Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cartilha Pró-Democracia PDF
Cartilha Pró-Democracia PDF
Cartilha
Pró-Democracia
Coletivo Pró-Democracia
#HaddadSIM
Em defesa do voto pela democracia.
01 Introdução 1
01.1 Se apresente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
01.2 Construindo um diálogo . . . . . . . . . . . . . . . 2
01.3 As pessoas podem simplesmente não querer te ouvir 3
01.4 Quando as pessoas começam a te ouvir . . . . . . . 5
02 Grandes Temas 9
02.1 Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
02.2 Corrupção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
02.3 Antipetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
03 Orientações jurídicas 15
03.1 O que pode? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
03.2 O que NÃO pode? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
03.3 Atenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
03.4 Cuidados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
03.5 Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
05 Pratique a argumentação! 25
01
Introdução
Para quê escrever mais uma cartilha? Já existem inúmeras pela inter-
net, com excelentes argumentos, fatos inquestionáveis – tudo muito
bem organizado e apresentado. Entretanto, mais uma cartilha. Para
quê?
Almejamos investir em uma outra via, procurar outras formas
de apoio que não se deem apenas no nível da argumentação e do
diálogo. Afinal, há momentos em que é racional parar de argumentar.
Quando se trata de uma campanha política fundada na mentira, na
obscuridade, no medo e no ódio; quando se trata de um momento
de confronto de um antagonismo estrutural, que carrega consigo
diferentes formas de vida; quando não há um conjunto de valores
comuns, não há um senso comum a se explorar. Momentos como
esse demandam um outro uso da palavra, capaz não de argumentar,
mas de mobilizar as afecções (como o medo, o desejo, o desamparo)
que impulsionam nossa adesão a certas formas de vida. É no que
diz respeito a este uso da palavra que surge a demanda de mais uma
cartilha.
01.2
01.1 Se apresente
Antes de mais nada apresente-se ao seu interlocutor. No trabalho
corpo a corpo, em vez de abordar com um panfleto na mão, faça um
convite ao diálogo. O material impresso terá maior utilidade no fim
da conversa.
Portanto, o mais importante é escutar seu interlocutor. Em cada
situação, avalie a abertura para a conversa. Avalie também o tempo
disponível para o debate: seja em uma ação nos transportes públicos,
nas feiras livres, seja de porta em porta, nas panfletagens de rua,
ou mesmo nas redes sociais, é fundamental compreender quais as
condições em que o diálogo se materializa.
Evite camisetas e identificações visuais político-partidárias, isso
pode afastar um possível interlocutor. Isso pode suscitar preconcei-
tos que dificultam ou até mesmo impedem a escuta.
1. Segurança
2. Corrupção
3. Antipetismo
2
Introdução
3
01.3.0
Menos Violência
Além de jamais humilhar alguém, entenda que os outros podem que-
rer humilhar e atacar você para se proteger. Não se assuste demais
e não reaja com igual violência. Entenda que muitas vezes a pessoa
o faz por insegurança e medo, e que o que você quer é justamente
fazer com que isso circule. Tente acalmar a pessoa e mostrar que ela
pode conversar com você sem ter medo, porque não apenas você não
pretende agredi-la, mas ela mesma é capaz de dar conta da situação.
Um caso exemplar aconteceu em uma discussão no Facebook.
Um colega tentou engajar-se em uma argumentação com uma outra
pessoa que dizia, ironicamente, que era muito estranho alguém “ser
a favor da corrupção” ao votar em Haddad. O colega disse à pessoa
que ela estava certa, que realmente era estranho que alguém fosse
abertamente a favor da corrupção, e que, portanto, ela poderia estar
enganada quanto ao fato de a pessoa realmente estar fazendo isso,
que ela poderia ter sido vítima de certos preconceitos. A reação da
pessoa, porém, foi agressiva, acusando o colega de ser preconceituoso
e de a estar julgando. A pessoa quis encerrar ali mesmo a conversa, e
expressou tal vontade de forma agressiva.
O que pode estar em jogo neste caso? Tal pessoa, é bem provável,
já foi muito atacada e julgada por defender Bolsonaro abertamente.
