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PRINCÍPIOS
Quando o legislador vai editar uma norma, da mesma forma em que se preocupa com os movimentos sociais,
com as pressões da sociedade e com tudo o que está acontecendo no âmbito social, ele irá se atentar aos
princípios.
b) Fase Jurídica:
É a fase da APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO.
Resumo:
O princípio, então, tem tríplice função: informadora (voltada para o legislador ou criador da norma
jurídica); interpretativa (alcance e sentido da norma); e normativa (princípio como norma jurídica, seja
função normativa de forma subsidiária ou própria/concorrente).
É exemplo de função integrativa dos princípios, o conflito entre uma lei trabalhista
e um acordo coletivo (firmado entre sindicato e empresa), sendo que diante do
PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL, aplica-se a norma mais benéfica ao
trabalhador.
a) Descritivos/Informativos:
Destinam-se à interpretação. Muito mais importante que saber a nomenclatura é saber qual a real função.
Função essa que está atrelada ao ato de auxiliar o intérprete no alcance da norma, interpretando-a.
Método Musashi:
Os princípios descritivos/informativos NÃO ATUAM como fonte formal do direito, mas ATUAM
como instrumento de auxilio à interpretação jurídica analisada.
b) Normativos:
Princípios que agem como normas, porque são normas.
Subdivididos em:
b.1) Subsidiários:
Atua como método de INTEGRAÇÃO DA NORMA.
Tenta-se aplicar a regra jurídica, ao se deparar com LACUNA POR AUSENCIA DE REGRA ESPECÍFICA e
OMISSÕES, aplica-se os princípios.
Método Musashi:
Os princípios NORMATIVOS SUBSIDIÁRIOS cumprem papel destacado no processo de INTEGRAÇÃO
JURÍDICA (normas supletivas).
b.2) Concorrentes:
Concorrentemente com a regra jurídica, podemos também aplicar os princípios.
DISTINÇÃO BÁSICA ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS
PRINCÍPIOS REGRAS
PRINCÍPIOS: APLICAÇÃO:
2- NÃO ALEGAÇÃO DA PRÓPRIA TORPEZA: Tal princípio sofre mitigação no Direito do Trabalho, pois em
Se o individuo comete ato ilícito não poderá algumas situações, o empregado pode se beneficiar de ato
depois alegar a ilicitude daquele ato para o fim ilícito praticado, tendo em vista que a autonomia da vontade
de invalidar o mesmo e, com isso, querer se é mitigada no contrato de trabalho, diferente dos outros
beneficiar. ramos do direito. Existe uma mitigação, portanto, quando se
trata de empregado, mas no caso do empregador, não há
aplicação.
4- TIPIFICAÇÃO LEGAL DE ILÍCITOS E PENAS: Exemplo: justa causa, para que haja resolução contratual por
Previsão legal específica do que é considerado falta grave, deverá existir uma previsão legal, tipificação.
ilícito e o que é a sanção do mesmo. – Não há
crime sem lei anterior que o defina.
Desdobramentos diretos:
Quando existe norma A e norma B, aplica-se a mais favorável, de acordo com a visão geral da categoria
profissional, não do trabalhador.
O acordo coletivo, por exemplo, pode ser mais favorável que a Convenção Coletiva, para determinado
empregado, mas a Convenção Coletiva pode ser mais benéfica para a categoria. Logo, aplica-se a Convenção.
Teorias:
Exemplo: Empregado contratado para trabalhar 44 horas semanais 8h de segunda a sexta, e 4h aos sábados.
A empresa, tacitamente, não exige que o trabalho aos sábados por 5 anos.
Para o empregado particular NÃO É PERMITIDO o retorno à jornada inicial quando existe mudança tácita.
Para o servidor publico É PERMITIDO o retorno à jornada inicial.
Limites ao princípio da condição mais benéfica:
Exemplo: Súmula 277 – Clausulas revogadas por normas coletivas, mesmo que mais benéficas. O princípio da
condição mais benéfica não pode ser invocado em relação às normas coletivas, as quais podem ser
modificadas por norma coletivas posteriores.
Extrínsecos – Revogação por norma posterior. Não pode cumular norma revogada e norma revogadora.
Súmula 51, II, TST. Opção por um ou outro.
Exemplo: Súmula 191, que determinou que a mudança da base de calculo do adicional de periculosidade
só será modificada em relação aos empregados admitidos após a lei. A lei diminuiu para 30% do salário
base e não mais 30% sobre todo o salário com todas as parcelas, horas extras....
Exemplo: adicional pago até o mês x (termo final) ou alimentação paga até que fique pronto o refeitório.
Data de pagamento do salário NÃO GERA condição mais benéfica. A empresa PODE modificar, por exemplo,
do dia 20 para o dia 25, desde que respeite o máximo do dia 05, segundo a OJ 159.
Horas extras.OJ 308. Permite o retorno para a jornada inicial no caso de servidor público, pois, nesse caso, há
previsão legal de jornada.
