.
h) Silêncio, pois atingiu a fonte: não precisa de definições,
nem de persuadir os outros. A experiência mística não solta
foguetes, quem fala desnecessariamente em qualquer situação não
é místico. O silêncio traz paz interior e profundidade. (Astronautas,
surfistas, viajantes, etc. podem ter experiências místicas diante das
forças cósmicas e da natureza). O silêncio influi no ambiente e nas
pessoas, pois é como “estar com”, em vez de afirmar o ego;
 em vez de se lamentar para Deus (ou o Supremo), fique
quieto com Ele, ou diga-lhe coisas boas. A inspiração virá, a paz
virá. Meditar é “ouvir” imagens. O divino se afasta quando não há
silêncio (exceto pelas músicas suaves ou de celebração). O sagrado
é indizível.
i) Encarar as “trevas”, as sombras, é lá que está o invisível
(ou “noite escura da alma”). A dor precisa ser encarada, para que a
vida continue (senão, fica-se apático). Entrar nas trevas é
desenvolver o HC/D (e ajudar o HC/E), a ver o não visto. Aí, ganha-
se força e profundidade (a cultura do HC/E provoca a prolixidade,
fala-se demais). Estar encarnado não é viver num “mar de rosas”;
 crianças são místicas atuantes. Grandes coisas,
geralmente, começam pela fantasia – pois é lá que está tudo que
existe (Netuno). Brincar é atitude mística, pois também tem bom
humor;
 senso de justiça, conhece as medidas e proporções; a
injustiça social nasce da injustiça pessoal;
 educar-se para a paz e treinar-se para as batalhas, com
justiça social (equilíbrio, homeostase).

242
j) Profecia: que vem do conhecimento interior e age. Mas
não dizer tolices, não profetizar com intenções pessoais ou
preconceituosas, ou pregar desgraças (seria um canal sujo, um
Black Bloc místico, um Hell Angel);
 absorver o ódio ou o sofrimento dos outros, dar-lhes
chances de crescer, produzir e desenvolver a criatividade (o externo
reflete o interno: antes de ir contra alguém, perceber o que está
dentro da pessoa – não precisa aceitar, pode até se afastar dela.
Mas, abrir-se à divindade oculta do outro);
 negar acesso à alma é “matá-la”. Nas consultas é
fundamental perceber o Ser Interior do outro;
 o místico está aberto a todas as tradições, culturas,
religiões (sem separação): a Humanidade precisa da espiritualidade
e das celebrações, a fim de alcançar seu lado melhor. As tradições
são universais, como a Cosmologia;
 percepção de um Outro Poder, de um Poder Oculto,
pairando sobre os acontecimentos (J. Bennet, “The Dramatic
Universe/History”: A Alma da História é uma realidade que não pode
ser demonstrada fisicamente, mas pelo seu caráter histórico: desde
o passado, uma vida espiritual vem sendo transmitida, é a alma
coletiva. Essa alma está sempre presente e vive através da
criatividade, ultrapassando as atitudes destrutivas do mundo. Não
se vê a fonte, mas sente-se o seu trabalho: que é natural, mas não
físico).
k) O místico usa os dois HC/D/E, tem consciência da
sacralidade de todas as ciências, da espiritualidade e das formas
materiais;
 aceita as diferenças, a dialética, os paradoxos (o
universo não é linear), tem humor, reconhece as coisas e pessoas
pelos seus resultados (senso de fertilidade);
 não se isola, pois está no mundo para despertar quem
estiver a fim e transmitir seu conhecimento (isola-se,
ocasionalmente, para se recompor e encontrar a divindade no
silêncio.
Sei que o livro é de Astrologia Cabalística, mas você já deve
estar acostumado com o meu estilo: nunca é só o tema do livro.
Ficaria muito técnico e seco. E o astrólogo precisa ter expansão de
consciência e uma certa cultura humanística, ser vasto. A não ser
que prefira ser como uma máquina, ou redator de internet.
Então, eis algumas ideias de Daniel Quinn, autor
extraordinário do séc. 20, lúcido, provocador e inteligente – embora

243
pouco conhecido: não é pop, nem está na mídia. Um místico que
talvez não saiba que é místico. Nascido nos USA, em 11.10.1935,
numa Lua Cheia. Autor de uma fantástica trilogia, cujo herói
principal é o incribilíssimo gorila (isso mesmo) Ishmael (Bantam,
1992);
- a verdade é sempre fantástica;
- Cultura: pressão social. Ou você segue esse padrão ou
trata de emigrar (para não ser defenestrado);
- História: cenário onde deuses e a humanidade se inter-
relacionam.
- E há duas Histórias:
a) começou, aproximadamente, há uns 3 milhões de anos.
Com os “Leavers, ou aqueles que deixam”;
b) começou, aproximadamente, há uns 10 ou 12 mil anos,
com os “Takers, aqueles que tomam”. Seu ponto de partida foi a
agricultura.
- Leavers: aqueles que deixam, permitem (que todos
vivam);
 mais primitivos, perto da natureza;
 cooperam com natureza, tem mais paz interior, vivem
mais paz interior, vivem mais e melhor, geralmente saudáveis:
raramente usam drogas, quase não há criminalidade nem
suicídios/problemas mentais (como os Kahunas do antigo Havaí, ou
aborígenes do antigo Outback, etc. E, hoje, são as pessoas de
algumas regiões civilizadas);
 mantêm antigas tradições, conhecem as pessoas,
entendem-nas, sabem lidar com elas, têm simpatia, aceitam as
diferenças, há uma bondade interior;
 têm sintonia com uma das leis de morte dos animais:
a) só matam para comer ou como defesa;
b) só pegam o que precisam e deixam o restos para quem
quiser. Sem desperdícios;
c) animais, ao capturarem suas presas, não as massacram
nem torturam (como comida Kosher);
 generosos, não destroem o que veem pela frente,
pensam na coletividade: como uma grande família;
 paz e ordem na convivência com as diferentes espécies,
com a biodiversidade. Sabem que, sem isso, há totalitarismo – o
que enfraquece a Humanidade. Aceitam as uniões de gays e o
aborto (qualidade de vida, autonomia, menos população, respeito à
individualidade);

244
 controle de natalidade, a fim de que o grupo e a
natureza sobrevivam com qualidade de vida (contra situações
indignas). Se a população for infinita, haverá fome crônica,
decadência e tragédias; apoiam a estabilidade da comunidade;
 vivem para o mundo, que é a meta. Assim, evoluem.
Pertencem ao mundo, foram feitos para ele, mesmas leis para
todos. Sabem que foram os primeiros, não os últimos. Ao olharem o
espaço, sabem que não são únicos, que a Terra não é o centro de
tudo. Dão espaço a todos.
 Adão foi o pai de uma cultura, não de uma raça;
- Takers: aqueles que pegam, tomam, agarram (o que
veem pela frente, conquistadores);
 mais civilizados;
 o mundo foi criado para eles, portanto, são
especiais/escolhidos e podem tudo, sem limites;
 cativam (aprisionam) com belas palavras e jogos
cênicos, modernidades, consumo estimulado, etc.;
 eliminam os diferentes, que todos sigam seus modelos,
visão estreita, dogmáticos; leis diferentes conforme certas
categorias; estão sempre certos, pois foram os últimos a serem
criados, são os objetivos da criação, não há nada mais além deles
(são os próprios deuses);
 inveja, cobiça, visão estreita e imediata; roubam,
destroem, arrasam, drogam-se, vazio interior, problemas
psicológicos, não sabem o que fazer da vida e esperam que lhes
digam, precisam de ordens, cobranças, poder; não dão acesso a
quem não é da sua turma;
 seu mantra: Deus criou o mundo para o Homem e o fez
à sua semelhança. Adão é o pai da Humanidade;
 e Caim, o agricultor, matou Abel, o pastor, e tomou as
suas terras, o grande proprietário;
 importância da produção, maior consumo e comércio,
daí o aumento da população. Que o controle da natalidade venha
pelas guerras, epidemias, desastres ecológicos (deixem que venham
os deslizamentos, etc.);
 ocupam todos os espaços vazios, não pensam no futuro
dos descendentes;
 solitários, ainda que socializem, cada uma por si, vença
o mais forte. O resto é inimigo, concorrente. Terrorismo e
megalomania. Sabem e decidem quem deve viver e quem deve
morrer. Controle;

245
 apreciam profetas e diversas religiões para não se
sentirem abandonados e para que lhes digam o que devem fazer, o
que é bom e o que é mau, o que é virtude e o que é pecado.
Parece chocante? Bem, é uma história tão antiga que já nem
se dá tanta importância. Ou alguém ainda se preocupa com a
camada de ozônio, o desmatamento, os tóxicos?
Ora, o que fazer?
Esperar o fim – diz Ishmael.
Alternativas? Pode ser.
a) Grande Lei – aquela que se aplica a todos, sem exceção,
inclusive às plantas e animais. Que só será descoberta e aplicada
quando houver real interesse;
b) pois civilização que sai dos limites, em qualquer nível,
automaticamente se elimina, pois acaba com a vida;
c) importância da sobrevivência do mundo. Qual é a
premissa? O mundo pertence ao Homem (Takers) ou o Homem
pertence ao Mundo (Leavers)?
d) não se muda o mundo com regras, repressões, tragédias
(há séculos fazem isso e de nada valeu). Mas pode-se mudar se as
pessoas sentirem que há algo significativo para elas, pelo qual se
sintam estimuladas a investir;
e) e você só saberá o que fazer quando a crise surgir; e
terá que ir nas tentativas de acerto e erro: porque surgiu algo
desconhecido nesse instante.
OK. Agora chega. Você já tem o que pensar.
*
Todas as perguntas que você quiser saber sobre você ou
alguém estão no MN. Até hoje, não vi nada mais mágico do que a
Astrologia: a alma do universo. No MN, além das suas
características, estão as situações que você atrairá e se envolverá.
Há comportamentos básicos e imutáveis, determinados, do
ser humano. (Como os gatos e as algas têm os seus). E isso podem
se tornar especializações, pois confiáveis. Para o bem e para o mal,
of course.
As características pessoais podem, ou não, ter a ver com
hereditariedade e ambiente em que se vive e é educado (a tal
cultura). Nem sempre, por exemplo, os pais influem nos filhos, mas
ao contrário. Pelo menos, humanizam-nos. Nenhuma relação é por
acaso (falei Relações não falei os conhecidos do clube, embora você
escolha o clube). A vida traz as condições do seu MN, colocando
certos tipos de pessoas na sua frente. Essas condições também vão

246
evoluindo porque você vai evoluindo (ou estou enganada?). Você
vai ultrapassando-se, ganhando graus de excelência, tendo novas
experiências.
ASC e MC são desafios de vida (situações das casas). Podem
influir nos atuais Tikuns. Os signos do Sol, Lua, de algum stellium,
bem como os planetas focais e dominantes também são heranças
kármicas. Algo já conhecido, mas agora vivenciado em outro nível e
circunstância (das casas).
Por exemplo: Áries e Aquário são mais individualistas, Touro
e Câncer são mais apegados, etc. E atrairão situações condizentes.
O desenvolvimento delas depende dos aspectos e das reações aos
trânsitos.
Como um ser terráqueo, completo, talvez você precisasse vir
todas as combinações dos seus signos/casas/planetas/aspectos.
Quantas encarnações precisaria para isso?
A cada vida você se habilita no desenvolvimento de um
contexto do seu MN. Como você usa, hoje, o seu signo lunar? E os
aspectos do regente do ASC? E o elemento do seu MC? Elementos
têm necessidades, que podem ser aplicadas nas casas onde estão
ou nos planetas que ali estiverem posicionados. Exemplo:
 fogo – necessidade de arder, assombrar-se;
 terra – necessidade de assegurar, ter uma tarefa útil;
 ar – necessidade de argumentar, desenvolver o
raciocínio, esclarecer;
 água – necessidade de envolvimento, cuidar e proteger-
se.
Tikun não é resgate, nem pagar um preço. É compensar,
reequilibrar, homeostase. Assim, a vida fica mais leve para você e
para quem está perto de você. Leveza há de ser sempre a meta.
Leveza não polui o ambiente.
A lei das compensações está nas oposições dos signos, como
Câncer/Capricórnio: cuidar e construir, Touro/Escorpião: manter e
alterar, etc.
Aceitar o destino é aceitar as heranças kármicas do seu MN e
os desafios da VA, desenvolvendo-se, inclusive nas crises – pois
para que mais servem elas? Quem não vai para frente, não empaca:
vai para trás.
Êxtase (ekstasis, em grego, se você quer saber) significa
“sair fora do corpo”, tipo viagam astral. Satori é iluminação: que
acontece quando algo morre, puft!, dentro de você, dando espaço
para o nascimento de um outro ser, ali, em você mesmo:

247
partenogênese. Morrer e renascer. Ninguém ressuscita se não
morrer antes.
O trabalho do Tazdik, ou do mestre, é invisível: ele pode
viver a-nos no meio de um montão de gente e não perceberem que
ali estava um mestre. (Quando Buda anunciou que ia morrer dentro
de 3 dias (ou uma semana, sei lá), acorreram milhares de pessoas
para terem a chance de aconselharem-se com ele; tais pessoas
viveram anos por perto dele, mas estavam sempre “ocupadas” para
verem a luz dele). Na verdade, só percebe quem está buscando
algo. O Tzadik só é visto por quem está a fim de esclarecimento ou
transformação.
Suponha duas pessoas: A e B. Que se amam. E o Amor é a
terceira força, algo que é invisível mas penetrou nelas. Então, são
três: e o que é mais importante ali? O abstrato, o invisível Amor.
Suponha outras duas pessoas: C e D. Que se odeiam. E o
ódio é a terceira força, que penetrou nelas. Coitadas. O Ódio
abstrato ganha forma em acontecimentos odientos.
Pense em você e outra pessoa: o que as une? Escreva:
_______________________________________________________.
Aí estão dois caminhos: o do amor e o do ódio. Mas não são
prisões, obrigações. Pois se esses sentimentos aprisionarem aquelas
pessoas, vira um problema, um vício comportamental, uma
patologia até.
Nenhum método importa, pois ele é apenas o caminho para
se chegar ao que interessa. Todo e qualquer conhecimento, por
exemplo, é válido e deve ser usado pelo astrólogo/facilitador, etc.
para ajudar/aliviar quem o procura.
A Sabedoria (Hokmah) é mais valiosa que o mestre, ou que o
discípulo, ainda que precise deles como canais. O abstrato sempre é
superior ao concreto, pois o concreto é apenas o reflexo do
abstrato. Yetzirah ou a Formação é mais importante que Assiah ou a
Concretização. A concretização de algo depende de como se formou
o algo.
Shakespeare disse, em Henrique VI:
- A ignorância é a praga de Deus. O conhecimento é a asa
com que se voa para o céu.
Renée Guenon comentou que a Cosmologia ficou oculta nos
códigos (porque o são) dos textos sagrados, com os do Taoismo,
Vedanta, QBL, Torah. Há um eixo de energia que se estende da
Terra para além dela (não é o Eixo da Terra, que configura os Polos
Norte/Sul) e reverbera com as energias de alta frequência que flui

248
das constelações e sistemas solares. Como os 7 Raios, as 9
Dimensões.
Diversas mitologias falavam dum campo de energia no astral.
Os hindus chamaram de Shamballa (que diziam estar pairando no
deserto Gobi, ou ao norte do rio Sita, num remoto vale dos
Himalayas). É uma versão hindu do local dos deuses anunaki da
Suméria/Babilônia, ou dos Montes Olimpo e Meru, ou da montanha
no norte do Egito, onde vivem os deuses-pais dos reinos divinos.
Lendas que disfarçam verdades.
*
A análise do MN, qbl ou não, deve considerar os contextos
pessoal/ambiental/social e mundial da pessoa. O contexto mundial é
coletivo e cada país encaixa-se nele, conforme sua cultura. E você
também se encaixa na coletividade, exceto se for um eremita ou um
outsider.
A Humanidade caminha para onde Urano, Netuno e Plutão
caminham. Basta olhar a História. Eles marcam para sempre
(enquanto a Terra existir) a história mundial e local. Trazem anseios
e temores, e ambos acontecem.
O trânsito coletivo de Plutão mostra o exercício da vontade
(coletiva) sendo exercida nos diversos significados daquele signo.
Acontecem parcerias ou exigências, obrigações (às vezes muito
loucas), uma cumplicidade que pode sair bem cara – até querendo
reter algo que foi perdido para sempre (basta observar Plutão em
Capricórnio até 2.024). São situações de dominação e submissão,
em tudo. A questão dos governos mundiais será radicalmente
transformada, após 2.024.
Há uma cumplicidade mais pessoal, em Vênus e na casa 7. A
casa 8, plutoniana, tem outras considerações e intenções.
Igualmente, o sexo plutoniano é bem mais compromissado e
intenso (porque atua numa força cósmica que vem de longe) do que
o de Marte, mais momentâneo, independente, energia procurando
saída.
Plutão e Escorpião são os grandes solucionadores.
Solucionam QUALQUER problema: com o fim, a morte. Ou a
transformação pessoal profunda, se você preferir.
Já Netuno é o grande aglutinador. Reúne tuuuudo. A não
separação dos mares e oceanos. Une nas comunhões e nas
desgraças coletivas, une nos serviços públicos e nas multidões do
Reveillon ou dos blocos do Carnaval, onde não se distinguem as
classes sociais. Uniões santificadas.

249
Quando Netuno se sente incluído e benquisto, ajuda os
outros e é desprendido. Quando se sente excluído de um benefício,
torna-se invejoso, corrupto, buscando vantagens a qualquer preço.
Ou prazeres estranhos, do masoquismo à ascese, do
sensacionalismo aos flagelos e privações, do suicídio ao livro
Guiness. Etc. Ele é o Grande Sedutor ou Enganador para os carentes
emocionais. E o sagrado da vida para quem está de bem consigo
mesmo.
Urano é Aquele que Separa, lá indo ele com seus ventos
tempestuosos. Traz uma nova direção e perspectiva (sabe aquelas
lojas em que você vê um cartaz “Agora sob nova direção”? Passou
um Urano por ali). Outra mentalidade, uma transgressão das
normas estabelecidas: sacudindo, provocando, incidentando,
redefinindo, inconformando: explosões em qualquer nível (em Áries,
trouxe os Black Blocs)
Quando Júpiter passou em Gêmeos, enquanto Plutão em
Capricórnio, surgiram os Snowden e os governos ficaram expostos
nos seus sistemas de informação, uns mais frágeis que os outros.
Não há governo sem busca constante de informação sobre tudo,
inclusive sobre os concorrentes ou aliados. Assim é desde a
Antiguidade: Alexandre Grande, por exemplo (aliás, um sujeito do
1º Raio, de Vontade e Poder). Ele obtinha informações minuciosas
de todas as cidades e nações que lhe interessavam: assim foi
estimulado por seu pai, o rei Felipe, e por seu emérito educador,
Aristóteles. Se não fosse um anseio mundial, a Internet não teria
vingado. E ela explodiu com Urano em Aquário.
O trânsito de Júpiter, no nível coletivo, indica uma inclinação
mundial, expor um interesse sociocultural. Busca convencer a
comunidade, talvez como compensação dos desafios dos planetas
transpessoais. Algumas pessoas se beneficiam, outras não. C’est la
Vie.
O trânsito de Saturno, na coletividade, mostra um esforço
para construir algo, um planejamento para o futuro, a fim de que
um propósito sociocultural tenha uma continuidade. Há correções a
fazer naquele signo, débitos a considerar (veja a pressão para
arrumação das contas de diversos países, quando Saturno passou
em Escorpião, estando Plutão em Capricórnio – aliás, uma mútua
recepção). O sistema vai sendo obrigado a se definir, castrando com
a foice afiada aquilo que pudesse impedir um avanço social.
Interessante, ainda, as questões sexuais de Plutão/Escorpião.
Naquela mesma época, foi considerada a união gay, as denúncias

250
de pedofilia na Igreja, de relações sexuais de governantes e
similares, debates sobre aborto, etc.
Bem, nunca nada vai se resolver somente através de
restrições. Seria inteligente mostrar a vantagem. A vantagem de se
reduzir a pedofilia, da discriminação das drogas, do aborto, etc. O
casamento gay está pegando porque trata de vantagens. Como é
que ainda não se percebeu isso?
*
O conceito de Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal
(ACBM) e da Árvore de Vida (AV) foi repassado, conforme antigos
registros, através de Nibiru. A intenção era mostrar que o
conhecimento (aliás, Daat) estava aberto a todos. E que a chave da
transformação estaria no desprendimento emocional de certas
necessidades, muitas vezes, imaginárias.
Inteligência e sentimentos estão equilibrados na AV (o
melhor nome seria Árvore Sefirótica, porque você já sabe que AV
mesmo é o código da Torah, mas continuaremos usando o nome
mais popular e conhecido), no par das sefirós 7 e 8, Netzah e Hod.
A Justiça e a Bondade estão equilibradas no par 4 e 5, Hesed e
Geburah.
Se você estudar e meditar na AV, poderá decifrar o código
revelado por Nibiru (QBL significa “revelação”). Alguns qbl podem se
espantar ou horrorizar com essas ideias (mas estão nas tábuas
cuneiformes). Bem, isso é irrelevante. O que importa não é Abrahão
ou os anunaki, mas as Revelações.
Nibiru é a 4ª D, forma-pensamento;Terra é 3ª D, forma
física. E a união entre as duas é poderosa. Semelhante à união
entre Yetzirah (Formação) e Assiah (Ação manifestada).
Acima da 4ª D estão os deuses poderosos, grandiosos,
vastos, amedrontadores (que os egípcios diziam serem os pais dos
seus deuses mais próximos, eram os “dark gods”, no sentimento de
temerosos).
Também o par 2 e 3, Hokmah e Binah, Sabedoria e
Entendimento, são o Par Supremo que deu o “sêmen divino” e a
Mãe Suprema que o recebeu, permitiu a forma.
Entre a 4ª D e aqueles deuses vastos, está Plêiades, da 5ª D,
ou Amor Universal, o Grande Doador. Talvez associado a Kether.
Através desse Amor Universal, ou de Plêiades, pode-se
sintonizar com o Centro Galáctico. Desde há uns 10 mil anos,
espalhados pela Terra (Suméria, Egito, Ásia, Grã Bretanha e até
Coreia, etc.) haviam antigos templos neolíticos, ou mais modernos,

251
para proporcionar a sintonização com o Centro Galáctico, na Via
Láctea, para onde o Eixo da Terra se inclina (estrelas Polar ou
Vega), geralmente nos solstícios (como Stonehenge e Newgrange
(Boyle) na Inglaterra – ali, em 3.113 AC, era o Santuário da Deusa).
Solstícios são portões de vida e morte. Vários mitos, inclusive
o cristão, dão essas épocas como do nascimento dos deuses. A
morte, porque após o solstício segue-se um período de seca e forte
calor, ou de gelo e neve. Mas, para muitas culturas, nascer é
caminhar para a morte: nascer marca um período de lutas e
dificuldades por toda a vida. Ou a alma ganhando força e
experiência.
Havia belas celebrações nos solstícios. Como o Reveillon, em
dezembro.
Os equinócios traziam esperanças. Vinham após o inverno
gelado ou o calor, ufa! abrasante. O advento. A Páscoa. Ou ao Ano
Novo Judaico, em setembro. O alívio dos equinócios e a expectativa
para os próximos meses também eram comemorados nos festivais
(agora temos o Rock in Rio), época de grandes festas, celebrando a
fertilidade. Era quando Baco (Dionísio) reaparecia e desfilava no
cortejo, com suas bacantes.
Egípcios aprenderam a embalsamar e conservar os corpos
após a morte. Os hebreus aprenderam com eles, pois viveram muito
tempo no Egito.
Para os egípcios, o corpo astral viajaria para outras D,
portanto, o corpo físico devia ser respeitado.
O estado físico, no momento da morte, influiria no corpo
astral/etérico. Por isso, era uma terrível indignidade e punição
vilipendiar, danificar e tirar a dignidade do quase morto (imagine
hoje, quando o doente terminal morre após um vergonhoso e
indignante prolongamento de vida desnecessário, parecendo mais
uma aranha, com tantos tubos saindo dele).
Após a morte, os órgãos e vísceras eram purificados, pois ali
estavam registradas as emoções (como bem sabe a Medicina
Chinesa). Guardavam-nas em jarras,
As histórias das pessoas, desde “illo tempore” estão
guardadas nos registros akásicos. Ou seja, ali está a História da
Terra. Se você admira ou sente repulsa por algum personagem
histórico, estaria “sintonizando” com a história dele, bem ou mal.
Pode-se acessar o Akasha através de RM/VP. Você pode se
“ver” como um desses personagens. O que não significa que você

252
foi aquela pessoa, em VP, mas “pegou” o que está encapsulado
dentro dela, como num CD.
Desse modo, conhecimentos, experiências, etc. são
“repassados” para você, como se tivesse “estudado” aquele tema e
o aplicasse na vida. Conhecer VP é abrir um canal para o passado
no mundo, é acessar o Supraconsciente e ir a outras D.
Diz-se que o Akasha está em Sirius.
A órbita de Nibiru, o planeta da travessia, é de 3.600 anos, e
ele pode se aproximar de Sirius e “pegar” informações. Isso lhe
espanta? Que bom, quem está vivo tem probabilidades espantosas.
Antes do fim deste século (21), o mundo saberá a importância,
comprovada, de Sirius.
Sirius, da 6ª D da Geometria Sagrada (ver “Conhecimento da
Astrologia dos 7 Raios e das 9 Dimensões”, da autora), “ensina” a
limpar o corpo emocional, liberando o sofrimento, principalmente
localizado no chakra do plexo solar. Aí, as viagens astrais do corpo
etérico serão facilitadas, nesta VA ou no momento da morte. Além
de ajudar a ir a outras D (ou subir na AV) e curar-se (ou minorar,
conforme seu karma) física e psiquicamente.
Pode-se especular se as diversas técnicas de terapias ou
tratamentos médicos não são inspirações de Sirius (ou de Orion?).
Enfim, o conhecimento universal está dentro de você e pode
vir por informações geométricas (ou de qualquer outra forma).
Basta você se interessar e abrir-se.
O Mundo de Formação, então, estaria associado à 4ª D de
Nibiru (que, pela sua órbita, pode administrar o tempo e as
distâncias e ter ensinado aos sumérios e egípcios as leis das Eras ou
precessão dos equinócios) e o Mundo da Criação (Briah) poderia ser
associado a Sirius e Plêiades, 6ª e 5ª D, respectivamente.
A frequência da Terra está acelerando. Basta ver as crianças
que estão nascendo, as incríveis descobertas tecnológicas e, ainda,
o interesse pelas conexões cósmicas, pela espiritualidade.
Há uma “lenda” de que, nos últimos anos da Segunda
Grande Guerra Mundial (após 12/1942), começaram a nascer na
Terra seres de outros locais – talvez como avatares ou entrantes
(walk in), a fim de desenvolver a tecnologia espacial (cujo primeiro
objetivo seria a integração entre planetas, a construção de projetos
celestiais). Mas, para alguns, isso se tornou uma tecnologia para
guerras. O mesmo aconteceu com as drogas, como meios, não de
cura avançada, mas de isolamento e separação. (A força da cultura
da Terra contra a Cosmologia e a natureza).

253
Os mitos de Tiamat e Tehon (Suméria e Hebreus), que
tratam de uma guerra nas estrelas e tiveram como resultado as
explosões que formaram o Cinturão de Asteroides e dividiram a
Terra. Esses mitos associam a guerras de Marduk, outros de Orion
(incluindo a destruição da vida em Marte. Isso tudo alterou a órbita
da Terra, que era de 360 dias e passou para 365 dias e ¼. A órbita
de 360 era sintonizada com a de 3.600 de Nibiru.
Os mitos das diversas raças da América Central contam que:
Vieram à Terra 3 deuses, que “desembarcaram” no México
(Teotihuacan), conhecidos como Guerreiros do Arco-Íris, cultuados
nos templos maias e sintonizados com o desenvolvimento da Terra.
Sirius é composta de 3 estrelas. Em Teotihuacan foi construída uma
pirâmide para o ser galáctico maia: Quetzalcoalt. E ali havia um
canal de comunicação (como nos locais onde hoje se lançam as
naves espaciais) para outras D, como Plêiades, Andrômeda,
Arcturus, que foi desativado. Outra dessas pirâmides-canal está em
Giseh, no Egito, que sintonizava com Sirius e Nibiru.
Os diversos mitos falam de um Ser de Amor e Conhecimento
que veio de outras D (talvez Plêiades) e que foi chamado de:
 Ningishgida – na Suméria
 Thot – no Egito
 Quetzalcoalt (ou Kukulcan) – no México
 Cristo – na Palestina
No templo maia de Teotihuacan (a cidade do México está
construída em cima dele, quando os espanhóis arrasaram tudo, no
séc. 16) havia um entrosamento entre os símbolos do Sol (luz), da
serpente (conhecimento) e do pássaro (outras D). A luz do
conhecimento que vem de outras D. E que está acima da AV.
Outros registros dizem que a estrela de Belém, por volta do
Ano 0, não era nem estrela, nem conjunção planetária, mas Nibiru.
E que ali estavam os 3 Reis Magos, celebrando a vinda de Cristo.
Novamente, a relação com as 3 estrelas de Sirius. O mais provável é
que o suposto ano de nascimento de Jesus tenha sido em 7 AC.
Engraçado que, nesse mesmo ano, Cesar Augusto declarou-se Filho
de Deus, em Roma.
No ano 70 DC, os romanos destruíram (pela segunda vez,
antes foram os babilônios) o Templo de Jerusalém, além de levarem
para Roma os obeliscos egípcios considerados, sempre, como
conectores de energia.
A carta Torre, nº 16 no Tarot, é associada, erradamente, à
Torre de Babel. Mas tratava-se de um local de conexão cósmica.

254
Sua destruição tem a ver com as guerras babilônicas entre Marduk e
seus rivais, quando aconteceram explosões e destruições de vários
locais, incluindo o que, depois, tornou-se o Mar Morto (ver “Quando
Éramos Deuses”, da autora).
Cesar Augusto, como vários reis e imperadores da História,
intitulou-se Filho de Deus; consequentemente, a Igreja Católica, de
Roma, não podendo ficar para trás, declarou Jesus Cristo como filho
de Deus. Por outro lado, os judeus declararam-se Povo Escolhido.
Para os muçulmanos, Allah é o único Deus. E assim por diante.
Talvez a Era de Aquário traga um novo tema, o Ecumênico,
todos em um.
Os maias diziam, como os egípcios, embora nem se
conhecessem, que as almas podiam viajar no tempo.
A cultura dos últimos séculos eliminou os mitos, o
conhecimento galáctico, a natureza, os antigos conhecimentos. O
que se ensina nas escolas veio da imposição da cultura patriarcal e
religiosa. As igrejas tornaram-se a única fonte oracular, assim como
sinagogas e mesquitas. E surgiu a dupla do Bem e do Mal. Os maias
guardaram os conhecimentos antigos de Amor das Plêiades e das
Formas de Sirius que, numa linguagem moderna cósmica, é
chamado Cristo Cósmico.
Conta o mito que, em 212 AC, Thot trouxe a Tábua de
Esmeraldas para Teotihuacan (onde passou a ser conhecido como
Quetzalcoalt), que foi uma cidade sagrada até 587 DC, quando os
canais foram fechados. Aí, ela tornou-se uma cidade comercial no
Império Maia e Asteca, onde realizavam-se grandes rituais e
cerimônias, mas desprovidos dos antigos significados e de fé. A
pirâmide de Teotihuacan era bastante antiga, por volta de 6.700 AC.
A Tábua de Esmeraldas conduzia à conexão com as estrelas.
No Egito, Thot é representado por um macaco: aquele que
revela os segredos, mas não todos. Um deles é a alquimia: ou
mudança de forma da matéria (ela muda, mas não é destruída),
bem como o estado elevado de consciência que pode acessar todas
as formas e manifestações.
Vários povos, incluindo os africanos, ficavam em silêncio na
noite da Lua Nova, esperando alguma “semente”, ou inspiração. Os
qbl fazem suas conexões na Lua Nova. As conexões através da
Tábua das Esmeraldas (ou Pedra Esmeralda) eram com Andrômeda,
considerado, miticamente, um local de sabedoria universal (em
sintonia com Hokmah).

255
Sirius, localizada na Constelação do Cão Maior, é considerada
a “patrocinadora” dos cães.
Como se vê, a História da Terra está ligada, conforme
antigos registros arqueológicos e mitos, às estrelas, ao céu, a
Andrômeda, Arcturus. Plêiades, Sirius, principalmente.
- Tudo na vida é uma espiral. Portanto, nenhuma
experiência negativa deve ser negada, mas encarada e integrada, a
fim de que você não se afaste de si mesmo. Ela lhe servirá para
alcançar outro nível na sua espiral. E, assim, você sobe, desce e
torna a subir na AV.
(Os seres de Orion foram representados nos filmes
americanos como os Homens de Preto, aguentando bem a poluição
da Terra. Diz-se que seres mais refinados não conseguem manter
essas conexões, em face dessas pesadas irradiações).
Também se chama AV ao Eixo vertical que sai do centro da
Terra, na 1ª D, e vai até o Centro da Galáxia, em Alcyone (uma das
7 estrelas de Plêiades), até a 9ª D. E os qbl chamam-no de Escada
de Jacob, por onde os anjos transitam, subindo e descendo.
A AV não mostra só as 10 sefirós, atributos divinos. Ela dá
um recado celestial: de que existem diversas D, com as quais se
pode contatar e expandir a consciência. E isso, com outras palavras,
a Física Quântica já sabe. (O arqueólogo Rudgley expõe registros de
uns 40 mil anos sobre Plêiades, no seu livro “The Lost Civilizations
of the Stone Age”).
O misticismo é centrado na Criação ou Cosmologia em ação,
nada a ver com as inadequações das religiões (que poderiam ser
redefinidas em suas práticas e teologias. A ver como as coisas
ficarão com o Papa Francisco, séc. 21, e com as demais religiões
monoteístas. A QBL já é um salto para a Cosmologia. A mudança de
um paradigma exige grande generosidade (sacrifício de algo) e um
profundo movimento. Como deixar de lado o pernicioso
antropocentrismo e dirigir-se para Gaia e o Cosmos, a coletividade
em vez do individualismo (que é antimístico).
Há 4 caminhos:
a) do prazer – via positiva
b) da renúncia – via negativa;
c) da criatividade – via criativa;
d) da justiça e compaixão – via transformativa.
O que se chama de Cisto Cósmico está na Torah:
- Hokmah, a sabedoria cósmica, o atributo divino pelo
qual o Supremo governa o mundo.

256
Hokmah estava presente na criação do mundo. Ela é ágil e
pura, penetrando em tudo.
Experimentar a divindade (ou Deus, para facilitar a
expressão), em todas as circunstâncias, até no sofrimento, no
“pathos”.
O que se chama de Ira Divina é a ira perante a injustiça,
quando Deus aparece com o nome de Elohim Gibor (Deus das
Batalhas, que pune os ímpios), em Geburah. O serviço é conduzido
por Kamael, a mão direita de Deus, aquele que queima os injustos.
Como se vê, na QBL não há papas na língua.
E Yaweh se indigna:
- Será que sou Deus só quando estou perto e não quando
estou longe? Venham! Subam a montanha para me encontrar!
Adorar Yaweh é viver junto, amigos e inimigos, é a isso que
se chama um só povo: a comunidade terráquea (entendida como
uma raça específica, o que significaria que Deus é parcial).
YHVH, o Pai Criador, os 4 elementos, as 4 direções cardiais. E
a Justiça de Geburah, que sustenta os dois pilares: da honestidade e
da justiça. Pois é a injustiça a causa dos males e do sofrimento da
Terra. Que leva (ou levará) a Terra a situações indescritíveis.
A literatura apocalíptica de Israel é semelhante à ficção
científica atual. A angeologia, não são anjos bonitinhos a seu
serviço, meu bem. São os encarregados das leis cósmicas, das
visões de fatos cósmicos. Quanto mais crises mundiais ou nacionais
mais anjos são nomeados.
Povo escolhido é o Cosmos.
Filho do Homem são as fraquezas humanas. O Homem não
foi criado para ser servido, mas para servir ao mundo, à Criação.
Por isso, ele foi criado “à imagem e semelhança” de Deus.
Cristo significa ungido, é uma palavra semelhante a
sacerdote, um mediador cósmico. Bem mais tarde é que a palavra
Cristo tornou-se um nome e associado aos cristãos. Portanto,
cristianismo deveria significar mediação cósmica.
O Esplendor de Hod, a Glória ou a santidade divina na Torah.
Ela se manifesta como Luz, no momento em que você se transfigura
ao assombrar-se com a imagem divina (como Moisés, no Sinai).
Você sabia que a palavra Senhor, El, Adonai era um título
cósmico, significando autoridade divina? Depois, virou autoridade
pessoal: Senhor Fulano. Virou, também, título pessoal: Lord.

257
Quanto ao Messias (Mashiah), você pode ser um. Pois
Messias não é uma pessoa, mas um princípio filosófico de uma nova
criação. Se você souber transitar com dignidade na AV, será um
Messias, pois terá se transformado.
O Cosmos, a Galáxia, são bem mais importantes que as
religiões e seus representantes. É a diferença entre o Macro e o
Micro. Um dos objetivos de conhecer as Ciências Ocultas (CO),
todas elas, é tornar as pessoas participantes de um ritual cósmico. A
AV, a Astrologia, a Numerologia, etc. conduzem à integração em
algo maior.
Quando seu coração bate, quando um tambor bate num
ritual, quando você respira, Ruach, o espírito, se manifesta através
de você.
O caminho da via positiva é o da alegria em tudo. Por
exemplo, toda educação deveria ser um ato de alegria (o mais
nobre ato humano, como disse S. Tomás de Aquino), aí Hod se
manifestaria em todo o seu esplendor e glória.
O caminho da via negativa é o de um encontro profundo, no
silêncio, nos mistérios dos sofrimentos: sem falsos sorrisos ou
afirmações positivas. O instante do sofrimento não deveria ser
conspurcado por palavras fáceis de quem não conheceu o assunto
de perto. O retiro é importante, até a alma se administrar e libertar-
se, retornando ao universo. Participar novamente da vida, dando e
recebendo. A solidariedade mística é tão valiosa quanto a
solidariedade social, pois reconciliar vem em primeiro lugar
(Matthew Fox).
A Astrologia QBL e a QBL enfatizam as ligações celestiais, as
reencarnações e as questões espirituais.
A VA seria o resultado das VP e os planetas do MN
preencheriam os desejos da alma nesta encarnação. O MN é seu
pequeno universo, seu microcosmo. E a Astrologia trata do grande
universo, o macrocosmo, através das passagens dos planetas sobre
os signos.
A Astrologia QBL coloca os planetas nas sefirós, conforme
relação anterior. Os planetas usados iam até Saturno (embora
sumérios, egípcios, chineses, hindus soubessem da existência dos
outros, por “revelações”). Urano foi descoberto no séc. 18 e Netuno
no séc. 19, Plutão só no séc. 20. Portanto, antigos qbl não os
usavam. A relação deles com as sefirós veio bem mais tarde.
De qualquer modo, sefirá é sefirá e planeta é planeta, São
associações, referências entre si, mas de modo nenhum iguais.

258
Para você analisar, por exemplo, Netzah, a vitória sobre os
sentimentos e o amor pessoal, não basta analisar Vênus. Há um
“enredo” a ser observado em todo o MN. Lógico que você verá
Vênus. E outras coisas.
Assim, se uma pessoa vem se consultar sobre
problemas/dificuldades de relacionamentos, deve-se ver:
a) Vênus e casa 7;
b) Sol, Lua ASC (sempre), aspectos;
c) casas de ar;
d) conversar com a pessoa, segundo os caminhos da AV,
conforme capítulo anterior;
e) ver onde ela encontra dificuldades ou tensões, ou o que
for, nas sefirós da AV;
f) ao identificar as sefirós que estariam mal resolvidas,
discutir os caminhos que tais sefirós fazem. Por exemplo: Netzah, nº
7. Para onde ela se dirige (na descida)? Para nº 8, 9, 10. Que
influências ela recebe que contribuíram para o atual estado de
Netzah (na subida, sefirós anteriores que contatam a nº 7)?
Contribuíram, diretamente, os nºs 6, 4 (e, indiretamente, se quiser
ver, o nº 5 (par do nº 4), ou mais sutilmente, os nºs 3 e 2 –
conceitos dos pais, ou de M e F. Mas pode parar nas influências
diretas, se não for aprofundar, porque, em tese, toda a AV influi do
mesmo modo que todo MN influi. A vida é um emaranhamento).
Portanto, no caso de Netzah (7), discutir, principalmente,
Tifferet (6), Hesed (4), que entrarão em ressonância com os
objetivos de Hod (8), Yesod (9) e Malkut (10). Reveja os
significados dessas sefirós e aplique-os aos relacionamentos.
Parece complicado? É e não é. O que não é complicado nas
questões cruciais da vida? O que está por trás dos relacionamentos?
O que está na frente (intenções futuras) dos relacionamentos?
Os antigos qbl (e depois outros, como Isaac Luria) tinham
convicções fortes sobre as revelações que partiram do Sinai. Na
época da Suméria, o Sinai era um dos 3 espaço portos das naves de
Nibiru. Nas guerras estelares, Marduk defendeu, fortemente, a área
do Sinai, em face de manter o espaço porto para si (ver “Quando
Éramos Deuses”, da autora, para começar). A importância mítica do
Sinai, conforme Moisés, deve-se a ali ser um local de acesso a
outras D (uma espécie de Cabo Canaveral). Ali, as naves de Nibiru
aterrissavam e decolavam. Ali Yaweh revelou-se a Moisés e ele
transfigurou-se. A irradiação queimou seu rosto e ele passou a usá-
lo coberto.

259
Para os qbl, os conhecimentos do Sinai podiam ser
repassados através de:
a) transmissão oral de um mestre (ou QBL Oral);
b) dos textos da Torah (Talmud);
c) revelação direta (canais).
A propósito: chama-se Naguid ao anjo mentor que faz as
revelações. Pessoas carismáticas (ou com Baraka) podem ter seus
próprios Naguidim (plural de Naguid). Eles são semelhantes aos
anjos da guarda dos cristãos.
A partir do séc. 13, a QBL começou a se fortalecer, em face
da divulgação de textos do Zohar.
Você já sabe das discussões sobre as origens desse livro:
1. Relato das revelações e conversas do Rabi Schimon bar
Iochai (conhecido, como era costume, pelo acrônimo de Raschbi.
Ra-sch-b-i, do seu nome. Ou em outra transliteração: Rav Simon
ben Yochai), o que era aceito por Luria, etc.
2. Manuscritos de Moises de Leon, séc. 13 (próximo a
1.240), nascido em Leon, local perto de Castela, na Espanha. Por
volta de 1.280/90 ele pôs em circulação textos que dizia serem
comentários sobre a Torhn (midraschim). Dizia que os havia copiado
de um manuscrito do círculo do Raschbi. No entanto, após sua
morte, inadvertidamente, sua mulher disse que os textos eram da
autoria do próprio Moises de Leon, que usara o recurso (comum) da
antiguidade para tornar o trabalho valorizado e respeitado. Muitos
autores, até recentes, fazem isso, ainda que, por si só, sejam
excelentes eruditos e conhecedores do assunto. Seja como for, de
Raschbi ou de Moises de Leon, o Zohar (Livro do Esplendor) ganhou
vida própria e passou a ser estudado (além de elo de ligação dos
judeus nos diversos exílios) “com reverência e temor”, por todos os
qbl judeus. Ganhou status de Bíblia, Talmud.
Do Zohar saíram inúmeras outras publicações, até hoje. Tudo
nesse livro é simbólico, devendo ser decifrado e reinterpretado
(como muitos textos das C.O.). Outrora ele era repassado de mestre
para aluno.
Ouros antigos livros de QBL foram: Sepher Hakanah, Sepher
Yetzirah, Berit Menuhah (séc. 14), as obras do Ramban (acrônimo
do Rav Moises Nachmanides (1.194 – 1.270), que foi um rabi de
grande conhecimento e importância, erudito da lei judaica
(Hagadah) e da QBL; era zelota e conservador).
Ramban não quis inovar a QBL, afirmando que ela fazia parte
de uma cadeia ininterrupta desde o Sinai.

260
Até a morte do Raschbi (ou ben Yochai), a QBL era ensinada
abertamente (séc. 2). Depois, talvez pelo domínio dos romanos na
Palestina e outras dificuldades, a QBL tornou-se um estudo secreto.
Era repassada pelo mestre para um único aluno escolhido e, ainda
assim, de modo genérico: só uma parte era revelada (QBL Oral).
Portanto, a QBL foi repassada de modo fragmentado até a
época de Nachmanides (ou Nakhman), o Ramban, da famosa escola
de Gerona.
Nessa mesma época, outro erudito, concorrente do Ramban,
foi Isaac, o Cego. Que, uns dizem que era cego de nascença, outros
que era cego somente para o que não fosse divino.
Isaac, o Cego (sendo cego) recebia conhecimento através de
revelações de Elias (escola de Narbonne).
As revelações de Elias eram profundamente ansiadas pelos
qbl. Mas haviam-nas, também, de outras fontes.
Abuláfia foi um dos maiores adeptos da QBL Extática –
êxtase, meditação, contemplação. Num dos seus textos diz que:
- O conhecimento dos segredos da Torah depende mais
do intelecto profético, derivado de Deus, do que do intelecto
normal. (O intelecto sagrado é emanado de Deus sobre os
profetas).
No hassidismo (principalmente no pietismo alemão) dizia-se
que Deus revelava seu saber esotérico (sodo) aos profetas (Amós,
3). Pela inspiração divina pode-se descobrir a vontade oculta divina
(como no caso de ben Yochai com o Zohar).
Não se pode deixar de falar de:

ISAAC LURIA
Que desenvolveu a QBL Luriana. Sec. 16. Conhecido como Ari
(Leão), o Askenazi.
No séc. 16, havia uma comunidade rabínica no Egito da qual
Luria fazia parte. Havia facilidade de vida e, por isso, vários judeus
eruditos foram para lá. (O sábio Abraão Halevi, inclusive, falava com
reverência sobre a erudição dos judeus do Cairo (1.520)).
Ora, para os rabinos, viver no Egito era um tabu. Havia a
questão religiosa: judeus não deveriam voltar ao Egito
(Deuterenômio, 17).
Bem, voltaram. Até mesmo um dos maiores sábios judeus,
Maimonides, da Idade Média, época do Ramban e Isaac, o Cego.

261
Os judeus justificavam o estabelecimento no Egito como uma
passagem, estavam aguardando o momento de retornarem a Israel.
Apenas uma questão de tempo.
Então, Luria decidiu sair do Egito e foi para Safed, na
Palestina.
Por volta de 1.570, havia, ali, uma importante comunidade
qbl: era um centro de vida mística, na Galileia. Dizia-se que fora ali
que o Raschbi ensinara o Zohar, e ali fora sepultado. E Luria era
super-fã do Raschbi.
Quando Luria chegou em Safed, a figura qbl principal era
Moises Cordovero (1.522 – 1.570). Ele tinha bastantes discípulos e
vários tornaram-se sábios qbl (como Chaim Vital – mais tarde um
dos principais discípulos de Luria, provavelmente o predileto, em
face de alguns lances, talvez, ciumentos; Galante, Gallico, Nordekhai
Dato (italiano) – que levou os ensinamentos qbl para a Itália, etc).
Luria tornou-se discípulo de Cordovero, mas por pouco
tempo, uns 6 meses, porque o mestre logo morreu (com 48 anos, o
que era comum; o próprio Luria também morreu cedo).
Os discípulos de Cordovero eram chamados de Companheiros
(como os de Aristóteles) ou de Associados. Haviam vários rituais e
éticas. Cada um tinha como par um dos companheiros (haverim),
com o qual deviam conversar sobre suas preocupações devocionais
e, em toda véspera do Shabat, relatar-lhe o que havia feito durante
a semana. E só depois dar “as boas vindas à Rainha” (Shekinah, a
rainha do Shabat, que poderia aparecer sobre a cabeceira dos
cônjuges, durante o ato sexual, com fins reprodutivos. Nos outros
atos, sem esses fins, Shekinah não aparecia em sua bela
carruagem).
Os haverim só falavam em hebraico, para que os iniciados
não entendessem. (Ao contrário de Paracelso, Eckhart, etc. que
queriam transmitir a todos).
Após a morte de Cordovero, Luria atraiu alunos, pelo menos
uns 38 foram relacionados. Vital sempre foi o nº 1. E, como o Ari,
jamais escreveu uma linha, a maior parte do que se sabe dos seus
ensinamentos, fundamentais para a QBL, veio dos registros de Vital.
Outros discípulos também escreveram os ensinamentos do mestre.
A concorrência entre os alunos era grande e notória – apesar de
místicos e qbl. Enfim, é a natureza humana.
Esses relatos comentam sobre Luria:
- tinha moral e ética;

262
- preocupação com as relações humanas, respeito aos
direitos humanos e dos animais;
- econômico e austero consigo, generoso com os outros e
com sua esposa (que andava sempre nos “trinques”);
- humildade e temor ao pecado, sem perder a calma (nem
em casa): dizia que quando alguém perdia a cabeça, injuriava a
alma e alterava seu caráter. E que a melancolia impedia a inspiração
mística;
- o cumprimento dos deveres deveria ser feito com alegria
e considerar uma benção por se alcançar muitos conhecimentos;
- promovia empatia e amor entre os haverim e todas as
pessoas, com sensibilidade às suas necessidades, interesse pela
comunidade e piedade.
Luria tinha alguns dons pessoais:
- via as VP, interpretava sonhos, conhecia o futuro, falava
com os anjos ou com os mortos;
- lia pensamentos, entendia as plantas, animais e
minerais, lia auras;
- conhecia e usava as propriedades medicinais das
plantas;
- revelações celestiais passavam-lhe ensinamentos, que
ele transmitia aos alunos;
- habilidade em várias técnicas adivinhatórias, seja por
captar sinais diversos e no rosto das pessoas (metoposcopia),
enorme capacidade de observação e contemplação, vidência e
clariaudiência;
- adepto da QBL Oral e das revelações, sejam por
inspiração divina, por Elias, por seres celestiais ou pelas almas dos
mortos;
- carisma, personalidade incomum, com poderes
sobrenaturais e sobre-humanos, excepcionais, de origem divina e
que o tornaram um líder (Max Weber, sociólogo alemão). O carisma
está atrelado ao reconhecimento dos outros, que ficam sujeitos à
sua autoridade (não é a pessoa que importa, mas o que ela emana;
um dom hipnotizador e de influência social – senão não tem
carisma);
- personalidade fascinante, hipnótica;
- totalmente desinteressado de comerciar, somente
envolvido com as revelações e suas transmissões;

263
- sua autoridade carismática foi reconhecida e legitimada
por todos que o conheceram, que até diziam: “por si só, a mente
humana não poderia alcançar todo o conhecimento do Ari”.
A propósito: após a expulsão dos judeus de Portugal e
Espanha, alguns deles, talvez mas inseguros e preconceituosos,
começaram a achar que o conhecimento e a Filosofia estavam
associados ao reino do Mal (Sitra Ahra) e isso havia sido
responsável pelos seus longos exílios (A Igreja Católica, com sua
Inquisição, pensou semelhante, embora a nobreza eclesiástica
reservasse o Conhecimento para si).
Ainda no Egito, Luria começou com interpretação dos textos
(parschanut), que foi a base para suas futuras inspirações e
contatos com outras D. Relacionava-se com o Zohar de modo
pessoal e profundo, passando a adotar a técnica de Yochai de
conversar com seus discípulos. (Interessante que com Yochai e seus
11 discípulos + 1, ele, na Galileia, pode ser feita uma correlação
com os 12 discípulos de Jesus, também na Galileia, anos antes).
Nos séc. 15 e 16, vários qbl usavam magia, recitação dos
nomes de Deus, faziam jejuns, etc. como meios de induzirem visões
celestiais e ganharem conhecimento. Na época, havia um livro,
Sepher Ha-Meschir, ou Livro das Respostas (dos Anjos), de autor
desconhecido. O pessoal de Safed conhecia esses textos. Os árabes
(e os egípcios, claro) chamavam de Baraka (benção, que em
hebraico é Brachah, sendo idiomas parecidos) à manifestação de
algo forte e sagrado, um dom, uma presença que dá poderes
mágicos. Ou seja, uma incorporação mediúnica, canal, orixás,
deuses, anjos, ET.
Antes, no séc. 13, os textos qbl vinham de Narbonne, sul da
França, da Espanha, Gerona, da Itália e foram levados para a África
do Norte, Alemanha, Palestina. Com a expulsão dos judeus da
Península Ibérica (final do séc. 15, com Rei Fernando de Aragão e
Rainha Isabel), os centros de QBL também foram para a Europa
Oriental, Polônia (os askenazis) e para Israel e Iraque. Foi aí que
Safed ficou importante no séc. 16.
Muitos judeus, principalmente a elite judaica, tinham
esperanças num Messias. Surgiram, a partir do séc. 13, aspirações
messiânicas (a começar por Abuláfia). Por uns tempos, Sabatai Tzvi
foi considerado o Messias judeu. Ele, seus profetas e teólogos
provocaram o movimento messiânico sabataísta. Mas não deu certo
e até decepcionou os judeus, quando Sabatai foi preso e obrigado a
se converter ao Islamismo.

264
Um dos grandes pesquisadores do Zohar foi Gershom
Scholem e, também, seu discípulo, Isaiah Tishby (Mischnat Ha-
Zohar é a pesquisa mais abrangente, escrita até o séc. 20). O Zohar
não tem uma doutrina (mischná), mas várias opiniões e sutilezas.
Conforme Yehuda Liebes, séc. 20, o Zohar trata de um mito
construído e por isso não é importante que tenha tópicos com ideias
diferentes. São diversos “falantes” que podem se contradizer.
(Nesta altura da vida, após ter estudado e lido inúmeros
livros das C.O., as contradições não me incomodam. Apenas
seleciono, conforme meu entendimento e experiência. Assim devem
fazer os interessados nos conhecimentos).
A interpretação criadora fica por conta dos cabalistas
(maskilim).

ZOHAR
O Zohar fala de Elohim, popularmente traduzido por Deus.
Mas, essa palavra está no plural. Ela é composta de “mi-quem”, e
de “ele-estes”, dois graus de divindade: o quem e o estes.
Para o Zohar, “estes” são as sefirós superiores. Na última
sefirá (10) chega-se ao “o que”. E o Zohar completa:
- Você pode remexer e investigar quantas vezes quiser (os
estes) e chegar, ao final, no que queria (o que). Mas, tudo continua
obscuro. Como sempre.
O Zohar – ou Esplendor – mostra que o esplendor é o humor,
a criatividade, o grupo, a relação com o mestre, a hermenêutica
aberta (conhecimento), o sexo. Esse esplendor é a alma do livro,
nada de doutrina – a não ser que fosse a do esplendor e da glória.
Equivalente a Hod (Mischná é “doutrina”, mas se você alterar a
posição das letras, terá Neschamá, que é “alma”).
O Zohar não contém as palavras: QBL, sefirós e Atzilut.
Scholem dizia que essas palavras, por serem mais “modernas”
(época de Moises de Leon) indicariam que o livro tivesse origem
mais tarde e não no séc. 2, do Raschbi.
Antes da divulgação do “novo” Zohar, de De Leon, os qbl
eram contra qualquer inovação (como o Ramban e outros).
No entanto, o Zohar é a favor da renovação e da criatividade
(como o Ari sempre foi). Afinal, o Criador criou o mundo com
palavras pela boca, a fala divina das 22 letras.
Portanto, quando um qbl (sério) fala, ele “cria um novo Céu e
uma nota Terra”.

265
O universo qbl sempre foi o da Fala, a começar pelo Raschbi,
que falou todo o Zohar. E, daí, a QBL Oral. A Divindade criou o
Homem e o Homem criou a Divindade. Pense nisso. Os homens do
Zohar reuniam-se em assembleias para “restaurarem as faces da
Divindade”. Ou seja, para a feitura do santo. Como em outras
crenças, que fazem as feituras santificadas (“fazer a ou para Deus”,
usando a letra Lamed que, no aramaico, indicava uma preposição
acusativa: para, a). Zeir Anpin, você já viu, é a “pequena face, ou o
impaciente”, que foi relacionada às sefirós inferiores. Ou, se você
quiser, aos planetas pessoais.
A palavra Maskilim (qbl) está nos textos do Zohar de DeLeon,
também como “ilustrados”, os que resplandecem através do
esplendor de Deus, da Torah. Esse é, também, o esplendor do
Zohar (e de Hod). E falam, também, dos Sabedores, ou gnósticos
(que têm informações secretas, pré-estabelecidas).
A palavra Zohar repete-se nesse livro como um estímulo para
o mestre, para o fortalecimento dos níveis superiores. Zohar!
Um dos trechos desse livro (aliás, na sua continuação,
chamada Tikunei Zohar) diz que:
- Os maskilim (qbl) resplandecerão como o esplendor do
firmamento.
O que foi registrado como uma concordância do Céu para a
feitura dos textos do Zohar, a fim de serem repassados. Autorização
celestial.
De quem, lá do Céu?
Os anunaki, muitas vezes instrutores, ou talvez os nefilim,
foram autorizados a fazer revelações que, por sua vez, seriam
transmitidas à Humanidade. Será que foi deles que veio o mito dos
anjos? Provavelmente. E esse é um grande segredo. (Maior que o
segredo de Fátima...).
O Sepher Yetzirah é um livro metrificado e poético, fala,
também, da Criação do mundo como sendo do espírito poético,
comum ao Homem e à Divindade. Daí, expressão latina “Ars
Poetica”, ou do grego Poiesis, associada ao Livro da Criação (Safra
di-tz-niuta – Tzniuta vem do árabe Tzanaa e significa Poética). Daí –
veja que interessante – o significado geral de Criação está unido à
Poesia. Os poetas gostarão de saber.
O auge da poesia mística foi o Cântico dos Cânticos.
O Zohar considera esse Cântico como um Zohar (esplendor)
composto por 4 esplendores (zerikin), que seriam as sefirós

266
superiores unidas às forças da alma e da criação. E referem-se à
uma união erótica:
- O desejo e o amor de acasalar-se e serem abrangidos
entre si, liberando suas sementes.
E aqueles 4 esplendores é o segredo – adivinhe! – do beijo!
Porque:
 no beijo, unem-se os 4 espíritos (M e F, F e M);
 4 espíritos, 2 de cada pessoa, unem-se no beijo;
 e esses 4 são a base das 4 letras da palavra Ahava (que
significa “amor” e que em hebraico tem 4 letras). Ahava é um nome
sagrado (e também dos excelentes cosméticos do atual Israel).
Portanto, há uma ligação entre o Zohar (como força da
criação) e o Amor. Neste caso, o Amor é Eros, no conceito de
Platão:
- Eros é o despertar criativo (o impulso sexual ou do amor
são apenas alguns desses casos).
Eros está presente na vida física dos qbl e nas sefirós
superiores da AV. O impulso sexual como base das atividades e
plenitude.
O Zohar seria, então, a sefirá básica, o falo que lançou a
semente da AV. O Zohar seria uma entidade superior ligada aos
universos superiores (que são feitos das letras, conforme o grande
qbl Moises Luzzatto).
Sem Eros, nada se cria.
Chama-se Alegria do Coração (butzina decardinuta), numa
tradução duvidosa. Ou a alegria, o entusiasmo e o amor, que são a
base para a criatividade, em qualquer nível, celestial ou terreno.
Que, também, é o próprio Zohar.
No mito, inclusive hebraico, Eros (ou Butzina decardinuta) é
brincalhão, é divertido. Eros brinca, diariamente, com Leviatã, num
jogo erótico. Leviatã refere-se (lembra-se do monstro marinho?
Yaweh aprisionou-o na luta contra Tehom, mas ia conversar com ele
frequentemente) à sefirá Yesod, o Fundamento. O órgão sexual do
alto brinca com Leviatã (que está em baixo) e assim preenche o
mundo de alegria.
A Divindade criou o universo através de uma brincadeira
erótica, em que há riso e sorriso (diz o Zohar). Essa brincadeira
poderia ser auto-erótica. E do divertido “balançar-se” consigo
mesmo, nasceu a Torah (R. Naftali Bakharak: Emek Hamelekh,
1.647).

267
Os autores do Zohar levaram o humor ao livro, pois o próprio
universo nasceu, também, do sorriso. E a alegria é a sabedoria do
universo. Hokmah é uma sefirá alegre. Isso em nada diminui a
grandeza e a santidade do Zohar. Ao contrário (é uma das maiores
da literatura mundial – codificada).
O mundo foi criado pelos 7 hálitos da boca (através da fala),
e por eles o universo se sustenta. Esses 7 hálitos são as 7 sefirós
inferiores (da 4ª à 10ª ).
O Zohar também é burocrático, o que é considerado benéfico
e flexível. Veja porque, num exemplo de uma oração:
- você faz uma oração;
- que é passada de mão em mão, por diversos setores,
pelos funcionários desses setores (ou anjos);
- eles repassam a sua oração e, ao anoitecer, ela é
guardada numa gaveta para, no outro dia, outro funcionário dar
seguimento;
- essa demora permite-lhe tempo para você desistir,
anular a oração ou ir reforçando-a;
- até chegar aos Portões do Céu, você tem condições de
cair fora ou de ir mostrando seu empenho e devoção ao que foi
pedido. Daí porque, ao pedir algo, não espere um resultado
imediato. A burocracia celestial é sábia;
- essa oração, nesses trâmites, é ela saindo de Malkut, a
10ª e ir subindo os andares até chegar ao presidente, que
sancionará (ou não) o pedido: em Kether (a 1ª). Ou ao contrário:
de 1 a 10.
O Rei David era um brincalhão. Tinha os seus bufões (cujas
travessuras servem para quebrar normas rígidas e fazer rir, trazer
uma leveza). Na Torah, a função dos levitas, além de serem
cantores do templo, também eram os bufões do universo. David
também inverteu a ordem e fez seu papel de bufão da divindade. Ao
vê-lo dançar e dar cambalhotas, sua esposa Mical (filha do antigo rei
Saul) reclamou que aquilo não era adequado a um rei. Mas David
também fez uma piada com seu famoso caso com Betsabá: disse
que estava cumprindo os desígnios do Céu, pois o Céu (seu MN?)
havia dito que ele, um dia, iria pecar ...
Também se serve a Deus com humor. Lembra-se que o Ari
cumpria todos os seus deveres com alegria?
Alguns qbl (e rabinos) podem ser muito sérios, como
Maimonides.

