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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


SECRETARIA-GERAL DE CONTROLE EXTERNO
SECRETARIA-GERAL DE CONTROLE EXTERNO
SECRETARIA DE MÉTODOS APLICADOS E SUPORTE À AUDITORIA

SECRETARIA DE MÉTODOS APLICADOS E SUPORTE À AUDITORIA

Técnicas de análise de
problemas para auditorias

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROBLEMAS PARA AUDITORIAS

SEGECEX/SEAUD SEGECEX/SEAUD
AGOSTO/2013 AGOSTO/2013
Tribunal de Contas da União
Internet: http://www.tcu.gov.br
SAFS Quadra 4 Lt. 01 PORTARIA-SEGECEX Nº 21, DE 22 DE OUTUBRO DE 2013
CEP: 70042-900 – Brasília-DF

Secretário-Geral de Controle Externo Aprova o documento Técnica de Análise de Problemas para Auditorias.
Mauricio de Albuquerque Wanderley

Secretaria-Geral Adjunta de Controle Externo O Secretário-Geral de Controle Externo, no uso de suas atribuições e con-
Edison Franklin Almeida siderando o disposto no art. 33, inciso III, da Resolução-TCU nº 253, de 21 de
dezembro de 2012:
Secretaria de Métodos Aplicados e Suporte à Auditoria Considerando que o Plano Estratégico do Tribunal de Contas da União
Dagomar Henriques Lima para o quinquênio 2011-2015 definiu como objetivo estratégico “Desenvolver
competências gerenciais e profissionais” e como iniciativas estratégicas “Aprimo-
Equipe Técnica rar as metodologias e ações de controle com foco na avaliação de desempenho da
Nicole Veiga Prata Administração Pública” e “Implementar, aperfeiçoar e divulgar as metodologias,
normas e padrões aplicados às ações de controle”, resolve:
Supervisão Art. 1º Fica aprovado o documento “Técnicas de Análise de Problemas para
Fábio Mafra, Diretor, Diretoria de Métodos Aplicados à Auditoria Auditorias”.
Art. 2º A Secretaria de Métodos Aplicados e Suporte à Auditoria mante-
Revisão rá atualizado o documento de que trata o artigo anterior, cabendo-lhe, ainda, o
Leonard Renne Guimaraes Lapa, Especialista Sênior II, Secretaria de esclarecimento de dúvidas e o recebimento de sugestões para o seu aperfeiçoa-
Planejamento, Governança e Gestão mento.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Brasil. Tribunal de Contas da União.


Técnica de Análise de Problemas para Auditorias / Tribunal de Con- MAURICIO DE ALBUQUERQUE WANDERLEY
tas da União. - Brasília: TCU, Segecex, Secretaria de Métodos Aplicados Secretário-Geral de Controle Externo
e Suporte à Auditoria (Seaud), 2013.
27 p.

1. Auditoria, painel de referência. 2. Auditoria, manual. I. Título

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ministro Rubens Rosa


Sumário Introdução
1. Este documento sintetiza as melhores práticas na aplicação de técnicas de
6 Introdução análise de problemas em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União
11 Aplicação em auditoria (TCU). O documento está alinhado aos padrões de auditoria da Organização
13 Diagrama de Ishikawa Internacional de Entidades de Fiscalização Superiores (Intosai1), em especial às
13 Conceito e evolução da ferramenta Orientações para Implementação de Auditoria Operacional (ISSAI 3000, 2004).
15 Vantagens e limitações da técnica Além disso, a abordagem adotada está referenciada na literatura especializada.
16 Como aplicar a técnica 2. No TCU, as técnicas de análises de problemas2 são mais usadas em audi-
20 Softwares para elaboração do Diagrama de Ishikawa torias operacionais, em especial nos trabalhos com orientação a problemas . Não
22 Árvore de Problemas obstante, podem ser usadas, também, em outros tipos de auditoria e em outros
22 Conceito e evolução da Ferramenta instrumentos de fiscalização, como em levantamentos.
23 Vantagens e limitações da técnica 3. O Manual de Auditoria Operacional do TCU (2010, p.25) esclarece que,
26 Como aplicar a técnica durante a análise preliminar do objeto de auditoria, são utilizadas técnicas de
31 Softwares para facilitar a elaboração da Árvore de Problemas diagnóstico, que, a partir da interpretação sistemática de informações e da identi-
32 Recomendações adicionais para aplicação das técnicas de ficação de problemas de desempenho do objeto selecionado, possibilitam melho-
análise de problemas rar a compreensão sobre o tema da auditoria. Técnicas de análise de problemas
33 Outras técnicas que podem contribuir para a análise de podem ser usadas para realizar este trabalho.
problemas 4. O presente documento técnico, inicialmente, conceitua as técnicas de
33 Brainstorming análise e solução de problemas e discorre sobre seus objetivos e sobre a forma
34 Cinco Porquês
35 Método de Priorização - Matriz GUT
40 Apêndice A - Exemplo de Diagrama de Ishikawa - auditoria na ges- 1
The International Organisation of Supreme Audit Institutions.
tão de obras rodoviárias do DNIT 2
Segundo a Intosai, há dois tipos de abordagens distintas nas auditorias operacionais. A primeira
42 Apêndice B - Exemplo de Diagrama de Ishikawa - auditoria no be- refere-se às auditorias voltadas para os resultados, onde o auditor estuda o desempenho alcançado,
nefício do auxílio doença tendo como referência um padrão pré-definido, que pode ter sido explicitado em objetivos, normas,
43 Apêndice C - Análise de problemas em uma página legislação, entre outros documentos. A segunda refere-se à orientação voltada para problemas, que
45 Referências lida com a identificação e análise de problemas e suas causas. Hipóteses sobre possíveis causas e con-
sequências são formuladas e testadas com o objetivo de disponibilizar informações atualizadas sobre
os problemas estudados e como lidar com eles (ISSAI 3000, 1.8).

