Você está na página 1de 8

VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

EDUCAÇÃO INFANTIL E INCLUSÃO: RELATO DE ESTÁGIO

DANIELE SENTEVIL DA SILVA¹. Universidade Federal de São Carlos, UFSCar.


FABIANA CIA². Universidade Federal de São Carlos, UFSCar

I. INTRODUÇÃO

No presente trabalho será contada a experiência de estágio do curso de Graduação em


Licenciatura em Educação Especial, sendo requisito para avaliação da disciplina “Prática de
Ensino Supervisionado em Educação Especial I” realizada no 5º período do curso.
O Estágio Supervisionado possibilita aos alunos um contato direto e prático, através da
observação e atuação em um ambiente inclusivo. O Art. 58 da Lei Nº 9.394 de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê a
modalidade da Educação Especial acontecer preferencialmente nas redes regulares de ensino.
A educação infantil é referida na LDB como a primeira etapa de educação básica sem a
obrigatoriedade (até 2015) e busca desenvolver a criança até os seis anos de idade
integralmente contemplando além de aspectos psicológicos, intelectuais, sociais e físicos, toda
a família e a comunidade nesse processo (BRASIL, 1996).
O estágio foi realizado em na escola municipal de educação infantil CEMEI Octávio de
Moura e teve duração de 120 horas, onde foram aconteceram observações com análise e
atividades planejadas para o aluno com necessidades educacionais especiais na classe
estagiada.
Essa relação direta com as práticas pedagógicas e o aluno com necessidades educacionais
especiais possibilita ao graduando um acompanhamento da rotina diária de seu aluno e assim
a consolidação de seus conhecimentos.
O estágio ainda possibilita através do aporte teórico dos dois primeiros anos da graduação um
básico referencial sobre como a inclusão pode e como ela deve acontecer, assim ele estará
frente a questões que até então eram apenas teóricas e trazê-las para sua prática.

II. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA

A escola frequentada foi um Centro Educacional Municipal de Educação Infantil em uma


cidade de porte médio do Estado de São Paulo. Esse endereço é o que consta no site Prefeitura
Municipal de São Carlos, porém a entrada da escola é na rua paralela à essa, sendo a Rua
Elias Arsênios, 774 a localização da entrada principal da escola. Encontra-se situada na
paralela atrás da avenida principal que cruza o bairro e que dá acesso ao centro da cidade.
A escola foi criada em 4 de novembro de 1980, com alteração de nome em 31 de agosto de
1987 e contava com 4 salas de aula, piscina e quadra, além de uma grande área livre. Sua
primeira ampliação aconteceu em 1992, e a segunda em 2005 para atender as necessidades e
demandas ofertadas ao bairro. Em 7 de maio de 2007 sua denominação de EMEI passou para
Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI).

252
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

Segundo seu Projeto Político-pedagógico(2009) o mesmo vai além de plano de ensino e


atividades pedagógicas, é vivenciado em todos os momentos escolares e envolvido em todo o
processo educativo.
A escola atende crianças de 2 a 6 anos constando em seu PPP, em período parcial, sendo
matutino ou vespertino. Atendendo os 8 bairros da região em que está situada.
Assim planeja ainda as salas de aula divididas em cantinhos e o tamanho da lousa para
estimular e propiciar o desenvolvimento infantil. O PPP ainda aborda que a criança com ou
sem deficiência deve ter atendida suas especificidades, com direitos legais e suas
características próprias.
Ainda aborda o desenvolvimento da criança de 2 a 6 anos, o público alvo da escola e as fases
desenvolvimentais como a aquisição da fala, a fase do egocentrismo e o brincar, entre outros.
Ainda inclui o desenvolvimento das crianças de 7 a 12 anos para as crianças da recreação.
Possui em seu espaço 10 salas de aula, cozinha, banheiro feminino e masculino para as
crianças, banheiro de professores, banheiro de funcionários, banheiro da diretoria, cozinha,
almoxarifado, vestuário, refeitório, pátio coberto, jardim, parque, quadra coberta, quadra
descoberta, piscina e vestuário. Toda a escola é colorida com cores atrativas para as crianças,
a escola também é toda com enfeites nas paredes. O cardápio das refeições é afixado no
refeitório, com imagens e letras de forma em caixa alta.
A escola segue uma rotina, todos os professores possuem essa rotina, mas que não ficam
demonstrada aos pais, apenas uma sala de aula apresenta a rotina na porta da sala.
Considera o ensino como dinâmico, articulado e significativo e a equipe escolar são
oferecidas acesso a conhecimentos de sua área através do HTPC. A escola ainda possibilita
uma parceria com as famílias, e que roda a qualidade da educação infantil esta no
relacionamento escola-família-criança.
Estimular ainda seu potencial para o máximo desenvolvimento, englobando seus interesses e
o ambiente fora da escola. Os princípios da organização e dinâmica escolar prevê uma escola
com democratização do acesso, ou seja, uma escola inclusiva.
Conta ainda com a caracterização das salas de aula, com a visão do professor e o que será
trabalhado com as crianças durante o período letivo, porém com a desatualização do PPP essa
parte não pode ser analisada pois constam dados de outras turmas, mas particularmente essa
parte atraiu a curiosidade.
A avaliação é feita por meio de portfólios, permitindo assim ao aluno sua visibilidade dos
trabalhos realizados, e ao professor uma analise de sua prática. O PPP ainda aborda sua
avaliação constante e permanente, mas que sua desatualização pode ser percebida e
constatada. Embora abrange e englobe a educação especial necessita ainda de uma atenção
mais especificamente voltada à ela.
A instituição possui sala de recursos multifuncionais e educadora especial (no período da
manhã, pois a educadora especial vespertina esta afastada desde o final do ano passado). Nos
últimos dias de estágio também estava sendo ofertado aos alunos o atendimento dentário com
previsão de início para as férias de julho.
A escola possui boas condições físicas e não possui nenhum problema relevante que podia ser
verificado durante o período de estágio.

