Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mensagens : 10
Data de inscrição : 14/02/2013
Idade : 18
Localização : Diadema
MensagemAssunto: Batalha de Termópilas: A verdadeira história dos 300 de Esparta Qua Abr 09, 2014 8:49 pm
A Batalha das Termópilas foi travada no contexto da Segunda Guerra Médica entre uma aliança de pólis gregas
liderados pelo Rei Leônidas de Esparta e o Império persa de Xerxes I. A batalha durou três dias e se desenrolou no
desfiladeiro das Termópilas ('Portões Quentes') em agosto ou setembro de 480 a.C. Ao mesmo tempo ocorreu a
Batalha de Artemísio.
A invasão persa foi uma resposta tardia à Primeira Guerra Médica, que havia terminado com a vitoria de Atenas na
Batalha de Maratona. Xerxes reuniu um vasto exército e uma marinha para conquistar toda a Grécia e, em resposta à
iminente invasão, o general ateniense Temístocles propôs que os aliados gregos bloqueassem o avanço do exército
persa no desfiladeiro das Termópilas, enquanto bloqueavam o avanço da marinha persa no estreito de Artemísio.
Um exército aliado formado por aproximadamente 7000 homens marchou ao norte para bloquear a passagem no
verão de 480 a.C. O exército persa, que, segundo estimativas modernas seria composto por 300 000 homens, chegou
a passagem no final de agosto ou início de setembro. Em um número bem menor, os gregos detiveram o avanço
persa durante sete dias no total (incluindo três de batalha). Durante dois dias repletos de batalha uma pequena força
liderada pelo Rei Leônidas I de Esparta bloquearam a única maneira que o imenso exército persa poderia usar para
entrar na Grécia. Após o segundo dia de batalha, um residente local chamado Efialtes traiu os gregos, mostrando aos
invasores um pequeno caminho que podiam utlizar para acessar a parte traseira das linhas gregas. Sabendo que suas
linhas seriam ultrapassadas, Leônidas descartou a maior parte do exército grego, permanecendo para proteger a sua
retirada, juntamente com 300 espartanos, 700 téspios, 400 tebanos e talvez algumas centenas de soldados, porém a
maioria dos quais morreram em batalha.
Após o confronto, a marinha dos aliados em Artemísio recebeu a notícia da derrota nas Termópilas. Uma vez que sua
estratégia requeria manter tanto Termópilas como Artemísio, o exército aliado decidiu retirar-se para Salamina. Os
persas cruzaram Beócia e capturaram a cidade de Atenas, que previamente havia sido evacuada. No entanto,
buscando uma vitória decisiva sobre a frota persa, o exercito aliado atacou e derrotou os invasores na Batalha de
Salamina no final do ano. Temendo ser preso na Europa, Xerxes se retirou com a maior parte de seu exército para a
Ásia, deixando o general Mardónio no comando do exército restante para completar a conquista da Grécia.
Entretanto, no ano seguinte, os aliados conseguiram uma vitória decisiva na Batalha de Plateias, acabando com a
invasão persa.
Escritores antigos e modernos têm utilizado a Batalha das Termópilas como um exemplo do poder que um exército
patriótico pode exercer defendendo seu próprio solo com um pequeno grupo de combatentes. O comportamento
dos defensores na batalha também é usado como um exemplo nas vantagens do treinamento, do equipamento e
bom uso da terra como multiplicadores de força de um exército, tornando-se um símbolo de coragem contra as
adversidades.
Santoro aparece pela primeira vez numa conversa entre os dois reis, e seu visual é de arrancar os cabelos – se ele
tivesse algum, claro. De cabelos (e pêlos) raspados e tanga dourada, o ator brasileiro parece uma estante de
piercings, tamanha é a quantidade de adereços metálicos em seu rosto. O look é completado por longas unhas
douradas e altura de uns 2,5 m. Primeiro problema: um rei persa depilado era uma coisa impensável. “O rei sempre
tinha um bigode e uma longa barba; no caso de a natureza negá-los, dispunha de perucas e bigodes falsos”, diz
Barry Strauss, historiador da Universidade Cornell (EUA). Em público, os soberanos persas sempre usavam longos
mantos de cor púrpura, capas douradas, uma espada e diadema (coroa) real.
Os exageros na vestimenta ou falta dela ficam pequenos diante da personalidade de Xerxes no filme. Ele se declara,
por um exemplo, um deus – coisa que um rei persa de verdade provavelmente acharia um sacrilégio, já que a religião
do antigo império era quase monoteísta. Os persas adoravam um deus supremo, Ahura Mazda, que não tinha nada
de humano.