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O que são técnicas
como são aplicadas em auditorias do TCU. Nas seções subsequentes, o documen-
to descreve as duas principais técnicas que estão sendo utilizadas: o Diagrama de
Ishikawa e a Árvore de Problemas, esclarecendo suas vantagens e limitações, e de análise de problemas
apresentando orientações sobre como aplicá-las adequadamente, bem como so-
bre softwares que auxiliam sua elaboração. Por fim, são mencionadas, de forma 7. As técnicas de análise de problemas são ferramentas que auxiliam o es-
resumida, outras técnicas que também podem ser utilizadas na análise e solução tudo em profundidade e de forma estruturada de problemas, fornecendo subsí-
de problemas em auditorias. dios para a identificação de suas causas, suas consequências, suas inter-relações,
assim como possíveis soluções. As duas principais técnicas de análise de proble-
mas aplicadas em auditorias do TCU são o Diagrama de Ishikawa e a Árvore de
Problemas.
8. No universo gerencial, a palavra “problema” recebe diferentes conceitu-
ações. Problema pode ser definido como “um evento, fato ou resultado indesejá-
Objetivo vel de um trabalho” ou ainda representa “qualquer situação que incomoda e que
precisa ser mudada, a partir de critérios estabelecidos” (SILVA, 1996, p. 209-210).
5. O objetivo deste documento é orientar as equipes de auditoria sobre Alternativamente, problema é “(...) a diferença (gap) entre o padrão ou objetivo
como utilizar técnicas de análise de problemas. Espera-se que a disseminação e a situação atual. Assim sendo, só pode haver um problema se existe algum pa-
dessas orientações contribua para que as equipes compreendam melhor os obje- drão ou objetivo para que possa ser feita a comparação” (TANIYAMA,1997 apud
tos de auditoria e definam as questões mais relevantes para o contexto analisado. TERNER, 2008). Essa última definição é semelhante ao modelo conceitual usado
6. As ferramentas aqui disponibilizadas têm o mesmo propósito e podem em auditorias, que define o achado como a diferença entre o padrão e a situação
se adequar a diferentes objetos de auditoria. Assim, a escolha de qual técnica apli- encontrada.
car no caso concreto é responsabilidade de cada equipe de auditoria. 9. A partir da década de 1950, começou a surgir uma série de abordagens
gerenciais para análise e solução de problemas, impulsionadas pelas teorias de
qualidade, em especial, a teoria do Controle de Qualidade Total (Total Quality
Control - TQC).
10. Segundo Perpétuo e Teixeira (2001, apud TERNER, 2008),
todos estes métodos têm em comum que ao estruturar um pro-
blema o que se procura é representar uma situação para, então,
entendê-la e, se for o caso, fazer algum tipo de intervenção tendo
como referência um objetivo ou uma meta. Uma metodologia
de análise e solução de problema deve ser vista como uma fer-

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ramenta gerencial para pensar e auxiliar no processo decisório. do problema que se almeja enfrentar (DOWD; TOWN, 2002, tradução nossa).
11. No Brasil, uma das técnicas de análise de problemas mais difundidas
ficou conhecida como Método de Análise e Solução de Problemas (MASP), que
tem como foco a identificação dos problemas, suas causas e, posteriormente, a
elaboração de ações corretivas e preventivas para eliminar ou minimizar os pro-
blemas detectados (PENTEADO et al., 2007).
12. O MASP é frequentemente associado ao método Plan Do Check Action
(PDCA). Na fase plan, que se refere ao planejamento, o problema é identificado,
são colhidos dados e informações para caracterizá-lo, as causas fundamentais são
levantadas e é estabelecido um plano de ação para combater as causas identifi-
cadas. Na fase do, fazer, coloca-se o plano de ação em execução e na fase check,
checar, verifica-se se a solução implantada surtiu o efeito desejado, ou seja, elimi-
nou as causas fundamentais. Na fase action, ação, é realizada a padronização dos
novos procedimentos para que o problema não volte a ocorrer (HOSKEN, 2005).
13. É preciso ressaltar que a tarefa mais importante de todo o processo des-
crito acima é a identificação do problema. Quando este é corretamente escolhido,
50% dele já está resolvido (HOSKEN, 2005). Mas a identificação das causas tam-
bém é primordial, na medida em que permite a proposição de soluções direcio-
nadas para a sua neutralização, evitando, assim, que o problema se perpetue.
14. As ferramentas apresentadas neste documento técnico permitem a or-
ganização das ideias e a estruturação do problema central e de suas causas. Além
disso, as técnicas de análise de problemas permitem a visualização das relações de
causalidade, ou seja, é possível verificar que a causa “x” é responsável pela causa
“z”, que gera a causa “y”, que leva ao problema identificado.
15. Porém, cabe salientar que, no mundo real, a relação de causalidade não
é tão simples, ou seja, não é uma relação linear. As variáveis podem interagir mu-
tuamente e podem ser influenciadas por outras não identificadas pela equipe de
auditoria. Assim, essa é uma limitação de todas as ferramentas de análise e solu-
ção de problemas. Portanto, os modelos construídos devem ser entendidos como
uma tradução simplificada da realidade, servindo para facilitar o entendimento

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siderado central em relação ao objeto auditado, assim como suas causas. Além
Aplicação em auditoria disso, são definidas as relações de causa e efeito entre as causas identificadas.
20. Para a identificação do problema e aplicação das técnicas de análise,
16. Essas técnicas são usadas para facilitar a compreensão do conjunto de exige-se o conhecimento do tema que será auditado. Para isso, a equipe deve bus-
fatores que possam estar dificultando ou impedindo o alcance dos objetivos de- car informações de diversas naturezas e fontes.
finidos para políticas, programas ou órgãos públicos auditados. A partir dessa 21. A definição do problema somente é feita após a equipe estudar o tema
compreensão, a equipe pode definir o escopo dos trabalhos, assim como pode da auditoria em profundidade, isto é, após a análise preliminar do objeto. Não é
desenhar estratégicas metodológicas para obter evidências que reforcem as cons- possível iniciar a fase de planejamento pela aplicação da técnica de análise de pro-
tatações da auditoria. Dessa forma, podem ser muito úteis para auxiliar as equi- blema, exceto se a auditoria foi precedida de um levantamento suficientemente
pes de auditoria a compreender o objeto auditado e a definir o foco do trabalho. detalhado de modo a problematizar o objeto de auditoria. Mesmo quando a rea-
17. As técnicas de análises de problemas são aplicadas na etapa de planeja- lização da auditoria é requisitada e o objetivo já é definido de início, a equipe não
mento da auditoria. Nessa fase, a equipe realiza a análise preliminar do objeto de pode prescindir de realizar o exame preliminar do objeto para que o problema de
auditoria, com o objetivo de obter os conhecimentos necessários para a sua com- auditoria seja compreendido e adequadamente delimitado.
preensão, bem como do ambiente organizacional em que ele está inserido (BRA- 22. Normalmente, as primeiras informações sobre o objeto de auditoria são
SIL, 2011, § 89). Assim, o principal requisito para a aplicação de uma das técnicas obtidas por meio da revisão da literatura. A equipe de auditoria precisa dedicar
de análise de problema é a realização da análise preliminar do objeto de auditoria. tempo considerável para a leitura da legislação pertinente, normativos, docu-
18. Além disso, as técnicas de análise de problemas também podem mentos técnicos, trabalhos anteriores de avaliação, livros, artigos científicos, re-
ser utilizadas em levantamentos. Levantamento é o instrumento de fisca- portagens, acórdãos do TCU e outros. A revisão da literatura permite à equipe ter
lização do TCU utilizado para conhecer a estrutura e o funcionamento de mais familiaridade com o objeto da auditoria e identificar, de forma preliminar,
organizações, sistemas, políticas, programas, projetos e atividades gover- os possíveis problemas e suas causas.
namentais. Além disso, por meio da realização de levantamentos é possível 23. Outra forma usada para obter informações que serão usadas para a aná-
identificar objetos e instrumentos para futuras fiscalizações, bem como ava- lise de problema são as entrevistas com os gestores dos órgãos auditados, com
liar a viabilidade de realização de auditorias (BRASIL, 2012, art. 238). especialistas sobre o tema e com outros stakeholders, como associações de usu-
19. Em auditoria, geralmente, aplica-se somente a primeira parte do mé- ários. As entrevistas com estes atores são importantes para esclarecer dúvidas,
todo de análise e solução de problemas porque o objetivo é entender o órgão, aprofundar o conhecimento e auxiliar na focalização do trabalho. Para tanto, é
programa ou política pública objeto de estudo e seu contexto visando focar o importante que os roteiros de entrevista sejam preparados com perguntas desti-
trabalho. Ao aplicar o método, não se busca a imediata formulação de soluções nadas a evidenciar causas dos possíveis problemas a serem investigados.
para os problemas identificados, visto que as propostas de encaminhamento so-
mente são definidas a partir da identificação dos achados de auditoria. Assim,
astécnicas são aplicadas com o objetivo de identificar e estudar um problema con-