253
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

III. CONTEXTUALIZAÇÃO DA SALA DE AULA E DO ALUNO

Contextualização da sala
A sala é de alunos de 3 a 4 anos, conhecida como Fase 4, é composta por 18 alunos, sendo 4
meninos e 14 meninos, uma professora acompanha os alunos diariamente das 7:00 as 12:00
hrs. Os alunos em sua maioria moram no bairro, alguns mais próximos e outros mais distantes
que necessitam de um tempo maior para chegar até a escola.
A sala de aula do estágio é uma sala de aula comum da escola.
É mobiliada com 6 mesas pequenas, 22 cadeiras pequenas, 1 mesa grande para a professora, 1
cadeira para a professora, 1 mesa média de apoio, 1 cadeira média para apoio, 1 armário ao
fundo da sala da professora da turma e 1 na lateral da professora do período da tarde. A sala
também contém armários com brinquedos como ursos e baldes com blocos de montar na
lateral de uma das paredes e uma das estantes tem livros e um colchonete.
Na outra lateral da sala estão pendurados os trabalhinhos dos alunos em pastas plásticas
transparentes, e logo abaixo estão o ganchos de pendurar as mochilas. A lousa fica a uma
altura em que as crianças possam escrever e interagir com ela, e em sua lateral fica um grande
espelho. As paredes possuem alguns materiais visuais, mas não muitos pois a professora F.
recebeu instruções da professora de educação especial que recursos visuais em excesso
contribuem para a falta de atenção na realização das atividades.
A turma segue uma rotina diária, que esta fixada no interior do armário da professora. As
atividades resumem-se em chegada, brincadeira livre com blocos de montar, café, atividade
em sala de aula, educação física, parque, almoço, parque e despedida. A maioria do tempo é
utilizado em atividades livres, sendo apenas intermediadas as atividades acadêmicas, que
acontecem bem rapidamente as segundas e quartas-feiras devido às aulas de educação física.

Contextualização do aluno
A aluna com necessidades educacionais especiais que frequenta a Fase 4 da CEMEI Octávio
de Moura é G., com 3 anos completos e diagnosticado com Síndrome de Down.
A Síndrome de Down é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a
mais no par de cromossomos 21, também é conhecida como trissomia 21. Foi descoberta em
1866 por John Lagdon Down, essa alteração genética altera o desenvolvimento e determina
algumas características físicas e cognitivas (Fundação Síndrome de Down, sd).
Este ano foi o primeiro que G. frequentou uma instituição de ensino, embora fizesse até o ano
passado a estimulação precoce na sala de recursos da escola que freqüenta atualmente.
Segundo a professora sua adaptação foi rápida.
G. é uma criança com tamanho normal, sua estatura é a média das demais crianças da sala,
apenas seu peso é um pouco acima das demais crianças. A Síndrome de Down não interfere
nas relações com as demais crianças, apenas sua comunicação fica um pouco prejudicada pois
em alguns momentos sua fala é bem difícil. G. interage e busca interação com seus colegas de
turma, fica envergonhada quando a professora lhe chama a atenção, divide os brinquedos com
os demais amigos de turma e sua coordenação motora fina esta sendo bem estimulada pelos
blocos de montar no início das aulas.
Participa das atividades propostas pela professora comum, e quando distrai-se a professora
chama seu nome e então a atenção é retomada. As atividades de Educação Física exigem um

