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Instalação de Fábrica

Curso de Engenharia
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA PLUVIAL
Exercício:

Reunir em grupos 4 ou 5 pessoas e discutam – 30


Minutos.

1) Qual a importância de um bom


dimensionamento das calhas e condutores nas
instalações?

2) Nos dias atuais a economia de água virou quase


obrigação. Como podemos contribuir nas
instalações para chegarmos a este fim?
Denominam-se águas pluviais as águas provenientes das chuvas. Nas edificações existem
os seguintes equipamentos e peças para proteger as edificações das águas pluviais:
• telhados e/ou coberturas, que procuram impedir a entrada de águas pluviais;
• sistema pluvial, que tem a função de recolher e dispor adequadamente as águas pluviais;
• rufos, peças metálicas ou plásticas, colocadas no encontro de planos de telhados ou
entre o telhado e parede de forma contínua para garantir a vedação contra a penetração
de água; pingadeiras, buzinotes etc.
O projeto e construção do sistema de águas pluviais deve atender à
NBR 10844/89 - Instalações Prediais de Águas Pluviais.

A instalação predial de águas pluviais se destina exclusivamente ao


recolhimento e condução das águas pluviais, não se admitindo
quaisquer interligações com outras instalações prediais.

O destino das águas pluviais pode ser:


- escoamento superficial;
- infiltração no solo por meio de poço absorvente;
- disposição na sarjeta da rua ou por tubulação enterrada no
passeio; pelo sistema público, as águas pluviais chegam a um
córrego ou rio.
- cisterna (reservatório inferior) de acumulação de água, para
uso posterior.
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a
obedecer às seguintes exigências:
a) Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos
dispositivos legais.
b) Ser estanques.
c) Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior
da instalação.
d) Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que
estão submetidas.
e) Quando passivas de choques mecânicos, ser constituída de
materiais resistentes a estes choques.
f) Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às
intempéries.
g) Nos componentes em contato com outros materiais de
construção, utilizar materiais compatíveis.
h) Não provocar ruídos excessivos.
i) Resistir às pressões a que podem estar sujeitas.
j) Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade.
Definições
•calha — sistema normalmente em posição quase horizontal,
que intercepta e recebe as águas de chuva de uma cobertura;
•condutor — tubo vertical e/ou horizontal que recebe as águas
coletadas das calhas e as transporta até o nível do chão;
•águas — jargão técnico — um prédio tem tantas águas
conforme sejam as direções que as águas possam escoar.
Partes Constituintes da Instalação.
Definições da NBR:

•Altura pluviométrica — volume de água precipitada por


unidade de área horizontal
•Área de contribuição: soma das áreas das superfícies que,
interceptando chuva, conduzem as águas para determinado ponto da
instalação.
•Caixa de areia: caixa utilizada nos condutores horizontais
destinados a recolher detritos por deposição.
•Condutor horizontal: canal ou tubulação horizontal destinada a
recolher e conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos
dispositivos legais.
•Condutor vertical: tubulação vertical destinada a recolher águas
de calhas, coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a parte
inferior do edifício.
•Duração de precipitação: intervalo de tempo de referência
para a determinação de intensidades pluviométricas.
Definições:

•Perímetro molhado: linha que limita a seção molhada junta


as paredes e ao fundo do condutor ou calha.
•Ralo: caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a
receber águas pluviais.
•Seção molhada: área útil de escoamento em uma seção
transversal de um condutor ou calha.
•Vazão de projeto: vazão de referência para o
dimensionamento de condutores e calhas.
O destino das águas pluviais pode ser:
•disposição no terreno, com o cuidado para não haver erosão, usando para
isto leito de pedras no local do impacto;
•disposição na sarjeta da rua ou por tubulação enterrada sob o passeio;
• pelo sistema público, as águas pluviais chegam a um córrego ou rio;
• cisterna (reservatório inferior) de acumulação de água, para uso
posterior.
ELEMENTOS DE HIDROLOGIA
Para compreender o assunto "águas pluviais" deve-se conhecer os
conceitos hidrológicos seguintes, ligados às precipitações:
•Intensidade pluviométrica — É a medida (mm/h) do quanto de chuva
que cai num determinado local num espaço de tempo.
•Tempo de retorno (ou tempo de recorrência) — Estudando os registros
de intensidade de chuva num local, pode-se concluir que chuvas com
determinada intensidade repetem-se a cada "x" anos.
•Tempo de duração — É o período de tempo que dura uma chuva. Dados
estatísticos nos mostram que chuvas fortes duram pouco (são chuvas de
verão que duram minutos) e chuvas fracas duram muito (horas e até dias).
•Tempo de concentração — É o tempo que uma bacia hidrográfica (área
contribuinte) leva para toda ela estar contribuindo para o ponto
considerado. No caso de telhados e áreas que interessam a este estudo, o
tempo de concentração é no máximo um minuto.
Materiais
Nos telhados empregam-se calhas que podem ser de aço galvanizado,
folhas-deflandres, cobre, aço inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC
rígido, fibra de vidro, concreto ou alvenaria.