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26. O Diagrama Ishikawa foi aplicado pela primeira vez pelo engenheiro
Diagrama de Ishikawa químico e professor da Universidade de Tóquio, Kaoru Ishikawa, em 1943, para
sintetizar as opiniões dos engenheiros de uma fábrica, quando discutiam proble-
∙ Conceito e evolução da ferramenta mas relacionados à qualidade dos produtos. No início, a técnica foi utilizada para
24. O Diagrama Ishikawa, “também conhecido como Diagrama de Causa- auxiliar as empresas a organizar suas pesquisas, equacionando problemas ligados
-Efeito ou Diagrama Espinha de Peixe, é uma ferramenta de representação das à qualidade. Com o passar dos anos, a técnica foi sendo aperfeiçoada e difundida
possíveis causas que levam a um determinado efeito” (JUNIOR et. al., 2008, e, atualmente, é utilizada por várias áreas da administração e também por outros
p.104). É uma técnica útil para organizar as ideias sobre um determinado proble- ramos do conhecimento (AMAZONAS et. al., 2008).
ma, pois diferencia o que é causa e o que é efeito, conceitos que, muitas vezes, são 27. Originalmente, quando a técnica começou a ser utilizada por Ishikawa,
confundidos. (SILVA, 1996). as causas eram agrupadas em quatro grandes grupos: método, matéria-prima,
25. No diagrama, causas ou fatores são representados por setas que con- mão de obra e máquinas. À medida que foi sendo empregada, mais duas cate-
correm para o efeito (problema) que está sendo analisado. As causas ou fatores gorias foram agregadas ao modelo: meio ambiente e medida. Por possuir essas
complexos podem ser decompostos em detalhes (causas primárias e causas se- categorias fixas, o método também é conhecido por Diagrama 4M e 6M.
cundárias), sem com isso perder a visão de conjunto (DAYCHOUM, 2007, p. 28. Na prática, o que se percebe é que esses grupos de causas não são fixos,
139). A Figura 1 ilustra o formato de um Diagrama de Ishikawa. imutáveis. Pessoas e organizações modificam os grupos, adaptando a técnica ao
que está sendo estudado. É importante ressaltar que não é necessário usar esses
Figura 1: Diagrama de Ishikawa 6M sempre. Pode-se resumi-los, por exemplo, a 4M. Em outras situações podem-
-se escolher nomes genéricos para os grupos de causas, como: “Pessoas”, “Geren-
ciamento”, “Mercado” (SILVA, 2005, p.231).
29. Nas auditorias do TCU, essas adaptações nos grupos das causas são re-
alizadas com frequência. Como já foi dito anteriormente, essa ferramenta foi de-
senvolvida na indústria para resolver problemas relacionados à área de produção
que afetavam a qualidade dos produtos. Contudo, o Tribunal trabalha com um
universo distinto, ou seja, organizações e atividades do poder público, que atuam
e possuem características diferentes da iniciativa privada. Em decorrência disso,
torna-se necessária a adaptação, para que o instrumento molde-se às distintas
características da política, do programa ou do órgão público auditado.
30. O Apêndice B apresenta um Diagrama de Ishikawa adaptado às neces-
sidades de uma auditoria executada pelo TCU. Foi desenvolvido pela equipe de
Fonte: DAYCHOUM, 2007, p.139. auditoria que analisou os mecanismos de concessão e manutenção do benefício

