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Uma breve história: A filosofia não tem uma data ou local de criação específico, é possível
encontrar relatos de escritos datados de séculos antes de cristo, pela Europa, Ásia, África entre
outros lugares. Porém, os textos mais conhecidos e de destaques provém da Grécia antiga com
autores como Tales de mileto, Pitágoras, Heráclito de Éfeso, Protágoras, Sócrates, Aristóteles
entre tantos outros.
Cada um com seu foco de estudo e conclusões. A filosofia apresenta escolas que se pautam por
determinadas características que as diferenciam umas das outras, por exemplo, os Pré-socráticos
que tinham como seu foco as divindades e a criação das coisas. Dentro dessa escola vemos a
criação dos filósofos da “Physys”, como Tales de Mileto que acreditava que todas as coisas foram
criadas a partir da água, ou Heráclito de Éfeso que acreditava que o princípio de que “tudo era
movimento, logo nada pode permanecer parado”.
Surge a corrente socrática, que vem para romper com a ideia de um princípio criador, explicando
assim o porquê de Sócrates ser reconhecido como o Pai da Filosofia. Esse rompimento ocorre no
campo das ideias e ideais de estudo. Os filósofos dessa corrente se preocupavam em responder
questões relacionadas ao homem, como “Qual a função dele no mundo?” ou “Por que de sua
existência?”. Sem dúvidas as questões não foram trocadas, como ainda são feitas até hoje, mas
passaram a coexistir e ter uma análise mais profunda e voltada para o ser humano.
Cosmogônico
O pensamento cosmogônico surge como uma tentativa de explicar a realidade através dos
mitos, narrava a origem da natureza por meio de genealogias divinas: as forças e os seres naturais
estavam personificados e simbolizados pelos deuses, titãs e heróis, cujas relações davam origem
às coisas, aos homens, às estações do ano, ao dia e à noite, às colheitas, à sociedade. Suas paixões
não correspondidas se exprimiam por raios, trovões, tempestades, tufões, desertos. Seus amores
e desejos realizados manifestavam-se na abundância da primavera, das colheitas, da procriação
dos animais.
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Encontramos um pouco de pensamento até nos dias atuais, por exemplo na forma que algumas
religiões explicam a criação, as divindades (Deuses, Orixás, espíritos etc) surgem como a força
que traz coesão, ou seja, sentido e unidade para o universo.
Mitos Cosmológicos
“O alvoroço dos humanos é intolerável, e o sono já não é mais possível por causa da balbúrdia.'
Os deuses então concordaram em exterminar a raça humana. Foi o que Enlil fez, mas Ea, por causa de sua
promessa, me avisou num sonho. Ele denunciou a intenção dos deuses sussurrando para minha casa de
colmo: 'Casa de colmo, casa de colmo! Parede, oh, parede da casa de colmo, escuta e reflete. Oh, homem
de Shurrupak, filho de Ubara-Tutu, põe abaixo tua casa e constrói um barco. Abandona tuas posses e busca
tua vida preservar; despreza os bens materiais e busca tua alma salvar. Põe abaixo tua casa, eu te digo, e
constrói um barco.”
(Retirado <http://mkmouse.com.br/livros/AEpopeiadeGilgamesh-Anonimo-MartinsFontes.pdf>)
Os Berberes
“No começo, havia apenas um homem e uma mulher, e eles não viviam sobre a terra, e sim
embaixo dela. Foram as primeiras pessoas do mundo, e nenhuma delas sabia que a outra era de sexo
diferente, certo dia, ambas foram ao poço beber água. O homem disse:
- Deixe-me beber.
E a mulher respondeu:
- Não, eu vou beber primeiro. Cheguei aqui primeiro. O homem tentou empurrá-la para o lado. Ela o
Golpeou.
Lutaram. O homem golpeou tanto a mulher, esta caiu o chão. Sua roupa caiu. As coxas ficaram
nuas.
O homem viu a mulher deitada, estranha e nua diante dele. [...]
O homem deitou-se sobre a mulher. Ficou deitado com ela durante oito dias.
Depois de nove meses a mulher pariu quatro filhas. E depois de mais nove meses, pariu quatro
filhos. E depois teve mais quatro filhas e mais quatro filhos. Por fim, o homem e a mulher tinham
cinquenta filhas e cinquenta filhos. O pai e a mãe não sabiam o que fazer com tantas crianças e, por isso,
mandaram-nas embora.”
(A gênese africana: contos, mitos e lendas da África. “Os primeiros seres humanos, seus filhos e
suas filhas amazonas” p. 49)
Cosmológico
Os primeiros filósofos consideravam os elementos (Physis) como forças divinas, mas já não
eram personificados nem sua ação explicada por desejos, paixões e furores.
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Corromper a juventude
o Sócrates dava aulas de filosofia em praça pública na Pólis de Atenas, onde tanto
jovens quanto adultos iam o assistir. Os jovens ao verem debates entre Sócrates
e outros filósofos começaram a espelhar a figura dele como homem mais sábio
de todos, causando revolta entre muitos aristocratas.
Desacreditar nos Deuses
o Sócrates, com sua buscar tentando provar ao oráculo que não era o mais sábio de
todos, questiona até mesmo os sacerdotes e outros cidadãos, dando entender ser
um “descrente”.
Ir contra a democracia
o Sócrates pregava que o homem deve se preocupar primeiro com a coisas que
dizem respeito a si mesmo antes de se preocupar com todo o resto, dessa forma
estaria ajudando não só a ele mesmo quanto a Pólis. Nesse sentindo o mais
importante não eram os debates que eram feitos na cidade.
“Conhece-te a ti mesmo” – Oráculo de Delfos
Dentro desse contexto, a filsofia assume uma postura de compromisso com a verdade,
para Sócrates, ser filósofo era procurar incessantemente a verdade para além do que nos é
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mostrado. Embora a busca pela verdade seja constante, isso não significa dizer que ela (a verdade)
é absoluta, podendo ser passível de transformação e sempre apresentando características que não
nos damos conta, às vezes.
Nesse momento que surge a frase icônica de Sócrates "Só sei que nada sei", ou seja,
sempre há algo a ser aprendido.
Sócrates como exímio debatedor e orador dispunha de um método, ao qual chamou de
“Maiêutica” que consiste em aplicar perguntas de forma constante e comparativa ou não ao
interlocutor, objetivo era chegar a sua própria verdade, ou formular seu próprio conhecimento,
'ajudando' o interlocutor no processo de formulação de conhecimento.
Esse método pode ser dividido em quatro partes. A primeira, a Exortação tem como
objetivo convidar o indivíduo a discussão. Segundo a Indagação, onde a busca pela opinião
comum é objetivo dessa fase, enquanto se ouve todas as opiniões e compara com as próprias. A
terceira fase é a Ironia, que diz respeito à contraposição dos argumentos. E por último a
Maiêutica, a formação de um novo conhecimento, próprio advindo da própria racionalidade e
não das opiniões alheias.
Todo o método pode ser melhor exemplifica pelo ato de realizar uma pergunta (ironia)
como forma de contrapor um conhecimento prévio e a partir disso gerar um novo conhecimento.