Atos ilícitos e erro material da empresa. NÃO GERA direito à condição mais benéfica.
Exemplo: o RH erra em relação ao adicional de periculosidade, que sempre foi calculado à base de 30% do
salário (base) e passou a ser calculado com base de 40%. Deve-se considerar que não está sendo aqui
discutindo a possibilidade da empresa pagar 40%, por norma coletiva, mas sim, da existência de erro material
do RH. O RH lança errado no contracheque durante um ano e depois corrige.
A questão é: pode voltar para 30%? Sim, pois não houve intenção de mudança, mas equivoco material. Não
gera direito à condição mais benéfica.
Exemplo: em caso de dolo do RH ou do próprio empregado também não gera direito à condição mais
benéfica.
b) Salário Condição:
O salário condição, NÃO GERA direito adquirido, ou seja, uma vez retirado da condição que justifica o
pagamento do adicional, será extinto.
Será previsto quando houver trabalho nessa condição. Se cessar o labor em condições perigosas, cessa-se o
pagamento do adicional.
FUNÇÃO DE CONFIANÇA:
O TST relativizou esse entendimento, com base no princípio da estabilidade financeira, não previsto
expressamente em lei – Súmula 372, do TST.
No caso de empregado que exerce função de confiança, que recebe valor pela função, incorpora-se o
valor após 10 anos, não podendo ser suprimida a gratificação.
Exemplo: Bancário que exerce função de gerência. A perda da função não implicará na perda da
gratificação, a não ser que haja justificativa, como cometimento de falta pelo empregado. Agora, se for
pela mera vontade do banco, o bancário continua recebendo o valor da gratificação, incorporando o
benefício.
E no aspecto processual? Aplica? Na dúvida se prestou ou não horas extras, decidiria em favor do
empregado?
NÃO. Pois julga-se de acordo com o ônus da prova. Fato extintivo e modificativo, ônus do réu. Aplica-
se apenas se houver previsão legal específica. Interpretação da norma e não da prova.
Comentários do professor:
Quando se diz que o direito é irrenunciável é porque o empregado NÃO pode renunciar o
direito trabalhista. O direito indisponível, portanto, é mais amplo do que o direito
irrenunciável.
INTANGIBILIDADE SALARIAL:
O salário tem caráter alimentar, haja vista o próprio sustento do empregado e da família.
Aqui incidem os princípios da PROTEÇÃO e DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (dignidade o sentido de ter
salário digno, isonômico e intangível).
A súmula 342 do TST permite descontos para os efeitos de benefício para o empregado, desde que
autorizados.
OBS.: os descontos NÃO dependem apenas da autorização do empregado, isso é porque a lei prevê.
Os artigos 10 e 448 da CLT dizem que qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa (vendida,
arrematada), NÃO altera o contrato de trabalho. A sucessora responde pela empresa sucedida.
Este princípio traz presunções em favor do empregado. Presume-se que o empregado NÃO pediu demissão e
não foi mandado embora, que o contrato continuou e não terminou. O empregado depende do emprego. Se a
empresa diz que ele pediu demissão, então deverá provar pelo documento hábil. Se alegar justa causa,
também deve provar.
PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA:
Exemplo 02: Empresa junta cartões de ponto britânico. São descontados pelo princípio da primazia da
realidade. O juiz sabe que ninguém chega e sai todos os dias no mesmo horário. Logo, considera a realidade
dos fatos. Por isso, utiliza-se do art. 9º da CLT e 112 do CC.
Contudo, há situações em que o juiz NÃO PODE DESCARTAR A FORMALIDADE, como no caso do concurso
público, previsto na CF/88. A súmula 363 do TST define a nulidade do contrato e seus limitados efeitos.
MAIOR RENDIMENTO:
Diz que o empregado tem que buscar se emprenhar em prol da empresa. É decorrência do princípio da boa-fé
e lealdade. Se o empregado é contratado para a função, deve exercê-la da melhor forma possível. O melhor,
dentro das possibilidades do empregado. A boa-fé é um dever bilateral e ocorre tanto antes, quanto durante e
depois do contrato de trabalho.
Exemplo 01: Falta Grave – Desídia – pode ser despedido, pois não está empregando seus melhores esforços
em prol da empresa. Diferente do empregado que tenta trabalhar, mas não tem capacidade. Não é desidioso,
e responsável. Tenta fazer um bom trabalho, mas não consegue porque não tem qualificação. Desidioso é o
que falta ao serviço, que se comporta de forma desleixada, descompromissada...
Exemplo 02: Concorrência Desleal – empregado que rouba clientes da empresa, que vende produtos durante o
horário de serviço.
Exemplo 01: Revista íntima – não pode ocorrer revista com retirada de roupas.
Exemplo 02: Injustificadamente, não pode exigir que o empregado não tenha barba, fora exceções, implica em
intromissão na vida pessoal do trabalhador.