268
S. Francisco de Assis (e o Papa Francisco) servia a Deus com
alegria, como um bufão. (Os franciscanos e a alegria do Zohar
foram relatados por Isaac Baer, na História dos judeus na Espanha
Cristã, 1.945, Tel Aviv).
Há qbl sizudos e há os chamados qbl “homens do Zohar”a
(hoje, mulheres também). Estes sabem lidar muito bem (e com
humor), com os “caminhos do Outro Lado/o mundo do mal” (ou
Sitora Akhra). Sabem lidar com “o mal”, com as corrupções,
subornos (como o próprio Jacob que, no seu caminho para a fé, foi
obrigado a agradar o Outro lado, ao enviar um presente a Esau).
(Na diáspora, os “presentes” a Sitra Akhra eram os impostos, taxas,
etc.).
Para os qbl do Zohar, conhecer os segredos do Mal é uma
chave para compreender os segredos da realidade e da divindade: o
mal é como o tempero de pimenta em certos pratos. Para eles,
geralmente, querer afastar-se do mal e do pecado é que é pecado:
atrai inveja (caso de Jó). Já Moisés e o Raschbi tinham um bom
conhecimento da Sitra Akhra.
Tais qbl encaram as origens dos males ao Julgamento: fonte
dos maus instintos (Y. Liebes).
O Julgamento está ligado ao fogo.
O amor está ligado à água.
A prova de Abrahão, de ter que sacrificar o filho Isaac, foi, na
verdade, uma prova de Senso de Humor – Abrahão precisava
comprovar que tinha humor, pois o humor estava dizendo que
Yaweh não ia permitir o sacrifício e tudo ia acabar bem. Para o
Zohar, aquilo foi humor negro de Yaweh. E, assim, o mal é
rebaixado, perde o poder.
Quem sabe lidar com o mal é Geburah, a nº 5, associada a
Marte. Um Marte inteligente certamente sabe lidar com isso.
O Zohar grande é a Torah. O Zohar menor é o Zohar mesmo.
Assim, a Torah é o grande esplendor e os textos Yochai, ou de
Moises de Leon, são o esplendor menor. A propósito, caso o Zohar
seja mesmo do séc. 2, não foi Yochai que escreveu, mas diversos
dos seus discípulos e o filho, Eliezer.
O Antigo Testamento da Bíblia é a Torah. Mas não é a Torah.
Pois ele modificou alguns trechos. Portanto, os grandes segredos
estão na Torah.
Que não é prerrogativa dos judeus, não é propriedade de
uma nação ou raça, mas do conhecimento místico revelado à
Humanidade. Por isso, o Zohar fala do Saba (Ancião) e da sua

269
comparação da Torah com a interpretação dos sonhos (que
depende do intérprete), como o amado perante uma bela jovem (a
Torah), que só se revela aos poucos, até ficar desnuda (entender
corretamente a Torah). O Zohar diz que a sua QBL são “coisas
novas antigas”.
Então, a Torah revela-se a qualquer pessoa que a ame, ou
seja, o qbl criador, que penetra profundamente nela, etapa por
etapa, até a mais profunda, chamada Interpretação Literal
(peschat). Porque os versículos da Torah são completos e perfeitos,
nada a mudar.
Diz-se “ter QBL” a quem tem a tradição sobre o conteúdo dos
textos, entendimento (Binah, 3ª sefirá) e sabedoria (Hokmah, 2ª).
Assim é com as C.O. – quando você penetra nelas, etapa por
etapa, até que as C.O. sejam desnudadas para você.
O pretenso estudante, que quer se apressar, pular etapas,
não aprofundar em uma C.O., jamais terá o domínio de nenhuma
delas. Será apenas um curioso que pode ser útil em certas ocasiões:
pois na terra dos cegos quem tem um olho é rei.
Mas não terá a QBL das C.O. Não as conhecerá profunda e
intensamente, como o amado conhece sua amada e vice-versa.
Aprender C.O. é um ato de amor.
Aprender qualquer coisa que você queira aprender de
verdade é um ato de amor. E, neste caso, Hesed (a 4ª) também se
manifesta, como o amor incondicional.
Moisés fala sobre a Torah:
- Um homem que domina a Torah é como um senhor que
controla a sua casa.
E, com isso, ele também quer dizer:
a) interprete-a como você quiser (você é dono dela);
b) tenha com ela uma relação como de marido com mulher
(são cônjuges) (ou torne-se o marido da Torah, se você for
homem).
O Zohar é pleno de alusões sexuais, trazidas dos
antepassados. No Talmud (estudos da Torah), a Torah foi
comparada a uma corça. Por que?
- porque a corça tem o útero estreito e agrada a cada
momento, como se fosse a primeira vez, àquele que a possui;
- e, também a Torah agrada a quem a estuda, a cada
momento, como se fosse a primeira vez;
- e a proximidade a algo estranho logo leva à sua rejeição.

270
Seria interessante ouvir as interpretações de um psicanalista.
Provavelmente, naquela época, a comparação sexual fosse a mais
fácil de entender.
E, também, uma realidade bem real.
O corpo (guf) é uma das denominações da divindade. (Ou
Gufa, em aramaico). Adão também é um nome para a divindade. Só
é considerada e chamada de Adão, a pessoa que tem relações
sexuais com o sexo oposto.
O saber divino ou superior não é virgem. Nem o foi a Virgem
Maria: seria uma ofensa Jesus ter nascido de um ser inferior (nada a
ver com classe social). Mas há vários mitos, em várias culturas
muito antigas, sobre o nascimento de um deus, rei, de uma virgem.
Querendo dizer que aquela pessoa era pura (mas não de sexo e sim
de moral).
O livro judaico mais erótico é o Zohar (ou livro de Eros). Seu
tema principal é a união erótica, a fim de ser saciado.
Pois a meta da realidade é harmonia e acasalamento. É o
objetivo do homem e da religião, o máximo do mistério: conhecido,
em latim, como “mysterium tremendum”.
Jacob referiu-se a isso como:
- É um local terrível: a casa de Deus (órgão sexual F) e o
portão do Céu (idem M). (Ele disse isso quando estava caminhando
para o seu casamento).
A carta Torre do Tarot, nº 16, também é chamada de Casa
de Deus. Sua figura lembra um pênis ejaculando.
Para o qbl (sempre são casados, pelo menos os antigos) o
que tem maior valor é a harmonia do casal e o maior pecado é essa
desarmonia
Para o Zohar, não deve haver pecados sexuais, perversões,
etc. E o pior deles é o celibato – que anula o acasalamento superior,
Céu e Terra.
Também se explica da impossibilidade de se estar sempre
acasalado, pois há outras coisas para fazer. E quem aguentaria? O
que se explica é:
- Quando o homem não está com sua mulher, está com
Shekinah (a outra, mas que é abstrata, a rainha abstrata, a alma
gêmea: a outra coisa que lhe completa. Pode ser um trabalho, um
estudo, um ideal, etc.).
Os famosos e eruditos qbl antigos eram, naturalmente,
casados (como o Cristo), mas ficavam pouco tempo com suas
mulheres. Alguns nem moravam juntos. A noite do Shabat era

271
reservada ao encontro sexual, após o jantar. Mas nem sempre era
possível. É um costume judaico não ter relações sexuais durante a
menstruação da mulher. E outros motivos: doenças, viagens,
retiros, etc. Dor de cabeça ...
Há situações diversas:
a) só se acasala com Shekinah quem já é casado
normalmente;
b) só se acasala com Shekinah quem NÃO é casado
normalmente;
c) há o acasalamento com a sefirá Binah
(Inteligência/Entendimento), uma das sefirós superiores e que é F.
Foi o caso de Jacob e Moisés (que eram também casados com
pessoas físicas).
Os acasalamentos de Jacob são bem freudianos:
- Lea: acasalamento superior, representada por Binah, a
Inteligência, mas também a Mãe Suprema. Representava a mãe
biológica de Jacob.
- Nesse caso, o Zohar antecipou-se a Freud. O
acasalamento com “a mãe” está arraigado na alma do homem (e
com o pai, na da mulher), estando “oculto na alma”. Binah também
é conhecida como Universo do Oculto, no lado do inconsciente. No
lado consciente é um tabu psicológico. Por isso, Lea foi odiada por
Jacob (o incesto com a mãe é coisa séria). A primeira relação que
ele teve com ela foi uma farsa de Lea, que agiu como se fosse sua
irmã Raquel (a futura esposa de Jacob). Os antigos sábios diziam:
quem se acasala com a mãe em sonhos espera inteligência.
Em Astrologia, a Lua representa a mãe e a esposa. E Vênus
representa a companheira e a amante. Enquanto se está
namorando ou noivando, é a Vênus (e também quando se está só),
depois que se casa é a Lua que assume. O ideal no casamento seria
o homem ter essas duas mulheres em uma só.
No caso da mulher, o esquema é o mesmo, mas com o Sol, o
marido e com Marte, o amante. Ou o ideal dos dois em um. O que
nem sempre é fácil. Em 90% dos casos vencem Sol e Lua.
- Raquel: acasalamento inferior, representada por Netzah,
o amor pessoal – geralmente Shekinah não se refere a relações
físicas, mas a um ideal superior em que há dedicação e
envolvimento psíquico.
Outro caso mítico foi o de Rebeca e Isaac:
- Sara era mãe de Isaac. Ele tinha forte ligação com ela,
pois custou muito a engravidar (Lua);

272
- mas casou-se com Rebeca, que o amava. E consolou-se
com ela (Vênus);
- Rebeca ajudou Isaac a esquecer de sua mãe;
- e com o casamento deles, o espírito de Sara voltou a
reinar no local (o espírito de Shekinah, abstração);
- com o casamento, as duas mães reinam sobre o homem,
a superior (abstrata) e a inferior (física);
- outrora, a mãe do noivo ia morar com o filho casado, ou
seja, a noiva ia para a casa da sogra;
- Rav Yossef dizia (Talmud): quando ouço os passos de
minha mãe, levanto-me ante a Shekinah que se aproxima.
Ora, vou te contar! Os mitos hebraicos, o Zohar, o Talmud,
etc. são muuuito interessantes! Um prato cheio para estudos míticos
e psicológicos. Os antigos conheciam mais da vida do que muita
gente pensa. Que tal você estudar bem e novamente essas
histórias? E certamente você verá isso nos mitos gregos e nos dos
orixás. Psicanalistas deveriam estudá-los com afinco, como fazem os
junguianos.
No Zohar, quando o Raschbi sai de casa e vai passear
sozinho ou com o filho, encontra seus amigos ouvintes. O grupo do
Raschbi. A caminhada vai ficando cada vez mais agradável e o Rav
expressa sua alegria dizendo:
- Estou feliz por ter encontrado a Shekinah.
Ou:
- Agora Shekinah está presente.
O grupo de sábios passa a ser denominado de “faces de
Shekinah”. Diz-se que eles se “acasalam”. A sublimação erótica
através do estudo da Torah (não são relações homossexuais, que
não existem no Zohar).
No caso de Moisés, considerado o máximo da espécie
humana, ele se desliga da esposa ao acasalar-se com Shekinah, o
ideal a caminho da Terra Prometida. Mas, isso não lhe foi cômodo.
Pois não estaria mais santificando a união M e F. Ele mesmo diz,
com um certo mau humor:
- É contestável que um homem tenha mais dignidade
quando está em companhia celestial do que com sua esposa.
(A linguagem do Zohar é mais complicada, aqui venho
colocando uma forma mais entendível).
A opinião do Zohar sempre foi:

273
- Melhor em casa, com a mulher, porque lá estão as duas:
a mulher e a Shekinah (ou seja, a mãe). Pois é somente por causa
da esposa que o homem pode acasalar-se com a Shekinah (a mãe).
Eta Freud!
A mãe é o universo do masculino, diz o Zohar. Ela é Binah, a
Inteligência, que abrange as sefirós que lhes são inferiores e o seu
final é a 9ª sefirá, Yesod, Base, Fundamento ou o órgão masculino.
E todas as coisas são estabelecidas conforme esse final.
Os companheiros do Raschbi relacionam-se com ele como se
ele fosse um representante de Deus. É uma relação místico-erótica
(não homossexual, sem sexo), que é demonstrada assim:
- A boca de Deus é como Shekinah, foi pela boca divina
que o mundo foi criado;
- o qbl é como a boca de Deus, quando ele fala, as coisas
são criadas;
- então, um dos sábios que acompanha o Raschbi nos
passeios beija a sua boca e diz: beijei a boca de Deus. Ou beijei a a
boca de Shekinah;
- Raschbi foi chamado de Boca Sagrada, em livros qbl
posteriores;
- quando um sábio qualquer dizia alguma tolice, dizia-se:
Como pode uma boca sagrada falar isso?
O Raschbi também foi associado a Yesod – base das forças
ativas, órgão sexual masculino: que morre no orgasmo com a
Shekinah.
A história relata de qbl que morreram ou foram condenados à
morte (diz-se que foi o caso do Ari) porque:
- ou revelaram demais (como Ari);
- ou transformaram o sagrado em profano,
desrespeitosamente (como um dos sábios que foi do grupo do
Raschbi);
- ou os que não revelaram nada, evitando algum bem
(como alguns exilados na Babilônia – lá era proibido revelar
qualquer segredo da Torah que, à época, só podia ser revelado na
Palestina).
Ao final, o Zohar não é tão complicado assim. A linguagem
rebuscada faz parte da época. E o que parece segredo lá, não é.
Apenas é um livro extremamente livre e que a sua realidade
assustava as pessoas. Yochai devia ser aquariano ou ter um Urano
bastante forte.

274
Yochai precisava do grupo tanto quanto o grupo precisava
dele. E, assim, é com qualquer mestre. E, aí, o Amor reina entre
todos.
Uma vez, pediram-lhe que fizesse chover. Porque havia seca.
Ele respondeu:
- Não me intrometo na questão da desarmonia entre o
Masculino e o Feminino divinos – essa desarmonia é a causa da
seca.
- Só me ocupo das causas terrenas que não estão ligadas
à deterioração cósmica. Minha causa é o grupo.
Ao ocupar-se do grupo, sempre houve amor e harmonia
entre os estudiosos: o amor ao estudo.
Essa era a atitude do Ari, Isaac Luria, que continuou, no séc.
16, o trabalho do Raschbi. Seu grupo estudava com amor, até
mesmo quando a morte do Ari já havia sido decretada. Nada os
atingia. No entanto, num momento, irrompeu uma divergência entre
eles e o Ari morreu. (“O Livro da História do Ari”, ed. Meir Beniyahu,
Jerusalém, 1.967).
Muitas vezes, entretanto, o estudo da Torah pelos qbl ou
Talmudistas podia ser substituto de relações homossexuais (como
entre R. Yoakhanan e Reisch Lakish, etc.), como uma relação com a
Shekinah.
Havia intenso amor entre o grupo do Raschbi; ele mesmo
dizia que se não houvesse amor, causariam uma falha na Torah,
pois a Torah contém amor e fraternidade, como se vê entre os
patriarcas Abrahão, Isaac, Jacob – cujas almas, foi dito, ligaram-se
com as almas do Raschbi, de Eleazar, seu filho e seu filho R. Yossi.
E, depois, com o Ari e seus mais próximos, Chaim Vital, um deles. É
dessa união que resulta a compreensão dos segredos da eTorah e
seu desenvolvimento através das gerações (em Tarin, de Elior e
Liebes).
O Zohar dá a teoria para grupo de estudos, aplicações
práticas, desenvolvimento de outros universos. Portanto, ele seria o
resultado de obra conjunta do grupo, sob a direção de Yochai, o
Raschbi. Já G. Scholem considera-o obra de uma só pessoa.
O livro de Platão, o Banquete, além da teoria, trata das
reuniões dos seus Companheiros. Cada um fala sua ideia sobre um
mesmo assunto. E o amor e a amizade entre eles é fundamental
para a existência e manutenção do agrupo. Nesse ponto, há uma
semelhança com a parte do Zohar, chamada Idra Raba, bastante
profunda.

275
Em ambos os livros tratam-se de divindades.
 Em Platão, Banquete – Eros.
Em grego, a palavra “Kosmein” é derivada de Kosmos.
Originalmente, Cosmos significa “joia de mulher “ e, daí, derivou-se,
por sua vez, o significado de:
- ordem e aperfeiçoamento, e universo (porque os gregos
consideravam o universo belo e perfeito, como uma joia);
- Kosmein, ou reparar, com o significado de enfeitar e
limpar a estátua da divindade e, daí, o embelezamento nas palavras
da divindade.
No Zohar, na parte Idra Raba – trata da fisionomia da
divindade qbl, o Arik Anpin – a Grande ou Longa Face, que tem a
qualidade do Amor (como Eros).
- Idra: os companheiros “reparam” a Longa Face;
- reparar, em aramaico, pode significar aperfeiçoar,
reparar uma joia;
- arranjo, preparação até uma nova criação (como
Kosmein);
- a divindade de amor é reparada e recriada conforme o
espírito dos grupos de Platão e do Raschbi, seja de modo particular
ou em conjunto: ajudados pelo espírito de amor e amizade entre
eles.
Essa parte do Idra Rabá foi a base para a QBL posterior,
principalmente a de Isaac Luria. Ele levou seus discípulos para o
local onde a Idra havia sido preparada e ali distribuiu as funções dos
antigos participantes do Idra entre os seus alunos. Cada um
interpretou e desenvolveu as palavras de quem estava
representando.
A escolha dos representantes foi de acordo com o que o Ari
considerou como reencarnação ou iluminação dos discípulos do
Raschbi com os seus.
Daí saiu a QBL Luriana, com o aprofundamento da teoria do
Idra, junto com o estudo das almas de Ari e seus companheiros.
Isso se repetiu, outra vez, com o grande qbl Rav Moises
Hayim Luzzatto, que se considerava como iluminado (ou
reencarnado) pelo Raschbi e pelo Ari. E que, também, tinha seu
grupo, que seria a reencarnação do grupo do Raschbi.
Finalmente, uma história disfarçada de homossexualidade,
conforme o Talmud.
R. Iokhanan era belíssimo, mas tinha um defeito: era sem
barba (como as mulheres). Ao nadar no Jordão, o chefe de um

276
bando de assaltantes, Reisch Lakish, viu-o e pulou no rio (tentativa
de estupro). Não deixa Iokhanan em paz porque queria transar. O
belo, então, propõe que Lakish se case com sua também bela irmã.
OK.
Mas os dois começaram a estudar juntos, Iokhanan
ensinando a Torah e Lakish aprendendo e tentando seduzi-lo
novamente. E vão indo e tal e coisa. Até que saíram as discussões.
O belo ficou abalado e o assaltante (que, aliás, era muito
inteligente) adoeceu.
A irmã pediu que Iokhanan rezasse para curar o marido, por
causa dos filhos (ou seja, aceitar a sedução do outro). Foi recusado.
E Lakish morreu. E Iokhanan sofreu bastante. Para compensar, os
sábios enviaram-lhe outro colega.
Não deu certo. O novato concordava com tudo que Iokhanan
dizia, aprovando-o com firmeza, jamais discutindo.
Iokhanan enfureceu-se:
- Você não é como Lakish. A cada coisa que eu dizia ele
fazia 24 perguntas e eu lhe respondia todas e, assim, o assunto se
esclarecia. Você jamais discute e concorda com tudo. Será que não
sabe que eu sei, por mim mesmo, que estou certo? Você não me
serve para nada e eu preciso de ajuda!
Tão enfurecido ficou que rasgou suas roupas e berrou,
berrou, berrou até enlouquecer. E morreu, por misericórdia divina.
Um amor forte como a morte.
*
Desce a cortina.
*

277
7. ANJOS (KEVANIM: ASAS)

Os anjos (malakim) estão na AV, junto às sefirós e, por


analogia, influiriam nos planetas.
As analogias entre as C.O. são ideias destes últimos séculos,
principalmente, dos ocultistas Eliphas Levi, Papus e, depois,
Crowley, etc. Talvez para facilitar o entendimento. Mas, na verdade,
para confundir.
No séc. 13, o rei espanhol, D. Alfonso de Castela, que se
considerava astrólogo, fez as efemérides chamadas Tábuas
Alfonsinas. Ele aprendeu Astrologia com os rabinos na Península
Ibérica. Onde judeus, muçulmanos e cristãos conviviam muito bem
e trocavam conhecimentos, até aparecer a Inquisição e a expulsão
dos judeus pelos não santos Reis Fernando e Isabel, no final do séc.
15. Aliás, foi quando vieram os judeus expulsos de Portugal para o
Brasil, no séc. 16, estabelecendo-se em Pernambuco.
Então, quando os eruditos das três religiões, outrora,
conversavam, nenhum deles fazia misturas entre as diversas C.O.
Isso surgiu mais tarde.
E Arthur Edward Waite (AEW), da Golden Dawn (séc. 19 e
20), que escreveu um portentoso livro sobre QBL, disse que:
- fazer analogias da QBL com Astrologia é, no mínimo,
complicar e confundir ambas, usando fantasias irrealistas.
E nisso eu concordo. Pessoalmente, jamais faço. Mas muita
gente faz e gosta. Sejam astrólogos ou qbl. (Neste livro, quero
esclarecer que juntando esses conhecimentos não significa que eu
os adote. Quando aplico a QBL é somente QBL, quando uso
Astrologia, é só Astrologia, etc. E uso todas as C.O., mas cada uma
no seu lugar).
As analogias de QBL com Tarot, de sefirós com planetas
estão aí. Mas são “mercadorias” diferentes.
As sefirós têm seus atributos ou emanações da divindade e
incluem:
- símbolos (que você pode e deve atualizar);
- imagem mágica ou figura humana representativa (idem,
atualizar) – e que surgiram através das meditações qbl;
- virtudes e vícios – o que estimula um crescimento ou um
prejuízo;
- correspondências diversas, incluindo planetas, cores,
situações, etc. (são as características, também atualizadas, é claro);

278
- nomes divinos ou de poder, que seriam caminhos para
se alcançar o Criador, cujo título é Ain Soph ou Infinito;
- 32 caminhos na AV, mostrando a troca de energias,
como se fossem “aspectos astrológicos” (para quem gosta das
analogias), relacionamentos entre sefirós e, daí, entre os nomes
divinos e seus desdobramentos celestiais;
- arcanjos e seus subordinados, os anjos (os que têm
asas: Kenafaim);
- títulos (dados pelos rabinos como forma de
entendimento. Assim Kether é Coroa, Hokmah é Sabedoria. etc.).
Esses títulos não estão no Sepher Yetzirah, que apenas fala das
sefirós;
- representações cósmicas (aí entram os planetas).
Chama-se modo de falar cabalístico ao uso das diversas
linguagens das C.O., ainda que nada tenha a ver com a QBL.
Assim, se você diz que: “Fulano netuniou” significa que ele
sumiu. Só quem entende esse “astrologuês” são os iniciados. E você
pode dizer que: “Sicrano está de Temperança”, significando que ele
não está tendo sexo. Só quem entende esse “taroguês” também são
os iniciados. E tudo isso é um modo de falar qbl.
Os antigos qbl judeus eram aficcionados por Astrologia (sem
falar na Numerologia, que é um dos braços da QBL). Tinham
percepções fantásticas e fantasiosas (será?). Aprenderam quando
estiveram na Babilônia e no Egito. E, depois, com os demais.
Fizeram adaptações para sua cultura, como todos.
Agripa, Paracelso. Robert Fludd, R. Lully, Pico della
Mirandola, Eliphas Levy, Saint Martin, rosacruzes e maçons, etc.
foram alguns qbl não judeus.
Os antigos astrólogos, judeus ou não, liam os céus como se
eles fossem um livro em que os planetas (leket, ou caminhantes,
errantes) eram como as letras e seus hieróglifos.
Você também pode fazer isso. Construa umas frases com os
planetas nos signos no seu MN. Ou com os planetas no céu, como:
Plutão em Capricórnio e Urano em Áries, Netuno em Peixes e
Saturno em Sagitário. Que frases você faria?
Os judeus da Babilônia eram instruídos (os mais humildes
ficaram na Palestina, quando Nabucodonosor mandou destruir o
Templo de Jerusalém (primeira vez). O rei levou como escravos os
judeus de melhor categoria e inteligência para que não fizessem
guerrilhas e sabotagens. Esses judeus da Babilônia (e Abrahão era
um deles, em face do seu pai ser um judeu importante), eram

279
doutores, astrônomos, médicos, astrólogos (tais ciências não eram
separadas e incluía a magia). Alguns fizeram parte da corte do rei
persa (Irã) Artaxerxes.
Antes de falar sobre Os Anjos, umas considerações sobre a
AV:
a) AV é a Torah;
b) mas ficou mais conhecida com esse nome do que como
Árvore Sefirótica – que seria seu verdadeiro nome, uma vez que
trata das sefirós;
c) AV em hebraico é Etz Hayim, que é plural, significando
Árvore das Vidas: um conjunto de 10 situações de vida. Vive-se
cada sefirá como se vive cada planeta ou cada signo. E cada
um/uma é como se fosse “uma vida”;
d) Luria (e seu discípulo principal e que registrou o que o
mestre falou), o Ari, desenvolveu os 32 caminhos, ou cruzamentos
entre as sefirós, com seus patrocinadores celestiais. E lá vão os
caminhos, incluindo planetas, signos, elementos;
e) existe, ainda, a Árvore Qlipótica (AQ), que corresponde
ao mito dos vasos quebrados/cascas – que são as qlipós –
caracterizadas como O Mal (as sefirós seriam O Bem). Ou seja, as
sefirós são atributos divinos e as qlipós são atributos demoníacos
(que também são divinos). (E se você preza as analogias, qlipós
seriam como o mau uso dos planetas, de modo prejudicial a você e
aos outros);
f) AV tem 4 mundos, seus arcanjos e anjos; AQ idem;
g) os 4 mundos da AQ são associados aos 4 elementos
primordiais, no seu lado destrutivo. É uma visão draconiana. De
Draco – um local nas estrelas que os qbl consideram ligado à Terra;
h) Draco é dragão. Os dragões que você vê tanto nos
filmes como nos desenhos animados, HQ, pinturas e vasos chineses,
etc. (ou serpentes ígneas cuspindo fogo) representam:
- preocupações, crises existenciais, desejo de alterar uma
situação que lhe incomoda, fazer transformações. (Assim, se você
ficar desenhando dragões nos cadernos, telas ou até colocá-los no
seu computador estaria pensando num daqueles significados);
i) os 4 mundos da AQ, em paralelo com os da AV (tudo
tem polaridade) são:

1. Mundo da Desordem
Área dos Anakim, ou anarquistas
fogo destrutivo.

280
2. Mundo dos Conflitos e Discórdias
Área dos Gibborim, ou violentos
água destrutiva

3. Mundo do Astral Inferior


Área dos Rafaim, ou covardes, os medrosos e
desesperados
ar destrutivo

4. Mundo dos Desejos e do Prazer


Área dos Nefilim, ou voluptuosos.

Ora: Bem ou Mal são complementares, como Sol e Luz, luz e


sombra. Como a ACBM ou Árvore da Vida do Conhecimento do Bem
e do Mal.
Se tudo estiver calmo, não há desafios e evolução. Não se
levanta da poltrona. Satã, na QBL, representa o adversário, o
provocador – que aparece para:
- trazer uma consciência, geralmente pela perda da
inocência, da ingenuidade;
- e, daí, a expressão de consciência, potencial de
progresso;
- desacomodar, tirar da inércia, inovar;
- testar a força de vontade, o domínio das emoções;
- energizar, promover o temor e o anseio;
- perturbar, prejudicar, etc., etc.
O Sepher Yetzirah contém as explicações das sefirós, das
letras e de estudos de Astrologia.
Conta-se que, em face de seu pai e da estada na Babilônia,
Abrahão já tinha o conhecimento dos assuntos daquele livro. As
histórias de Jacob e de seu filho, José, também já comentam sobre
isso. Mas foi o Rav Akiba, no séc. 2 DC, que organizou os textos.
Os signos foram associados às doze tribos de Israel
originárias dos doze filhos de Jacob (que ganhou o nome de Israel
ao vencer o anjo de Deus - todos os anjos são de Deus, como se vê,
inclusive pelo sufixo “El” ou “Yah” da maioria dos seus nomes) que,
no caso, não era tão bonitinho como os que se vê nas pinturas do
Vaticano e da Renascença. Ele era uma Tentação do Adversário.

281
Os signos também foram associados às doze letras simples
ou elementares/básicas para a vida humana. Cada um deles tem o
seu mês (que começa na Lua Nova). E, também, tem seus vários
anjos (12 signos, 72 anjos).
Os anjos dos signos seguem daqui a pouco mas, o resto, eis:

SIGNO TRIBO MÊS LETRA


Áries Ruben Nissan He
Touro Shimon Lyan Vau
Gêmeos Levi Sivan Zain
Câncer Judah Tamuz Chet
Leão Issacar Av Teth
Virgem Zevulum Elul Yod
Libra Benjamin Tishra Lamed
Escorpião Dan Cheshvan Nun
Sagitário Naftali Kislev Samech
Capricórnio Gad Tevet Ayin
Aquário Aser Shevat Tsade
Peixes Iossef Adar Kof

O zodíaco está no Teli – que significa “pendurar”. Letras e


signos estão pendurados no Teli, na eclítica. Ali está o Destino.
A constelação de Draco/Ofíuco/Baleia ou Serpentário
(Serpente Polar), entre Escorpião e Sagitário – e que não aparece
entre os 12 signos, nem nas 12 tribos – era considerada um reduto
dos seres intraterrenos. Parece que esse foi um dos motivos de
mantê-la oculta.
Abuláfia, o qbl contemplativo da Idade Média, dizia que a
Cabeça do Dragão (ou Nodo Lunar Norte) mostrava um mérito,
enquanto que a Cauda (ou Sul) indicava uma responsabilidade. Essa
é uma interpretação bem mais interessante do que colocar os Nodos
como Tikun – já que qualquer aspecto do MN usado de modo
prejudicial à vida pode necessitar de uma correção.
Como mérito (cabeça), algo a investir, pois há capacidade de
reconhecimento e progresso. Nesse caso, um futuro possível (mas
dependendo do planeta que rege o signo onde o Norte está).
Como responsabilidade (cauda), algo a assumir, como um
aviso, um recado de algo conhecido, uma obrigação escolhida ou
imposta. Nesse caso, uma influência do passado (dependendo do
planeta que rege o signo onde o Sul está).

282
Por muito tempo, a área draconiana, Draco, a serpente
alada, foi considerada uma divindade a ser adorada. Simbolizando o
conhecimento oculto. E porque os eclipses estão associados ao
Dragão.
Eclipse solar – quando há uma conjunção do Sol e da Lua
(Lua Nova) com o Nodo Norte, numa distância máxima de 10º.
Eclipse lunar – quando há uma oposição entre Sol e Lua (Lua
Cheia), envolvendo o Nodo, na mesma distância.
Quanto mais exato for o aspecto, mais forte é o eclipse:
sendo total, quando a orbe foi exata e parcial, conforme for mais
larga.
Os antigos ficavam aterrorizados com os eclipses, quando Sol
ou Lua eram “comidos” pelo Dragão. Hoje, fora os supersticiosos,
não há o que se aterrorizar. Diziam, até, que as crianças nascidas
durante um eclipse não sobreviveriam. Bem, conheço inúmeras
pessoas que nasceram sobre o patrocínio do Dragão e estão aí,
fazendo currículos. Você pode ser uma delas.
A importância dos eclipses no MN dependerá da existência de
uma conjunção ou oposição (principalmente porque os demais
aspectos perderiam força) com algum outro planeta ou com os
pontos cardiais, além de haver um trânsito de algum planeta mais
lento, afetando o local. Ver em que casa e signo acontece.
Funcionará como um gatilho.
 Ex.: em 3.11.2013 – eclipse solar
Sol em 11º Escorpião
Lua em 11º Escorpião
Nodo Norte em 7º Escorpião
Mercúrio em 8º Escorpião
Saturno em 13º Escorpião
Uma data interessante para se nascer. No mês de Cheshvam
e sob o patrocínio da letra Nun.
(Nesse dia, na hora do eclipse, no Rio, por volta das 3hs da
madrugada, tive um sonho inusitado, estranhíssimo e nítido,
naturalmente escorpionino, que não vou contar. O resto do dia foi
normal. Plutão em 9º Capricórnio fazia um sextil no Céu). (No
capítulo sobre signos, você verá as associações de signos e letras).
Para os qbl, a alma existe em cinco níveis, sendo os dois
primeiros os mais elevados, abstratos e sem influência pessoal
direta. E os demais (3) com influência direta. São:
1. Yeshidad – alma universal, união com o divino;
2. Chayah – alma de grupo, coletividade;

283
3. Neshamah – alma com um objetivo, missão. É ela que
escolhe o tipo de encarnação mais adequada a esse objetivo.
Portanto, com um valor específico, ao qual une-se ao intelecto.
4. Ruach (ou Haia) – alma com uma intenção: o espírito,
que irradia uma luz pessoal conforme essa intenção. Intermediário
entre Neshanah e a próxima. Respira por aquela motivação, tem
animação;
5. Nefesh – alma encarnada, entra no corpo no momento
do nascimento. Diretamente ligada à vida, à existência. Tem maior
animação. Como busca a vida, ela não se manifesta nas situações
vegetativas de uma pessoa. Pois viver é evoluir.
Esses 3 últimos níveis atuam no MN, através de signos,
planetas e casas, conforme desenvolvimento e personalidade da
pessoa.
Vê-se dois tipos de qbl:
a) mais antigos, que focam só na parte espiritual,
desinteressando-se do ASC e das casas – por considerá-las mais
mundanas;
Obs.: alguns interessados na Astrologia dos 7 Raios seguem
a mesma linha. No entanto, sem encarnação, sem a matéria, o
corpo, sem Malkut não há condições de evolução.
b) mais atuais, usam todo o MN. Inclusive, mesmo
antigamente, o momento, a hora do nascimento sempre foi um
instante mágico, de temor e reverência. Sem esse momento, não
haveria nem vida nem MN. E os 3 níveis de alma desenvolvem-se
através de todo o MN.
Os planetas foram associados às sefirós, exceto os
transpessoais (embora já fossem conhecidos na Suméria e
Babilônia). Mais tarde, alguns qbl sugeriram associações, também,
desses transpessoais para as sefirós 1, 2 e Daat.
Assim, associados às sefirós, os planetas passaram a ter o
patrocínio das hostes angélicas. Reverenciadas, principalmente, pela
QBL mágica e de contemplação. Porque os seres angélicos só atuam
em você se você acreditar neles.
Antes de falar sobre os anjos e suas influencias no MN,
considere, resumidamente (mais adiante, capítulo sobre planetas):
 Sol – Aquilo que você é hoje, já que está encarnado e
recebeu a luz, podendo irradiá-la. Relacionado à Tifferet.
 Lua – Suas reações emocionais, sentimentos, humores,
padrão de sensibilidade. Relacionada a Yesod.

284
 Mercúrio – Expressão corporal, comunicação, juventude
(não só indica situações da sua juventude como a mantém,
enquanto você se interessar em se movimentar, física e
intelectualmente: curiosidade da vida). Relacionado a Hod.
 Vênus – expressão do afeto e dos gostos pessoais,
prazeres, aquilo que traz paz, que acalma (quando nasce de manhã,
ela é Lúcifer, a estrela da manhã, e está posicionada ANTES do Sol.
Quando nasce ao entardecer, ela é Vésper, e está posicionada
DEPOIS do Sol, no seu MN. Veja se você nasceu com Lúcifer ou
Vésper). Netzah.
 Marte – atitude, iniciativa, força impulsionadora e
enérgica, vai. Agressividade humana. Geburah.
 Júpiter – Expansão social, senso de abundância e
benevolência, religiosidade. Hesed.
 Saturno – Contenção, cobrança, disciplina produtiva,
esperar e economizar. Binah.
Na tradição, os planetas são somente 7. Mais tarde, os outros
foram acrescentados às sefirós superiores, pois:
- Kether: O primeiro movimento divino, os redemoinhos
cósmicos, ato de criar.
Então, associaram-lhe Urano: inovação, situações súbitas,
eletricidade que dá luz, cria. (Como o deus grego Ouranos, sem
nenhuma representação figurativa).
- Hokmah: A primeira ideia do Cosmos, o zodíaco, que
influi no destino humano.
Então, associaram-lhe Netuno: o amor universal, grande
doador, que sonha o impossível, mas que ainda não se manifesta
claramente, vem como uma névoa.
- Daat: O conhecimento oculto, que exige um rito de
passagem. Alguns pesquisadores, com base na meditação e nas
descobertas antropológicas, associavam-na, também, a Sirius.
Mas, associaram-na, ainda, a Plutão: ao abismo, o profundo
e incontrolável, senso de perspectiva (o buraco de minhoca, por
onde se passa para outras D).
Os qbl herméticos consideravam a trindade: Hokmah, Daat e
Binah como o reflexo da Grande Fraternidade que paira sobre a
Humanidade: Shambala (ver “Conhecimento dos 7 Raios e 9
Dimensões”, da autora).
A QBL aceita as VP, as reencarnações, e as estuda (como os
hindus, etc.). E, daí:
- Guilgul: ser encarnado

285
- Guigun: encarnação
- Guilgulim: as diversas encarnações de Neshamah.
As seis primeiras sefirós, que iniciam os seis primeiros
caminhos da descida na encarnação, mostram:
1. Kether ou Coroa: origem de qualquer coisa.
2. Hokmah ou Sabedoria: capacidade de ultrapassar
qualquer limitação.
3. Binah ou Entendimento: habilidade de selecionar
conforme o que entende ou compreende, discernimento.
4. Hesed (ou Chessed) ou Bondade: capacidade de
beneficiar e de se entregar a algo.
5. Geburah (ou Pachad) ou Severidade: capacidade de
superar, coragem e temor reverencial.
6. Tifferet ou Beleza: disposição para ajudar, compartilhar
e harmonizar o ambiente.
Tudo isso influi na Roda das Encarnações (Guilgul HaCodem).
Talvez a sua VA seja para:
- por a serviço antigas habilidades;
- desenvolvê-las, aperfeiçoá-las;
- experimentar, ir além, evoluir;
- compensar algo, restaurar um equilíbrio;
- continuar o currículo de alma Neshamah.
A QBL diz:
- se você prejudicou alguém, estava no destino de ambos
e a outra pessoa ou sua alma “sabe” porque foi prejudicada. Mas
isso não significa que a coisa vá ficar por aí. Você precisa
reequilibrar a situação: fazer compensações, retificar. Mesmo que
não seja com a mesma pessoa.
Netzah (Vênus) é a sefirá das retificações.
Assim, seguindo o trajeto das demais sefirós:
7. Netzah ou Vitória: a vitória de conseguir retificar algo e
criar algo duradouro.
8. Hod ou Esplendor: a glória do esclarecimento, visão
clara de algo.
9. Yesod ou Fundação: ciclos de vida, reprodução,
formatação de algo.
10. Malkut ou Reino: visibilidade de algo, concretização (e
destino atual, o MN).
Bem, agora vamos aos Anjos.

286
ANJOS
Os Arcanjos funcionam no Mundo da Criação (Briah ou
Beriah), da Mente Superior, nos padrões das ideias. São “príncipes”,
comandantes de tropa (dos anjos).
Os Anjos funcionam no Mundo da Formação (Yetzirah), mais
próximos da Humanidade (chamam-se “anjos ministros” aqueles
que podem tornar-se visíveis ou contatarem pessoas diretamente –
desde que elas acreditem neles. Os outros anjos, que não
aparecem, mas circulam por aí e podem ser sentidos, intuídos, são,
simplesmente, Anjos). Eles pertencem a grupos ou hostes/coros
angélicos, facções, falanges. São subordinados aos seus chefes,
comandantes, “generais”: os Arcanjos.
Anjos são intermediários entre o mundo celestial e o humano
(levam as orações, desde que tenham fortes intenções e venham do
coração). Estão no plano astral (e podem comunicar-se com você
pelo seu corpo astral ou etérico).
Como todas as coisas têm a sua contraparte, os demônios
(que também são chefiados pelos seus “generais”, Arcanjos
demoníacos, draconianos – como Lúcifer, o de maior brilho entre
todos, cuja “hubris” (arrogância, em grego) foi o Orgulho).
Os anjos-demônios são chamados de adversários (como
Satã), aqueles que trazem divisões, dúvidas, tentações, leis do
menor esforço, etc. Como se vê, fazem parte da vida. A QBL
Hermética é que os “demonizou” mais ainda.
Todos são forças cósmicas que podem ser imaginadas (ou
fantasiadas), como se preferir: a fim de facilitar o contato e a
manifestação. Sem imaginação, os anjos (e demônios) nem
atendem o celular, nem olham o Instagram.
Claro, você atrai um (ou mais) anjo ou demônio, conforme
seu estado de espírito e personalidade.
(No vol. 2 de “A Carruagem” está a lista dos 72 Nomes de
Deus e dos 72 anjos ligados a signos e horas, aos graus do zodíaco,
a dias do ano. Uma dos primeiros estudiosos a divulgá-los foi o
francês Levain, em 1.823 (“La Science Cabalistique”). Neste livro,
repetirei somente os 72 anjos zodiacais, com palavras diferentes das
que estão no meu livro. Identifique-os, imagine-os, invoque-os e
tenha bom proveito).
Seu ASC tem um anjo que lhe ajuda a aventurar nesta
encarnação e que estava presente no momento do seu nascimento.
E colaborará no momento da sua morte, na passagem “desta para
melhor”.

287
Se você vive reclamando da vida, não ficará muito tempo por
aqui. Os anjos lhe ajudarão nessa prece e logo lhe conduzirão para
o Outro Lado. Mas, se você sabe que a vida tem seus momentos de
luz e sombra e que você aceita o seu destino escolhido, então os
anjos não se ocuparão logo de você para esses fins – afinal, essa
não é uma das suas orações intencionais.
Também há os anjos que colaboram com o destino do seu
Sol, com as carências da sua Lua e com as funções dos demais
planetas pessoais e até mesmo dos sociais – para ajudarem-lhe a se
colocar num sistema, num mercado (que ninguém é de ferro, e a
evolução é feita no sistema sociocultural).
Não esqueça do anjo do MC e dos que atuam num planeta
focal ou dominante. São muitos anjos? Ora, tantos quantos os
planetas no zodíaco. Cada qual com seu atributo.
Eis as categorias dos anjos:

1. Serafins. Ou Hayot Hakodesh.


Atuam em Kether, Geburah. E sintonizam com Marte.
Em Kether, ligada a Urano, os serafins atuam como os Hayot
Hakodesh, criaturas sagradas. Pertencem a mais alta hierarquia
angelical, conhecidos também como Seres Santos ou Potências.
Manifestam a glória da criação, os princípios da vida.
Você não tem contato com eles, mas pode ter com os
serafins ligados a Marte.
Saraf (origem de serafim) significa Queimar. Serafins são as
serpentes de fogo ou seres ardentes (de amor a Deus).
Extremamente inteligentes.
Aliás, essas serpentes que aparecem em certas joias, colares,
pulseiras, anéis, cintos, pinturas, etc., são talismãs dos serafins...
Viu que interessante?
Um ser seráfico é um ser inteligente (bastante), que,
comumente, foi associado à inteligência do Mal. Que, claro, também
existe. Mas nem sempre é para o Mal. Mas para a Luta e a Justiça
de Geburah, Marte. Dão apoio nas lutas.
Aparecem como serpentes voadoras brilhantes e produzem
os quatro elementos.
Em Daat, aparecem como serpentes: conhecimento útil. Ou
draconianos.
O arcanjo que comanda os Hayot Hakodesh é Metraton:
aquele que conduz os mortos à presença de Deus. (E que, em vida,

288
foi Enoch, transformando-se em Metraton quando foi levado aos
céus).
O arcanjo que comanda os serafins de Marte/Geburah é
Kamael: Aquele que conduz as batalhas e serve a um propósito
maior. Representa o lado divino severo. Marte é Nadim, em
hebraico.
Os arcanjos que comandam os serafins de Daat são 4,
ligados aos 4 pontos cardeais (de onde vêm os conhecimentos):
Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel (que também surgem em outras
sefirós e planetas).

2. Querubins ou Ofanim, ou Rodas.


Os Ofanins tomam conta da Arca da Aliança, das portas do
Paraíso e da AV (a do Éden).
Querubins e serafins foram nomes dados pela QBL
Hermética, seguindo o modelo do cristianismo. A QBL Tradicional
chama-os por Ofanim ou Rodas e por Hayot Hakodesh,
respectivamente.
Rodas com olhos, como as rodas da Carruagem de Yaweh,
cujas rodas tinham centenas de olhos, que tudo viam. Essas rodas
nunca andavam para trás (querubins jamais retrocedem), sempre
andando para a frente ou para os lados, quando precisam se
desviar.
Ligados a Hokmah e a Netuno. E, como Netuno/Poseidon,
que também tinha sua incrível carruagem (como Plutão), puxada
por outros incredibilíssimos animais marinhos (querubins
aquáticos?).
Os querubins também aparecem em Yesod, Lua, como
hostes angélicas protetoras e poderosas, trazendo a voz de Deus.
São os primeiros anjos mencionados na Torah e seu nome significa
aqueles que oram e são sábios, sempre atentos às ordens de Deus.
Eles aparecem também (e, aí, sua outra associação à Yesod,
Lua) na carruagem de Shekinah – a contraparte feminina de Deus.
Sempre andam com suas espadas flamejantes, colocando
ordem onde houver caos. São guerreiros famosíssimos (e não os
anjinhos redondinhos e infantis dos santinhos das comemorações de
1ª Comunhão, ou nas igrejas católicas).
Também comandam ideias (a voz divina) e as figuras (como
na Geometria Sagrada da 6ª D, de Sirius). Ligados à justiça divina,
são representantes das decisões celestiais.

289
O arcanjo que comanda os Querubins ou Ofanim de Hokmah
é Ratziel, o Arauto, Enviado, que detém o conhecimento oculto
(tinha o Livro do Futuro, que teria sido repassado a Adão, por
ordem de Deus. E Adão, como bom terráqueo, perdeu-o. Hoje, nós
temos, novamente, esse livro, graças a Deus recuperado: chama-se
Efemérides).
O arcanjo que comanda os Querubins de Yesod é outro
Arauto, Mensageiro do conhecimento da vida. Aposto que você o
conhece: chama-se Gabriel. O mais humano dos arcanjos, já que
tinha maior contato com a Terra (como na Anunciação de Maria, nas
revelações a Maomé, etc.).
É importante saber que categoria de anjo (ou arcanjo) lhe
aparece, pois indica um fato específico.
Gabriel apareceu para Maria e Maomé e, através dos dois,
surgiram boas novas e péssimas: Jesus foi torturado e crucificado;
Maomé entrou em terríveis guerras pela unificação do Islã.
Gabriel é príncipe mensageiro, mas também bravíssimo
guerreiro, chefe das milícias celestes, aquele que traz mudanças
(através de lutas).
E, se você se chama Gabriel ou Gabriela, haverá crises e
lutas em sua vida, alem da importância da sua palavra, daquilo que
comunica (para o bem ou para o mal) e de provocação de
mudanças. Que tal?
Em Yesod, associado à Lua, que é Levanah.

3. Tronos ou Aralim.
Considerados fortes e poderosos para trazerem luz,
esclarecimentos. E, assim, provocando uniões, ligações, ligando as
diversas formas em qualquer nível. São agrupadores e mantêm a
memória.
Sérios, impassíveis, sem concessões para manterem a ordem
trazida pelos querubins. Vigilantes e atentos.
Associados a Binah e a Saturno (Shabathai).
Seu chefe é o arcanjo Tzaphkiel, da luta espiritual contra os
adversários, que ganha força pela contemplação de Deus.

4. Dominações ou Hashmalim.
São brilhantes, dourados, luminosos, esplendorosos. Irradiam
forte luz e energia. E, assim, transmitem força interior e psíquica
para que se ultrapassem os obstáculos e se vençam as resistências.
Por isso, não são fáceis. Mas são importantes protetores.

290
Carregam o trono de Yaweh (a Merkabah) e, por aí, você já
vê que não é para qualquer um.
Associados a Hesed e a Júpiter (Tzedek).
Seu arcanjo é Tzadikiel (não confundir com o outro,
Tzaphkiel – veja que Tzadik-el é o sábio e justo de Deus).
Esse é o príncipe da misericórdia e dos benefícios (ligado a
Hesed), mas não pense que é assim facinho. Tem que merecer. E
olhe lá.

5. Ashim (ou Issim)


Partículas de fogo, cargas elétricas atuam e produzem os 4
elementos, contatam os elementais.
Chamados de Almas de Fogo ou dos Bem-Aventurados.
Almas dos Justos ou Inflamados.
E, assim, dão apoio e reforço nas horas difíceis. Bem
próximos à Terra. E, por isso, relacionados a Malkut e à nossa Terra
(Cholem Yesodeth).
Seu arcanjo é Sandalfon, gêmeo de Metraton. Um atua no
Céu (em Kether), outro na Terra (em Malkut). Já foi chamado, por
isso, de Anjo Negro. Seu nome indica que está ligado às orações.
Leva as orações a Deus. Mas só leva as que têm fortes e
verdadeiras intenções (Kevanah), despreza as medíocres, falsas,
tolas e que buscam facilidades sem investimento.
(O arcanjo Uriel, ou Anael, também está ligado à Terra, ele é
a luz de Deus, transmitida pelo amor à Humanidade e pelas
atividades mentais exercidas aqui).

6. Virtudes, Reis ou Malakim


São os reis angelicais, mensageiros de saúde e luz.
Subordinados ao Sol (Shemesh) e à Tifferet.
Atuam no reino mineral, repassando seus atributos aos
minerais, cristais, pedras preciosas, metais.
Na Astrologia Védica, as pedras preciosas são curadoras.
Quando você tiver uma joia, limpe-a e invoque os Malakim
(malak é anjo, o sufixo “im” indica plural), os Reis. E você sabe que
reis sempre usaram pedras preciosas.
Dão força para ultrapassar calúnias, mentiras, conspirações,
recompensando os esforços e a dedicação (usar pedras, cristais ou
metais contra as más intenções dos outros – supondo que você só
tenha boas intenções).

291
Seu chefe arcanjo é Rafael, aquele que cura, o médico
celeste (e que, desgostoso com os acontecimentos, anda meio
afastado, como um eremita. Por enquanto?). Ele é o espírito do Sol,
que traz harmonia e purificação.

7. Elohim, ou Deuses. Ou Principados. Também conhecidos


como Tarshishim.
Atuam no reino vegetal, na ecologia, na natureza (temos que
invocar os Elohim!). Repassam seus atributos às diversas plantas. O
mundo vegetal alimenta os mundos animal e humano, sem ele, a
vida acaba na Terra.
Ensinam e dão condições de se saber lidar com todos os
seres.
Ligados a Netzah e Vênus (Nogah).
Seu arcanjo é Anael ou Uriel, o príncipe do Amor de Deus
(que também atua, como vice, em Malkut).

8. Beni-Elohim ou Filhos dos Deuses. Ou mares.


Podem surgir como chamas luminosas nas ondas do mar,
emitindo sons. Os surfistas e marinheiros devem tê-los visto
algumas vezes. Quando você estiver no mar e a luz do sol bater nas
ondas, imagina que os Beni-Elohim estão ali, talvez procurando lhe
dar algum recado: decodifique-o.
São intermediários entre humanos e animais, pois influem no
reino animal, inclusive ajudando na sua domesticação (mas não nas
piruetas dos circos e sim como amigos e colaboradores dos
humanos).
O seu cãozinho ou o seu gatinho são representantes desses
Filhos dos Deuses; e os animais marítimos costumam saudar os
deuses Mares.
Atuam em Hod e Mercúrio (Hokab).

9. Anjos
Associados aos anjos da guarda, algumas vezes como os
querubins das rodas com muitos olhos, em Yesod.
Tomam conta de tudo, podem fazer previsões, influem no
reino humano.
Os cristãos adoram anjos e arcanjos, como na QBL
Hermética, e deram-lhes os nomes que você conhece em português
(e outros idiomas). Na tradição da QBL são os nomes hebraicos que
indicam as funções, ligadas aos seus arcanjos.

292
Os anjos são inferiores aos humanos porque não têm livre
arbítrio, jogo de cintura, maleabilidade. Estão estreitamente ligados
às suas funções e missões. São abstratos, energias celestes, mas
podem tomar as formas que quiserem para facilitar o entendimento.
No Tarot, anjos e arcanjos estão representados na carta 14,
a Temperança.
Como existe a AV, existe a AQ, como o dia e a noite.
Na AQ, claro, também estão seus anjos e arcanjos – muitas
vezes chamados de Anjos Caídos, ou Rebeldes. Isto é: porque se
aproximaram demais dos humanos, alguns tendo relações sexuais
(e, nesse caso, assumindo formas humanas, como foi o caso de
Gabriel, etc.), outros vivendo as maravilhas terrenas.
A hierarquia dos chamados anjos infernais, ou rebeldes,
situa-se nos pilares da AQ, relativos às 10 qlipós e aos mesmos
planetas, usados de modo prejudicial. Eles comunicam-se entre si,
através dos caminhos, exatamente como fazem os da AV. Diz-se
que estão nas ramificações da ACBM (Árvore do Conhecimento do
Bem e do Mal).
Tudo isso levou ao Vampirismo. Jean. J. Rousseau disse:
- Se há uma coisa provada é a existência dos vampiros.
E que é vampiro (sempre um Best-seller)?
- Aquele que quer ter a vida de outra pessoa.
O mundo está cheio deles.
Se você quiser relacionar as 9 hostes angélicas, separando
Ofanins, Serafins e Anjos, tem-se:
1. Hayot Hakodesh – inteligências
2. Ofanim – motores das rodas celestes
3. Aralim – poderosos
4. Hashmalin – lúcidos
5. Serafins – zelo ardente
6. Malakim (ou Melarim) – esplendorosos
7. Elohim – deuses enviados (ET?)
8. Beni Elohim (ou Bnei Elohim) – filhos dos deuses (dos
ET?)
9. Querubins – irradiam fogo astral
10. Ashim (ou Ishim) – não são anjos, são almas glorificadas
(Em Malkut, não há anjos, somente pessoas ou as almas dos
mortos).
A propósito: sobre os terços ou rodas de rezas, usadas na
QBL e no Cristianismo. Entre os cristãos, também são conhecidos
como Rosários. São técnicas de meditação usando-se repetições em

293
que se evocam objetivos (relacionados aos nove números ou às
nove hostes celestiais e não aos “mistérios dolorosos” ou
“gloriosos”).
A QBL Hermética usa essa técnica, começada nas escolas
iniciáticas. Assim, surgem intuições, inspirações.
É a Roda Ardente. A origem não é religiosa, mas mística, de
revelações.
O Terço de S. Miguel Arcanjo foi muito popular a partir da
Idade Média e é usado pela QBL Hermética, tanto quanto o Rosário
(há vários tipos de terços).
- Rosário, a Roda Ardente. Se aberto em cima de uma
mesa, forma uma roda com um pingente;
- contém 5 séries com 10 contas (50) que é um número
associado desde a Antiguidade à estrela Sirius (os católicos rezam
50 Avemarias);
- entre as 5 séries existe uma conta maior, ou seja, mais 5
(os católicos rezam 5 Padres-nossos). E 5 é o número do Homem
(pentáculo) e, certamente, associado a Geburah, aos serafins e a
Kamael (o arcanjo das grandes batalhas). E, também, as 5 cores do
nome sagrado;
- e, ainda, num pingente, tem mais 4 contas. Que se
referem (adivinhem!): aos 4 mundos da QBL e aos 4 elementos;
- o que você acha que são as 5 séries de 10 contas?
Certamente não são as Aves Maria. São as 10 sefirós, lógico;
Quando você reza o Rosário está meditando na AV, no micro
e no macrocosmo!
- Na ponta do pingente, com as 4 contas, tem uma cruz.
Não é a cruz de Cristo, embora os católicos assim a considerem. Os
4 braços da cruz referem-se ao Tetragrammaton YHVH.
Pode ser que você se espante com a associação do 5 ao
número do homem estar no terço. Mas, afinal, você é um ser
humano. Outra condição são, como disse, as cinco cores do nome
sagrado que, na QBL Hermética, não é o Tetragrammaton (que
pode estar nos 4 braços da Cruz), mas é o nome de 5 letras:
YHShVH, ou seja, Yeshua, mais conhecido por Jesus. A letra do
meio é Shin, que representa o Fogo. Esse nome forma um
pentáculo;
- a letra Shin, fogo, também pode ser associada ao éter,
espírito;

294
- o Rosário é rezado/meditado 3 vezes. Neste caso, as 3
letras-mãe que compõem o mundo Aleph (ar), Mem (água), Shin
(fogo);
- as 5 cores do YHShVH são: vermelho, azul, branco
brilhante, amarelo, marrom;
- pode-se meditar/rezar, segurando, para começar, as 4
contas penduradas, dos 4 mundos ou dos 4 arcanjos das 4 direções,
os 4 guardiães do caminho;
- segure a primeira conta entre o polegar e o indicador,
girando-os e imaginando o arcanjo Rafael – para cura;
- segure a segunda conta, idem, para Gabriel, vencedor
de demandas no mundo físico;
- a terceira conta para Uriel, o amor incondicional;
- a quarta conta para Miguel, o vendedor de demandas no
mundo psíquico-espiritual.
Essa é uma sugestão. Existem várias.
Eis os arcanjos rebeldes:
1. Thaumiel – queria ser igual a Deus.
2. Chaigidiel – aquele que impede a luz da vida. Belzebu.
3. Sathaniel – obstroi as concepções, para fazer sombra a
Deus. Lúcifer.
4. Ganschicot – causa distúrbios. Astaroth e Azariel.
5. Golab – os incendiários. Asmodoeus e Zoniel.
6. Togarini – os irados. Belphagor e Zomiel.
7. Harab Scrap – dispersos, desvairados, delirantes (como
nas festas rave, que significa isso aí). Baal Chanan e Theumiel.
8. Samael – os embustes. Achamelek.
9. Gamadiel – obscenos. Lilith e Oziel.
10. Lilith – impuros. Nahena.
Samael e Lilith são a contraparte de Adão e Eva.
(Obs.: Todos os nomes em hebraico podem estar escritos de
modo diferente em outros livros, pois são transliterações dos
ideogramas).
O fruto proibido de Adão e Eva, da ACBM, é o:
- Conhecimento de todas as coisas, entender tudo de
modo completo e, assim, entrar na vida, vendo o Bem e o Mal.
Essa é a perda da inocência. Daniel Quinn, em Ishmael, fala
sobre:

295
A História de Adão (adaptação)

Quando Adão acordou, os deuses (elohim) acharam que ele


seria uma boa companhia para a turma. E imortal, como eles. Quem
sabe, um futuro parceiro no Poker da Vida.
Então, Adão foi tremendamente paparicado, na sua infância.
E, na adolescência, já perceberam a sua futura grande capacidade.
Consequentemente, poderia ser apresentado à AV.
Um dos deuses, mais observador e menos precipitado,
comentou:
- Se Adão for levado à AV, ainda sem QE (quoeficiente
emocional), ele não vai entender. Vamos deixá-lo encontrá-la por si
mesmo, quando chegar a hora.
E, outro deus, prevenido, também disse:
- É, mas se Adão não conseguir encontrar a AV, pode
perder a paciência e ficar tentado a comer a Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal (ACBM).
- Meu amigo – respondeu o outro deus – não esquenta.
Os frutos da ACBM só podem nutrir os deuses e Adão jamais terá o
nosso conhecimento.
- Certo. Mas, e se ele ACHAR que tem? Aí, vai querer
mandar no mundo, vai começar a achar que sabe quem deve viver
e quem deve morrer. Também vai pensar que pode justificar tudo. E
o que não conseguir justificar, vai dizer que é o Mal.
- É isso aí. Adão vai acabar achando que é igual a nós e
que, portanto, é capaz de qualquer coisa, inclusive eliminando o que
ele não gostar ou sentir que atrapalha. Ele vai gostar é de não ter
limites para NADA e que o ruim é ser limitado. Então, quando não
conseguir mais crescer, vai avançar no que é dos outros.
- Pois é – disse outro – Adão vai achar que é dono do
mundo, porque tem conhecimento! E que os deuses (nós) não têm
mais poder sobre ele: o poder é dele.
Foi por isso que os deuses, percebendo que a ACBM acabaria
por destruir Adão, avisaram-lhe para não comer o fruto dessa
árvore, senão, morreria.
Quem come o fruto da ACBM acha que é dono do mundo e
nada conseguirá detê-lo.
Qualquer coisa que se faça sempre será bom para uns e ruim
para outros.
Há bilhões de anos os deuses regem o mundo e sempre
houve ordem no caos. Só que Adão e seus descendentes não são

296
tão sábios quanto os deuses. E, assim, poderão destruir a si, aos
outros e ao mundo.
Essa é a História da Queda, contada pelos que Deixaram,
Permitiram. Porque se fosse contada pelos que Tomam, Agarram,
seria a História da Ascensão. Porque eles acham que têm o direito
de fazer o que quiserem e que estão sempre certos. Assim são os
“Takers”. Que constroem sua vida num local e, quando enjoam, vão
embora para outro lugar. Deixam a Terra mais devastada.
Os índios americanos chamavam-nos de Hohokam: ou
aqueles que somem.
Os Takers não desistem, não dão o braço a torcer, pois para
eles seria como admitir que erraram. E, por isso, jamais saberão
reger o mundo.
O Éden foi a terra dos Takers, onde a agricultura se
desenvolveu. Na Suméria. Ao redor viviam os Leavers, pastores. Por
isso, o agricultor Caim matou Abel, o pastor.
Muitos Takers eram caucasianos. Muitos Leavers eram
semitas. Caim, caucasiano, provavelmente de pele clara. Abel,
semita, provavelmente de pele escura.
Essa história adâmica dos Leavers era uma forma de
denunciar os maus hábitos dos Takers. Que são capazes de tudo
para aumentarem seus espaços.
Aí, os deuses perceberam que o fruto da ACBM tinha sido
comido e ficaram furiosos. Gritaram:
- Vocês, Adão e Eva, serão amaldiçoados e banidos do
Éden. Agora, tratem de trabalhar, com o suor do seu rosto.
Em hebraico, Adão é Homem e Eva é Vida. Portanto, a
tentação de Adão não foi o sexo ou a luxúria. Foi ter a Vida. Ser
dono da Vida. Decidir quem pode ter Vida e quem não pode.
Conforme a população aumenta, mais terras são necessárias,
mais avançam, mais se expandem: aqueles que tomam.
Foi Eva e não a serpente que ofereceu o fruto da Vida a
Adão. Ter uma família.
Adão foi o pai da cultura da Humanidade. Não foi o pai da
Humanidade. Os deuses foram: que deram vida a Adão e Eva. E
podia ter ficado por aí, de forma restrita (se fossem caçadores, mas
como foram agricultores, precisou-se desenvolver a espécie humana
- não as plantas e os animais, que foram reduzidos).
A agricultura modernizou a vida e, por mais que haja
poluições, ninguém quer voltar para trás, para as antigas tradições.
Que também foram destruídas pelos missionários e pelas guerras.