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previdenciário de Auxílio-doença. Nesse diagrama, as causas foram divididas 34. Para mitigar essa limitação, é preciso que o grupo estude o assunto com
em cinco grandes grupos denominados: gestão e controles internos deficientes; base em diversas fontes de informações antes da reunião de construção do dia-
perícia médica deficiente; modernização operacional; fraudes e aumento da de- grama e ouça os diferentes atores envolvidos. Além disso, validar o instrumento
manda. com gestores e especialistas é importante para acrescentar causas que não foram
∙ Vantagens e limitações da técnica citadas e retirar aquelas que não interferem ou são pouco significativas para pro-
31. Entre as vantagens de aplicar o Diagrama de Ishkawa em auditoria, po- duzir o problema estudado.
de-se mencionar (LINS, 1993): ∙ Como aplicar a técnica
a) é educativo, pois exige um esforço coletivo de auditados e auditores para 35. O primeiro passo a ser adotado é definir claramente o problema a ser
hierarquizar as causas identificadas e agrupá-las em grandes grupos que estudado, com base no conhecimento adquirido pela análise preliminar do objeto
abordam o mesmo tema; de auditoria e pela aplicação de outras técnicas de diagnóstico relevantes. O pro-
b) direciona o foco da atenção para o problema, levando à conscientização blema definido deve ser colocado na extremidade direita do diagrama, no local
de auditores e auditados de que sua solução não se restringe a atitudes sim- onde seria a “cabeça do peixe”.
plistas (substituir pessoas, adquirir equipamentos), mas exige uma aborda- 36. A formulação do problema central deve ser cuidadosa, pois orientará as
gem integrada para combater as diversas causas possíveis; etapas seguintes. Sendo assim, para que o problema tenha uma redação adequa-
c) conduz à efetiva pesquisa das causas, evitando-se o desperdício de esfor- da, é preciso seguir algumas orientações, que estão destacadas a seguir:
ços da equipe com o estudo de aspectos não relacionados ao problema; a) o problema é uma situação negativa;
d) nivela a compreensão dos envolvidos sobre o problema; b) é uma situação real e não teórica;
e) permite uso genérico, sendo aplicável a problemas das mais diversas na- c) sua redação não deve ser extensa, nem muito vaga, como por exemplo,
turezas. “Infraestrutura”, que por si só não especifica qual é o problema;
32. Não obstante, a utilização de qualquer ferramenta envolve limitações. d) deve-se evitar escrever o problema como sendo falta de um determina-
Uma das limitações do Diagrama de Ishikawa é a impossibilidade de se conec- do serviço. Por exemplo: “Falta de creches e pré-escolas”. Quando o proble-
tar causas organizadas em grupos diferentes. Cada elemento causal conecta-se, ma é redigido desta maneira, você direciona a solução, tolhendo a busca por
exclusivamente, a um único outro elemento do diagrama. Dessa forma, a ferra- soluções alternativas;
menta não permite uma vinculação com múltiplos outros fatores, que se pode, e) da mesma forma, deve-se evitar escrever o problema como a não exis-
eventualmente, observar quando se analisa uma situação real. Assim, necessita-se tência de algo. Por exemplo: “Não existe no país um órgão responsável pela
optar por representar apenas as relações causais mais significativas. fiscalização das florestas”;
33. Outra limitação reside no fato de que o resultado encontrado não é exa- f) não se deve escrever a causa do problema em seu enunciado. Por exem-
to. Como o diagrama é construído a partir de opiniões e percepções de um grupo plo: “A qualidade das estradas está ruim, devido à falta de fiscalização das
de pessoas, é possível que, ao se mudar os integrantes do grupo, as conclusões obras”;
obtidas no estudo de um mesmo problema não sejam as mesmas. g) o problema não deve ser formulado a partir de interpretações, pré-con-

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ceitos ou posicionamentos individuais. Por exemplo: “O governo é burocrático”. ter esse envolvimento. Uma das formas é a apresentação do esboço do diagrama
37. O segundo passo é a definição dos grupos de causas (“espinhas” gran- para os gestores e para os especialistas. A equipe deve solicitar-lhes a validação
des). Em seguida, passa-se para a localização das causas primárias, que são, então, detalhada de cada item do documento, de forma a permitir que correções ou
decompostas em causas secundárias e estas em causas terciárias, e assim sucessi- complementações possam ser realizadas.
vamente. Esse procedimento deve se repetir até o momento em que o grupo ou 42. A segunda maneira é a construção do diagrama de forma conjunta com
o facilitador percebam que não há como decompor mais as causas. A técnica dos os auditados. Nesse caso, a equipe elabora o esboço, mas não o mostra para os
Cinco Porquês (parágrafos 88 a 91) auxilia no detalhamento das causas. auditados para evitar influenciá-los. O esboço serve de orientação para equipe.
38. Ao final do processo, o grupo possui um quadro completo dos diversos Os auditados devem ser chamados a participar de uma oficina de trabalho para a
fatores que concorrem para o problema estudado, na percepção dos participan- elaboração do diagrama, com a facilitação da equipe de auditoria. Para que as dis-
tes, com suas inter-relações detalhadamente ilustradas. Esse quadro possibilita a cussões ocorram de forma produtiva, deve ser definido qual método audiovisual
rápida visualização do conjunto de elementos envolvidos na situação estudada, o será utilizado para que todos os participantes possam acompanhar e participar da
que facilita a definição do escopo do trabalho. construção do diagrama: anotação em quadro branco, colagem de post-its sobre
39. A construção do diagrama é realizada inicialmente apenas pela equipe folha de flip-chart ou utilização de software, com auxílio de projetor3.
de auditoria, com base nas informações já coletadas e analisadas. Esse esboço 43. Tanto na construção do esboço do diagrama pela equipe quanto na re-
serve para organizar, nivelar e harmonizar o entendimento da equipe sobre o alização de oficina de trabalho com os gestores, aplica-se a técnica do Brainstor-
problema. A elaboração do esboço pode seguir o procedimento adotado em uma ming para estimular a produção de informações pelos participantes. Essa técnica
oficina de trabalho ou pode-se designar um auditor que ficará responsável pela é descrita em seção própria do presente documento (parágrafos 84 a 87).
elaboração da primeira versão do diagrama, que deve ser necessariamente apre-
sentada e discutida por toda a equipe. Se não houver elaboração coletiva nem a
discussão da versão preliminar com todos os membros da equipe, o objetivo de
construir um entendimento compartilhado sobre o problema dificilmente será
alcançado.
40. Antes de aplicar a ferramenta, é importante escolher um dos integrantes
da equipe de auditoria para atuar como facilitador do processo de construção do
diagrama. Esse auditor deverá ficar responsável pela condução das reuniões e
pela finalização do diagrama após o término das discussões, efetuando os ajustes
cabíveis na redação da versão final do documento.
41. Após a elaboração do Diagrama de Ishikawa pela equipe de auditoria,
passa-se para o terceiro e último passo, que é o envolvimento do auditado na 3
Esses recursos também podem ser usados quando membros da equipe de auditoria elaboram o es-
aplicação da técnica de análise de problema. Há duas maneiras distintas de se ob- boço do diagrama conjuntamente.

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Quadro 1: Exemplo de utilização do Diagrama de Ishikawa em ∙ Softwares para elaboração do Diagrama de Ishikawa
auditoria do TCU 44. A versão final do Diagrama de Ishikawa pode ser elaborada utilizando-
-se os recursos disponíveis no aplicativo Microsoft Word4. O exemplo do Apên-
dice B foi construído utilizando este software.
Em 2011, o TCU realizou auditoria na gestão das obras rodo- 45. O TCU disponibiliza o aplicativo XMind5, software livre que auxilia o
viárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transpor- usuário na construção de mapas mentais, organogramas, cronogramas, entre ou-
tes (Dnit), com o objetivo de identificar as causas de deficiências tros. Essa ferramenta também disponibiliza a estrutura do Diagrama de Ishikawa,
enfrentadas pelo órgão e apontar oportunidades de melhoria (TC denominado de Fishbone. A Figura 2 ilustra um diagrama construído por meio
002.077/2011-6). do XMind.
Durante a fase de planejamento dos trabalhos, foram elabora- 46. A ferramenta é fácil de ser usada e pode ser recurso audiovisual nas
dos três diagramas de Ishikawa para analisar com mais profundidade reuniões para construção do diagrama.
as causas dos problemas recorrentes das obras rodoviárias sob a res-
ponsabilidade do Dnit, quais sejam: atrasos, custos elevados e quali-
dade deficiente.
Como exemplo, no Apêndice A, encontra-se um dos diagramas
elaborados pela equipe, o que detalhou as causas do custo elevado das
obras rodoviárias.
Os diagramas contribuíram para a definição de duas perguntas
de auditoria e ainda auxiliaram na elaboração de roteiros de entrevista
e questionários, utilizados na execução dos trabalhos para a coleta de
informações.

