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A Quimica Forense Na Deteccao de Drogas de Abuso PDF
A Quimica Forense Na Deteccao de Drogas de Abuso PDF
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All content following this page was uploaded by Luana Raquel Pinheiro De Sousa on 26 June 2016.
Resumo
O abuso de drogas como o álcool, a maconha, a cocaína, continua sendo um dos grandes problemas de saúde
pública, social, econômico e legal significativo. A análise dessas drogas vem sendo utilizada por diversos
segmentos da sociedade e aplicada para verificar o uso de drogas no ambiente de trabalho, esporte e com
finalidade forense. O objetivo do presente artigo foi apresentar, por meio de uma revisão bibliográfica, os
principais métodos analíticos usados na Química Forense para detecção de drogas de abuso, assim como as
principais características dessas drogas. Foram utilizados para esta revisão artigos publicados nos últimos 10
anos, pesquisados por meio de bases de dados online, e periódicos científicos disponíveis em sites de
Universidades, além de livros relacionados ao tema. Diante disto, pode-se concluir que a análise toxicológica
para evidenciar o uso de drogas de abuso pode ser realizada em diferentes amostras biológicas, e os
principais métodos utilizados na Química Forense para detecção e quantificação detalhada e segura dessas
drogas são a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) e Cromatografia Gasosa acoplada ao
Espectro de Massas (GC/MS).
Palavras-chave: Química Forense. Métodos de análises. Drogas de abuso.
2 METODOLOGIA
3.1.2 Cocaína
É bem estabelecido que a cocaína exerce seu potente efeito estimulante do SNC
sobre sinapses dopaminérgicas e noradrenérgicas, dando aos seus usuários um sentimento
de alerta e de autoconfiança aumentados, uma sensação de vigor e euforia e uma
diminuição do apetite. É também uma droga simpatomimética por resultar em efeitos
periféricos que mimetizam a ativação da divisão do Sistema Nervoso Vegetativo (SNV)
(BEAR et al., 2002, 2010).
A cocaína é uma droga de efeito rápido e de breve duração, em dez a quinze
segundos os primeiros efeitos são percebidos e duram em torno de cinco minutos.
Consumir bebidas alcoólicas junto com cocaína produz consequências mais graves do que
o uso separadamente das mesmas, pois o álcool aumenta a fissura pela cocaína, podendo
causar intoxicação grave, aumentando o risco de morte súbita (OBID, 2011).
A benzoilecgonina é o principal metabólito encontrado na urina (40%), podendo ser
detectada dois a três dias após a exposição. Os métodos cromatográficos usados como
testes confirmatórios por usuários de cocaína são o HPLC e a GC/MS, sendo o último o
método mais fidedigno (PASSAGLI, 2009).
3.1.3 Maconha
A GC é uma das técnicas analíticas mais utilizadas, ela possui um alto poder de
resolução. É muito atrativa devido à possibilidade de detecção em escala de nano a
picogramas, ou seja, tem grande sensibilidade, podendo separar misturas complexas com
até 200 compostos muito semelhantes. A limitação deste método é a necessidade de que a
amostra seja volátil ou estável termicamente, embora amostras não-voláteis ou instáveis
possam ser derivadas quimicamente (SKOOG et al., 2002).
A amostra é vaporizada e introduzida em um fluxo de um gás adequado denominado
de fase móvel ou gás de arraste, o fluxo de gás com a amostra vaporizada passa por um
tubo contendo a fase estacionária (FE) (coluna cromatográfica), onde ocorre a separação
da mistura (SKOOG et al, 2002).
A HPLC é uma técnica que possibilita as análises e separações de uma ampla gama
de compostos com alta eficiência. Tem sido utilizada em várias áreas da ciência. As
separações em HPLC podem se dar por adsorção, partição ou ambos os meios A
versatilidade dessa técnica reside no grande número de fases estacionárias existentes
(SKOOG et al, 2002).
As fases móveis utilizadas em HPLC devem possuir alto grau de pureza e estarem
livres de oxigênio ou outros gases dissolvidos, sendo filtradas e desgaseificadas antes do
uso, além disso, a bomba deve proporcionar ao sistema, uma vazão contínua sem pulsos e
com alta reprodutibilidade, possibilitando a eluição da fase móvel a um fluxo
adequadamente. As válvulas de injeção usadas possuem uma alça de amostragem para a
introdução da amostra com uma seringa e duas posições, uma para o preenchimento da
alça e outra para sua liberação para a coluna. As colunas utilizadas em HPLC são
geralmente de aço inoxidável, com diâmetro interno de cerca de 0,45 cm para separações
analíticas e na faixa de 2,2cm para reparativas. O comprimento das colunas variam de 10-
30 cm, e essas são reaproveitáveis, sendo empacotadas com suportes de alta resolução. O
detector mais utilizado para separações por HPLC é o detector de ultravioleta. O registro
de dados pode ser feito através de um registrador, um integrador ou um microcomputador
(VOGEL, 1981; GALINDO, 2010).
Segundo Skoog et al (2002), a comparação entre a HPLC e CG (Tabela 2) diz que
ambos os métodos são eficientes, altamente seletivos e amplamente aplicados, exigem de
uma pequena quantidade de amostra, podendo ser não destrutivos.
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