297
Há 12 mil anos, o Homem é o Dono do Mundo.
A História do Mundo pode ser mudada, se a história de Caim
e Abel for mudada. Isto é:
- Se Caim não matar Abel.
Aí, há esperança de sobrevivência, há lugar para todos:
humanos, animais, vegetais, minerais.
Os humanos precisam sentir que há algo significativo, que
há, por exemplo, a AV.
*
Conforme os textos da Suméria e da Acádia (Oriente Médio),
tem-se:
- deuses do Céu e da Terra podiam visitar-se (ir para cima
e para baixo); encontrar-se com “deuses”, como Inanna ou Ishtar (e
outros) em estátuas com roupagem semelhante às dos astronautas
(S. Langdon, Uma Liturgia Clássica para Inanna (ou Innini);
- malakim, anjos, na verdade emissários: transportes de
mensagens, executores de ordens celestiais (vistos por Jacob,
subindo e descendo uma “escada”e para o Céu). Também vistos por
Abrahão: viu 3 “homens” ao seu lado, lavou-lhes os pés, alimentou-
os. Um deles não era anjo, era O Senhor);
- uso de objetos de poder divino, os “me”, que liga Céu e
Terra (na mitologia nórdica, o deus Odin usa uma espécie de
espada que o torna invencível, assim como o machado de Thor. Os
registros dos “ET” nórdicos estão na Suécia, Noruega, Islândia);
- Elias (o profeta, que também viu a carruagem) não
morreu na Terra. Subiu aos Céus “num furacão”. E isso não foi de
repente, mas com data marcada antecipadamente (Torah);
- Ezequiel (outro profeta do norte da Mesopotâmia, entre
os judeus deportados por Nabucodonosor): viu um com aparência
humana, rodeado de brilho e esplendor, sentado num trono
colocado dentro de um carro (merkabah, carro, carruagem), no
firmamento. Esse carro movia-se para qualquer direção, com rodas
dentro de rodas e podia levantar-se verticalmente. Parecendo um
furacão resplandecente (o cientista da NASA, J. Blumrich, diz que é
a descrição de um helicóptero);
- 2.000 anos antes de Ezequiel, o governante Gudea, da
Suméria, construiu um templo para o “divino pássaro negro do
vento” do deus Ninurta. Ou seja, a nave. Era um enorme templo,
com vigas gigantes e pedras importadas. Esse “pássaro divino”
podia “reunir Céu e Terra, estacionar nos Céus”. Outra nave,
máquina voadora;

298
- pássaros divinos, furacões, pássaros de vento, etc. são
as tais máquinas. Todas protegidas por duas “armas divinas” que
emitiam feixes de luz e raios mortíferos. Como as espadas
flamejantes dos querubins;
- encontrou-se, em Biblos, na costa mediterrânea do
Líbano (a Gebal da Torah) uma moeda representando o Templo de
Ishtar, de alguns milênios AC. Esses templos eram, também, casas
e “garagens” para as naves/pássaros/furacões. A tal moeda tem a
inscrição de uma grande casa, com um enorme pátio e dentro dessa
“área sagrada”, bem protegida... o que? Uma plataforma com um
“mu”: nave. O “mu” parece um foguete, na sua forma cônica;
- “mu” em sumério é “shu-mu, ou shem”, na língua
semita. E “shem” em hebraico significa Nome. Muitas vezes, os
hebreus se referiam à divindade como Shem, o Nome. Que, como
se vê, não se referia ao celestial, mas ao foguete em que ele
viajava! (G. Barton, “The Royal Inscriptions of Summer and Akkad”,
1929);
- haviam, inclusive, várias representações dos foguetes
com uma pessoa dentro (há um no Museu da Filadélfia). Daí, a
associação do mu/shem com Shem, o Nome do Deus. Geralmente,
era um ou, às vezes, dois, deus dentro de uma câmara oval (o
foguete). Daí, também, depois, o costume dos sumérios construírem
templos para simbolizarem as casas dos deuses. E, claro, você já
percebeu, essa é a origem dos templos e igrejas através dos
séculos: a casa de Deus. Ou dos deuses. Nabucodonosor construiu
um grande e belo templo para Marduk;
- mais tarde, os sumérios construíram pilares, obeliscos,
estátuas com os deuses e colocavam em locais especiais. E, claro,
governantes, reis, figuras importantes da nossa História Mundial
passaram a erigir monumentos a si próprios, nas praças, etc. É
sempre interessante se conhecer a origem das coisas;
- esses pilares, ou estelas, com as figuras dos deuses e,
depois, dos governantes, serviam para comemorar, no início, a
atividade espacial do fogo, câmaras do Céu. Os sumérios
chamavam-lhes de Na.Ru, ou “pedras que se erguem”;
- em hebraico, era nuras, objetos de fogo, sendo que
“ner” é um pilar que emite luz (popularmente: vela);
- referências bíblicas falam de dois monumentos
comemorativos: Yad e Shem;
- Yad significa mão e foi associado à letra hebraica Yod
(mão);

299
- os “yad” têm forma piramidal;
- os “shem” têm forma oval;
- e ambos referiam-se às máquinas voadoras divinas, ou
câmaras do Céu;
- no antigo Egito, havia, em Heliópolis, um objeto de
forma piramidal, chamado “bem-bem”, no qual os deuses haviam
chegado à Terra. Quando os faraós morriam, supunha-se que
seriam transportados para a nova vida por um “shem” ou um “yad”.
E Yah é um outro nome para o Senhor, que tornou-se sufixo em
muitos nomes de anjos/arcanjos (como El). Shamain é “Céu”,
Shamash é “aquilo que está no Céu”, também associado ao Sol;
- a Torre de Babel nada mais era do que a torre de
lançamento de foguetes. Babili (de Babilônia) significa: portão dos
deuses. Que se enfureceram e destruíram-se. Afinal, que história
era essa de os terráqueos terem seu próprio Cabo Canaveral?
- só que os terráqueos daquela época não tinham
tecnologia para construir a tal torre. Foram ajudados por um
anunaki. E isso está registrado numa estela suméria de 2.300 AC,
do rei da Acádia, Naran-Sin (Sin era o nome de um deus sumério, a
Lua, neste caso, patrocinando o rei);
- os textos sempre disseram que: os humanos podem
ascender aos Céus, MAS só pelo desejo expresso dos deuses. O
primeiro deles foi Enoch. Que virou Metraton. Outro foi Elias. Outro
foi Adapa, um sumério, chamado de Homem-Modelo. Diz o texto:
- Adapa foi levado ao Céu, para a residência de Anu (em
Nibiru), para ali “partilhar o Pão da Vida e a Água da Vida”. Conhece
alguma frase parecida?
- o “mito” sumério de Gilgamesh fala do seu desejo de
encontrar a Árvore da Vida. Mas ele não conseguiu. Essa AV era o
Céu, a imortalidade, os deuses, o palácio de Anu (G. Smith, “The
Caldean Account of Genesis”, 1976);
- Etana, rei da cidade da Suméria, Kish, patrocinado pelo
deus Shames/Utu (ou Sol), ascendeu aos Céus por um “shem” ou
“mu”. Shamash dá um shem para Etana viajar, mas não usa a
palavra shem, que era a habitual. Usa a palavra ”águia”. O foguete
Águia transportou-o e, de dentro dele, (uma voz irradiada) foi dito:
Vou te transportar para cima, para o Céu de Anu. Seguindo as
instruções da voz da águia, Etana dirigiu o foguete (sem nenhum
longo treinamento dos astronautas, a tecnologia era o máximo!);
- veja o inconsciente coletivo, quando o astronauta N.
Armstrong, comandante da Apolo 11, disse: “A águia aterrissou!”.

300
Na Lua. E Águia era o nome do módulo lunar que se separou do
foguete para aterrissar na Lua. A águia é o símbolo dos astronautas,
usado nos seus uniformes;
- desde 1.500 AC, há vários registros de homens-águias,
homens-pássaros saudando um shem;
- e esse shem, rodeado pelos antigos homens-águias,
muitas vezes eram representados por... a Árvore da Vida!
Significando que o Pão e a Água da Vida seriam encontrados (a
imortalidade? Em Nibiru, um ano equivale a 3.600 anos na Terra);
- nessas figuras costumam haver: a AV, dois seres-águias,
cada um segurando com uma mão (yad) um fruto ou pão da vida,
e, com a outra mão, uma jarra com água, ou a água da vida;
- aí, indago, Aquário, que é representado por “aquele que
carrega a água da vida”, e seu símbolo são as ondas elétricas e,
além disso, representa o Céu e os grandes pássaros que voam a
grandes alturas. (Gêmeos são os passarinhos, não será um ET? Um
anunaki, um nefilim, um astronauta? (Eu, como ASC Aquário, acho
que sou. E você, que também é Aquário, o que acha?);
- no Êxodo, Yaweh diz às crianças de Israel: Eu lhes
trouxe sobre as asas das águias até a mim. Em vários trechos
bíblicos, as divindades são descritas como aladas;
- como os anjos e arcanjos;
- um trecho diz: ele montou um querubim e partiu
voando;
- Utu/Shamash, El (de Canaã) são representados com
asas de água. Não são seres híbridos. São metáforas para dizer que
eles voam. Nos foguetes;
- portanto, eram chamados de deuses aqueles seres que
vieram do Céu para a Terra, nos seus veículos (pelo buraco de
minhoca?);
- o Genesis fala da expansão do gênero humano, após
Adão, e a desilusão divina com a Humanidade (provocando o
dilúvio, que é citado nos textos bíblicos sumérios, gregos, etc.)
porque:
- os filhos dos deuses (Nefilim) viram as filhas dos homens
e tomaram-nas como esposas;
- e daí? qual o problema?
- os contos da Suméria dizem:
 os Nefilim estavam na Terra quando os filhos dos deuses
viviam com as filhas de Adão e procriaram. Os Nefilim eram os
poderosos filhos da Eternidade, o povo do Shem.

301
Que tal?
Diga-se que a expressão: “Os Nefilim estavam na Terra” foi
traduzida erradamente por “havia gigantes sobre a Terra” (como na
Bíblia e Torah). O termo em hebraico, mal interpretado, é: o povo
do shem (que não é o “nome”, não é o “povo que tem um nome”,
mas o povo que veio à Terra, lançado à Terra por um foguete).
E acabou ficando como: anjos caídos, anjos malditos. Uma
pena, um mal-entendido.
O comentador bíblico, Malbim, séc. 19, percebeu isso e disse:
- Antigamente, os reis eram os filhos dos deuses que
vieram dos Céus para a Terra. Aqui governaram, casaram-se,
tiveram filhos, muitos foram heróis e poderosos.
Os Nefilim, anunakis de categorias mais elevadas, ou ... Beni-
Elohim. Hostes angélicas de Hod! E seu patrono, Miguel – afinal,
quem era Miguel?!
E o comentador Malbiam diz:
- Eles se chamaram a si próprios de Nefilim, que significa
Os que se arruinaram. Porque saíram dos Céus e acabaram ficando
na Terra. Perderam a “imortalidade”.
Nefilim ou povo do Shem, ou povo dos foguetes.
O desenvolvimento da humanidade, para a civilização,
aconteceu através dos Nefilim, durante 3 estágios:
- período Mesolítico (por volta de 11.000 AC);
- período da cerâmica (cerca de 7.400 AC);
- súbita civilização da Suméria (cerca de 3.800 AC).
Repare que esses 3 períodos têm um intervalo de 3.600 anos
(shar, órbita de Nibiru). Quer dizer: os Nefilim vieram aqui,
gostaram, voltaram. Voltarão? Estiveram aqui, então, lá por cerca
de 200 AC, ou até mesmo em 0 DC? Jesus Cristo era um ET?
(Ver Zecharia Sitchin, ed. Best-Seller: 12º Planeta, e diversos
outros desse incansável pesquisador, formado pela Universidade de
Londres, consultor da NASSA. Nasceu na Rússia, criado na Palestina,
morou em Israel, onde foi jornalista e editor e viveu em Nova York.
Começou as publicações das Crônicas da Terra em 1976 e suas
teorias vêm sendo confirmadas cientificamente até hoje. E o futuro
que aguarde). (Outros pesquisadores: Samuel Kramer, Stephen
Langdon, Heinrich Zimmern (“Babylonian and Hebrew Genesis”),
etc.).

302
Parece que, por registros da Antropologia, a primeira
chegada dos Nefilim na Terra foi há cerca de 450.000 anos. Podem
ter vindo de outros astros, como Plêiades, Sirius (registros antigos),
etc. Pois Nefilim são “povos dos foguetes”.
Foram eles que deram o nº 7 à Terra. Pois, vindo de fora, a
Terra é o sétimo planeta, a partir de Plutão. E o nº 7ª tornou-se um
número sagrado na Numerologia. Também não é a toa que, no
Tarot, o nº 7:
- é o Carro. A Merkabah. A carruagem celeste, entre os
Arcanos Maiores;
- entre os Arcanos Menores, todos os 7 estão associados
a: intervenções, alterações no mundo lá fora.
E a 7ª sefirá, Netzah, está:
- associada a relacionamentos, retificações de vida ou
morte;
- a Vênus;
- e Venus foi associada às antigas “deusas” da Suméria:
Inana/Ishtar, que amava os terráqueos, transava com eles, etc. E a
Ninmah/Ninhursag, que era médica-geneticista oriunda de Nibiru ou
Plêiades, que colaborou fortemente na engenharia genética que
produziu Adam Kadmon, o primeiro homem primordial,
representado na AV.
Os Nefilim, viajantes do espaço, trouxeram o conhecimento
da Astronomia e da Astrologia para a Terra. E, provavelmente, os
Filhos dos Deuses revelaram a QBL a Abrahão.
Nos antigos registros, o planeta Vênus era representado pelo
nº 8, Marte pelo nº 6.
Estrela de 8 pontas: Vênus.
Estrela de 6 pontas: Marte. Ou o selo de Salomão ou a
Estrela de David. Faz sentido?
O nº 4 era do 4º planeta: Saturno.
Os sumérios também falavam através de números. A
Numerologia também foi trazida pelos Nefilim.
(É imperdível a leitura do 12º Planeta para quem quer saber
das origens e das comparações com o Genesis).
Os planetas, durante a passagem das naves de fora, eram
divididos em duas partes:
- de Plutão até Marte, o 6º planeta (no Genesis, Deus cria
o mundo em 6 dias);

303
- a Terra como o 7º e até o 10º referente ao Sol. A Lua
era o 11º planeta, mas não tinha número para ela, pois ligada à
Terra.
Na travessia pelas naves (Shem), passavam pelos planetas,
que recebiam os títulos de:
 Plutão – Shupa: ou o supervisor do Supremo – Shu é
supremo.
 Netuno – Iru: ou a volta completa, em face de uma
longa curva que a nave teria que fazer. Também tinha o apelido de
Humba, ou vegetação de terreno pantanoso (os Nefilim viram que
haviam pântanos em Netuno).
 Urano – Kakkab Shanamma ou o planeta que é duplo.
Porque Urano é gêmeo de Netuno em tamanho e aspecto. Também
apelidado de Entimashsig, ou planeta de vida radiante esverdeada
(será que lá também tem vegetação pantanosa? Bem, se é
gêmeo...).
 Saturno - Targallu: o grande destruidor, por ser gigante
(quase 10 vezes maior que a Terra, com imensos e longos anéis, e
de tremenda força gravitacional). Também apelidado de Kaksidi ou
arma de integridade, e de Simutu, o que mata pela justiça.
 Júpiter – Barbaru: ou o Brilhante, ou, ainda, Sagmegar:
o grande, onde as vestes espaciais são apertadas (incrível essa
referência a “vestes espaciais”). E como Júpiter tem seus excessos,
ele ainda tinha um outro apelido: Sibzianna, ou o verdadeiro guia
dos céus.
Ao passarem por aí, as naves tinham que entrar na zona
perigosa dos asteroides. Parece que é aí que os Nefilim colocam os
seus “me” ou vestes espaciais, para se aproximarem de Marte e da
Terra.
 Marte – Utukagaba: ou luz estabelecida perto das águas.
O Cinturão dos Asteroides, tanto na Suméria como na Bíblia, é
referido como “bracelete celeste que separa as águas superiores das
inferiores”, no Sistema Solar. Ou chamado de Shelibbu: próximo ao
centro do S. Solar. Ao passarem por aí, os Nefilim começavam a se
comunicar com a Terra, através do Controle de Missão (na Terra).
 Terra – Shugi: ou o justo local de repouso do Supremo.
O destino da viagem espacial. O som “gi” originou a palavra Gea:
Terra, geografia, geometria, geologia. Interessante som usado pelos
Nefilim, os filhos dos Deuses que se arruinaram preferindo a Terra.
Outro apelido era Shibu ou o 7º.

304
Como eles paravam na Terra, não deram apelidos aos outros
planetas. Mas, conheciam-nos.
Eis os nomes sumérios dos planetas:
Plutão - Gaga
Netuno - Ea
Urano - Anu
Saturno - Anshar
Júpiter - Kishar
Marte - Lahmu
Terra - Ki
Lua - Kingu
Vênus - Lahamu
Mercúrio - Mummu
Sol - Apsu
- e o 12º planeta, Nibiru, que passou a se chamar Marduk.
Na sua travessia, Marduk/Nibiru entra no espaço do Cinturão
de Asteroides, faz a curva, passa por Marte e chega à Terra. Enfim!
O símbolo de Marduk/Nibiru é bastante conhecido e você já
deve tê-lo visto em vários lugares e culturas, uns mais
aperfeiçoados que os outros: um círculo com duas asas, uma de
cada lado.

Alguns têm dois rabichos descendo.


*
Aristóteles, na Ética de Nicômado, diz:
- As coisas tendem para o Bem, essa é a finalidade das
nossas ações: alcançar um bem.
- Os fins geralmente são melhores do que os meios; por
exemplo, o fim da medicina é a saúde.
- Quando o fim é um bem, há ética. A ciência política
deveria ser um bem, pois além de legislar, ela usa todas as demais
ciências.
- Não há precisão total de nada, pois a exatidão de uma
questão depende da capacidade de quem julga. Por isso, os jovens

305
ainda não servem para certas coisas, porque seguem as suas
paixões (jovens, no caso, de mentalidade, não de idade).
- Conforme a situação e o interesse, você se identifica
com várias coisas. Quando está doente, identifica-se com a saúde;
quando é pobre, identifica-se com os bens materiais.
- Honrar algo ou alguém é mais importante do que quem
ou o que recebe a honra.
- A riqueza é algo útil, pois é desejada em face do
interesse por alguma outra coisa.
- Há coisas boas e há coisas úteis.
- O absoluto incondicional é aquilo que é desejado só por
aquilo e não por outros interesses.
- Não há necessidade de se ficar procurando as causas de
algo, indefinidamente. Basta o fato: ele é o ponto de partida.
E, com isso, vamos aos anjos dos signos e dias.
Pois, começar já é meio caminho andado, a outra metade do
caminho foi o que você fez (ou leu) até chegar aqui.

ANJOS E DATAS

(Para maiores informações, ver vol. 2 de “A Carruagem”, da


autora).
Cada anjo:
- rege uma parte de um signo;
- rege 20 minutos de cada dia;
- tem uma tarefa específica, que é repassada à pessoa
que nasceu naquela data e horário;
- portanto: um talento, uma habilidade, uma atitude a
investir, em si e estimulando nos outros;
- pois todo dom é impessoal, da vida, da criação e não
somente da própria pessoa;
- o dom que só é usado em proveito próprio não cresce,
nem aperfeiçoa: estaciona ou até retroage;
- pode ser um Tikum, algo a corrigir, um Karma;
- certamente encontrará aquilo na vida.

1. Vehuyah
0 a 4º Áries
21 a 25 de março, de 0h a 0h 19m
- meta e dom: ultrapassar obstáculos (encontrará
obstáculos para solucionar).

306
2. Yeliel
5 a 9º Áries
26 a 30 março, de 0h 20m a 0h 39m
- meta e dom: promover harmonia (encontrará conflitos
para conciliar).

3. Seitel
10 a 14º Áries
31 março a 4 abril, 0h 40m a 0h 59m
- meta e dom: proteção nas crises (idem).

4. Alamyah
15 a 19º Áries
5 a 9 abril, 1h a 1h 19m
- meta e dom: força mental (idem).

5. Mahasyah
20 a 24º Áries
10 a 14 abril, 1h 20m a 1h 39m
- meta e dom: traz a cura, saúde (idem).

6. Lehahel
25 a 29º Áries
15 a 20 abril, 1h 40m a 1h 59m
- meta e dom: prever situações, canal (idem).

7. Akayah
0 a 4º Touro
21 a 25 abril, 2h a 2h 19m
- meta e dom: equilibrar questões de segurança material
(idem).

8. Kahetel
5 a 9º Touro
26 a 30 abril, 2h 20m a 2h 39m
- meta e dom: eliminar hábitos negativos, transmuta-os
(idem).

307
9. Haziel
10 14º Touro
1 a 5 maio, 2h 40m a 2h 59m
- meta e dom: trazer simpatia e otimismo ao ambiente
(idem).

10. Aladyah
15 a 19º Touro
6 a 10 maio, 3h a 3h 19m
- meta e dom: mudar modo pensar quando percebe
inutilidade (idem).

11. Laovyah
20 a 24º Touro
11 a 15 maio, 3h 20m a 3h 39m
- meta e dom: evoluir, transformação pessoal (idem).

12. Hahayah
25 a 29º Touro
16 a 21 maio, 3h 40m a 3h 59m
- meta e dom: atrair pessoas adequadas à sua meta
(idem).

13. Yezael
0 a 4º Gêmeos
22 a 26 maio, 4h a 4h 19m
- meta e dom: atrair o bem (idem).

14. Mehabel
5 a 9º Gêmeos
27 a 31 maio, 4h 20m a 4h 39m
- meta e dom: decidir com justiça e sabedoria (idem).

15. Hariel
10 a 14º Gêmeos
1 a 5 junho, 4h 40m a 4h 59m
- meta e dom: reinventar, alterar (idem).

16. Hakamyah
15 a 19º Gêmeos
6 a 10 junho, 5h a 5h 19m

308
- meta e dom: coragem para decidir.

17. Lauvyah
20 a 24º Gêmeos
11 a 15 junho, 5h 20m a 5h 39m
- meta e dom: saber lidar com frustrações.

18. Kaliel
25 a 29º Gêmeos
16 a 21 junho, 5h 40min a 5h 59m
- meta e dom: produzir, materializar.

19. Leuvyah
0 a 4º Câncer
22 a 26 junho, 6h a 6h 19m
- meta e dom: focar, memória.

20. Pahalyah
5 a 9º Câncer
27 junho a 1 julho, 6h 20m a 6h 39m
- meta e dom: afastar o que lhe prejudica.

21. Nelchael
10 a 14º Câncer
2 a 6 julho, 6h 40m a 6h 59m
- meta e dom: transmitir bênçãos, conforto.

22. Yeiaiel
15 a 19º Câncer
7 a 11 julho, 7h a 7h 19m
- meta e dom: fazer contatos com outras D ou planos
existenciais.

23. Melahel
20 a 24º Câncer
12 a 16 julho, 7h 20m a 7h 39m
- meta e dom: expandir, aventurar.

24. Hahiuyah
25 a 29º Câncer
17 a 22 julho, 7h 40m a 7h 59m
- meta e dom: manter bem-estar grupal.

309
25. Nithayah
0 a 4º Leão
23ª a 27 julho, 8h a 8h 19m
- meta e dom: percepção extrassensorial, ver além.

26. Haayah
5 a 9º Leão
28 julho a 2 agosto, 8h 20m a 8h 39m
- meta e dom: determinação para organizações.

27. Yerathel
10 a 14º Leão
3 a 7 agosto, 8h 40m a 8h 59m
- meta e dom: vencer opressões.

28. Seheyah
15 a 19º Leão
8 a 12 agosto
- meta e dom: não ficar só.

29. Reliel
20 a 24º Leão
13 a 17 agosto, 9h 20m a 9h 39m
- meta e dom: descobrir a verdade.

30. Omael
25 a 29º Leão
18 a 22 agosto, 9h 40m a 9h 59m
- meta e dom: transformar situações difíceis.

31. Lekabel
0 a 4º Virgem
23 a 27 agosto, 10h a 10h 19m
- meta e dom: persistência para algo duradouro.

32. Vasaryah
5 a 9º Virgem
28 agosto a 1 setembro, 10h 20m a 10h 39m
- meta e dom: multiplicar-se, variar.

310
33. Yehuyah
10 a 14º Virgem
2 a 6 setembro, 10h 40m a 10h 59m
- meta e dom: senso crítico, discriminação, dedução.

34. Lehalyah
15 a 19º Virgerm
7 a 11 setembro, 11h a 11h 19m
- meta e dom: responsabilidade, ser útil.

35. Ravakyah
20 a 24º Virgem
12 a 16 setembro, 11h 20m a 11h 39m
- meta e dom: compartilhar nos relacionamentos.

36. Menadel
25 a 29º Virgem
17 a 22 setembro, 11h 40m a 11h 59m
- meta e dom: ajudar e recuperar.

37. Aniel
0 a 4º Libra
23 a 27 setembro, 12h a 12h 19m
- meta e dom: dar exemplo, pilar da sociedade,
discernimento.

38. Haamyah
5 a 9º Libra
28 setembro a 2 outubro, 12h 20m a 12h 39m
- meta e dom: sociável, grupal.

39. Rehael
10 a 14º Libra
3 a 7 outubro, 12h 40m a 12h 59m
- meta e dom: curar, aconselhar.

40. Yelazel
15 a 19º Libra
8 a 12 outubro, 13h a 13h 19m
- meta e dom: recuperação, libertação.

311
41. Hahael
20 a 24º Libra
13 a 17 outubro, 13h 20m a 13h 39m
- meta e dom: conscientizar outros, captá-los.

42. Mikael
25 a 29º Libra
18 a 23 outubro, 13h 40m a 13h 59m
- meta e dom: informar-se, descobrir.

43. Veualyah
0 a 4º Escorpião
24 a 28 outubro, 14h a 14h 19m
- meta e dom: vencedor, elimina dependências.

44. Yelahyah
5 a 9º Escorpião
29 outubro a 2 novembro, 14h 20m a 14h 39m
- meta e dom: diplomacia, justiça.

45. Sealyah
10 a 14º Escorpião
3 a 7 novembro, 14h 40m a 14h 59m
- meta e dom: prosperidade, uso de talentos.

46. Ariel
15 a 19º Escorpião
8 a 12 novembro, 15h a 15h 19m
- meta e dom: respeitabilidade, sabe o que fala.

47. Asalyah
20 a 24º Escorpião
13 a 17 novembro, 15h 20m a 15h 39m
- meta e dom: descobrir e aprofundar.

48. Mihael
25 a 29º Escorpião
18 a 22 novembro, 15h 40m a 15h 59m
- meta e dom: carisma, renovação.

312
49. Vehuel
0 a 4º Sagitário
23 a 27 novembro, 16h a 16h 19m
- meta e dom: mente aberta nas tristezas.

50. Daniel
5 a 9º Sagitário
28 novembro a 2 dezembro, 16h 20m a 16h 39m
- meta e dom: percebe chances.

51. Hahasyah
10 a 14º Sagitário
3 a 7 dezembro, 16h 40m a 16h 59m
- meta e dom: corrigir-se, face visão do futuro.

52. Ymamyah
15 a 19º Sagitário
8 a 12 dezembro, 17h a 17h 19m
- meta e dom: afastar o negativo.

53. Nanael
20 a 24º Sagitário
13 a 17 dezembro, 17h 20m a 17h 39m
- meta e dom: usar o que aprender, criar.

54. Nithael
25 a 29º Sagitário
18 a 21 dezembro, 17h 40m a 17h 59m
- meta e dom: afastar as perdas.

55. Mebahyah
0 a 4º Capricórnio
22 a 26 dezembro, 18h a 18h 19m
- meta e dom: determinação, fértil.

56. Poiel
5 a 9º Capricórnio
27 a 31 dezembro, 18h 20m a 18h 39m
- meta e dom: boa fortuna se cortar o que atrapalha.

313
57. Nemamyah
10 a 14º Capricórnio
1 a 5 janeiro, 18h 40m a 18h 59m
- meta e dom: ultrapassar fraqueza e seguir.

58. Yelalel
15 a 19º Capricórnio
6 a 10 janeiro, 19h a 19h 19m
- meta e dom: intensificar vocação.

59. Harael
20 a 24º Capricórnio
11 a 15 janeiro, 19h 20m a 19h 39m
- meta e dom: acompanhado de guia espiritual.

60. Mitzrael
26 a 29º Capricórnio
16 a 20 janeiro, 19h 40m a 19h 59m
- meta e dom: força interior.

61. Umabel
0 a 4º Aquário
21 a 25 janeiro, 20h a 20h 19m
- meta e dom: atrair pessoas úteis.

62. Yahhel
5 a 9º Aquário
26 a 30 janeiro, 20h 20m a 20h 39m
- meta e dom: aceitação do destino.

63. Anauel
10 a 14º Aquário
31 janeiro a 4 fevereiro, 20h 40m a 20h 59m
- meta e dom: senso humildade perante vida.

64. Mehiel
15 a 19º Aquário
5 a 9 fevereiro, 21h a 21h 19m
- meta e dom: melhorar visão de vida.

314
65. Damabyah
20 a 24º Aquário
10 a 14 fevereiro, 21h 20m a 21h 39m
- meta e dom: fim das confusões mentais.

66. Manakel
25 a 29º Aquário
15 a 19 fevereiro, 21h 40m a 21h 59m
- meta e dom: solucionar.

67. Eiael
0 a 4º Peixes
20 a 23 fevereiro, 22h a 22h 19m
- meta e dom: usufruir, aproveitar.

68. Habuhyah
5 a 9º Peixes
24 a 28 fevereiro, 22h 20m a 22h 39m
- meta e dom: saber o que fazer, consistência.

69. Relyah
10 a 14º Peixes
29 fevereiro a 4 março, 22h 40m a 22h 59m
- meta e dom: perceber energias, canalizar.

70. Yabamyah
15 a 19º Peixes
5 a 9 março, 23h a 23h 19m
- meta e dom: renovação.

71. Haiaiel
20 a 24º Peixes
10 a 14 março, 23h 20m a 23h 39m
- meta e dom: perceber o oculto, clarividência.

72. Mumyah
25 a 29º Peixes
15 a 20 março, 23h 40m a 23h 59m
- meta e dom: afastar o pior, atrair o melhor.
*

315
Magos são os que fazem transformações, como a Grande
Dama dos Cosméticos, Helena Rubinstein. Eles e elas descendem
dos anjos “caídos”. Ou dos Nefilim, dos anunaki. A magia também
humanizou-os. Enki e Ninmah, aos deuses da Suméria,
humanizaram-se ao fazerem a grande transformação, a incrível
magia de criar Adam Kadmon.
Os tais anjos “caíram” não pelo mal, mas pelo prazer da vida
na Terra.
O Genesis faz uma adaptação conveniente da história dos
anunaki e Nefilim. Refere-se aos Nefilim como descendentes de
Amalah e que provocaram a destruição do primeiro Templo de
Jerusalém, obra de Salomão. E que eles eram gigantes
(provavelmente mais altos que os terráqueos), pertencendo a 5
Ordens de Inteligência, que “caíram” do Céu (aterrissaram, melhor
dizendo).
Uma “anja” ou primeira humana foi Lilith – ou Naamah, que
foi a primeira mulher de Adão, separados por sérias divergências
quanto à melhor forma de ato sexual. Tal incompatibilidade levou à
interferência de Yaweh e ao segundo casamento de Lilith: com
Samael (também chamado Tubal Caim).
O Genesis logo fala das possibilidades do divórcio e de novo
casamento.
O Zohar considera essa dama como Mãe dos Demônios. E
que seduziu Asa e Azael, os anjos cosmetólogos, admirados por
todas as mulheres e metrossexuais. Eles é que ensinaram aos
terráqueos todos os truques da maquiagem.
Os filhos dos demônios são mortais, assim como os filhos dos
Nefilim. Os demônios e os anjos só morrem pela mão de seus
iguais.
Tohu – caos, confusão, inferno onde estão os demônios.
Bohu – é onde os demônios não estão.
Os antigos astrólogos qbl judeus liam os céus como se
estivessem lendo um livro ou um e.book. Os planetas (leket,
caminhantes) eram como letras e seus aspectos e posições
formavam “frases”.
Você também pode fazer isso.
Construa uma frase com: Plutão em Capricórnio quadratura
Urano em Áries: _________________________________________.
E outra com Netuno em Peixes quadratura Saturno em
Sagitário: ______________________________________________.

316
Os arcanjos da AQ relativos às 10 qlipós estão na AVCB.
Dizem que têm alergia aos arcanjos e anjos das sefirós que lhes são
correspondentes. E que ali há 7 palácios que se referem a: Satã,
Impuro, Inimigo, Perverso, Hábil, Obstaculizador. A turma antiga
era bem polarizada com Bem e Mal.
Há duas virtudes (Aristóteles):
- a intelectual: que vem do ensino e aprendizado (como
você está fazendo agora), requer tempo, experiência, construção;
- a moral: que vem do hábito, costumes, adquirida como
um poder pessoal.
E o seu modo de agir mostra a disposição da sua alma. Por
isso é importante olhar os hábitos de uma criança, para que os
maus hábitos não permaneçam.
As virtudes podem ser perdidas pelo excesso ou carência de
algo. Quem busca prazeres em tudo e constantemente perde a
virtude por um excesso. É a Intemperança. E quem nega todos os
prazeres torna-se insensível, sem a virtude da sensibilidade.
Aristóteles dizia que você se torna corajoso quando enfrenta
o que teme. Assim, os castigos são como tratamentos médicos, que
atuam pelo contrário.
O teórico é apenas teórico, não poderia ser chamado nem de
astrólogo, nem qbl, nem de numerólogo, etc. Você só se torna num
profissional com muita prática. Um astrólogo pode ter esse título
depois de atender, pelo menos, 20 pessoas. E olhe lá. Ia dizer 50.
**
Os anjos estão por aí há séculos, ligando Céu e Terra e,
muitas vezes, pela imaginação curativa, aliviando os sofrimentos e
até ajudando a descobrir e transformar as doenças em cura,
reintegração.
Todas as religiões falam desses intermediários, cada uma
dando nomes e “aparências” diferentes e, certamente, culturais.
Mas, todas consideram-nos seres de outras D e com hierarquias –
pois as próprias D têm hierarquias, da 1ª à 9ª D e + 1 D.
Os hindus chamam-nos de Devas e Meladevas, distribuídos
em 33 grupos, com uns 330 milhões deles.
Os árabes chamam-nos de Jinns, anjos e arcanjos, alguns
montados em cavalos alados (como Perseu e Pégaso: todas as
representações de Pégaso, de cavalos alados são representações
dos deuses, daqueles que desceram à Terra).
Os cristãos, como os qbl, também têm 9 ordens angélicas,
como as das sefirós. Eles são representados nos templos,

317
fotografias, pinturas, com asas. Asas indicam que são seres
celestiais (como os cavalos alados, os dragões com asas, etc., e não
que “eles voem”, pois com o peso das asas, logo se estabacariam,
como aconteceu com Phaeton, no mito grego, que quis dirigir o
carro do Sol. O mito de Phaeton, aliás, é semelhante ao da Torre de
Batel: quando os humanos quiseram chegar ao Céu. E, hoje, estão
chegando, com suas incríveis naves, foguetes e módulos espaciais).
Para os cristãos, o anjo da guarda (ou de custódia) é
responsável pela alma encarnada, durante toda a sua vida, presente
na hora do nascimento e facilitando na hora da morte.
O estudioso teósofo Leadbeater dizia que esse anjo era
originado de uma forma-pensamento que ficava plena de energia
divina e incorporava num elemental da natureza, como os silfos
(elemental do ar) e ficam perto da criança durante sua infância
(mas, que forma-pensamento? O do MN?).
Gregos, egípcios, romanos, todos tinham seus anjos
tutelares. Havia, inclusive, os anjos regionais e nacionais, com hinos
que servem para atraí-los (como os cantos gregorianos e outros).
Têm altíssimas vibrações, que os tornam invisíveis, a não ser
pela imaginação ou meditação, contemplação, êxtase.
Uma pessoa densa, pesada tem menor vibração e maior
visibilidade, maior concentração de matéria. Todos os corpos físicos
são densos e pesados, mas uns mais do que os outros,
psiquicamente falando.
Quanto mais refinada, sutil, de maior vibração é uma pessoa,
mais leve ela é. Tornar-se leve é caminho para tornar-se anjo. E
ficar mais invisível. Principalmente aos “inimigos”.
Anjos evoluem conforme suas prestações de serviços (o que
os faz terem afinidades com Virgem e Peixes, o eixo desses
serviços).
Se você é um ser evoluído, refinado, sutilizado, com
expansão de consciência, tem mais condições de contatar com os
coros angélicos ou com os devas.
E maravilhar-se.
O anjo tutelar de uma nação identifica-se com a
característica desse povo. E, claro, pode mudar, se o povo/nação
muda. Então, o astral de um país tem ressonância com o astral de
seu povo que, por sua vez, atrai um tipo angelical. Ou demoníaco? E
sua aura, energia envolve aquele lugar e seus habitantes.

318
A aura do Brasil é diferente da aura do Japão, da França, da
Alemanha, da Rússia, etc. O anjo tutelar desses países tem
vibrações e atributos diferentes. O mesmo acontece com o anjo
tutelar de uma família e com o de outra família.
Quando duas pessoas muito diferentes e com famílias de
históricos antagônicos resolvem se unir, os anjos vão:
a) entrar em conflito, levando a desentendimentos que
podem se complicar;
b) retirarem-se e darem passagem para um terceiro anjo,
que assume a nova família, a fim de preservar a união;
c) e quem decide isso são aquelas duas pessoas, conforme
o que elas desejam: separarem-se, brigarem, competirem entre si
ou unirem-se, harmonizarem-se, continuarem;
d) pois nenhum anjo, deus ou o que for interfere nas
decisões pessoais (não adiante invocar um anjo para interferir na
vida de outra pessoa, isso é manipulação espiritual, ainda que com
boas intenções – boas para quem?), embora eles possam ajudar, se
encontrarem ressonância;
e) quando várias pessoas estão reunidas por algum
objetivo ou até mesmo quando uma só pessoa está concentrada
para algo importante, pode-se sentir a “presença” de uma egrégora,
grupo de anjos. Inclusive numa reunião de uma quadrilha. Pois há
egrégora para tudo. Afinal, anjos são reproduções humanas, ou
vice-versa.
Anjos são inspiradores para pessoas ou dirigentes de nações,
quando agem impessoalmente: ou seja, pelo bem do país.
A comunicação com anjos ou espíritos planetários chama-se
teurgia.
A primeira escola de teurgia foi fundada por Jamblico, em
templos da Babilônia, Egito e, depois, Grécia. Onde invocavam-se
anjos e deuses para a celebração de rituais (como muitos qbl da
QBL Extática fazem). Teurgos eram os seus praticantes.
Toda magia cerimonial (como nas celebrações de qualquer
espécie, inclusive nos casamentos, posses, etc.) invoca a presença
de seres celestiais (ou bons fluidos). Toda cerimônia tem sua magia
específica. A Igreja Católica é o plus da magia cerimonial (agora
diminuída pela modéstia do Papa Francisco, revoltando os
tradicionalistas. Deve-se ver, apenas, que a magia não acabou,
apenas transformou-se, porque o objetivo é outro).
Pitágoras, Sócrates, Platão, etc. consideravam os anjos.

319
Quem é sensível ao ambiente percebe que, em certas
ocasiões, há algo mágico no ar: uma vibração (boa ou má), que
mostra que o astral é habitado. Os anjos que vibram nos concertos
clássicos são diferentes dos que vibram nos estádios de futebol. E
você pode senti-los no ar. Seja nos cantos fúnebres, nos réquiens,
ou nas escolas de samba. Cada qual com seu cada qual.
Anjos do lar envolvem-se com as famílias, seja nas gestações
ou nas soluções de questões familiares. E, assim por diante, usw.
Conforme o médico e pesquisador, teósofo, Geoffrey Hodson,
há categorias de anjos:

1. De Poder
- estimulam crescimento com inspirações e entusiasmo;

2. De Cura
- trabalham pela cura física ou mental, transformando o
modo de pensar (dirigidos por Rafael);
3. Do Lar
- protegem a vida doméstica, as moradias e seus
habitantes;

4. Construtores
- inspiram o desenvolvimento pessoal e mundial, através
da elevação mental e emocional.

5. Da Natureza
- protegem a natureza, junto com os elementais de fogo,
terra, ar, água.

6. Da Música
- elevam a alma, como se fosse a voz celestial, o poder do
som, e as cores dos sons (que emitem luzes), voz criativa.

7. Da Arte e Beleza
- a beleza está em tudo e todos, esses anjos puxam para
fora a beleza interior e aperfeiçoam a beleza externa, alegrando o
ambiente.

Os antigos rituais estimulavam a comunicação com os anjos,


através de:
- acreditar em sua existência;

320
- amar a natureza e ter contato com ela, sentindo-se a
cada representação dos mundos mineral, vegetal, animal (e verá
com os olhos deles);
- cerimoniais, abrindo mente e coração (até mesmo
quando cozinha, come, toma banho, etc., desde os cerimoniais
diários (rotina), até a elaboração amorosa e criativa de outros;
- nas terapias, consultas, na cura espiritual (locais de cura
devem ser calmos, limpos, aprazíveis, coloridos, com flores, etc.);
- altar em casa, ou local sagrado, com objetos que lhe
inspirem (pode ser um escritório, canto do quarto, sala e até
cozinha, etc.), sempre buscando a beleza (anjos belos só vão onde
há beleza e limpeza, todo local tem seus anjos específicos, inclusive
nos lixões);
- elevação de hábitos, expansão de consciência,
refinamento psíquico e mental;
- invocá-los só quando sentir amor no coração e para
bons propósitos, já que o amor à humanidade abre todas as portas;
- elevar-se em todos os níveis (olhar para o alto em tudo
que se faz), ou seja, buscar o Supremo (conversas, locais,
amizades, sentimentos, diversões, etc.);
- equilíbrio e paz: ou seja, o repouso após um movimento.
Ter tempo para isso, momentos de silêncio.
*
Conforme Eliphas Levi (“O Grande Arcano”, ed. Pensamento):
- há um Grande Espírito, que está em toda parte (Deus);
- há espíritos criados com envoltórios conforme ambiente
e atributos; assim os espíritos de diferentes planetas ou reinos
também são diferentes, condizentes às suas origens e propósitos;
- a matéria é resultado do substrato do espírito;
- do Grande Espírito foram emanados os Elohim (deuses,
potências) que produziram os 4 elementos, sendo todos interligados
e conflitantes. Exemplo: fogo x água, etc.;
- vida é equilíbrio entre amor e ódio, há planetas (e
sefirós) que “se amam e se odeiam”: mas só se você estiver em
desarmonia interior é que planetas (e sefirós) agirão “mal”;
- atribuir o Mal ao Diabo é considerar que Deus é
hipócrita, permitindo que outro aja mal em seu lugar;
- Mal são os maus hábitos, que a Idade Média relacionou
aos Demônios;

321
- o Mal sempre quer mais, é a isso que se chama Pacto
com o Demônio: insatisfação constante, daí a dependência a um
hábito perverso;
- os gregos chamaram de Ciclopes, Hecatônquiros, Titãs.
A Bíblia de Nefilim, extintos com o dilúvio. No livro de Enoch, são os
Egrégoros, ou forças gigantescas, seres terríveis. (Todas as religiões
falam do Mal, cada uma do seu jeito: são as revoluções cósmicas
em todos os astros, os agentes da criação). Na Suméria e Caldeia
chamavam-lhes de nomes secretos, haviam também na Pérsia,
Egito, entre os árabes como “grandes anjos cujo vento de suas asas
balançam os mundos não espaço”;
- se você não tem Pacto com o Mal, não o tema e nem
tema a morte;
- auto-sacrifício não é suicídio: Sócrates se recusou a
fugir, Catão preferiu matar-se a entregar-se, etc. (É sacrificar-se
pela sua honra e porque a vida não tem mais graça, já se fez o que
tinha que ser feito. Sócrates, inclusive, já estava velho);
- Lúcifer: distribuidor da luz astral, que é incandescente,
luminosa – já que é o magnetismo de tudo que existe;
- Simpatia: lei de atração, com tudo que há e não há
(como com os mortos, que já perderam o poder, mas têm
magnetismo: dão o poder a quem os invoca);
- o tolo é quem acha que sabe e não quer aprender e
debocha de quem já sabe. Como de muitos eruditos (qbl ou não)
que foram perseguidos. Galileu sabia que não adiantava discutir
com os fanáticos da Inquisição (até comia e bebia coam eles),
então, disse-lhes:
- “Confesso o que vocês quiserem e continuemos nossos
papos e degustações. Se quiserem, confesso que o céu é de vidro e
irradia luz para que os rostos de você sejam emissores de luz”;
- a religião contém as loucuras humanas: os loucos são
crentes indisciplinados e os crentes são os loucos disciplinados
(Cícero disse parecido: a religião economiza 50% do orçamento da
polícia);
- chama-se Inteligência Negra: a adivinhação dos
mistérios da noite, do invisível, a descoberta das possibilidades, do
que ainda é vago, os sinais super-sutis;
- o Grande Arcano é a divindade do Homem. (Aí, ele se
acha o máximo e quer destruir o mundo. Acha que o mundo foi feito
para ele e não ao contrário);

322
- S. Paulo disse: Tudo me é permitido, porém, nem tudo é
conveniente (a fim de não prejudicar o mundo e os outros);
- Salomão disse: O amor é mais inflexível que o inferno
(pois tem exigências que podem ser absurdas). E amar é perceber o
infinito no finito (há limitações).
Rudolf Steiner (“Ciência Oculta”, ed. Antroposófica)
desenvolveu exercícios para os “órgãos espirituais”, a fim de que
eles não tivessem más formações pessoais. Considerava Cristo um
ser hierárquico como os Elohim e seu universo restringia-se aos 7
planetas até Saturno (1.861 – 1.925).
A pessoa, então, poderia se elevar pela:
a) imaginação - ou visão espiritual
b) inspiração - ou audição espiritual (dos anjos)
c) intuição - ou comunhão com os anjos.
E, daí seriam considerados:
a) iníquos – os que rejeitam a transformação e mantêm
somente o interesse material;
b) justos – os que recebem e transformam as forças
etéreas de vida, através do desenvolvimento das faculdades
interiores.
Ele também registrou as hostes angélicas:
a) Dominações (Kyriotetes, em grego) – ou espíritos da
Sabedoria.
Entidades elevadas que irradiam sabedoria.
b) Tronos – ou espíritos da Vontade, que irradiam-na
(todos irradiam seus atributos e estão onde são necessários).
c) Virtudes – ou espíritos do Movimento (Dynameis, em
grego), que refletem o movimento emocional astral.
d) Espíritos Primordiais – ou da Personalidade (arqueus),
que refletem os efeitos das personalidades.
e) Arcanjos – ou espíritos de fogo, vida luminosa, cintilante,
resplandecente, percebem o efeito do que produzem, têm e dão
clarividência e existem conforme o ambiente onde estão atuando.
f) Serafins – ou espíritos do amor, contemplam todos os
processos e transmitem-nos aos arcanjos, conscientizando-os (em
outras culturas, são espíritos da inteligência).
g) Anjos (ou Angelis) – ou filhos da vida ou do crepúsculo.
Percebem as diferentes sensações dos sabores (amargo,
doce, salgado, etc.), atuam nos processos metabólicos da vida,
através da nutrição e secreção.

323
h) Querubins – ou espíritos da harmonia, consciência
onírica, estado de vigília, processo interior e meditação.
Percebem as sutilezas, são reguladores do que percebem
(para outros qbl são guerreiros de Yaweh).
- Além do que, o ser humano começa a ter forma com a
Lua (Yesod, 9ª sefirá). Aqui não se refere ao astro, mas à
consciência lunar, que formata e dá adaptações.
- E aquelas hostes começam a atuar no ser humano, a
partir da Vontade dos Tronos e até nos anjos (pela expressão do
astral).
*
Amen (AMN)

324
8. SIGNOS (MAZALOTH)

Os antigos astrólogos qbl trabalhavam com a Roda Celeste


(RC). Era baseada no Sepher Yetzirah (SY).
A RC está dentro do seu MN, pois refere-se ao zodíaco: que
dá animação ao seu destino.
Por outro lado, as 12 letras simples, para o SY, influíam no
desenvolvimento da sua vida. Revendo, de outro modo:
He - o seu discurso (o que repassa)
Vau - o seu pensamento (foco)
Zain - o seu andar (pela vida)
Chet - a sua percepção
Teth - o que você ouve (que lhe avisa)
Yod - a sua atitude (que constrói a vida)
Lamed - o seu ato sexual
Nun - o seu olfato (que mostra direções)
Samek - movimentos da sua vida (conforme seus
sonhos)
Ayin - a sua raiva (que desencadeia algo)
Tsade - a sua vontade (por algo)
Koph - a sua alegria (que influi na saúde).

Quando as letras foram criadas, vieram rodeadas por uma


coroa, indicando que elas reinariam sobre algo –
consequentemente, sendo de grande importância.
As letras hebraicas são 22, mas foram acrescentadas mais 5,
total 27, formando 3 grupos de 9 letras.
Essas outras 5 letras são algumas das 22 que, colocadas no
final de uma palavra, tem seu valor aumentado para centenas.
Assim, os 3 grupos de letras são:
1. letras com valor de 1 dígito, as 9 primeiras letras –
representam manifestações de Deus, suas criações, através das 9
sefirós (exceto Kether), ou seja: 9 atributos divinos. Algumas delas
influem nos signos e planetas. Sua chave é Aleph: início da criação
(nº 1);
2. letras com valor de 2 dígitos, isto é, em dezenas. São as
9 letras seguintes – representam a influência dos deuses criadores,
Elohim, na evolução do mundo. Algumas também influem nos
signos e planetas. A chave desse grupo é Yod, que tem ressonância
nas demais 8 letras e no desenvolvimento do mundo (nº 10);

325
3. letras com valor de 3 dígitos, isto é, centenas. São as
últimas 9 letras – representam a penetração mais profunda no
mundo, com maior objetividade. Presença dos deuses, Elohim.
Influem em alguns signos e planetas. A chave desse grupo é Tau
(ou Omega para os grupos), a última letra das 22: o fim das
realizações e o começo da preparação para o retorno a Aleph (que
seria o nº 1 ou 1.000). Nesse grupo estão as 5 letras “sofit”, que
aumentam seus valores quando estão no final das palavras. São:
500 - Caph final
600 - Mem final
700 - Nun final
800 - Peh final
900 - Tsade final

Agora veja como é a RC:


- um círculo grande, externo e fixo, representando o
zodíaco. Cada signo com 30º;
- esses signos ligam-se por 4 triângulos equiláteros,
conforme os elementos. Para facilitar a compreensão da figura em
preto e branco (se você desenhá-la a cores use uma cor para cada
elemento), considera as linhas dos triângulos:
fogo - linha em negrito: _______
terra - linha pontuada mais forte: -.-.-.-.-.-.
ar - linha fina:
água - linha pontuada fina: -.-.-.-.-.-.
- em cada ponta dos triângulos estão os 12 signos;
- esses triângulos atravessam-se entre si, como você pode
ver pela figura seguinte;
- os triângulos formam trígonos, que são chamados de
triângulos espirituais, pelos qbl. Ou forças que se apoiam entre si,
facilitando situações. Como numa cumplicidade e entendimento;
- na interseção da linha de um triângulo com outro está
colocado um ponto negro, mostrando o contato. Essas duas linhas
do triângulo, saindo de cada ponta dele, vão em direções diferentes:
uma para cima, outra para baixo. Exemplo: uma linha de fogo,
partindo de Áries, vai para baixo (ou para frente), atravessando
Touro. E a outra linha de fogo, partindo de Áries, vai para cima (ou
para trás), atravessando Peixes. Ou seja: um signo posterior e um
anterior (semi-sextil);

326
- portanto, em algum momento, no exemplo de
Áries/fogo, a sua energia/vibração cruza-se com a de Touro/terra e
a de Peixes/água. Isto é: o impulso agressivo, excitante de Áries
recebe um “aviso” de Touro (para pensar na sua segurança) e outro
de Peixes (para avaliar se não está ultrapassando um limite, uma
fantasia);
- o planeta que estiver em Áries, neste caso, deveria
avaliar tais “avisos”, conforme a visão dos antigos qbl;
- mas a linha daquele triângulo de fogo, onde está Áries,
continua seu caminho e, numa hora, atravessa, de um lado, a linha
de Gêmeos e, de outro, a linha de Aquário (foi colocado um
travessão na figura);
- ali se formam os sextis, onde há polaridade M. São
forças auxiliadoras, que podem abrir perspectivas ou soluções,
conforme se conversar;
- os cruzamentos continuam, mas desta vez é mais tenso,
pois ativam signos “incompatíveis”, formando as quadraturas, das
quadruplicidades;
- cada uma das 3 quadruplicidades tem os 4 elementos;
- as quadruplicidades, geralmente indicando dilemas, são:
cardial, fixa, mutável (formam quadrados ou cruzes) – quando um
triângulo atravessa uma cruz, foi colocada uma bola branca – ao
formarem quadraturas (cada signo forma 2 quadraturas, 2 trígonos,
2 sextis, 1 conjunção, 1 oposição), acionam situações desafiadoras,
perturbadoras, que exigem uma tomada de posição: algo tem que
ser feito. E, assim, ganha-se força, maturidade, experiência:
assinala a vida na Terra. Por analogias, elas são como testes das
qlipós: o adversário se apresenta e você tem que fazer alguma
coisa. Se parar, a alma não se desenvolve;
- na RC, as oposições foram desenhadas pelas cruzes,
indicam esclarecimentos, complementações ou divergências.
Eis a Roda Celeste:

327
A RC também inclui as 4 letras do Tetragrammaton, que se
referem aos 4 elementos e aos 4 mundos.
H - fogo, Mundo da Emanação
Y - terra, Mundo da Ação
V - ar, Mundo da Formação
H (2ºH) - água, Mundo da Criação
- são desenhados 4 círculos concêntricos, com essas 4
letras repetindo-se em cada signo, a fim de que:
a) cada signo recebe a influência e age em cada mundo.
Exemplo:
Áries – fogo emanando (H), fogo formando-se (V), fogo
agindo (Y), fogo criando (2º H);
b) as letras de cada um dos 4 círculos começam pelo
círculo menor, o mais inferior, a partir de Áries. Veja essa RC:

328
Essa é a decomposição do Tetragrammaton e o seu segredo
é cada signo funciona em 4 níveis, nos 4 mundos. Veja a sequência
dos círculos internos daquela RC:
Áries - Y H V H (começando sempre de dentro)
Touro - HVHY
Gêmeos - VHYH
Câncer - H (2º H) Y H V
Leão - Y H V H (repete o do elemento fogo)a
Virgem - H V H (2º H) Y (repete o do elemento terra)
Libra - V H (2º H) Y (repete o do elemento ar)
Escorpião - H (2º H) Y H V (repete o do elemento água)
Sagitário - Y H V H (igual ao elemento fogo)
Capricórnio - H V H Y (idem terra)
Aquário - V H Y H (idem ar)
329
Peixes - H Y H V (idem água)
Ou seja:
- todos os signos do mesmo elemento têm a mesma
sequência de letras (sempre começando pelo círculo menor, mais
profundo):
a) fogo - Y H V H
b) terra - H V H Y
c) ar - YHYH
d) água - H Y H V

- reveja:
He – palavra, discurso, visão abrangente (o discurso mostra
o nível da sua percepção);
Vau – foco do pensamento (que pode unir, fazer elos);
Yod – atitude que constrói a vida, poder de dar ou negar
(determina quem ou o que vai viver ou morrer);
- então:
a) fogo Y H V H
 Y – poder de dar (ou não) vida, seguido de:
 H – poder da palavra, conforme visão do além, após ter
dado (ou negado), seguido de:
 V – pensamento focado numa meta, após expor sua
visão, seguido de:
 H – uma nova palavra ou percepção, após uma
experiência.
b) Terra H V H Y
 H – poder da palavra, conforme visão prática, seguido
de:
 V – foco em algo prático, fazendo elos convenientes;
 H – (2º H) novo discurso face experiência do elo feito
(ou rompido)
 Y – atitude construtiva (ou destrutiva), após experiência.
c) ar V H Y H
 V – começa focando em algo, segue-se:
 H – (este é o 2 H), que vem após V) – e alarga sua
visão, pois já direcionou o foco;
 Y – passa a construir sua vida, conforme nova
perspectiva;
 H – (este é o 1º H, que começa o nome sagrado) – após
construir, precisa uma nova visão.

330
d) água H Y H V
 H – (este é o 2º H, que já vem “experimentado”: a
memória da água) – visão compreensiva e contemplativa;
 Y – dá ou rejeita;
 H – (este é o 1º H, ansiando pelo novo) – sente uma
nova visão surgindo;
 V – e aí foca intensamente, unido ao que lhe interessa.
Obs.: claro, são sugestões. Acrescente outras, pela
meditação – observação, baseando-se nos significados primordiais
das letras, direcionadas aos elementos. Cada signo pertence a um
elemento e quadruplicidade.
Exemplo: ar – V H Y H
ar mutável: Gêmeos
ar cardial: Libra
ar fixo: Aquário
 os 4 signos da quadruplicidade são dos 4 elementos e
cada um pertence a um mundo;
 na quadruplicidade cardial tem-se:
- Áries – fogo cardial, em que Y H V H:
 Y – emana, 1º H – cria, V – forma, 2º H – manifesta
- Touro – terra fixa, em que H V H Y:
 1ºH – cria, V – forma, 2º H – manifesta, Y – emana.
E assim por diante. Faça você mesmo o exercício meditativo,
com todos os signos, usando as palavras dos significados dos
elementos / quadruplicidades / letras / na sequência do
Tetragrammaton. Lembrando que esse Tetra não é importante por
ser o nome sagrado de Deus, mas que esse nome sagrado refere-se
aos 4 mundos/elementos/direções. O qbl de carteirinha adoraria
meditar sobre isso e, certamente, faria inúmeras descobertas, além
de ganhar expansão de consciência e ter um bom passatempo,
preenchendo, talvez, alguma solidão pessoal.

SIGNOS

Os signos fazem parte da luz (or). A luz vem até você no


momento do nascimento, quando acontece a primeira respiração. O
primeiro ar, Aleph. Marcando o tipo de luz-signo que você recebeu,
conforme seus signos do Sol, Lua e ASC.
A luz do signo solar marca o destino em que o resto do MN
“trabalha” para desenvolver esse destino.

331
A luz do signo lunar marca o principal ajudante do Sol. Da
Lua, que mostra o seu quociente emocional, seus anseios e
temores, muita coisa depende. Inclusive o nível do seu destino.
A luz do signo do ASC marcou, definitivamente, o momento
do nascimento. Em que os antigos tinham dois tipos de reações:
- na cultura matriarcal: as pessoas aconchegavam o bebê,
recebendo-o no mundo, com afeto e proteção, mostrando-lhe que
seria apoiado no seu caminho (como entre os aborígenes do
Outback da Austrália, descendentes dos Leavers);
- na cultura patriarcal: as pessoas lamentavam a sorte do
bebê, que durante a encarnação passaria pelas agruras da vida
(pelas quadraturas e oposições).
Cada signo de um mês hebraico traz a energia e
característica daquela luz, para ser usada como desejar
(determinismo de que É aquela luz, livre arbítrio de como usá-la).
Sabendo a sequência dos signos/luzes, você pode planejar e
organizar sua vida, dentro dos trânsitos que está vivendo e dentro
dos propósitos do seu MN, conforme casas.
O mês hebraico é dividido em 3 partes (como os decanatos).
Numa antiga visão qbl e conforme tipo de signo:
- 1º decanato – agir, mais ativo, impulso;
- 2º decanato – médio, fixando;
- 3º decanato – mais passivo, consequências do período,
administração das situações e preparação para novo período.
Assim são os ciclos da vida.
O calendário hebraico é lunar (como o muçulmano), órbita da
Lua ao redor da Terra, em que cada mês, tem uns 29 dias e o ano
lunar por volta de 354 dias. Ao longo dos meses, acumulam-se dias
e surge um ano com 13 meses (ou Adar II, ou seja, um 2º Peixes).
O que acontece pelo ciclo dos Nodos Lunares, de 18 ou 19 anos.
O nosso calendário universal é solar, pelo movimento de
translação da Terra ao redor do Sol.
O ano novo judaico (aproximadamente no nosso signo de
Libra, pois na Lua Nova do equinócio (de primavera no Hemisfério
Sul, de outono no Hemisfério Norte), começa no mês de Tishrei).
Assim, a partir de Tishrei, aproximadamente Libra, tem-se:
Tishrei – ano novo, nova semente a ser plantada qual? De
que?
Chesvan – desafios (Escorpião);
Kislev – milagres, chances interessantes (Sagitário);
Tevet – controle de situações (Capricórnio), solstício;

332
Shvat – livrar-se de impedimentos (Aquário);
Adar – dar alegria e felicidade aos outros, doação pessoal
(Peixes);
Nissan – conflitos, confrontos, encarar algo (Áries),
equinócio;
Iyar – responsabilizar-se pelo seu conforto e plenitude
(Touro);
Sivan – contatar, tempo de relacionamentos (Gêmeos);
Tamuz – acurar algo antes dele surgir, prevenir (o Zohar diz:
antes de uma doença surgir, já havia o antídoto ou a cura dela. E se
você observar, é verdadeiro. Um problema só surge quando a cura
dele não foi aplicada). (Câncer), solstício;
Av – força psíquica pessoal (Leão);
Elul – purificação espiritual, fazer a limpeza antes de chegar
o Novo Ano (Virgem).
O zodíaco começa com Áries/Nissan, no equinócio oposto ao
Ano Novo judaico.