O Grande Rei em 300 também é um covarde que quase desmaia ao ver o próprio sangue. No mundo real, Xerxes
deixou uma inscrição com os seguintes dizeres:
“Sou capaz nas mãos e nos pés. Como cavaleiro, sou um bom cavaleiro. Como arqueiro, sou um bom arqueiro, tanto
a pé como a cavalo.”
É claro que poderia ser só propaganda, mas antes de invadir a Grécia ele havia tido uma carreira militar vitoriosa,
derrotando o Egito e a Babilônia, que tinham se rebelado contra ele.
Do ponto de vista político, embora a Pérsia realmente pretendesse acabar com a autonomia das cidades-Estado
gregas, Xerxes estava longe de transformar a vida de seus súditos num inferno metrossexual. Pelo contrário: para
muitas regiões da Ásia, o domínio persa trouxe estabilidade e paz pela primeira vez.
“Os persas construíram estradas e palácios, hotéis e até parques. Codificaram leis e criaram o primeiro sistema
amplo de cunhagem de moedas”, diz Strauss. Por outro lado, 300 acerta em mostrar que os reis persas tinham uma
imagem megalomaníaca de seu papel no mundo. Outra das inscrições oficiais de Xerxes, por exemplo, diz o
seguinte:
“Um grande deus é Ahura Mazda, que fez esta terra, que fez o homem, que fez a paz para o homem; que fez de
Xerxes rei, um só rei de muitos, um só senhor de muitos.”
E, como ninguém é de ferro, o harém de beldades seminuas que acompanha o Grande Rei no filme não está muito
longe da verdade: os nobres persas costumavam levar suas concubinas a tiracolo durante as guerras.
Como contraste com o efeminado Xerxes que irritou os aiatolás, os soldados de Esparta, no filme, são o símbolo
máximo da macheza. Mas a gana de retratá-los como os guerreiros mais durões do planeta acaba produzindo muitas
bobagens e alguns momentos de humor involuntário.
Para começar, apesar do acerto em mostrar a capa vermelha, a lança e o escudo (partes básicas do kit de batalha
espartano), Leônidas e seus homens passam o tempo todo com o tórax musculoso de fora. Além dos riscos óbvios
de combater desse jeito (os espartanos de verdade eram espertos o suficiente para usar uma armadura peitoral), é
muito improvável que um grego do ano 480 a.C. tivesse esse físico. E por uma razão muito simples: a dieta helênica
tinha pouquíssima proteína animal (e certamente nenhum anabolizante). O espartano médio devia ser baixinho e
robusto, com físico de maratonista, e não de Mister Universo.
O filme também mostra os meninos espartanos sendo tirados da mãe a partir dos sete anos de idade e passando
pelo rigoroso treinamento militar (com espancamentos e combates corpo a corpo) que os transformaria nos soldados
mais famosos da Grécia. Só há um porém: não se sabe se esse sistema draconiano (conhecido como a agogué,
“criação”) já existia na época da batalha das Termópilas.
“Há indícios de que ele surgiu tarde em Esparta”, diz Robin Osborne, historiador da Universidade de Cambridge. “O
problema é que só temos uma descrição completa feita por Xenofonte, que escreve por volta do ano 400 a.C.”,
completa Cartledge. De qualquer maneira, nem Xenofonte diz que menininhos de sete anos lutavam até ficar
ensangüentados: segundo ele, o treinamento de combate só começava na adolescência.
Assim como no caso de Xerxes, as cenas de Esparta têm seus momentos de acerto. O papel relevante
desempenhado por Gorgó (Lena Headey), a mulher do rei Leônidas, ajuda a mostrar como a condição feminina em
Esparta era bem melhor do que nas outras cidades gregas. E, embora não estivessem lutando contra um monstro
desalmado, os espartanos de fato ajudaram a preservar a civilização grega e permitir que ela chegasse a seu auge,
no primeiro experimento de liberdade política e pensamento da história humana.
Há quem veja na formação dessa aliança, hoje conhecida como Liga do Peloponeso, uma política deliberada de
Esparta para deter a ameaça persa. “Isso é provavelmente um exagero. Mesmo em 490 a.C. [data do ataque de
Dario a Atenas], Esparta era provinciana e isolacionista demais para perceber com clareza essa ameaça”, diz Peter
Green, historiador da Universidade de Iowa (EUA) e um dos maiores especialistas na história da invasão de Xerxes.