254
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

pouco mais de atenção pois G. não se interessa em todas as atividades e tem medo de alguns
recursos utilizados nessa aula.
Os comportamentos de G. são comuns as demais alunos, nos momentos livres esta sempre
brincando acompanhada de algum colega de turma, e nos momentos de atividade fica atenta,
mas sua atenção acaba desfocada em alguns momentos, mas logo retorna novamente a
atividade. A aluna não realiza atividades de desenho dirigido como pintar apenas uma parte
do desenho, mas em relação a desenho livre realiza sem ajuda.
As brincadeiras de G. no parque são de interação, faz-de-de-conta e o uso dos brinquedos.
Quando brinca na areia utiliza potes com seus colegas e ao utilizar os brinquedos do parque
segue as regras de esperar sua vez na fila.
G. utiliza fraudas, mas logo após evacuar “pede” para ir ao banheiro. Em alguns momentos
solicita para ir ao banheiro antes de fazer na frauda, mas quando levada ao banheiro nada faz.
A frauda é um ponto importante mas já vem sendo trabalhado pela professora com a família.
Sua alimentação é adequada e quase sempre pede para repetir, no café a professora deixa que
ela repita uma vez, no almoço a professora apenas lhe dá mais quando ainda existe tempo para
comer.
Os avanços no comportamento de G. é algo notório. Ela já consegue centrar sua atenção por
um período de tempo maior e sua comunicação esta mais efetiva e entendível. Sua
socialização também foi bem estimulada, inicialmente a estagiária buscava interagir com G. e
seus colegas de turma, mas ao final desse semestre tanto G. quanto seus pares buscam se
relacionar. Tais mudanças comportamentais apresentam um progresso no desenvolvimento.

IV. ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES

As observações foram realizadas durante o período de estágio, acontecendo as segundas e


quartas-feiras das sete horas da manhã ao meio-dia. Sendo presenciados momentos de
atividades livres e dirigidas em sala de aula, alimentação, brincar no parque, aula de Educação
Física além das interações do aluno com os demais membros da escola.
A análise contará com aspectos observados, constatados e refletidos, em questões de
planejamento e de organização, além de práticas educacionais e da inclusão.

Organização do espaço escolar


A organização da sala é propicia ao desenvolvimento das atividades propostas pela
professora. Apenas os brinquedos que ficam expostos demais no período das demais
atividades, e oportuniza assim as crianças se distraírem na realização das atividades.
O espaço é bem utilizado e aproveitado, os mobiliários e materiais ficam encostados na
parede para evitar que as crianças tropecem e caiam. O ambiente já esta organizado de
maneira a estimular a criatividade e explorar das crianças, que podem utilizar os livros,
brinquedos de montar, outros brinquedos e os materiais utilizados em atividades.

Rotina e atividades escolares


A rotina escolar proposta à Fase 4 embora conte com chegada, café, atividades escolares,
parque, almoço e parque, nem sempre as atividades escolares são seguidas, como houve casos
das crianças passarem a manhã quase toda assistindo a filme.