Nos condutores verticais, devem ser empregados tubos e conexões de


ferro fundido, fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado, cobre, chapas
de aço galvanizado, folhas-de-flandres, chapas de cobre, aço inoxidável,
alumínio ou fibra de vidro.

Nos condutores horizontais, devem ser empregados tubos e conexões


de ferro fundido, fibrocimento, PVC rígido aço galvanizado, cerâmica
vidrada, concreto, cobre, canais de concreto ou alvenaria.
A NBR 10844/89 (Instalações prediais de águas pluviais), de
forma detalhada, fornece os critérios para se dimensionar :
•calhas;
•condutores verticais e horizontais.

Esta norma fixa que cada obra, em face do seu vulto ou


responsabilidade, deve ter seu tempo de retorno (grau de
segurança hidrológico) adotado e deverá ser:

•T = 1 ano => Áreas pavimentadas para obras externas onde


um eventual alagamento pode ser tolerado;
•T = 5 anos => para cobertura e telhados;
•T = 25 anos => coberturas e áreas onde não são permitidos
empoçamentos ou extravamento
Quanto ao valor da intensidade da chuva a se usar no projeto, a
norma fornece, em função do tempo de retorno e em função do
local (cada localidade geográfica tem sua característica), a
intensidade pluviométrica.
Para obras de vulto corrente e de área de telhado até 100 m2, pode-
se adotar a medida de chuva padrão de 150 mm/h de intensidade e
duração de 5 minutos.
Conhecida a medida de chuva do projeto e que corresponde a uma
vazão unitária sobre a cobertura, pode-se estimar a vazão a ser
coletada pelas calhas pela chamada fórmula racional e que vale:
Q = C x i x A/60, onde:
•C = coeficiente de escoamento superficial (considera-se c=1)
• i = intensidade pluviométrica, em mm/h;
•A = área de contribuição, em m2;
•Q = Vazão do projeto (L/min).
Considerando que as chuvas não caem horizontalmente, a norma dá
critérios para se determinar a área de contribuição em função da
arquitetura dos telhados.
Intensidade Pluviométrica
Com base em dados pluviométricos locais e por meio da
equação de chuvas da cidade de Belo Horizonte:

Tempo de Retorno Intensidade Pluviométrica


(Anos) (mm/h)

1 132
5 227
25 230
Calhas
•Destacam-se dois tipos de calhas, conforme os sistemas pluviais acima.
•Definida a vazão de projeto, serão estudados o tipo e capacidade das
calhas. Em função do tipo de calha, a norma dá sua capacidade hidráulica.
A tabela de capacidade de calhas mostra que elas devem ter
declividade mínima de 0,5%. Este é um item que os maus
construtores alegam ser difícil de atender e, na prática, constroem as
calhas horizontais e, às vezes, com declividade invertida, ou seja, a
declividade afasta as águas do ponto de coleta. Erro grave!!!
Condutores Verticais
Dimensionamento de condutores verticais
Definidas as calhas, serão estudados os coletores. Para o dimensionamento dos
condutores, a NBR 10844/89 apresenta critérios para sua escolha. Como são peças
verticais, seu dimensionamento não pode ser feito pelas fórmulas do escoamento em
canal.
A NBR 10844/89 para isto apresenta ábacos específicos. Os dados de entrada nestes
ábacos são:
•Q - vazão a projeto (L/min);
•L - altura do condutor em m (soma dos pés-direitos da edificação);
•H - altura de água na calha (mm).
•D – diâmetro interno do condutorVertical (mm)
Dimensionamento de
Condutores Verticais

Com estes dados escolhe-se nos ábacos o diâmetro do condutor.