ÁRIES

- penetração das forças cósmicas para que algo comece,


surja;
- programação de vida;
- pensamento em algo novo, abrir chance;
- ser o primeiro, porta-bandeira;
- princípio das coisas, confiança no futuro;
- romper padrão antigo;
- peregrinar sempre, não ficar;
- confronto, desafio, luta;
- forçar situação;
- eterno jovem, infância, início, impulso, não maduro;
- ter uma causa, meta, que lhe entusiasme;
- cada momento tem uma energia poderosa;
- decisão independente;
- equinócio: esperança, advento de algo, fim dos excessos
da estação anterior (acabou verão no nosso Hemisfério);
- cabeça, rosto, na frente e em cima;
- adrenalina, ferro;
- urgência, prioridade, desejo, garra;
- qualquer coisa nascendo;
- descobertas;

333
- ir, sem treinamento ou aprendizado anterior, sem
precedentes;
- ataque frontal;
- resolve por si, dispensa ajuda ou colaboração, só ouve a
si;
- destemido, com instinto de autoconservação, daí:
consegue o que quer;
- aprende fazendo, inteligência alerta (para sobreviver);
- atleta, vencer, ganhar;
- aves de rapina, animais carnívoros, plantas picantes ou
espinhosas;
- letra simples He, está no Tegragrammaton
 artigo definido, o, a,
 usado no início de palavra F e no final de palavra M,
 janela: aquela que abre para o futuro, ver, viver,
experimentar,
 visão ou cegueira (se ficar preso ao passado, se
fecha a janela);
- mês: Nissan;
- propósito: Vida.

TOURO

- aproveita a matéria, interioriza, usufrui;


- ter prazer e conforto;
- sossego, principalmente na velhice;
- financiar, entesourar;
- ganhar algo, geralmente mais tarde;
- assimilar recursos e alimentos;
- considerado mês de luz (seu regente Vênus é Noga,
que está associado à luz);
- autossatisfação, possuir, acumular;
- placidez;
- base do crânio, pescoço, nuca, língua, cordas vocais,
jugular, tiroide;
- fecundar, incorporar, deglutir;
- importância do que adquire;
- regride perante frustrações;
- ter controle (pescoço é zona de controle, é ponte entre
cabeça e tronco e pode girar);

334
- decide o que vai deixar passar ou não (importância dos
Takers);
- agricultura, granjas, bancos, cantores;
- animais mamíferos domésticos e grandes (boi, touro,
búfalo), tartaruga (protege-se, também Câncer, carregando sua
casa nas costas);
- suporte;
- letra simples Vau, outra do Tetragrammaton;
 apode funcionar como conjunção “e”, unindo
palavras,
 prego ou unha: aquilo que une,
 considerada letra do espermatozoide, sexo M,
buscando sua complementarização com o sexo F –
representada por Samek,
 apego, fertilização.
 audição ou surdez (não socializa, não quer ouvir),
 influência dos Malachim, anjos do mundo mineral;
- Mês: Iyar.

GÊMEOS

- unificar duas coisas, situações, inclusive o físico e o


espiritual;
- rapidez em tudo;
- comunicação com qualquer coisa, pessoa e até D;
- interesse pelo que está perto (seu planeta, Mercúrio
(Cochav) está perto do Sol);
- canal (de luz também);
- exteriorizar ideias; aí, fica felix;
- mundo funciona conforme seus pensamentos e ideias;
- justificativas;
- questões e razões científicas;
- persuadir, convencer, vender;
- sabe tudo, nada lhe é estranho;
- pulmões, respirar (viver), sistema nervoso, braços e
mãos/ombros (fazem intercâmbio), vasos capilares;
- câmbio, trocas, polaridades, mutações, princípio da
magia;
- opostos complementares, androginia;
- tudo é relativo, tudo pode ser ou não ser, dúvidas;

335
- andarilho, viajante (como os planetas que são
chamados também de errantes);
- lavanda, violetas, samambaia;
- pequenos animais, insetos, passarinhos, formigas,
ratos, micos;
- letra simples Zain: espada, ferramenta de trabalho,
pode trazer guerra e separação (os Dióscuros gregos, Castor e
Pollux, eram grandes guerreiros), mas também pode ficar
descansando (repouso do guerreiro); ferramenta para conseguir
alimento; espada tem dois gumes, matar ou curar;
 olfato ou incapacidade de cheirar (que vem de uma
impotência, não usa a espada),
 influência dos Elohim, os deuses que estão
presentes nos começos das coisas e que influem no
mundo vegetal;
- proximidade;
- mês: Sivan.

CÂNCER

- solstícios: ou portões da morte, porque traz o inverno


gelado ou o sol causticante do verão;
- entrada dos sentimentos e da encarnação (que,
certamente, leva à morte), potencial da semente, marcha das
emoções;
- propriedades: o que me pertence, aonde eu pertenço;
registros do que se tem;
- consciência do limite da posse, inclusive pela titularidade
de algo (enquanto que Gêmeos/Mercúrio é o papel de um
documento, Câncer/Lua é a posse de fato, algo próprio e pessoal,
encaixado);
- não é desinteressado (Áries é, pois é o impulso de
viver), pois precisa ter seu abrigo e aquilo que lhe nutre;
- retira-se, resguarda-se, ter seu local sagrado (Touro e
Câncer não gostam de mudar de lugar na sala de aula, aborrecem-
se quando outro aluno(a) senta no “seu” lugar);
- não transcende, mas tem fé, veneração;
- símbolo da Igreja: Santa Madre, ou amor a algo
universal. (Papas têm Lua forte ou planetas em Câncer ou na casa
4. O popular Papa Francisco é ASC Câncer (Sol em Sagitário) e tem

336
Lua em Aquário, na casa 7. Casado com a Igreja, um cônjuge
inusitado, diferente);
- dramas e misérias da vida;
- privacidade, também interioriza (alguns até se isolam da
sociedade. Planetas em Câncer, Peixes, nas casas 4 e 12 precisam
de momentos de retiro);
- estômago, mamas, útero;
- processo gerador e reprodutor, impregnar, repetir
(xerox, junto com o papel Gêmeos), reflexos, fluxos;
- vida intrauterina, gravidez, receptividade e reclusão;
- círculo, cálice, vaso, mãe, mulher, casa, interior, noite,
etc.;
- resistente, mas pouca vitalidade;
- desenvolvimento da personalidade conforme
nutrição/proteção física ou psíquica;
- satisfação de necessidades, carências;
- depende de algum vínculo “materno” (ainda que não
seja de mãe), busca do paraíso perdido (como Peixes);
- memória emocional;
- segurança afetiva, cuidados, apoios, ter cobertura;
- prata, pérola, vegetais com água, plantas que se abrem,
à noite, cisne, caranguejo, pato, caracol, foca, crustáceos;
- princípio feminino e matriarcal, ancestral;
- superação e humores;
- o Zohar diz que os meses de Câncer (Tamuz), Leão (Av)
e Capricórnio (Tevet) são negativos, pois oscilam entre o
julgamento severo ou misericordioso;
- letra simples Chet (ou Heth): cerca, bloqueio, decisão
que impõe um limite (como um trabalho, um casamento, etc.);
repressão, introspecção;
 falar ou emudecer (problema de estômago, bloqueia
algo),
 essa letra está em Chava: Eva (mãe) que deu a vida
(Chaim) e o pecado (Chayt) – conforme registros
bíblicos com intenção de limitar a mulher,
 influência dos Beni-Elohim, ou filhos dos deuses
(Nefilim?), ligação com o reino animal;
- paternidade;
- mês: Tamuz.

337
LEÃO

- sendo regido pelo Sol, representa o Pai Universal (av =


pai);
- diz o Zohar: a energia desce dos mundos superiores até
nós através de 4 entidades sagradas: leão, touro, águia, humano
(ou anjo);
- responsabilidade de trazer a energia, organizador da
vida;
- pode secar, queimar, destruir;
- fortalecimento da energia enraizada em si, para irradiá-
la;
- fiel aos seus princípios, obedece ao rei maior, à coroa, a
um ideal superior;
- sente que nasceu para uma missão estabelecida pelo
Supremo;
- criativo;
- guardião da sociedade/sistema ou instituições;
- coração, aorta, coluna dorsal, medula espinhal, pituitária
superior;
- movimento do ritmo da energia vital global (solar), que
dá vida;
- centro, espírito, criador;
- centrífugo, emite luz, calor;
- incorporação da figura do Pai, elo entre a mãe e a
sociedade (Leão olha para o pai; Câncer olha para a mãe);
- sente-se conforme outros lhe veem, importância do
espelho, do reflexo. Ou narciso;
- ser visto, admirado, ator, chefe;
- letra simples Teth (ou Tet): serpente, conhecimento e
mudança de pele – que levam a uma transformação, defensor,
energia concentrada; órgão sexual (que tem dualidade: prazer ou
impotência);
 paladar ou fome (problema do rim direito, algo que
ficou oculto).
 influência dos querubins, que presidem os
nascimentos e combatem pela manutenção da vida;
- mês: Av;
- filhos.

338
VIRGEM

- arrumar a vida, examinando o passado e descartando o


inútil;
- vê uma parte de algo (Peixes vê tudo e além);
- arrependimento (para os qbl, esse mês é de purificação
através do arrependimento) é compensar o mal feito anteriormente
e, assim, mudar o futuro (pois aí entendeu seu erro);
- para a QBL, quando você age incorretamente com
alguém:
a) a vítima tinha que passar por aquilo,
b) você tornou-se um canal de um karma, erro, tanto
para si como para a vitimização do outro,
c) cometeu um mal.
d) não basta pedir desculpas (isso é fácil), precisa
admitir o erro, arrepender-se, corrigir (Tikun),
e) aí, terá outra chance para fazer de modo diferente,
seja com a pessoa com quem você
errou/prejudicou, seja com qualquer outra pessoa;
f) a vida sempre traz chances de não se agir do
mesmo modo que antes,
g) e, assim, limpar o mundo do seu erro: isso é
purificar;
- trabalhar: exteriorizar a habilidade ou a utilidade, pelo
serviço;
- laboratório, microscópio, cronômetro (junto com
Saturno), detalhes;
- percepção da matéria diminuída (verá isso acontecer,
também, na sua vida, conforme a casa ou os planetas em Virgem),
ou de minúcias;
- precariedade material;
- observa a matéria, analisa-a para saber como funciona,
o que está oculto, o pequeno dentro do maior (o símbolo de Virgem,
tem uma extensão que vai para dentro, à esquerda, ao contrário de
Escorpião, sendo que há afinidade entre esses dois signos,
conforme se vê pelos ideogramas);
- avarento (para dentro), a fim de que não lhe tirem o que
já tem (e que considera pouco);
- daí: prisão de ventre ou diarreia: desprendimento,
aparelho digestivo, que elimina o que foi usado, descarta o inútil;
- intestino delgado, abdômen, baço, vesícula biliar;

339
- absorção de substâncias, seleção, processo digestivo,
peristaltismo do intestino;
- separar, catalogar, selecionar, limpar área, peneirar;
- trabalhador, avental (do operário, do maçon.);
- retém (Escorpião expulsa), controle, economia;
- pudor, recato, vergonha;
- obcessão, ordem;
- aquilo que é adequado, perfeito para algo (o máximo da
perfeição é Peixes, que idealiza);
- discernimento;
- fecha-se (o símbolo mostra isso), sente-se separado do
meio (como num fichário);
- todas as partes do corpo que separam algo: membranas,
paredes (e a membrana que existe entre os mundos visível e
invisível, esta D e as outras);
- científico, investigador, pesquisador;
- cereais, pequenos animais (como Gêmeos, também
regido por Mercúrio), abelhas, cigarras, formigas.
- letra simples Yod (ou Iud): mão, que pode dar ou negar,
algo surgindo, causar algo, força propulsora (é a menor de todas as
letras, como uma pequena vírgula, no entanto, seu ideograma faz
parte de todas as demais letras). Conceder. Ou o pingo, o sêmen,
fazer acontecer. Ou subalterno, subestima.
 Influência dos Ishim (ou Issim), as almas de fogo,
anjos mais inferiores, ligados aos elementos e
elementais,
 Ação ou paralisia/inércia (problema do rim
esquerdo, não consegue compartilhar algo);
- mês Elul (do arrependimento e da purga), último mês:
depois vem Ano Novo;
- daí, terreno arenoso.

LIBRA

- igualar, equilibrar, preocupação com os outros,


considerar, cooperar, conciliar;
- justificativa intelectual;
- equinócio, advento de um tempo novo, onde os outros
(Libra) são importantes;
- entrada na vida social, percepção e raciocínio, a fim de
harmonizar (ou manipular) situação;

340
- colaborar, compromissar, complementar, para que o
sistema possa ir adiante;
- olhar racionalmente e integrar o que vê: vida baseada
na razão, no mental;
- unir-se a qualquer coisa ou pessoa, associar-se;
- sublimar, refinar, destilar, filtrar (os destilados);
- aparelho urinário, rins, coluna lombar, glândulas
suprarrenais;
- justiça, beleza ordenada, balanceamento;
- cálida;
- reconhece o outro e a si, percebendo as semelhanças e
as diferenças, comparações;
- normas sociais, evita conflitos, reprime a agressão e
projeta isso;
- busca a paz, contemplação;
- indecisão: agir leva a uma polarização, desequilíbrio;
- compreensão;
- rins equilibram o organismo, eliminando o que não serve
(Libra está entre Virgem e Escorpião);
- comedido, compõe situação, esteta;
- diplomacia, sócio;
- pomba, rosa, cereja, mariposa, faisão, uva, maçã;
- letra simples Lamed: vara ou aguilhão (que empurra o
boi, toca para frente), ou estimular, transmitir, produzir, faz
conexões, visitante, estrangeiro, adaptação
 é a letra mais alta, eleva-se acima de todas, atrai-se
por algo superior,
 pode ser usada como preposição;
 ou refere-se a casos extraconjugais (porque
avançou para fora), ou exige muito dos outros,
 ato sexual ou castração (problemas de estômago,
não ficou de pé, não despertou, nem avançou,
 influência dos planetas, em suas passagens;
- mês Tishrei, Ano Novo;
- parceria.

ESCORPIÃO

- forte magnetismo;
- quer vencer, esquenta-se (adrenalina) quando em
confrontações, perigo, desafios;

341
- não aceita perder (no mínimo, aceita o empate, mas não
fica satisfeito totalmente), vive pelos extremos;
- fiel às emoções e sentimentos (amor ou ódio) (signo
fixo);
- passado emocional intenso, dramas ou traumas da vida,
algo em que o limite foi ultrapassado;
- superar, sublimar;
- tentação em relembrar, VP;
- passionalidade interior, corpo/alma/coração/vísceras:
inteiro;
- produz vida: sexo armado para o combate (no
ideograma, o “rabo” vai para cima, em posição de ataque e
exploração);
- veneno emocional, ressentimento, vingança;
- julgamento pode ser duro ou misericordioso;
- carisma, magnetismo, atração e repulsão;
- órgãos genitais exteriores, aparelho urinário (junto com
Libra);
- intestino grosso, esfíncter, orifícios de saída, poros,
pélvis;
- excreção: expulsão, ejaculação, parto, esperma;
- ato sexual, atração sexual;
- morte e ressurreição, destruir para renovar, cair e
levantar, metamorfose, catarse;
- o oculto (existência escondida);
- elaboração da agressividade, sadismo;
- dominação;
- afeto bipolar: reter ou expulsar, sentimento de posse e
de perda;
- culpa e reparação;
- verdugo, estrategista, cirurgião, psicanalista, perdas e
transformações;
- hostilidade surda, amargura;
- imã, força de atração/separação;
- morcego, repteis, aracnídeos, águia, crocodilo, jacaré,
serpentes, cobras;
- letra simples Nun (ou Noon): peixe, ou abundância,
romper barreiras, ir embora, renascer, degenerar, andar em grupos
ou abortar. Conquista das almas,

342
 no final de uma palavra, refere-se ao Deus Imóvel
(ou Ararita), e neste caso seu nº é de centenas:
700,
 movimento ou imobilidade, expansão ou redução da
existência (problema de intestino, não consegue
transmutar ou fazer a catarse);
- mês Chesvan, ou Mar-Chesvan;
- importância de corrigir o Tikun nesta VA;
- morte.

SAGITÁRIO

- exteriorizar o ideal, indicar o alvo, energizar, transmitir,


desenvolver;
- portador das normas e leis, da energia;
- transforma a paisagem com sua energia, mexe no
ambiente;
- regulamentar, codificar, decretar;
- descobre-se quando realiza o destino;
- designações;
- senso de abundância; daí, compartilhar;
- esperança e bem-estar;
- fogo interior extravazando numa meta;
- milagre, final feliz, desafiar é divertimento;
- pulmões, vias respiratórias (junto com Gêmeos), fígado,
aparelho locomotor (pernas, nádegas, sacro-ilíaco): caminhar;
- quer crescer e evoluir, ir ao estrangeiro, ao que ainda
não conhece/não viu;
- pensamento abstrato, movimento mental, mental
superior, cultura, erudição, teorias, lógica pura, valores éticos e
socioculturais;
- prever, antecipar, perceber antes;
- encontrar sentido da vida, busca de significado,
sublimação da energia sexual;
- fé, religiosidade (mesmo que não tenha uma religião
específica, pois é o senso de religiosidade/abstrato);
- deslocar-se por si para ir onde quiser, cavalo
(equitação), esforço para seguir e elevar-se, viajar, expandir
conhecimento;
- propagar, publicar;
- senso político-social;

343
- cavalo, zebra, hipopótamo, elefante (grandes animais);
- letra simples: Samek (ou Samech, Samer – talvez seja
interessante lembrar a semelhança com Sumer ou Shumer, que é
Suméria – onde aportaram nossos ancestrais), ou esteio: aquilo que
sustenta algo, amparo, poder contar com algo ou alguém,
completude (é letra arredondada e fechada, quase como um O),
conquista material em qualquer nível, encorajar, dar ou ter
assistência;
- parceira sexual de Vau; aqui é energia feminina,
sexualidade feminina, vagina,
 protege ou devora, compulsão ou fortitude, ira ou
suprime-a (problema de fígado, ou na mão direta);
- mês Kislev;
- o Zohar associa esse mês ao arco-íris que, em hebraico,
é Keeshet ou Sagitário. O aerco-íoris é um campo de energia e,
quando ele surge, é para impedir uma destruição, um desastre, é
para proteger e ajudara,e happy end;a
- caminho.

CAPRICÓRNIO

- solstício, luz mais elevada que desce ao mundo pelos 72


canais de energia dos 72 nomes de Deus (verão), ou luz
subterrânea, que também tem 72 canais de energia (inverno);
- desejo de receber;
- servir ao mundo, privação em prol de algo maior (sabe
que não há almoço grátis);
- ultrapassa crise;
- preencher-se socialmente e à sociedade, pode alimentar
ilusões ou espiritualizar;
- entrada e saída no mundo físico;
- atuação prática, põe a mão na massa, transforma
situações, vai por etapas até atingir uma nova realidade;
- faz funcionar, estabelece, age;
- o desafio é tornar algo real, concretizar;
- para isso, saber escolher o material para a obra;
- esqueleto, unhas, dentes, cabelos, articulações (fazem o
movimento de evolução);
- processos de limitações, endurecimentos;
- safena exterior, ligamentos dos joelhos, rótula,
epiderme: daí o limite do corpo;

344
- organização de tempo e espaço;
- velho, experiente, tempo, pai, governante;
- eficaz, forte, resistente e flexível (como o duro esqueleto
que sustenta o corpo e faz andar), tudo que sustenta ou isola (fita
isolante, agentes de conservação nos produtos);
- controle, organiza, administra, gestão;
- rígido que se movimenta, pode fraturar;
- chumbo, carvão, gesso, minérios;
- cabra, cabrito, camelo, girafa, avestruz;
- ciprestes, mandrágora;
- letra simples Ayin (ou Ain, Ein, Hayin): olho, aquele que
observa, analisa, perscruta, previne, avalia, sabe. Ou duvida do que
vê ou sabe,
 rir ou ficar sério/fechado (problema de baço, falta
de riso, ou mão esquerda);
- mês Tevet;
- reinado.

AQUÁRIO

- canal para apaziguar ou modernizar o mundo, progredir


ou mudar;
- revelar a luz, a verdade, esclarecer;
- redenção do mundo, consciência mais elevada;
- quebra limitações, libera de restrições;
- ideias firmas (fixo), pensamentos progressivos;
- vê os outros, reconhece-lhes diferenças;
- inventor, traduz uma lei universal de modo criativo;
- ideal comunitário, humanitário e, assim, promover
harmonia social, trazer o Céu à Terra, calor humano;
- abstrato, impessoal, tecnocrata, máquina;
- oxigênio do corpo, circulação periférica, safena interior,
elimina carbônico, tornozelos, tíbia e perônio, panturrilha, tendão de
Aquiles;
- libertador e eremita, buscador e iconoclasta;
- eletricidade;
- larga-se do peso do Eu Social, muda a antiga forma
social, renova-se (sob nova direção);
- tão narcisista quanto Leão (são “os melhores”);
- liberta-se ou rebela-se da autoridade externa e assume a
sua;

345
- criar o novo a partir do velho, desenvolve um ponto de
apoio de modo diferente (signos pessoais podem partir de si, sem
referências; signos sociais e transpessoais partem de um ponto já
existente, de uma referência. E, aí, desenvolvem-se do seu jeito);
- previsão, intuição, insight;
- canal para apaziguar o mundo;
- letra simples Tsade (ou Tsaddi, Tzadik): anzol ou
resgatar, fazer justiça, prestar serviços, caridade, humanidade,
perceber o oculto no outro. O justo ou o corrupto,
 essa letra, no final da palavra, torna-se sofit, ou
seja, mais transpessoal e com valor de centenas:
900 Ela tem influência nos 4 elementos (o Tzadik, o
sábio e justo sabe lidar com qualquer desafio);
 pensar ou irracionalizar, ignorar, pensamento
obsessivo (problema de coração e no pé direito);
- mês Shvat (Aquário é D’li, o jarro, ou balde, aquilo que
despeja);
 a QBL considera esse um mês de redenção, de
revelação da verdade, de progredir num ideal ou ir
contra uma estrutura estabelecida,
 para a QBL, a Era de Aquário já começou há,
aproximadamente, uns 400 anos (séc. 17), através
da Era de Revelações e Redenções – globalização
como união do mundo, por uma consciência mais
elevada,
 o Ano Novo do reino vegetal é comemorado no 15º
dia do Shvat, em vista de uma poderosa energia
que se manifesta;
- afetividade.

PEIXES

- ajudar, consolar;
- não luta pelo que desejava, abnegação, desprendimento,
mas, no fim, salva-se, recebe;
- como último signo, já viu tudo, conhece a humanidade e
as atribulações da vida, sabedoria, compreensão (ao contrário de
Áries);
- ou acha-se divino, como Deus;
- sacrifícios, testes, provocações, renúncias;

346
- mundo subjetivo, ilógico, fora do normal ou fora do lugar
(como certas faxineiras/arrumadeiras que jamais colocam as coisas
nos seus devidos lugares);
- deixar de lado os sentimentos, plasmar o sentimento na
sociedade, no grupal, coletividade;
- ou hipocrisia, mostra sentimento (ou coisas, relações)
que não tem, situações falsas (sem diploma);
- encanta-se facilmente, pouca profundidade ou é logo
atingido na alma;
- mártir ou salvador, bode expiatório, linchamento ou
endeusamento (como algumas figuras notáveis ou notórias, que vão
do endeusamento público à execração);
- gânglios linfáticos, sistema imunológico, pés, mucos,
serosidade;
- experiências intrauterinas (junto com Câncer),
sentimentos arcaicos e vastos, oceânicos;
- messias, quem faz o resgate;
- oceano, grandes mares, cosmos (junto com Plutão);
- empatia, simpatia, fusão, transcende limites, histeria
coletiva, grande massa (às vezes enlouquecida);
- coral, música, dança, ator, médium;
- misticismo, mistério (diferente de Escorpião, que sabe
que algo existe de concreto e vai descobrir), sente que algo existe
abstratamente (como Deus) e não precisa descobrir, apenas confia,
integra-se;
- integração de traumas e situações;
- narcóticos, drogas, remédios (tarja preta);
- anulação dos desejos em prol de algo maior e
recompensa disso;
- humildade: pés – que carregam o corpo e fazem contato
com a terra, com o embaixo (ao contrário da cabeça, que contata o
alto e tem orgulho);
- peregrinação, transitoriedade, não fica;
- aprisionado, refém, internado, afastado, clandestino,
crônico;
- cisne, baleia, peixes e aves marítimas, migrações,
também gado;
- letra Koph (ou Kuf, Qoph): nuca ou ouvido – força nos
bastidores, sensibilidade, repousar e despertar. Permite a
aproximação quando ouve, não se deixa influenciar, pois a nuca

347
protege. Paradoxos. Ligado ao mundo inferior, pois abaixo da linha
de escrita
 essa letra está em Kadosh, santo e sagrado, e em
Kabal, receber, que originou QBL, e em Kli, criatura
ou forte desejo – pois as criaturas já foram criadas
pelo forte desejo divino e para terem desejos fortes,
que mantêm e provocam as encarnações,
 dormir ou morte (problemas no pé esquerdo
podem interferir nas condições de descanso;
- mês Adar; soma total de tudo, estabiliza os meses e
signos; no calendário lunar, quando ao final de alguns anos juntam-
se os dias que sobram, há um 13º mês, chamado de 2º Adar, a
soma total dos vários dias que ficaram fora dos anos.
Para a QBL, os signos também:
- funcionam junto com seus opostos, por eixos, como no
caso dos Nodos Lunares.
Exemplo: Touro/Escorpião: possuir e eliminar.
- assim, em todos Touros há o desejo de apego e a
preocupação de perder; em todos Escorpiões há a eliminação de
obstáculos, a destruição dos problemas, para que possa ter, possuir
algo ou alguém;
- portanto, ao analisar um signo, considerar o seu oposto
(e as casas onde estão, pois elas se complementam tanto quanto se
afastam – pela oposição);
- os elementos (temperamentos) são importantes,
referem-se às emanações dos 4 mundos, das 4 direções
(representados nos 4 animais sagrados – que rodeiam a carta do
Mundo, no Tarot);
- considerar, também, as qualidades (comportamentos),
ou ritmos de atuação, nas 3 modalidades, indicadoras das fases dos
ciclos (princípio, meio e fim).

Veja os Elementos ou Temperamentos:

 Fogo – uso da vontade


- precisa ter entusiasmo por algo;
- autoconfiança e esperança;
- fogo sobe, vai para cima, M

 Terra – atrair segurança


- concretizar, materializar;

348
- firmeza pessoal, internalizar;
- terra está em baixo, na base, F;

 Ar – movimento físico ou mental


- racional, cerebral; contatos;
- ar fica no alto, circulando, M;

 Água – sentimentos, receptividade


- apego às emoções, reservada/a
- sentimentos têm algum peso, vão para baixo, F.

Veja as Qualidades ou Ritmos do Comportamento:

 Cardial – buscar, conquistar, avançar (conforme


elemento);
 Fixo – estabelecer, consolidar, manter (idem);
 Mutável – alterar, flexibilizar, variar (idem).

Então: um signo tem uma intenção, um decreto, tem um


temperamento e um tipo de movimento. Qualquer planeta num
signo está submisso a isso, nesta sua encarnação, conforme seu
MN.
Os 4 Mundos são 4 níveis da AV e também dos signos
associados aos elementos. Compreenda esses:

MUNDOS

1. Emanação (Atzilut)
- mundo dos arquétipos, modelos de tudo o que há,
perfeição;
- irradiar, emanar uma ideia, enviar um modelo;
- abstrato, aspecto puro de algo;
- despertar, separar da origem, aventurar, ousar, ir além
do programado;
- expansão de consciência, idealizar, buscar um nível de
excelência;
- tomar atitudes nesta VA;
- Fogo. Visão. Causar. Naipe de paus;
- Associado a Áries, Leão, Sagitário. Ou seja, tais signos
precisam agir desta forma. Por exemplo:

349
 nenhum deles poderia ficar vinculado ao passado, ao
cordão umbilical, o que poderia levar a sérios problemas físico-
psíquicos. Quando “presos” eles se abstraem e, assim, “se salvam”.

2. Criação (Briah ou Beriah)

- implementação do que foi emanado, início da criação,


configuração, definição de uma influência;
- movimento de concepção, alguma dinâmica;
- quando tudo é possível, inclusive os milagres;
- eletromagnetismo;
- consciência de uma existência, manifestação de um
poder interior;
- envolvimento e empreendimento;
- desligamento pessoal emocional em prol de uma missão
ou ideal, abnegação voluntária por amor impessoal ou incondicional;
- anseio da encarnação, princípio do prazer/desejo;
- troca de energia, permutação, combinações criadas para
depois serem implementadas;
- onde tudo pode ser criado, então, surgem imagens
daquilo que está dentro de si (da intenção), como um filme pessoal
interior. Visualizar;
- área dos Arcanjos;
- Água. Envolvimento psíquico. Paladar (gosto), Naipe de
Copas;
- Associado a Câncer, Escorpião, Peixes. Ou seja, tais
signos precisam agir desta forma. Exemplo:
 nenhum deles conseguiria fazer algo que não se sentisse
envolvido psiquicamente (com o paladar, você sente o gosto,
envolve-se, talvez por isso o eterno sucesso dos bons restaurantes.
Ao degustar um prato, você está no mundo de Briah...).

3. Formação (Yetzirah)

- movimento inteligente e seus resultados, multiplicação e


divisão;
- formação de algo, após sentir dentro de si, consequência
do envolvimento;
- uso da mente (criativa ou destrutiva), lutas e conflitos
contra o perigo durante a encarnação;
- perceber além do visível;

350
- atuação do pensamento, incorporação de uma imagem;
- estimula e constrói o futuro;
- nascimento de algo, situação visível e atuante, ainda que
indiretamente, demonstração;
- projeção de um modelo que vai se firmando e,
consequentemente, correndo atrás disso;
- propaganda, uso de uma imagem com intenção de
sedução ou dependência, influenciar, magia;
- gestação, em formação;
- área dos Anjos;
- Ar. Olfato e audição. Espadas.

4. Realização ou Ação (Assiah)

- manifestação concreta, realidade, mundo externo e


visível;
- manutenção e degradação, ação em andamento;
- sobrevivência de qualquer coisa, aprofundamento;
- resultado da magia;
- Terra. Tato.
Que mundo ou elemento você prefere?
- A “pessoa” Emanação quer a perfeição das situações, às
vezes ficando só na idealização de um projeto.
- A “pessoa” Criação é sujeita a influências e imagina
condições, vive mais dentro de si.
- A “pessoa” Formação é curiosa, ativa, busca a expansão
do que lhe interessa, mesmo que enfrente tensões; acaba influindo
no público.
- A “pessoa” Realização encara a realidade, mesmo a dura
realidade, e atua nela para conseguir concretizar algo.
Desse modo, você pode preferir usar um signo conforme seu
jeito. Exemplo: Gêmeos (ou Mercúrio, conforme signo em que
estiver):
- atuação de emanação: pensamento, ideias mais
abstratas, em potencial;
- pensamento criativo: influenciado pela imaginação,
envolvido psiquicamente;
- pensamento formativo, investigador, enfrenta
divergências, senso de lógica;
- atuação prática das ideias, raciocina dentro da realidade.

351
O que acontece com os signos, acontece com os planetas nas
sefirós da AV e com as próprias sefirós.

ALMA

Sua alma é influenciada pelo zodíaco e pelo seu MN.


Para a QBL, há 5 espécies de Almas, como você sabe. Para
este livro, só as 3 últimas interessam:
1. Nefesh
- alma encarnada, a mais densa, alma vital, que atua no
mundo e faz você funcionar;
- força do corpo físico e da vida pessoal;
- consciente, inteligente;
- externa (oscila entre estar alerta ou em vigília, conforme
a situação for difícil ou tranquila);
- movimento da alma, para onde ela se dirige (usada na
CF e na VP);
- orientação psicológica (conforme MN e, principalmente,
os signos do Sol, Lua, ASC ou de algum stellium);
- permanece perto do túmulo até a decomposição do
corpo, ou perto da mãe durante a gestação (pode ser como aquela
figura do Novo Testamento, em que um anjo toma conta do túmulo
de Jesus, antes dele ressuscitar. Um ser-anjo de Yetsirah,
Formação);
- pode sobreviver por uns tempos à morte repentina,
imediata ou enquanto os desejos permanecerem (como os
fantasmas);
- esperança de retorno.
2. Ruach (ou Ruah)
- sopro divino, espírito, menos densa que a anterior, mas
também abstrata;
- atenta na passagem do consciente para o inconsciente e
vice-versa;
- espaço interior;
- cósmica, percebe mais, além do horizonte;
- invisível que atua no visível (quando o espírito não está
presente numa situação é porque você tem desinteresse,
desânimo, aquela coisa não funciona mais para você, o espírito está
longe, pensando em outras coisas);
- mundo intermediário, outro plano astral/existencial,
outra D;

352
- faz viagens fora do corpo;
- alma invisível dos signos (embora possa ser sentida e
percebida pela aura ou pela influência no ambiente);
- tem fé (conforme nível que usa os signos).
3. Neshamah
- mundo totalmente interior;
- penetração do espírito na vida, mas com autonomia, não
dominado pela vida;
- consciência cósmica, luz divina, impessoal, inconsciente
coletivo, atua nos arquétipos;
- êxtase, expansão de consciência (os hindus chamam de
Atman, a presença divina no homem; os cristãos chamam de
Consciência Crística ou Cristo Cósmico);
- levado por uma força abstrata, possuído por algo maior
que você, ao atuar no mundo (como ao incorporar sua Vocação, o
sagrado);
- atuante na sua vida, mas não apegada à vida, sabe que
está a serviço de algo para a evolução da humanidade;
- ajuda-lhe, portanto, na hora da morte, a sair da vida;
- caridade.
Como você deve ter percebido, esses 3 níveis de alma foram
repassados para as 3 grandes virtudes cristãs: fé, esperança e
caridade.
E, também, como você viu, os elementos estão associados
aos 5 órgãos dos sentidos, como:
- Tato – terra; como Vênus de Touro
 Conhecimento direto através do toque, fundamental
para avisar sobre o perigo (como um fogo lhe queimando, um gelo
que lhe corta, o toque em algo repugnante). Ou suave, agradável,
sensual.
 Ajuda a aprender mecanicamente.
- Paladar – água, neste caso associado a Marte de
Escorpião (co-regente).
 Funciona junto com o olfato (ar), monitorando o que
entra no corpo, selecionando, advertindo, aceitando o que se come
ou repelindo, vomitando.
- Olfato – ar; como Júpiter de Sagitário
(este é um signo que tem faro, previsão; pessoas com
defeito olfativo talvez tenham dificuldade em prever, perceber
longe, a não ser que tenha PES – como vidência, clariaudiência).

353
 Avisa logo do perigo, alarme; parece prever e adianta-se
a algo que ainda não está visível. Como os animais, que têm o
olfato bem desenvolvido para escapar do perigo ou correr atrás do
que lhes interessa. Ou o perfume, aroma netuniano.
- Visão – fogo, associado aos olhos direito e esquerdo, Sol
e Lua
 Conhecimento, saber, testemunhar, avisar. Participação
direta na vida e nas situações.
- Audição – também associado ao ar, como Saturno de
Aquário, ou Urano
 Capta os dados mais sutis do que os do olfato. Dá senso
de direção. Também forte nos animais.
Eis uma historinha que pode ser sufi ou judaica, qbl:
- Once upon a time havia um mestre bem rico e outro
bem pobre. E também havia um discípulo que buscava um mestre.
E ele preferiu o mestre pobre, achando que o rico era
apegado às questões materiais. E o mestre pobre ensinou-lhe:
- A grandeza do mestre rico é a de não se deixar afetar
pela sua riqueza. (Não precisa de comprar bolsa de $45.000,00,
nem ter helicóptero, nem iates, ou andar de limousine). E se eu
ainda sou pobre é porque não tenho aquele distanciamento, a
riqueza ainda me afeta.
*
A QBL reavalia o universo, conforme símbolos existentes em
literatura antiga, provavelmente entre 526 AC e 500 DC.
Do Deus do Éden até o encontro com Abrahão, formando
uma aliança com ele e seus descendentes (que acabam sendo os
descendentes das futuras 3 religiões do Livro: judaica, islâmica,
cristã).
Essa aliança torna-se contratual quando Yaweh encontra-se
com Moisés no Sinai e alerta-o para não servir a outros deuses, o
que seria uma ilusão catastrófica para a humanidade. Eis o princípio
do monoteísmo.
Em Oseias (3,1) está dito que Yaweh lhe disse:
- Vai, novamente, ama uma mulher que tem um amante e
que comete adultério. Assim, Yaweh ama os filhos de Israel, ainda
que eles se voltem para deuses estranhos.
Essa metáfora de amor e traição (conforme Pinchas Giller,
professor de cultura judaica na Universidade de Judaismo, em Bel-
Air, California: “Reading The Zohar, The Sacred Text of the

354
Kabbalah”, 2001), é mantida e transformada em erotismo no Zohar
e nos trabalhos de Isaac Luria.
Na Torah, a relação de Deus com o Homem é complexa. A
pessoa, o salmista vai da exaltação ao desespero.
- Como é possível viver sem a promessa da Justiça Final?
(Eclesiastes)
- Por que Deus é tão arbitrário, caprichoso e cruel com Jó?
(Jó)
A Torah trata da perda da inocência e o potencial de
redenção do mundo.
A QBL (P. Gilles) flerta com a realidade e o divino, separados.
Mas essa separação não era total, pois Deus emanou as 10 sefirós
da AV, ou 10 D, 10 reinos existenciais (como no Hiper-espaço da
Física Teórica).
A relação de amor entre Deus e Israel transmutou-se na
união de manifestações transcendentes e terrenas de Deus (ou
mysterium coniunctionis); o que se vê também na Alquimia, nos
conceitos cananeus de fertilidade, na saudação dos judeus à Noiva
do Sabbath, na transformação espiritual dos estudos de Jung e
Neumann.
O Zohar diz que, no Sabbath, celebra-se a energia erótica
que banha o mundo nessa noite. O Eros Divino. Não é à toa que,
até hoje, sábado é o dia das ... baladas.
O judaísmo e, também, a QBL, reinterpretam-se
continuamente. Faz sentido: atualizações. Reinterpreta-se a Torah,
o Zohar, e o Sepher Yetzirah, o que for. Pois o exílio judaico levou a
inúmeras reinterpretações. O Zohar é interpretativo.
O Tabernáculo seria as dimensões do universo e sua
representação cósmica na Terra.
Assim, a história judaica é temporal, como todas as histórias
e foi posta secundariamente. O principal tornou-se o atemporal, que
era permanente. Como a AV, as D do Tabernáculo, os Provérbios, o
Cântico dos Cânticos, etc. Aí estariam os segredos do universo.
O Zohar (e sua literatura) tornou-se um cânone,
aprofundamento da compreensão esotérica (escola de Midraxe
Cabalístico). Sua mensagem subliminar é a experiência mística
inspirada pela Torah, que seria a redentora.
Outra expressão qbl era a profecia, o êxtase. Moisés chegou
a exclamar:
- Oxalá todo o povo de Deus fosse profeta! (Receber o
espírito do Senhor).

355
O êxtase místico ficou relegado aos círculos fechados, ao
grupo conhecido como Descendentes da Carruagem (Yordei
Merkabah). Ou seja: a visão da Carruagem celeste, por Ezequiel e a
ideia de subida e descida pelos palácios celestiais (as D).
Abuláfia, séc. 13, marcou a tradição mântica, profética. Em
Safed (ou Tsfat), na Galileia, onde Luria marcou seus estudos, após
Cordovero, foi unificada a hermenêutica do Zohar com o êxtase. A
QBL foi sistematizada. Meditação e teoria.
Maimônides, séc. 12, Espanha, sintetizou o judaísmo rabínico
(muitas vezes oposto à QBL, pois filosofia, mente consciente x
misticismo, inconsciente), e opunha-se à visualização de Deus,
anjos; ao antropomorfismo. Deus, somente como algo abstrato e
uno. O que era contraditório à Torah, quando ela diz que Deus criou
o homem à sua semelhança.
Assim, quando o Zohar descreve, através de Shimon bar
Yochai, os detalhes de cabeça, narinas, ouvidos, etc., que aparecem
nas sefirós do Sepher Yetzirah, isso deveria ser considerado como
conceitos, metáforas, Dimensões, eufemismos para algo oculto
(conforme Idra Rabbah, a Grande Assembleia).
O qbl sabe que a representação divina em formas físicas é
apenas uma metáfora, uma analogia.
Nachmânides foi oponente de Maimônides: o primeiro era
cabalista, o segundo era racionalista (isso ainda acontece entre
judeus e qbl). Assim dizem:
- Maimônides: proibido comer sangue (comida kosher),
para evitar o antigo rito pagão, em que se bebia sangue nas
cerimônias religiosas (Guia dos Perplexos).
- Nachmânides: não comer sangue porque a alma da
carne está no sangue e ninguém com alma deve consumir outra
alma (isto é, o sangue. Portanto, proibido comer galinha ou molho
pardo ou fígado, etc.). O que é comido retorna ao corpo de quem
come, absorve-se a alma do animal (razão para os vegetarianos).
O importante da QBL é a sua visão cósmica. Por isso, ela está
retornando mais forte no séc. 21. Embora, como em todas as C.O.,
existam as linhas:
- pop, autoajuda, simplificação para atingir uma maioria
simplista;
- erudita, mística, profunda no conhecimento e nas
percepções das D, que atinge uma minoria estudiosa.
Mas, minoria ou maioria, pop ou conhecimento sagrado, o
que importa é que

356
Ela está aí.
*

357
9. PLANETAS (KIDDUSH)

Kiddush significa “tornar sagrado”. Cada planeta tem um


atributo, ao qual seria bom se você o tornasse sagrado. São “dons
divinos”.
Os planetas foram incorporados às sefirós da AV.
Moshe Idel vê a AV como:
- o reino divino, com 10 poderes divinos, que são os
números ou sefirós, metafísicos. Tais poderes são um
desdobramento de um poder superior, do Infinito ou Ain Soiph (Ein
Sof);
- esse reino divino é um modelo qbl, teosófico e teúrgico
(efeito das atitudes místico-religiosas dos humanos, teurgo é aquele
que se comunica com os anjos e espíritos planetários. De certa
forma, todo qbl e astrólogo é um teurgo);
- as sefirós, sendo instrumentos da Criação, são a
presença divina no mundo – atuando nos caminhos da AV, e através
de planetas, anjos e arcanjos. E todos estão presentes na alma
humana;
- elas surgiram da expansão ou emanação (1º Mundo,
Atzilut), que vem do mais alto para o mais baixo, em cadeias (pois o
concreto, visível do 4º Mundo Assiah) é o que está em baixo, mas
veio do alto);
- as sefirós, como qualquer símbolo, têm imagens, figuras
(Luria, o Ari) antropomórficas, conforme um conceito. Da mesma
forma que você faz uma estátua para Júpiter, Vênus, etc. Ou como
as figuras do Tarot;
- há afinidades, simpatia entre os reinos superior e
inferior, abstrato e concreto. Assim em cima como em baixo (isso é
provado por qualquer C.O. ou pela psicanálise);
- a QBL usa muito os símbolos M + F, a vida sexual, a
linhagem. Numa analogia:
 quando o grande se separa, ele diminui e escurece (luz
diminuída); assim, quando o amado separa-se da amada (sefirós 1
e 10), a amada escurece e diminui seu tamanho, ficando como a
letra Yod (ou ponto);
 então, os seres possantes, os anjos, bradam seus
poderes (das demais sefirós) e despertam o amado, a fim de que
ele se levante e busque a amada, que está minguando de amor. Aí,
ela cresce novamente;

358
 é a Shekinah que aumenta e diminui, ou seja: o
acréscimo do poder. Você também aumenta ou diminui a sua
vibração, conforme se envolve ou não com algo;
- a Torah é o gráfico do mundo divino, é a verdadeira AV
(a AV comum, como já foi comentado, é a AS: Árvore Sefirótica);
- como o ônfalo ou umbigo da Terra, em Delfos, para os
gregos, também Jerusalém simboliza esse umbigo, o local
magnético onde Céu e Terra se unem. Todo local onde uma forte
canalização se manifesta (como a pitonisa em Delfos, ou o Oriente
Médio, onde os anunaki deixaram sua civilização e se manifestavam)
é um ponto de encontro entre dois mundos;
- o Monte Sion ( Tzion), em Jerusalém, simboliza a torre
que defende a cidade, como se fosse um esposo defendendo a
amada. É um elemento fálico (apreciado em diversos trechos da
QBL), associado a Yesod. A importância do M. Sion não é
geográfica, mas de união M + F, sagrado + profano, invisível +
visível, divino + humano;
- então, Yesod e Tzion lutam para “entrar” (daí o falo) no
reino de Malkut (a rainha, o reino, a Matrona). E, daí, o ato sexual
entre essas duas sefirós (Yesod representada pela Lua, que dá
forma a Malkut pela encarnação, ou ASC;
- a partir do séc. 13, com Abulafia, e, mais tarde, no séc.
18, com o hassidismo polonês, o misticismo judaico ficou mais
evidente e, aí, as experiências paranormais, êxtase que sempre
existiram, em todas as culturas. Ou seja: forte processo interior +
imaginação, ou intelecto cósmico atuante – assim é a QBL;
- Abulafia foi o fundador da QBL Extática (ou do êxtase),
influenciado pelos ensinamentos de Aristóteles. Outros qbl seguiram
essa mesma linha, como Cordovero, Chaim Vital, Karo, Rav Acre,
etc. (cada qual conforme sua época);
- chama-se Devekut, ou união com a divindade, ao êxtase,
contemplação, meditação, aos nomes de Deus como ponto de
partida para algo maior, às revelações e profecias, etc. Enfim, várias
técnicas para se alcançar aquela união com algo maior que si
mesmo. E que levam a experiência de autotransformação. São atos
mágicos.
Aliás, muitas personalidades marcantes das épocas antigas
(Moisés é um deles), de atitudes decisivas, em várias culturas,
tornaram-se míticas, endeusadas, seres universais, incorporação de
um arquétipo. Pois incorporam os anseios de uma época. São os
deuses, os heróis, os filhos dos deuses, os orixás, os arcanjos, etc.

359
Os nomes dos arcanjos e de certas figuras históricas (como Enoch,
Melquisedec, etc.) tornaram-se títulos. Assim, Gabriel era o título de
um dos 24 Sumo-Sacerdotes do Templo de Jerusalém, cujo
verdadeiro nome era Abiatar (veja mais adiante). O título Gabriel é
de “mensageiro”;
- desenhos, hieróglifos, mantras, nomes de Deus, etc.
servem como disciplina e reestruturação da alma e da pessoa.
Preparam para o contato com algo abstrato e necessário para a
evolução. “Limpam” o mental e o emocional. Quem já possui
expansão de consciência não precisa de técnicas, já entra em
sintonia direta.
Um manuscrito espanhol do séc. 16 diz:
- há a QBL Prática - um antigo saber secreto, que faz
conjurações com os anjos, usa atos mágicos;
- há a QBL Especulativa – trata dos segredos das 10
sefirós (Luria).
A Magia Judaica ou Talismânica (usada por Nostradamus) é
muito antiga, ainda que desprezada e ironizada por muitos,
principalmente os rabinos.
Maasit é a QBL Prática.
Iunit é a QBL Especulativa.
A QBL Prática, firmada pelos qbl sefaraditas do séc. 15, tem,
entre outras, as seguintes bases:
a) uso das letras, principalmente, as dos nomes de Deus,
que invocam situações;
b) importância das canalizações (todo mundo queria
canalizar Elias, como há uns 50 anos queria-se canalizar o ET Ashtar
Sheran, também uma figura mítica, representando um ideal do séc.
20). Canalizações são transformadoras e animam a alma – desde
que sejam “limpas”. Ou seja, neutras, impessoais. E diversas
técnicas e rituais para atrair de cima para baixo;
c) uso da Astrologia, das forças espirituais, abstratas e
planetárias, das sefirós, das luzes e cores (visualizadas durante as
orações, tornando-as mais efetivas);
d) cores atraem, puxam do Céu para a Terra. Sefirós e
planetas têm suas respectivas cores – embora você possa usar as
cores que quiser, conforme o que lhe interesse (crie, não se prenda
a regras, a engessamentos). Claro, você não vai usar rosa-bebê
para Marte ou Geburah;

360
e) o qbl escolhia a sefirá que lhe interessava e preparava
um amuleto ou talismã condizente. A AV/AS sempre foi uma fonte
de magia. E você pode fazer o mesmo com os planetas, como
faziam os antigos magos. Mas, de um modo moderno, pois o que
fazia efeito na Idade Média não faz efeito no séc. 21. Talvez.
Cordovero, com quem Luria estudou por pouco tampo, fazia
magia Astro-Sefirótica, cujas raízes estavam na Espanha do séc. 14.
A QBL Prática era feita, sempre, conforme os atributos das sefirós e
dos planetas. Que eram vistos como vasos jorrando energia para a
Terra.
Letras eram forças espirituais que criavam mundos. A
Numerologia, Guematria, era indispensável. Cordovero achava
perigosíssimo usar a magia dos nomes divinos (como fazia
Nostradamus, ainda que com certo receio).
Michel de Nostredame, séc. 16. Desde cedo ele, de origem
judaica, mas passando-se por cristão, para fugir da Inquisição (que
diversas vezes tentou pegá-lo, sem conseguir), fazia contato com o
que Paracelso chamava de Luz Astral. Foi discípulo de Ulrico de
Magonza, que lhe iniciou em Abrasax. Ulrico era um alquimista,
fundador da seita dos Iluminados (mais tarde, surgiram outros, os
Iluminatti).
Abrasax, ou o deus-número dos agnósticos, era uma
entidade cósmica bem antiga.
Na juventude, foi boêmio, devasso, inconsequente, enquanto
estudava medicina. Já velho, sério, satisfeito consigo, mas
padecendo de gota. Quando jovem, havia feito experiências com
drogas, como a “erva sparviera”. Algumas vezes, Parpalus, um
“demônio”, aparecia-lhe em forma de gato, telepaticamente
transmitindo-lhe informações, as centúrias.
Nostradamus nasceu em 13 de dezembro de 1.503, por volta
das 12 horas (data do calendário gregoriano). Além de médico, era
astrólogo e profeta, tendo que usar esses conhecimentos para
sobreviver, em face de problemas político-religiosos. Até por falar
dos antigos segredos. Para entrar na dimensão de Abrasax era
necessário conhecer bem os números.
1 - consciência da divindade (Aleph)
2 - o 1 gerou algo, extensão (Beth)
100 - ou 10 x 10, a perfeita ilusão, o mundo material
(Koph) (nuca, ouvido)
1 - repetido, novamente

361
200 - o dobro de 100, a matéria em estado bruto, o que
limita (Resh) (cabeça)
60 - de Lamek, a letra hebraica, ou satisfação,
consolidação de um estado diferente da consciência
(suporte).e
Com esses números, Nostradamus entrava ou levava alguém
ao mundo de Abrasax (Magno, Valério Evangelisti, ed. Bertrand
Brasil).
O reino de Abrasax (ou 8º Céu) é composto de seres de
conhecimento que podem transmitir esses ensinamentos aos
iniciados. Ou anulação da distância entre o Céu e a Terra, sem
barreira de tempo.
Após penar muito, em face da perseguição da Inquisição
pelas suas atividades mágicas e de previsões, e viver um tom tempo
delas, fazendo até almanaques, Nostradamus teve uma fase de
prestígio na corte da Rainha Catarina de Médici.
Ele possuía um livro, chamado Arba Mirabilis (Árvore
Milagrosa), cobiçado por outros ocultistas. Essa árvore era uma
espécie de AV com magias para ultrapassar D. O médico e astrólogo
Cardano também o conhecia.
O desenho grandioso dessa árvore, com raízes semelhantes a
órgãos humanos, galhos que pareciam braços e mãos segurando
frutos, flores enormes parecendo sóis, girassóis, folhas formando
corações, etc., também tinha símbolos hebraicos/qbl, o zodíaco,
uma mandala astrológica com seus decanatos. O tronco era largo e
grande, dele saíam 6 braços, sendo 3 de cada lado, formando o
candelabro judaico com 7 castiçais/velas. Referindo-se às 7 sefirós
ou 7 planetas visíveis a olho nu (o tronco era o 7º e, acima dele,
uma mão celestial). Em baixo, 2 grandes círculos, o dia e a noite.

362
As datas das profecias de Nostradamus, repassadas pela
canalização, eram códigos. Não era uma data certa, mas acrescida
de grupos de 50 ou 100 anos, a fim de torná-las irreconhecíveis.
Assim, há uma profecia para o 7º mês de 1.999, quando virá
do céu um rei poderoso e assustador e, depois, Marte reinará. Na
verdade, essa data foi disfarçada e referia-se ao ano de 1.099,
quando o Rei Godofredo atacou Jerusalém, espalhando o terror. E
que o recente ano 1.999 seria uma reflexo de outra data, o reflexo
das violências até então cometidas, das pessoas que seguem os
seus chefes no caminho da destruição. Que tal?
Continuando:
- o mestre Tzadik funciona na vibração de Yesod (Lua)
transmitindo conhecimento. Não é à toa que os magos, de antes e
de hoje, têm a Lua forte ou dominante no MN. A Magia está na Lua.
E no planeta mais distante, Plutão (associado à sefirá oculta, Daat).
Esse mestre, por conhecer o invisível e o mundo celestial de
Atzilut (Emanação), pode provocar alterações no mundo terreno de
Assiah (Ação Concretizada);
- o qbl extático interessa-se pelas mudanças, usando suas
habilidades e, principalmente, a linguagem;
- o qbl talismânico interessa-se pelos rituais, a magia
cerimonial que atrai forças mágicas, além da linguagem;

363
- o qbl filósofo - teúrgico interessa-se por induzir a
harmonia no ambiente e nas pessoas. E esses 3 tipos podem
misturar suas técnicas e fórmulas.
Aliás, no Simpósio de Astrologia do Rio de Janeiro, em 2.013,
introduzi, na minha palestre sobre Multidisciplinaridade, a
Astromagia. Uma técnica qbl desde a Idade Média para
transformação pessoal e evolução da alma. A Astromagia originou-
se da QBL Extática e Prática. Várias culturas usam-na, inclusive com
os santos da Igreja Católica e do candomblé, ou com celtas,
druidas, etc.
A QBL Prática usa amuletos, apesar do desdém de qbl mais
intelectuais. Ora, quando você usa uma joia ou um adereço ou uma
roupa de grife ou quando compra um objeto de decoração especial,
aí você também está usando amuletos.
Baal Shen Tov (Senhor do Bom Nome), conhecido pelo
acrônimo Bescht, fundador do hassidismo polonês, no séc. 18, foi
um grande Tzadik. As pessoas veneravam-no (fora os rabinos
ortodoxos que perseguiam-no e desprezavam-no – não há
unanimidade e os qbl sempre souberam disso. Saiba você também)
e, por isso, faziam questão que ele gravasse seu acrônimo nos
amuletos que lhes eram repassados. Esse nome provocava-lhes
mudanças, pois para elas tinha grande poder de transformação.
Como as bolsas de grife atuais, como as fortunas que se pagam por
antigas roupas de Jacqueline Onassis, para dizer o mínimo. Nomes
célebres têm poder, aludem a um estado especial. Ou como as fitas
do Senhor do Bonfim, acessíveis ao povo. OK, grife é grife: um
deus.
Veja uma sequência do desenvolvimento dos primatas aos
humanos (Daniel Quinn):
a) primata, nível animal, coletor;
b) evolução: com a caça, caçadores (gorilas sabiam usar
ferramentas e continuaram gorilas);
c) caçadores precisavam do uso da mente para:
- rastrear as presas, olhos perceptivos, viam além do
comum;
- inteligência, uso da comunicação, a linguagem como
auxílio para caçar (mais caça, mais prestígio, mais pares sexuais),
ou seja, maior sobrevivência;
- contar histórias das caçadas, conversar e interpretar
sinais, cooperação;

364
- a violência não é prerrogativa humana, nem
apareceu por causa da caça. Vegetais, animais, humanos, todos são
naturalmente violentos, faz parte da biologia. Mas só os humanos
têm maldades;
- caçadores desenvolveram observações, dedução,
previsão, astúcia, percepção das coisas, estado de alerta. Os
humanos tornando-se mais humanos e aperfeiçoando a raça;
- contar histórias, por exemplo, é organização de
acontecimentos. Isso é fundamental para os humanos e sempre
serão necessárias;
d) capacidade de fazer previsões, ao perceber a direção das
futuras presas. Os caçadores, só de olhar o terreno, já “adivinham”
para onde a presa foi, a que distância estaria, etc. Se você souber
observar poderá prever o futuro. Como os mestres, que aprenderam
com os caçadores da super-antiguidade. Identificar e traduzir os
sinais. Isso é vidência.
Todo ser humano quer saber o futuro, usando qualquer meio
para isso, inclusive a Astrologia. É uma característica universal
eterna (uma boa notícia para os astrólogos). Todo ser inteligente
quer descobrir o futuro, desde a meteorologia até a oscilação da
Bolsa de Valores, ou se vai encontrar a pessoa amada ... Todas as
culturas têm técnicas de previsão e isso só acabará quando a
humanidade acabar.
Quando você acerta, ganha algo, quando algo de bom lhe
acontece, sua alma fica em paz, o chakra cardíaco se abre: é uma
experiência religiosa (ou oceânica);
e) e, daí, as religiões ou consciência do sagrado. Ou seja:
 o pensamento humano volta-se para o futuro;
 o futuro é do domínio dos deuses;
 a religião universal é a animista, dos caçadores e da
natureza, seus sinais, expectativas, consequências. (Os xamãs,
antigos feiticeiros sempre eram reproduzidos com símbolos da
natureza, partes de animais. Não usam máscaras, pois seus gestos
de animais não são máscaras). (A carta 15 do Tarot, o Diabo, não é
o Diabo, é um Xamã). Eles olham diretamente nos seus olhos, pois
estão interagindo com VOCÊ;
 nada sai do modo como você quer, sempre há algo
imperfeito: pois o que você espera conseguir está além do poder
humano (D. Quinn) .