Então, assim que confrontada, sua reação é de uma agressividade
defensiva. Note que o colega apenas havia apresentado um argu-
mento, uma hipótese. Aliás, foi isso que disse a ela, além de que não
pretendia julgá-la, que apresentava e defendia uma hipótese, e que
poderia ele estar errado, assim como ela.
A partir disso, abriu-se o canal de comunicação. A vulnerabi-
lidade, o medo, que de início se apresentavam como obstáculo à
4
Introdução
Pergunte mais
Peça para a pessoa elaborar mais o que ela quer dizer com as palavras
que usa e as ideias que apresenta. Peça para que ela desenvolva os
argumentos, dê fatos, elabore as premissas. O objetivo disso é levar a
pessoa a perceber como, muitas vezes, são ideias vazias, preconcei-
tos que se fundam apenas na repetição. Com isso, a pessoa precisa
confrontar-se com o próprio discurso, o que produz, muitas vezes,
um estranhamento com a própria fala.
5
01.4.0
Reuse as palavras
Faça proveito das palavras que a pessoa usa. Se alguma palavra usada
pela pessoa lhe parece indicar algo semelhante com o que você queria
indicar, comece a usar essa palavra em suas falas. O objetivo disso é
aproximar seu campo linguístico ao da pessoa com quem conversa.
Isso colabora com o aprimoramento das condições de argumentação.
6
Introdução
7
02
Grandes Temas
02.1 Segurança
Argumentos centrais
Contra-argumentação
O eixo da contra-argumentação é mostrar a incompetência de Bolso-
naro quando trata deste tema:
10
Grandes Temas
02.2 Corrupção
Argumentos centrais
Já quando o tema é “corrupção”, parece que:
Contra-argumentação
• Não se deve em hipótese alguma diminuir a importância da
indignação contra a corrupção. De nada adianta também jus-
tificar o PT. Diante do problema da corrupção, o ideal é levar a
discussão para um empate, quebrando a certeza de que Bolso-
naro é uma resposta à corrupção. Feito isto, é possível dizer
algo como: “no que se refere à corrupção, nenhuma escolha é
boa. Por isto, o melhor é levar em conta outros aspectos”.
11
02.3.0
12
Grandes Temas
02.3 Antipetismo
Argumentos centrais
Quando se trata do PT, a conversa geralmente toma um dos seguintes
rumos:
Contra-argumentação
• Nos governos do PT, o Brasil não se transformou em uma Vene-
zuela, as opiniões contrárias foram respeitadas e eles sempre
respeitaram as decisões e o jogo democrático: Lula não quis um
terceiro mandato, Dilma aceitou o Impeachment e Lula aceitou
ir à prisão.
• Haddad não é só PT, é uma frente democrática, com vários
partidos.
• O governo do Lula não foi ruim, o país teve um bom desempe-
nho econômico e ganhou respeito internacional. Já o governo
da Dilma foi ruim. Assim, temos duas situações diferentes
dentro de um mesmo partido. Não dá pra dizer que o governo
do Haddad será ruim só porque é do PT.
• As propostas de Bolsonaro vão na mesma linha das políticas
implementadas pelo governo Temer mas ainda mais radicais.
Bolsonaro, 28 anos na política, o que fez para o trabalhador? A
sua raiva está sendo manipulada e utilizada para fins outros
além do antipetismo.
13
02.3.0
14
03
Orientações jurídicas
2
Art. 37, §2o , I da Lei no 9.504/97
3
Art. 37, §2o , II da Lei no 9.504/97.
4
Art. 39 da Lei no 9.504/97 e art. 9o da Res. No 23.551/2017 do TSE.
5
Art. 39, §3o da Lei no 9.504/97 e art. 11 da Res. No 23.551/2017 do TSE
6
Art. 39, §§11o da Lei no 9.504/97 e art. 11, §3o da Res. No 23.551/2017 do TSE.
16
Orientações jurídicas
03.3 Atenção
7
Art. 37 da Lei no 9.504/97.
8
Art. 39, §3o da Lei no 9.504/97 e art. 11 da Res. No 23.551/2017 do TSE.
9
Art. 27 da Lei no 9.504/97 e art. 46 da Res. no 23.553/2017 do TSE
17
03.5
03.4 Cuidados
• Com a vinculação com a campanha oficial! Nunca se apresen-
tar como representante da campanha ou vincular o material
confeccionado à campanha. Se possível, sempre deixar claro
de antemão que se trata de manifestação autônoma.
