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Transtornos de ansiedade

Isabella D’Andrea Meira

Transtornos de ansiedade são muito frequentes e provavelmente subdiagnosticados


nas pessoas com epilepsia entretanto elas apresentam impacto significativo na qualidade de
vida independente da frequência de crises. Modelos experimentais sugerem que existam vias
neurobiológicas comuns entre a epilepsia e a ansiedade.

A prevalência de ansiedade em pessoas com epilepsia foi avaliada por Tellez-Zenteno e


col e evidenciou que no grupo com epilepsia a taxa de ansiedade foi de 22.8% comparada com
11.2% nas pessoas sem epilepsia.

Em anexo estão instrumentos usados para avaliação dessa condição que são os
mesmos utilizados para a população em geral.

# Triagem Transtorno de Ansiedade Generalizada (Generalized Anxiety Disorder


Screener-GAD 7):
Elaborado por Spitzer e cols. (2006) e validado em 2007 por Kroenke, Spitzer, Williams,
Monahan e Löwe. A tradução para o português foi realizada pela Pfizer com validação no Brasil
em 2006.

Possui 7 itens com pontuação de 0 a 3 em cada uma com pontuação total de 0 a 21


sendo considerada a frequência dos sintomas nas últimas duas semanas. Valores ≥ 10 são
considerados positivos.

Sensibilidade de 20 a 65 % para transtorno de ansiedade generalizada não


contemplando transtorno de pânico.

# Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Hospital Anxiety and Depression


Scale- HADS)

Foi traduzida e validada por Botega, Bio, Zomignani, Garcia Jr. e Pereira (1995),
Possui 14 itens com 7 para ansiedade (HADS-A) e 7 para depressão (HADS-D). Para
cada item há uma pontuação de 0 a 3 com total de 21 pontos para escala. O valor de corte
para cada escala é ≥ 9.

• Ausência de 0 a 8, com ansiedade ≥ 9;


• Ansiedade/depressão leve: 8 a 10
•Ansiedade/depressão moderada: 11 a 14
•Ansiedade/depressão grave: 15 a 21

Especifidade de 75%
Sensibilidade de 61%
#Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE)

Foi elaborado por Spielberger, Gorsuch e Lushene (1970) e traduzido e adaptado para
o Brasil por Biaggio (Biaggio & Natalício 1979).

Constituída por 2 escalas de auto-relatório que avaliam a ansiedade enquanto estado


(IDATE-E) ou traço (IDATE-T). Cada situação (estado e traço) possui 20 itens com pontuação de
1 a 4 em cada um deles. O escore varia de 20 a 80.
Para cada pergunta é atribuída a pontuação correspondente a resposta porém para as
perguntas com caráter positivo a pontuação é invertida (ex: se o paciente respondeu 4 pontua-
se 1).
A média populacional é de 40. >42 tende a ansiedade e <38 tende a depressão.

Referência

1- Jose F. Tellez-Zenteno, Scott B. Patten, Nathalie Jett´ Jeanne Williams, SamuelWiebe


Psychiatric comorbidity in epilepsy: A population-based Analysis Epilepsia,
48(12):2336–2344, 2007
2- Robert L. Spitzer, Kurt Kroenke, Janet B. W. Williams, Bernd Lo¨we. A Brief Measure for
Assessing Generalized Anxiety Disorder The GAD-7. Arch Intern Med. 2006;166:1092-
1097
3- Kroenke K, Spitzer RL, Williams JB, Monahan PO, Löwe B. Anxiety disorders in primary
care: prevalence, impairment, comorbidity, and detection. Ann Intern Med. 2007 Mar
6;146(5):317-25
4- Neury J. Botega, Márcia R. Bio, Maria Adriana Zomignani, Celso Garcia Jr, Walter A. B.
Pereira Mood disorders among medical in-patients: a validation study of the hospital
anxiety and depression scale (HAD). Rev. Saude publica 29(5);355-63,1995
5- Biaggio, A. M. B. & Natalício, L. Manual para o Inventário de Ansiedade Traço-Estado
(IDATE). Centro Editor de Psicologia Aplicada-CEPA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 1979
6- Spielberger, C.D.; Gorsuch, R.L. e Lushene, R.E. Manual for the State-Trait Anxiety
Inventory. Palo Alto: Consulting Psychologist Press , 1970

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