365
Consequentemente, nós, humanos, tornamo-nos humanos
quando um antigo primata deixou de ser coletor e tornou-se
caçador.
Segue.
A partir da metade do séc. 20, a QBL, seguindo o impulso da
Nova Era (New Age), voltou com força e passou a ser repassada a
todos, de modo mais moderno e pessoal (Rav Zalman Schechter).
Sugiro que você inclua a QBL nos seus estudos, astrológicos
ou não. A Astrologia QBL usa a magia planetária e seus anjos e
arcanjos. Planetas, por atuarem diretamente no MN, podem ser
invocados e evocados. Na Astrologia Védica, isso é feito com pedras
preciosas, os grandes amuletos. Para os qbl, os planetas atuam
através dos anjos planetários, conforme objetivos específicos e
consistentes.
O mundo celestial (de cima) só interfere no mundo terreno
(de baixo) nas situações emergenciais, quando há necessidade de
evolução planetária. Muitas religiões usam a força das orações
(como as Carmelitas da Igreja Católica. By the way, fiz MN da Madre
Superiora e sua adjunta, num claustro carmelita. As duas eram bem
abertas ao conhecimento. E olha que isso foi na década de 1980).
Os qbl só fazem orações quando há profundas e sérias
intenções (Kevanah): pois só assim elas são conduzidas ao Céu,
pelos anjos.
Muitas desgraças ecológicas são consequências de abusos e
irresponsabilidade da Humanidade. Resultado da grande e trágica
inversão de pensamento: achar que o Homem vem em primeiro
lugar.
Não vem.
Em primeiro lugar vem a Terra, a sua Casa.
As terríveis ou grandiosas alterações na sua vida têm a
assinatura (Tau) dos planetas transpessoais.
É interessante saber alguma coisa do cristianismo, em face
da QBL Hermética, que reúne os antigos conhecimentos: em 1948,
foram descobertos os Manuscritos do Mar Morto e a Biblioteca de
Nag Hammadi. O que revolucionou os dogmas cristãos.
Alguns pesquisadores, como M. Hopkins, G. Simmans, TW
Murphy (“Rex Deus”, ed. Imago) e vários outros que tratam da
linhagem de Jesus (Robert Leigh, Michael Baigent, também
astrólogo, especializado em Astrologia Mundial (um dos autores em
que o livro “Código da Vinci”, de Dan Brown, foi baseado; aliás,
percebi que ele também baseou seu livro “Inferno” no livro de

366
Daniel Quinn, a “História de B”), H. Lincoln, Lawrence Gardner, etc.
falam dessa linhagem, conhecida como Rex Deus:
a) Os mitos de virgens e seus filhos divinos são bem
antigos, em várias culturas.
Vale a pena saber sobre Mitra, cujo mito foi associado ao de
Jesus.
Mitra nasceu numa gruta, assistido por pastores, onde
recebeu presentes e fizeram-lhe profecias apocalípticas. Mitra
também ressuscitou e esperava-se sua segunda vinda.
Para os judeus, o Messias só poderia ser humano, jamais um
filho de Deus, o que seria uma blasfêmia. Igualmente, para eles, a
comunhão/Eucaristia é outra blasfêmia pois judeus não bebem
sangue, nem comem carne. E o mistério da Eucaristia, ao oferecer o
vinho e a hóstia, recomenda comei e bebei, pois isto é meu corpo e
meu sangue.
b) No início, a Igreja Cristã era baseada na tradição essênia
e na persa, de Zoroastro, no conhecimento hebraico e egípcio
(gnose).
Os antigos seguidores de Jesus eram chamados “ebionitas”:
os pobres e mansos citados no Evangelho de S. Mateus. Eles eram
pessoas simples, embora os apóstolos fossem de famílias com certa
cultura e segurança material.
c) Outra ficção é a Última Ceia, pois os judeus não comiam
na Páscoa. O Novo Testamento foi alterado conforme S. Paulo (ex-
fariseu, ex-cidadão romano a serviço, claro, de Roma, figura forte e
difícil, bipolar, fanático, inteligente, que teve a tal perturbadora
conversão na estrada para Damasco. Muito que se sabe dele vem
de “biografia autorizada” pela Igreja Católica, que não fala de sua
personalidade quase insuportável). Antes da conversão, era um
agente provocador romano, que perseguiu Tiago, um dos ex-
apóstolos e Sumo Sacerdote (que acabou morrendo assassinado,
jogado de um penhasco).
O cristianismo de S. Paulo não tem nada a ver com o que
Jesus pregava.
d) Os grupos religiosos da época de Cristo eram:
1) saduceus – elite conservadora, proprietários de
terras e sacerdotes, seguidores das leis mosaicas (613): em que os
rabinos eram obrigados a se casar, para manter a linhagem, além
de seguirem as regras kosher de alimentação e não se ligarem, nem
se casarem com os pagãos. Cooperavam com Roma, mantendo a
paz e a segurança de suas vidas e costumes (caso contrário, seriam

367
dizimados ou escravizados, como já haviam sido por Nabucodonosor
e seriam mais tarde, várias vezes);
2) fariseus – liberais, amenos teólogos, usando
linguagem religiosa mais comum e compreensível. Rivais dos
saduceus, estavam mais próximos do povo;
3) essênios – grupos religiosos, bem ortodoxos (a
família de Jesus era desse grupo, descendentes do rei David, pela
parte da mãe). Desde cedo, eram ensinados no conhecimento
gnóstico, esotérico. Buscavam a perfeição espiritual, a ascensão
(como os futuros cátaros e albigenses da Idade Média, que foram
eliminados), além de conhecimentos terapêuticos.
e) Jesus foi iniciado apelos essênios, provavelmente em
Alexandria, no Egito. Ele dizia:
- Sou filho do homem (humano) e de Deus (divino:
uma situação que qualquer um poderia alcançar, através do
conhecimento e da iluminação) e vim revelar e conduzir ao caminho
da iluminação e do conhecimento (seria uma espécie de Tzadik, e
jamais se colocou como Redentor ou Salvador).
Como rabino e descendente da casa de David, ele era
obrigado a se casar, a fim de preservar a dinastia. As Bodas de
Canaã seriam o seu casamento (possivelmente com Maria
Madalena, também de boa e elevada família; tiveram dois filhos –
sendo: Tiago (outro Tiago, que tornou-se S. Tiago de Compostela),
que foi para Espanha, Inglaterra e retornou à Espanha, onde
morreu. Deixou descendência. E a outra, conhecida como Sara
(nascida logo após a morte de Jesus, no Egito, e por isso chamada
de “negra”, em face das terras negras egípcias), que foi para a
França com sua mãe, na região de Camargue/Provence.
f) No Templo de Jerusalém (depois destruído pelo
imperador romano Tito, aliás, pela segunda vez) haviam dois
internatos:
 para meninos – formação de rabinos e futuras
figuras importantes da sociedade judaica. Alunos vindos de pais da
sociedade, local hereditário. A família Cohen era de sacerdotes, daí
os Sumo Sacerdotes. Os demais eram da família Levy;
 para meninas – formação das futuras esposas, com
responsabilidades sociais e religiosas. Ficaram lá até os 14 anos.
Geralmente, eram engravidadas por um dos 24 Sumos Sacerdotes,
a fim de manterem a categoria da linhagem. Depois, casavam-se
com outras pessoas da sociedade. Os filhos eram educados nesses
internatos.

368
Esse foi o caso de Maria, mãe de Jesus, em vista da categoria
de família privilegiada. Tanto ela como sua prima Isabel foram
engravidadas pelo Sumo Sacerdote Abiatar, cujo nome ritualístico
era Gabriel – o mensageiro, uma vez que sua missão era fazer
nascer o futuro Messias. Por isso, ele engravidou as duas primas,
pois a criança devia nascer sob uma certa conjunção astrológica e
uma dessas conjunções era do Sol, Mercúrio e Vênus, o que daria
um maior brilho no Céu. E, também, a conjunção de Júpiter e
Saturno.
Os nomes dos arcanjos Miguel, Rafael, etc. e de figuras
históricas, como Melquisedeque, Enoch, etc. são nomes ritualísticos,
como títulos, como os nomes religiosos atuais.
José, o carpinteiro mais velho, pai adotivo de Jesus, era
descendente de Hiram Abaif, que fora rei do Tiro, na época de
Salomão e a construção do Primeiro Templo de Jerusalém. Uma
figura importante para a Maçonaria (Hiram, não o José).
g) Inúmeros mitos pagãos falam de deuses nascendo de
virgens, como:
Ishtar/Inanna, cujo marido (o primeiro) morreu no dia
do casamento; Isis, cujo filho, Horus, era resultado de inseminação
artificial (no Egito, já existia, aprenderam com a turma de Nibiru),
pois o pai, Osiris, havia sido morto; Vênus que nasceu da ejaculação
de Urano; Dionísio e Pallas Atena, nascidos de Júpiter; Zoroastro,
Mitra, etc.
h) O Concílio de Niceia, em 326, oficializou o cristianismo
conforme influência de S. Paulo (e do imperador Constantino, face
conveniências políticas). Foi quando surgiram os rituais pomposos
da Igreja Católica Apostólica Romana (universal), com sua fortíssima
magia cerimonial, uma força do catolicismo e hoje passando por
simplificações do atual Papa Francisco. Foi Constantino que
assegurou o poder entre Igreja e Estado, perseguindo e reprimindo
quem era contra.
i) O Novo Testamento foi alterado pela doutrina de S.
Paulo, que trouxe os mitos (vários trazidos da Arábia, onde havia
vivido durante 3 anos) de:
 Jesus, filho único de Maria e de Deus, solteiro,
nascido de uma virgem e que ressuscitou depois de morto.
No entanto, Jesus teve dois irmãos: Tiago, o Justo, ex-
apóstolo e, depois, Sumo Sacerdote, porta-voz dos judeus, e Tomé,
seu gêmeo, chamado de incrédulo, cético (o tal de “ver para crer”).

369
Jesus foi morto pelos romanos (e não pelos judeus), porque
achavam-no encrenqueiro e que podia causar uma revolução. A
crucificação foi por motivos políticos. Mas, como S. Paulo era
cidadão romano, ainda que nascido em outro lugar, talvez quisesse
puxar saco de Roma e lançou a culpa nos judeus, perseguidos por
ele.
Antes de morrer, Jesus foi retirado da cruz e tratado com os
unguentos essênios. Apareceu para os amigos apóstolos e para sua
mãe e Madalena e, depois, saiu do país. Comenta-se que foi para a
Índia, sabendo-se de sua existência até, pelo menos, 45 DC.,
chamado de Mestre Essênio da Retidão.
Seu apelido de Nazareno nada tinha a ver com Nazaré,
cidade inexistente naquela época, mas com os nazarenos, curadores
essênios.
 Retorno do Messias (outra ideia de S. Paulo), o
apocalipse, a matança de Herodes (não aconteceu), nascimento na
gruta (ideia tirada do mito de Mitra), apóstolos pobres (não eram);
 padres não podiam se casar (S. Paulo era
misógino), indicação de S. Pedro como o primeiro Papa escolhido
por Jesus (não foi, haviam 3 pilares de Jesus: Tiago (irmão), Simão
Pedro e João Evangelista);
 oficializou as datas do nascimento de Jesus
(solstício, Natal) e da Páscoa (o domingo como dia santo, tirado do
culto do Sol de Mitra, para os judeus, o dia sagrado era sábado, o
shabat);
 criou a excomunhão, etc.
j) O Novo Testamento foi escrito após a morte de Jesus,
sem nenhuma testemunha ocular e através de diversas fontes que
desconheciam os costumes judaicos – não sendo, portanto, fonte
fidedigna, pois com distorções convenientes.
Enfim, um forte mito, baseado na personalidade carismática
de um homem importante (pelas mensagens que trazia) na sua
época e endeusado por S. Paulo.
Um pouquinho mais de História. Tenha Paciência. Para ser
um astrólogo com mais cultura e conhecimento do passado
ancestral.
A Ordem dos Templários foi fundada em 1.118, por 9
cavaleiros. Era a Milícia de Cristo e tinham relações diretas com a
dinastia de Jesus. Seu objetivo era, na verdade, escavar os túneis
do Templo de Jerusalém para encontrar documentos. Dizia-se,
também, que lá estaria o corpo de Cristo.

370
Os Templários desenvolveram o turismo, as rotas de viagens,
construíram pousadas e castelos, desenvolveram os meios de
comunicação, a indústria básica, os empreendimentos agrícolas, a
tecnologia da época. Emprestavam dinheiro, fizeram os primeiros
“cartões de crédito”, etc. Enfim: transformaram a Idade Média
Europeia.
Consideravam que todo conhecimento espiritual devia ser
usado praticamente. E usavam lendas, mitos para preservar esse
conhecimento: como as lendas do Rei Arthur e a Távola Redonda, o
Tarot, etc. O Graal, por exemplo, representava a perfeição
espiritual, a ascensão e sua busca significava não o encontro de um
objetivo, mas de conhecer o verdadeiro Jesus (pré-S. Paulo).
Acreditavam na relação de Jesus, Madalena e seus filhos. Ela
é que era a Nossa Senhora e não a mãe biológica. E também
veneravam a história de Isis e seu filho, Horus, e São João Batista
(um essênio).
A Igreja exterminou os Templários por questões políticas e
econômicas, além da rivalidade religiosa. Alguns conseguiram fugir
para Escócia e Portugal.
O Tarot foi trazido pelos Templários, através dos sarracenos,
no séc. 13. Era um código para o caminho espiritual e o
desenvolvimento da intuição. Suas imagens mostram os ciclos das
reencarnações, as transformações e renovações, a busca do
peregrino, os governos corruptos, etc. Os 4 naipes representavam
as 4 famílias da dinastia de Jesus: Itália, França, Espanha,
Inglaterra. Após a queda dos Templários, os 4 cavaleiros foram
retirados do Tarot (M. Hopkins, em “Rex Deus”).
Alguns símbolos Templários aparecem em alguns tipos de
Tarot e em igrejas/catedrais: roseta, pomba com ramo de oliveira,
virgem negra (alusão à filha Sara, que teria vindo do Egito), agnus
dei (cordeiro de Deus), cruz com flores, santo sudário, construções
góticas/redondas/octogonais, símbolos cabalísticos (conheciam a
QBL).
A Maçonaria tem os ritos escocês (que foram os primeiros),
inglês (tendencioso ao poder pessoal) e francês (desenvolveu o
prestígio da linhagem de Jesus). A Maçonaria Francesa, no séc. 19,
desenvolveu-se com mais liberdade e especulações, investindo nas
C.O.
H. P. Blavatsky (1.831 – 1.891) investiu na transmissão dos
antigos conhecimentos, reunindo-os na sua Doutrina Secreta.

371
Após 1.950 (descobertas de manuscritos, etc.) surge a Nova
Aliança:
- caminho para a iluminação;
- o Céu na Terra (nada de resgates);
- amar ao próximo como a ti mesmo e a todos os seres na
Terra; amar ao universo como a ti mesmo;
- pensamento holístico, inclusive terapêutico;
- reexame do catolicismo da Igreja, questionamento de
dogmas;
- renovação espiritual como autoconhecimento,
compreensão, preenchimento do vazio interior;
- aprofundamento do conhecimento (gnose);
- interesse com o meio-ambiente e a Terra/Gaia, como
morada terrestre;
- alteração dos modelos políticos insatisfatórios;
- Astrologia e as C.O, como parte da gnose.
No Egito havia uma iniciação do judaísmo-egípcio, cuja prece
chamava-se Abba (pai) Ra (deus Ra) Reim:
“Pai Nosso que estais no Céu
Venha à Terra com o vosso reino celestial
Suas leis celestiais sejam obedecidas na Terra
Protegei-nos do caos
Concedei-nos o que necessitamos.”
E havia, ainda, uma Proclamação dos Pobres, originária dos
ebonitas-essênios. Diziam que Cristo a fez, antes de ser crucificado,
no seu papel de herdeiro emérito do Sumo Sacerdote:
“Não comereis, se os pobres não comerem
não tereis roupas, se os pobres não se vestirem
não tereis casa, se os pobres não tiverem habitações
não tereis calor na lareira, se os pobres não puderem se
aquecer
não sereis curados das doenças, se os pobres não forem
curados das deles”.
Essa era a filosofia essênica e do original cristianismo. Forte,
não
*
Chega de histórias.
Se você não pode fazer um mundo melhor, faça-se uma
pessoa melhor.
*

372
Toda parte do seu corpo registra sentimentos e
pensamentos, conforme planetas que regem essa parte.
Você sabe que um problema cardíaco refere-se ao Sol.
Mas o que causou essa questão cardíaca? O que o Sol
significa? O Sol e o coração “se lembram” do que perturbou-os. O
que crispou seu coração, o que abalou sua identidade e vontade?
A expansão de consciência pode ajudar terapeuticamente. Há
várias maneiras de você se expandir, ou seja, ir além do óbvio e do
aprendido culturalmente.
Por exemplo, Sol: que tal estudar, perceber mais sobre os
mitos e conhecimentos de:
- Tifferet (QBL)
- Apolo e seu filho, Esculápio
- Alquimia, em que o ouro é o produto final
- o rubi (védica)
- psicologia transpessoal e jungiana (ir além e
transformar-se)
- acrescente mais: _______________________________.
Planetas estão em signos e casas. O que você acha que são
as casas 7 e 12, por exemplo?
 c/7 – efeito que você causa, diretamente, nos outros,
quando em relações mais próximas;
- tornando essas pessoas suas aliadas ou opositoras;
- percepção da influência do outro na sua vida e sua
reação (se não perceber essa influência, até pode morrer, pois aí é
casa da morte (a c/8 são as condições da morte);
- o planeta na c/7 é um Enviado. Traz um recado através
de uma pessoa. Um deus a ser ouvido. Ouça-o. É vital.
E na c/12?
- o vazio que é pleno, o potencial à espera;
- o espírito que lhe sussurra o que deve fazer e em que
momento;
- ou apego às ilusões (pode virar patologia): fingir que
não vê ou que não ouve, ansiedade ou fuga de algo, compulsão de
preencher um saco sem fundos;
- akasha, memória do seu passado atual, reservatório,
sopa de letrinhas;
- acertos de vida (óbvios ou disfarçados), resolução do
que não foi anteriormente resolvido, cobranças do passado;
- renúncia ao interesse pessoal para que o milagre
aconteça, ou redenção, preparação para nova fase;

373
- esvaziar-se para abrir-se ao infinito e aos deuses, ao
sobrenatural, a outras D;
- planeta nessa casa não deve ser encarado de modo
pessoal, para não lhe aprisionar. Ex.: Lua na c/12: família pessoal
pode “aprisionar”, melhor quando considera que sua família é
infinita, é o mundo, os desconhecidos que passam por você
(depende da casa de Câncer. Se Câncer na c/6 são os
“desconhecidos da família” do seu trabalho, ou trabalho com
desconhecidos/multidão, como num serviço público, ou clientela de
uma coletividade, etc.);
- planetas na c/12 podem ser considerados como anjos
qbl, transmitindo-lhe alguma mensagem;
- qualquer apego ao planeta da c/12 pode tornar-se
doença terminal, ou seja: uma doença que lhe acompanhará até a
morte (e não, necessariamente, que lhe mate. São as doenças
duradouras, como reumatismo, etc.). Nem toda doença é curável,
depende da predisposição natural da pessoa;
- devoção a algo além de si (é terapêutico, nesta casa),
que poderá começar na c/1 (a c/1 é a c/2 da c/12, entendeu? O
lucro dos bastidores da vida). (A c/6 representa as doenças
curáveis, aquelas que podem ser eliminadas).
*
Na AV/AS, há 22 caminhos, correspondentes aos 12 signos +
7 planetas visíveis + 3 elementos referentes às 3 letras-mãe. A
Terra, associada à 10ª sefirá, Malkut ou Reino, seria esse elemento
Terra, mas não “faz” um caminho, uma vez que só recebe (passiva).
Planetas são relacionados às 7 letras duplas (como os signos
são relacionados às 12 letras simples) e aos 7 dias da semana.
As 7 letras duplas, como o nome diz, têm funções duplas e
opostas. Onde essas letras estiverem, numa palavra, atrairão tais
situações. E, assim, também, os planetas correspondentes a elas.
Ei-las, conforme Sepher Yetzirah:
a) Beth (Bet) - casa, local sagrado, algo que contem
outra coisa/pessoa (útero), corpo físico (morada da alma),
armazenamento, memória;
 sendo dupla: sabedoria e estupidez, podendo passar de
uma atitude sábia para outra, idiota ou tola, imatura. Olho direito ou
problema de estupidez;
 Saturno, que pode agir de modo maduro ou estúpido,
rígido.

374
b) Caph (Kaf) – punho fechado ou palma da mão aberta;
ciclo que se fecha ou aceitação, conquista e confiança;
desenvolvimento de algo (nascer), conforme aquilo que vê;
 dupla: vida ou morte, nascer ou morrer, começar e
acabar algo. Olho esquerdo ou problema de não aceitação da vida;
 Sol, que dá ou tira a luz.
c) Guimel (Ghimel, Gimel) – camelo, aquilo que conduz,
movimentação, recursos internos; riqueza pessoal e compartilhar
(única letra que não aparece nos 72 Nomes de Deus, pois foi um
ideograma criado depois dos outros, para diferenciar os sons de G e
C);
 dupla: riqueza ou pobreza. Orelha direita, audição ou
problema de surdez, quando se sente pobre de algo (não
necessariamente de bens materiais), ou avareza pessoal (de
qualquer coisa, até abstrata). E riqueza, conforme o que ouve,
interpreta e usa. Pobreza quando não sabe ouvir;
 Júpiter, um planeta de riqueza, prosperidade. Aprenda a
ouvir e melhorará sua vida. Não ouça e perderá muita coisa.
d) Dalet (Daled) – porta, passagem, abertura para qualquer
coisa, impermanência; ser incluído (entrar) ou buscar oportunidades
fora (sair), juntos e separados;
 dupla: bom ou mau cheiro, ar limpo ou poluído.
Fecundidade ou esterilidade. Narina esquerda, sabendo que a
poluição (não necessariamente externa), ao influir no olfato, acaba
influindo na fertilidade/esterilidade. Observar a poluição dos
sentimentos e pensamentos nas situações estéreis.
 Marte, planeta do esperma e do sangue, espermatozoide
lento talvez esteja “poluído” de algo psíquico-mental-emocional.
e) Peh (Pe, Pei) – boca, importância do que se fala; o que
sai pela boca pode alegrar ou destruir; projeta ou silêncio, engolir
ou expulsar (dentro e fora);
 dupla: domínio ou escravidão. Orelha esquerda, audição
ou escravidão face uma obsessão;
 Vênus acolhe o outro, mantém a semente pelo amor, ou
desolação da solidão, de ser dominado por algo ou alguém.
 dupla: paz ou discórdia, bom ou mau julgamento. Narina
esquerda: olfato que permite avaliar situação, cada cheiro tem uma
mensagem, expirar. Os aromas usados pelos sacerdotes, incensos,
etc. podem elevar ou envenenar;

375
f) Resh – cabeça ou intelecto, uso da mente, busca do
conhecimento, intuição, canal, expansão de consciência. Ou colapso
mental, calunia;
 Mercúrio: a mente é tendenciosa; qualquer testemunho,
portanto, é falso (pois pessoal).
g) Tau (Tav) – cruz, sinal, lacre, aquilo que identifica, traz
uma marca; aquilo que encerra,a finaliza, decide. Ou marca
negativa, sem identidade, despreparo;
 dupla: paladar, sentir o gosto ou não, daí a sensação de
harmonia, aconchegar ou desarmonizar; sentir a beleza ou a feiura
de algo. Problemas bucais ou de paladar podem estar ligados a algo
que aterrorizou (que falou ou percebeu);
 Lua: capta o externo e leva para dentro, alimentação.
As 3 letras-mãe referem-se aos elementos, como já viu.
Recordando:
a) Aleph (Alef) – boi, energia de concretização futura, força
motora, disposição para criar; primeiro passo da realização quando
tem um ponto de apoio;
 ar: fôlego para fazer algo.
b) Mem – água, ou alento da vida, embora possa matar,
como numa seca ou num tsunami;
 água: lavar, deixar o inútil, os mistérios da vida e das
mulheres, qualidades maternais (dá ou repele, aceita ou rejeita),
mundo astral.
Obs.: Mem está em Mazalot, o zodíaco, e em Mazal, o
destino.
Conforme o Talmud, chama-se Mazal da hora a data e hora
de nascimento, o que é fundamental para o destino da pessoa. Com
isso, você conhece o MN, conforme posições zodiacais. Mazal do
nascimento mostra a “sorte” da pessoa, que ela usará no seu
Destino. Exemplo: Destino com Saturno focal: construção gradual
de algo, enfrentando as frustrações, para chegar ao cume (ou
concretização). Sorte disso: as facilidades ou dificuldades que
encontrará no caminho de construção, cujo resultado dependerá das
reações e definições. Mas tudo faz parte dessa construção. Igual à
construção de uma casa, uma obra, uma carreira, uma família, uma
gangue, etc. A sorte dependerá de como enfrentará as situações da
construção.
A letra também está em Mavel (ou Mavet), ou seja: morte.
No Mazal está o Mavel. Na sorte/destino também surge, fatalmente,
a morte.

376
No momento do nascimento, lá está um anjo (não é o anjo
da guarda, que é pessoal) chamado Laila – cujo nome é derivado de
Lilith. É Laila (anjo universal dos nascimentos) que diz se a criança
será forte ou fraca, rica ou pobre, sábia ou idiota, etc. Como
naquela história da fada que se vingou por não ter siodo convidada
para o nascimento da princesa Bela Adormecida.
c) Shin – dente, transformação, pois os dentes alteram a
consistência da comida: matar ou evoluir; nada fica como antes,
após ser mordido (como Adão e Eva).
 fogo – força incorruptível, autossuficiente (esh).
Essa letra está em Shaddai, um dos nomes de Deus, que
significa Todo Poderoso, por conhecer os efeitos do ato sexual.
d) Adamah – é a Terra, mas não tem letra. Veio de Adam,
Adão.
O Zohar diz que cada estrela tem um nome e um anjo. Elas
foram criadas no 4º adia da Criação (uma 4ª feira?) e seus anjos,
que são suas ferramentas úteis, específicas, referentes aos planetas,
foram criados no 5º dia (5ª feira?).
Há anjos temporários que não têm nomes e foram criados
bem antes, no 2º dia.
Todos os anjos e planetas têm seus símbolos ou glifos. Os
glifos dos anjos dos planetas são os desenhos que você já conhece
no seu MN. Assim, Gabriel, o anjo da Lua (mensageiro e
“responsável” pelo nascimento dos filhos de Maria e Isabel), tem o
símbolo de uma meia-lua crescente (mas pode ser minguante,
conforme aceita ou rejeita).
O anjo do Sol é Rafael, curador, da luz, e seu símbolo é um
círculo com um ponto no meio (no entanto, o antigo símbolo
hebraico do Sol era um círculo achatado e atravessado por duas
linhas e o símbolo da Lua era uma letra C invertida, porque os
hebreus escrevem de trás para frente e o C ficaria de frente para a
outra situação, ou seja, Lua Crescente).
Conforme Arthur Edward Waite (“The Holly Kabbalah”, Dover
Publ., NY, 2003), a QBL é:
- a Teoria das Emanações das 10 sefirós ou inteligências,
cuja principal é Malkut, a Rainha, a mulher divina, cujo ato sexual
(com Shekinah acima) é o maior sacramento (misticismo erótico);
- usa-se magia, adivinhações, letras, rituais;
- movimento gnóstico: conhecimento dos segredos e
mistérios;

377
- pensamento secreto e oculto de Israel, suas doutrinas,
religião. Ou seja, a QBL é a Igreja Oculta de Israel;
- o Talmud são as leis, a vida civil, os costumes, as regras
praticadas pelas autoridades, exegese;
- Akiba escreveu o Sepher Yetzirah;
- As sefirós são receptáculos, vasos transmissores da luz
de Ain Soph (o mundo mais elevado), são 10 universos paralelos.
Na AV, há 3 colunas:
a) Dar – expansão, luz que se propaga, lado emocional do
divino (à direita, M).
b) Receber – avaliação, luz refletida, lado mental do divino
(à esquerda, F), produção.
c) Meio – equilíbrio da luz (conforme decisões).
Alguns astrólogos colocam os planetas do MN dentro da AV,
reparando qual das 3 colunas tem mais planetas. Exemplo: planetas
de fogo colocados na parte superior da AV; os da água, a partir do
2º triângulo, à esquerda ou direita; os de ar na coluna do meio; os
de terra na parte de baixo da AV. (Não uso esse método, não vejo
nenhum sentido nele).
Ou você relaciona os 7 planetas com as 7 sefirós ou você os
usa, avaliando como eles se comportam na sua vida, influindo,
também, nos atributos da AV.
Exemplo: Vênus com Saturno: Netzah e Binah influindo nos
relacionamentos.
Mas, e com os planetas transpessoais em que Urano é o
inovador que surpreende; Netuno é a miragem e o amor impessoal
(que não se prende em suas mãos); Plutão é o mistério
incontrolável, a profundidade de algo insondável?
Cada astrólogo usa a Astrologia, a QBL como preferir,
conforme adaptação dos preceitos da QBL.
Sempre digo aos meus alunos:
- leiam tudo o que puderem sobre Astrologia (ou Tarot,
Numerologia, QBL, etc.), principalmente, claro, os meus livros,
produtos de experiência pessoal e de compilação de textos mais
sérios e aproveitáveis (com referências na Bibliografia);
- aprendam tudo nas aulas, ouçam, perguntem,
questionem, participem;
- organizem mentalmente o que leram e aprenderam;
- incluam assuntos correlatos, não se limitem, não se
engessem, o conhecimento é generoso, está aí para todos e em
tudo;

378
- e, depois, esqueçam tudo!
Porque o que você vai usar nas consultas e interpretações é
o conhecimento adaptado a cada pessoa e circunstância.
Portanto, minhas consultas não seguem nenhuma regra, mas
contêm os diversos aprendizados. Como uso Astrologia QBL?
Varia. Depende da pessoa e da questão. Mas, comumente:
a) discuto o MN (sem QBL);
b) vejo as questões que pressionam o cliente;
c) se ele quer acrescentar a QBL, pego a questão principal
(pode ser profissão, dinheiro, relacionamentos, etc.), discuto os
aspectos dessa questão (planeta, signo, casa, aspecto, dispositor) e:
- enquadro essa questão na AV, discutindo os caminhos e
vendo onde está o bloqueio. Exemplo: problema de relacionamento.
Começo por Kether, o potencial. E vou descendo. Pode ser que o
problema esteja em Hesed: Misericórdia. A pessoa é intolerante com
as menores coisas dos relacionamentos, sem Bondade (Hesed) e
sem interesse em compreender (Binah);
- a partir daí, vou seguindo e identificando a causa no MN
e aconselhando conforme a AV. Como um processo de integração,
definição para o que quer da vida, consequências, transformações,
etc. (conforme o caso). E incluo um ato mágico transformador;
- por isso, você precisa conhecer bem signos, planetas,
casas, aspectos;
- e “esquecer” tudo e deixar acontecer o “encontro de
almas” entre você e o cliente.
Portanto, numa Sinastria, por exemplo, você acha que vou
perder tempo discutindo interaspectos e superposições (como está
no meu livro de Sinastria)? Claro que não! Isso são detalhes que se
discutem APÓS a análise dos MN de cada um e entendimento das
almas.
Por exemplo:
- qualquer problema psíquico anterior à relação, se não
tiver sido resolvido, interferirá na relação;
- querer modificar o outro, a fim de que a pessoa se
enquadre naquilo que você quer (comprou nas Lojas Americanas e
quer que se torne como uma grife. Comprou uma banana e quer
torná-la uma cereja ou graviola. Não há sinastria que resista);
- análise de ambos os MN (sem interligação);
- discussão de questões diversas: sexualidade,
comunicação, visão de mundo, etc., fazendo comparações;
- histórico de vida e antepassados;

379
- motivações atuais, expectativas;
- pode-se, então, incluir os caminhos da AV; alguns
preceitos da QBL, da psicologia, da Constelação Familiar, etc. (caso
haja conveniência);
- aí, sim, discutir superposições e interaspectos;
- e trânsitos.
Bem, quanto tempo você acha que duraria essa consulta?
Não dá para fazer em um dia. Pelo menos, duas consultas. Ou três.
É por isso que você deve ser vasto, multidisciplinar, saber
tudo e esquecer tudo e deixar o espírito falar.
Então, vamos aos planetas, porque quanto mais informações
tiver, mais poderá selecionar. Como num supermercado.
Com todo respeito.
Então, antes, falar um pouco sobre o ASC. O MN, com seus
planetas, vai se desenvolver a partir do ASC.

ASC

- corpo físico, aparência;


- resultado físico do que se passa nos seus outros 6
corpos sutis (ver “Viver é para Sempre”, da autora), nos 7 chakras,
consequência das VP e da hereditariedade;
- molde astrológico pessoal;
- no momento do seu nascimento, foi-lhe implantada uma
energia, uma vibração, uma “onda cósmica”. Que podia ser sentida
no ambiente, naquele instante do nascimento. O Mazal (que, no
momento da morte, ela se “desimplanta”, dissolve-se);
- momentos de nascimento e morte são poderosos:
refletem a união entre Céu e Terra. Seu Daimon está presente (e
Laila), pessoas sensíveis, atentas, videntes, podem percebê-lo;
- ASC é o momento em que o Daimon (anjo da guarda)
assume seu destino. Ele “faz” o seu destino (as Moiras gregas
teceram a teia, manipularam para que você nascesse naquele
instante, com o patrocínio do regente do ASC – que dirigirá sua vida
como Daimon, como anjo da guarda, como seja lá que você queira
chamá-lo). O dono do Mazal;
- marca de nascença (como o Tau);
- a alma também influi na aparência do ASC, moldando o
físico e a visão do mundo (tão importante na Sinastria);
- aliás, os filhos muito parecidos com um dos pais podem
receber maior influência desse genitor, na sua disposição de vida.

380
Além de receberem a influência do estado de ânimo deles durante o
ato sexual da concepção (conforme o que Shekinah percebeu);
- pois você é mais do que seu corpo físico.
(A propósito, cabe uma canção turca, da terra de Abrahão.
Toda alma tem defeitos, então, aceite os meus. Não há doença
incurável, meu bem. Venha acabar com a minha dor. Ah se eu fosse
uma pomba, minha alma voaria livre como uma pomba”).
- a sobrevivência do corpo (e da alma encarnada)
depende do ASC e seu planeta regente;
- o corpo físico é representado por Malkut, o Reino. E
Malkut pergunta:
 Você aprofunda aquilo que lhe interessa? E demonstra
isso ao mundo? _________________________________________.
 Você abre caminho na vida com disposição? Cuida do
seu corpo e do que lhe interessa? _________________________.
- problemas do ASC e seu regente costumam estar
associados ao uso inadequado de Malkut – ou seja: estar vivo e não
realizar seus desejos no Reino, no Mundo.
Agora sim, aos planetas.

SOL

- associado a Tifferet (Beleza);


- visibilidade e vontade interior;
- poder do pai ou do M;
- qualquer aspecto com o Sol, o outro planeta “pede” ao
Sol que ele tenha vontade de fazer o que o outro planeta deseja.
Exemplo: Sol com Saturno – Saturno “pede” ao Sol que ele tenha
vontade de construir, ambicionar;
- recolhe os desejos dos demais planetas, principalmente
dos que lhe aspectam;
- Sol com muitos aspectos, sua vontade e força da
identidade são dominantes. Ego forte, muitas conexões;
- aquilo que move a sua vida e indica a direção do
destino, função executora;
- fiel à sua vontade, princípio;
- demais planetas organizam-se para o destino solar, são
seus “ministros”;
- personalidade aparente no homem e não aparente na
mulher (embora hoje as mulheres sejam mais assertivas);

381
- homem que a mulher procura para se casar ou
compromissar socialmente (para conhecer melhor uma pessoa
deve-se conhecer seu cônjuge);
- princípio atômico cósmico, influi em tudo, dá ou tira a
vida;
- tudo se reporta a ele no MN;
- vida, luz pessoal irradiante;
- ouro e rubi;
- lado direito do corpo;
- visão maior;
- reino de Deus na Terra: quando homens agem como os
deuses e não como selvagens; consegue ver além de si, percebe
significado da vida;
- confiança, orgulho saudável;
- essência da encarnação (como o Azoth de Paracelso: a
essência de tudo), missão de vida;
- irradiação da vontade e identidade quando encontra a
missão que combina com sua natureza pessoal;
- autodesenvolvimento, seu centro (como do Sistema
Solar);
- signo e posição determinados antes de nascer;
- influência no ambiente;
- associado a Tifferet:
 concilia a severidade (Geburah) e a misericórdia
(Hesed), formando um triângulo;
 está na coluna do meio e recebe, diretamente, a luz
emanada por Kether;
 beleza e harmonia quando há calor humano e
equilíbrio;
 ponto central da AV, todas as sefirós passam por ali,
intermediário entre o Céu e a Terra;
 tem meta e está pronto a se envolver e deixar fluir;
 vai com dedicação e abnegação (foi associado aos
deuses sacrificados, Tamuz, Dionísio, Jesus, etc.);
 fascinado, extasiado pelo ideal e isso dá saúde e
beleza (maravilhou-se com algo);
 arcanjo Miguel, aquele que é semelhante a Deus e
preferido Dele (às vezes dão Rafael e até Gabriel; melhor seguir
Halevi e manter Miguel);
 anjos malaquim;

382
 você se envolve e dedica-se ao que quer? Aplica sua
vontade e coração nisso? _________________________________.
 problemas com o Sol ou Tifferet estão associados à
insegurança da identidade/vontade e à incapacidade de envolver-se
com o que deseja. Aí para de irradiar. Ao envolver-se, começa a
irradiar e a estender suas luzes a todas as sefirós ou todos os
planetas no MN.

LUA

- associada a Yesod (Fundação);


- converte as imagens em algo concreto, dá forma;
- materializa fantasia do planeta com o qual faz aspecto,
planetas em aspecto com a Lua recorrem à imaginação dela para
alcançarem seus objetivos;
- imagem interior que projeta no exterior (astro decisivo
no MN);
- observar se aquilo que concretizou corresponde à
imagem que fazia daquilo. Exemplo: se com Vênus, os
relacionamentos correspondem ao que você imaginava?
- vários problemas emocionais ou de saúde podem ser
resultados das projeções pessoais de imagens internas;
- conduz o outro planeta aspectado, como conduz a luz do
Sol (formando Lua Crescente, Cheia, etc.);
- você é como uma TV transmitindo as imagens da sua
Lua, do seu estado emocional, daquilo que vai por dentro de você,
sinais indicativos;
- poder da mãe ou do F;
- Lua dominante, mãe dominante conforme sua
imaginação, muitas fantasias;
- feminilidade aparente da mulher e não aparente do
homem;
- mulher com quem o homem quer se casar ou
compromissar (para conhecer melhor alguém, observe seu
parceiro(a));
- captação de tudo e, principalmente, da mãe, família,
povo;
- índole, humores, carências;
- algo imprescindível que lhe puxa, a fim de realizá-lo;
- imagens que vai construindo durante a vida e que
influem no bem ou mal-estar, inclusive na capacidade de fertilidade;

383
- apego a uma forma;
- prata e pérola;
- lado esquerdo do corpo, estômago;
- visão interior;
- arcanjo Gabriel, força divina, mensageiro de Deus
(ligado à Lua, mensagem de fertilidade), torna forte e estável;
- demônio Samael, príncipe julgador e parceiro de Lilith
(que presencia os nascimentos através de Laila);
- percepção, humor oscilante (depende do externo) e
social;
- receptividade, pode habituar-se, viver um modelo,
mania;
- concepção;
- necessidade compulsiva, pode aprisionar;
- melancolia;
- predisposições e desproporções em geral;
- educação familiar e ambiental (até nos colégios),
aprendendo a se cuidar;
- o planeta em aspecto indica uma predisposição como
forma de proteção pessoal, torna-se um dom. Exemplo: Lua com
Marte – predisposição a se virar por si, autonomia; Lua com Netuno
– predisposição a se encantar com algo estranho e impossível;
- associada a Yesod:
 base, alicerce da vida, formatação;
 resultado da cultura familiar/nacional;
 mostra o que precisa no momento, reflexos;
 o que dá suporte, sustentação, apoio;
 experiências de vida, percepção do que está fora e
como registra dentro;
 formação pessoal e corte do cordão umbilical
(separação do resto), consciência;
 base da psicologia pessoal;
 sexualidade, fertilidade, produtividade;
 poder de gerar, poder por trás de uma situação;
 força feminina;
 anjos de Yesod: os ishim (almas de fogo) e,
algumas vezes, os querubins (poderosos ao lidarem com os
elementais);
- problemas da Lua estão associados a Yesod: o
alheamento e a incapacidade de dar forma ao que poderia
interessar, desinteresse das necessidades;

384
- você nutre, dá subsistência ao que deseja, ou fica só na
imaginação? ____________________________________________.

MERCÚRIO

- corrige o que está desorganizado;


- discernimento, identifica situações ou pessoas;
- iniciador ao abrir a mente (seu símbolo está nos templos
iniciáticos de Thot);
- síntese, crítica;
- informações: perceber fora;
- comunicação: externaliza pensamento;
- podem haver lacunas de comunicação ou
comportamento;
- carrega os recados do Sol e recebe informações dos
aspectos dos outros planetas;
- tela mental, ideia/pensamento que influi no modo de
encarar a vida;
- adaptação às circunstâncias;
- associado a Hod (Esplendor);
- metal mercúrio, pedra esmeralda;
- coordenação motora, língua, braços;
- 5 sentidos básicos e uso da linguagem;
- arcanjo Rafael, curador e semeador (como o caduceu de
Hermes);
- demônio: Lúcifer, o príncipe da Luz, estrela da manhã
(reparar que Hod é esplendor), inteligência da luz astral;
- observação;
- Hod: Esplendor ou Reverberação;
 ressoar, ecoar, reverberar;
 informar, comunicar, PES (percebe as
ressonâncias);
 sensor, olhar, direciona a atenção, responsivo;
 sistema de comunicação do corpo;
 glória da mente e do intelecto;
 imagens mentais, forma-pensamento (portanto
assexual, hermafrodita ou bissexual, andrógino);
 anjos: beni elohim, ou filhos de Deus;
- problemas de Mercúrio e Hod estão interligados,
referem-se ao uso da mente e do que ressoou nela.

385
- Você busca informações, observa, ouve, aprende, lê
sobre o que lhe interessa? Comunica-se com as pessoas, usa as
coisas que poderiam lhe preencher? _________________________.

VÊNUS

- associada a Netzah (Vitória);


- tem o desejo (oculto?) das coisas do signo onde está, a
fim de facilitar os relacionamentos ou a vida material. Exemplo:
Vênus em Virgem deseja ser imprescindível nos relacionamentos,
percebe a utilidade das questões materiais;
- atrai e é atraída, geralmente não toma a iniciativa, quem
faz isso é o signo onde ela está, através do dispositor. Exemplo:
Vênus em Sagitário atrai-se pelos estrangeiros, pelo que está longe
ou tem erudição. Mas quem toma atitude é Júpiter;
- indica preferências, aquilo que lhe dá prazer (seja lá o
que for, pois algumas são masoquistas);
- mantém a vida enquanto tiver prazer por algo ou se tiver
algo a receber;
- metal cobre, pedra brilhante/diamante;
- rins, ovários, garganta, órgãos genitais femininos;
- tato (como um dos 5 sentidos e como estratégia de
diplomacia);
- amor pessoal ou projeção amorosa;
- arcanjo Uriel/Anael, do amor e purificação, solução pelo
amor;
- demônio Belzebut, príncipe dos demônios, sedutor;
- bondade, compartilhar, embelezar a vida, traz harmonia
ao ambiente;
- fazer composições, complementaridade;
- traz algo agradável no signo/casa e ao aspecto;
- valores, conforme aspecto. Exemplo: Vênus com Saturo
– valoriza posição social ou no sistema;
- meios de satisfazer seus desejos, lado prático;
- pacificadora, conveniências sociais;
- associada à vitória de Netzah:
 vitória do que lhe agrada e, assim, dar continuidade
ao prazer;
 eternidade: face ao desejo ou sentimento, ciclos de
repetição;
 psicologia do desejo;

386
 atração, escolha de algo, ser escolhida ou aceita;
 oportunidades através dos relacionamentos;
 domínio das emoções;
 afabilidade, atraente (ainda que feia), estrutura
harmoniosa;
 olhar jovial e conciliador;
 repulsão ao que lhe desgosta ou incomoda, ou
indiferença;
 age no perigo, usa instinto e obtém vitória;
 liberação de energia psíquica;
 sexualidade e sensualidade, ou ideal que conduz ao
desejo;
 aceita o que gosta, recusa/afasta-se do que não lhe
agrada (parcial) – o que lhe atrai indica o que lhe repugna;
 fogo da emoção e do sentimento, que evoca a
criatividade;
 fervor e delícia, usufruto, alegria e prazer, apetite
por algo (inclusive comida), anseio (os hindus chamam de Kama,
que liga à encarnação. E o livro dos prazeres sexuais: Kama-sutra);
 anjos: elohim (ou deuses, seres divinos), ou os
principados (tarshishim);
- você se movimenta para dar continuidade ao que lhe
interessa? Sente-se atraído(a) por algo, tem desejo de viver algo?
_______________________________________________________.
- problemas de Vênus e Netzah estão interligados,
resultam da incapacidade ou desinteresse de dar continuidade a
algo.

MARTE

- associado a Geburah (Severidade);


- luta justa, combate para os interesses do Sol, põe a mão
na massa (e suja as mãos se for necessário) pelo Sol;
- administração da força/energia física ou psíquica;
- o bom guerreiro sabe julgar e não se descontrola, e
percebe quando uma luta está acabando ou começando (é assim
que se tem mais chances de vencer);
- ação disciplinada e justa, ou cólera justa (Geburah);
- violência e suas degenerações;
- executor, força ativa;

387
- sem paliativos ou justificativas, rigor, olhar para frente
com decisão;
- arma, sexo, inseminar;
- trabalhador, trabalho que fará, ação;
- portador da vida (sêmen) e da morte (faca);
- influí na atitude pessoal e social, reflete-se no universo;
- ponto de partida, eterno recomeço que motiva a vida ou
regenera;
- extirpar, ato cirúrgico (inclusive dos malfeitos e
defeitos);
- ferro, aço, coral vermelho;
- arcanjo: Samael, agora em função celestial, não
demoníaca (ou Khamael): aquele que elimina o imperfeito, arcanjo
da morte;
- demônio: Python, espírito de profecias;
- atividade de conquista, imperial, faz o destino, causar,
fazer acontecer;
- força de Geburah (ou Pachad: o Temor Reverencial);
 justiça, controle, julgamento, temor;
 luta, ousadia;
 severidade;
 destruição, dilaceramento, derruba o inútil ou
superado e reaproveita o que vale a pena;
 dinamismo, lida com as crises;
 guerra, dureza, vingança, combate a causa justa
(ou não);
 criativa nas horas críticas;
 anjos: serafins (serpentes de fogo ou potestades,
ação inteligente);
- você luta pelo que lhe interessa, com disciplina e senso
de justiça, mesmo que saiba que encontrará dificuldades e
intranquilidade? Separa as prioridades, reconhece um poder maior
ao qual tem temor reverencial, respeito? _____________________.
- problemas com Marte e Geburah estão interligados e são
consequências de maus julgamentos, de injustiças pessoais;
- Geburah representa Mãe Biológica, ao focalizar e
concentrar energia.

388
JÚPITER

- associado a Hesed (Misericórdia);


- usa o que tem, aproveita;
- usa as leis, aproveita conforme as regras (e também
transgressor, quando tem a lei pessoal em vez da social);
- aplica, empresaria;
- tolerante, permissivo, arbitrário (é o rei dos deuses);
- abundância, facilidade, prosperidade, prestígio;
- corrupção social;
- generoso, força moral;
- sentimentos elevados;
- metal estanho, pedra topázio imperial;
- olfato, percebe longe, senso de opinião;
- ética, integridade;
- compaixão pelos fracos e oprimidos (co-regente de
Peixes);
- ar jovial, aberto, claro;
- arcanjo: Zadikiel (Tzadikiel), a retidão de Deus (originou
o nome Tzadik, justo e sábio. Ou Lahiel, a benevolência divina,
nobreza e honestidade;
- demônio: Belial, príncipe da mentira (os demônios da
QBL, como os arcanjos, são todos príncipes);
- associado a Hesed (Misericórdia) ou Guedulah (Grandeza
da Bondade):
 benevolente e compassivo;
 expressa a bondade para que haja prosperidade e
crescimento;
 processos catabólicos;
 desejo de dar condições de avanço e progresso,
beneficiar;
 grandiosidade de querer o melhor para a vida e o
mundo;
 correto, reto (ou o dharma dos hindus);
 liberdade dentro dos limites;
 autoridade e liderança que traz ordem ao caos,
majestade;
 anjos: kashmalim (chasmalim), os brilhantes e
resplandecentes;

389
- você deseja abrir novas perspectiva, crescer/avançar no
que faz? Percebe que bondade e misericórdia trazem benefícios?
_______________________________________________________.
- problemas de Júpiter e Hesed referem-se aos excessos
de “dar”, ou ao medo de progredir, à falta de tolerância;
- refere-se ao Pai Biológico, aquele que libera a energia,
dadivoso.
(Obs.: uma pesquisa com crianças, em Rochester, avaliou
que a sociabilidade ajuda aos outros ou gentileza era melhor do que
o aperfeiçoamento pessoal: pois a sociabilidade evitava o bulling).

SATURNO

- associado a Binah (Compreensão);


- sacrifica uma parte de si em prol do que ambiciona ou
para manter-se na sociedade;
- restrição ou diminuição de algo (ou regime);
- eficaz com aquilo que sobra, sabe tirar proveito do
menos;
- concentração, denso, forma visível, matéria, corpo;
- realização, materialização conforme aspectos e posição;
- lida com as reduções, economia;
- traz o futuro (em Aquário, co-regente), materializando o
progresso, as ideias;
- age hoje com vistas para amanhã, durabilidade;
- cenário em que terá que viver (conforme signo e casa);
- objetividade, senso prático e realista;
- metal chumbo, pedra safira ou ametista;
- arcanjo: Kassiel ou Tzaphkiel, aquele que contempla
Deus. Nome associado a Shabbatai (Saturno) e ao shabat (dia de
Saturno, sábado, quando se contempla Deus);
- demônio: Satã, o adversário;
- audição, ouvir o que os outros estão falando ou
pensando e, então, saber decidir;
- raciocínio útil, persistência;
- ambicionar, edificar algo, ascensão no ambiente social;
- espera a oportunidade, paciente e prudente;
- correção de erros (tikun) para poder progredir na
sociedade;
- inverno, frio, estágio final de uma processo/ciclo; acabar
com algo intolerável: ceifar e solucionar;

390
- livra do cansaço, finaliza, morte;
- ar solene e sombrio, sério e gelado;
(Obs.: chamava-se Anareta ao planeta prejudicial à saúde,
geralmente Marte ou Saturno, ou outro, conforme posição no MN.
Chamava-se Hyleg ao planeta favorável à saúde, aquele que dava
vitalidade, como o Sol ou a Lua, com o bem-estar. Hoje, as
questões de saúde e doenças são vistas de forma holística e jamais
concentradas num planeta genérico. Cada um é cada um. Ver
“Conhecimento da Astrologia Médica e Psíquica”, da autora, ed.
Imperial Novo Milênio).
- associado a Binah (Entendimento ou Compreensão);
 prudência e ponderação;
 seleção lógica (separa joio do trigo);
 entendimento de vida;
 Mãe Suprema: princípio passivo, de receber a vida,
conceito de mãe e maternidade;
- forma e organização orgânica de vida;
 máquina trabalhadora (recebe a energia dada por
Hokmah);
 símbolo de nação e sua Constituição, que dão forma
a um país;
 ou como o oceano gerador dos seres, origem (para
os hindus é a deusa Kali – doadora de vida e morte, amante de
todos, a fim de ter muitas concepções, procriação das espécies);
 anjos: aralim (ou tronos);
- você acolhe o que lhe interessa, ainda que não saiba o
resultado? Entende e compreende a situação em que está
investindo? _____________________________________________.
- problemas com Saturno ou Binah geralmente estão
ligados ao conceito de Mãe, às formas da vida que ocultam em si ou
sementes do futuro.

URANO

- não está associado a sefirá, ainda que alguns possam


referir-se a Kether ou a Hokmah. Não farei nenhuma associação à
AV, apenas às características do planeta;
- relâmpago mental, iluminação do intelecto;
- subida de Nechustan na AV, ou da Kundalini, através dos
chakras;
- passagem para outro nível existencial ou incomum;

391
- algo súbito;
- abalo, revolução, aceleração, desmoronamento,
desintegração;
- intuição, ouvir o inaudível, clariaudiência;
- radioatividade, destrói o que atrapalha;
- não consolida, rompe barreira, separa;
- converte algo em outra coisa, muda;
- portador de luz, insight;
- radical, separa Bem x Mal;
- para cima, vida superior, além do real;
- invenção, além do atual, inovação;
- tem afinidade com Vênus, pois no mito é seu pai: Vênus
Urânia, mais impessoal e mental;
Obs.: Apenas por uma questão de sequência, mas sem
relacionar a planetas, incluirei as demais sefirós conforme for
relacionando os planetas transpessoais. A QBL original (apesar dos
mestres saberem da existência desses planetas, através dos
sumérios) não os relacionou às sefiros.
- Hokmah (Sabedoria Divina)
- Pai Supremo, em abstração, conceito de paternidade;
- princípio ativo: força para dar e criar algo;
- Vida: antes da forma;
- Energia: meio de encarar a divindade sem ser queimado
pela sua irradiação;
- relacionado ao zodíaco, que contém a vida;
- Nação: população em geral;
- arcanjo Ratziel, que representa o mistério de Deus.
Entregou o Livro da Vida (efemérides) a Adão e ele o perdeu
(despreparado). O Livro da Vida contém a posição dos planetas “ad
aeternum”, portanto, as previsões mundiais e os MN de todos os
que vieram a nascer. O código da vida, de outra forma.
Ratziel recuperou esse livro e hoje ele está aí, até na
Internet. (Afinal, o que não está na Internet?). Ratziel, neste
sentido, é o Arauto de Deus (não é o mensageiro, note bem a
diferença);
- anjos: ofanim (rodas), que põem em movimento as
rodas da Carruagem.

392
NETUNO

- providência divina, milagre;


- vago e misterioso, ligado a outras D;
- acessos ao prodigioso (por bem ou por mal),
extremamente especial (divino);
- conexões cósmicas, percepções do espírito, o Iniciado;
- refinamento, destilar, transcender;
- frequências superiores;
- o espiritual que conduz ao coração, organização
espiritual;
- visão do além;
- Netuno está no umbral do nosso Sistema Solar com o
exterior, além da eclíptica (algumas vezes, Plutão deixa de ser o
último astro, em face de sua órbita elíptica);
- imaginação, que leva a caminhos nunca vistos,
clarividência;
- espiritualidade, abstrato, místico, romântico;
- abre as portas do inexplicável;
- ele (como Plutão) refere-se às D bem superiores, além
do homem comum (que avalia essas D como fantasias ou
aniquilações/terrores);
- oceano profundo, de onde saiu o Homem Peixe, um dos
primeiros ET “professor”;
- Kether (Coroa)
- refere-se aos turbilhões celestiais, os rodamoinhos e
espirais das nebulosas (e não a um planeta);
- potencial de algo (a coroa é oca, como o vazio do que
poderá vir a ser);
- concentração de energia-luz;
- primeiro ato de girar (daí, as espirais e rodamoinhos
cósmicos);
- todas as sementes: o Um de tudo;
- portas do Além (entrada e saída).

PLUTÃO

- passado que continua influindo, VP;


- conteúdo enterrado, subconsciente;
- oculto que se tornará visível, feto, embrião, semente,
sombra;

393
- fora do comando das leis terrenas (face órbita elíptica),
exceto quando passa a frente de Netuno (agora, está indo além de
Netuno, fora das leis);
- outro guardião do Umbral do Sistema Solar, junto com
Netuno;
- liga o Sistema Solar à Galáxia, à Via Lactea (além dele
está Eris, também em elipse);
- quando está na sua órbita mais alongada, saindo do
nosso Sistema Solar, “leva” informações daqui para o Cosmos. Na
órbita mais curta (como até pouco tempo) “traz” informações do
Cosmos (principalmente quando passou por Libra e Escorpião);
- liga passado ao futuro;
- provoca profundas transformações na nossa civilização e
dentro das pessoas (ritos iniciáticos), (como no longo tempo da
Primavera Árabe do início do séc. 21);
- regenerador, aquele que esvazia;
- nascer e morrer, princípio e fim, Aleph e Tau, Alfa e
Ômega (o nascimento é a primeira separação consciente. A criação
de qualquer coisa provoca um nascimento e a morte do que havia
antes – duas coisas ainda não ocupam ao mesmo lugar. Nascer é
separar. Ter filhos é morrer para a vida anterior: quem não quer
esse final não tem filhos. Pessoas criativas conhecem as separações.
Separar é ousar no desconhecido e rejeitar isso é caminhar para a
decomposição);
- dinamite;
- conhecimento superior, oculto à maioria: Saber;
- trauma que corrige a vida de modo dramático;
- contatar os mortos através da imaginação pessoal (que
percebe o não-físico);
- silêncio sepulcral;
- equilíbrio do universo: nascer e morrer, expansão e
contração, tensão e harmonia, florescer e envelhecer;
- quem se apega à vida morre mais devagar (e impede a
ida direta para o Além, vai por etapas; atrasa o anjo da morte que
vinha lhe conduzir mais levemente);
- na morte, faz-se um inventário ou retrospectiva de vida;
alma e espírito “comparam” as metas do MN com o que foi feito da
vida;
- mundo subterrâneo, telúrico, ctônico;
- extração de minérios, início da agricultura, homem
querendo ter poder;

394
- escuridão cósmica, buraco negro, abismo, passagem
iniciática;
- Daat (Conhecimento)
- sefirá oculta e sem número;
- passagem crítica para outro nível existencial (saída do
Paraíso);
- perda da inocência: agora “sabe”;
- passagem sobre o abismo: do abstrato ao real;
- dificuldades, dúvidas existenciais; preocupações de
quando se está começando algo; ponto crítico;
- com vontade de prosseguir, aconteça o que acontecer;
arriscar;
- questões sexuais.
E fica faltando a última sefirá, número 10:
- Malkut (Reino)
- mundo físico, concreto, visível, externo, casca;
- existência, raízes, país, condensação;
- onde estão os 4 elementos;
- terra, matéria sólida, corpo físico;
- escolhas, triagem;
- Mãe Inferior;
- portão das Lágrimas ou da Morte (pois encarnou e agora
é que começa a grande peça teatral e o seu final);
- todos acontecimentos terrenos;
- reconhecer que o mundo em que se habita é que é o
reino divino, a Terra é a Deusa;
- onde descansa a Kundalini e Nechustan;
- onde começa a subida;
- arcanjo: Sandalphon (gêmeo de Metraton);
- anjos: ishim, tratam com os elementais.
Alguns arquétipos de Jung fazem analogias com as 10
sefirós:
1. Além dos arquétipos
2. Animus ou Mago
3. Anima ou Grande Mãe
4. Grande Rei
5. Herói ou Guerreiro
6. Guia ou Velho Sábio
7. Donzela
8. Vigarista
9. Ego

395
10. Corpo
Enquanto que os arquétipos qbl associam-nas aos patriarcas
e seus feitos, como:
1. Ancião (criador)
2. Pai Adão (primordial)
3. Mãe Eva (primordial)
4. Abrahão (amor a Deus)
5. Isaac (temor a Deus), depois Israel
6. Jacob (santo, preocupação com a verdade);
7. Moisés (conduziu os judeus escravos do Egito para a
Terra Prometida: vitória)
8. Aarão ( 1º Grande Sacerdote, irmão de Moisés)
9. José (trouxe os judeus para o Egito, representando
todas as faces do Ego)
10. David (o corpo, Shekinah).
A associação dos 7 planetas às sefirós foi dada pelos qbl da
QBL Hermética, numa época bem posterior. Talvez perto do séc. 19.
A observação da estrutura do Universo foi revelada,
observada, entendida, deduzida e repassada através de diversos
meios, um deles, a QBL, com a AV (no gráfico triangular, em que há
3 triângulos: o superior, voltado para cima e 2 inferiores, voltados
para baixo) e os 4 mundos (em princípio, as 4 D e, mais tarde,
percepção de 10 D – como na teoria das supercordas da Física
Quântica).
Eis as triangulações:
 Pai, Mãe, Filho
 M, F, Neutro (ou andrógino)
 Criar, manter, destruir
 Tese, Antítese, Síntese (que formou um dos jogos mais
simples do Tarot, com 3 cartas)
 Princípio, meio, fim
 Dara, receber, equilibrar
 Sol, Lua, ASC, etc.
A Astrologia perdura porque representa um sistema de
conhecimento subordinado a sistemas maiores e porque: assim em
cima, como em baixo, além de um profundo autoconhecimento e
percepção do futuro.
Todo ser humano está atento ao futuro: desde os pais
preocupados com os filhos até as notícias de jornais do dia anterior
– pois o que aconteceu ontem está lhe dizendo o que esperar hoje
ou amanhã. Desde o interesse em saber se alguém vai lhe telefonar

396
ou se hoje o dia vai correr bem até se vai-se ficar bom de uma
doença. Tudo é preocupação com o futuro. E, por isso, as ciências
ocultas e as divinatórias JAMAIS acabarão.
Uma religião começa a partir de uma doutrina central (não
universal), geralmente baseada numa personalidade dominante:
Yaweh, Jesus, Buda, Maomé, Amon-há, etc.. Para durar é preciso
ter:
- rituais e cerimoniais;
- afirmações, dogmas, mandamentos, sutras, etc.;
- propaganda, divulgação missionária;
- contribuições (quem paga aos sacerdotes, constrói
templos, etc.);
- guerras e perseguições (ou você conhece alguma que
não teve isso?) – que, na verdade, fortalecem-na.
Para manterem seus líderes, vários partidos espelharam-se
nas religiões: Hitler, Mussolini e alguns mais modernos, na América
Latina.
Sistemas completos são globais, consideram fatores físico-
psíquicos-espirituais e socioculturais. Crescem ao serem inclusivos.
Os faraós egípcios responsabilizavam-se pelo povo e por isso
foram chamados de Bom Pastor (epíteto copiado pelos cristãos).
Os gregos do séc. 5, na Era Axial, já avaliavam o Universo de
forma global: integrado, sem separação.
O que havia antes de tudo?
O Nada. Que, na QBL, é chamado de Ain (e, também, o
nome de uma letra hebraica: Ayin, o olho que tudo vê, um Big
Brother).
Um dia, o Nada bocejou de tédio e decidiu criar algo fora de
si:
- A Existência.
E surgiu o Um. Ou Ain Soph, o Infinito. Do Infinito, como se
fosse a semente de um tomate, de um mamão ou de uma romã,
uma luz começou a irradiar e desenvolveu 10 aspectos da Existência
ou Divindade:
- 10 sefirós
- 10 planetas
- 10 supercordas
- 10 D
Essa Luz Infinita, ou Ain Soph Aur, com seus raios dirigidos,
originou o mito da AV.