Fonte: relato da equipe de auditoria.

4
© 2013 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.
5
Copyright(C) 2006, 2012, XMind Ltd. All rights reserved.

19 20
Figura 2: Diagrama de Ishikawa construído com o software XMind
Árvore de problemas
∙ Conceito e evolução da ferramenta
47. A árvore de problemas é uma técnica participativa que auxilia no de-
senvolvimento de ideias criativas para identificar o problema e organizar a in-
formação coletada, gerando um modelo de relações causais que o explicam. Esta
técnica facilita a identificação e a organização das causas e das consequências ou
efeitos de um problema central (COHEN; MARTINEZ, 2004, p.114, tradução
nossa).
48. O problema central é o tronco da árvore, as raízes são as causas e a copa
são os efeitos. A lógica é que cada problema é consequência do que está posicio-
nado abaixo dele e, por sua vez, é causa dos que estão acima, refletindo, assim, a
inter-relação entre causas e efeitos (COHEN; MARTINEZ, 2004, p.114, tradução
nossa).
49. A Árvore de Problemas começou a ser largamente difundida com a
popularização do Modelo ZOPP, abreviatura da expressão alemã Ziel Orientierte
Projekt Planung, que em português significa “Planejamento de Projetos Orien-
Fonte: elaboração própria. tado por Objetivos”. Foi desenvolvido na década de 80 pela Sociedade Alemã de
Cooperação Técnica GTZ (Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit) para au-
xiliar o gerenciamento de projetos (MINGUILLO , 2003; CAMPOS et. al., 2002).
50. No serviço público federal brasileiro, a árvore de problemas foi difun-
dida em associação com o Modelo Lógico, metodologia utilizada pelo Ministério
de Planejamento, Orçamento e Gestão, desde 2007, para aperfeiçoar o desenho
de programas do Plano Plurianual (PPA). O Modelo Lógico resulta em “(...) pro-
cesso que facilita planejar e comunicar o que se pretende com o programa e qual
o seu funcionamento esperado. Em particular, pode ser utilizado como um ins-
trumento para se proceder a avaliação ex-ante de programas, visando melhorar
a consistência de sua formulação inicial” (CASSIOLATO; GUERESI, 2010, p. 4).
51. A árvore de problemas é utilizada no Modelo Lógico para a explicitação

21 22
do problema que determinada ação governamental irá atacar. São definidos o para cima, permite um encadeamento lógico das causas raízes6, que vão gerando
problema central, suas causas e consequências. Para garantir que o problema outras causas, que, por fim, influenciam a ocorrência do problema central. Este,
central cesse é preciso que a ação governamental seja orientada para combater por sua vez, produz efeitos negativos imediatos, que ocasionam outros efeitos e
as causas críticas, que são aquelas que produzem um maior efeito na situação assim sucessivamente.
negativa estudada (CASSIOLATO; GUERESI, 2010). 54. Outro aspecto positivo da utilização da Árvore de Problemas é que a
52. A árvore de problemas constitui-se em “uma forma bastante simples e ferramenta demonstra que o cerne de qualquer problema, mesmo os mais com-
útil para efetuar a análise de problema” (CASSIOLATO; GUERESI, 2010, p. 8). A plexos, reside em um conjunto restrito de causas. A árvore dá visibilidade a uma
Figura 3 explicita a forma esquemática básica de uma árvore de problemas. conhecida teoria intitulada de Lei de Pareto, também conhecida como o princípio
20-80, segundo o qual 20% das causas são responsáveis por 80% das consequên-
Figura 3: Exemplo de Árvore de Problemas cias observadas (FAO, 2004).
55. A Figura 4 ilustra a teoria exposta acima. Representa uma Árvore de
Problemas elaborada durante a auditoria que analisou a Política Nacional de De-
senvolvimento Regional. O problema central foi sendo depurado em causas até
alcançar as duas causas-raiz, quais sejam: “Ocupação desigual do território de-
corrente do modelo histórico e econômico” e “Condições naturais adversas de
parcelas do território brasileiro”. Essas duas causas foram consideradas o cerne
do problema e com forte influência sobre o aparecimento dos efeitos descritos no
topo da árvore.

Fonte: elaboração própria.

∙ Vantagens e limitações da técnica


53. A Árvore de Problemas permite a visualização das causas e das conse-
quências de um problema em uma mesma estrutura. Ou seja, possibilita que se 6
Segundo Terner (2008), causa raiz é a causa real e primária dos problemas organizacionais. É
tenha uma visão do todo. A leitura do diagrama, que deve ser realizada de baixo a fonte, onde se originam as não conformidades, as falhas e os problemas que precisam ser resolvidos.

23 24
Figura 4: Árvore de problemas desenvolvida na auditoria sobre serão necessários para atacá-lo;
a Política Nacional de Desenvolvimento Regional f) contribui para que os membros do grupo alcancem consenso sobre o
problema analisado;
g) permite a visualização das relações de causalidade entre as diversas cau-
sas e seus efeitos.
h) permite a identificação das causas raízes ou os “nós críticos”, que são as
causas originárias do problema analisado.
57. Assim como o Diagrama de Ishikawa, a Árvore de Problemas também
não produz um resultado exato, pois é construída a partir de opiniões e percep-
ções de um grupo de indivíduos. Assim, é possível que conclusões distintas sejam
obtidas ao se replicar a técnica em um grupo composto por outras pessoas.
∙ Como aplicar a técnica
58. As primeiras medidas para a construção da Árvore de Problemas são
semelhantes às descritas para a elaboração do Diagrama de Ishikawa. Assim, o
primeiro passo a ser adotado é a definição clara do problema a ser auditado. Este
deve ser colocado no centro da superfície que será utilizada para a construção da
Árvore (orientações para a correta formulação do problema central encontram-
-se no parágrafo 38).
59. Assim como no Diagrama de Ishikawa, a construção da Árvore de Pro-
Fonte: TC 033.934/2011-8. blemas é feita preliminarmente pela equipe de auditoria, com base nas informa-
ções coletadas durante toda a fase de planejamento dos trabalhos. A construção
56. Outras vantagens na aplicação da ferramenta (DFID, 2002, tradução preliminar da Árvore de Problemas permite o nivelamento do conhecimento por
nossa): todos os integrantes da equipe.
a) ajuda as pessoas a organizarem seus pensamentos e percepções sobre 60. A elaboração da Árvore pode ser realizada em conjunto, em uma ofi-
um problema a ser solucionado; cina de trabalho, ou pode ser designado um servidor que ficará encarregado de
b) diferencia as causas das consequências; elaborar uma versão preliminar. Essa versão preliminar deve ser posteriormente
c) incentiva os participantes a desenvolver explicações mais complexas e apresentada e discutida com os demais membros da equipe, garantindo o com-
profundas do problema analisado; partilhamento das informações sobre o problema auditado.
d) direciona as análises para as reais causas dos problemas; 61. Tanto para a reunião em conjunto quanto para a reunião de validação
e) contribui para verificar o atual tamanho do problema e os recursos que da versão preliminar, é preciso escolher, dentre os integrantes da equipe de audi-