255
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

As atividades escolares variam entre desenho livre, desenho dirigido, dobradura,


reconhecimento das letras e contagem dos números. As atividades realizadas pelos alunos
eram arquivadas em pastas respectivas a cada aluno com sequencialidade de data, as pastas
eram transparentes para oportunizar a seus alunos reconhecerem suas pastas pelos desenhos
ou pelo nome escrito, que é trabalhado diariamente com os alunos.
Os materiais utilizados para a realização das atividades variou entre lápis preto, lápis colorido,
papel dobradura, guache e cola branca. Embora tais materiais pudessem oportunizar
independência aos alunos esse quesito foi pouco atendido. A maioria das atividades era feita
de modo bem diretivo, em alguns casos até com a entrega de um único lápis de cor de cada
vez para pintar algo específico do desenho. Goldberg, Yunes e Freitas (2005) apontam o
desenho como meio de comunicação e representação, e sendo estes manipulados pela
professora acaba dificultando a representação e expressão das crianças por esse meio.
A professora buscava sempre trazer uma atividade planejada, o que é bom pois segue-se uma
linha de raciocínio do desenvolvimento do conteúdo programado, como as cores inicialmente
e o corpo humano posteriormente. As atividades também são trocadas pelas professoras, que
buscam sempre fazer as mesmas atividades nas fases da escola.
Um aspecto bastante importante é a interrupção das atividades para as aulas de educação
física ou para alguma outra atividade. Essa descontinuidade e interrupção interferem no
resultado e na finalidade da atividade interrompida.
As atividades presenciadas pela estagiária resumiam-se a atividades acadêmicas apenas na
ausência da professora de educação física, aula de educação física, parque ou filme. Durante o
parque, o maior período da aula era passado lá, as crianças brincavam em sua maioria com
grupos pequenos de três ou quatro alunos, com potinhos na areia ou então nos brinquedos de
parque. A maior parte do tempo as atividades são pouco dirigidas e não é visto pela
professora como algo fundamental, apenas busca evitar desentendimentos entre os alunos ou
atitudes perigosas.
O parque oportuniza as crianças a sociabilização e a interação entre os pares, porém algumas
questões que poderiam ser abrangidas pela professora passam despercebidas.
Quanto as aulas de educação física a professora buscava sempre atender aos interesses dos
alunos, repetindo atividades que atraiam o interesse das crianças e deixando de lado
atividades que considerassem desinteressantes, sendo o jogo a principal atividade adaptada
pela professora e desenvolvendo assim o psicológico da criança pré-escolar (VIEIRA, 2009).
A professora sempre pensava em G. na questão bexiga e bola e tentava uma aproximação,
mas de maneira cuidadosa para não assustá-la.
Aos filmes o interesse dos alunos dificilmente eram considerados, o filme de maior sucesso
entre as crianças era o da “Galinha Pintadinha” porém alguns outros desenhos eram colocados
inicialmente no DVD e apenas quando as crianças já estavam bem agitadas é que então o
interesse delas era considerado.
A independência também é algo trabalhado com os alunos. Eles possuem autonomia na
alimentação, ao ir ao banheiro, ao colocar e guardar a blusa de frio. A autonomia é descrita
pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) como um dos princípios
das ações educativas e visa a capacidade de guiar e considerar decisões sozinho, com regras,
valores pessoais e ao próximo.

256
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

Relação entre alunos, professores, diretora e família


O relacionamento também é um fator fundamental ao desenvolvimento e engajamento das
atividades feitas pela criança.
O relacionamento aluno-aluno acontece naturalmente e oportunizou a G. o reconhecimento de
seus pares. Inicialmente G. era mais distante da turma mas ao final do estágio já buscava
interagir e brincar com demais alunos.
A relação professora-aluna também é recíproca, G. é sempre bem carinhosa e a professora
retribui com atenção. A professora busca posicionar G. em um lugar que sua atenção apenas
se volte a lousa, para evitar distrações. Além disso seu relacionamento com os demais alunos
também é acessível, ela busca conversar e entender antes de tomar qualquer atitude ou
decisão.
A relação entre a professora e os pais de alunos acontece naturalmente, a professora busca
entender o cotidiano e o meio em que os alunos estão inseridos. Os pais sempre dialogam nos
horários de entrada e saída dos alunos, que é sempre feito na sala de aula. Esse momento
torna propício a troca de informações que ambos consideram importantes, como se o aluno
vem apresentando algum comportamento diferenciado e a causa de tal comportamento que
pode ser analisado por ambos.
A relação entre pais e a direção também é aberta, sempre que a direção acredita ter a
necessidade de qualquer conversa direta com os pais ela então solicita a eles o
comparecimento à secretaria da escola. A direção no caso de G. constando algum vestuário
inadequado devido ao frio apontou a mãe algumas questões referentes a escola ter doado
roupas quentes, e que até então não vinham sendo utilizadas, mas tal conversa possibilitou um
melhor cuidado e atenção ao vestuário dela.
A orientadora do estágio solicitou uma conversa da estagiária com a mãe de G. que é de
origem bem simples, mas que relatou que G. em casa brinca diariamente com a irmã de 8
anos, que também esta tirando a frauda e que G. se mostra bem independente em relação ao
que ela gosta e quer, que também pode ser visto na escola.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio proporciona ao aluno do curso de Licenciatura em Educação Especial um contato


íntimo e direto com o que até então estava apenas no teórico. Os referenciais teóricos
utilizados nos dois primeiros anos do curso proporcionam um suporte básico necessário, ainda
não totalmente abrangente, para o desenvolvimento adequado de seu aluno em suas
potencialidades.
Assim tal contato oportuniza situações importantes para a compreensão do ambiente escolar,
em sua organização e prática, além de saber mais sobre a deficiência intelectual e mais
especificamente sobre a Síndrome de Down.
Ao interagir diretamente com a criança com necessidades educacionais especiais o estagiário
tem a possibilidade de interagir e verificar as práticas e recursos pedagógicos disponíveis aos
alunos e o seu uso.
As atividades realizadas em sala de aula poderiam ser mais desenvolvidas pensando nas
necessidades dos alunos, assim o desenvolvimento de toda a turma seria englobado. Assim os