397
Para manter o número 10 qbl, os cristãos criaram os 10
mandamentos. E onde houverem 10 pessoas reunidas, algo pode
ser divulgado e eternizado (pois poucas pessoas podem não deixar
rastros dos conhecimentos: uma esquece, outra não entendeu,
outra saiu no meio, etc.).
Conforme a Lei de Ressonância (o que está em cima é como
o que está em baixo), os planetas, compostos de energias atômicas,
subatômicas e moleculares repercutem em outros corpos (como os
nossos), que tenham sistemas semelhantes.
Disse Newton, em uma de suas leis:
- tudo tem efeito sobre tudo.
O corpo humano tem 4 estágios com diferentes percepções.
1. Consciência física e seus estados de humor;
2. Físico denso, com outros 4 estados: gasoso (ar), sólido
(terra), calor (fogo), líquido (água);
3. Químico, metabolismo do corpo; anabólico/passivo/F ou
catabólico/ativo/M;
4. Eletromagnético, atuante nas moléculas dos hormônios e
enzimas. O campo eletromagnético envolve o nosso corpo como um
grande manto, que desaparece quando morremos. Aí, resta o corpo
físico e o químico (e este é intermediário entre o físico e o
eletrônico). A energia da aura é elétrica e até pode dar choque –
por sua vez, ela é intermediária entre corpo e alma.
Acima da AV/AS estão
Ain – Nada
Ain Soph - Infinito (ou En Sof)
Ain Soph Aur – Luz Infinita
Geralmente, Ain Soph é comparado ao Deus Criador (e
Destruidor).
A AV representa Adam Kadmon, a imagem do Homem
Primordial, ou manifestação da Realidade. Deus criou o homem à
sua imagem e semelhança (isso foi dito pelo anunaki Enki, após a
reengenharia genética feita por ele e sua médica-irmã Ninmah (ou
Ninhursag)).
Eis o gráfico da AV para você ver os caminhos entre as
sefirós, planetas, arcanjos, etc.:

398
Em negrito estão os 3 triângulos.
A meta de Adam Kadmon é atuar no mundo visível a todo
momento.
As sefirós são citadas no Zohar, mas não com a estrutura da
AV, que foi criada por Isaac Luria, o Ari.
A representação da AV facilita a compreensão e aplicação dos
arquétipos ou princípios universais: ou o plano sobre o qual o
Universo foi montado, incluindo os relacionamentos entre esses
princípios, formando:
- Os 32 Caminhos (10 sefirós + 22 letras hebraicas).

399
Que, pode-se dizer, tornou-se o primeiro esquema de Alta
Ajuda (parafraseando Ari Alonso, coaching moderno). Realmente,
você pode vivenciar um processo de desenvolvimento,
compreensão, esclarecimento e terapia, avaliando os 32 caminhos.
Sendo que a primeira sefiró corresponde à cabeça e a décima
aos pés, ou Céu e Terra.
Na AV também estão as 4 maiores leis do Universo:
1. Tudo é Um
2. Trindade Divina (M, F, Neutro)
3. Lei da Sequência (ou continuidade)
4. Os 4 mundos (que, na Astrologia e na Magia, são
semelhantes aos 4 elementos e, no Tarot, aos 4 naipes).
Veja uma curiosidade interessante: a Cruz Suástica ou
Gamada. Que pode ser desenhada dentro de um quadrado grande
com 17 quadrados menores. Ela é o desenho da letra Aleph.
Para os qbl, o nº 17 refere-se ao raio atuando no ar, com
poder divino. Aleph é o início, ou seja, o raio. Aleph é a letra-mãe
associada ao elemento ar.
Ou o Pai dos Deuses empunhando um raio com intenção de
criar algo. Para os tibetanos, a suástica é a Dorge: com intenção de
criação.
Eis o quadradão, em que a cruz gamada é preenchida pelos
símbolos astrológicos (vide desenho na próxima página):

400
O triângulo para cima representa Fogo, o para baixo
representa Água.
O triângulo para baixo, mas com uma linha curva
atravessando-o representa Terra, o outro, para cima, com a linha
curva representa Ar.
Fogo e Ar sobem, são mais leves.
Terra e Água descem, são mais pesadas.
Você viu que nas pontas externas do quadradão estão os 4
elementos e, no centro, está o Sol. Os signos estão nos “braços e
pernas” da cruz.
O Sol aí também representa você, com maestria sobre os 4
elementos e os 12 signos, ou seja:
- O Mago. O Tzadik.
(Os nazistas copiaram essa cruz, invertendo os braços).
Você já conhece as 22 letras hebraicas e seus simbolismos
astrológicos, acrescente as analogias com as letras ocidentais.
Alguns qbl encaixam-nas nos caminhos:
Aleph – A, a, e, i, o, u. Ar. Letra-mãe;
Beth – B, V. Mercúrio. Letra simples (s);
Ghimel – Gh. Lua. Letra dupla (d);
Dalet – D, Th. Vênus (d);
He – H (aspirado), e, a. Áries (s);
Vau – V, W, o, u. Touro (s);
Zayin – Z. Gêmeos (s);
Chet – H, Ch (como em alemão). Câncer (s);
Teth – T. Leão (s);
Yod – I, J, Y. Virgem (s)
Caph – K, Kh (aspirado), Ch. Júpiter (s);
Lamed – L. Libra. (s);
Mem – M. Água (mãe);
Nun – N. Escorpião (s);
Samech – S, Ç. Sagitário (s);
Ayin – N, Gh (gutural). Capricórnio (s);
Peh – P, F, Ph. Marte (d);
Tzade – Tz, Ts. Aquário (s);
Koph – Q, K. Peixes (s);
Resh – R. Sol. (d);
Shin – S, Sh, Ch. Fogo (mãe);
Tau – Th, S. Saturno (d).

401
As 3 letras-mãe (elementos) são forças marcantes e
atuantes:
1. Força centrífuga, divina. Leva à saída, ao exterior, à
separação.
Processo de individuação (tornar-se). Shin. Nascimento.
Fogo.
2. Força da individuação. Desenvolvida pelas atitudes
pessoais, maturidade pessoal. Aleph. Adulto. Ar.
3. Força de Reintegração. Retorno à origem, olhando o
Além. Mem. Velhice. Água.
Você já sabe que não há letra com o elemento Terra, pois
associado a Adam Kadmon, o ser primordial, o modelo dos outros
que lhe seguiram (“a forma do bolo”).
Mas os gregos chamavam-lhe de:
- Arthe – a necessidade que faz com que algo comece (ou
vida). E que originou a apalavra Arquétipo, ou modelo, padrão. Ou
Alfa, o início;
- Anankhe – a fatalidade que faz com que algo acabe (ou
morte). E que originou a palavra Anarquia, ou caos. Ou Ômega, o
fim.
Fim deste capítulo

402
10. CAMINHOS E ASPECTOS

Primeiro os aspectos, já que falamos antes dos signos e


planetas. (Ver o livro completo de aspectos, da autora:
“Conhecimento dos Aspectos”).
Uma síntese:
a) Conjunção (0º)
- acúmulo de funções dos anjos, num signo e casa;
- arranque (como se fosse a letra Yod), foi dada a partida;
- início de algo, plantar, plasmar;
- busca sempre algo novo, em gestação constante,
insemina;
- ou finalizando. Para começar outra coisa.
b) Quadratura: (90º)
- metas antagônicas, dilemas entre os anjos;
- descarga de energia, intensidade;
- precisa de muita energia para o aspecto;
- atuação emocional (na quadratura aplicativa) ou
ambiciosa inquietante (na separativa);
- na aplicativa: impulso para materializara, golpear, vai às
últimas consequências (pode matar);
- constrói poderoso Karma. Se mal feita acarreta Tikun.
Pode prejudicar;
- na separativa: desapegando, espiritualizando, reintegra
as perdas ou dificuldades. Se bem feita resolte Tikun. Pode ser
prejudicada;
- fortalece, em face das duras adaptações às frustrações,
perde ingenuidade;
- heroísmo;
- pressiona situação.
c) Oposição: (180º)
- antagonismo ou concorrência entre os anjos, ou atuando
em diferentes linhas de combate para um bem comum;
- ação exterior, centrífuga;
- cristalização, resultado final;
- conhece o bem e o mal (passou pela quadratura e pelo
trígono), tem currículo, experiência;
- começando a pensar num retorno.

403
d) Trígono (120º)
- concórdia entre os anjos;
- afinidade, complementação;
- superação (após uma quadratura ou uma oposição);
- pode ser feliz, ter sossego;
- mérito ou proteção, apoio;
- compreensão, maturidade, harmonia;
- no aplicativo: generosidade, faz, espalha, dá;
- no separativo: devolução, retorno, apoio, recebe, ou faz
algo favorável aos outros e lhe agradecem, adesão.
e) Sextil
- simpatia entre os anjos;
- afinidade, força emotiva;
- boa disposição;
- apetite por algo, desejo interior;
- no aplicativo: compromissando, perto de um
acontecimento;
- no separativo: consolidando, concluindo,
espiritualizando.
Outros aspectos secundários, sem a força dos anteriores:
f) Sesquiquadratura: (135º)
- aprendeu a lidar com as dificuldades, digeriu;
- filosófico;
- na aplicativa: analogia geminiana, ligeiras tensões nas
ideias, fofocas;
- na separativa: analogia virginiana, ligeiras tensões nos
serviços, críticas.
g) Semiquadratura: (45º)
- implantar, encaixar fisicamente;
- é o primeiro aspecto difícil, portanto vai tentando, é mais
lento;
- gestação de uma perturbação;
- não reconhece ou não percebe o problema, portanto,
não enfrenta;
- na aplicativa: encontro desagradável que não previu
(conforme imagem interna pessoal); certa ingenuidade que pode
provocar problema ou aborrecimento; ficar alerta;
- na separativa: última chateação (é um dos últimos
aspectos, se após uma oposição), já conhece o problema, efeito
desagradável, liquidar a dívida; ou o retorno de um aborrecimento.

404
h) Quicúncio: (150º)
- buscando equilíbrio;
- fecundar, conforme imagem interior que está
projetando;
- de dentro para fora, mas demora um pouco a acontecer;
- fantasia real (inapelável);
- no aplicativo: fecundação, algo material;
- no separativo: produção mais espiritual.
Obs.: os aspectos aplicativos (ainda não chegaram ao exato;
quando o planeta mais rápido tem um grau menor que o mais lento.
Ex.: Lua 16º, Netuno 20º) são mais físicos, concretos, materiais,
visíveis, diretos, óbvios. Indo.
Os separativos (já ultrapassaram o aspecto exato; quando o
planeta mais rápido está num grau maior que o mais lento. Ex.:
Vênus 28º, Urano 22º) são mais abstratos, espiritualizados,
desapegados, sutis, indiretos, invisíveis. Voltando.
Para a QBL, os aspectos são como caminhos de ida e volta, e
cada planeta ensina, mostra algo.
Na AV, os planetas correspondentes às sefirós do alto estão
descendo a AV: se estiverem em aspecto com planetas
correspondentes às sefirós de baixo. Ex.: Saturno (Binah, nº 2) em
aspecto com Vênus (Netzah, nº 7), no caminho da descida, indo
para baixo. Saturno está consciente de algo palpável, concreto.
Mas, se o caminho fosse de subida, com Vênus voltando para
cima, ela estaria mais sutil, desprendida.
Você decide se seu caminho é subir ou descer na AV. Quando
a pessoa é mais nova, DEVE descer, caminhando para solidificar a
encarnação. Quando está mais velha, já viveu o que tinha que viver,
DEVE subir, caminhando para o desprendimento da encarnação.
Ao descer, indo é semelhante ao aspecto aplicativo; ao subir,
retornando é semelhante ao separativo.
Para alguns qbl, há uma associação:
- Se Saturno corresponde a Binah, ali seria uma área de
Capricórnio e Aquário (co-regente);
- Se Júpiter corresponde a Hesed, ali seria uma área de
Sagitário e Peixes (co-regente);
- Se Marte corresponde a Geburah, ali seria uma área de
Áries e Escorpião (co-regente);
- Se Vênus corresponde a Netzah, ali seria uma área de
Touro e Libra;

405
- Se Mercúrio corresponde a Hod, ali seria uma área de
Gêmeos e Virgem;
- Se Lua corresponde a Yesod, ali seria uma área de
Câncer;
- Se Sol corresponde a Tifferet, ali seria uma área de
Leão.
Além do que:
- planetas na coluna da Direita da AV (sefirós 2, 4, 7)
teriam mais misericórdia; e na da Esquerda (sefirós 3, 5, 8) teriam
mais severidade;
- se Júpiter estiver em 24º e Saturno em 20º, separativo,
Júpiter estaria descendo na AV. Mais fácil para Júpiter;
- mas se Júpiter 20º e Saturno 24º, aplicativo, Júpiter
estaria subindo na AV. Mais difícil para Júpiter.
Os caldeus e os hindus diziam que os aspectos eram
influências dos anjos ou dos espíritos planetários na vida das
pessoas. A Astrologia dos 7 Raios segue essa premissa (a não ser
que você a modernize). E usavam pedras para acalmarem ou
incentivarem esses anjos, conforme a posição no MN.
Se aspectos são caminhos, quanto mais aspectos tiver um
planeta, mais experiências de vida ele terá.
Qual o seu planeta que tem mais aspectos? _____________.
Você deve estar craque nele!
O primeiro aspecto é a conjunção, depois vem (os mais
poderosos): sextil, quadratura, trígono, oposição. Ida.
A partir da oposição, vem: trígono, quadratura, sextil,
conjunção. Volta.
Observe isso no seu MN e perceberá uma sequência de
acontecimentos. Veja isso nos trânsitos.
Se hoje você tem Urano transitando num trígono com Vênus,
amanhã terá uma oposição ou quadratura. Dependendo de onde
estão Urano e Vênus.
Exemplo: Urano Áries, Vênus Leão. Trígono hoje, quadratura
amanhã, quando Urano estiver em touro.
Urano Áries, Vênus Sagitário. Trígono hoje, oposição
amanhã, quando Urano estiver em Gêmeos.
Pode-se considerar, também, que os planetas nas/das sefirós
1 (não tem), 2, 3 – sejam sementes de emanação (1º Mundo); que
os em sefirós 4, 5, 6 – sejam situações internas de criação (2º
Mundo); que os em sefirós 7, 8, 9 – sejam situações externas de

406
formação (3º Mundo) e que os na sefirá 10 – sejam de situações de
ação, como nas casas.
Pode-se dizer que as sefirós “fazem” aspectos entre si: os
tais caminhos. Pois qualquer aspecto no seu MN é um caminho.
Que “caminho” sua Lua faz no seu MN? Veja os aspectos
dela: __________________________________________________.
Se Lua trígono Netuno, o planeta mais lento influi no mais
rápido, indo daquela casa onde ele (Netuno) está, para a casa onde
ela (Lua) está. Isso em termos de influência predominante:
netuniana. Ele influi nela.
Mas a Lua também caminha para Netuno, indo da casa onde
ela está para onde ele está. Isso em termos dos humores lunares.
Ela precisa dele.
E, ainda: se Lua em aspecto aplicativo, ela caminha para
Netuno. Se em separativo, ela se afasta dele. Até em termos de
relacionamentos entre pessoas (e casas).
Os aspectos de planetas transpessoais com os outros trazem
algo do Além. Pois esses planetas são “intermediários galácticos”: o
que vem de fora do Sistema Solar tem que passar pore eles.
Principalmente Netuno e Plutão trazem lembranças, recados” do
Além. Ou você acha que não?
Netuno é a profunda imaginação. E a profundidade dos
oceanos de onde vieram os sinais de vida, as estrelas do mar...
Poseidon.
Plutão é o profundo temor: de entrar ou de sair de algo
maior. E a profundidade do mundo subterrâneo, de onde vêm sinais
de vida, através das sementes. Hades.
Nos aspectos ou caminhos da AV, tem-se:
a) 10 caminhos/aspectos que se referem à essência, ao
atributo específico de uma sefirá. Ou planeta;
b) 22 caminhos que se referem às ligações entre 2 sefirós
ou planetas, entre 2 atributos. Esses 22 foram associados às letras
hebraicas e, mais tarde, a partir do séc. 19, pelos qbl herméticos,
aos 22 arcanos maiores do Tarot.
Os nomes das sefirós e das letras hebraicas foram dados
pelos estudiosos religiosos da antiguidade hebraica. As letras, por
exemplo, dizem que vieram de Akiba (séc. 2). Em princípio, os
nomes das sefirós e das letras até parecem esquisitos,
incompreensíveis. Mas considere-se a época e os costumes, além do
enfoque espiritual, abstrato.

407
Assim, por exemplo, Tifferet/Beleza. Que beleza? A da
harmonia alcançada quando você se desprende de questões
pessoais e envolve-se no ideal.
Tradicionalmente, usam-se as palavras hebraicas (na QBL)
das sefirós e letras. São formas-pensamento (da 4ª Dimensão).
Podem haver diferenças entre as grafias, seja conforme a região
(sefaradista, asquenaze), ou conforme a pronúncia – uma vez que
as letras são hieróglifos. Por exemplo: Tifferet, Tipharet, Tiphereth,
Tifaret...
A AV/AS tem 10 sefirós que podem transformar-se em 40. Ou
seja, conforme atuem nos 4 mundos. É o mesmo com os 10
planetas, conforme estejam nos 4 elementos.
Assim, há:
- 4 “tipos” de Sol: em fogo, terra, ar, água;
- 3 “tipos” de Sol: cardial, fixo, mutável;
- 12 “tipos” de Sol: conforme estejam nos 12 signos.
Veja um exemplo da sefirá Hesed ou Bondade:
 Hesed em Atzilut: Bondade emanando;
 Hesed em Briah: Bondade criando;
 Hesed em Yetzirah: Bondade formando;
 Hesed em Assiah: Bondade agindo.
Veja um exemplo de Júpiter/Expansão:
 Júpiter em fogo: Expansão de entusiasmo. E ________.
 Júpiter em terra. Expansão da praticidade. E ________.
 Júpiter em ar. Expansão da sociabilidade. E _________.
 Júpiter em água. Expansão dos sentimentos. E ______.
Complete com outras sugestões.
Que caminho/aspecto faz “seu” Júpiter no seu MN? Para
onde vai ou de onde vem sua expansão? Ou excesso. Em que
elemento está Júpiter? Que casa? ___________________________.
Agora, veja um exemplo com uma sefirá, digamos, Malkut
(nº 10), o Reino, ou a Terra. Saindo de Malkut, você vai subindo na
AV. Repare a figura da AV no capítulo anterior, saindo de 10:
 10 para 9 – de Malkut para Yesod, do Reino para a
fundação, da Terra (digamos, o ASC) para a Lua.
 Esse caminho/aspecto seria:
- do corpo físico, da projeção de sua vida no mundo para
os reflexos, percepções. Se você abrir seu caminho na vida
percebendo o ambiente, os reflexos locais e das pessoas, isso
facilitará o seu desenvolvimento: Sair do Eu e perceber as intenções
lá fora;

408
 de 10 para 8 – de Malkut para Hod, do Reino para o
Esplendor, da Terra para a Inteligência, do ASC para Mercúrio.

Esse caminho seria:


- a sua projeção no mundo dependerá do uso que fizer da
sua inteligência, do direcionamento da sua atenção, do que lhe traz
informações. Indo do Eu para o que vê lá fora;
 de 10 para 7 – de Malkut para Netzah, do Reino para a
Vitória, do ASC para Vênus.
Esse caminho seria:
- a sua projeção no mundo dependerá de como domina
seus desejos, das preferências nos relacionamentos, de como faz
correções na vida social. Indo do Eu para as outras pessoas.
Se você reparar na AV, Malkut/10 faz 3 caminhos (para 9, 8,
7). Mas Tifferet/6 faz 8 caminhos (para 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1), ou
seja, comunica-se com todas as sefirós, exceto a 10ª. Veja como a
Beleza/Harmonia é complexa. Ou indispensável em tudo.
Numa consulta, você pode seguir esses caminhos para
analisar uma situação. Se quiser, por exemplo, discutir
Relacionamentos. Há dois modos:
a) começar de cima, de Kether/Coroa ou Potencial e ir
descendo, vendo onde há um bloqueio, frustração, desafio. Como:
- você tem o potencial para Relacionamentos? (nem todos
têm potencial para tudo; eu, por exemplo, não tenho potencial para
informática). Nº 1, Kether;
- você tem sabedoria de compartilhar nos
relacionamentos? Nº 2, Hokmah;
- você tem compreensão nos relacionamentos? Nº 3,
Binah.
- etc., E vai descendo até o nº 10, Malkut, a concretização
dos relacionamentos.
- Então, numa dessas 10 sefirós, identifica-se o problema
dos relacionamentos.
- Ver qual a sefirá questionada e quais as influências que
ela recebe. Ou seja, quais os caminhos que vêm de cima. E quais as
influências que ela repassa, por causa desse problema. Sabendo
que:
 caso a sefirá desajustada seja Geburah, nº 5:
sentimento de injustiça, que leva a demasiado rigor nas relações. Os
caminhos que vêm de cima não: 4, 3. Sabe-se que 4/Hesed,
Bondade, Misericórdia, etc. também tem influência do Pai Biológico

409
em 3/Binah, Compreensão, Entendimento, etc. também tem
influência da Mãe Idealizada. Sendo que Geburah/Severidade
também representa a Mãe Biológica. Portanto, neste caso, há uma
grande força do feminino-maternal influindo nos desajustes, rigores
dos relacionamentos. Deu para entender?
 e essa sefirá incomodada, refletirá os problemas de
relacionamentos nas questões das sefirós mais baixas, às quais
repassará o tal sentimento de injustiça. As sefirós de baixo,
influenciadas pelo nº 5, são 6, 8, 9. Ou seja: prejudicará a
abnegação nos relacionamentos (8), trará pensamentos negativos
ou obsessivos para as relações (8), e problemas sexuais (9).
b) começar da sefirá que se refere a Relacionamentos:
Netzah/Vênus, que é a questão crucial da pessoa;
- ver quais os caminhos que dirigem-se ou saem dela. Que
são: 4, 6 (dirigem-se) e 8, 9, 10 (saem);
- estudar essas situações na vida da pessoa: Pai
Biológico/Misericórdia, etc. (4), Harmonia/Desprendimento, como se
sentia como filho(a) (6), pensamentos, ideias sobre relacionamentos
(8), sexualidade, consistência para as relações (9), concretização
desejada (10).
Parece complexo?
Mas é superinteressante e traz inúmeros esclarecimentos.
Para isso, você precisaria conhecer melhor as sefirós, porque aqui
só usei palavras básicas. (Veja “A Carruagem”, da autora. Não dá
para fazer Astrologia QBL sem conhecer QBL).
Bem, ainda tem mais:
c) ver os aspectos de Vênus no MN. Completando com os
de Sol, Lua, regente do ASC. Pois Sol representa o pai, homem; Lua
a mãe, mulher; ASC o corpo físico. Além de ser a Santíssima
Trindade astrológica, presente em todas as questões.
Hermes Trismegistus (ou Thot, ou Ningishzida) declarou:
- Pensamento e fala são manifestações de poder. Que
foram emanados dos 7 espíritos dos Raios, atuando nos 7
Universos. O Destino é a manifestação daqueles 7 espíritos, nos 7
círculos do Pensamento Divino. Os executores do Destino são os 7
Gênios/Espíritos Planetários dos 7 planetas visíveis (observados por
suas oitavas superiores).
- Esses Gênios têm seus mensageiros que são os
arcanjos/anjos, ou espíritos mais elevados que estão por trás de
todos os acontecimentos e fenômenos visíveis da natureza (ou
deuses). Por isso, deve-se descobrir ou ver qual é o intermediário

410
celeste por trás de todas as situações. Sabendo que eles atuam sob
a Vontade de um Deus/Ser Invisível, eterno, onipotente,
onipresente, onisciente.
(Ver “Conhecimento da Astrologia doa 7 Raios”, da autora.
Essa Astrologia teve seus princípios com Hermes Trismegistus (uma
espécie de Hod, Esplendor) do Egito e dos diversos conhecimentos
hindus. Foi adaptada, compilada e divulgada por H. P. Blavatsky e
hoje também adaptada – inclusive pela minha própria experiência –
para o séc. 21).
Os 12 signos representariam a Alma do Mundo que vive no
Zodíaco. São missões e destinos de cada encarnação e as fronteiras
de nosso Sistema Solar.

CELESTIAIS

Há 7 arcanjos associados aos 7 planetas visíveis e suas


correspondentes sefirós. E, ainda, outros 3 referentes às sefirós
superiores, sem falar na sefirá oculta (Daat), que é plutoniana e,
também, tem seu arcanjo/espírito comandante.
Se você tiver um planeta focal ou dominante, por aspectos,
ali está a influência de um arcanjo e sua tropa de anjos.
Os arcanjos atuam no Mundo da Criação (Briah), uma área
abstrata, invisível, mas percebida através da entrega emocional,
psíquica. São responsáveis pelas configurações, manifestações de
algo interior que começa a envolver a pessoa, geralmente com
anseios e esperanças das questões referentes às sefirós e planetas
que representam.
Atuam desde o seu nascimento e comandam um exército. Ou
melhor, para não usar uma linguagem militar: comandam uma
equipe, um time, uma casa 11.
Arcanjos têm superioridade hierárquica sobre os anjos, uma
vez que são “chefes”. Isso não quer dizer que uns sejam melhores
que os outros. Existem chefes e funcionários melhores e outros
horrorosos. Isso depende, não do cargo ou da função, mas das
pessoas que aos exercem. Se você sintonizar com um planeta,
sefirá, arcanjo, anjo, sintonizará conforme sua personalidade e
caráter pessoal. Não culpe planetas ou anjos, nem mesmo os
demônios (que só são demoníacos, no pior sentido da palavra, se
você for uma pessoa demoníaca. Caso contrário, eles são
adversários, provocadores, como um treinados esportivo cutucando-
o para dar um melhor rendimento).

411
As tarefas dos arcanjos são:
- guardar e administrar a criação do Universo;
- contatos com a Humanidade, de modo indireto, através
de sua equipe angelical;
- associados aos planetas, são semelhantes aos deuses
(como os dos mitos gregos);
- suas histórias começaram na Suméria e Caldeia (onde
Abrahão nasceu (em Ur, hoje Turquia) e estudou). Depois, essas
histórias foram aculturadas e adaptadas para a QBL, para o
Cristianismo, etc.;
- têm funções determinantes e específicas, não se ocupam
das funções dos outros colegas, nem podem mudar de função. (Um
feijão é um feijão, um camarão é um camarão). É como se tivessem
“nascido” com uma vocação fundamental, uma missão, sob o
comando de Yaweh (etc.);
- a imagem de Deus ou Supremo tem vários nomes,
alguns adequados aos atributos das sefirós e planetas. O Supremo
influi na missão do arcanjo, estimulando-o a providenciar o que a
missão necessita. E o arcanjo ordena que sua equipe de anjos
ponha a “mão na massa”, “sujem as mãos” (como os Pajens do
Tarot);
Exemplo: Yesod (Lua) – trata da gestação, fecundidade ou
fundação da vida;
 Arcanjo – Gabriel, com a missão de tornar as coisas
estáveis e firmes, produtivas (no caso, a gestação);
 Anjos – equipe dos Ishim, que sabem lidar com os
elementais – que ajudam na constituição dos elementos da
natureza, portanto, na manutenção e produção de vida. Quando os
elementos da natureza são danificados, os elementais desaparecem
e ali a vida fica inútil ou impossível;
 Nome de Deus em Yesod - Shaddai El Chai, ou Deus
Vivo Todo Poderoso. Isto é: quando Deus está exercendo seu
atributo de geração, influindo diretamente na sexualidade para
procriação. Função sexual geradora de Deus. E, por isso, ele é Vivo
e Poderoso: tem o poder de dar (ou tirar) vida. (Chai é vida). Essa é
a função desse nome (portanto, não basta decorar os nomes, tem
que saber o que eles significam e produzem. Isso é que quer dizer:
não usar o santo nome em vão. Invocar Shaddai El Chai é invocar
vida, manifestação concreta de algo, fertilidade. Se você decidir
fazer inseminação artificial é bom invocá-lo... à Lua). E invocar
Gabriel e sua tropa é pedir pela manutenção da vida de algo, ou

412
pela fertilização de algo. E invocar os Elementais ou os Ishim é pedir
pela manutenção da natureza.
(Os estudos dos anjos chama-se Angeologia, mas de nada
adiantam se você não souber, adequadamente, o que eles
representam).
- Quanto aos anjos, pertencem ao Mundo da Formação
(Yetzirah), que é onde eles atuam: dando forma através da forma-
pensamento, mostrando como ver adiante, impulsionar o futuro,
estimular investimentos, etc. Enfim: mexer-se com clareza. Não
adianta pedir ajuda aos anjos se você não está a fim de investir. E
investir significa abrir mão de certas coisas em prol de outras mais
importantes.
Chama-se Trabalho da Carruagem vivenciar a AV (ou o MN).
Outrora, seus praticantes eram chamados de Aqueles que Descem
da Carruagem: penetrando profundamente na AV. Ou seja, uma
psicanálise.
Árvore Sefirótica (AS) é o uso produtivo das sefirós, mesmo
em circunstâncias difíceis. Enfrentar a vida com dignidade. É
semelhante ao “bom uso” dos aspectos, mesmo os difíceis. (Não há
aspecto bom ou mau, positivo ou negativo; há aspectos bem ou mal
usados e aspectos fáceis e difíceis. Um fácil pode significar, por
exemplo, corrupção que ninguém descobre. Um difícil pode
significar corrupção descoberta).
Árvore Qlipótica (AQ) refere-se ao uso prejudicial,
desperdícios, abusos das sefirós que, nesta caso, chamam-se qlipós.
É semelhante ao uso abusivo, problemático, rígido dos aspectos.
Sejam eles fáceis ou difíceis. Pois fáceis são os que produzem
tranquilidade e difíceis são os que lhe obrigam a enfrentar desafios.
Se você só se acomodar, não cresce interna ou externamente. Se
você enfrentar, ganha força e experiência.
Toda sefirá tem sua qlipá.
Todo planeta tem seu lado melhor ou pior.
Toda magia tem seu lado “branco, puro, boas intenções” ou
“negro, sombrio, más intenções”, conforme a personalidade e
caráter de quem a aplica.
Quanto às tarefas dos anjos:
- responsáveis por dar forma (ainda em nível abstrato,
pois o concreto é humano);
- funcionários dos deuses, dos arcanjos, dos planetas
(anjo significa “mensageiro”, ou “rápido”. Malak);

413
- têm atividades específicas das sefirós e planetas (e
signos conforme regência de planetas. Assim, um anjo de Vênus
tem sintonia com Touro e Libra);
- portanto, não fazem os trabalhos de outras sefirós ou
planetas. Mercúrio não atua na área de Saturno.
Consequentemente, se você invocar Mercúrio para se sair bem
numa prova, vestibular e lhe aparecer mentalmente uma imagem de
Saturno, estará lhe “dizendo” que haverão restrições, ou que você
deve ter persistência e disciplina nos seus estudos. Ele não lhe dará
argúcia para responder às questões das provas, mas lhe mostrará
que você precisa ser mais responsável e compromissado com seus
estudos. Aí, talvez, na próxima invocação, Mercúrio lhe “apareça”,
sorridente.
Mitos gregos e da QBL contam que os anjos/arcanjos, bem
como os deuses, chatearam-se porque não tinham a liberdade de
agirem e sentirem como os humanos. E, assim, começaram as
guerras celestiais, as revoltas angelicais. Ou, no mito grego, quando
Prometeu fez um clone de cada deus, um modelo ou “macacão”.
Quando os deuses vestissem esses “macacões” poderiam passear
na Terra e viver emoções.
Júpiter e Yaweh foram aconselhados a acabarem com a
Humanidade, porque ela ainda daria muuuito trabalho. Até Enlil, o
da Suméria, aborreceu-se com a barulheira que os terráqueos
faziam com seus bailes funk, pagodes e heavy metal. Todos eles
tentaram pelo menos reduzir a Humanidade. Mandaram os dilúvios.
Que deixaram remanescentes que proliferaram e proliferaram tanto
que foi preciso inventarem os transgênicos para alimentar toda essa
turma e fazerem moradias caixotes.
O “moderno” dilúvio será:
- retirada de direitos humanos;
- menos educação e saúde;
- danos à ecologia;
- epidemias (algumas provocadas);
- guerras e violência no campo/cidades;
- alterações climáticas provocadoras de desastres;
- etc. Acrescente outras: __________________________.
Os nomes desses celestiais são títulos hebraicos que definem
suas funções. Como um Diretor Comercial (pode ser um arcanjo) e
sua equipe do Departamento Comercial (podem ser os anjos). Se
você conhece o nome-título de um deles, sabe a que ele veio, e que
esperar e requisitar dele. Exatamente como quando você sabe qual

414
é o signo ou orixá de uma pessoa, ou quando sabe o seu nome.
Pois um Miguel não tem nada a ver com Ariel. E o Paulinho não tem
nada a ver com o Paulão...;
- recorre-se aos anjos conforme as funções de suas sefirós
ou planetas;
- têm ligação direta com nossa alma, psique;
- pode-se perceber a “presença” de um anjo guardião ou
de um obsessor, pois o astral fica completamente diferente.
Por exemplo: os serafins (anjos de Geburah e de Marte) dão
energia para enfrentar situações críticas de vida, para lutar por algo,
para discriminar (eles “separam”) situações convenientes e fazer
justiça com inteligência.
A alma desenvolve-se e é cultivada quando se está no meio
da vida, experimentando e enfrentando o que der e vier. E, ainda
assim, criando um espaço sagrado em qualquer lugar que se viva.
(Assim pensam os místicos qbl, sufis, etc. e a turma de Gurdieff e
outros).
Para comunicação com Anjos:
- acreditar na sua existência;
- amar a natureza, reverenciá-la, sentir unido ao céu,
estrelas, mar, árvores, plantas, montanhas, etc. Entender a
linguagem dos ventos, dos rios, das flores, etc. Perceber o invisível
no visível;
- cerimoniais e rituais servem para abrir o coração e a
inspiração;
- anjos estão nos locais de cura, consultas, atendimentos,
em sintonia com facilitadores e clientes. Mas afastam-se se o
ambiente é perturbador, sujo, deteriorado (por relaxamento, pois
podem surgir em locais de guerra e destruição, quando há
almas/espíritos em sintonia com algo mais elevado);
- de preferência, ter um “local sagrado” em casa, tipo
“altar”, com objetos inspiradores. O escritório, por exemplo, pode
ser um local sagrado, com objetos correlatos (livros, computador,
papéis, etc., além de alguns ornamentos);
- ter expansão de consciência, elevação de vida, hábitos
saudáveis, etc.;
- invocação com amor no coração, pois é esse bom
coração que abre portas;
- há anjos para diversas situações, como, por exemplo,
para as 12 casas, os 12 signos, os 10 planetas. Anjos de cura, de
vida doméstica ou profissional, etc.;

415
- abrir caminho para o espiritual, o abstrato, o invisível
pode ser de imensa ajuda nas situações críticas da vida. Funcionam
como um apoio, como um espaldar nas suas costas, assegurando-
lhe paz na alma. E nunca pergunte “Por que eu?”. Porque faz parte
do seu Karma, Tikun, destino. Nenhuma pessoa verdadeiramente
espiritualizada se queixa ou faz cobranças. Ela sabe que os
acontecimentos difíceis podem ser um trampolim para uma
elevação. Veja o caso de Mandela, que ficou preso 27 anos e, ao
sair e obter vitória nas eleições, não quis vingança, retaliações, mas
integração.

CAMINHOS

Os caminhos (relação entre 2 sefirós, ou planetas) fazem a


circulação da AV/AS. Podem ir de cima para baixo, descida na
encarnação ou involução, do nº 1 ao 10. Ou de baixo para cima,
subida ou ascensão, saída da encarnação, do nº 10 ao 1. É um
movimento em zigue-zague: o relâmpago ou a chama, espada
flamejante. Diz o Sepher Yetzirah: o relâmpago é o impulso da
Vontade que está em Kether (1) progredindo em zigue-zague
através da AV, descendo e subindo, num movimento contínuo. Ou
escada de Jacob, atravessando os 4 elementos. Ou o movimento da
Kundalini, pelos chakras.
Retorne à figura da AV no capítulo anterior e repare:
a) existem 3 colunas ou pilares
 Direita - composta dos nºs 2, 4, 7
Dar, abrir, expandir
Energia ativa, masculina

 Esquerda - composta de 3, 5, 8
Receber, reter, fechar
Energia passiva, feminina

 Meio - composta de 1, 6, 9, 10
Equilibrar, conciliar
Energia neutra
b) há linhas ou caminhos que ligam um número a outro,
fazendo um relacionamento (um aspecto);
 esses caminhos podem ser verticais, (do nº 1 ao nº 6),
horizontais (do nº 2 ao 3), inclinados ou transversais (do nº 2 ao 6).

416
Isso na descida. Pois, na subida, seria a mesma coisa, só que, por
exemplo, do nº 6 ao 1, vertical;
 nesses caminhos as sefirós vão emanando sua
influência, de cima para baixo. Exemplo: nº 4 para nºs 5, 6, 7, 9;
 ou recebendo influência de outras sefirós, se estiverem
em baixo. Exemplo: nº 4 recebe do nº 2. Nº 8 recebe de nºs 5, 6,
7. E ele, por sua vez, emana para os nºs 9 e 10. Se você comparar
isso com planetas, verá que seguem os movimentos dos mais lentos
para os mais rápidos. Assim, nº 8, Mercúrio, recebe de Marte (5),
Sol (6), Vênus (7) e emana para Lua (9) e Terra/ASC (10). Se você
olhar a AV, não achará tão complicado. E se conhecer o movimento
dos planetas, também.
Nos aspectos, é semelhante: o mais lento sempre influi no
mais rápido. Daí, também os aspectos aplicativos e separativos.
Veja o desenho, usando Sol (mais lento) e Lua (mais rápida),
fazendo as lunações (a referência é sempre o mais lento).

 No 1º quadrante (Q)
Referência Sol, em todos Q, pois é mais lento que a Lua.
Lua caminha para a 1ª quadratura, ao formar a Lua
Crescente. No caminho, faz um sextil. Aplicativo, em referência ao
Sol.
417
 No 2º Q
Lua caminha para a oposição, formando a Lua Cheia. No
caminho, faz um trígono.
Se a Lua Crescente já entrou no 2º Q, o aspecto é
separativo.
E a oposição, estando a Lua nesse Q, será aplicativa.
 No 3º Q
Lua caminha para a 2ª quadratura, ao formar a Lua
Minguante. No caminho, faz o 2º trígono. Aplicativo, em referência
ao Sol.
 No 4º Q
Lua caminha para a Lua Nova, uma conjunção. No caminho,
faz o 2º sextil. Aplicativo.
Mas se a Lua Minguante (do 3º Q) já entrou no 4º Q, o
aspecto é separativo.
Uma Lua Nova aplicativa é quando a Lua, no 4º Q, aproxima-
se do Sol. E será separativa quando a Lua tiver entrado no 1º Q,
distanciando-se do Sol.
Agora, volte à figura da AV.
A sefirá 4, Hesed, Bondade ou Misericórdia, será SEMPRE
influenciada pela sefirá 2, Hokmah, Sabedoria, que emana do 2 para
o 4.
Porque se a Bondade (4) não for sábia (2) pode ser
prejudicial.
Por sua vez, a Bondade (4) influirá na Severidade, Justiça (5)
ou Geburah. Se assim não for, a Justiça ou a Luta poderá ser
extremamente rigorosa.
Percebeu?
Se você conhece Astrologia, vai tirar a QBL de letra.
E, por falar em letra: estão associadas aos 22 caminhos,
aquele zigue-zague. Reveja as sugestões dos significados das letras,
que estão no capítulo anterior.
Dizem a Torah e o Antigo Testamento:
- No princípio era o Verbo.
E o Verbo tem o poder de criar. Outrora, havia uma língua
chamada Wattan. E ainda que ela tenha se perdido (ou esquecida),
pode ser recuperada (relembrada). Ou, também, chamada de língua
adâmica (da Terra). E vinha de dentro, do Eu Interior de todas as
coisas, conectada com o Eu Interior das outras coisas. Natural,
espontânea. Espécie de telepatia. De alma para a alma.

418
O Wattan só funcionava para quem estivesse em harmonia,
sintonia com a vida, com a natureza, com a raça humana, com o
planeta. Com a linguagem dos pássaros entre si, ou das baleias
entre si, ou das árvores entre si e até das pedras entre si.
Então, você já sabe porque perdeu-se Wattan. E como pode
ser reencontrada.
Diz-se que o elo interior rompeu-se com os mitos do Pecado
Original ou da Torre de Babel. Mitos. Que têm seus fundos de
verdade. Fundos. Acho que a história é outra e vou contá-la no final
deste capítulo.
Cada caminho/aspecto tem seu mistério.
Pois cada letra, número, planeta, signo, etc. têm seus
mistérios (arcanos). Suas ideias e intenções. A magia QBL usa a
força das ideias, guardadas, misteriosamente, nos seus símbolos.
C.O.: ciência das ideias contidas nos seus diversos símbolos.
Para isso, você precisa tornar-se um “iniciado”, um aprendiz que
pratica.
Salomão, que também foi um senhor mago (ainda que
tivesse morrido doido de pedra), condensou o antigo conhecimento
em imagens, chamadas Clavículas de Salomão (até tenho esse livro,
com capa de veludo preto, que chique!). Ora, o Tarot também são
imagens e mais atuais do que as da época de Salomão. Essas
clavículas eram como uma espécie de livro. Assim, o conhecimento
não seria perdido. Aquelas imagens, clavículas (ou chaves) eram
usadas, também, como talismãs. Continham nomes divinos,
angelicais, e seus respectivos atributos. Haviam 72 nomes sagrados
(que não eram os famosos 72 nomes de Deus retirados do Êxodo,
da Torah). Esses 72 nomes estavam contidos em 36 medalhas, cada
uma com 3 nomes.
O I Ching contém os antigos conhecimentos nos seus 64
hexagramas. O 1º hexagrama, do Criador, assemelha-se à 1ª letra
hebraica, Aleph (ou Alfa, em grego). Que foi representada, depois,
pela carta do Mago.
A necessidade, que faz com que tudo nasça: nº 1. E, depois,
fatalmente, acaba. O nº 1 é o começo e o fim, a vida e a morte.
Todos os números retornam à unidade (um só dígito), ou seja, a
conhecida redução pitagórica, base da Numerologia.
Os 9 números simples (de 1 a 9) contêm o infinito. Exemplo:
8 = 17, 26, 35, etc. e 170, 260, 350, etc. e 1.700, 2.600, etc. O
número 10 é o retorno à Fonte (como dizem nos cemitérios:
revertere ad locum tuum, retorno ao seu lugar. Ou: Nós que aqui

419
estamos por ti esperamos. E se você está vivo, lendo este livro,
pode responder: nondum venit hora mea (não chegou a minha
hora).
O nº 10 leva a outros planos existenciais, outras D.
O nº 9 será sempre o máximo de algo, com suas
experiências (e solidão, já que no máximo, de um modo ou outro,
você está só. Já reparou que no Tarot Rider-Waite as figuras dos
nºs 9 estão sempre calejadas, amadurecidas e sós?)
As sefirós e os planetas são objetivos, pois têm suas funções.
Os caminhos e os aspectos são subjetivos, pois são estilos de
comportamento.
Veja a sequência dos caminhos ou aspectos. Sugiro que vá
fazendo uma análise pessoal e comparando com seu MN. É um
roteiro para aquela Alta Ajuda, um dos primeiros processos
terapêuticos.
 1º Caminho: 1 a 2
Letra Aleph. Começar algo, partir de um potencial.
“Domesticar-ser” para não atrapalhar. Instante de possibilidades.

 2º Caminho: 2 a 3
Letra Beth. Local sagrado, abrigo, situação abençoada,
proteção, em segredo (não exibir-se).

 3º Caminho: 1 a 3
Letra Guimel. Enfrentar o que vier com maturidade.
Andar em frente, pois tem reservas e potencial. Ir fertilizando.

 4º Caminho: 2 a 4
Letra Dalet. Portal, passagem para outro nível, direcionar
pois há algo esperando lá fora, uma nova existência.

 5º Caminho: 4 a 5
Letra He. Existir, experimentar, ver o mundo, revelar.

 6º Caminho: 3 a 5
Letra Vau. Unir, formar laços, prender, parceria, ponte
entre duas coisas.

 7º Caminho: 5 a 6
Letra Zain. Cortar, separar, decidir o que deve largar.

420
 8º Caminho: 1 a 6
Letra Chet. Dar limite, conhecer a fronteira entre as
situações, pode ter um certo medo ou espanto. Perceber que cada
um é cada um, cada coisa é cada coisa.

 9º Caminho: 2 a 6
Letra Teth. Esboço de algo, aura de algo. Prudência, a
fim de proteger-se. Conhecer é poder.

 Obs.: Teth representa a serpente. Ou oroborus, a


transmutação que vai de um nível a outro. Em hebraico, serpente é
Nahas (sobrenome de algumas pessoas) ou Nahash, a serpente do
Paraíso. Em grego, é Ophis, que gerou ofídio. A seita Mani (séc. 3)
ligava Jesus à serpente Nahash do paraíso, da Árvore do
Conhecimento. Só que chamava essa serpente de Jesus (Gnose)
que trazia um Conhecimento, despertar para algo novo.

 10º Caminho: 3 a 6
Letra Yod. Ofertar, mostrar, apontar.

 11º Caminho: 4 a 6
Letra Caph. Abrir ou fechar-se para algo ou para a vida.
Algo que lhe trazem.
Obs.: as letras hebraicas têm valores específicos. A partir da
10ª letra, os valores são dezenas (20, 30, etc.), mostrando que
acabou um antigo ciclo (no 10) e começou outro, com base no 1º
algarismo. Assim, 20, 21, 22, etc. são fases do nº 2 (que envolve
relacionamentos – ver capítulo de Numerologia), mas já num nível
diferente do nº 2. Agora, mais experiente e complexo. O mesmo
com o ciclo de 30, 40, 5, etc.

 12º Caminho: 6 a 7
Letra Lamed. Avançar, aprender e ensinar, ir, ainda que
empurrado.

 13º Caminho: 4 a 7
Letra Mem. Marés da vida que dão e tiram, deixar
passar. A escuridão, a maré difícil, pode oprimir.

 14º Caminho: 7 a 8

421
Letra Nun. Florescer ou murchar, pensar grande, senso
de coletividade, grupal.

 15º Caminho: 5 a 8
Letra Samech. Buscar algo que lhe dê apoio, segurança,
ou uma bengala. Suporte, ajuda nas horas difíceis.

 16º Caminho: 6 a 8
Letra Ayin. Observar, estudar o ambiente, perceber
vantagens, qualidades e defeitos, prejuízos prováveis. Pesar os prós
e os contras.

 17º Caminho: 8 a 9
Letra Peh. Expressar-se, mas avaliando o que vai fazer
ou dizer, pois palavras matam ou salvam. Ou aquilo que se vem
“engolindo”.

 18º Caminho: 6 a 9
Letra Tzade. Selecionar, pegar o que vale a pena,
capturar.

 19º Caminho: 7 a 9
Letra Koph. Descansar, mas estar atento aos bastidores.
Saber ouvir.
Obs.: a partir daí, os valores das letras aparecem em
centenas (100, 200, etc. O mesmo esquema das dezenas, em nível
mais refinado, profundo ou problemático, face bastante experiência
de vida).

 20º Caminho: 9 a 10
Letra Resh. A vida continua com outra cabeça, com
outros pensamentos. Começar com outra mentalidade.

 21º Caminho: 7 a 10
Letra Shin. Eliminar o inútil ou prejudicial, a fim de se
fortalecer. Penetrar profundamente, digerir situações. Ou atacar.

 22º Caminho: 8 a 10
Letra Tau. Fechar um ciclo, deixar sua marca/sinal.
Mostrar sua diferença. Finalizar.

422
Somam-se a esses 22 caminhos os 10 das sefirós: 22 + 10 =
32.
Esses são aos caminhos da descida ou fortalecimento da
matéria ou de um objetivo. Os caminhos da subida são os mesmos,
mas partindo do 22º. São os caminhos do desapego, da sutilização.
Assim, o 22º será o 1º, o 21º será o 2º, etc. Quando, nessa subida,
você atinge o último (o 22º, que é o 1º, na descida), aí chega à
indiferença daquela situação. À morte que provocará um
renascimento. Algures e alhures. Em algum tempo, em algum lugar.
Repare:
a) as sefirós (e planetas, letras, números) fazem aspectos
entre si nessas caminhadas. Veja os “aspectos” das sefirós:
1. Kether: aspectos com 2, 3, 6.
2. Kokmah: com 3, 4, 6.
3. Binah: com 5, 6, 8.
4. Hesed: com 5, 6, 7.
5. Gerburah: com 6, 8.
6. Tifferet: com 7, 8, 9.
7. Netzah: com 8, 9, 10.
8. Hod: com 9, 10.
9. Yesod: com 10.
10. Malkut: não faz aspecto, mas recebe.
b) junte os atributos de cada sefirá conforme os aspectos
que fazem e terá os caminhos. As explicações dadas, anteriormente,
aos caminhos, são apenas sugestões. Você pode acrescentar mais,
seja com os significados das sefirós + letras ou dos planetas
correspondentes.
Exemplo: Geburah, nº 5 – lutar pelo que lhe é importante, de
modo justo (e outros significados, conforme capítulo anterior).
Marte.
Em “aspecto” (caminho) com Tifferet, nº 6 – buscar a beleza
interior das coisas.
Portanto: 5 e 8 – luta-se melhor quando se vê aquilo que lhe
encanta.
Também, Geburah em “aspecto” com Hod, nº 8 – usar a
inteligência.
Portanto: 5 e 6 – luta-se melhor quando se usa a inteligência
e a lógica.
E, portanto, 5 e 6 e 8 – luta-se melhor quando se está
envolvido naquilo que mexe no seu interior e usa-se a inteligência
retificando os erros.

423
Não é interessante? E não dá uma boa conversa e avaliação
de estratégia?
c) não se esqueça que toda sefirá (exceto a nº 1) já
“sofreu” a influência da anterior e repassa sua influência para a
posterior. Assim também acontece, cosmicamente, com os planetas.
Pois, certamente, qualquer Júpiter no MN (crescimento) já
“sofreu” uma influência de Saturno, ainda que não estejam em
aspecto no MN. Todo Júpiter carrega “a lembrança” ou “aviso”, de
que tudo tem um limite, e que toda expansão precisa ser feita com
responsabilidade. Quando isso não acontece, aí é que surgem os
excessos, desperdícios. E obesidade. Júpiter virou um Júpiter
qlipótico.
d) portanto, uma sefirá, ao receber e influir em outras,
através dos caminhos, ganha alguns dons. Veja com o exemplo de
Hod ou Inteligência, Racionalidade (nº 8):
8 e 5 – Inteligência severa
8 e 6 – Inteligência harmonizada
8 e 7 – Inteligência emocional
8 e 9 – Inteligência que se sustenta
8 e 10 – Inteligência praticada.
Ptolomeu dizia:
- Se você sabe o efeito das estrelas pode preparar-se para
os acontecimentos.
Isso vale para a interpretação do MN e das previsões.
E, agora, para finalizar, vamos à historinha prometida,
inspirada por Daniel Quinn (“História de B”, ed. Peirópolis, 2000),
mas situada no futuro, talvez ainda neste séc. 21, talvez no 22, who
knows?
Final do séc. 21 (na melhor das hipóteses, ou no séc. 22, o
que seria regular, ou Deus Vos Salve no séc. 23):
O retorno.
Numa época para frente, não na sua encarnação atual,
reencarnaram por aqui umas pessoas que haviam vivido há uns 3
milhões de anos atrás.
Ou você pensava que não havia ninguém na Terra naquela
época?
Havia. E voltaram.
Todo ser humano nasce com um instinto de civilização, ainda
que não saiba bulhufas o que isso significa.
A civilização começa com a vida grupal.

424
Pois bem, naqueles milhões de anos atrás não haviam leis
escritas (uma invenção mais moderna: o 1º código legal foi de
2.100 AC, chamado Código de Hamurabi).
(A Paleontologia demonstrou que a Humanidade tem milhões
de anos. E naquela remota época os humanos eram nômades e
caçadores - coletores, e viviam muito bem, obrigado. Por volta de
uns 10.000 AC, tornaram-se agricultores, começando pelo Oriente
Próximo. Talvez quando caucasianos foram chegando mais perto da
antiga Suméria. Mas isso é outra história).
Então, haviam várias tribos, cada uma com seus valores e
costumes. Elas não tinham leis Inventadas, mas Reveladas, e é
assim que deveria ser.
Leis Inventadas dependem de pessoas. Que fazem os
regulamentos conforme suas ideias. São passíveis de transgressões
e é o que se vê por aí.
Leis Reveladas são naturais, sem comitês discutindo, sem
preocupação de certo e errado, bom e mau. Elas simplesmente
funcionam. Porque não Naturais. Por isso, rarissimamente há
transgressões. Nem prisões. São eficazes.
Não vou perder linhas dando exemplos. Quem quiser que
aprenda pela Antropologia, Etnologia, etc. sobre as antigas leis
tribais. Antigas.
Quando alguém da tribo abandonava ou ia contra sua lei
tribal, era como se perdesse sua identidade.
A atual cultura destribalizou. Acabou com as leis, costumes,
identidades de certas nações (Kahunas, aborígenes, etc.).
Durante milhões de anos, foi assim. E estava dando certo,
como os ninhos davam certo para os pássaros e a hibernação dava
certo para os ursos. E dava certo porque era uma forma viável.
Cada nação tinha o seu jeito, a sua identidade e, quando
haviam erros, eram consertados, para o bem comum.
O que funciona sobreviverá.
O que não funciona desaparecerá.
Pessoas inteligentes quando veem que alguma coisa não está
dando certo em suas vidas caem fora. Numa boa.
Assim foi com os construtores de grandes cidades no meio de
florestas ou desertos (Macchu Picchu é um exemplo). Perceberam
que algo não funcionaria e desistiram. Sem apegos. Com a lucidez
de fazerem o que tinham que fazer. E recomeçaram de outro modo,
em algo que Funcionava.

425
Não há um Único Modo certo de viver. Se você achar que há,
você vai sofrer, vai fazer os outros sofrerem, haverão perdas,
depressões, violências, problemas psíquicos, etc. O Mal. Isso é que
é o Mal.
O Bem é viver da maneira que a vida funciona melhor.
Nas antigas tribos também havia sofrimento. Só que quando
uma pessoa sofria, Todos sofriam. Não havia sofrimento só para
uma classe de pessoas.
Nas antigos tribos (há milhões de anos, e em algumas
poucas que restaram porque a cultura atual ainda não apareceu por
lá, ou não se interessam por esses grupos mínimos) não haviam
classes dominantes de privilegiados. Cada um tinha seu dom,
habilidade, tarefa. A seleção natural, a organização natural. Como
acontece com a natureza vegetal e animal. Lá não havia
governantes presos ao poder, mas um rodízio entre os que tinham
real vocação. Havia Influência pela sabedoria, mas não Poder.
Naqueles casos, havia igualdade social, política, econômica.
Nenhuma divisão. Nem os que sofriam e os que não sofriam. Isso é
que era o Paraíso.
Então, tudo mudou.
Pessoas dividiram-se.
E muitos começaram a achar que o mundo era ruim e que a
Humanidade estava perdida, amaldiçoada.
E precisava ser salva.
Porque a população estava angustiada e a vida não tinha
sentido.
Há uns 4.000 anos, a Humanidade pensa em acabar com o
sofrimento humano. E em descobrir o que causa esse sofrimento.
Assim surgiram as grandes religiões. Cada uma com seu método de
acabar com o sofrimento. Com a salvação.
Salvação de si mesmos.
Pois bem, lá pelo final do séc. 21, talvez no 22, esperemos
que não no 23, pois aí talvez não tenha mais jeito, eles voltaram.
Os herdeiros das antigas tribos, em que a lei natural
funcionava, em que cada um exercia seu talento para a
continuidade da vida, em que a experiência sábia conduzia a
sobrevivência e irmandade de todos.
Eles voltaram.
Por que?
Porque a Terra deve viver.

426
Porque os deuses amam a Humanidade tanto quanto ama os
animais, os vegetais, os minérios.
Disse Paul Veyne:
- Quando a pessoa não sabe que não vê, não sabe que é
cega.
Mas, nesse futuro que se aproxima, todos verão.
Porque a Terra deve viver, com os reinos mineral, vegetal,
humano.
Vida viva.
*
Mas como isso acontecerá?
Quando as pessoas perceberem que o modo atual não
funciona. Não é vantajoso.
E procurarem o que é vantajoso.
*

427
11. CASAS (ONDE ESTAMOS)

Se signos são desejos, ideias, poderes, tipos de destino e se


planetas são os executores disso aí, o que são as casas?
Os locais, áreas, palcos onde tudo acontece. Ou onde as
almas experimentam a vida.
Toda situação tem:
- momentos (ou quadruplicidades);
- fases (elementos).
E isso também se refere às casas. Exemplos:
 Fogo ou infância - casas 1, 5, 9;
 Terra ou juventude - casas 2, 6, 10;
 Ar ou maturidade - casas 3, 7, 11;
 Água ou velhice - casas 4, 8, 12;
 Cardial ou recepção, abertura a algo presente - casas 1,
4, 7, 10;
 Fixa ou manifestação do que se recebeu, assegurar
futuro – casas 2, 5, 8, 11;
 Mutável ou consequência do passado, distribuição de
algo – casas 3, 6, 9, 12.
Agora, faça um levantamento dos planetas no seu MN. Em
que tipo de casas, por elemento e por quadruplicidade, estão os
“seus” planetas?
Supondo que a maioria esteja em casas de água e em casas
cardiais, esse seria o direcionamento de sua vida. Uma direção
“canceriana”, pois água cardial é Câncer. Experiências desse nível. E
como Câncer é:
Água – influência da velhice;
Cardial – abertura constante a algo.
Neste caso, como uma síntese de situações. No entanto,
analisar os planetas em cada uma dessas casas ocupadas.
Assim, juntando:
 Casa1 – fogo cardial.
Infância receptiva a algo novo, consciência do presente.

 Casa 2 – terra fixa.


Juventude assegurando o futuro.

 Casa 3 – ar mutável.
Maturidade distribuindo, diversificando.

428
 Casa 4 – água cardial.
Velhice aberta ao que vier, ao presente.

 Casa 5 – fogo fixo.


Infância assegurando o futuro.

 Casa 6 – terra mutável.


Juventude diversificada.

 Casa 7 – ar cardial.
Maturidade receptiva ao momento.

 Casa 8 – água fixa.


Velhice ainda assegurando algo.

 Casa 9 – fogo mutável.


Infância multiplicando-se, espalhando, face passado
(hereditário ou de coisas acontecendo cedo).

 Casa 10 – terra cardial.


Juventude aberta ao momento presente.

 Casa 11 – ar fixo.
Maturidade consequente, atenta ao futuro.

 Casa 12 – água mutável.


Velhice experiente, repartindo algo.

Ora, naturalmente isso são sugestões. Você pode deduzir


muita coisa daí. Infância, não é só a sua infância, mas pode ser uma
mentalidade de criança. Criança pode ser mente infantil, mas
também otimista, alegre, demonstrativa, espontânea.
Se você tiver uma maioria de planetas em casas de fogo, sua
mentalidade e disposição de vida podem ser de um dos tipos dessa
“criança”. Ou de outra.
Uma maioria de planetas em casas de água pode dar uma
pessoa que já nasceu “velha”. Ou conhecedora da vida.
As casas principais são onde estão:
- Sol, Lua, regente do ASC;
- stellium;
- planeta focal ou dominante.

429
Qual é o seu caso? _________________________________.
Toda casa é uma situação terrestre de um signo celeste. Por
isso, a c/1 tem ressonância de Áries, a c/2 tem de Touro, etc., não
importando qual o signo na ponta ou cúspide da casa.
Assim, todo signo na c/3 ganhará uma vibração de Gêmeos.
Exemplo:
- c/3 em Peixes: Peixes aqui ficará mais curioso, de modo
prático, aplicando as informações abstratas.
Pode-se dizer que os signos semeiam ideias do universo e as
casas alimentam essas sementes, fazendo-as crescerem através de
experiências e atividades.
Os signos renovam-se nas casas onde estão. Portanto, todos
os signos fazem parte da sua vida, embora os que tenham planetas
sejam mais importantes do que os vazios.
Também as casas, como a roda da vida, a vida sendo vivida,
podem ter mais ou menos importância direta, conforme tenham
planetas ou estejam vazias.
Planetas nas casas indicam experiências diretas,
demonstradas, visíveis, nessas áreas. Casas vazias são interpretadas
através de:
- signo na cúspide;
- mais o signo intercalado, se houver;
- planeta que rege essa casa, ver onde ele está: pois está
em outra casa, a serviço da casa que rege, ou indicando
transferências.
Exemplo: regente da casa 5, na casa 7 – aliança (ou
inimizade) com filhos.
Casas com planetas, além da interpretação anterior,
acrescentar:
- planeta na casa e casa que ele rege (pode significar a
influência de uma pessoa ou situação nessa área);
- dispositor desse planeta (planeta que rege o signo desse
planeta. Exemplo: Lua em Aquário, ver Saturno e Urano, pois
Aquário tem dois regentes);
- ver o regente natural dessa casa, conforme sequência
zodiacal. Assim, c/1 tem influência de Marte, c/2 de Vênus, etc.
(isso vale também para as casas vazias).
Então, eis algumas sugestões das casas. Você deve pesquisar
e acrescentar outras. Se eu der 10 significados para uma casa,
pesquise e dê outros 10. Trabalhe.

430
 Casa 1:
- duração de vida;
- modo de se projetar, aparecer na vida diária, que influi
nas decisões e acontecimentos;
- visão de mundo, mentalidade;
- aptidões: qualidades e defeitos;
- constituição física, genética;
- propósito e intenção conforme posição do regente do
ASC;
- intérprete dessa casa, conforme planeta aí situado e
influência de pessoas/coisas, conforme esse planeta;
- fachada para sobreviver, disfarce conveniente,
vestimenta necessária, defesa pessoal (que pode atacar);
- começar, semear, plantar sempre as questões do signo
ou do planeta;
- mensagem que transmite;
- planetas aí ou espíritos que ajudam a atrair o que
interessa e a eliminar o que não interessa. Selecionam;
- começo do desenvolvimento da vida e, depois, de tudo,
conforme signo e espírito planetário;
- ver se há correspondência com alguma sefirá e os
caminhos dela;
- importância dos acontecimentos da infância e como
reage ao momento presente.