As forças de Xerxes provavelmente somavam mais de 120 mil homens em terra e cerca de 1.000 navios, uma escala
de mobilização que os gregos nunca tinham visto. A única chance da resistência helênica era usar o terreno da
Grécia em seu favor. Daí a escolha de lutar nas Termópilas, um desfiladeiro que, na sua parte mais curta, só dava
espaço para a passagem de duas carroças lado a lado, e que era a única entrada viável para o centro do país. Ali,
poucos homens podiam fazer frente a muitos.
Esse é um dos motivos pelos quais os espartanos só mandaram 300 homens, à frente de outros 7.000 soldados
gregos de outras cidades. O outro era religioso: a batalha aconteceu durante a Carnéia, um festival dedicado ao deus
Apolo durante o qual tradicionalmente os espartanos não podiam guerrear. Mas provavelmente também havia uma
motivação mais sacana: Esparta não queria arriscar o grosso de seus homens para defender a região central da
Grécia, enquanto o Peloponeso podia ficar desguarnecido.
No fim das contas, esse excesso de cautela e a ação de um traidor grego, Efialtes (que não tinha nada a ver com
Esparta – ele era um morador da região das Termópilas – e nem devia ser aquele monstrengo exagerado de Miller),
pôs tudo a perder. Mas o sacrifício dos 300 espartanos e de um de seus reis, Leônidas, inspirou a resistência grega a
ir até o fim no combate. O resultado é que a marinha helênica, formada basicamente por navios atenienses sob
comando espartano, acabou com a maior parte da frota persa em Salamina, perto de Atenas, cerca de um mês
depois. No ano seguinte, na cidade de Plataia, Esparta finalmente mandou para o campo de batalha a maior parte de
seu exército, sob o comando de Pausânias, sobrinho de Leônidas. Os soldados de Xerxes foram esmagados, e
nunca mais um exército do Grande Rei pisaria na Grécia européia.
Vitória da liberdade
As causas da vitória final grega são tanto militares quanto políticas. No combate corpo-a-corpo, os guerreiros de
Esparta eram imbatíveis graças ao treinamento rigoroso e à disciplina férrea; e todos os gregos contavam com
armamento ofensivo e defensivo (grandes couraças peitorais, escudos redondos, lanças mais longas etc.) muito
superior ao dos persas. E, claro, eram homens livres, com direitos políticos (como o voto) assegurados em suas
respectivas cidades, ao contrário dos persas, que seguiam um monarca que era considerado o representante dos
deuses na Terra.
Com o invasor expulso, as várias facetas da cultura grega chegaram a seu apogeu, principalmente em Atenas, cuja
liderança foi tão importante no mar quanto a de Esparta em terra firme. Atenas se firmou como o primeiro grande
experimento de governo democrático da história: seus escritores e artistas tiveram patronos e liberdade criativa para
produzir obras-primas, e os pensadores que freqüentavam sua ágora lançaram as bases da filosofia. Sem a vitória de
Esparta e Atenas contra os persas, essa herança crucial para o que pensamos e vivemos hoje talvez jamais pudesse
florescer.
o
o
o
o
o
o
o
o
Falando sério: tem que ser corajoso para bancar milhares com desvantagem absurda...
Bjks. :razz:
o
o •
o Responder
o •
o Compartilhar ›
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
Muito bom Trabalho mesmo... Eu sempre tive admiração pela História Grega...
Danilo !
o
o •
o Responder
o •
o Compartilhar ›
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
Eduardo • 8 anos atrás
Realmente, se alguém quiser enxergar um resquício de verdade histórica no filme sai
frustrado. Eu assisto esse tipo de filme sem colocar expectativas, pq sempre tudo é muito
romantizado.
Aquilo dos soldados espartanos entrando em combate de peito nú é de lascar. Tudo bem
que morrer em batalha era uma honra, nas antes disso o guerreiro precisava mostrar seu
valor matando ou ferindo quantos inimigos pudesse, o mesmo raciocínio que se ve em O
Último Samurai.
Peito de costas expostos dão muito mais chance ao inimigo de inutilizar um soldado,
tanto é assim que os romanos, japoneses e até os mongóis usavam fortes armaduras
o
o •
o Responder
o •
o Compartilhar ›
o
o
o
o
o
o
o
o
o
−
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/batalha-de-termopilas-a-verdadeira-historia-dos-300-de-
esparta.htm#fotoNav=11