Você está na página 1de 7

P á g i n a | 17

LASSITUDE MELANCÓLICA: UM OLHAR SOBRE O SIGNO DE SATURNO, DA


ANTIGUIDADE À CONTEMPORANEIDADE.

Adolfo José de Souza FROTA (UEG/Dr.)


(adolfo_thedrifter@yahoo.com.br)
Luana Alves dos SANTOS (UEG)
(luana.trouble@gmail.com.br)

Palavras-chave: Melancolia, Moacyr Scliar, bile negra, Saturno

Desde a Antiguidade, a melancolia é vista como um tema notável, caracterizada


principalmente pela disposição de espírito taciturno. Na Grécia Antiga, o tema despertou a
atenção de Aristóteles e Hipócrates de Cós, de modo que as reflexões dadas por eles sobre o
tema ainda hoje são consideradas pertinentes e contribuíram de forma significativa para
acepções modernas.
Moacyr Scliar, no livro Saturno nos trópicos: a melancolia europeia chega ao
Brasil (2003, p. 56), relata que a melancolia é uma experiência humana peculiar. O
sentimento deve ser diferenciado da tristeza, pois é uma reação até certo ponto normal aos
embates da existência.
Etimologicamente, o termo melancolia vem do grego melankholia (de melanos =
negro, sombrio, triste, funesto) + chole (bílis, fel, veneno). No latim, a palavra seria
melancholia. O termo refere-se ao estado de desgosto da vida e a propensão habitual ao
pessimismo.
Na cultura grega, segundo Moacyr Scliar (2003, p. 68-70), Hipócrates de Cós, o
pai da medicina, associa a melancolia aos problemas de saúde. A melancolia e outras doenças
provocadas por distúrbios mentais tais como a epilepsia, são resultados do desequilíbrio dos
quatro humores presentes no corpo: o sangue, a linfa, a bile amarela e a bile negra. Partindo
deste pressuposto, os antigos acreditavam que o comportamento humano era dotado de quatro
estados temperamentais: o sanguíneo, o fleumático, o colérico e o melancólico. O equilíbrio
dos quatro humores associados aos temperamentos garantiria saúde mental e,
consequentemente, saúde física, ao passo que o acúmulo demasiado de um dos humores
provocaria determinado temperamento. O temperamento melancólico corresponde à bile
negra, popularmente conhecida como “fel”, que se acumularia no baço, daí o nome em inglês
spleen, que, no Romantismo (século XIX), foi largamente utilizado para indicar o estado
constante de melancolia, nas artes.
P á g i n a | 18

Considerando a concepção dos humores como rudimentos importantes na


melancolia, percebe-se que são correspondentes aos tipos físicos e as disposições emocionais
descritas por Scliar (2003, p.72): o sanguíneo é forte, musculoso, gosta de companhia, de
comida, de bebida. É característica do melancólico ser magro, pálido, taciturno, lento,
silencioso, desconfiado, invejoso, ciumento e solitário. A solidão é a causa da melancolia,
diante das características atribuídas a ele, provocando assim a inatividade do ser humano.
Para Hipócrates há dois tipos de melancolia. Scliar cita-os:

Dos temperamentos, o melancólico era o mais patológico, aquele mais


obviamente associado à doença. Hipócrates diferenciava a melancolia
endógena, em que, sem razão aparente, a pessoa torna-se taciturna e busca a
solidão, da melancolia exógena, resultante de um trauma externo. A
melancolia, sintetizou o “Pai da Medicina”, é a perda do amor pela vida,
uma situação na qual a pessoa aspira à morte como se fosse uma benção.
(2003, p. 70)

Na Idade Média, assim como na Antiguidade, o tema da melancolia manifestou-se


por meio da ciência, desta vez, para deixar o ambiente dos intelectuais gregos e reaparecer em
meio aos árabes. No continente oriental, no século IX, foram os autores árabes,
principalmente Abû Mar Sar, que estabeleceu a correlação entre melancolia e astrologia. O
planeta Saturno exerce fortes influências astrais sob os melancólicos (BENJAMIN, 1984, p.
171). Conforme escreve Scliar:

O humor sanguíneo corresponderia Júpiter, o colérico a marte, deus da


guerra, o fleumático à Vênus ou à Lua. A melancolia estaria sob o signo de
Saturno, planeta distante, de lenta revolução. Como também tinha
correspondência no chumbo, àqueles que nasciam sob o seu signo eram
lentos, pesados. Ou seja: um astro pouco auspicioso. No corpo humano,
Saturno governava o baço, sede da bile negra. A associação entre Saturno e a
melancolia era inevitável. Até hoje o qualificativo de “soturno”, corruptela
de Saturno é sinônimo de melancólico. (2003, p. 73-74)