257
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

alunos mais desinteressados na atividade ou que fiquem mais desatentos poderiam ter mais
atenção da professora e poderiam executar todas as atividades.
A educação infantil embora vista como contexto de socialização também habilidades motora,
imaginativa e de criatividade. As necessidades de G. também são consideradas com a
utilização de materiais diversificados e alguns materiais que a professora de educação especial
empresta para a professora da sala regular, uma vez que a professora de educação especial do
período da tarde esta afastada.

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BEYER, H.O. Inclusão na avaliação da escola: de alunos com necessidades educacionais
especiais. Porto Alegre. Mediação. 2010.
BRASIL. Educação Infantil – Saberes e práticas da inclusão: Introdução. Brasília: Ministério
da Educação, 2006.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação,
1996.
BRASIL. Lei número 12.796 de 4 de abril de 2013. Brasília: Ministério da Educação, 2013.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-
2014/2013/Lei/L12796.htm>. Acesso em: 30 de junho de 2013.
BRASIL. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Subsídios Para Diretrizes Curriculares Nacionais Para A Educação Básica e
Diretrizes Curriculares Nacionais Específicas Para A Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB,
2009.
CEMEI Octávio de Moura. Disponível em:
<http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/nossas-escolas/157346-cemei-octavio-de-
moura.html >. Acesso em: 22 de junho de 2013.
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL OCTÁVIO DE MOURA: Projeto
P0olítico Pedagógico: São Carlos, 2009. 99p.
Fundação Síndrome de Down. O que é a Síndrome de Down. Disponível em: <
http://www.fsdown.org.br/site/pasta_116_0__o-que-e-sindrome-de-down-.html/>. Acesso em
25 de junho de 2013.
GOLDBERG, L. G.; YUNES, M. A. M.; FREITAS, J. V. O desenho infantil na ótica da
ecologia do desenvolvimento humano. Psicologia em Estudo, Maringá, v.10, n.1, p. 97-106,
2005.
MARQUEZAN, R.; LOPES, R.P.V. O envolvimento da família no processo de
integração/inclusão do aluno com necessidades especiais. Educação (UFSM), Santa Maria, v.
2000, p. 3-4, 2000.
MENDES, E.G. Inclusão marco zero: Começando pelas creches. Araraquara, SP. Junqueira &
Marin. 2010.
OSÓRIO, A.C.N. Escolarização: Práticas sociais, culturais e pedagógicas- fragmentos de uma
realização seletiva. In: MENDES, E.G.; ALMEIDA, M.A. Das margens ao centro:
Perspectivas para a políticas e práticas educacionais no contexto da educação especial.
Araraquara: Junqueira & Marin, 2010. p. 89-98.
PACHECO, J.; EGGERTSDÓTTIR, R.; MARINÓSSON, G. Caminhos para a inclusão: Um
guia para o aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre. Artmed. 2007.

258
VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

PANIAGUA, G. As famílias de crianças com necessidades educacionais especiais. In: COLL,


C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (Orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação. 2 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 330-346.
PUESCHEL, S.M.; Causas da Síndrome de Down. In:______Síndrome de Down: Guia para
pais e educadores. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. P.53-64.
PUESCHEL, S.M.; Características Físicas da Criança. In:______Síndrome de Down: Guia
para pais e educadores. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. P.77-83.
SILVA, R.N.A. A educação especial da criança com Síndrome de Down. Pedagogia em Foco.
Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/spdslx07.htm>.
Acesso em: 15/04/2012.
SIMÕES, V. L. B. Histórias infantis e aquisição da escrita. São Paulo em Perspectiva, n.14,
v.1, p.22-28, 2000.
STRAY-GUNDERSEN, K. Crianças com síndrome de Down: Guia para pais e educadores.
Porto Alegre. Artmed. 2007.
TEIXEIRA, F. C.; KUBO, O. M. Características das interações entre alunos com Síndrome de
Down e seus colegas de turma no sistema regular de ensino. Revista Brasileira de Educação
Especial. Vol.14 no. 1. Marília. Jan-Abr. 2008. P. 75-92. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382008000100007>.
Acesso em: 25 de maio de 2013.
VIEIRA, E. R. A reorganização do espaço da sala de educação infantil: uma experiência
concreta à luz da Teoria Histórico-Cultural. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
Graduação da Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho, UNESP, Marília, 2009.

259

Você também pode gostar