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Arábia Saudita diz que será difícil barril do petróleo retornar à faixa dos US$ 100

RIAD - O representante da Arábia Saudita na Organização dos Países Exportadores de Petróleo


(Opep) Mohammed al-Madi disse neste domingo que acredita ser difícil que o petróleo retorne ao
patamar entre US$ 100 e US$ 120 por barril.

"Eu acredito que é difícil alcançar US$ 120 dólares novamente... Nós entendemos que todos os
países precisam de renda maior... Nós queremos renda maior, mas nós queremos renda maior para
nós e para as gerações futuras", disse Madi em uma conferência sobre energia em Riad.

O petróleo Brent LCOc1 é negociado atualmente por cerca de US$ 55 dólares por barril.

Ele também repetiu que a Arábia Saudita não tem motivações políticas para suas diretrizes de
petróleo.

Alguns produtores, como o Irã, um rival diplomático da Arábia Saudita, têm criticado fortemente o
governo de Riad por sua decisão de deixar os preços caírem nos últimos meses, ao invés de tentar
sustentá-los por meio de um corte na produção da Opep.

Madi afirmou, no entanto, que a queda nos preços é uma decorrência de fundamentos de oferta e
demanda, e não de políticas não econômicas:

"Não há uma dimensão política no que fazemos como Ministério do Petróleo, nossa visão é comercial
e econômica. Não quisemos prejudicar ninguém, nosso enfoque é o seguinte: os produtores que têm
menores custos têm a prioridade para produzir, mas quem enfrenta maiores custos terá que esperar
sua vez”.

Ali al-Naimi, ministro do Petróleo saudita, deixou claro que não votará a favor do corte da produção
da Opep com o objetivo de impulsionar os preços.

Ação da Petrobras acumula alta de 18% em quatro pregões; Bolsa cai com JBS e
bancos

RIO — As ações da Petrobras subiram pelo quarto pregão consecutivo na Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa) nesta terça-feira, depois de a estatal ter informado que fará reunião no próximo dia
22 para discutir a aguardada divulgação do seu balanço financeiro auditado. As ações ordinárias
(com direito a voto) avançaram 0,24%, enquanto as preferenciais (sem voto) registraram alta de
1,79%. A ação ON está cotada a R$ 12,45, sua maior valor em quase cinco meses, acumulando alta
de 17,9% nos últimos quatro pregões. Apesar do bom desempenho da petroleira e de uma alta
expressiva da Vale, destaque positivo do dia, o índice de referência Ibovespa caiu 0,48%, aos 53.981
pontos, prejudicado pelas ações da JBS e dos bancos.

— A sinalização sobre a divulgação do balanço é muito positiva. Ter o balanço assinado é primordial,
pois a companhia permanecerá paralisada enquanto não resolver esse problema de curto prazo -
afirmou Daniela da Costa-Bulthuis, gestora na Robeco em Roterdã (Holanda) e que é porta-voz de
um grupo de 14 fundos internacionais que têm participação na Petrobras. — A expectativa quanto a
isso é o grande motivo para a alta da empresa na Bolsa nas últimas semanas, que vinha sendo
negociação em um “valuation” muito baixo, quase como se estivesse em “default” (calote).

Os papéis da mineradora Vale exerceram a maior influência positiva sobre o Ibovespa. As ações
ordinárias subiram 2,80%, enquanto as preferenciais avançaram 5,03%. A companhia acompanhou o
movimento das outras firmas do setor pelo mundo, que subiram com a alta de 4% na cotação do
minério de ferro hoje. O preço do minério de ferro acumulaou alta de 6,83% esta semana,
impulsionado pela redução dos estoques de ferro na China. Na quarta-feira, a China vai divulgar os
números sobre o crescimento econômico do país no primeiro trimestre de 2015. Analistas ouvidos
pelas agências Reuters e Bloomberg esperam avanço de 7% em relação ao mesmo trimestre do ano
passado, o menor crescimento desde 2009.

— A Vale foi muito castigada nos últimos tempos por conta O comportamento de hoje parece mais
ser uma recuperação do papel. Além disso, a empresa deve discutir em reunião de hoje o pagamento
da primeira parcela do dividendo mínimo. Isso atrai compradores para o papel — afirmou Ricardo
Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.

Estava na agenda da reunião do Conselho de Administração da Vale de hoje a proposta para


pagamento da primeira parcela de remuneração mínima aos acionistas da Vale em 2015, no valor
total bruto de US$ 1 bilhão. Se for mesmo aprovada, a remuneração será paga integralmente sob a
forma de juros sobre o capital próprio (JCP).

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Gerdau, outra siderúrgica, acompanharam o


movimento e subiram 3% e 0,83%, respectivamente.

JBS NA BERLINDA, GOL DISPARANDO

A maior pressão negativa veio da JBS, que recuou 5,25%. Os investidores se desfizeram do papel
depois que o jornal “Estado de S. Paulo” revelou que o frigorífico fez pagamento de R$ 200 mil a
empresa do ex-deputado petista André Vargas, preso na Operação Lava-Jato. A JBS confirmou o
pagamento mas alegou que ele foi feito dentro da legalidade.

As ações dos bancos, que passaram o dia em baixa, tiveram resultado misto. O Banco do Brasil caiu
0,74%, enquanto o Itaú Unibanco ficou estável. O Bradesco subiu 0,84%. O câmbio, que fechou com
queda expressiva do dólar (leia abaixo), proporcionou uma disparada nas ações da companhia aérea
Gol, que tem 62,5% de sua dívida denominada em dólar. A ação avançou 7,41%. Por outro lado, a
Fibria, que exporta celulose e é prejudicada pelo dólar mais fraco, caiu 4,40%.

DÓLAR CAI COM DADOS SOBRE VAREJO NOS EUA

Após ter tido sua maior alta em duas semanas na véspera com a queda nas exportações chinesas, o
dólar comercial registrou queda de 1,98% nesta terça-feira, cotado a R$ 3,061 na compra e a R$
3,063 na venda, o menor valor desde o dia 8. O câmbio local seguiu o movimento global de
desvalorização para o dólar, que recuou frente a todas as 16 principais divisas do mundo depois de
as vendas do varejo americano terem crescido menos que o esperado em março. O índice Dollar
Spot, da Bloomberg, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de dez divisas,
caiu 0,65% — a maior desde 3 de março.

As vendas do varejo americano expandiram 0,9% no mês passado, segundo pesquisa do


Departamento de Comércio divulgada hoje. Analistas consultados pela agência Bloomberg
esperavam alta de 1,1%. Apesar de a expansão ter sido inferior à prevista, ela foi a primeira em
quatro meses. Fevereiro registrara queda de 0,5%, prejudicado principalmente pelas condições
climáticas adversas registrada no inverno que passou. Ultimamente, sempre que os dados sobre a
atividade econômica americana decepcionam, o dólar perde força. Isso porque o Federal Reserve
(Fed, banco central dos EUA) condicionou à retomada econômica no país o aumento dos juros que
vem planejando. Assim, se a atividade ainda não está a pleno vapor, é provável que a elevação dos
juros demore mais a acontecer — e juros altos valorizariam a moeda.

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