Existem dois tipos de entrada de água no condutor: entrada com
aresta viva e entrada com funil. Cada tipo de entrada tem seu ábaco.
Com estes dados escolhe-se nos ábacos o diâmetro do condutor.
Existem dois tipos de entrada de água no condutor: entrada com
aresta viva e entrada com funil. Cada tipo de entrada tem seu ábaco.
O dimensionamento das calhas deve ser feito através da fórmula de
Manning-Strickler, indicada a seguir, ou de qualquer outra fórmula
equivalente:
ଶൗ ଵൗ
ଷ ଶ

Onde:
Q = vazão de projeto (L/min);
K = 60.000
S = área da seção molhada da calha (a x b) (m²);
n = coeficiente de rugosidade (Tabela);
RH = raio hidráulico (m);
i = declividade da calha;.
O cálculo do raio hidráulico é obtido dividindo-se a área
molhada pelo perímetro molhado. A seção retangular mais
favorável ao escoamento ocorre quando a base é o dobro
da altura d’água no canal, isto é, para valores de b = 2a.


A Tabela abaixo fornece as capacidades de calhas semicirculares,
usando coeficiente de rugosidade n = 0,011 para alguns valores
de declividade. Os valores foram calculados utilizando a
fórmula de Manning-Strickler, com lâmina de água igual à
metade do diâmetro interno.
Outro fator que interfere na capacidade de escoamento das calhas é a existência
de curvas na calha quando esta serve duas ou mais águas do telhado.
Diante disto, toda calha com curva terá um fator de decréscimo de sua
capacidade, se comparada com uma calha com desenvolvimento reto.
Nestas situações, a tabela de capacidade das calhas será afetada por um fator
menor que 1, reduzindo-se a capacidade hidráulica. Optou-se, na NBR
10844/89, em "aumentar" a vazão de projeto por um fator maior que 1, o que
resulta matematicamente num mesmo caminho de dimensionamento.
A NBR 10844/89, no caso de tubos, já fornece a capacidade
em função da declividade, diâmetro, rugosidade e admitindo-se
que o escoamento seja a 2/3 da altura.
Exemplo 1
Caso seja usado um tubo de diâmetro interno 100 mm, com
declividade de 2%, a tabela mostra que, se nele for jogada uma
vazão de 405 L/min.
Ex: Calcular o condutor vertical da instalação abaixo,
considerando os dados a seguir:

L=

=a a
a =5cm
b=15cm
b=
Utilização de águas pluviais para uso doméstico a partir de
cisternas
Exemplos de Cisternas Construídas no Semiárido

Juazeiro da Bahia - BA Nascente - CE

Puxinanã - PB Fotos: Rodolfo Nóbrega


Petrolina - PE
Um Esquema de Captação
Área de Captação
(ou contribuição)

Reservatório
Calhas

Drenagem do Bóia de Sucção


Ladrão

Tubo
De
Expansão
P1MC – Programa 1 Milhão de
Cisternas
 Construção de 1 milhão de cisternas no Semiárido Brasileiro.
 Promovido pela Articulação do Semiárido (ASA).
 Fórum de organizações da sociedade civil, que reúne cerca de 750 entidades,
entre sindicatos de trabalhadores rurais, associações de agricultores, cooperativas
de produção, igrejas, entre outras.
 Acesso à água para um número crescente de famílias rurais do
Semiárido.
 Promover melhora sensível na qualidade de vida de toda a família.
 Contribuição para diminuir a dependência das famílias em relação aos
grandes proprietários de terra e aos políticos.
ÁGUAS PLUVIAIS EM MARQUISES E TERRAÇOS - BUZINOTES
Nos terraços, em algumas estruturas de coberturas e marquises, a solução para escoar
águas pluviais é totalmente diferente do visto até aqui. Nestes casos, usam-se para escoar
as águas de chuva:
•ralos recolhendo a água que caiu sobre a cobertura;
•buzinotes, que são tubos de pequena extensão e pequeno diâmetro, que esgotam as
águas que nele chegam.

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