Sob a ótica dos antigos, a melancolia estava relacionada à pessoa de


comportamento sério, soturno e extremamente frio na maneira de tratar os outros. Também o
perfeccionismo, conduta voltada para a intelectualidade e a vagarosidade eram característicos,
pois, no melancólico, todas as ações parecem ser mais lentas, sendo elas por motivos
psíquicos e/ou biológicos.
Em conformidade com Adolfo Frota (2012, p. 4), essa associação da melancolia
com o planeta Saturno ocorreu por causa de sua posição astronômica, na época o mais
distante dos conhecidos no Sistema Solar. Benjamim (1884, p. 172-173) explica a
P á g i n a | 19

correspondência entre melancolia e a dialética do planeta Saturno, que só pode ser


compreendida através da concepção mitológica de Cronos (Saturno), como um deus dos
extremos. Por um lado, ele é o senhor da idade do ouro, por outro, é um deus triste e
destronado. De um lado, gera e devora inúmeros filhos, mas, de outro, está condenado à
esterilidade. Por um lado, é um monstro capaz de ser vencido pela astúcia vulgar, já por outro,
é um deus antigo, sábio e de inteligência suprema. É nesta concepção dualista e definitiva do
deus Cronos, que se encontra a explicação da influência astrológica do planeta Saturno.
Ainda conforme bases firmadas pelos antigos, mas, fazendo uso de conhecimentos
astrológicos mais modernos, percebe-se que, em pessoas cujo mapa de nascimento
corresponde ao temperamento melancólico, a bile negra é produzida em excesso. Esse humor
seria o fluído saturnino produzido no baço e que, ao se dispersar pelo corpo, causaria o
comportamento e as manifestações melancólicas no ser humano. É importante observar que
qualquer pessoa pode apresentar eventualmente características melancólicas.
No início da Idade Média, surge o termo “acedia”, que vem do grego akedia,
significando indiferença. Mas, atualmente, ganhou o sentido de abatimento do corpo e do
espírito, enfraquecimento da vontade, inércia, tibieza, moleza, frouxidão, melancolia
profunda, e pode considerada até como preguiça. De acordo com João Cassiano (apud Scliar,
2003, p. 74), a acedia era frequente, sobretudo, em solitários. Sendo ele criado em um
mosteiro cristão, o autor adquiriu experiência a respeito do tema. O mais interessante acerca
da acedia é que o termo era atribuído a um espírito maligno, o qual foi nomeado de demônio
do meio-dia. Este demônio, além das características já presentes no melancólico, estava
associado às tentações carnais e ao pecado. No mosteiro, os monges que apresentavam a
acedia, tornavam-se descontentes com a vida religiosa, a inquietude, a solidão e a falta de
ânimo para o trabalho também eram traços da acedia. Para o monge afetado pela acedia, o
melhor tratamento era o trabalho físico, porém, se o trabalho não fosse suficiente para a cura,
o anacoreta não pertenceria mais ao grupo de monges, o mesmo seria excluído e abandonado
pelos demais.
A acedia, relacionada à religiosidade, era considerada um pecado extremamente
grave, estando no nível dos sete pecados capitais, ao lado de comportamentos como a gula, a
fornicação, a raiva, a inveja, assim afirma Cassiano (apud SCLIAR, 2003, p. 74). Além dele,
Eduardo Lourenço escreve:

No seio do mundo cristão, o fenômeno da melancolia só podia ser entendido


como um misterioso e incompreensível ‘abandono’ de Deus — a perda do
P á g i n a | 20

gosto da vida e a perda do gosto de Deus (acedia) confundem-se —, ou


como castigo de uma falta, em suma, como um pecado. (apud SCLIAR,
2003, p. 74)