25 26
toria, um facilitador do processo de consolidação do instrumento. Este servidor 67. Num primeiro momento, os participantes da reunião devem ser enco-
ficará encarregado pela condução das reuniões e pela finalização do diagrama rajados a manifestar livremente sua percepção sobre as consequências do proble-
após o término das discussões. ma central, sem se preocupar com a sua relevância e com a existência de relação
62. O facilitador, no início da reunião de elaboração ou validação, deve ex- de causalidade entre eles.
plicar o propósito da ferramenta e destacar sua importância para o trabalho de 68. O terceiro passo consiste na análise e organização das relações de cau-
auditoria em curso. É importante também esclarecer como funciona o método e salidade entre os diferentes efeitos identificados pela equipe. Os efeitos devem ser
enfatizar que este só será bem sucedido se todos os participantes contribuírem dispostos na árvore seguindo uma sequência lógica, partem dos mais imediatos,
com ideias e sugestões. Mostrar exemplos pode ser uma boa estratégia para que ou seja, aqueles que estão diretamente relacionados ao problema central, e vão
os participantes se familiarizem com o instrumento, percebam as diferenças en- sendo depurados até os mais gerais. A Figura 5 exemplifica a relação de causali-
tre causas e consequências e entendam como devem ser retratadas as relações de dade entre os diversos efeitos de um problema central identificado.
causalidade (EPU, 2010, p.13, tradução nossa).
63. Após a construção da árvore pela equipe de auditoria, é importante bus- Figura 5: Os efeitos de um problema central identificado
car o envolvimento dos gestores responsáveis e dos servidores que participam
da implementação do programa ou das iniciativas que estão sendo auditadas na
execução da técnica. Esse envolvimento é necessário para que os gestores possam
complementar e alterar as informações consolidadas na árvore.
64. Para envolver os gestores há duas maneiras. A primeira é a validação da
Árvore de Problemas, construída previamente pela equipe de auditoria. A segun-
da forma é a elaboração da Árvore em conjunto com os auditados.
65. Nas reuniões de construção da Árvore de Problemas, com a equipe de
auditoria ou com os gestores, utiliza-se a técnica do Brainstorming (parágrafos
84 a 87) para a coleta das ideias dos participantes. Também deve-se definir algum
método audiovisual para que todos possam acompanhar e participar da execução
da ferramenta, como o uso de post-its sobre folha de flip-chart, quadro branco ou Fonte: COHEN; MARTINEZ, 2004, p. 115.
computador e projetor.
66. Após a definição do problema central, o segundo passo da elaboração 69. Ao se analisar a figura acima, nota-se que um efeito pode influenciar
da ferramenta consiste na identificação dos efeitos ou consequências (copa da ár- a ocorrência de vários outros. Essas relações ficam identificadas pelas setas que
vore), com o objetivo de verificar se o problema escolhido é realmente importante ligam as diversas caixas posicionadas na copa da árvore.
e impactante para a sociedade. Caso os efeitos não sejam relevantes, o problema 70. Após a conclusão da copa da árvore de problemas, passa-se para a ela-
pode ter sido mal formulado, devendo ser revisto. boração de suas raízes, que representam as causas e suas inter-relações. A técnica

27 28
dos Cinco Porquês (parágrafos 88 a 91) pode ser empregada para a identificação 75. A árvore pode ser ramificada até o nível que se desejar, no entanto,
dessas causas e a determinação das relações de causalidade. deve-se evitar desdobrá-la indefinidamente até aspectos muito distantes do ob-
71. Desse modo, inicia-se o quarto passo com a enumeração das possíveis jeto auditado, que estão fora da sua governabilidade e que não são passíveis de
causas, que são anotadas abaixo do problema central. Depois, parte-se para a mudança (CAMPOS et. al., 2002).
análise de cada causa em separado, dissociando-as em causas mais específicas até 76. Caso sejam identificadas muitas causas e a equipe sinta a necessidade
atingir o nível de causa-raiz. As causas subsequentes devem ser dispostas em um de hierarquizar a sua importância, pode-se aplicar o Método GUT (parágrafos
nível inferior e devem ser ligadas por setas, que indicam a relação de causalidade. 92 a 97), que possibilita identificar quais são as mais relevantes e as que merecem
72. As causas-raiz, que são as causas primárias do problema estudado, po- atenção prioritária.
dem ser destacadas para melhorar a visualização do diagrama (post-it de cor di-
ferente, destaque na fonte, ou outro recurso). Quadro 2: Exemplo de utilização da Árvore de problema
73. A Figura 6 exemplifica como um problema central é desmembrado em em auditoria do TCU
causas e como estas se influenciam.

Figura 6: Problema central e suas causas Em 2011, o TCU avaliou a Política Nacional de Desenvolvimen-
to Regional (PNDR) visando verificar se seus objetivos e linhas de
atuação seriam capazes de minimizar a desigualdade regional e pro-
mover a equidade de acesso aos recursos públicos disponíveis (TC
033.934/2011-8). A equipe de auditoria elaborou a Árvore de Proble-
mas, juntamente com os gestores, para responder a uma das questões
de auditoria, que pretendia averiguar as causas que levaram ao acirra-
mento das desigualdades socioeconômicas intra e inter-regionais no
Brasil (Figura 4).
As análises demonstraram que os fundos de desenvolvimento
e os incentivos fiscais da política, embora possam concorrer para o
desenvolvimento regional, são insuficientes para a consecução do ob-
Fonte: COHEN; MARTINEZ, 2004, p. 116. jetivo de efetivamente reduzir as desigualdades entre as regiões bra-
sileiras.
74. No quinto e último passo, juntam-se as causas e os efeitos em uma mes- Isso porque tais instrumentos não atacavam causas relevantes
ma árvore para verificar sua coerência, analisando as causas e as consequências que levam às desigualdades regionais, como, por exemplo, o déficit de
de forma integrada. infraestrutura social e econômica de territórios menos desenvolvidos.

