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NOTA OFICIAL DO TRIBUNAL SUPERIOR

ELEITORAL

O Tribunal Superior Eleitoral, diante de fatos


noticiados pela imprensa no dia de hoje, está
adotando todas as providências cabíveis, por meio
da Corregedoria Geral da Justiça Eleitoral, para
esclarecer as circunstâncias e coibir eventuais
excessos no exercício do poder de polícia eleitoral
no âmbito das universidades de diversos estados da
federação.

Manifesta o respeito integral da Justiça Eleitoral


aos preceitos constitucionais sobre a educação,
especialmente ao contido no art. 206 da Constituição
da República, assegurando-se sempre liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber (inciso I do art. 206),
bem como ao pluralismo de ideias e de concepções
pedagógicas, e coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino (inciso II do art. 206), e ainda
respeito à respectiva autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial
(art. 207 da CF).
A liberdade de manifestação é sempre o
princípio a ser intransigentemente garantido.

Somente os juízes – a quem se renova a


integral confiança no exercício de suas funções
imprescindíveis ao Estado democrático de Direito -,
em respeito ao mandamento constitucional (art. 93,
IX, CRFB), podem coibir eventuais excessos.

A legislação eleitoral veda a realização de


propaganda em universidades públicas (art. 24, Lei
9.504/1997) e privadas (art. 37, Lei 9.504/1997),
mas a vedação dirige-se à propaganda eleitoral e
não alcança, por certo, a liberdade de manifestação
e de expressão, preceitos tão caros à democracia,
assegurados pela Constituição Cidadã de 88.

A atuação do poder de polícia - que compete


única e exclusivamente à Justiça Eleitoral – há de se
fazer com respeito aos princípios regentes do
Estado Democrático de Direito.

O poder de polícia não prescinde da


observância do devido processo legal, e o emprego
de medidas restritivas à propaganda eleitoral há de
ser feito com cautela e sob os limites da lei (art. 41
da Lei 9.504/1997).

A aplicação do poder de polícia da Justiça


Eleitoral tem por finalidade evitar o desequilíbrio de
forças no pleito eleitoral, assegurando, além do
princípio da isonomia, o pleno exercício da liberdade
de expressão.

A prévia e escrita ordem da Justiça Eleitoral é


pressuposto para toda e qualquer constrição de
direito. Eventuais excessos merecem a devida
apuração.

MINISTRA ROSA WEBER

PRESIDENTE

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