É por esse motivo que a vida deveria ser um hino de louvor, e santidade deveria
ser alegria. Tristeza era comumente atribuída à influência demoníaca.
A partir desse ponto de vista, percebe-se que a melancolia é um fenômeno
incompreendido no meio religioso. A aquisição da melancolia, seja por meio natural ou
proveniente de acontecimentos durante a vida, não era recomendável em nenhuma hipótese,
porque a melancolia seria a possessão de um espírito maligno (o demônio do meio- dia) e
ninguém que estivesse possuído por um demônio poderia servir a Deus com veracidade, ou
seja, não poderia estar dos dois lados ao mesmo tempo.
Avançando alguns séculos, surge a figura de Robert Burton (1577-1640) como um
dos autores que mais contribuiu para o estudo da melancolia. Nascido em Leicestershire na
Inglaterra, estudou em Christ Church College (Oxford), tornou-se vigário de Saint Thomas,
depois bibliotecário da mesma instituição em que estudou. Por um período exerceu as funções
de reitor em Seagrave.
A célebre sua obra A anatomia da melancolia é dedicada ao seu protetor em
Seagrave, Lord George Beekely. Sob o pseudônimo de Demócritus Júnior, em 1621 publicou
na Inglaterra o livro que o consagraria. A obra teve grande sucesso. Cinco edições foram
publicadas durante a vida do autor, e uma sexta ainda foi revista, ampliada e publicada após a
sua morte. Tratava-se de uma obra que atendia os interesses da geração melancólica da época
na Europa. Já no que se refere à obra, no Renascimento, a melancolia alternava entre o estado
emocional, condição existencial e ainda como patologia. A melancolia era exaltada entre os
intelectuais, e foi extremamente abominada entre as pessoas ditas comuns, justamente pelo
fato de se tratar de uma doença associada a demência e o despossuir da glória divina
(SCLIAR, 2003, p. 8).
É impressionante a repercussão de tal obra, primeiramente porque o tema não era
uma novidade. Autores antigos como Hipócrates e Aristóteles já haviam firmado bases sobre
a melancolia. Além disso, se tratava de um texto longo. Para se ter noção, em uma edição de
bolso (do New York Review of Books), são 1417 páginas de pesquisa exaustiva e citações em
latim culto. Vale ressaltar que, na época, o latim já havia sido substituído por línguas
vernáculas. O uso do latim culto serviu como prova de erudição e conhecimento. Mas, com
erudição ou com humor, Burton foi o responsável pela reintegração da melancolia nos
P á g i n a | 21

círculos intelectuais. O termo já era conhecido, porém, ganhou novo significado com sua
obra. Burton se referia a uma melancolia renascida.
O retorno da peste negra à Europa veio ao encontro da obra de Burton, mesmo
sendo escrita trezentos anos mais tarde. Mas, há alguma semelhança entre esses
acontecimentos?, se pergunta Scliar (2003, p. 9). Certamente, a primeira ideia que se tem é de
que tanto a peste negra quanto a melancolia são doenças. Entretanto, não se assemelham
apenas neste ponto. Indiscutivelmente, a peste negra é uma doença, que dissemina e pode
progredir rapidamente para dois quadros, o da cura ou, definitivamente, o da morte. Já a
melancolia, às vezes, é doença, e às vezes não é. Além disso, a melancolia não tem progresso
definido, arrastando-se ao longo do tempo.
Moacyr Scliar (2003, p. 72), ainda acentua nas palavras de Robert Burton a
expressão “Be not solitary, be not idle”, ou seja, “Não seja solitário, não seja inativo”. Mas,
uma vez que, associando o melancólico à genialidade, através da simbologia, o autor inglês
está comparando-o a uma coruja, símbolo da sabedoria, de atividades noturnas e,
aparentemente, triste.
No Renascimento, a melancolia influenciou o campo das artes. E uma das obras
de maior destaque é a gravura Melancolia I, do pintor alemão Albrecht Dürer, representando a
melancolia como metáfora. De acordo com Moacyr Scliar (2003, p. 81-86), a melancolia,
nessa época, não é mais vista como uma patologia associada à entidade médica. Nesse
período, foi atribuído o conceito de metáfora ao tema, configurando, assim, uma mudança de
paradigma. Na gravura de Dürer, há vários elementos que configuram sua representação. A
melancolia é representa como uma mulher de assas, capaz de altos voos intelectuais, como
postulado por Aristóteles no Problema XXX. Mas, a melancolia não está voando: permanece
em estado de imobilidade, com o rosto apoiado em uma das mãos como se estivesse
segurando a cabeça pesada. Walter Benjamin (1984, p. 164) caracteriza os utensílios dispersos
no chão, como objetos de ruminação, sem nenhuma serventia para vida ativa.
Para Benjamin (1984, p. 171-174), o plano de fundo (sendo o mar) representa a
inclinação do melancólico para longas viagens. Enquanto que a figura do cão, não é incluída
por acaso na gravura de Dürer. Na tradição antiga, o baço é responsável pelo organismo do
cão, o mesmo baço que, segundo Hipócrates, causava a melancolia. Com a degeneração do
baço, o cão perdia sua alegria e sucumbia a raiva. Dessa forma, o cão simbolizava o aspecto
sombrio da complexidade melancólica. Aliás, a melancolia é simbolizada pelo fato de o
animal aparecer dormindo.
P á g i n a | 22

Acerca dos sonhos, Walter Benjamin (1984, p. 175) afirma que os maus sonhos
são provenientes do baço. Porém, os sonhos proféticos são também privilégio do melancólico,
uma vez que podem ser compreendidos a partir da perspectiva da “geomancia”, termo que
vem do grego, ge = terra + manteia = adivinhação. Assim, toda a sabedoria do melancólico
vem do abismo. Tendo em vista que tudo que é saturnino remete às profundezas, o cão
aparece cabisbaixo, o olhar voltado para o chão caracteriza o saturnino, que perfura o solo
com seus olhos.
A pedra tem um significado especial. Aegidius Albertinus (apud Benjamin, 1984,
p. 176), fala sobre a comparação da pedra com o ser melancólico:

[A] aflição, que em geral abranda o coração, torna-o cada vez mais
obstinado em seus pensamentos pervertidos, porque suas lágrimas não caem
no coração, suavizando sua dureza, mas acontece com ele como com a
pedra, que se molha por fora apenas quando o clima está úmido.