29 30
Assim, a partir das análises provenientes da Árvore de Proble-
Recomendações adicionais para
mas, evidenciou-se que as ações do PNDR não estavam atacando as aplicação das técnicas de análise de
principais causas que levam às desigualdades nacionais.
As constatações demonstradas pela Árvore de Problemas foram problemas
validadas por especialistas e por benchmarking internacional, qual
seja, a experiência de política de desenvolvimento regional da União 79. Alguns cuidados devem ser tomados ao se aplicar as técnicas de análise
Européia, que apresenta áreas de intersecção ao modelo brasileiro. de problemas (DAYCHOUM, 2007, p.144):
a) envolver a equipe interessada e pessoas atingidas pelo problema;
Fonte: relato da equipe de auditoria. b) não criticar ideias e sugestões;
c) não sobrecarregar o Diagrama de Ishikawa ou a Árvore de Problemas;
∙Softwares para facilitar a elaboração da Árvore de Problemas d) construir um diagrama ou uma árvore para cada problema identificado;
77. É possível construir a Árvore de Problemas utilizando os recursos de e) listar todas as causas mais prováveis;
caixa de texto e de setas disponíveis no Microsoft Word e no Power Point7 . A ár- f) criar ambiente favorável à solução do problema;
vore de problemas da Figura 4 foi construída utilizando-se estes recursos. g) entender claramente cada causa e seus possíveis efeitos.
78. O software livre Xmind, apesar de não possuir um modelo padrão para 80. Adicionalmente, é importante considerar que a reunião para discutir os
a elaboração de árvores de problemas, também pode ser utilizado. É possível problemas e suas causas não deve ultrapassar duas horas de duração para não se
construir as árvores por meio do diagrama denominado Blank, que inicialmente tornar contraproducente. Caso o tempo não seja suficiente para a conclusão do
disponibiliza apenas uma caixa de texto central. Nessa caixa de texto inicial é instrumento, o facilitador deve interromper o processo de discussão e combinar
redigido o problema central. As causas e os efeitos podem ser criados e conecta- com a equipe outro dia para continuar o trabalho. Lembrando que, esta reunião
dos ao problema por meio da função relationship, opção visível ao se clicar com deve ser marcada com a maior brevidade possível para que as pessoas não se es-
o botão direito do mouse na caixa de texto em que se deseja criar a relação de queçam dos assuntos já abordados.
causalidade. A árvore de problemas da Figura 3 foi construída com o auxílio deste 81. Outro ponto que deve ser ressaltado é que as ferramentas aqui descritas
software. são apenas um meio para se atingir um objetivo maior, que, no caso do TCU, é o
diagnóstico e a definição do foco do trabalho. Assim, as técnicas apresentadas de-
vem ser bem realizadas, seguindo as recomendações deste documento, mas não
se deve almejar a sua perfeição, investindo-se horas de dedicação em discussões
improdutivas, que retardem a sua conclusão.
82. A equipe e, principalmente, o responsável pela aplicação da técnica de-
7
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cussões e finalizar o Diagrama de Ishikawa ou a Árvore de Problemas.

31 32
Outras técnicas que podem contribuir b) deve-se encorajar os participantes a exporem qualquer pensa-
mento, sem inibições e preconceitos, pois a criatividade é bem vinda;
para a análise de problemas c) deve-se incentivar a apresentação de ideias, pois quanto maior o número
de pensamentos expostos, melhor para encontrar as boas ideias (quantida-
de gera qualidade);
83. Considerando a contribuição que podem oferecer para o desenvolvi- d) deve-se estimular os participantes a desenvolverem as ideias uns dos ou-
mento das auditorias, a presente seção discorre de forma simplificada sobre as se- tros.
guintes ferramentas de gestão que podem ser utilizadas para orientar, facilitar ou Cinco Porquês
complementar a aplicação da análise de problemas: as técnicas de Brainstorming, 88. A técnica dos Cinco Porquês, também conhecida como “why-why”, é
Cinco Porquês e Método de Priorização - Matriz GUT. utilizada para identificar as causas-raiz de um problema. Teve origem na década
Brainstorming de 1950, na empresa Toyota, que desenvolveu uma série de técnicas e metodolo-
84. O Brainstorming, ou tempestade de ideias, é um processo desenvolvido gias de trabalho com o objetivo de aumentar o nível de produção, utilizando me-
em grupo em que os participantes externan ideias de forma livre, sem críticas, no nos recursos. Esse conjunto de técnicas ficou conhecido como Sistema Toyota de
menor espaço de tempo possível, com o objetivo de obter uma lista de opiniões Produção e foi fundamental para a sobrevivência da organização que enfrentava
sobre o assunto abordado (JUNIOR et. al., 2008). a escassez de recursos no Japão do pós-guerra (DOMENECH, 2009).
85. A utilização do Brainstorming é comum em auditorias. Também au- 89. A aplicação da técnica é muito simples. Partindo-se do problema cen-
xilia o desenvolvimento de outras técnicas, como a Análise SWOT e a Análise tral, é preciso realizar cinco perguntas, que se iniciam com a expressão “por quê”,
Stakeholder. Pode ser utilizada, ainda, como técnica complementar às ferramen- com o objetivo de identificar as causas do problema estudado. Assim, o problema
tas de análise de problemas apresentadas, subsidiando a definição do problema é desmembrado em suas causas mais imediatas, que também serão questionadas
central e para a identificação das causas. e assim sucessivamente. O processo continua até atingir o nível raiz, que não
86. A técnica parte do pressuposto de que as pessoas têm um grande po- pode mais ser desmembrado em nenhuma outra causa (SCARTEZINI, 2009).
tencial de criação, que normalmente é subutilizado. Para que este potencial seja 90. A técnica parte do princípio de que uma pergunta instiga nas pessoas
aproveitado e se transforme em ideias criativas e inovadoras, é preciso um am- a necessidade de investigação, procura por dados, produção de ideias e soluções
biente descontraído, respeitoso e de total liberdade para que a pessoa sinta-se à com o intuito de responder aos questionamentos realizados. Assim, as organiza-
vontade para expor seus pensamentos. As sessões de brainstorming devem criar ções entram num ciclo de aprendizagem contínuo, na busca de melhores práticas
este ambiente favorável (SILVA, 1996). e ideias (DOMENECH, 2009).
87. As sessões para o desenvolvimento da técnica devem ser conduzidas por 91. Figura 7 ilustra como a técnica pode ser utilizada. Importante ressaltar
um facilitador, a quem cabe encorajar a participação de todos. Para que a técnica que nem sempre é necessário realizar os cinco porquês. Podem ser menos ou
seja aplicada com sucesso é preciso seguir quatro regras básicas (DAYCHOUM, mais, desde que se consiga encontrar a causa-raiz.
2007):
a) não pode haver críticas sobre as ideias expostas;

33 34
Figura 7: Exemplo de como a técnica dos Cinco Porquês pode ser 93. A Matriz GUT começou a ser difundida a partir da década de 1950 por
utilizada William Edwards Deming, nas indústrias do Japão e dos Estados Unidos, junta-
mente com outras ferramentas de gestão da qualidade e o ciclo PDCA.
94. A técnica pode ser útil em auditorias para hierarquizar, além de proble-
mas, causas ou grupos de causas, com o objetivo de identificar as mais relevantes
e as que geram maior impacto no problema estudado para que sejam atacadas de
forma prioritária.
95. Cada problema deve ser analisado conforme os três fatores avaliativos e
devem ser atribídas notas de 1 a 5, de acordo com as definições dos fatores G, U e
T (Tabela 2).