• Com a divulgação de pesquisas! A divulgação do resultado de
pesquisas sem registro10 sujeita o responsável ao pagamento
de multa11 .
• Com a distribuição de material que não os próprios panfle-
tos da campanha! A distribuição de qualquer tipo de “brinde”,
de comida, bebida ou o oferecimento de qualquer tipo de “be-
nefício” são posturas que também podem ser consideradas
“compra de voto”12 .
• Com os outdoors e projeções! A Lei Eleitoral veda a utilização
de outdoor para a realização de propaganda! Proíbe também
a justaposição de imagens “com efeito” de outdoor. Também
entram aqui os equiparáveis: projeções, etc13 .
• A projeção de imagens durante a realização de atos, no entanto,
é permitida. O período de exibição das imagens não pode
exceder o de duração do próprio ato.
03.5 Observações
• Nenhum tipo de propaganda é permitida no dia da eleição! Só
a manifestação individual e silenciosa (bótons, adesivos, etc.)
• O impedimento à realização de propaganda é crime eleitoral!
• A contratação de pessoas para falar mal de candidato na inter-
net também é considerada crime eleitoral.
10
Acessível em: http://www.tse.jus.br/eleicoes/pesquisa-
eleitorais/consulta-as-pesquisas-registradas
11
Art. 33, §3o da Lei no 9.504/97
12
Art. 13 da Re. no 23.551/2017 do TSE, Lei no 9.504/1997, art. 39, §6o ; Código
Eleitoral, arts. 222 e 237; e Lei Complementar no 64/1990, art. 22. Art. 39, §8o da Lei
no 9.504/97 e art. 21 da Res. no 23.551/2017 do TSE.
13
Art. 39, §8o da Lei no 9.504/97 e art. 21 da Res. no 23.551/2017 do TSE.
18
Orientações jurídicas
19
04
Outras Informações Úteis
04.1 Segurança
No dia a dia
Em redes sociais
Instale dois fatores de proteção em todas as suas redes e tenham uma
senha forte.
Em grupos de WhatsApp
Feche o link de convites dos grupos e torne administradores somente
pessoas conhecidas.
Aos administradores: apague todos os números que não pos-
suem identificação de nome ou foto e adicione-os individualmente
somente apó confirmação de identificação.
Identificar que são as pessoas que já saíram do grupo, clicando
no número, vendo a foto e printando, além de descobrir o intervalo
de tempo em que estiveram presentes e as possíveis informações
sensíveis compartilhadas.
22
Outras Informações Úteis
23
05
Pratique a argumentação!
porém, um fato pode ser inútil, pode até atrapalhar. Pode ser que
ele contrarie algo que se tentava defender, pode ser que ele não se
relacione com o que estava sendo dito. Fatos sozinhos dizem quase
nada e estão suscetíveis a diferentes interpretações. Argumentos,
com fatos, são poderosas ferramentas de convencimento. Veja como,
em seus argumentos, entram as informações. Escute o outro, procure
entender como ele entende você.
Uma outra experiência que produz inúmeros aprendizados é
argumentar com os colegas. Em um grupo de amigos, combine que
alguns tomem uma certa opinião – defender o Bolsonaro, por exem-
plo – e outros a opinião contrária. Engajem-se em uma discussão que
se assemelhe o máximo com aquilo, para vocês, que seria enfrentado
em uma situação real. Assumam às últimas consequências a posição
que decidiram tomar. Com isso, não só treinamos o uso de argumen-
tos, mas aprendemos a ouvir e a falar a partir da perspectiva do outro.
Com isso, descobrimos nossos preconceitos com relação aos outros.
Com isso, organizamos nossas ideias.
Procure ver, nestas experiências, quais são os tópicos mais rele-
vantes, quais são os argumentos mais comuns, quais são aqueles que
melhor passam a mensagem (e quais só pioram a situação). Estude
quais seriam os melhores contra-argumentos. Procure onde, em cada
tópico, deseja chegar. Isso não apenas colabora com a organização
das informações e com a prática do uso argumentativo da fala, mas
também fortalece uma coerência entre as próprias ideias.
26