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Apostila Sobre Instalação de Cercas PDF
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1 – INTRODUÇÃO
Antigamente, os terrenos eram delimitados, quase que exclusivamente, pelo aproveitamento dos
recursos naturais existentes nas propriedades. Estes recursos podiam ser os próprios acidentes
topográficos, rios, renques vegetados, cercas de madeira e muros divisórios levantados pela
sobreposição de pedras com junta seca.
Há mais de 125 anos, Joseph Glidder inventou o arame farpado, que contribuiu sobremaneira
para a colonização do oeste americano.
De lá para cá, a tecnologia de construção de cercas vem apresentando inovações que
possibilitam eficiência de fechamento de áreas, estética do cercado e redução do custo de
construção.
Existem diversos tipos de cercas em função dos materiais, princípio de funcionamento e técnicas
construtivas empregadas.
O tipo de cerca pode ser definido por 5 fatores básicos:
A – Finalidade
Toda cerca delimita áreas em função do tipo da exploração destas áreas (divisa de propriedades,
bovinocultura, bubalinocultura, caprinocultura,equideocultuar, etc.).
B – Topografia
1 - Terrenos acidentados e de forma irregular - predomina o uso da cerca de arame farpado.
2 - Terrenos planos - recomenda-se o uso da cerca de arame liso.
3 - Terrenos acidentados e de forma regular - permitem a construção de cercas de arame farpado e
de arame liso.
C - Condições ambientais
Solos excessivamente arenosos ou muito encharcados não permitem uma boa compactação dos
mourões. E desta forma, temos que adotar técnicas construtivas específicas para reforço dos
extremos da cerca. Solos rasos, com afloramento de rochas ou com presença de pedras dificultam
sobremaneira a execução de cercas que precisam de grande estabilidade das peças de sustentação
e ancoragem, como é o caso das cercas de arame liso.
D - Período de utilização
1 - Cercas provisórias ou temporárias: construídas, via de regra, com materiais de menor custo e de
fácil remoção.
2 - Cercas definitivas ou permanentes: construídas com materiais de boa qualidade e com o máximo
de firmeza possível.
E – Estética
Pode-se admitir que, em matéria de cercas e alambrados, existem três conceitos ou funções que
norteiam o fazendeiro ou mesmo o cerqueiro: custo, eficiência e estética.
F - Disponibilidade de Recursos
Além do aspecto de aproveitamento dos recursos existentes na propriedade, os custos de
construção de uma cerca são bastante variáveis, em função do modelo escolhido e da maneira como
será construída.
A - Grampos Galvanizados
Os grampos são galvanizados, ou seja, protegidos com zinco para evitar a ferrugem. Os
grampos apenas polidos enferrujam rapidamente e comprometem toda a cerca.
Em madeiras macias como mourões de eucalipto imunizado, o melhor grampo é o maior, ou
seja, o 9x1”; já para estacas de madeiras duras, que racham mais facilmente, o grampo deve ser
menor, 9 x 7/8” a 12 x 7/8”.
B - Distanciador
O Distanciador ou balancim é utilizado para manter fixo o espaçamento vertical entre os fios da
cerca, evitando a abertura dos mesmos e a conseqüente passagem dos animais. Permite um maior
espaçamento entre as estacas intermediárias - até 6 metros nas cercas de arame farpado e até 10
metros nas cercas de arame liso. A distância entre os distanciadores deve ser de 1,5 a 2,0 metros.
C - Sistema Gripple
O conector Gripple é uma inovação técnica que facilita a execução de emendas em arames
farpados ou lisos. Recomenda-se uma sobra de arame de, no mínimo, 5 cm para os dois lados, para
o posterior encaixe.
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A: catraca convencional.
B: catraca australiana.
C: catraca de meio.
Entende-se por sustentação o conjunto de peças estruturais da cerca que servem para a ancoragem
e o suporte dos arames. Estas peças são os mourões, as estacas ou lascas, escoras, calços ou
travesseiros, peças de travamento e ancoragem.
Dentre os materiais mais usados, destacam-se:
A - Madeira de lei
B - Eucalipto preservado
C - Peças pré-moldadas de concreto
A - Madeira de lei
Oriunda de árvores que, ao longo de décadas, produziram um material lenhoso tipicamente muito
pesado e munido de um cerne de alta densidade e de elevada resistência ao apodrecimento e ao
ataque de cupins de madeira seca.
Devido à sua elevada durabilidade natural, as madeiras de lei são ainda muito procuradas e
utilizadas para a sustentação das cercas.
B - Eucalipto Preservado
O tratamento preservante de madeiras brancas como o eucalipto constitui-se numa das alternativas
mais interessantes para substituição dos mourões de madeira de lei, já que o eucalipto está presente
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e pode ser cultivado em todo Brasil, possui crescimento acelerado, tem elevada resistência mecânica
e é facilmente trabalhável. Entre as espécies, as mais indicadas são: citriodora e cloeziana.
6 - ALINHAMENTO E MARCAÇÃO
Toda cerca é construída por lance.
Os lances são definidos como cada trecho retilíneo de cerca.
Em lances longos, em terreno com topografia regular, os esticadores ou palanques podem estar dispostos conforme a tabela a seguir:
e) Monte o travesseiro.
e.1)Coloque o travesseiro sobre a superfície do solo, faceando o mourão esticador e posicionado
transversalmente ao sentido de alinhamento da cerca. A valeta deve ter profundidade de
aproximadamente 30 cm e permitir que o travesseiro atinja seu leito sob a máxima pressão.
e.2) Desça o travesseiro, através de golpes de uma estaca, até que o mesmo se assente no fundo da
valeta.
Dependendo da pressão de colocação do travesseiro, o mourão esticador poderá tombar-se para o
lado contrário do tensionamento dos arames.
Isto é até desejável, visto que, ao se esticar os arames, poderá ocorrer uma acomodação do
conjunto. Desta forma, o tombamento acaba sendo corrigido.
e.3) Jogue terra sobre o travesseiro e faça a compactação.
f) Monte o escoramento.
A escora ou mão-francesa também deve ser montada com a maior firmeza possível.
f.1) Coloque a escora na posição de trabalho para verificar como deverá ser feito o seu apontamento
final.
f.2) Encaixe a escora no entalhe do mourão esticador, conferindo seu alinhamento em relação ao
eixo da cerca.
f.3) Marque a face externa da valeta de colocação do calço usando uma alavanca de corte.
f.4) Escave a valeta do calço, utilizando a alavanca de corte, enxadão ou cavadeira, a uma
profundidade de aproximadamente 25 cm.
f.5) Coloque o calço deitado na valeta.
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f.6) Encaixe a escora, batendo primeiramente sua base sobre o calço, visando a máxima
acomodação deste na valeta.
f.7) Encaixe o topo da escora lateralmente ao entalhe, através de golpes com um socador ou
marreta.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
COSTA, G.C. Manual de Construção de Cercas Convencionais, Informe Técnico, Belgo-Mineira, 92p.