 Casa 2:
- prosperidade material, de onde vem o lucro, vantagens,
fonte material;
- recompensas pessoais, descanso;
- usufruto, apreço ao que tem ou recebe;
- recursos e aquisições pessoais;
- construção gradativa do futuro conforme o que vai
percebendo na juventude;
- prioridade conforme planeta nessa casa, se houver;
- receptividade aos alimentos, em qualquer sentido;
- parece que signos têm alguns pressupostos nessa casa:
 fogo – Deus providencia;
 terra – por a mão na massa, ter algo sólido, não
esperar pelos outros;
 ar – recursos mentais ou sociais;
 água – emoções e sentimentos ajudam a matéria;

431
- espíritos agem para assegurar vida material, trazem
recursos, indicam a tranquilidade ou não dessas situações;
- como espíritos, celestiais administram o que lhe
prejudica;
- ver se há correspondência com alguma sefirá e os
caminhos dela;
- importância da juventude, quando o adolescente começa
a se firmar na vida e a desenvolver a capacidade de materializar
algo no futuro.

 Casa 3:
- ambiente, relações com pessoas próximas e irmãos;
- como se expressa nesse ambiente, vida cotidiana;
- primeiras oportunidades, treinamento para as chances
que virão, ou para as relações com os outros, com os que surgem
na sua vida normal;
- opiniões básicas, ideias, pensamentos habituais;
- informações externas que influem no interno,
aprendizado; o que recolhe de fora (respiração);
- deslocamentos comuns, viagens por perto (no piloto
automático), movimentos diários que ajudam a ser mais esperto;
- esquinas, ruas, bairro, vizinhança, relações comuns, mas
descompromissadas, embora por afinidades;
- intercâmbios;
- acesso a pessoas parecidas com você ou a locais
semelhantes ao que vive (mesmos costumes e linguagens);
- condições de expressão mental, conversas, leituras
básicas;
- ritmo ou arritmia, falar ou gaguejar;
- interesse no que está fora de si, no que vê;
- integração na vida diária, encontrar seu lugar aí;
- espíritos ajudam (ou não) nos desvios dos caminhos, nas
esquinas da vida e na ligação com pessoas dessa casa, podendo
lutar contra situações conhecidas negativas/prejudiciais visíveis
(essa casa não tem a ver com o mundo invisível);
- importância da fase adulta, com as consequências do
que fez na juventude e aproveitamento das experiências básicas e
das informações;
- ver se há ressonância de alguma sefirá.

432
 Casa 4:
- antepassados, resultado da hereditariedade, da história
familiar;
- vida privada, íntima, condições de pertencimento,
intimidade;
- local sagrado, ter o seu lugar de retiro e proteção,
raízes;
- habitantes da sua casa;
- base de apoio;
- mãe (desde a Idade Média passaram-se algumas
informações erradas ou duvidosas, a fim de que os segredos
ficassem reservados a poucos e, ainda, para que os verdadeiros
iniciados descobrissem por si e por suas pesquisas e inteligência.
Esse é um dos motivos pelas dúvidas ou divergências de muitas
coisas, inclusive se a c/4 refere-se à Mãe ou ao Pai);
- propriedades, permanência em algum lugar ou contexto;
- pessoas ocultas ou situações privadas/secretas, ou que
retornam do passado. Ou excluídas, ignoradas;
- espíritos que levam adiante o que você planta ou que
dão-lhe condições de ter um solo onde ficar (também túmulo);
- importância da velhice, dos últimos anos de vida e dos
sentimentos que ainda lhe impulsionam;
- ver se há alguma vibração de uma sefirá.

 Casa 5:
- amor manifestado e a encontrar (depende da casa 1 e
influirá na c/9. Todas as casas estão ligadas por elementos e
quadruplicidades. Portanto, esse amor visível também é influenciado
pelas demais casas fixas);
- prêmios, dons, reconhecimento, identificação;
- especulações (compensam falta de amor);
- produção/obra visível: filhos;
- dar à luz: educar;
- lazer, prazer, alegrar-se (com o planeta nessa casa e o
regente);
- perspectivas de satisfações de vida, situações visíveis
(nada fica oculto aí);
- prolongamento de algo (de família, obras, do que foi
feito na c/4, descendência – de filhos ou outras criações);
- espíritos abrem tais caminhos, mas podem fechar se não
apreciarem as condições;

433
- importância da infância, que marca os futuros prazeres
ou criações, do que acha que é felicidade;
- ver se há influência de alguma sefirá e quais os seus
caminhos.

 Casa 6:
- autodesprendimento, de si para alguma prestação de
serviços, preparação para o mundo externo;
- pagamento de débitos, fazer algo para os outros ou vida,
restituição, pagar favores;
- pessoas que lhe servem, ou que são colegas numa
atividade útil, subalternos a você, pequenos animais;
- subordinar-se a algo;
- doenças com controle, luta pela existência física (pela
saúde e por trabalho);
- hábitos;
- espíritos que lhe ajudam (ou não) a discernir, registrar,
catalogar, limpar o inútil a fim de evitar problemas de trabalho ou
de doenças;
- importância da juventude, quando se aprendem tarefas
que lhe ajudem a sobreviver na vida, consequências dos estudos e
informações;
- ver se há influência de alguma sefirá.

 Casa 7:
- relações com seus semelhantes, com parcerias em
qualquer nível e que sejam visíveis (nada de relações ocultas);
- simpatia por alguém, atrair uniões, para que haja
durabilidade das uniões é preciso sentir-se bem perto daquela
pessoa (inclusive dos sócios comerciais);
- inimigos declarados são aqueles em que há antipatia, ou
concorrência direta;
- antagonismos, disputas, hipocrisia social, ódio;
- busca racional (casa de ar) de um complemento;
- o que origina uma união ou parceria, conforme signo
(Leão: para ser aprovado);
- toda união influi na diminuição do ego, na adaptação da
identidade e em limpar asperezas pessoais;
- características dos parceiros, sócios, aliados, clientes. E
dos adversários com os quais se confronta diretamente;

434
- reação dos outros a você, como lidar com as
rejeições/divórcios;
- poder na mão do outro;
- espíritos revelam (até em sonhos) o que pode ajudar nos
desentendimentos com os outros, ou como atrair pessoas para não
ficar só;
- importância da vida adulta, com mais maturidade
mental, a cada instante de contato com pessoas;
- ver se há influência de alguma sefirá e seus caminhos.

 Casa 8:
- fim das experiências, das encarnações de qualquer
coisa;
- condições finais, encerramento de vida e de qualquer
situação, como se termina;
- reações ao término de qualquer coisa influem na morte
física;
- poder emocional social, ou interior face a algo externo e
que influi na expressão sexual;
- erotismo;
- doações, rendas, recursos trazidos de fora ou pelos
outros;
- condições, tipo de morte, atitude com a morte;
- condições financeiras dos outros e do parceiro(a);
- planetas nessa casa ligados ao dinheiro e recursos dos
outros;
- espíritos afastam o que lhe mata, enquanto não chega a
sua hora, e ajudam nas condições dramáticas;
- importância da velhice, como você vai se desapegando
ou se desfazendo daquilo que tem (ou se agarra), sabe que o futuro
é o fim;
- após Libra: sendo que o máximo de separação (180º)
está no eixo Áries/Libra. Portanto, a partir de Escorpião começa o
retorno. O máximo das casas é o eixo 1/7, na c/8 o fim leva ao
retorno;
- ver se há alguma relação com uma sefirá e seus
caminhos. No caso, Daat.

435
 Casa 9:
- crenças, doutrinas, religiões que possam dar (ou não)
suporte;
- viagens longas, distantes, que ampliam horizontes, vão
ao desconhecido, ver o nunca visto, ouvir outras vozes;
- senso de aventura;
- pessoas distantes, ou de condições distantes das suas;
aquilo que não está aqui, mas está lá;
- externaliza o projeto da c/1;
- força/energia moral acumulada;
- religiosidade, anseio por algo maior, fanatismo;
- grandes deslocamentos, energia (do fogo) em
movimento;
- mudanças, alterações morais, religiosas, filosóficas face
novas visões;
- espíritos conduzem ao cósmico ou divino, ao Além, a
outras D, ou a pessoas com opiniões e vidas bem diferentes da sua;
- busca de algo que lhe deslumbre;
- importância da infância, conforme o que lhe
proporcionou de ver além; resultado do conhecimento do passado;
- ver se há influência de alguma sefirá e seus caminhos.

 Casa 10:
- destino fora de casa, no mundo, vida pública,
extramuros;
- situação que ocupará no sistema;
- êxito ou descrédito, honra ou desprestígio, como é visto
pelo público;
- subida ou queda social;
- estatuto pessoal;
- condições na vida social conforme reações à vida
familiar, privada;
- construção da matéria, como usa a matéria,
concretizações;
- atitude profissional (não é a profissão, que é algo mais
amplo) e na sociedade;
- atividade externa, visível.
- ponto chave do MN;
- sem planetas aí, tem que se fazer por si, sem ajuda de
outros;
- pai, condição social da família;

436
- pai espiritual, alienação do pai influi na vida espiritual;
- senso de hierarquia;
- o que a sociedade saberá sobre você, reputação;
- em fogo: valores sociais morais;
em terra: valores práticos, manipulação da forma;
em ar: valores intelectuais, ideais;
em água: valores subjetivos;
- espíritos sustentem-lhe ou derrubam-lhe nas dificuldades
terrenas;
- importância da juventude, quando se preparava para
depois, a fim de ser incluído num sistema e como recebe, hoje, o
que vem das autoridades e de fora;
- ver se há envolvimento com alguma sefirá e seus
caminhos.

 Casa 11:
- segurança e proteção social, quem lhe ajuda no mundo
(ou o que);
- amigos nas horas difíceis, apoio externo;
- conhecimentos que faz quando se expõe ao mundo,
relações profissionais;
- pessoas que conhece devido a algum interesse mútuo,
ou aos locais que frequenta (amizades fortes são da c/3, aos
“irmãos”, camaradas de caminhos);
- ação em sintonia com o Universo ou grupos e não
consigo;
- influência da comunidade;
- situações externas conforme o que vai no seu interior,
reflexos do seu modo de pensar;
- projetos acolhidos racionalmente, adesões;
- compromissos sociais;
- espíritos amenizam problemas quando você perde
forças, quando está desgastado; trazem convivência social,
empurram para grupos;
- importância da vida adulta, quando vai se firmando na
coletividade, resultado da carreira, perspectiva de futuro;
- ver se há ressonância de alguma sefirá.

437
 Casa 12:
- fatalidades, provocações, testes, inteligência emocional;
- consequências da expressão das emoções;
- desejos kármicos;
- correções a fazer, tikun lhe chama;
- atuação dos inimigos que estavam ocultos (e entregam a
fatura num trânsito);
- injustiças, que lhe fizerem ou que você fez (criam os tais
inimigos);
- teste espiritual conforme enfrenta crises, força espiritual;
- desligamento, desapego, elevação espiritual;
- capturas, pessoas ou coisas que vão atrás de você (para
o bem ou para o mal);
- perseguições físicas ou imateriais, azar;
- exílio, retiro, à margem (voluntariamente ou não);
- clandestinidade, anonimato, low profile;
- em fogo: provas morais, arbitrariedades;
em terra: provas materiais, físicas;
em ar: provas mentais, ideológicas;
em água: provas sentimentais;
- conforme reage a esses testes ganha força psíquico-
espiritual, ou perde;
- espíritos lhe previnem quando você erra, desliza;
mostram consequências das faltas das casas anteriores;
- importância da velhice, em face do peso que acumulou
ou do desapego que libertou;
- ver se há influência de alguma sefirá.
*
As casas externalizam o potencial pessoal.
Portanto, qualquer casa pode ser avaliada conforme os
caminhos da AV. Assim:
c/2 - potencial financeiro
sabedoria financeira
entendimento financeiro, etc.
Faça um trabalho sefirótico em cada casa, veja o tikun a
corrigir ou os caminhos a percorrer.
O regente de uma casa é o seu espírito/anjo intermediário
para aquela circunstância. Quando ele está na própria casa que
rege, quer ter o controle daquela situação (não confia nem espera
tanto dos outros).

438
O planeta dentro de uma casa é o espírito/anjo/gênio que foi
buscar algo ali que é necessário para a casa que ele rege. Pode
ajudar ou atrapalhar ambas as casas, conforme seu caráter.
Dionísio, o Aeropagita, comentou:
- Espíritos sempre estão dispostos a ajudar se você aceitá-
los como eles são. Pois os humanos só perdem quando preferem
seu livre arbítrio em vez de seguir o que lhes foi destinado.
- Buscar a luz solar é encontrar apoio. As corrupções são
do corpo e dos humores lunares.
Agora, aprofunde um pouco mais:

 Elementos das Casas (em trígonos)

 Casas de Fogo: 1, 5, 9
Desenvolvem aptidões, conforme:
1 – o temperamento pessoal
 ousar para manter-se vivo
5 – ousar fazer o que o coração está pedindo: criar
 orgulho da obra e determinação para produzi-la.
9 – ousar abrir horizontes, pegar oportunidades, ver
perspectivas a longo alcance
 sair de casa, qualquer experiência terá valor um dia

 Casas de Terra: 2, 6, 10
Desenvolvem a vida prática conforme esforços para se
conseguir algo, conforme:
2 – aplicação dos recursos para o futuro e para os
desafios que surgirem
 manutenção da vida
6 – aplicação das técnicas de trabalho e dos cuidados à
saúde
 correções para aperfeiçoamento ou purificação,
eficiência
10 – aplicação de habilidades para ocupar posição social,
ser incluído num sistema/contexto
 ser respeitado e reconhecido pelo que faz

439
 Casas de Ar: 3, 7, 11
Desenvolvem diversos tipos de relacionamentos,
conforme:
3 – com pessoas próximas, companheiros de jornada,
familiaridade (não precisam ser da família)
 facilidade de contatos (ou necessidade)
7 – com parcerias, pessoas estranhas ao seu ambiente
natural, não tão próximas
 não ficar isolado, diplomacia
11 – com conhecimentos sociais, pessoas que lhe
tragam algum lucro secundário, que ajudem de
alguma forma
 interesse social em comum, agrupar-se

 Casas de Água: 4, 8, 12
Desenvolvimento de situações (penosas ou não) que lhe
levam a retirar-se ocasionalmente; não ficar muito
tempo na linha de frente, conforme:
4 – privacidade, invisibilidade quando convier
 questões complexas familiares ou intimas
8 – situações que exigem reformulações (não
acontecem como você gostaria)
 capacidade de recuperação e superação
12 - momentos difíceis, geralmente com sofrimento
emocional, confabulações
 luta nãos bastidores, preparações

Quadruplicidades das Casas (em quadraturas e oposições)

 Casas cardiais: 1, 4, 7, 10
Desafios de abertura de situações, de
enfrentamentos diretos e reações imediatas para
dar continuidade à vida, conforme:
1- impor-se na vida, nascer
 caráter e estrutura pessoal
4- condições hereditárias e no final da vida
 influência de situações familiares ou íntimas
7- associações em geral
 pessoas que vai encontrando pela vida e se
comparando

440
10 - posições e situações que exigem postura e
investimento
 comportamento social disciplinado

 Casas Fixas: 2, 5, 8, 11
Desafios do que se faz ou do que fará e que
pretende manter; desafios da
durabilidade/permanência de algo, conforme:
2 - ameaças do futuro imediato
 condições econômicas
5 - testes com filhos ou com o que criou (ainda que
abstratamente, mas que tem energia visível)
 condições de continuidade do prazer
8 - riscos de eliminações
 importantes desafios de ritos de passagem
 perda da inocência
11 - desafio em conseguir apoio social
 adesões, inclusões num plano

 Casas Mutáveis: 3, 6, 9, 12
Desafios para enfrentar as consequências do
passado, dos atos e decisões, do aprendizado,
conforme:
3 - ir onde desejar, ir e obter informações
 relações com o ambiente e ao redor
6 - luta existencial diária
 cobranças da vida
9 - crises filosóficas ou religiosas, testes com o que
está longe de si
 querer alcançar algo, o que não tem lhe cobra ou
estimula
12 - ameaças indiretas, situações ilusórias, mundo
abstrato interferindo
 compromissos obrigatórios ou aprisionantes que
exigem dedicação constante.
*
Os 12 signos têm relação com as 12 casas. Os qbl associaram
os signos às 12 tribos de Israel, como você viu. E as 12 casas foram
associadas às 12 metas de um povo, governo, cultura.
O primeiro Hierofante hebreu, ou Grande Sacerdote foi o
irmão de Moisés (por parte de pai), Aarão, que tinha melhor

441
comunicação do que ele (parece que Moisés era gago ou se
emocionava muito quando falava). E um sacerdote precisa ter boa
comunicação para ser aceito e entendido, já que os hierofantes
comunicavam o sagrado (a fala sagrada). Eles usavam um colar
com 12 pedras preciosas, representando aquelas 12 tribos (as
pedras preciosas foram recolhidas entre os judeus do exílio que
tinham bens). Afinal, um Grande Sacerdote não podia parecer um
mendigo. Pelo menos para impor uma religião, o monoteísmo,
naquela época.
Os judeus estavam enfraquecidos face às divisões tribais e
Moisés reuniu-os na fuga do Egito, para um objetivo em comum.
Isso diz o mito.
Talvez não estivessem enfraquecidos, talvez preferissem
manter os costumes pessoais. Pois nem todos os judeus quiseram
sair do Egito e abandonar o que haviam construído para enfrentar o
desconhecido e as agruras e ameaças do deserto. Talvez os que
acompanharam Moisés fossem ou muito
idealistas/românticos/aventureiros, ou nada tivessem a perder.
Então, você decide:
- quer unir os 12 signos, tornando-os apenas no zodíaco,
como um todo;
- ou prefere manter a identidade de cada signo, com seus
valores próprios?
- quer unir as 12 casas, como uma sociedade única;
- ou prefere que cada atividade tenha vida própria e
negociem entre si?
Cada signo tem seus planetas regentes e deuses/espíritos
protetores. Os hebreus (e egípcios) tinham seus deuses e pedras
conforme signos e tribos. Ei-los (acrescentarei os deuses egípcios a
título de curiosidade ou erudição):

442
SIGNO TRIBO PEDRA HEBREU EGITO
Áries Had Calcedônia Yaweh Amon
Touro Efraim Esmeralda Shaddai Apis
Gêmeos Manasses Sardônica Kodech Hersul
Câncer Iprahar Prata Zedek Hermanubis
Leão Judah Ouro ou Metraton Momphta
Crisólita
Virgem Neftali Berilo Vesiu Isis
Libra Azer Topázio Shezed Omphta
Escorpião Dan Crisopasa Tehinah Typhor
Sagitário Benjomin Jacinto Zakay Nephte
Capricórnio Zabulon Ametista Yah Anubis
Aquário Ruben Carbúnculo Emanuel Kanorus
Peixes Simeão Safira Hodech Jho-on

Obs.: as pedras usadas pelos hindus são diferentes. Referem-


se aos planetas e daí aos signos que eles regem. São:
Sol - rubi
Lua - pérola, pedra da Lua
Mercúrio - esmeralda
Vênus - brilhante
Marte - coral vermelho
Júpiter - topázio imperial
Saturno - safira

Os 7 planetas visíveis regem as horas planetárias e os ciclos


anuais, na ordem decrescente de velocidade, isto é, do mais lento
para o mais rápido.
Assim: 2.013 - Saturno
2.014 - Júpiter
2.015 - Marte
2.016 - Sol
2.017 - Vênus
2.018 - Mercúrio
2.019 - Lua
2.020 - Saturno, etc.

Antigamente, quando os planetas transpessoais hão haviam


sido descobertos, os 7 planetas visíveis regiam os decanatos dos
signos (e das casas), mas numa ordem decrescente, totalmente
diferente da que vem sendo usada tradicionalmente. Seria assim:

443
Áries - Marte, Sol, Vênus (1º, 2º, 3º decanatos)
Touro - Mercúrio, Lua, Saturno
Gêmeos - Júpiter, Marte, Sol
Câncer - Vênus, Mercúrio, Lua
Leão - Saturno, etc., etc.
Não tem sentido. Usa-se a tabela de decanatos que você já
conhece, conforme os planetas regentes do elemento do signo,
começando pelo próprio regente do signo. Recordando:
Virgem – Mercúrio, Saturno, Vênus, correspondentes aos
decanatos de 1º Virgem, 2º Capricórnio, 3º Touro.
Para os qbl, os deuses/espíritos executores viviam naqueles 7
planetas mais próximos da Terra, “funcionando” como
intermediários diretos nas casas onde caem no seu MN.
Também cada hora planetária tem o seu espírito executor,
seguindo aquela mesma ordem decrescente. A 1ª hora corresponde
ao momento do nascimento do Sol (que varia conforme latitude) e
refere-se ao planeta regente daquele dia. Exemplo: 6ª feira, dia de
Vênus, que regeria a hora do nascimento do Sol naquela época;
segue-se a hora de Mercúrio, etc. Há tabelas específicas para essas
horas. Alguns autores dizem que elas começam a 0h.
Antigos magos usavam as horas planetárias. Se você quer ser
um mago atual, use uma hora condizente com o trânsito sobre um
MN.
Para os antigos qbl, um gênio planetário, como os deuses
mitológicos e os arcanjos não se metem nas funções de outros
gênios. Pois Vênus é Vênus e Saturno é Saturno.
Eles interferiam na Humanidade de modo decisivo, não
permitindo livre arbítrio (o que era considerado tolo e prejudicial
para a evolução). Assim, um trânsito de Júpiter numa casa obriga a
pessoa a crescer, expandir, abrir horizontes naquela área. Se você
usar o livre arbítrio de não expandir, seria um rematado ... tolo. Seu
livre arbítrio consistiria em abrir perspectiva de um modo ou de
outro, não obrigatoriamente de um único jeito (seria totalitário).
Assim como um governante de um país teria a obrigação
determinista de pensar, em primeiro lugar, no bem da nação e não
no seu ou no da sua turma. Isso seria um livre arbítrio prejudicial. O
que você acha? E seria hybris (arrogância), cometendo um tikun
(erro, sujeito a conserto). Para os deuses cósmicos é um erro
gravíssimo, o pecado do orgulho.

444
As considerações sobre o livre arbítrio vieram muito depois
das ordens cósmicas (vieram há uns 10.000 anos, por aí). O livre
arbítrio veio para preencher os desejos pessoais e a lei do menor
esforço, transgredindo a honra, o dharma. Pois o determinismo
cósmico exige investimento pessoal, sair da zona de conforto,
aguentar as críticas dos outros, etc.
Exemplo: Saturno na casa 3 exige, cosmicamente,
informações responsáveis, disciplina com os documentos, etc. O
livre arbítrio induz você a deixar para lá... E, talvez, em vez do seu
senso crítico pessoal, prefira criticar os outros. Ora, critique-os e
critique-se. (Saturno é um planeta crítico, pois consciente da
realidade).
O livre arbítrio, inclusive, nunca será total. Pois Saturno É
Saturno e você já deve ter percebido isso nos trânsitos, no seu MN
e na casa natal onde ele está.
Os planetas pessoais atuam nos mundos paralelos,
geralmente começando de modo sutil e, depois, arrebentando. É
bom saber em que casas do seu MN eles estão passando, até
porque demorarão a-nos por lá. Eles começam a agir no
subconsciente e, conforme vão se aproximando de um aspecto
exato, tornam-se compulsórios. Mudam a vida dos planetas que
aspectam, das casas onde passam e das casas que regem. Nada
mais será como antes. Para o bem ou para o mal, como dizem. Mas
sempre é para o bem da evolução pessoal.
Num trânsito de Netuno sobre Vênus, talvez seja melhor você
ficar seduzido pelo Amor Impessoal a um ideal do que por uma
pessoa. Mas, tudo bem, seduza-se, encante-se (é determinante)
pelo que você quiser (é livre arbítrio).
A maioria das pessoas, na atual cultura, interessa-se pelo
básico e pela vida pessoal. O que é um problema quando a pessoa
dirige algum sistema e pode ser útil se a pessoa está com
dificuldades de sobrevivência.
Outra parte, ainda grande, mas não a maioria, interessa-se
pela vida social, profissional, pública, de crescimento na sociedade.
O melhor seria: ambição com consciência social.
Conquistadores inteligentes, como Nabucodonosor e outros
mais recentes (como na Guerra da Coreia, séc. 20, com o Japão),
separavam os prisioneiros em dois grupos:
- os líderes e empreendedores
- aos comuns, os seguidores, adaptados.

445
E vigiavam os líderes, sem se preocuparem tanto com os
comuns. Quando Nabucodonosor conquistou Jerusalém e derrubou
o Templo de Salomão, levou para a Babilônia, como escravos (era o
costume da época) a elite judaica. Entre essa turma estava o futuro
pai de Abrahão.
Uma minoria da população interessa-se pela expansão de
consciência, por valores cósmicos, universais, abstratos e
humanitários.
Mas não devem esquecer de por os pés no chão, ou logo
desencarnarão.
Curiosidade sobre Plutão ou casa 8: o escritor Philip Roth
(“Patrimônio”, ed. Cia. Letras, 2.012) faz interessantes observações
sobre a morte, nas doenças mortais (vendo o caso do pai dele):
- a doença mortal atinge o espírito e se manifesta com
frustração e vergonha;
- a dor antecede à dor (começo das devastações), a morte
antecede à morte (final de várias coisas da vida);
- a morte pode vir com um aviso, como, por exemplo,
recusando-se uma comida predileta (e, depois, ter um enfarte
fulminante, como se, antes, a morte lhe dissesse: Chega! Agora há
outros interesses!);
- o problema não é a morte, mas os horrores das doenças
prolongadas e humilhantes (uma indignidade);
- certas escolhas não são escolhas, como optar por uma
cirurgia problemática, que só vai adiar um pouco a morte. O risco
de operar ou não é o mesmo (pois a morte já está ali, à espera);
- então, afastar-se dos hábitos da vida, antes que a vida
se afaste;
- sempre se morre sozinho, nesse momento não se
precisa de ninguém (do outro lado está o gentil Anjo da Morte,
aguardando com compaixão);
- Deus não está nos templos artificiais e protetores, Ele
está na vida real e tudo vê: o bem e o mal;
- e completa: a ficção é um exercício de transformação da
realidade. E se todos morrerão, a questão não é sobreviver, mas o
sentido da morte.
*
A posição dos planetas nas casas mostra a que você veio e o
que enfrentará. Os trânsitos sobre eles e casas indicam um
momento único irrepetível.

446
Todo instante é mágico porque jamais acontecerá
novamente.
Quando você faz ou cria algo está dando vida a algo. Não é
para apegar-se ao que criou. Tudo também passará.
O destino do homem é criar, dar vida a algo, tornar visível.
Daí a importância da casa 5, muitas vezes desprestigiada ou olhada
apenas como: filhos, prazeres.
Mas ela mostra a sua capacidade de criar algo visível ou o
seu desinteresse em dar vida a algo – não especificamente a
pessoas, pois o mundo já está superpovoado.
Exemplo: ao escrever este livro, dou vida a essas
informações. (Tenho Gêmeos na c/5). E, ao partir do seu término
(c/8), ele não será mais meu, mas do que me é distante (c/9).
Pessoas com planetas na c/8 costumam terminar as coisas ou
terminam por elas (às vezes, é falência, demissão, aposentadoria,
perdas, etc.).
Pessoas com planetas na c/9 distanciam-se de situações ou
anseiam pelo que imaginam.
Voltando à c/5: quando você se desapega das suas criações,
elas ganham mais luz (casa solar), mais Vida. Apegar-se às obras é
provocar-lhes mortes prematuras (quadratura com a c/8), ou sua
decadência, mofo, ácaros.
Trânsitos trazem pessoas e situações, conforme as casas que
passam e os aspectos. São espíritos executores acabando com uma
rotina, obrigando você a ficar atento e ver o que não via.
Todo trânsito é uma interferência de um espírito e é pessoal
e intransferível.
O “seu” Júpiter e o “meu” Júpiter fazem parte do mesmo
séquito, da mesma família, mas atuam de modo diferentíssimo, até
porque têm outros motivos.
Todo Júpiter busca novas oportunidades de desenvolvimento.
Mas isso é motivado pelas casas em que ele está e rege no MN e na
casa que está transitando.
Se você ficar atento, nada lhe fará mal. Leia essa frase
novamente.
Antigos qbl diziam que os planetas tinham ciclos de 36 anos,
conforme sua posição numa estrela de 7 pontas. Veja:

447
Em que, conforme as setas:
- Saturno liga-se a Vênus;
- Vênus liga-se a Júpiter;
- Júpiter liga-se a Mercúrio;
- Mercúrio liga-se a Marte;
- Marte liga-se à Lua;
- Lua liga-se ao Sol;
- Sol liga-se a Saturno.

Por fora da estrela, os planetas seguem a ordem


decrescente: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua.
O ciclo de 36 anos da Lua, por exemplo, é de 1.980 a 2.015,
o do Sol (porque a Lua liga-se ao Sol) é de 2.016 a 2.051. Depois
será o de Saturno (porque o Sol liga-se a ele), de 2.052 a 2.088,
etc. Basta seguir as setas.
Essa técnica não é mais usada, mas é uma curiosidade, ou
pesquisa para quem se interessar.
Platão referia-se à cultura egípcia como iniciada por volta de
50.000 AC. Ele dizia:
- O mundo abstrato é melhor que o concreto, as imagens
preenchem mais do que as realizações. A realidade é uma imitação
incompleta da abstração.
Isso porque ele não viveu naquela antiga época em que
pessoas e natureza funcionavam em uníssono, seguindo as leis
naturais. O abstrato se tornou uma terapia. Hoje indispensável.

448
O que isso tem a ver com as casas? Talvez nada, talvez tudo.
Investigue.
*

449
12. MAGIA

Os antigos iniciados (Egito, Babilônia, etc.) eram pessoas de


melhores condições sociais, mesmo porque nem todo mundo sabia
ler, escrever, pesquisar.
As escolas secretas e a de Pitágoras foram das mais
conhecidas por nós (sem falar nos essênios, pré-QBL), exigiam
demonstração das capacidades e aptidões dos candidatos. Até os
faraós egípcios passavam por testes. O povo sabia que nos templos
estava a elite do conhecimento e, por isso, respeitavam os
sacerdotes-magos.
Não sei se você viu um filme moderno chamado “A
Colombiana”: a moça havia perdido os pais assassinados e queria
tornar-se uma assassina bem sucedida. Pediu a seu tio, competente
matador, que lhe ensinasse as técnicas. Ele respondeu à então
menina que, antes, ela deveria ir para a escola, obter conhecimento
e instrução e observar a psicologia das pessoas. Pois ninguém é
exímio em nada, sem isso. Esse tio devia ser uma reencarnação de
um discípulo de Maquiavel, quiças de Pitágoras.
A Astrologia e a QBL sempre foram conhecimentos sagrados.
Foram os horóscopos de $1,99 (desde priscas eras) que fizeram as
pessoas ironizar a Grande Mãe de Todas as C.O. Aliás, alguns dos
estudiosos achavam que isso até não era mal, pois deixava
afastados dos conhecimentos os incapazes e tolos.
Para você conhecer e usar bem algum conhecimento precisa
ter sido “chamado” por ele. Aí, essa paixão lhe abraça. Essa é que é
a verdadeira seleção.
Os qbl achavam que a Astrologia era uma revelação divina,
transmitida por mensageiros celestes (no que S. João Batista
concordava). Era repassada aos selecionados, pois que ela:
- penetrava na alma (se não penetrar na sua, talvez você
não tenha “ouvido o chamado”);
- mostrava a evolução da vida em vários níveis;
- aprofundava a psicologia das pessoas (muito antes da
psicologia e da pedagogia);
- ensinando a usar as vibrações de pessoas e coisas;
- via além do visível, conhecia os bastidores de tudo e as
percepções de outras D;
- portanto, mostrando como vencer metas, atingir
objetivos (facilitando o progresso).

450
QBL costumavam afastar-se de situações mais mundanas
(porque ouviam e aprendiam no silêncio), interessavam-se pela
harmonia universal e aprendiam a lidar com ela.
Claro, como em todos os lugares e situações, também
haviam malucos. O próprio Abuláfia era considerado malucão.
Os qbl transmitiam os conhecimentos numa linguagem mais
simples e reduzida, a fim de educar o povo para uma perspectiva de
evolução e harmonia com a natureza – pois ela era o universo mais
próximo, visível e compreensível. Tinham sua didática de expansão,
pois todos têm Júpiter no seu MN. E cada um vive um planeta do
MN conforme:
 hereditariedade
 ambiente em que vive
 sistema sociocultural ao qual pertence
 VP
 nível de consciência e interesse.
O Mago, ou Iniciado, é uma pessoa sensível, intuitiva,
perceptiva e atenta, e cuja meta é a evolução. Desta forma, detém
o Saber (representado pela serpente). Esse Saber pode ser bem ou
mal usado, como a serpente que pode matar ou curar, como o
caduceu de Hermes/Mercúrio.
Nenhum mago é apressadinho. Nada é imediato e, quando
parece que é, não é, pois foi resultado de um longo treinamento e
investimento, de um firme otimismo. Porque Sabe.
Ele só usa seus poderes quando há um objetivo de magia,
sendo uma pessoa comum na sua vida pessoal. Como um
profissional em ação no mundo que, para ser bom profissional,
precisa estar “incorporado”, investido nas suas metas e que depois
vai para casa e encaixa-se na sua vida comum. Ou seja, você só
conhece o mago quando ele está em ação, fora disso, passa
despercebido. Afinal, ele não é um artista de TV. Aliás, magos não
vão à TV. Quem vai são os mágicos.
Magos atuam nas transformações conscientes do futuro.
Mágicos atuam nos fenômenos, nos efeitos cênicos.
Conscientes do presente.
Ou seja, a magia atua quando há incorporação, a posse de
uma intenção, um objetivo (e uma plateia interessada, se for o
caso. Ex.: um orador mago abre a consciência dos ouvintes, se eles
estão interessados. Para ouvintes “surdos” não há magia, não há
canal. Não adianta dar nozes a quem não tem dentes, dizia minha
avó).

451
O mago precisa de força de vontade, confiança (que vai
melhorando com a prática) e desprendimento. O apego pode travar.
Sabe-se que uma cura ocorre por sugestão mental. O doente
precisa estar envolvido psiquicamente no processo de
transformação. Tanto quanto o terapeuta ou médico. Quando o
facilitador não acredita ou não se envolve no que faz, a magia fica
pela metade. Na magia da cura ou na transformação, os dois lados
precisam estar em sintonia.
Mago que não acredita não é mago.
Mas ele também precisa descarregar-se. Não podem
trabalhar ininterruptamente, nem ficar socializando muito tempo.
Ele sabe lidar com pessoas (razão pela qual ele usa sua Vênus
adequadamente), mas não se apega a ela. Está junto e separado. O
mago precisa de distanciamento para renovar-se. O assédio de
pessoas esgota a energia transpessoal porque esse assédio é
pessoal.
A grande força (conforme Hipócrates) é querer fazer o bem.
A Vontade, como o Tao, tem concentração total e quietude
interna – ou é estraçalhada. Qualquer pessoa que seja assim pode
ser maga. Por isso, não perdem energia preocupando-se com
pequenas coisas inúteis: excesso de realidade diminui a PES, traz
imaturidade, pessimismo.
Zoroastro (Zaratustra), o místico e erudito persa (Irã) disse:
- Os Gathas (ou escrituras persas) dizem que o Ser
Supremo, Ahura Mazda, criou dois seres gêmeos que produzem a
Realidade e a Irrealidade, onde estão todas as criações. E ambas
são positivas.
- Mas, um dia, houve uma degeneração que as
transformou em Bem e Mal. O Bem foi associado ao Ahura Mazda e
o Mal a Ahriman.
- Mas a Realidade é externa, visível e a Irrealidade é
interna, subjetiva.
- E é do seu lado interno, dos seus valores pessoais que
vem a motivação pessoal que faz algo crescer. E isso não é o Mal.
Os sacerdotes do Zoroastrismo eram chamados Magi, que
originou a palavra Magia. Os Magi lidavam com o irreal e o real, o
invisível e o visível. Eles não tinham templos nem imagens
(consideravam tolices). Subiam no alto das montanhas e ofereciam
sacrifícios aos céus (que chamavam de Zeus, o deus grego), aos
astros, aos elementos. Foi bem mais tarde que os persas

452
introduziram a adoração ao deus-sol Mitra, o salvador (e a história
de Jesus tem semelhanças com a de Mitra).
Os Magi interpretavam sonhos. Provavelmente eles
descendiam dos xamãs da época do Neolítico (Idade da Pedra). Só
que os xamãs usavam a força mágica da natureza (mana) e os Magi
eram eruditos, estudiosos dos conhecimentos da Matemática e da
Astrologia, e adivinhos. Como os hindus, também acreditavam na
transmigração da alma.
Zoroastro (ou Zaratustra) viveu no séc. 7 AC. Supõe-se ser o
autor do livro Zend-Avesta, que contém os princípios dessa
filosofia/religião zoroastra.
A partir do rei Ciro, morto em 529 AC e que liberou os judeus
da Babilônia, por ser mais prático para ele, começou a degeneração
da filosofia dos Magi. E eles tornaram-se responsáveis por uma
religião poderosa, como a dos sacerdotes egípcios.
A seita dos essênios, hebraica, surgiu nos séc. 3 e 2 AC, com
características comuns dos Magi e do orfismo grego de Orfeu (vida
após a morte). Se você estudar religiões comparadas, verá as
semelhanças, com alterações culturais e de época. Variações sobre
o mesmo tema, como o Bolero de Ravel. Essa seita era:
- composta de ritos de iniciação;
- o período de noviciado era de um ano e, depois, testes
por mais dois anos;
- pregavam a pureza, não matar;
- esse grupo religioso depois foi para o deserto, perto do
Mar Morto, (onde surgiram os Pergaminhos do Mar Morto);
- elevação mental, solenidade e temor nos mitos
iniciáticos (temor como reverência);
- segredos mágicos, medicina, maestria sobre plantas e
minerais;
- descobrir os segredos da natureza: por exemplo: cada
flor tinha seus mistérios. Diz-se que as flores (e suas cores que
Perséfone recolhia quando foi sequestrada por Plutão eram rosa,
açafrão, jacinto, violeta);
- S. João Batista era essênio e Jesus foi iniciado pelos
essênios, antes de ser Cristo.
O “fundador” da Magia foi Ninghiszida, irmão de Marduk, da
Suméria/Babilônia (que depois tornou-se Hermes Trismegistus e
Thot).

453
O Primeiro Grande Iniciado parece ter sido Pitágoras (o
egípcio Imhotep era outro). Pitágoras, Buda, Confúcio e Lao-Tse,
grego, hindu, chineses, viveram na mesma época.
Pitágoras ganhou o apelido de Pai da Matemática, o que não
é correto. Ele era bastante místico, interessado em tudo que
expandisse consciência e ajudasse a compreender o mundo, e a
Matemática e a Numerologia eram alguns dos meios de demonstrar
o invisível do mundo.
Para Pita, os números tinham tanta individualidade como as
pessoas e a natureza (princípio da Guematria e, depois, das sefirós.
E claro, também das futuras casas astrológicas, basta você rever os
significados dos números e vinculá-los aos significados das casas).
A mente de Pita (e dos magos) funcionava por analogias.
Cada fato era o símbolo de algo maior, como um holograma, como
cacos de um quadro (um cliente, com trânsito de Urano na casa 10
e originário da casa 3 natal foi defenestrado de sua posição social,
“quebraram-lhe as pernas”. Pouco depois, ele caiu de uma escada
alta e quebrou as pernas. E, como estava “quebrado” por dentro e
por fora, teve que reconstruir os seus “cacos” de vida).
Aprenda a ver além.
Pitágoras criou a palavra Filosofia. E sua filosofia estava
impregnada de misticismo, influenciando a história da Magia. Seu
discípulo mais famoso foi Apolônio de Tiana, séculos após sua
morte. Viveu no séc. 1.
A vida desse Apolônio foi, decididamente, cinematográfica.
Ele era um senhor médium e fazia incríveis previsões. Sua filosofia
misturava os conceitos pitagóricos, hindus, babilônicos, egípcios.
Viajava bastante e sua vida misturava mito e realidade.
Dizia-se ser filho do deus grego Proteu, portanto sendo deus
ou semideus, mãe terrena. Chegou a ser chamado de Anticristo, por
conhecer magia. Foi caluniado e destratado, colocado por seus
inimigos como rival de Cristo, portanto na mesma categoria.
Dizia-se que ressuscitava os mortos (sabe-se que, após a
morte cerebral, o cérebro passa por graves e irreversíveis danos,
portanto não se ressuscitaria um imbecil. Mas pode-se ressuscitar
de paradas cardíacas, como Lázaro).
Conta-se que salvou o povo do Éfeso, na Grécia, da
contaminação da peste, do seguinte modo: Andando na estrada,
deparou com um mendigo que tinha a peste, empesteado.
Convenceu o povo a apedrejá-lo até a morte: seria um mal menor

454
perante um mal maior, morrer um em vez de 10 mil (Há uma
parábola budista semelhante).
No séc. 1, muita gente do Mediterrâneo estava cansada do
stress das cidades e queria uma vida mais tranquila e
contemplativa. Esse pessoal mudou-se para o deserto e formou
comunidades. Anos depois, a Igreja classificou-os como hereges
gnósticos, destruiu seus escritos e distorceu o que sobrou.
Por outro lado, êxodos (como na década de 2.010, com o
povo sírio) são saltos de evolução ou mudança na humanidade.
Geralmente por algum tipo de calamidade, que ninguém sai de casa
à toa.
Houve um salto por volta de 4.000 AC, ao surgir as cidades
da Suméria, etc. (Talvez por gente vinda do Cáucaso). Outro foi um
salto religioso (e intelectual) na Era Axial, nos séc. 8, 7, 6, 5 AC. Era
de Transformação (ver “Conhecimento da Astrologia dos 7 Raios e
das 9 Dimensões”, da autora): época de Zoroastro, Buda, Lao-Tse,
mitos de Orfeu, Dionísio, mitologia grega se fortalecendo, Pitágoras,
Sócrates, etc. Incluindo os druidas da Gália e da Grã Bretanha.
Avanço da civilização nos séc. 7 e 6 AC.
Outro salto foi a queda do Império Romano, a Invasão dos
Bárbaros, as reações contra os romanos e o paganismo, entre os
séc. 1 AC e 1 DC. Logo no início, os essênios foram para o Mar
Morto e desenvolveram o misticismo judaico. Homenageavam um
homem a quem chamavam de Grande Mestre: não se sabe quem
era e talvez não fosse uma pessoa como imaginamos.
No séc. 1, fortaleceu-se o Cristianismo com S. Paulo, com a
sedução da vida do além, o reino de Deus, onde não haveria luta
diária pela sobrevivência, nem o tédio do cotidiano. Solo fértil para o
anseio por Algo Mais.
A base das seitas gnósticas (Conhecimento) era:
- o mundo foi criado pelo Demiurgo, uma espécie de ser
presunçoso, um demônio...;
- Deus está acima da Criação, e é o Abismo, o Não-
Existente. Ele é além de tudo o que há (o que tornou um dos
conceitos qbl. Ain (Nada), Ain Soph (Além do Infinito, Ain Soph Aur
(Além da Luz Infinita do Nada));
- a divindade dividiu-se e aconteceu a Queda, em face de
Sofia (ou Sabedoria). Dessa Queda é que surgiu o Demiurgo que
criou o Universo (na QBL, foi a divisão da Luz, o Raio, o TzimTzum);
- o Demiurgo ou Arconte (misterioso) criou outros 6
Arcontes e, juntos, criaram o Homem;

455
- o Grande Arconte acha-se o único Deus, não sabe que
há algo superior a si;
- o homem vive nesse mundo, mas anseia pelo verdadeiro
lar (fonte, paraíso), por isso, vive numa prisão;
- com a sabedoria da Serpente do Paraíso (que é um
enviado pela Bondade Divina, a fim de trazer Conhecimento e,
assim, alcançar a ascensão ou salvação da alma. É Daat, na AV) o
ser humano se elevaria;
- o verdadeiro lar é a Luz Divina, Infinita, Ain Soph (ou En
Sof);
- a liberdade é conseguida através da vontade e do
intelecto (a propósito, os gnósticos não suportavam o judaísmo pré-
QBL, pois julgavam-no mesquinho, e, também, desprezavam as
religiões greco-romana, achando-as degeneradas).
A seita dos Maniqueus (seguidores de Mani, originando o
maniqueísmo) foi uma derivação do Gnosticismo, surgindo mais
tarde, com os conceitos:
- tudo que pertence ao mundo é mau;
- tudo que pertence ao espírito (pneuma) é bom;
- o sexo é mau porque prolonga o mau, através dos
nascimentos;
- a morte é uma dádiva, pois larga-se o mundo
(praticavam a eutanásia, nas doenças de sofrimentos irreversíveis);
- consequentemente, o maniqueísmo enfatiza a dualidade
entre Bem e Mal (hoje, chama-se maniqueísta à pessoa assim).
Para os gnósticos, Queda significa salvação ou conhecimento.
A QBL tem algumas raízes no Gnosticismo, apesar das
doutrinas vindas de Abrahão (estágio do misticismo judaico
primitivo), formadas na Babilônia.
A QBL é um dos sistemas místicos de pensamento mais
antigo. Considerada a chave para os mistérios do Universo.
Influenciou filósofos, pensadores, religiosos, cientistas (e, antes, os
essênios do séc. 2 AC). A QBL, na Idade Média e no séc. 15, da
Reforma, é que era a Doutrina Secreta. No início do séc. 20, H. P.
Blavatsky escreveu a sua Doutrina Secreta, que era uma compilação
dos antigos estudos esotéricos.
A base da QBL é a AV, que com suas 10 emanações divinas
(as sefirós), representaria a Criação: a descida da divindade, ou a
viagem da alma. Quando a alma chega a Malkut, o Reino físico,
entra em amnésia, ou seja, esquece de suas origens.

456
Depois, a alma vai tentar ascender, ou seja, reunir-se,
reencontrar-se com o divino, recomeçando a subida na AV,
desfazendo-se das angustias, prazeres, temores materiais.
Ora, esse é o mesmo processo da sequência das casas do
MN, como você verá. Reparando o nível mais pessoal nas casas de 1
a 6 e o mais coletivo-social nas casas 7 a 12. Ao chegar na c/12, já
se está desprendendo.
O corpo astral é espiritual, abstrato, invisível, mais conhecido
como corpo etérico, periespírito. Quando você morre, ele se
desprende do físico. Mas, em vida, é com ele que você se eleva
psiquicamente. Certamente, essa elevação da alma ajuda, facilita na
hora da morte. Esse corpo astral é usado pelos qbl em meditação.
Mas, e as casas? Pois é. As casas.

CASAS

Casas são circunstâncias.


Algumas casas têm planetas: circunstâncias mais procuradas
e atraídas. Acontecimentos, com certeza. Realizações.
Planetas atuam nessas circunstâncias, buscam essas
condições.
As casas também podem ser associadas aos 4 mundos, por
analogia aos 4 elementos. Exemplo:
 casas de fogo – 1, 5, 9
- associadas ao Mundo da Emanação;
- busca da perfeição divina;
- luz irradiando;
 casas de terra – 2, 6, 10
- associadas ao Mundo da Ação;
- concretização, visibilidade do Cosmos na Terra;
- luz sólida, manifestada;
 casas de ar – 3, 7, 11
- associadas ao Mundo da Formação;
- buscando contatos, relações;
- luz das ideias, pensamentos;
 casas de água – 4, 8, 12
- associadas ao Mundo da Criação;
- mais abstratas, espirituais;
- criação cósmica começa quando há envolvimento com
algo;
- luz criadora.

457
As fases do nascimento de qualquer coisa, pessoa, situação,
também tem 4 etapas, níveis. Se quiser, também pode relacioná-las
às casas. Assim, qualquer assunto de uma casa pode passar por
essas fases.
Exemplo: MC ou c/10 – vida pública, situação na sociedade,
como adulto, concretização da sua cidadania, a que veio:
a) fase de abstração – apenas o potencial de um futuro
social ou profissional;
b) fase de criação interna – envolvendo-se, como se o seu
espírito estivesse ganhando força para encarnar algo no sistema em
que você vive. Ou desencarnando-se (essa casa, por exemplo, é
importante no momento da morte; geralmente, tem trânsitos
passando ali);
c) fase de gestação ou formação – ganhando consistência
para o futuro na sociedade, fazendo reajustes e alterações, vendo o
que é preciso fazer antes de mostrar ao mundo, fazendo os
contatos sociais necessários;
d) fase de realização – pronto para concretizar, mostrar a
obra, experiências conforme planetas na casa e seu regente
aparece: vernissage da casa ou choque existencial.
O instante do nascimento cristaliza-se no ASC ou c/1. Como
se fosse a escolha da alma, ligada a uma forte intenção. O seu MN é
o resultado dessa intenção e cada casa é como se fosse uma frase
da sua Oração, os diversos pedidos da alma – ainda que hoje você
critique. Mas a alma sabe porque se materializou em você, com
essas circunstâncias desejadas para uma evolução (evolução =
conhecimento experiência).
No MN, nas casas estão seus interesses e talentos (conforme
planetas). Estão os desafios e, lembre-se! as soluções. Além de
antigas lembranças de VP que estão prontas para serem usadas
hoje (senão, você não se lembraria).
Os planetas nos Hemisférios do MN mostram suas posições
no momento do nascimento: um momento e uma posição cósmica,
galáctica. E o tipo de vida que sua alma preferiu direcionar.
- Hemisfério Norte, casas 1 a 6
 1º - controle pessoal, assertividade
 2º - formatação de base
- Hemisfério Sul, casas 7 a 12
 3º - escolhas sociais, influência dos outros

458
 4º - liderança (conforme a posição do regente do MC; se
na c/9, por exemplo, busca liderança moral, ou longe do seu
ambiente).
A casa onde estiverem os Nodos Lunares:
a) casa do N. Norte – pode ganhar algo ali, conforme
dispositor do Nodo: ver onde ele está;
b) casa do N. Sul – deve desapegar de algo ali assim que
sentir a intuição de um aviso, conforme dispositor desse Nodo: ver
onde ele está.
Sabendo que, no caso dos planetas transpessoais, como
representantes galácticos:
Urano – exige quebra de modelos;
Netuno – exige fusão ou dissolução de barreiras;
Plutão – exige transformação funcional.
(O mesmo acontece em mapas de empresas ou países – uma
empresa é um país e vice-versa. Interessante observar o mapa de
uma antiga empresa internacional que vem durando solidamente
deste 11.11.1887, criada às 12hs, em New Brunswick, NJ, USA: Sol
e Júpiter em Escorpião, na casa 9, quadratura Nodo Norte, em Leão,
na c/7. O Sol é o dispositor desse Nodo. A quadratura não impediu
o crescimento e o brilho da empresa, ao contrário. Lua em 13º
Virgem conjunção Marte, na casa 8. E Mercúrio, na c/10, fazendo
oposição com Netuno e Plutão. Fusão, crescimento sem limites; e
transformação dos produtos para constante regeneração).
Por outro lado, casas são muito importantes para o futuro do
mundo, já que tratam das atividades na Terra. Ora, as casas atuam
conforme as pessoas, os habitantes da Terra. Eles é que fazem as
circunstâncias.
Os signos são abstratos: intenções, motivações; os planetas
são ferramentas. Mas as casas são qualidades de vida. Pense na
futura qualidade de vida, no que poderá suceder às condições das
casas quando, historicamente, no que se refere ao Brasil (ver os
outros países).
- Em 1872, o Brasil tinha quase 10 milhões de habitantes
(20% eram escravos), outros eram estrangeiros. O censo de 1872
tinha o objetivo de conhecer a base tributável do país e o potencial
de jovens para o serviço militar (ou você acha que censos são só
para saber a quantidade de população?), e, após isso, instituir
políticas públicas;

459
- em 2010, o censo brasileiro registrou quase 191 milhões
de habitantes. Em quase 140 anos veja a enormíssima diferença
populacional! Um espanto! Em parte, isso deveu-se às imigrações
(que também fez clarear a pele dos brasileiros, já que a maioria
desses imigrantes era europeia), mas também ao progresso. Que foi
mundial. Que aumentou incrivelmente a população mundial,
também!
E daí?
Sem nenhuma especulação filosófica, se continuar nessa
progressão geométrica, as casas do seu MN e do mapa do Brasil
irão à loucura! Por exemplo:
- c/2 – salários, muita gente, menos barganha salarial;
- c/3 – transportes, ruas, estradas (se agora é o que é, o
que acontecerá com o dobro da população no final do séc. 21?
- c/4 – moradia, cada vez mais escassas ou bem
menores;
- c/5 – provavelmente, controle da natalidade;
- c/6 – emprego e nutrição;
- c/7 – ataques diretos, violência dirigida, inimigos
declarados ou concorrentes.
Chega? Complete o resto você.
O zodíaco astrológico é diferente do astronômico, em face da
relação do Sol com a Terra. Há 12 “nações/tribos” na Terra,
conforme a posição do Sol no momento do nascimento. Qual é a
sua “nação”?
Repare que o Sol é:
- uma urgência em se expressar, motivado pelo propósito
do signo e a circunstância da casa;
- a casa onde o Sol está é onde ele deve:
 aparecer, demonstrar-se, gerar energia;
 obter satisfação da meta, área de suma importância;
 ser o melhor possível para brilhar mais e ajudar a si
próprio;
 fazer isso conforme aspectos;
 ali está seu coração e a espinha dorsal do MN.
Repare que a Lua é a sua “família”, o que é diferente de
“nação”.
A Lua é:
- necessidade subconsciente, instintiva de se defender,
refugiar-se;
- o quer, ainda que não saiba;

460
- a casa onde a Lua está é onde deve:
 abrigar-se;
 respostas flutuantes;
 atua instintivamente;
 pode haver um trauma;
 ali estão seus impulsos básicos.
Essa dupla, Sol e Lua, é a base da sua magia pessoal. Mas
precisa haver um tripé. Que, nesse caso, não é ASC. Pois o ASC é a
ferramenta que usará o tripé. Então, falta Mercúrio.
Mercúrio é:
- conhecimento concreto e prático, como percebe o
exterior, como o assimila e classifica;
- e transmite essas informações para Sol e Lua, que
ordenam uma atitude ao ASC;
- a casa onde Mercúrio está é onde deve:
 observar e desenvolver uma inteligência prática,
analisando o que percebe;
 relacionar-se com esse ambiente;
 pode ser influenciado pelo que vê.
Todas as pessoas que nasceram no mesmo dia e hora, em
latitudes próximas, seriam “gêmeas astrais”, ou seja, da mesma
“família”, com direções de vida semelhantes. Mas usadas de modo
diferente, conforme a magia pessoal e a bagagem que traz.
Um Sol em Áries vai ter que enfrentar desafios ou empurrar
algo para frente, conforme a posição de Marte. Como uma Geburah
em ação. Por isso, a pessoa nasce com uma certa belicosidade.
Um Sol em Peixes precisará de toda sua sensibilidade para
captar as nuances e sutilezas da vida e, daí, a sua instabilidade
emocional. A posição de Netuno mostra onde deve aplicar essa
sensibilidade (ou fantasia). A posição de Júpiter, co-regente de
Peixes, mostra onde podem estar as expectativas de melhorar sua
situação de vida.
Então, você junta, em Peixes:
- percepção das nuances, contatos com algo indefinível
(Netuno);
- e, daí: ou acreditar, ter fé
ou despersonalizar-se, imitar;
- desejo de crescer socialmente (Júpiter);
- e, daí: ou convicção do que deve fazer
ou exageros, face insegurança.

461
Enfim, o resto do MN mostra o plano de vida que o Sol
encontrará e a Lua reagirá.
Os testes da encarnação estão nas quadruplicidades, pois
elas mostram as conjunções, quadraturas e oposições.
Você será um bom mago(a) se administrar e investir nesses
aspectos, conforme signos da quadruplicidade.
Aspectos difíceis em signos/casas cardiais:
 Áries – enfrentar, conquistar, lutar (1)
 Câncer – preocupar-se em ter uma base, apoio, proteção
(4)
 Libra – relacionar-se com estratégia (7)
 Capricórnio – ponderar melhor tática de construção de
vida (10)
Assim, uma quadratura entre planetas que estejam nas
casas/signos cardiais, como Libra (7) e Capricórnio (10), terá o
desafio de:
- estratégia de relacionamentos para construir algo na
vida.
Aspectos difíceis em signos/casas fixas:
 Touro – conseguir conforto de qualquer forma, para o
momento imediato ou futuro (2)
 Leão – consciência pessoal de sua realeza ou
individualidade (5)
 Escorpião – eliminar qualquer obstáculo que se
apresente (8)
 Aquário – consciência das diferenças dentro dos direitos
iguais (ou vice-versa) (11)
Os planetas que estiverem em oposição nesses signos
encontrarão conflitos que precisarão ser conciliados, a fim de haver
desenvolvimento pessoal. Ou escolhas decisivas e tensas. Saber
negociar é fundamental. Se for o caso de separações, o melhor é
usar habilidades com vistas a conveniências futuras (pois mais
adiante encontrará uma quadratura).
Aspectos difíceis em casas/signos mutáveis:
 Gêmeos – censo, coleta de dados e de fatos, questões
curtas (3)
 Virgem – preocupação com detalhes, onde pode
acontecer uma falha (6)
 Sagitário – sabedoria, ainda que um pouco nebulosa ou
digressiva, que procura ver longe, questões extensas (9)

462
 Peixes – receptivo ao ambiente, esponja, questões
vagas, em que tudo pode ser ou acontecer (12).
As conjunções acontecem no mesmo signo/casa, enfatizando
essas áreas: algo tem que ser, ter, acontecer, uma obsessão
necessária.
Para os qbl, a Astrologia é um meio de evolução pessoal,
com uma certa fatalidade religiosa. Como para os hindus. De certa
forma, isso facilita a vida, dá direção. O livre arbítrio é como fazer
isso. Mas tem que fazer. Afinal, um planeta está num signo ou casa
para que? Para os qbl, a libertação do físico significa libertação de
tudo que existe em sua vida (relações, situações, objetos,
sentimentos, pensamentos, etc., inclusive de você mesmo quando
chegar o momento).
O que não quer dizer que você deva ficar alheio à vida. Vivê-
la, mas sem apego. Assim, não haverá sofrimento, apenas alguns
incômodos, logo ultrapassados.
Deu para entender?
Viva e não se apegue.
Tudo um dia passa.
E retorna. De outro modo.
Então, os qbl vão se libertando das exigências de planetas e
casas, vivendo os signos como algo celeste, um pedaço cósmico do
qual, de alguma forma, você deve se responsabilizar. Exemplo:
Escorpião: perceber e usar a química das pessoas, situações e da
vida.
Os qbl também fazem o caminho dão desapego, de baixo
para cima, na AV/AS: de Malkut para Kether. A AV funcionaria como
uma espécie de guia durante a encarnação. Ela é semelhante a um
mapa, como o seu MN.
Na concentração ou meditação de um signo, planeta, casa ou
de uma sefirá, pode-se, de repente, ter uma “visão” ou inspiração.
Siga-a. É um recado. Embora você possa ter uma visão ou
inspiração enganosa, se não for uma pessoa equilibrada, se tiver
ressentimento, preconceitos, etc.
Por isso, fique atento aos tipos de visões. Se você meditar
sobre a Lua e aparecer a visão de uma espada (Geburah em Yesod,
ou Lua em Áries, Lua com Marte), o que isso estaria lhe dizendo?
Algum sentimento irritante, agressivo? Algum aviso de que virá uma
luta emocional? Se vir um chacal ou uma lagosta, ao meditar sobre
a Lua, há uma correspondência, pois esses animais estão na carta
18, a Lua do Tarot.

463
Na Magia, você deve usar todos os seus conhecimentos,
portanto, um mago jamais para de aprender e saber.
Reveja os princípios das cartas dos arcanos maiores do Tarot
e suas (possíveis) correlações com as letras hebraicas.
1. Mago. Aleph.
- princípio de tudo, força em movimento (veja os braços
do Mago e o ideograma da letra);
- origem da vontade;
- mundo onde há vida;
- área dos serafins (têm poder mental).
2. Sacerdotisa. Beth.
- alem do tempo, sabedoria eterna;
- segredo para os não iniciados;
- área dos querubins (guardam a arca da Aliança e a AV).
3. Imperatriz. Ghimel.
- feminino universal, princípio vital, nascer e crescer,
perpetuação;
- compreensão humana e física;
- área dos tronos (que ajudam a conservar a forma).
4. Imperador. Dalet.
- governar o mundo é saber direcionar as manifestações
de algo;
- existência física, tem propósitos firmes;
- área das dominações (que formam imagens e criam o
futuro).
5. Hierofante. Heh.
- poder revelado e direcionado;
- traz animação e é obedecido;
- área das potências (manifestam as forças dos serafins).
6. Namorados. Vau.
- parceria, vínculos, une e separa;
- causa e efeito;
- centro de equilíbrio;
- também área das potências.
7. Carro. Zain.
- busca da vitória, conforme leis universais, ou seja, com
ordem e domínio;
- marcha da humanidade, seguir;
- área dos Elohim (que atuam nos começos das coisas e
na vida vegetal);

464
8. Força (no Tarot Waite, pois no Tarot Marseille ela tem o
nº 11 e parece que A. E. Waite quis mudar o nº para adequar-se à
letra hebraica (ver “The Holly Kabbalah). Chet.
- bravura perante os desafios;
- domar instintos e ganhar força absoluta;
- área de Metraton (apresentou-se como Yaweh (mas era
representante dele) para Moisés, no Sinai);
- também área de Orifiel, ou Sorriso de Deus (rege os
avatares, aqueles que tomam uma forma humana para se
comunicar no plano terreno, na 3ª D. Espécie de clone).
9. Eremita. Teth.
- prudência que evita o erro, racional;
- final de um processo de criação (daí a velhice da carta) e
da penetração (magia do conhecimento);
- área dos anjos (“da guarda”), que presidem os
nascimentos humanos.
10. Roda da Fortuna. Yod.
- oscilações da vida, impermanência (a letra é como um
pingo no ar);
- eternidade: renovação de vida, começo de outro ciclo (o
nº 10 é o fim e o começo, em outro nível);
- área dos deuses e heróis (vida acontecendo).
11. Justiça (no Tarot Waite, pois no Tarot Marseille ela tem
o nº 8). Caph.
- conseguir o equilíbrio exige esforço e atenção constante;
- a Justiça é cega, pois a Justiça humana é parcial;
- percebe a coletividade, não decide por si só;
- área dos arcanjos (que criaram a vida animal e presidem
os nascimentos, portanto, também, os 5 sentidos humanos).
12. Enforcado/Pendurado. Lamed.
- abnegação durante a evolução humana;
- testes da vida e, mesmo assim, continuar (está apenas
pendurado, não está preso, é uma situação de transição);
- área de Cassiel (que governa os seres de Saturno, o
tempo).
13. Morte. Mem.
- os finais são transformações para outro nível existencial,
alterações de vida;
- renovar é: criar, destruir, recriar;
- área do mundo astral (onde estão as formações de
qualquer coisa).