Ainda de acordo com Benjamin (1984, p. 177), é possível perceber que o símbolo
da pedra represente apenas os aspectos mais óbvios da terra, enquanto elemento seco, frio e
imóvel, referindo-se a acedia, a inércia do coração.
Sob a ótica da psicologia, no século XX, Sigmund Freud, no intitulado “Luto e
melancolia”, expõe pontos importantes entre as diferenças e semelhanças acerca desses dois
estados. Segundo Freud (2014), as características da melancolia é um desânimo profundo e
penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a
inibição de toda e qualquer atividade e a culpa vigente.
Em conformidade com Freud (2014), na melancolia há perdas consideráveis,
porém, a diferença crucial, em se comparando com o luto, é que na melancolia o ente querido
não precisa necessariamente estar morto. O que realmente importa é que o objeto de estima
tenha sido de alguma maneira perdido, como acontece no caso de um relacionamento
amoroso rompido. Acontece que, em alguns casos, o paciente tem consciência da perda que
deu origem à sua melancolia, “mas apenas no sentido de que sabem quem ele perdeu, mas não
o que perdeu nesse alguém” (FREUD, 2014, grifos do autor).
Outro autor fundamental para a compreensão do tema da melancolia é Walter
Benjamim (apud SCLIAR, 2003, p. 92), que mostra como era vista a melancolia na
dramaturgia barroca alemã, acentuando o caráter artístico ao tema. Segundo Benjamin, os
dramaturgos barrocos alemães eram luteranos, o que acabou por influenciar rigorosa
obediência ao dever na época. Tal imposição ao servir caracterizou nas pessoas comuns a
moralidade e a honestidade em pequenas atitudes cotidianas, mas, Benjamim diz que, nos
P á g i n a | 23

grandes homens, isso produziu a melancolia. O ideal de morte estava sempre presente, porque
o mundo havia se tornado vazio, se transformado em máscara, que a dramaturgia barroca
alemã recuperou.
O estado melancólico faz com que o homem passe por um estado de
autoabsorção, resultando em uma queda em um abismo sem fim. No período barroco, a
crença da extrema miséria humana poderia ser subentendida como a melancolia nascente “dos
abismos da condição da criatura”. Em um tempo que a religiosidade prevalecia de modo
imperativo (BENJAMIM, 1984, p. 169).
Susan Sontag, no seu ensaio “Sob o signo de saturno” (1986, p. 86), aponta que
Benjamin mais do que ter realizado estudos filosóficos a respeito da melancolia, foi ele
mesmo um notório melancólico. Para ele, a solidão era o estado mais adequado para o
homem. Porém, não a solidão de estar em um quarto, mas sim a solidão de estar em meio a
uma multidão e sentir-se só, andando sem direção, apenas observando.
A melancolia, sob a ótica de Walter Benjamim, é uma condição do homem
moderno diante das profundas mudanças que ocorreram a partir do final do século XIX, como
o desenvolvimento industrial, o cotidiano de uma cidade moderna, uma metrópole
cosmopolita, ou seja, que reúne pessoas de diversos lugares. Daí, o reflexo da posição do
homem diante da modernidade e o resultado dos embates existenciais: a melancolia.

REFERÊNCIAS:

FROTA, Adolfo José de Souza. Poesia da dor: Luto e melancolia em Edgar Allan Poe e
Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: <http://www.unemar.br/revistas/ecos/docs/
v_13/1_ Pag _ Revista _ Ecos _ V-13 _ N-02 _ A-2012.pdf >. Acesso em: 08 de março. 2014.

SCLIAR, Moacyr. Saturno nos trópicos: a melancolia européia chega ao Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 2003.

BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemão. Tradução de Sérgio Rouanet. São
Paulo: Brasiliense, 1984.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Tradução de Joan Rivieri. Disponível em:


<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:aZMR3p7BcRsJ:ricardoborges.net/
psicologia/FREUD_lutoemelancolia.doc+luto+e+melancolia&cd=10&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 10 junho de 2014.

SONTAG, Susan. Sob o signo de saturno. In:______. Sob o signo de saturno. Tradução de
Ana Maria Capovilla & Albino Poli Jr. Porto Alegre: L&PM Editores, 1986. p. 85-103.

Você também pode gostar