Fonte: CAMPOS et. al, 2002, p.27


Tabela 2: Tabela de referência da Matriz GUT
Método de Priorização - Matriz GUT Matriz GUT
92. A Matriz GUT é um método de análise de problemas que permite esco- G U T
lher aqueles que merecem ter seu tratamento priorizado. A sigla GUT representa Gravidade Urgência Tendência
a abreviatura dos fatores avaliativos: gravidade, urgência e tendência. Os concei- Pontos GxUxT
Consequências se Prazo para a tomada Proporção do pro-
tos estão detalhados na Tabela 1 abaixo. nada for feito de decisão blema no futuro
Os prejuízos ou Se nada for feito,
Tabela 1: Conceito dos fatores avaliativos da Matriz GUT dificuldades são É necessária uma o agravamento 5 x 5 x5
5
Importância G x U x T extremamente ação imediata da situação será 125
Impacto do problema sobre as coisas, pessoas, graves imediato
resultados, processos ou organizações e efeitos Com alguma Vai piorar em 4x4x4
G Gravidade 4 Muito graves
que surgirão em longo prazo, caso o problema urgência curto prazo 64
não seja resolvido. O mais cedo Vai piorar em 3x3x3
3 Graves
Relação com o tempo disponível ou necessário possível médio prazo 27
U Urgência
para resolver o problema. Pode esperar um Vai piorar em 2x2x2
2 Pouco graves
Potencial de crescimento do problema, avaliação pouco longo prazo 8
T Tendência da tendência de crescimento, redução ou desa- Não vai piorar ou 1x1x1
1 Sem gravidade Não tem pressa
parecimento do problema. pode até melhorar 1
Fonte: DAYCHOUM, 2007, p. 66. Fonte: DAYCHOUM, 2007, p. 67.

35 36
96. Recomenda-se que o método seja desenvolvido em grupo, devendo-se
buscar o consenso para a atribuição das notas. Consenso “é a concordância obtida
pela argumentação lógica” (SCARTEZINI, 2009, p.23).
97. Para cada problema, as notas de cada fator avaliativo são multiplicadas
com as notas dos demais fatores, para a obtenção do resultado final. O próxi-
mo passo é organizar os problemas em ordem decrescente. Os que apresentarem
maiores notas finais poderão, então, ser priorizados. Caso haja empate, deve-se
realizar novo GUT com os dois problemas que receberam a mesma pontuação
(SCARTEZINI, 2009). A Tabela 3 traz um exemplo de aplicação da Matriz GUT
na priorização de causas de um problema analisado.

Tabela 3: Exemplo da aplicação da matriz GUT


Matriz GUT
Problema: atraso no processo de compras
Problemas G U T G x U x T Prioridade
Atraso na liberação de créditos 4 4 4 12 1
Baixo interesse dos fornecedores nas licitações 4 4 3 11 2
Atraso na liberação de recursos financeiros 4 4 3 10 3
Especificações de materiais imprecisas. 4 3 1 9 4

37
Apêndices
Apêndice A- Exemplo de Diagrama de Ishikawa - auditoria na gestão de obras rodoviárias do DNIT

Fonte: TC 032.446/2011-0 (adaptado).


40
Apêndice B - Exemplo de Diagrama de Ishikawa - auditoria no benefício do auxílio doença

Fonte: TC 032.446/2011-0 (adaptado).

42
Apêndice C - Análise de problemas em uma página
O que é? são, então, decompostas em secundárias e terciárias.
São ferramentas que auxiliam o estudo em profundidade e de forma estruturada Figura 1 – Estrutura do Diagrama de Ishikawa
de problemas, fornecendo subsídios para a identificação de suas causas, suas consequ-
ências e suas inter-relações, assim como possíveis soluções.
Aplicação em auditoria
Facilitam a compreensão do conjunto de fatores que podem estar dificultando
o alcance dos objetivos definidos para políticas, programas ou órgãos públicos au-
ditados. Dessa forma, são ferramentas úteis para auxiliar as equipes de auditoria a
compreender o objeto auditado e a definir o foco do trabalho.
Requisitos para aplicar a técnica
Para aplicar a análise de problemas é preciso conhecer o objeto de auditoria em
profundidade. Para isso, a equipe pode buscar informações por meio da revisão da
bibliografia existente e de entrevistas com gestores e especialistas. Árvore de Problemas
O que é preciso? A Árvore de Problemas é uma técnica participativa que auxilia no desenvolvi-
Facilitador para conduzir a reunião e entregar a versão final após a conclusão mento de ideias criativas para identificar o problema e organizar a informação cole-
dos debates. Ambiente descontraído, respeitoso e de total liberdade para que os parti- tada, gerando um modelo de relações causais que o explicam. Permite a identificação
cipantes possam expor seus pensamentos sem críticas. Definição de método audiovi- das causas e das consequências ou efeitos de um problema central. O problema central
sual para que todos possam acompanhar e participar da reunião, como post-its sobre é o tronco da árvore, as raízes são as causas e a copa são os efeitos (Figura 2).
folha de flipchart ou utilização de software com auxílio de projetor. Figura 2 – Exemplo da estrutura da Árvore de Problemas
Tipos de ferramentas
As duas principais ferramentas de análise de problemas aplicadas em auditorias
no TCU são o Diagrama de Ishikawa e a Árvore de Problemas.
Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Espinha de Peixe, é uma fer-
ramenta de representação das possíveis causas que levam a um determinado proble-
ma, objeto de estudo da auditoria. As causas são agrupadas em grupos que abordam o
mesmo tema. Esse grupo é organizado em causas primárias, mais gerais e complexas,
porém, podem ser decompostas em causas mais específicas (secundárias e terciárias)
(Figura 1). O primeiro passo para a construção do Diagrama de Ishikawa é a definição
do problema, que deve ser colocado na “cabeça do peixe”. O passo seguinte é a defini-
ção dos grupos de causas, em seguida passa-se à definição das causas primárias, que

43 44
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