465
14. Temperança. Nun.
- progresso infinito, caminhar é o destino;
- mistura de qualquer coisa que possa gerar algo;
- área de Miguel (substituto de Yaweh, aparece nessa
carta).
15. Diabo. Lamech.
- tentações da vida, vida acontecendo;
- força dos instintos humanos atraindo-se pela matéria,
aceitando as consequências, inclusive das perdas e ganhos, dos
apegos ao que lhe dá um prazer;
- área do movimento do fogo astral (emanações).
16. Torre. Ayin.
- tudo pode ser derrubado, nada é indestrutível;
- mudança de destino;
- conhece os defeitos;
- área de saber olhar e ver.
17. Estrela. Phe.
- esperança das horas difíceis: luz espiritual (vem do céu);
- aparências de qualquer coisa;
- área de redenção (quando a alma é sábia).
18. Lua. Tzade.
- sem clareza, algumas sombras, momento do crepúsculo;
- quando se sente capturado por algo, fascinado;
- área da matéria universal (ilusão).
19. Sol. Koph.
- clareza, verdade, esclarecimento;
- felicidade da harmonia interior, aí, irradia sua luz;
- área de Ariel (amor à vida, daí, a ajuda dos elementais,
principalmente os da Terra, que ajudam na criação material de algo,
inclusive da vida mineral, que dá a solidez).
20. Julgamento. Resh.
- renovação, regeneração, ressurreição, evolução em
espiral;
- área da vida animal e vegetal, vida se desenvolvendo;
21. Mundo. Shin.
- completou e abriu novos horizontes, dando seguimento
com mais experiência;
- recompensa, coroação, digeriu bem;
- ou consequência, prisão, pegou mal;
- área de vastidão, onde tudo aconteceu;

466
(alguns qbl colocam a letra Tau para o Mundo e a letra Shin
para o Louco).
22. Louco. Tau.
- encarnar, aventurar novamente;
- inconsciência do futuro, saída do paraíso (onde nada
acontece, só paz e eternidade);
- área do brilho da matéria, que, como um imã, puxa para
uma nova etapa.
Você começa estudando um tema, vai descobrindo os
mistérios e, depois de decifrá-los, busca outros. Como a
Numerologia. Em que, para os qbl, os nomes e seus números têm
propriedades mágicas. Todos os nomes de signos, planetas, sefirós,
arcanjos e anjos são mágicos e podem ser usados para o que lhe
convier. Os antigos qbl magos até os desenhavam nos amuletos e
talismãs.
Grimoires eram antigos livros de conjurações mágicas (como
o de S. Cipriano), usados pelos qbl herméticos. Ali, o
Tetragrammaton, que reúne o domínio dos 4 elementos, dos 4
mundos, das 4 direções, é indispensável.
O talismã mais simples, prático e popular era escrever o
nome do anjo ou arcanjo num papel e guardá-lo. Se quiser, pode
escrever também o de um signo, planeta. Ou até o de uma letra
hebraica e uma carta do Tarot.
O que você escolhe? ________________________________.
Todos os rituais mágicos usam frases curtas. Prolixidade não
tem magia. Mago que fala demais não é mago: acha-se. Precisa ser
objetivo: “na lata”.
Talismãs devem ser feitos pela própria pessoa, pois é a
energia, a vibração eletromagnética da pessoa dando força para seu
objetivo. Amuletos podem ser dados de presente ou comprados em
loja. Sua força, no entanto, depende do foco e intenção do usuário.
Se você fizer seu talismã com o nome de um planeta, por
exemplo, escreva-o com forte intenção, podendo concentrar a
vibração da palavra apenas nas consoantes (como se faz com as
letras hebraicas, que são só consoantes). Exemplo: para Júpiter,
que busca uma melhora e desenvolvimento de vida, escreva só JPT.
Será seu código para esse desejo.
Qualquer ritual tem como objetivo a fixação de algo, a
concentração das pessoas num objetivo: a corresponsabilidade
pessoal com o mundo invisível.

467
Se você não colaborar e investir pessoalmente, o invisível
passará batido. Não lhe dará a menor bola. Aliás, é o mesmo
princípio da magia dos orixás e de qualquer deus, grego, hebraico,
hindu, etc.
Aplicação da vontade é o investimento “anormal” da sua
mente. Isso também pode ser chamado de êxtase dionisíaco (ou
qbl).
Por falar nisso, Dionísio ou Baco “rege” o misticismo, ou saída
de um plano existencial para outro. De alcançar algo celestial, sem
forma explícita, mas com sensação de preenchimento interior. O
místico não precisa de uso de drogas. Místicos que usam drogas
apenas querem apressar um contato, que acaba sendo artificial.
Como Dionísio não é um planeta, mas tem certas habilidades
e afinidades com Netuno, foi acoplado a ele. Conhecendo os mitos
dos deuses, você pode compreender e usar melhor a posição dos
planetas no seu MN e nos trânsitos. Porque o mito de Netuno é
diferente do de Dionísio (ver “Os Deuses de Nossas Vidas” da
autora): qualquer forma de escapar de algo ou do mundo real é
dionisíaca; qualquer forma de sentir-se especial e soberano e
netuniana. Parecido, mas diferente.
A psicologia, ao fazer sua integração com a vida, dando-lhe
mais bem-estar emocional, é netuniana.
A psicologia atual chama-se Facebook. Ali, você expõe tudo o
que deseja, pensa, sente, é, descompromissadamente. E,
aparentemente, grátis. Psicólogos, para ultrapassarem a
concorrência do Facebook, têm que se superar.
Facebook é Netuno ou Dionísio?
*

468
13. NOÇÕES DE GRAFOLOGIA

Preste atenção na escrita das pessoas, desde a assinatura até


os textos escritos (há alguma diferença entre eles). Se bem que
hoje, cada vez se escreve menos manualmente. As letras acabam
ficando horrorosas, infantis, inseguras. Pena.
Há mais de 6.000 anos, China, Egito e, depois, os hebreus,
interessavam-se por manuscritos. Sem falar na escrita cuneiforme
da Suméria/Caldeia.
Os manuscritos egípcios, chineses, hebreus precisavam ser
perfeitos. Ser escriba não era para qualquer um. Importante até
entre os astecas.
Cada letra era considerada uma pessoa. Escrevê-la errada ou
displicente era como um assassinato.
Mais tarde, os mosteiros aperfeiçoaram os escritos (quem
não conhece o livro de Humberto Eco, “O Nome da Rosa”?).
Falar é algo mágico.
Escrever é imortalizar uma magia.
Aristóteles, na Grécia, e Suetonio, na Itália (historiador),
valorizavam as frases escritas.
E, já no séc. 17, Lavater relacionou o modo de escrever com
o modo de andar e falar. Pois repare só.
Em 1622, o filósofo e professor da Universidade de Bolonha,
Camilo Baldo, foi um observador da escrita, dos desenhos gráficos.
Outros foram Leibnitz, Edgar Allan Poe, Sir Walter Scott, Baudelaire,
Conan Doyle (inventor de Sherlock Holmes), etc. E bispos!
O criador da Grafologia foi o Abade Michon, francês, séc. 19,
que catalogou vário símbolos/signos. Seu aluno, Crepieux-Jamin,
coordenou o trabalho de Michon e estabeleceu regras para estudar
o todo de um texto escrito. (“ABS de La Graphologie”, que teve
influência até 1940).
No séc. 20, o alemão Klages (1917), uniu as obras de Michon
e Jamin e fundou a Sociedade Alemã de Grafologia.
Em 1931, o suíço Max Pulves simplificou, analisou os espaços
das palavras e introduziu a psicanálise no tema.
E outros, inclusive rivais, como os especialistas Moretti e
Marchesan, na Itália do séc. 20. Onde há pessoas interessadas no
mesmo assunto há concorrência, adversários, rivais. Isso é bom,
porque leva à eficiência e descobertas.

469
Vários países reconheceram a Grafologia como ciência, como
alguns europeus e os USA. Foi aliada à psicologia em universidades
europeias (Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica).
(Embora eu considere a Astrologia como a maior aliada (ou
concorrente) da Psicologia).
A Grafologia é (ou era, com o advento da Internet) usada
em:
- seleção de pessoal, orientação profissional;
- psicologia, pedagogia, bioagrafia;
- medicina e diagnóstico;
- investigação, criminologia;
- compatibilidade de relações.
Em face dos computadores, os textos manuscritos
diminuíram, inclusive nos colégios. Isso acaba interferindo na
prática, na versatilidade e na espontaneidade. E restrita às
assinaturas.
Sempre observo as assinaturas dos clientes e comparo com a
análise do MN. É interessante como funciona.
Ainda que ficando mais desvalorizada, entre as C.O., por
causa dos computadores, a Grafologia mostra:
- sistema nervoso motor (grafia motriz) - repare a escrita
dos jovens, adultos e dos velhos;
- movimento do conteúdo escrito, seja consciente ou não
(mais impulsivo);
- estados psicológicos do momento (que variam);
- nível cultural;
- escrita cerebral, que revela pensamentos e sentimentos
(pois os manuscritos são únicos, jamais duas pessoas escrevem
igual – nem mesmo os imitadores, que precisam observar e pensar,
sendo não espontâneos e mais lentos, outro ritmo).
Ok. Veja algumas regras e trate logo de praticá-las:
- ver sempre o todo;
- escrever textos diferentes e em dias diferentes
(oscilação de humor);
- observar sobre onde se está escrevendo (mesa, banco,
pernas, etc.);
- observar estado físico-psíquico da pessoa, saúde ou
doença, mais jovem ou mais velho;
- observar o espaço que as palavras ocupam (mais
espaço, mais envolvimento ou expansividade);

470
- observar diferença de escrita em certas palavras que
podem evocar lembranças; a variação das mesmas letras, sua
intensidade e ritmo;
- tipo de papel, de caneta ou lápis;
- ambiente em que escreve (barulho, música, silêncio, etc.
pode influir; inclusive se em ambiente familiar ou desconhecido,
calmo ou tenso, etc.);
- escrita solta, pessoal ou copiando algo;
- objetivo do que escreve: profissional, afetivo, social,
solicitação, etc.;
- se está escrevendo obrigado ou não;
- situações contraditórias, paradoxais, conforme as
combinações da escrita (ex.: letra T, escrita com um traço voando
em cima da linha vertical e, depois, com o traço cortando a
vertical);
- comparar escrita com a assinatura.
Ver os aspectos de:
a) ordem: proporção, clareza, organização, margens,
precisão nos acessórios (acentos, pontos, vírgulas, etc.);
b) dimensão: altura, extensão, excessos, desequilíbrio, etc.;
c) pressão: firmeza, nitidez, relevo, leveza, ou
engordurada, etc.;
d) forma cheia, simples, angulosa, arredondada, rebuscada,
tipográfica, etc.;
e) rapidez: acelerada, pausada, ritmada, agressiva, lenta,
etc.;
f) inclinação: para o lado, reta/vertical;
g) direção: ascendente/subindo ou descendente/para baixo,
para a direita ou esquerda, abrindo ou fechando, etc.;
h) continuidade: interrompida, homogênea,
heterogeneidade, ritmada, combinada/misturada, etc.;
i) positiva: harmoniosa, espontânea;
j) negativa: desordenada, desproporcional;
k) extroversão: direção para os outros, socializa, vai em
frente;
l) introversão: direção para si, recolhe, retorna.
Como nas outras C.O., os aspectos acima, da escrita, podem
ser bem ou mal vividos. Ex.: interrompida – não leva adiante ou
precisa de espaço pessoal, acelerada – agressiva ou decisões
imediatas, etc.

471
A ordem do texto inclui:
a) distribuição do texto, pois o texto indica o
comportamento da pessoa e as letras são a expressão de uma ideia;
b) a página é o ambiente das palavras, onde elas vivem;
c) a distribuição na página mostra como a pessoa organiza
sua vida e sua própria casa;
d) ver as margens, se largas ou estreitas, se regulares;
e) ver as linhas, apresentação do texto, enquadramentos;
f) criatividade na apresentação do texto ou adesão às
normas tradicionais;
g) bom senso, praticidade ou confusão.
A assinatura é como uma marca final (o Tau). Se o primeiro
nome é resumido por uma inicial: fechou passado, interessa a
posição atual. Se um nome do meio é omitido, ou se só aparece sua
inicial, tem algo secreto, ou seu canto sagrado, sem invasões. Se o
último nome é omitido, restando só uma inicial, desvalorização da
hereditariedade ou do futuro.
Distribuição de letras/palavras:
a) sua distância: se perto ou longe uma da outra, inclusive
das palavras;
b) letras laçadas, com uma volta, ou letras com hastes para
cima ou para baixo, buscando o céu ou a terra;
c) linhas que vão subindo ou descendo, não seguem retas,
desequilibram-se;
d) clareza no visual: com espaços adequados, linhas
separadas (sabe o que é seu, separa suas coisas) ou misturam-se
(não discrimina, invade);
c) letras mais angulares (obstinadas, diretas) ou mais
arredondadas (empatia);
f) cruzamento das letras, parece que faz algo e elimina; ou
letras sem orientação, perde-se, sem autodomínio; letras grudadas
(não quer separação ou esconde algo, fecha-se); letras que se
trepam ou avançam umas nas outras (apropria-se do espaço ou
coisas dos outros);
g) escrita limpa, clara ou suja, borrada; letra convencional,
tradicional ou com lances inusitados.
Esses são alguns exemplos, a fim de que você passe a
reparar no modo como as pessoas escrevem (se houver chances
disso), comparando com as atitudes delas.

472
Claro, está sintetizado, existem outras nuances e sutilezas
(subaspectos). Se você tiver sensibilidade e intuição, ainda
descobrirá muita coisa.
Há grafólogos que andam com reguinhas, tomando medidas
milimétricas das letras, usando lupas (como faziam Marchesan,
Gobineau, etc.). Mas, se você não for grafólogo criminalista, não
tem necessidade.
Não há regra fixa (em nada), mas a experiência e a técnica
do profissional, a sua capacidade de percepção, o instinto (em
tudo).
Também há a importância dos gestos, atos, modos de se
posicionar enquanto escreve, etc. Qualquer observação é válida; os
simbolismos dizem muita coisa.
A Grafologia, como qualquer C.O., tem seus detalhes,
minúcias, linguagem específica (haste, serra, bucle, etc.).
A parte essencial de uma letra é a que a identifica (A, B, etc.)
e a parte secundária ou acessória são os ornamentos, que mostram
o estilo pessoal.
Letras dependem do movimento fisiológico do braço (flexão,
extensão ou abdução do antebraço, etc.).
As zonas das letras/palavras formam vetores, que são:
A

1 2

E C D

3 4

Sendo que:
A – zona superior, espiritual, idealismo
ascensão, ambição, tornar-se útil
superioridade ou especulações
futuro, lado masculino
aventura

473
B – zona inferior, material, biológica
necessidades da vida física
mundo concreto, praticidade, técnica
passado, apego, lado feminino
tradição

C - zona média, emocional, sensibilidade


desejos, atitudes conscientes
afetividade, presente

D - zona expansiva, vai para fora


iniciativa social, audácia
projeção no mundo, avanço
para direita, pai

E - zona de introversão ou repressão


inibição, recolhimento, egoísmo
passividade, algo infantil
contemplação, basta-se
vai para esquerda, mãe

 1º Quadrante (Q):
lembranças, busca apoio conhecido, respaldo
reflexões, passado, empírico

 2º Q:
intuição, especulações, teorias
criatividade, futuro, conhecer mais

 3º Q:
inconsciente passivo, sentimentos + sensações

 4º Q:
inconsciente ativo, sentimentos + intuição

Pegue uma palavra que você escreveu, coloque-a nessas


zonas e analise.
Faça isso com palavras escritas por outras pessoas.
É uma excelente distração para uma reunião numa tarde
chuvosa. Todos descobrirão muitas coisas uns dos outros.

474
Ver se naquelas zonas acontecem alguns atos falhos,
interrupções, letras inacabadas, etc. Ou se há atitudes repetitivas,
algo marcante, ou como são as iniciais ou as letras maiúsculas de
uma palavra. Parece que, quando a última letra de uma palavra ou
do nome tem aumento de pressão, é como um golpe sendo dado
(clava), podendo haver traços de forte carga emocional ou violência,
dominador.
A escrita trêmula pode ser sinal de velhice. Mas também
algum sofrimento, nervosismo, ressaca, receio, alteração de humor,
distúrbios glandulares, etc.
As guirlandas, os volteios podem ser: exageros, exaltação,
alegria (no início da palavra) ou amabilidade forçada (no final da
palavra), emotividade.
Os arcos, ou abóbadas (como a letra M toda arredondada e
gorda, fazendo arcos), podem esconder algo, ou não se deixar
penetrar, invadir; ou disfarçando algo, hipocrisia social, etc.
As letras maiúsculas em espiral querem impressionar, são
gulosas, ávidas, vaidosas, principalmente no início do nome. Às
vezes, as espirais no meio da palavra querem chamar atenção; ou
se voltadas para trás, tem algo de apropriação indébita...
Letras inflacionadas, volumosas, inchadas, principalmente
nas maiúsculas representam desproporções, ego inflado, orgulho,
megalomania, ardor, etc.
Letras que dão um nó em si mesmas, laçadas, querem
manter ou reservar algo, ou ocultação, desconfiança, renúncia,
repressão. Às vezes, aparecem nas assinaturas ou rubricas. O
fechamento da assinatura coloca uma redoma, isolamento, ou até
autodestrutividade.
Letras serpentinas são imprecisas, com movimento ondulado,
podem indicar escapatórias, destreza, habilidade, bom humor ou
irresponsabilidade, sinuosidade.
Letras torcidas desviam os traços, flexionam, não são como
deveriam ser. Pode ser, também, cansaço, transtornos glandulares,
sofrimento interior, vacilação, proteções.
Enfim, há um bocado de coisa para se observar. E a
avaliação deve ser no todo e não em um ponto só.
E ainda tem mais coisas.
Se quiser, vá aprender grafologia. Para mim, prefiro observar
as escritas (cada vez mais raras) e fazer minhas avaliações. Talvez o
mais atual seja observar o que e como as pessoas escrevem no
Facebook, no Twitter e o que postam no Instagram.

475
*
Quero ver você fazer grafologia com as letras hebraicas.
*

476
14. INTERPRETAÇÃO BÁSICA E FINANÇAS

A interpretação do MN, seja qbl ou não, tem suas regras.


Minha filosofia sempre foi:
- aprenda todas as regras;
- depois esqueça tudo.
A vida lhe mostrará o que serve e o que não vale a pena,
além de ensinar-lhe muito mais do que se aprende nas escolas.
Mas entrar na escola da vida sem conhecer as regras não é
um bom negócio.
Você precisa aprender bem e seriamente, sem propagandas
enganosas ou futilidades. Ouça, leia, pesquise. E vá à luta.
Enfim, eis algumas regras:

1. Ver o ASC:
- signo, características, decanato, aspectos;
- o mesmo para o regente do ASC.

2. Ver o Sol:
- signo, casa, aspectos, decanato;
- casa que o Sol rege, Leão;
- se faz aspecto com a Lua e com os regentes do ASC
e do MC.

3. Ver a Lua:
- idem
- casa que a Lua rege, Câncer;
- ver planeta antes da Lua, isto é, em grau menor
que a Lua, ou no signo anterior. A Lua é bem rápida e ultrapassou
aquele planeta recentemente. Esse planeta influirá em como a Lua
encarará futuras alterações na vida. Exemplo: Netuno 10º Libra, Lua
25º Libra (sem aspecto, mas passou por ele). Encara mudanças nos
relacionamentos (Libra) de modo espiritual compreensivo, ou com
alguma decepção. (Lua separativa, mas se fosse ao contrário, numa
conjunção aplicativa, encararia com certas ilusões).

4. Ver o MC:
- idem
- o mesmo para o regente do MC.

477
5. Ver Mercúrio, modo de comunicação básica:
- signo, casa, aspectos, decanato;
- casas que Mercúrio rege, Gêmeos e Virgem.

6. Ver Vênus, como expressa afetividade ou se aproxima


das pessoas, o que gosta:
- idem;
- casas que Vênus rege, Touro e Libra;
- ex.: Vênus em Peixes – gosta de quem precisa de
ajuda ou lhe encanta.

7. Ver Marte, como busca o que quer ou enfrentar desafios,


seus métodos pessoais:
- idem;
- casas que Marte rege, Áries e Escorpião.

8. Ver Júpiter, o que precisa ser abundante em sua vida, a


fim de expandir-se socialmente ou psiquicamente:
- idem;
- casas que Júpiter rege, Sagitário e Peixes.

9. Ver Saturno, onde estão as responsabilidades e os


limites e como melhorar ou lidar com as restrições:
- idem;
- casas que Saturno rege, Capricórnio e Aquário.

10. Ver Urano, o desejo de liberdade e de experimentar,


genialidade pessoal:
- idem;
- casa que Urano rege, Aquário.

11. Ver Netuno, o idealismo, a visão maior, ainda que não


veja com clareza, mas capta:
- idem;
- casa que Netuno rege, Peixes.

12. Ver Plutão, agente de grandes e importantes


modificações de vida, e algo que lhe chama obsessivamente
(imexível):
- idem;
- ver casa que Plutão rege, Escorpião.

478
13. Ver Nodos Lunares, equilibrar signos e casas onde estão:
- ver dispositores;
- exemplos dos Nodos N/S por casas:
 Nc/1 e Sc/7 – desenvolvimento pessoal e atenção
aos relacionamentos;
 Sc/1 e Nc/7 – desenvolvimento dos relacionamentos
com consciência pessoal;
 Nc/2 e Sc/8 – ganhar seus recursos pessoais,
equilibrando com compartilhar;
 Sc/2 e Nc/8 – saber usar o que recebe dos outros,
dando conforto a si mesmo;
 Nc/3 e Sc/9 – aprender o necessário e
imprescindível para ter base de expansão e lidar
com estrangeiros;
 Sc/3 e Nc/9 – viajar, abrir horizontes, ver o distante,
mas levando informações, conhecimento básico e
essencial;
 Nc/4 e Sc/10 – apreciar a base, a família o apoio
recebido que de alguma forma virá, lembrando que
tem um papel social;
 Sc/4 e Nc/10 – buscar o público, a vida exterior,
encontrar um lugar lá, mantendo seu local sagrado;
 Nc/5 e Sc/11 – amar aquilo que cria, ver onde
deixar marca e ter consciência da coletividade;
 Sc/5 e Nc/11 – buscar os grupos, os conhecidos e
amizades de interesse comum, sem esquecer a sua
criatividade pessoal;
 Nc/6 e Sc/12 – tornar-se útil, contatar o que é
saudável, sem descuidar dos bastidores;
 Sc/6 e Nc/12 – buscar momentos de retiro e
contatos que lhe preparem para o que virá, sem
esquecer da rotina pessoal e de suas tarefas.
Os Nodos Lunares precisam agir em conjunto, a harmonia da
complementação. Esquecer um deles é desequilibrar uma gangorra
e estabacar-se no chão. Estar completo neles: N + S.
Sendo que o NN: surgem novas formas de situações, usá-las,
investir no que a vida lhe trará aí. Força pessoal nesta casa/signo,
conforme dispositor.
Sendo que o NS: mostram experiências, algumas de infância
ou adolescência, conforme educação e ambiente familiar, atuação

479
espontânea e conhecida. Força das pessoas ou situações a que esta
casa/signo se refere, conforme dispositor.

14. Ver os Hemisférios do MN:


- observar qual Hemisfério tem mais planetas,
inclusive o Sol, Lua, regentes do ASC e MC;
- indicam direções de vida.

15. Ver os quadrantes do MN:


- observar se há planetas em conjunção aos ângulos
dos Q;
- planetas angulares são dominantes e têm controle
naquelas áreas. Exemplo: planeta conjunção ASC, você tem
controle, se conjunção DESC, os outros têm controle. Se conjunção
MC, vida pública lhe chama; se no FC, a vida privada lhe seduz
mais;
- ver que casas esses planetas regem e seus
aspectos.

16. Ver se há aspectos marcantes, como stellium, cruz,


grande cruz, grande trígono, retângulo, pipa. Pois estão em
constante e indissolúvel comunicação entre si:
- em que casas estão;
- que casas regem;
- há planetas transpessoais envolvidos?

17. Casas ocupadas, recebem mais atenção, ver que casas


esses planetas regem.

18. Casas vazias, menor atenção, ver onde estão os


regentes das cúspides.

19. Ver o conjunto:


- maioria de elementos, principalmente dos planetas
pessoais e dos ASC/MC;
- maioria de quadruplicidades, idem;
- maioria da polaridade, idem.

20. Ver se há ênfase em alguma coisa. Exemplo: Sol em


Sagitário, planetas na casa 9, Júpiter forte. Compulsão daquilo.

480
Bem, isso pode ser suficiente. Mas sempre se pode encontrar
mais coisas.
Quanto às previsões e suas interpretações:
1. Ver planetas em trânsito:
- apor casa e signo, agora;
- casas que regem;
- casas que estão no MN;
- aspectos que fazem.

2. Ver planetas transitados:


- casas em que estão no MN;
- casas que regem;
- aspectos que recebem;
- o transitado SEMPRE recebe o aspecto do trânsito
(enquanto que no MN fixo o planeta mais lento é que faz aspecto
com o mais rápido).

3. Os aspectos do trânsito mostram as alterações do


período.
Sendo difíceis, trazem pressões e interferências. Sendo
fáceis, trazem tranquilidade. Mas o que importa é como você reagirá
a eles: produtiva, construtivamente? Ou não? A vida é sua.

4. As casas transitadas têm ênfase, impõem-se, tanto


quanto os planetas transitantes.

5. Lua Progredida mostra um novo interesse conforme casa


que está passando (durante dois anos e alguma coisa, pois seu
movimento é de 1º por mês, se ela costuma andar 12º apor ano.
Ou 13º. Conforme sua progressão).
- Ela funciona, também, como um empurrão para os
trânsitos.
- Todas as demais progressões (só de planetas pessoais,
pois os outros mal “andam” durante uma vida, apenas repetindo os
aspectos já existentes no MN) são como munições para uma
atitude. (Sol, Mercúrio, Vênus, Marte), que podem ser ativadas, ou
não, pelos trânsitos.
- Quando há combinação entre trânsitos e progressões,
fica mais forte. Exemplo: Urano transitando sobre Mercúrio;
Mercúrio fazendo ou recebendo uma progressão.

481
6. Como o nome diz, trânsitos são transitórios. Vêm e vão.
- e só realizam, por bem ou por mal, o que está no
MN, jamais provocam o que não está prometido no MN;
- portanto, a verdadeira previsão é o MN, os trânsitos
apenas dizem quando e como.

7. Trânsitos difíceis fortalecem, dão resistência,


conhecimento, currículo. Ou arrebentam. É o Karma. Ou o Tikun;
- trânsitos fáceis dão apoio, assistência, alívio. Ou
acomodam. Também é Karma, ou Tikun, Mérito se souber
aproveitá-los;
- ver se um planeta em trânsito faz aspectos difíceis e
fáceis ou se só difíceis ou só fáceis;
- ver se um planeta transitado recebe só aspectos
difíceis, só fáceis ou difícil e fácil.

QUESTÕES FINANCEIRAS

É uma questão sempre em evidência. Corre paralela às


questões de relacionamentos. Ambas representadas por Vênus,
regente de Touro e Libra.
De Vênus fala-se muito, escreve-se muito (ver meus livros de
Sinastria e Relacionamentos).
Que tal falar um pouco sobre questões materiais,
econômicas? Cabalistas também se interessam sobre isso, afinal,
precisam sobreviver em Malkut.
Dinheiro é um meio de troca com valor convencional, a fim
de que se tenha algo que se queira, tanto para sobreviver
(segurança material), como para adquirir outras coisas que valorize.
Investimento é usar o dinheiro (ou capital) em algo, a fim de
se ter um lucro ou vantagem, próxima ou a longo prazo.
Finanças é a prática e a ciência de se manejar o dinheiro,
geralmente de grande porte.
Especulação são os riscos financeiros, negociar bens através
de um jogo. Depende de conhecimento, sorte, aventura, controle
psíquico.
E daí pode-se analisar várias partes do MN.
O dinheiro refere-se à casa 2, Vênus, Touro. A segurança
pessoal.
O lucro, que depende dos outros e de variáveis, refere-se à
casa 8, Plutão, Escorpião. A vitória sobre os obstáculos externos.

482
As finanças incluem essas casas e planetas mas, sem a
habilidade de Mercúrio e o controle de Saturno, pode não dar certo.
A especulação é uma brincadeira e uma aventura, os riscos
das casas 5 e 9, mas também da casa 8 e Plutão. Sagitário/Júpiter
são jogadores até um certo ponto, pois os cavalos correm, ousam,
aventuram-se em distantes campos, mas têm os pés (patas) no
chão. Escorpião/Plutão são jogadores que enfrentam grandes riscos
mortais, pois comandam o reino de Hades.
Como sempre, é indispensável analisar o Sol e não só por
causa da casa 7, mas ele também é “ouro”, o brilho pessoal, o êxito.
E o regente do ASC a audácia de abrir seu caminho. A Lua, que
completa a tríade da personalidade, embora nada tenha a ver com
bens materiais, está associada aos bens imóveis, propriedades, “real
estate”. E, claro, o equilíbrio emocional e os humores, que tanto
influem nas perdas e ganhos, indiretamente.
Os aspectos difíceis não impedem, absolutamente (ao
contrário) o êxito financeiro, pois impulsionam as atitudes. Podem
dar preocupações, exigem vigilância constante de tudo que envolve
a meta, persistência e equilíbrio emocional.
As quadraturas estão associadas a Câncer (estado emocional)
e a Capricórnio (ambição). E desde quando Câncer e Capricórnio
ficam na pior? Só se forem muito autodestrutivos (e não será por
esses signos, mas por outros aspectos suicidas do MN).
A Bolsa de Valores inclui as casas 5 e 8, especulações, jogos,
dinheiro em conjunto. As ações de cada empresa têm a ver com o
tipo de empresa. O ideal seria ter os MN delas. Ao que não é fácil,
já que a maioria não tem o MN do início dos negócios. Mas os MN
de seus dirigentes é uma excelente substituição.
Os imóveis de qualquer espécie, inclusive hotéis, estão
ligados à casa 4. Mas dependem de outros fatores: hotéis de
cidades, resorts, prazer, turismo, etc. Os resorts, por exemplo, que
exigem grandes espaços e ofertas, além de um público maior, para
começar, tem a influência de Plutão – o mais bem sucedido de
todos os hospedeiros. E, também, a influência das casas 9 e 11.
Todas as corporações, grandes instituições, estão associadas
às casas 11 (grupos) e 10 (posição social).
Empresas estrangeiras, exportações/importações, são
analisadas pelas casas 8, 9, Júpiter. Mas também incluem seus tipos
de produtos. As companhias marítimas referem-se a Netuno.
Veja que, por exemplo, Saturno em Câncer pode se
interessar pela prata, em Leão, por ouro, em Virgem, por cereais,

483
etc. Observe a posição de Saturno por signo. Saturno em Touro ou
Câncer não suporta casas alugadas.
Há uma imensa variação e combinação de aspectos em face
dos interesses pessoais e habilidades de cada um. Para isso, JAMAIS
analisar um ponto do MN, mas TODO ele. Você sabe que
comunicação, informação é Mercúrio/casa 3. Mas, se for a longo
alcance, publicações que atinjam um público maior e mais distante,
vê-se Júpiter/casa 9.
O que depende de pessoas intimas é casa 4, o que depende
do apoio dos outros, de certa cumplicidade, é casa 8. Mas, que
planetas estão aí?
Se você quer analisar um tópico específico de um MN precisa
conhecer MUITO bem signos, casas, planetas. E aspectos e
trânsitos. E nunca bastará só o conhecimento da Astrologia, mas de
outras coisas correlatas ao assunto a ser investigado
profundamente. Além de bom senso, capacidade de analogias e
deduções, experiência de vida.
A casa 2 é o dinheiro ganho pelo seu esforço (ou perdido).
Ainda que seja “dado” por outra pessoa, requer um esforço, um
mérito pessoal qualquer. O planeta que rege essa casa e o
localizado aí dão indicações sobre o dinheiro “cash”, para o futuro
próximo. O dinheiro para ao futuro mais distante é da casa 8.
O Mercado de Capitais com a Bolsa de Valores é um jogo em
que muitos e muitas coisas estão envolvidas. Que requer MUITA
emoção. Mais do que uma partida de futebol. A não ser que você
seja jogador, técnico, diretoria do clube. Ou apostador.
Mas as questões financeiras também têm a ver com:
- salário
- comissões
- apoio de família
- heranças (de família: c/4)
- clientes
- corrupção, crimes, roubos
- aposentadoria
- comércio
- cônjuge (ou similares)
- acrescente outras: ______________________________.
Aí você tem que analisar os símbolos astrológicos que se
referem a esses temas e o potencial pessoal para isso.
Complementar com análise e observação extra, tais como:

484
- informações do mercado e das condições econômicas
em geral (locais, nacionais, internacionais, globais);
- observar os rumores (alguns são “plantados”), pois
influem;
- situação pessoal, sua capacidade de trabalho e
administração, despesas;
- influência de outras pessoas ou condições (família,
casamento, etc.);
- valorização e depreciação de bens, oscilações, custos;
- lógica e intuição, percepção dos sinais;
- todos os negócios têm seus ciclos de expansão,
calma/rotina e contração. O que pode ser acompanhado pelos
trânsitos e conhecimento do passado.
Adivinhar requer:
- conhecer o potencial do MN;
- saber como a pessoa está usando o MN, seu estado de
ânimo;
- observar as atitudes atuais, influências;
- conhecer o histórico, passado da pessoa, influências
anteriores;
- deduções, analogias, intuições, inspirações;
- conhecer os trânsitos;
- estar atento, sintonizar;
- experiência, calma, neutralidade e ousadia.
A Astrologia Eletiva escolhe o melhor momento para algo.
Mas isso depende, bastante, do potencial do MN. Nenhum momento
maravilhoso (que, aliás, não existe, pois sempre há aspectos difíceis
– e o que importa é a reação e investimento desses aspectos) ajuda
quando a pessoa é incompetente ou desinteressada. Só acontece na
vida pública o que já está assinalado no MN.
A Astrologia Horária, mais usada antigamente, refere-se ao
momento em que foi feita uma pergunta. Não me atrai esse
método. O próprio MN já “responde” a qualquer pergunta. Além do
que, para esse tipo de questão, é mil vezes mais prático fazer um
jogo de Tarot.
A Astrologia Mundana trata da política das nações, do
caminho da Humanidade, o que esperar para o mundo nos próximos
anos. É indispensável acoplá-la à Astrologia Empresarial e Financeira
(ver “Conhecimento da Astrologia Vocacional, Empresarial e
Mundial”, ed. Imperial, da autora).

485
O MN de uma empresa é feito para o momento em que ela
começou funcionar ou quando se legalizou (nesse caso, para o
instante em que os responsáveis souberam da legalização).
O MN de commodities é feito para o momento da
concretização do primeiro comércio daquele produto.
Alguns autores acham que o ciclo de Marte/Júpiter influi no
mercado financeiro. Ok. Mas é insuficiente. Chama-se período
sinódico aos momentos exatos dos diversos aspectos do ciclo
Marte/Júpiter: conjunção, sextil, quadratura, trígono, oposição,
trígono, quadratura, sextil, outra conjunção (nessa ordem).
Chama-se fora de curso (void of course) quando um planeta,
num signo, não faz nenhum aspecto. Esse planeta não entra em
contato com nenhum outro, ficando por sua própria conta e risco.
Popularmente, fala-se do momento crítico em que a Lua fica fora de
curso – o que acontece frequentemente, já que ela leva 3 dias,
aproximadamente, para atravessar um signo. Pessoalmente, não
dou o menor valor a isso. Mas, pode-se reparar se Marte, que é o
último planeta pessoal, fica fora de curso no SEU MN. Ver em que
casa e signo isso acontece. Já é mais raro.
Se você quer saber, veja e monte o MN da criação da Bolsa
de Nova York:
17.5.1792, às 11h56min., em NY
ASC 3º Virgem
MC 28º Touro (e tem um Touro na sua porta)
Sol em 27º Touro (outro Touro)
Lua em quase 21º Áries, na casa 8
Mercúrio, regente do ASC, em 23º Touro, na casa 9
Vênus em 5º Touro, idem.
Quantos planetas em Touro, além do MC! E Júpiter em 22º R
Libra, na casa 2. Nodo N em 2º Libra.
Marte em 18º Virgem, na casa 1.
O ciclo Marte/Júpiter nesse MN mostra: Marte aplicativo a
Júpiter, aproximando-se de um semi-sextil, ou seja, caminhando,
breve, para uma conjunção, um novo ciclo, dentro da casa 2.
Messe MN, Sol conjunção MC é o planeta focal, com
quadraturas de Urano (inesperado, mudanças) e Plutão (lutas de
poder, grandes somas de dinheiro, algo vindo à tona). Ou seja,
Urano e Plutão em oposição entre si (casas 12 e 6), indicam
reviravoltas em face de acontecimentos do passado, mudanças de
situações além do controle. Na reviravolta financeira, nas lutas de
poder e ilusões da primeira década de 2.000, Netuno caminhou e

486
ativou essa cruz fixa, pois estava passando no final de Aquário,
fazendo conjunção ao Plutão desse MN.
Eclipses soltam as energias da casa e signo onde acontecem,
principalmente se fizerem conjunção ou oposição com algum
planeta no MN e, também, esse planeta estiver sofrendo algum
trânsito. Exemplo: 2.10.2013: Sol e Lua em 10º Escorpião, N. Norte
em 7º Escorpião, Saturno em 13º Escorpião, além de Mercúrio em
8º Escorpião R. Sobrevivemos todos. Deve-se ver no MN das
pessoas, empresas e países. Eclipses não decidem nada, podem ser
apenas “gatilhos”, empurrões para trânsitos maiores. Quem nasceu
naquele dia deve ter um MN interessante (como tantos outros),
ainda mais se aquele stellium caiu na casa 8. Overdose de
Escorpião. Mas Plutão em Capricórnio fazendo um sextil de
recomposição.
O importante, no seu MN, é como você reage aos planetas
natais e em trânsito.
Quando um planeta, em trânsito, muda de signo e casa,
altera um interesse e uma direção. Em 2015, Saturno entrará em
Sagitário: outro tipo de construção sociocultural.
A riqueza material compõe-se de:
- dinheiro que tem (usando ou aplicado). Casas 2 e 8.
- propriedades, bem móveis e imóveis. Casas 2 e 4.
- posição que ocupa. Casa 10.
- e outras influências, como grupos de interesse,
recomendações, etc. Casas 11 e 7, etc.
- Vênus: dinheiro básico, conforto material razoável.
- Júpiter: riqueza contabilizada, maiores condições de
ascensão social, riqueza conhecida.
- Netuno e Plutão: grandes riquezas, geralmente, não
contabilizadas, ou de grande porte, mas não à mão imediatamente.
Riqueza nem sempre conhecida, muitas vezes imaginada (por si ou
pelos outros).
Observar a habilidade, ou não, de comprar e vender, de
separar partes, de atenção e interesse, da concretização de
situações, dos apoios recebidos e usados.
A estrutura de algo está associada à relação de Saturno com
os demais planetas, definindo os planetas e direções. No caso de
qualquer tipo de propriedade (terras, edificações, melhorias das
propriedades e imóveis, minerais, petróleo, água, etc.), ver a
relação Saturno e Lua.

487
Chama-se Ciclo Nodal ao ciclo de 18 anos (e 3 meses) dos
Nodos Lunares, sua volta no zodíaco. A cada 18 anos os Nodos
fazem conjunção aos seus Nodos natais. Lembrar que eles são
retrógrados. Como estão ligados à Lua, eles mostram o pulsar do
público. A Lua indica a reação pública. E a sua. Os Nodos ficam,
aproximadamente, 18 meses em cada signo.
Inquéritos e sindicâncias estão associados a Plutão e casa 7.
A passagem de Plutão em Capricórnio indica sindicâncias do
poderosos governamentais.
A Lua Progredida tem um ciclo de 28 anos, por aí,
semelhante ao de Saturno. Ela está associada, dentre outras coisas,
às propriedades, ao público que lhe vê. Quando ela passa por um
signo/casa, num período de uns 2 anos e pouco, pode influir nas
alterações de propriedades, mas, principalmente, como o público
está reagindo às suas atitudes.
Normalmente, a Lua se refere a uma propriedade, seja de
moradia ou escritório profissional, enquanto que Saturno, seu
oposto complementar, refere-se a mais de uma propriedade, seja lá
em que nível for, bem como à compra e venda de imóveis e seus
aperfeiçoamentos.
Mercúrio trata dos contratos, documentações, transações
comerciais em geral. Seus aspectos fáceis facilitam os contratos e a
papelada, os difíceis não impedem, mas trazem tensões e
habilidades de negociação.
Vênus também se refere a contratos (casa 7, clientes),
acordos, liquidez (casa 2).
A casa 1 representa o vendedor, a c/7 é o comprador, a c/2
são os recursos financeiros básicos, recursos pessoais, a c/8 são os
recursos em aplicação conjunta ou em títulos bancários, a c/4 são
as transações finais (o fim de um processo, essa casa refere-se ao
“túmulo”, mas não às condições da morte, que é a casa 8 – que
também trataria das condições das finalizações de um contrato ou
acordo).
Os planetas transpessoais podem significar (ver posição no
MN):
 Urano – grandes negócios ou negociadores, questões
grupais, subdivisões, delegações, comissões;
- investimentos em grandes terrenos/condomínios ou
grandes empresas/propriedades grupais, sindicatos, clubes;
- especialistas em aluguel e arrendamento (junto com
Plutão);

488
- inovações, mudanças de rumo;
- projetos maiores, modernizações;
- grupos de elite, mais específicos;
 Netuno – inflação, imaginação à toda, vê melhor do que
é, julgamentos duvidosos;
- além dos limites;
- percepção a longo prazo (vê o invisível), vê o potencial
futuro;
- pode haver dificuldades de pagamento, em face de ter
reprojetado de um modo e ter saído de outro; ou por excesso de
confiança (contando com ajuda divina);
- povão, massa pública em movimento e desconhecida;
- reprocessa: do negativo para o positivo;
- inspirações, visões, percebe melhorias;
- com Júpiter: aumenta visão e ideal; com Saturno: realiza
visão.
 Plutão – talento de renovação, de reformas, de lidar com
situações complexas e difíceis;
- resorts, shopping centers, sempre em grande quantidade
de público, geralmente público direcionado (no cemitério sabe-se
quem está lá, no oceano não há identificação);
- transformações e modificações nas empresas, negócios,
propriedades, etc.;
- empréstimos, dívidas, doações, presentes, multas, taxas,
impostos;
- ganha ou perde oportunidades financeiras, falências.
Os interessados nos temas de negócios devem estudar os MN
de investidores, negociadores, etc. Ver as diferenças históricas
entre, por exemplo, Warren Buffet, George Soros, Eike Batista,
Lehman, Antonio Ermírio, Gerdau, etc., etc. Os que se mantiveram e
os que caíram e porque. Os que se recuperaram e os que
afundaram.
O passado mostra o futuro.
Repare nas casas do seu MN, sobre transações comerciais
em geral:
 c/1 - vendedor;
como vê a transação;
como é visto pelo outro.

489
 c/2 - dinheiro imediato, à mão, cash;
recursos pessoais, compensações financeiras;
bens tangíveis;
bens dentro de outros bens (ex.: móveis dentro
de um imóvel);
trocas como negócios (em vez de dar ou receber
dinheiro, compensar com algum bem).

 c/3 - informações e comunicações dos negócios;


assinatura de contrato, documentação
ou perda de um contrato;
transportes, carros.

 c/4 - propriedades, melhorias ou danos;


desocupação de imóvel;
depósitos, armazéns, fábricas;
empresas;
final da negociação;
moradia fixa (túmulo).

 c/5 - especulação (inclusive de imóveis);


lucro dos imóveis (casa derivada: é a c/2 da c/4;
ver sempre as derivadas, que são informações
úteis suplementares);
entretenimentos, negócios de divertimentos,
jogos, recreações;
filiais, premiações, comemorações, eventos,
festas.

 c/6 - inquilino (mas também ver c/7, o outro, o


cliente), como prestador de serviço;
logística;
agentes, prestadores de serviços, empregados,
subordinados.

 c/7 - comprador, cliente;


contratos legais, acordos;
concorrentes.

 c/8 - decisões/condições dos negócios;


testamentos, inventários, heranças;

490
recursos em conjunto, bens de uniões;
apoios financeiros ou similares;
moradia fixa (junto com a c/4, pois associada à
morte; pessoas com planetas nas casas 4 e 8
costumam ter mais de uma moradia fixa);
bancos, fundos de investimentos, instituições
financeiras em geral, Ministério da Fazenda,
Banco Central;
comissões, cartões de crédito, vales transporte e
refeições, juros, rendimentos, etc.;
seguros, procurações, hipoteca, empenhos;
aprovação testamentária;
homologação, impostos em geral.

 c/9 - rendimentos dos negócios feitos com a c/8


(derivada);
Poder Judiciário;
clero, templos, leis, dogmas, publicações;
turismo, exportações, alfândega.

 c/10 - proprietário, patrão, chefe;


negócios com governo e com terras;
cidadania;
exposição pública.

 c/11 - resultado da carreira (derivada);


departamentos, equipes, grupos, cartel;
amizades convenientes, adesões;
conselhos regionais, etc.

 c/12 - preparações para negócios futuros;.


propriedades fora do local onde vive, casas de
campo, etc.;
rebanhos, gado;
massa pública desconhecida;
gestação de qualquer coisa.
*

491
Síntese da Cosmologia, do alemão R. Eberlin, para
interpretação de aspectos:

No diagrama anterior, a circunferência é dividida em 3


setores de 30º cada um, colocando-se os signos por
quadruplicidade.
No segmento 1 estão os 4 signos cardiais. No 2 estão os 4
fixos e no 3º segmento estão os 4 signos mutáveis.
Dessa forma, conjunção, quadratura e oposições aparecem
no mesmo segmento. Já que, por exemplo, no 1º segmento estão
Áries, Câncer, Libra, Capricórnio.
Os sextis e trígonos (e se quiser, os quincôncios e semi-
sextis) aparecem nos segmentos seguintes, no caso, nos 2 e 3, já
que cada divisão tem 30º.
Se quiser incluir os semi e sesquiquadraturas, elas estariam
na linha que mostra 22º, no diâmetro.
A órbita é de 2º apara os aspectos.
Usa-se o Meioponto, ou seja, o ponto que fica no meio da
distância entre 2 planetas. Exemplo: Sol 20º Sagitário, Lua 20º
Câncer, Júpiter 20º Leão. O Meioponto está na Lua. Escreve-se: Lua
= Sol/Júpiter. Deve-se ver se está havendo um trânsito sobre esse
meioponto, já que refletirá nos outros planetas. Essas posições são

492
colocadas numa Árvore (que não é a AV). A Teoria das Harmônicas
é semelhante (ver “Reviravolta”, da autora).
Chama-se Ciclo Sinódico, como você viu, ao ciclo dos
aspectos entre dois planetas. Em 1992, começou outro ciclo sinódico
de Urano/Netuno, em Capricórnio. Esse ciclo dura uns 172 anos. Em
1992/3 aconteceu aquela conjunção em 18º Capricórnio.
O ciclo sinódico de Saturno/Plutão começará, novamente, em
2015. Também em Capricórnio. Ele acontece a cada 33 anos. Um
desses ciclos famosos e mais frequentes é o de Júpiter/Saturno, a
cada 20 anos. O próximo também será em Capricórnio, a 29º, em
2020. É muito Capricórnio! E ainda estamos no meio de outro
Saturno/Netuno, que começou em Capricórnio, em 1990 e dura 35
anos. Portanto, desde 1990 e até 2025 o mundo enfrenta os ciclos
que começaram em Capricórnio. Ao final desses 35 anos, tudo que
se refere à estrutura de Capricórnio terá passado por inúmeras
mudanças: todos os planetas lentos terão deixado sua marca nela.
O ciclo de Júpiter/Saturno costuma ser visto como influindo
nas finanças.
Consideram-se “gatilhos” empurrões nos trânsitos e
acontecimentos, as passagens de:
- Marte (atitudes)
- Lua Progredida
- Lunações (reações públicas)
- retrógrados (demoram mais)
- Nodos (boatos, conforme o planeta que lhe faz aspecto)
- mudanças de signos (nova agenda, outras prioridades e
interesses)
- Júpiter (anda rápido).
O MC é um ponto importante nos MN das empresas e do seu
próprio MN, considerando-se como Você – Empresa, no que se
refere ao desenvolvimento dos negócios e da carreira. Nesse caso,
não só numa empresa propriamente dita, mas em Você – Empresa,
observe:
 Sol – dono da empresa, você; a vitalidade e a viabilidade
da carreira;
 Lua – povo, subalternos, alimentação, serviços,
recipientes/reservatórios, público;
 Mercúrio – comercialização, vendas, comunicação
interna ou para perto, anúncios, instrumentos de trabalho (exceto
os cortantes);

493
 Vênus – conforto pessoal e local, condições financeiras a
curto prazo, magnetismo;
 Marte – atitudes, instrumentos cortantes, máquinas,
independência pessoal;
 Júpiter – expansão, tráfico de influências, oportunidades,
lucros gerais, crescimento social, mentor;
 Saturno – administração, gestão, construção, registros,
governança, manufatura, questões agrárias, mostra realidade,
restringe;
 Urano – inovação, rompimento, sindicatos, eletrônica,
acidentes de percurso, quebras de modelos, originalidade,
polêmicas, reviravolta, capotagem;
 Netuno – propaganda, redistribuição (não fica com
tudo), fusão, absorção, desaparecimento, fraude, produção de
imagem, estratégia pública, ilegalidade, despojamento,
desapropriação, vendas, cosméticos, artifícios, óleos, drogas,
relações públicas;
 Plutão – força externa provocando modificações,
remodelagem, reabilitação, pesquisa profunda, falência, abandono
de produtos, renascer ou ressuscitar algo antigo, forcação, pressão,
reforma, fundição, indústria pesada, hidráulica, processamento de
matéria bruta, produção de massa;
 Nodos – contratos com público, resolução de débitos.
Se uma coisa está barata, tem seus motivos. Se está cara,
idem. O que está barato pode baixar mais. O que está caro pode
aumentar. Até que se chegue a um limite, a uma fronteira decisiva.
Importante perceber esse momento. E por que.
Quando perceber seu erro, corrija imediatamente ou caia
logo fora. Não espere pelo que não está dando certo.
Importante captar o pulsar público. Principalmente para
quem lida com commodities.
Os aspectos seguem um diagrama de subida e descida. Veja:

1 5
9
2 4 6
8

3
7

494
Sendo que:
1 - conjunção: lança algo, ou sobe;
2 - sextil: estabelece e vai abaixando;
3 - quadratura: crise, pode abaixar mais ou inflacionar
perigosamente;
4 - trígono: subindo tranquilamente;
5 - oposição: sobe, confronta e complementa;
6 – trígono: subindo e estabilizando;
7 - quadratura: crise, abaixa ou desespera, ousa;
8 - sextil: acalma;
9 - conjunção: sobe, nova atitude.
Para os negócios, é interessante observar os trânsitos de
Júpiter, Saturno e Urano, bem como sua posições no MN. Indicar
níveis de prosperidade social.
(Interessante observar que, nas grandes crises econômicas
dos USA, na primeira (aproximadamente 1929, 30), Plutão estava
em Câncer e, na segunda, nas décadas de 2000 e 2010, Plutão
passava por Capricórnio. No MN dos USA tem-se 4 planetas em
Câncer).
Os signos cardiais são pioneiros nos seus elementos,
motivados a conquistarem aquilo. Sabem ajustar-se às condições.
Os signos fixos buscam realizações duradouras, querem a
manutenção e preservação do que interessa aos elementos. São
persistentes para isso.
Os signos mutáveis sabem fluir com o momento, a situação,
interessados em conseguir facilidades e condições para os
elementos. Adaptam-se e têm plano B.
Ver sempre, para questões materiais na sociedade, ambiente,
as posições da dupla Júpiter/Saturno, por signos e casas. E se
Júpiter está em signo/casa aplicando-se ou separando-se de
Saturno.
A palavra final sempre está no MN, junto com o modo como
você usa seu MN. Ou seja: Destino + Sorte, como bem sabiam os
sumérios e babilônios.
*
A propósito, antes de encerrar:
O séc. 21 continua na corrida e pesquisa espacial. Em 3.2009
a NASA lançou o telescópio espacial Kepler com a missão de
descobrir quantas dos 100 bilhões de estrelas teriam planetas
potencialmente habitáveis ao seu redor.

495
Hoje (imagine amanhã) os astrônomos podem afirmar a
grande perspectiva de outros planetas semelhantes à Terra, na
nossa galáxia.
As Universidades de Berkeley e do Havaí, com base nos
registros do Kepler, consideram que 1 em casa 5 estrelas como o
Sol têm planetas orbitando, com condições propícias à vida.
(“Proceeding of National Academy of Science”, final 2013).
Por enquanto, o Kepler apontou para mais de 3.000 planetas
nessas prováveis condições. A Universidade do Havaí considera que
22% de estrelas parecidas com o nosso Sol, na nossa galáxia,
possuem planetas com probabilidades de serem habitáveis.
Que tal?
*
E já que tratamos de Astrologia Cabalística, considere:
O professor é um mensageiro. De algo eterno, pois será,
depois, repassado.
Quando você quiser saber alguma coisa, basta querer saber.
Porque aí foi feita uma conexão e o conhecimento virá. Como
sabem os cabalistas.
E Deus, Yaweh, Ain Soph, Kether, etc. nenhum deles impõe
nada. Mas:
- inspiram
- puxam
- preparam você.
E você só precisa fazer uma uniquíssima coisa.
Ter Boa Vontade.
*

496
APÊNDICE

DIAGRAMA DA ÁRVORE DA VIDA COM OS ARCANOS MAIORES DO


TAROT EM CADA CAMINHO

497
Portanto:

0. Louco – da sefirá 1 para 2


1. Mago – de 1 a 3
2. Papisa – de 1 a 6
3. Imperatriz – de 2 a 3
4. Imperador – de 2 a 6
5. Papa – de 2 a 4
6. Namorados – de 3 a 6
7. Carro – de 3 a 5
8. Força – de 4 a 5
9. Eremita – de 4 a 6
10. Roda Fortuna – de 4 a 7
11. Justiça – de 5 a 6
12. Enforcado – de 5 a 8
13. Morte – de 6 a 7
14. Temperança – de 6 a 9
15. Diabo – de 6 a 8
16. Torre – de 7 a 8
17. Estrela – de 7 a 9
18. Lua – de 7 a 10
19. Sol – de 8 a 9
20. Julgamento – de 8 a 10
21. Mundo – de 9 a 10
*
Se quiser, associe o significado dos arcanos para o caminho
que você precisa fazer. Exemplo: Para obter os benefícios e a
misericórdia na sua vida (Hesed, nº 4) – fazer os caminhos de:
a) do Papa (2 a 4) – transmitir algo sempre de modo
elevado;
b) da Força (4 a 5 ) – ter domínio sobre suas emoções;
c) do Eremita (4 a 6) – assimilando com maturidade as
experiências de vida e selecionando suas companhias;
d) da Roda da Fortuna (4 a 7) – sabendo lidar com as
reviravoltas, as mudanças de vida.
Leia mais sobre esses arcanos e acrescente outras ideias.
Compare esses caminhos com os arcanos maiores, letras e
com os 10 caminhos diretos das sefirós.
Certamente terá um bom tempo para se ocupar com esse
quebra-cabeças. E, ao final, direções e soluções surpreendentes.

498
Ou escolha um arcano e veja que caminho ele faz. Ex.: Morte
– vai de 6 (Tifferet) para 7 (Netzah). Ou do Sol para Vênus. Leia
mais sobre essas sefirós e veja como expandir sua consciência sobre
as questões da Morte.
E chega.
*

499
ABREVIAÇÕES

Cabala - QBL

Cabalista - qbl

Mapa Natal - MN

Regressão de Memória – RM

Vidas Passadas – VP

Dimensões – D

Árvore da Vida – AV

Masculino – M

Feminino – F

Ciências Ocultas – CO

Hemisférios Cerebrais Direito e Esquerdo – HC D e E

Constelação Familiar - CF

500
BIBLIOGRAFIA

 Numerologia Judaica e seus Mistérios – David Zummeskorn,


ed. Maayanot, 2011

 Sepher Yetzirah

 A Carruagem, 2 vols. – Anna M. Costa Ribeiro, 2011

 A History of Playing Cards – Catherine Hargrave, Dova Publ.,


NY 1966

 12º Planeta – Zecharia Sitchin, ed. Best Seller

 O Grande Arcano – Eliphas Levi, Ed. Pensamento

 Cabala, cabalismo, cabalistas – Idel, Assis, Senkman,


Aslanov, Guimsburg. Ed. Perspectiva, Univ. de Jerusalém

 The Holy Kabalah – Arthur E. Waite, University Books, 1972,


NY

 Le Sepher Yetzirah – Carlo Suares, ed. Mont Blanc, 1967,


Geneve

 Astrologia Cabalística – Philip Berg, Imago, 2000

 Astrologia da Cabala – Yair Alon, ML Boccia, ed. Tecei, 2010

 Árvore da Vida – Shimon Halevi, ed. Tres, 1973

 Ishmael - Daniel Quinn, ed. Peirópolis, 2000

 História de B – idem

 Cabala Teúrgica – Jean L. de Biasi, Madras, 2009

 Zohar – Ariel Bension (seleções), ed. Polar, 2008

 Tarot Cabalístico – Anna M. C. Ribeiro

501
 Psicomagia – Alejandro Jodorowsky, Simcha, 2005

 Segundas Intenções – Nilton Bonder, ed. Rocco, 2011

 The Astrological Secrets of Hebrew Sages – Joel Dobin, ed.


Rochester, 1977

 The Anatomy of Fate, Kabalah Astrology – W. Kenton, ed.


Rider, 1978

 Astrologia Cabalística – W. Lorenz, ed. Pensamento

 Iniciacion Cabalistica a la Astrologia y Tarot – Kahaleb, ed.


Indigo, 1996

 Hyperspace – Michio Kakuy, Oxford Univ. Press, 1994

 Alexandre, o Grande – Partha Bose, ed. Best Seller, 2006

 Cabala – Alberto Lyra, ed. Gnose

 Astromedicina – Franco Rossomando, Kier, 2006

 A Vinda do Cristo Cósmico – Matthew Fox, ed. Nova Era,


1998

 Adão e a Árvore Cabalística – Z. Halevi, ed. Imago, 1990

 Ciência Oculta – Rudolf Steiner, ed. Antroposófica

 La Via del Tarot – Alejandro Jodorowsky, ed. Simcha, 2006

 Poder da Magia - Israel Regardie, ed. Gnose, 1998

 Astrologia Cabalística – Warren Kenton, 1978

 Archetypal Psychology – James Hillman, ed. Spring Publ.,


1983

 Santos e Daimones - Rita Segato, ed. UnB, 2008

502
 O Oculto – Colin Wilson, 2 vols., ed. Francisco Alves, 1981

 Ética de Nicômado – Aristóteles, ed. Maigret Claret, 2013


*

503
OUTROS LIVROS DA AUTORA

1. Conhecimento da Astrologia – ed. Imperial

2. Conhecimento de Numerologia – ed. Imperial

3. Conhecimento da Astrologia Vocacional, Empresarial e

Mundial – ed. Imperial

4. Conhecimento do Futuro – ed. Hipocampo

5 e 6. Conhecimento da Astrologia Kármica, 2 vols. – Urantiam

7. Conhecimento da Astrologia Médica e Psíquica – ed.

Imperial

8. O Esplendor dos Chakras e Cores - ed. Roca

9. Sorria no Funeral – ed. Hipocampo

10. Sinastria - ed. Hipocampo

11. Relacionamentos – ed. Hipocampo

12. Reviravoltas – ed. Hipocampo

13. Astrologia, Alcoolismo e Drogas – ed. Hipocampo

14. Numerologia – ed. Hipocampo

15 e 16. Conhecimento da Astrologia dos 7 Raios e 9 Dimensões, 2

vols. – Urantiam

17. Os Deuses de Nossas Vidas – Urantiam

18. Quando Éramos Deuses - Urantiam

504
19. Merecer a Terra – Urantiam

20. Cálculo, Montagem Mapa – Urantiam

21 e 22. A Carruagem, 2 vols. – Urantiam

23. A Carruagem/Tarot Cabalístico – Urantiam

24. 105 Jogos Tarot – Urantiam

25. Viver é Para Sempre – Urantiam

URANTIAM - www. urantiam.com


Rua Visconde de Pirajá 580/223 – Ipanema, RJ
Tels.: 2259.5338, 2521.1667

505

Você também pode gostar