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TERCEIRO CAPÍTULO

O poder-ser todo em sentido próprio do ser-aí e a temporalidade como sentido ontológico da cura.

61.Prelineamento da passagem metodológica entre a delimitação do ser todo em sentido


próprio do ser-aí e a liberação fenomenal da temporalidade

Nessa fase da análise já estamos prontos para trazer o ser-todo do ser-aí em sua totalidade
estrutural para a posição prévia. Associou-se a analítica existencial a propriedade do ser-aí que é
aberta num modo da abertura denominado decisão. Na decisão temos como 1. Humor, a angústia; 2.
Compreensão, ser para a possibilidade mais própria do ser e 3. Fala, silenciosidade.

Heidegger agora está interessado em conciliar o modo da abertura decisão com o projetar-se
para a possibilidade mais própria. “Será que em sua tendência de ser mais propriamente
existenciária, a decisão remete ela mesma para a decisão antecipadora como a sua possibilidade
mais própria?”
Heidegger parece dizer que decisão em sentido próprio só se dar no anteceder da morte.
Desse modo, na medida em que a decisão que antecipa a morte como constitutiva de cada ser-aí, ela
faz com que o ser-aí seja compreendido a partir de sua morte, e as antecipações de decisões fáticas
são compreendidas a luz desse ser-aí compreendido em antecipando-se.
Um passo metodológico na questão do nexo ontológico entre decisão e antecipação é
investigar o ser-aí guiado pela ideia de existência e projetar os fenômenos existencias sobre as
possibilidade existenciárias já delineadas e pensá-las, existencialmente, até o fim.
Heidegger está interessado na questão do sentido de ser em geral. O ente que compreende
ser foi delimitado no seu ser-todo como cura. Qual sentido então da cura? “A interpretação do
sentido ontológico da cura, no entanto, deve cumprir-se com base na atualização fenomenológica
plena e insistente da constituição existencial do ser-aí apresentado até aqui.”
O ser-aí foi concebido como autoconsistência do si-mesmo existente do ser do ser-ai como
cura. Nisso consiste um nvo esclarecimento da cura. O que se seguirá daí será uma interpretação do
sentido ontológico da cura. “A determinaão desse sentido consiste na liberação da temporalidade”.
Essa temporalidade, diz Heidegger, só é experimentada, originariamente, no ser-todo obtido pela
decisão antecipadora. Também tem modos da temporalidade temporalizar-se, como a propriedade e
a impropriedade.
A investigação ontológica da temporalidade deverá conceber, primeiro, a temporalidade
originária para, somente depois e a partir desta, derivare esclarecer a origem e a necessidade da
compreensão vulgar do tempo e a razão de seu predomínio.

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